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I CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO


18-21 julho 2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4.

JANELA NA EDIFICAÇÃO: NORMAS E INDICAÇÕES PARA


PROJETO

GRILLO, José Carlos (1); AMORIM, Cláudia Naves (2)


(1) Programa de Pós Graduação, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília,
grillo@mre.gov.br
(2) Programa de Pós Graduação, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília,
clamorim@unb.br

RESUMO
Este trabalho apresenta uma revisão sobre as Normas brasileiras existentes, referentes ao componente
janela, procurando identificar aquelas relacionadas à eficiência e ao conforto na edificação. Esta
revisão será uma das bases para a futura elaboração de uma matriz de auxílio para projetista na escolha
do componente janela da edificação.
Palavras-chave: Janelas, Normas Técnicas

1. INTRODUÇÃO
Elemento básico da linguagem arquitetônica, as janelas relacionam o interior das edificações com o
exterior, controlam as trocas térmicas, a passagem de luz, de ar e dos ruídos.
Suas dimensões, tipologia da abertura, características físicas dos materiais, dispositivos de
sombreamento e a sua orientação na edificação são determinantes para as condições de conforto
térmico e luminoso dos ambientes, assim como o consumo energético da edificação.
No Brasil, a maioria das edificações, pouco identificadas com os princípios bioclimáticos, são
dependentes de recursos ativos de resfriamento e iluminação. Janelas inadequadas podem ser
responsáveis pelo excessivo ingresso de radiação solar e conseqüente desconforto térmico e lumínico
do ambiente.
Como não existe uma estrutura normativa básica referente à eficiência energética e conforto das
edificações, as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são os atuais
instrumentos de que dispõem os projetistas, para especificação deste componente.
Nesse contexto, este artigo apresenta um panorama das Normas e Projetos de Normas Técnicas
brasileiras, buscando identificar aquelas que incorporam prescrições que influenciam na eficiência
energética e conforto na edificação. Também serão apresentadas algumas Normas internacionais,
obtidas no levantamento dos parâmetros utilizados em outros países.

2. A NORMALIZAÇÃO NO BRASIL

2.1 A ABNT
A ABNT é o órgão responsável pela elaboração das Normas técnicas no Brasil. Foi fundada em 1940
visando fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização –
Único – por intermédio da Resolução n° 07 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (CONMETRO), de 24.08.1992.
O objetivo principal da ABNT é elaborar e fomentar o uso de Normas técnicas, conceder certificados
de qualidade e representar o Brasil em entidades internacionais de normalização técnica1, como a
International Organization for Standardization –(ISO) e International Electrotechnical Comission-
(IEC), bem como nas entidades de normalização regional2, como a Comissão Panamericana de
Normas Técnicas (COPANT) e Associação Mercosul de Normalização (AMN).
O processo de elaboração de uma Norma técnica, pela ABNT, é conduzido segundo procedimentos e
conceitos definidos pelo Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO), do qual fazem parte o setor governamental e a iniciativa privada. O SINMETRO tem a
finalidade de dotar o País de infra-estrutura de serviços tecnológicos para a qualidade e produtividade.
São também observados alguns princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da ISO.

2.1.1 Estrutura da ABNT


Órgãos Normalizadores da ABNT
CB – Comitê Brasileiro. É o órgão de coordenação e planejamento das atividades de normalização
técnica desenvolvidas pela Comissão de Estudo (CE).
CE – Comissão de Estudo. É um grupo de especialistas constituído de representantes das classes
(produtores, consumidores e neutros), que tem por finalidade a elaboração de Normas Brasileiras.
ONS – Organismo de Normalização Setorial. É um organismo público, privado ou misto, sem fins
lucrativos, que, entre outras, tem atividades reconhecidas no campo da normalização em um dado
domínio setorial, tendo sido credenciado pela ABNT, segundo critérios aprovados pelo CONMETRO.
Todo o trabalho dos Comitês Brasileiros e Organismos de Normalização Setorial é orientado para o
desenvolvimento da tecnologia e a participação efetiva na normalização internacional e regional.
A ABNT possui, atualmente, 50 Comitês e 3 Organismos de Normalização Setorial, atuando em
diversas áreas.
O Comitê Brasileiro, responsável pela elaboração das Normas técnicas de componentes, elementos,
produtos ou serviços, utilizados na Construção Civil, é o CB-02 COBRACON.

2.1.2 O processo de elaboração de uma Norma técnica


a) A sociedade brasileira se manifesta sobre a necessidade de uma Norma sobre determinado tema.
Qualquer cidadão pode encaminhar solicitação à ABNT, justificando a necessidade de uma
Norma Técnica, listando as empresas, entidades e indivíduos interessados na sua elaboração e
aplicação.
b) O Comitê Brasileiro (ABNT/CB) ou Organismo de Normalização Setorial (ABNT/ONS) analisa o
tema, que, se considerado relevante, é incluído no Programa de Normalização Setorial (PNS)
c) É criada uma Comissão de Estudo (CE), com a participação voluntária de diversos segmentos da
sociedade, entre os quais produtores, consumidores, pesquisadores e representantes do Governo.
Caso já exista Comissão de Estudos compatível com o escopo do tema solicitado, a demanda será
incorporada ao seu plano de trabalho. A Comissão de Estudo analisa e debate a proposta do
Projeto de Norma. Os eventuais ensaios e testes são realizados nos laboratórios credenciados pelo
INMETRO;
d) A Comissão de Estudo (CE), elabora um Projeto de Norma, com base no consenso de seus
participantes;
e) O Projeto de Norma é submetido à Consulta Pública;
f) As sugestões obtidas na Consulta Pública são analisadas pela Comissão de Estudo (CE) e o
projeto de Norma é aprovado e encaminhado à Gerência do Processo de Normalização da ABNT,
para homologação e publicação como Norma Brasileira.

1
Normas destinadas ao uso internacional, estabelecidas por um determinado número de nações com interesse
comuns.
2
Normas destinadas ao uso por um limitado grupo de países de um mesmo continente.
Todo este processo tem duração média de dois anos.

2.2 Normas e projetos de Normas da ABNT


As poucas Normas existentes no Brasil relacionadas com o componente janela, NBR 10821 - Caixilhos
para edificação e NBR 7199 – Projeto, execução e aplicação de vidros na construção civil,
estabelecem prescrições voltadas para a atividade industrial. Apresentando prescrições direcionadas
para os fabricantes de caixilhos e vidros, bem como técnicos especializados na especificação de
janelas. A maioria dos parâmetros apresentados é restrito às características físicas de seus
componentes, dissociados da finalidade básica de permitir a ventilação e iluminação de um recinto
para outro.
Desse modo, estas Normas apresentam poucos subsídios de auxílio aos projetistas na especificação
desse elemento.

2.2.1 NBR 10821 – Caixilhos para edificação


a) Esta Norma estabelece as condições de desempenho dos caixilhos3 das janelas, exigíveis para
edificações para uso residencial e comercial
b) O fabricante da esquadria deve informar, por meio de catálogos ou etiquetas fixadas nos caixilhos,
o número desta Norma, a pressão máxima de carga de vento que o caixilho resiste, bem como as
classes de utilização de estanqueidade à água e ao ar ao ar às quais atende. Sugere em descrição
adicional, o uso a qual a esquadria se destina
c) Os requisitos de desempenho das janelas são estabelecidos para quatro categorias de edifício,
chamados nesta Norma de classes de utilização. Para verificação do desempenho das janelas
quanto ao requisito permeabilidade ao ar, deverá ser considerado também, se o ambiente é
climatizado ou não, como se segue:
c.1) Classe de utilização: São estabelecidas quatro categorias de edifícios, classificados em função de
seu uso , comercial ou residencial, e do número de pavimentos.
c.2) Permeabilidade ao ar: Estabelece parâmetros de verificação de desempenho considerando se o
ambiente é climatizado artificialmente ou não e em qual estado da federação será utilizada.
c.3) Estanqueidade à água: Estabelece que a janela não deve apresentar vazamentos quando submetida
à vazão mínima de água de 4 l/min x m² e às pressões de ensaio correspondentes às regiões do
Brasil onde for utilizada.
c.4) Resistência à carga uniformemente distribuída: Estabelece que as janelas, quando submetidas à
pressão de vento prescrita para a região que é utilizada, não deve apresentar ruptura, colapso total
ou parcial de qualquer de seus elementos, inclusive vidro, e desempenho quanto às operações de
uso, conforme determinado nesta norma.
c.5) Os parâmetros de desempenho acústico dos caixilhos são avaliados em função das condições de
tolerância ao ruído (função do uso de determinado ambiente) e das condições de exposição ao
ruído (função do local de implantação do edifício).
c.5.1) O caixilho, de acordo com seu tipo, as condições de uso do ambiente e as ações sonoras
externas, deve ter atenuação sonora cujo valor da CTS4 (classe de transmissão sonora) é
apresentado em tabela desta Norma.
d) Os tipos de janelas reconhecidos por esta Norma são:
d.1) Abrir e pivotante
d.2) Projetante
d.3) Tombar

3
Nome genérico dos componentes constituídos por perfis utilizados nas edificações.
4
É um indicador de desempenho quanto à atenuação sonora. Quanto maior o seu valor, maior a atenuação
sonora e, portanto, menor a quantidade de ruídos ou sons externos que adentram ao ambiente.
d.4) Basculante
d.5) Reversível
d.6) Correr
d.7) Guilhotina
d.8) Projetante-deslizante (maxim-ar)
d.9) Sanfona vertical (sanfona que se desloca no sentido vertical)
d.10) Sanfona horizontal (sanfona que se desloca no sentido horizontal)
e) A Norma apresenta ainda um Anexo “A” que prescreve o método de verificação da resistência às
operações de manuseio dos caixilhos dos diversos tipos de janelas reconhecidas por ela e o Anexo
“B” prescreve o roteiro de cálculo de pressão de ensaio para estanqueidade à água e resistência às
cargas uniformemente distribuídas, para casos especiais de exposição ao vento.

2.2.2 NBR 7199 – Projeto, execução e aplicação de vidros na construção civil


a) Esta Norma fixa as condições que devem ser obedecidas no projeto de envidraçamento5 em
construção civil.
b) Aplica-se a envidraçamento de janelas, portas, divisões de ambientes, guichês, vitrines, lanternins,
shedes e clarabóias.
c) São estabelecidas as seguintes condições gerais aplicáveis aos vidros na construção civil:
c.1) Classificação:
c.1.1) Quanto ao tipo
• Recozido. Aquele que, após sua saída do forno, é submetido a tratamento controlado, com a
finalidade de liberar tensões.
• Segurança temperado. Aquele que, submetido a tratamento através do qual introduzem-se tensões
adequadas, quando fraturado, fragmenta-se totalmente em pequenos pedaços menos cortantes que
os vidros comuns.
• Segurança laminado. Aquele que é manufaturado com duas chapas de vidro firmemente unidas e
alternadas com uma ou mais películas de material plástico, de forma que, quando quebradas,
mantém os estilhaços aderidos à película.
• Segurança aramado. Aquele que é formado por uma única chapa de vidro, que contém em seu
interior fios metálicos incorporados à massa, quando da fabricação, de forma que, quando
quebrada, mantém os estilhaços presos a esses fios metálicos.
• Termo absorvente. Aquele que tem a propriedade de absorver raios infravermelho, com a
finalidade de reduzir o calor transmitido para o interior do ambiente.
• Refletor. Aquele que tem a propriedade de refletir radiação solar, com a finalidade de reduzir o
calor transmitido para o interior do ambiente.
• Composto. Unidade pré-fabricada, com duas ou mais chapas de vidro, selada em sua periferia,
formando vazios entre as chapas paralelas, contendo em seu interior gás desidratado, e tendo como
finalidade a isolação térmica e eventualmente acústica.
c.1.2) Quanto à transparência
• Vidro transparente
• Vidro translúcido
• Vidro opaco. Vidro destinado a revestimento
c.1.3) Quanto ao acabamento das superfícies

5
Procedimento de fixação de chapas de vidro em aberturas ou elementos construtivos, previamente preparados.
• Vidro liso ou estirado. Vidro transparente que apresenta leve distorção das imagens, ocasionada
por características do processo de fabricação.
• Vidro float. Vidro transparente fabricado por processo de flutuação, permitindo visão sem
distorção das imagens.
• Vidro impresso (fantasia). Aquele que é obtido por meio de tratamento mecânico ou químico em
uma ou ambas as superfícies, com a finalidade de torná-lo ornamental
• Vidro espelhado. Aquele que sofreu processo de espelhação através de aplicação de uma camada
metálica em uma das faces da chapa de vidro.
• Vidro gravado. Aquele que é obtido através de tratamento mecânico ou químico em uma ou ambas
as superfícies, com a finalidade de torná-lo ornamental.
• Vidro esmaltado. Aquele obtido através de aplicação de esmalte vitrificável em uma ou ambas as
superfícies, com a finalidade de torná-lo ornamental.
c.1.3) Quanto à coloração
• Vidro incolor
• Vidro colorido
c.1.4) Quanto à colocação
• Em caixilhos. Aquela em que a chapa de vidro apresenta bordas embutidas.
• Autoportante. Colocação característica dos vidros de segurança temperados, em que a chapa,
fixada através de peças apropriadas, apresenta todas as bordas aparentes.
• Mista. Apresenta a combinação dos sistemas em caixilho e autoportante.
c.2) Projeto
c.2.1) Fixa as condições a serem obedecidas no projeto de envidraçamento, estabelecendo os
parâmetros a serem observados, considerando o critério de colocação do vidro especificado nesta
Norma, se do tipo em caixilho ou autoportante.
c.3) Manipulação e armazenamento
c.3.1) Estabelece as condições de manipulação e armazenamento das chapas de vidros.
c.4) Esforços solicitantes.
c.4.1) Estabelece os parâmetros de cálculo dos esforços atuantes nas chapas de vidro a serem
utilizados no cálculo da espessura das chapas de vidro, quais sejam:
• Pressão de vento (pv)
• Peso próprio por unidade de área. (pp}
• Pressão de cálculo. Expressão que considera o conjunto de cargas que atuam normalmente sobre o
plano da chapa de vidro.
c.5) Propriedades físicas a serem observadas pelos fabricantes de vidros:
• Módulo de elasticidade: E = (7500±5000)MPa
• Tensão de ruptura à flexão:
Vidro recozido: (40±5)MPa
Vidro de segurança: temperado: (180±20) MPa
• Coeficiente de poisson: 0,22
• Massa específica: (2500±50)kg/m³
• Dureza; Entre 6 e 7 na escala de Mohs.
• Propriedades térmicas:
Coeficiente de dilatação linear entre 20°C e 220°C: α = 9x10-6 °C -1
Coeficiente de condutibilidade térmica a 20°C: K = (0,8 a 1) kcal/m.h°C (vidro incolor);
Calor específico entre 20°C e 100°C: c = 0,19 kcal/kg°C
• Tensão admissível de flexão:
Para vidro recozido: σ = (13±2) MPa
Para vidro de segurança temperado: σ = (60±4) MPa
c.6) Dimensionamento: Estabelece os parâmetros de cálculo das chapas de vidro utilizados nos
envidraçamentos, onde são observados somente os critérios relativos aos esforços solicitantes
c.7) Disposições construtivas: Estabelece as condições a serem observadas pelos elementos que
compõem as janelas, quais sejam:
c.7.1) Caixilhos
• Disposições gerais
• Dimensões de rebaixo
c.7.2) Envidraçamentos
• Condições gerais
• Fixação dos vidros
c.8) Limpeza e conservação.

2.2.3 Projeto de normalização em conforto ambiental


Encontra-se em processo de discussão pública o texto normativo elaborado pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com o financiamento da Agência FINEP, no âmbito do Comitê Brasileiro da
Construção Civil (COBRACON/ABNT), um Projeto de normalização em conforto ambiental. Esse
projeto de Norma nas áreas de Iluminação natural, Desempenho térmico de edificações e Acústica,
apresenta a seguinte estrutura:

2.2.3.1 Iluminação Natural


• Parte 1: Conceitos básicos e definições.
• Parte 2: Procedimentos de cálculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural.
• Parte 3: Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes
internos.
• Parte 4: Verificação experimental das condições de iluminação interna de edificações.

2.2.3.2 Desempenho térmico de edificações


• Parte 1: Definições, símbolos e unidades.
• Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade, do atraso térmico e do fator
solar de elementos e componentes de edificação.
• Parte 3: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e diretrizes construtivas.
• Parte 4: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo princípio da placa quente
protegida.
• Parte 5: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo método fluxímetro.
2.2.3.3 Acústica
• Medição da absorção sonora em câmara reverberante – Método de ensaio
• Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade – Procedimento
• Avaliação do ruído ambiente em recintos da edificação visando o conforto dos usuários –
procedimentos.

2.2.4 Projeto de Norma de desempenho de edifícios habitacionais até cinco pavimentos


Normas de desempenho são estabelecidas com base em conjunto de requisitos6 e critérios7 que um
produto deva apresentar, independentemente da sua forma ou de seus materiais constituintes e do
processo de produção. A Norma, assim elaborada, com base em exigências do usuário, visa
incentivar e balizar o desenvolvimento de produtos e orientar a avaliação da real eficiência técnica e
econômica das inovações tecnológicas.
Com esse espírito, encontra-se em processo de discussão pública o texto normativo elaborado pelo
Comitê Brasileiro da Construção Civil (COBRACON-ABNT), relativo ao “Desempenho de Edifícios
Habitacionais de até cinco pavimentos”. Este texto, em formato ABNT, encontra-se disponível na
Internet, através do endereço http://www.labeee.ufsc.br/conforto/textos.
Este projeto, de acordo com o COBRACON, foi elaborado considerando a realidade social, econômica
e industrial do país, procurando estabelecer os seguintes critérios:
• Segurança (prevenção de colapso estrutural, riscos de incêndio, choques elétricos).
• Habitabilidade (estanqueidade à água, conforto térmico e acústico, níveis de iluminamento,
dimensões mínimas e organização funcional dos espaços).
• Higiene e saúde (riscos de ferimentos, proliferação de microorganismos).
• Durabilidade (Vida útil requerida para a habitação e suas partes, custos de manutenção).
• Adequação ambiental (utilização racional de insumos, redução de poluentes).
Os critérios de desempenho térmico, lumínico, e acústico a serem observados nas edificações
habitacionais de até 05 (cinco) pavimentos , foram elaborados com base nos Projetos de normalização
em conforto ambiental, elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina, no âmbito do
COBRACON (ABNT).
Os parâmetros a serem obedecidos, influenciam, diretamente, na especificação das janelas,
especialmente, ao estabelecer o dimensionamento dos vãos para ventilação e iluminação, em função
do Zoneamento Bioclimático Brasileiro, definido no Projeto de Normalização em Conforto Ambiental.

3. A NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL
Na maioria dos países, o objetivo principal das normas foi a Conservação de energia. Entre os
países pesquisados, aqueles cujas Normas de eficiência energética apresentam indicadores
que auxiliam, especificamente, no projeto das janelas são Portugal e Espanha .
De acordo com Lamberts (1996), considerando as similaridades climáticas, a norma em eficiência
energética australiana, Building Code of Australia - BCA, poderia ser exemplo a ser seguido pelo
Brasil. As prescrições de desempenho do componente janela são apresentadas em norma específica a
AS-2047 – 1999.

3.1 Espanha – Norma básica NBE – CT – 79, condições térmicas dos edifícios
Esta Norma, em vigor desde 1979, estabelece as condições térmicas a serem obedecidas pelos
edifícios residenciais e comerciais a serem construídos ou reformados.

6
Condições qualitativas que devem ser cumpridas pela habitação, a fim de que sejam satisfeitas as exigências do
usuário durante a vida útil de projeto. Qualificação esperada pelo usuário
7
Conjunto de especificações e procedimentos que visam representar tecnicamente as exigências do usuário.
Estas condições devem ser alcançadas por meio da limitação do valor do índice de transmissão global
de calor do envelope do edifício (Kg, em W/m² °C), bem como do índice de transmissão de calor dos
elementos que formam o envelope do edifício (K, em W/m² °C). Estes índice, expressos em tabelas,
variam conforme a zona climática onde o edifício está localizado.
O coeficiente Kg, limita as perdas de calor de um edifício nas situações de inverno e estabelece limites
para os ganhos de calor no verão; no entanto, para os edifícios climatizados, são estabelecidas
recomendações específicas para limitar os ganhos de calor no verão.
Entre estas recomendações para as condições de verão, cabe ressaltar a determinação do ganho total de
calor permitido em fechamentos verticais.
O ganho total de calor de um edifício, através da superfície vertical (Q), será função dos diversos
componentes que compõem a fachada.
Consequentemente, os parâmetros pertinentes às janelas, tais como, coeficientes de transmissão do
vidro utilizado, área do fechamento transparente, fator solar do tipo de vidro empregado e o fator solar
da proteção eventualmente empregada na janela, são considerados na composição desse índice.
Esses parâmetros são expressos em tabelas específicas, onde são apresentados o desempenho térmico
do fechamento transparente e do tipo de proteção solar empregada.
Esta prescrição serve como um instrumento singular de auxílio na especificação das janelas do
edifício.
Pode-se verificar que esta Norma estabelece condições muito objetivas para determinação do
desempenho térmico do edifício, servindo como um guia de auxílio aos projetistas, inclusive
apresentando prescrições para dimensionamento e especificação das janelas, conforme demonstrado
no parágrafo acima. Evidentemente, o rigor do inverno europeu impõe-se como fator determinante na
composição das diversas prescrições dessa Norma.

3.2 Portugal – Regulamento das características de comportamento térmico dos


edifícios – (RCCTE)
Este regulamento, em vigor desde 1991, tem por finalidade estabelecer os critérios destinados à
promover melhores condições de conforto, higiene e salubridade dos edifícios em geral e na habitação.
Os parâmetros estabelecidos nesse Regulamento estão fundamentados em prescrições que igualmente
promovam o conforto térmico, sem dispêndio excessivo de energia.
Com esse objetivo, são estabelecidos dois valores correspondentes às necessidades de energia por
estação, para aquecimento e arrefecimento por metro quadrado de construção, por ano (kWh/m².ano).
O cálculo desses valores é diretamente influenciado pela área e características dos fechamentos
transparentes que compõem o envelope.
Visando as necessidades de conforto no inverno, cada zona independente do edifício8 não poderá
exceder o valor de consumo de energia útil por metro quadrado de área útil do pavimento, estabelecido
por expressão de cálculo que se fundamenta no nível de isolamento térmico do envelope e do
aproveitamento dos ganhos solares. O regulamento admite outras soluções construtivas, desde que
haja ganhos por fechamentos transparentes não sombreados orientados para sul e/ou sejam adotados
em zonas específicas do envelope, materiais cujos coeficientes de transmissão térmica sejam menores,
respeitados os parâmetros estabelecidos para as necessidade de arrefecimento, definidos nesse
regulamento. As soluções adotadas deverão ser justificadas nas folhas de cálculos anexas, que
integram cada projeto.
Visando as necessidades de conforto no verão, cada zona independente do edifício, não poderá
exceder o valor de consumo de energia útil por metro quadrado de área útil do pavimento, estabelecido
por expressão de cálculo que se fundamenta no grau de proteção solar dos fechamentos transparentes e
da cobertura e do nível de isolamento térmico do envelope.

8
cada uma das partes do edifício dotadas de contador individual de consumo de energia e cujo direito de
propriedade seja transmissível autonomamente.
3.3 Austrália – Janelas em edifícios – seleção e instalação – AS 2047- 1999
O objetivo desta Norma é prover os projetistas e fabricantes de janelas de um código genérico,
delimitando as exigências de desempenho e especificações para o desenho e fabricação de todas as
janelas nas edificações, indiferentemente, dos materiais a serem utilizados.

3.4 Considerações sobre as normas analisadas


As Normas espanhola e portuguesa foram analisadas por fazerem restrições às características térmicas
das janelas. Adotam metodologias distintas visando a redução do consumo energético, necessário ao
conforto térmico das edificações. A Norma espanhola limita os índices de transmissão térmica global
do envelope do edifício e também de cada um dos elementos que compõem esse envelope. A Norma
portuguesa estabelece equação com base no nível de isolamento térmico do envelope e no
aproveitamento dos ganhos solares, limitando o consumo energético das edificações para aquecimento
e refrigeração.
Ambas indicam que a redução do consumo energético decorre de características arquitetônicas e
tecnologia construtiva adequadas.
A Norma australiana, específica para o componente janela, AS 2047 – 1999, apresenta parâmetros
para avaliação de desempenho dos componentes das janelas, inclusive de seus acessórios.
O Building Code of Australia – BCA fornece os subsídios necessários à especificação e
dimensionamento das janelas.

4. AÇÕES EM ANDAMENTO NO BRASIL, COM APOIO DO GOVERNO


FEDERAL

4.1 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL


Trata-se do programa do governo voltado para a conservação de energia elétrica. Foi implantado em
1986 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Industria e Comércio, e é gerido por uma Secretaria
Executiva subordinada à Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBRAS.
O objetivo do PROCEL é promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica,
eliminando desperdícios e reduzindo custos e os investimentos setoriais.
Nessa linha de atuação o PROCEL desenvolve programas que visam o desenvolvimento tecnológico,
segurança energética, eficiência econômica e a proteção ambiental. Desenvolvimento tecnológico
implica em pesquisa científica, capacitação de laboratórios e de pessoal técnico

4.1.1 PROCEL-EDIFICA
Segundo dados do PROCEL, as edificações são responsáveis por cerca de 48% do consumo de energia
elétrica no país, considerando-se os setores residencial e comercial. Grande parte dessa energia é
consumida na geração do conforto ambiental.

Tal situação é atribuída ao fato de não terem sido considerados, desde o projeto arquitetônico,
passando pela construção, até à utilização final, os importantes avanços ocorridos nas áreas de
arquitetura bioclimática, materiais, equipamentos e tecnologia construtiva vinculados à eficiência
energética.
Nesse contexto foi criado o programa PROCEL-EDIFICA, que prevê uma articulação entre diversas
entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, para, por meio de
um enfoque multissetorial, promover a conservação e o uso eficiente da energia elétrica, reduzindo
desperdícios e impactos sobre o meio ambiente. No âmbito desse programa, , foi lançado em setembro
de 2003 o Plano de Ação para Eficiência Energética em Edificações. O plano, consoante a LEI
N°10.925/2001, que “Dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e
dá outras providências”, tem por objetivo a promoção da conservação e do uso eficiente da energia
elétrica em edificações, reduzindo os desperdícios e impactos sobre o meio ambiente.
Este plano tem por base as linhas de ação já trabalhadas, anteriormente, pelo PROCEL, com a
incorporação de novas tendências. As ações foram divididas em projetos de pesquisa/desenvolvimento
a serem realizadas por diferentes instituições ou por grupos à elas relacionados. Uma das vertentes de
pesquisa trabalha na elaboração de uma Norma de Regulamentação de índices mínimos de Eficiência
Energética, referentes aos materiais situados no envelope (fachadas e coberturas) dos edifícios novos e
passíveis de reforma, considerando os usos das edificações e as diferenças climáticas, conforme as
experiências bem sucedidas de outros países.
Metas do Programa:
O Programa tem como metas o desenvolvimento de um conjunto de projetos visando :
• Reduzir o consumo de energia elétrica nas edificações;
• Estimular as ações de consumo racional de energia elétrica;
• Divulgar os conceitos de eficiência energética em edificações, inserindo o tema arquitetura
bioclimática;
• Disseminar o uso de energias renováveis;
• Utilizar tecnologias mais eficientes em projetos, equipamentos e na fabricação de materiais de
construção;
• Conscientizar profissionais que podem influenciar o planejamento de uma cidade, na concepção
de projetos e na construção de prédios eficientes;
• Elaborar guias técnicos, incluindo a revisão de publicações existentes;
• Apoiar a realização de projetos-demonstração; divulgar boas práticas nos projetos e construções
que agreguem conceitos de conforto ambiental e eficiência energética.
Ações em desenvolvimento:
• Capacitação dos Laboratórios de Conforto Ambiental das seguintes universidades: UFRJ, UFF,
UFPel, UFMG, UFRN e UFMS.
• Complementação dos laboratórios de Conforto Ambiental das seguintes universidades: UFAL,
UFRGS, UnB-FUB e UFSC-ARQ.
• Complementação dos Laboratórios de Eficiência Energética das Faculdades de Engenharia Civil
da UFBA e UFSC-LabEEE.
• Complementação do Laboratório de Sistemas Térmicos da Faculdade de Engenharia Mecânica da
PUC-PR.
• Convênio com a CPPETEC para construção do Centro de Energia e Tecnologia Sustentáveis –
CETS.
• Publicação da Segunda edição do livro “Eficiência Energética na Arquitetura”.
Investimento
Estão previstos investimentos na ordem de R$ 3.000,00 (três milhões de reais) para o biênio
2004/2005.

4.2 Programa Brasileiro da qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H


Em 1990, o Governo Federal lançou o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade – PBQP. O
objetivo do programa era apoiar o esforço industrial na promoção da qualidade e produtividade dos
bens e serviços produzidos no país.
Naquele momento, se iniciava no País o processo de abertura da economia, que promoveu a entrada de
produtos importados, e consequentemente expôs a indústria brasileira a um ambiente de
competitividade, para o qual não estava preparada.
Nesse contexto, a promoção da melhoria da qualidade e produtividade da indústria tornou-se fator
primordial para a sua permanência no mercado.
Entre os resultados alcançados, de acordo com dados do programa, vale destacar o aumento
significativo do número de empresas com certificação ISO-9000 e o alcance de padrões de
similaridade entre produtos nacionais e importados quanto a índices de conformidade em relação às
normas e regulamentos
Em 1998, o então Ministério do Planejamento e Orçamento inseriu ao Programa o Programa Brasileiro
da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional – PBQP-H, tendo como principal objetivo,
para a constituição de um mercado habitacional competitivo, ampliar o acesso a moradia e possibilitar
a redução do custo final das unidades, sem perda de qualidade.
Em 2000, o programa foi ampliado de modo a envolver, além da habitação em si, toda a infra-estrutura
a ela relacionada. Assim, o programa passa a se denominar Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade no Habitat.
Entre os principais objetivos do programa, cabe ressaltar:
• A promoção do aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas e
códigos de edificações;
• Combate à não conformidade intencional de materiais, componentes e sistemas construtivos e
• Apoio à introdução de inovações tecnológicas.
A coordenação geral do programa está a cargo da Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das
Cidades, e suas diretrizes são estabelecidas pelo Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da
Habitação – CTECH, que é constituído por 14 membros, entre os quais a Associação Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído – ANTAC e Comitê Brasileiro de Construção Civil, da ABNT –
COBRACON/ABNT.
No âmbito do programa, voltado para os diversos materiais de construção, foram implantados os
Programas Setoriais de Qualidade (PSQs), integrados no Projeto de qualidade dos Materiais. Estes
programas definem um indicador de conformidade para cada material, que estabelece quem está
produzindo dentro ou fora dos padrões.
Nesse sentido, foram criados os Programas Setoriais de Qualidade de Janelas e Portas de PVC, das
Esquadrias de Alumínio e dos Caixilhos- Portas e Janelas
É um programa valioso, pois atesta a conformidade do produto com as Norma técnicas da ABNT e
poderá, futuramente, incorporar as prescrições de Normas e Regulamentações voltadas para a
eficiência energética.

4.2.1 Critérios mínimos de desempenho para habitações térreas de interesse social –


Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), através de sua Divisão de
Engenharia Civil, com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), realizou estudo, no
âmbito do PBQP-H, que resultou no Texto para Discussão “Critérios Mínimos de Desempenho para
Habitações Térreas de Interesse Social, (s/data). Esse trabalho teve como objetivo fornecer subsídios e
promover a discussão sobre a qualidade das habitações de interesse social, visando a elaboração de
Normas.
Os parâmetros de desempenho considerados foram aqueles referentes à estrutura, segurança ao fogo,
estanqueidade à água, conforto térmico, conforto acústico e durabilidade.
Para o processo de avaliação dos índices de desempenho térmico das edificações, foram considerados,
entre outros, critérios de avaliação da capacidade térmica específica, densidade de massa e
condutividade térmica dos materiais; transmitância, absortância e refletância à radiação solar e
emissividade das superfícies e componentes; resistência térmica dos espaços de ar; forma, dimensões e
orientação dos elementos componentes.
Foi proposto ainda, um zoneamento climático de referência, estabelecido a partir das temperaturas
médias mensais máximas e mínimas diárias, da amplitude térmica anual e da umidade relativa média
anual, obtidas nos dados de 158 estações meteorológicas.
Fixados os valores limites da temperatura do ar que satisfaçam à exigência da norma ISO 7730
(mínimo de 80% dos ocupantes dos recintos satisfeitos), foram estabelecidos três níveis de
desempenho térmico da habitação (níveis A, B e C), para as condições de verão e inverno, assim
definidos:
Verão:
Nível A- O valor máximo da temperatura do ar interior a qualquer hora será menor ou igual a 29°C.
Nível B- O valor máximo da temperatura do ar interior a qualquer hora será inferior a temperatura do
ar exterior, adotada como temperatura máxima de referência.
Nível C- O valor máximo da temperatura do ar interior é superior ao valor máximo da temperatura do
ar exterior.
Inverno;
Nível A- O valor mínimo da temperatura do ar interior será maior ou igual a 17°C.
Nível B- O valor mínimo da temperatura do ar interior será maior ou igual ao da temperatura mínima
de referência.
Nível C- O valor mínimo da temperatura do ar interior será menor que este valor de referência.
São estabelecidas tabelas que descrevem os diversos tipos de paredes empregados com maior
frequência nas construções no país , do tipo de cobertura utilizado, telha de barro ou fibrocimento, e
tipo de forro empregado. A partir desses dados são elaboradas tabelas para cada uma das 8 (oito) zonas
climáticas, simulando o nível de desempenho térmico dos sistemas construtivos mencionados, para as
condições de inverno e verão. A tabela 1, apresenta a simulação de uma edificação localizada na zona
climática 3, que possui o posto meteorológico de referência em Brasília, utilizando diferentes sistemas
construtivos.
Tabela 1 – Níveis de desempenho térmico – Zona climática 3

Paredes Telha de barro Telha de fibrocimento


(PI a Orientação da janela Orientação da janela
PVI)
Norte Leste Sul Oeste Norte Leste Sul Oeste
Cobertura sem forro
Verão
PI e PII C B B B C C C C
PIII e C C B C C C C C
PVI
PIV C C C C C C C C
PV C B B B C C B C
Inverno B B B B B B B B
Fonte: IPT (s/data)
A edificação avaliada, para a situação de verão, utilizando cobertura em telha de fibrocimento, para
garantir um nível “B” de conforto, estaria condicionada à utilização de janelas voltadas para o sul.
Quando utilizada cobertura de telha de barro, estaria condicionada ao tipo de parede empregada e à
orientação das janelas.
Trata-se de metodologia muito prática, pois permite selecionar de maneira fácil e corretamente a
orientação das janelas em função do clima local, do sistema construtivo empregado e da orientação
solar da edificação. No entanto, não apresenta parâmetros que permitam o dimensionamento dos vãos
das janelas.
5. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PERTINENTE

5.1 Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001


Este Decreto regulamenta a Lei n° 10.295, de 17 de outubro de 2001, que dispõe sobre a Política
Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia.
Representa, indiretamente, uma ação impulsionadora da pesquisa voltada para a normalização em
eficiência energética e conforto ambiental. Ao estabelecer níveis máximos de consumo de energia
elétrica nas edificações, conduzirá à incorporação de recursos que otimizem o uso racional da energia
nas edificações. A normalização apresenta-se como instrumento essencial para o cumprimento da
legislação.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria das edificações no Brasil desperdiça considerável parcela de energia, devido à não
incorporação, em seus projetos, dos novos conceitos arquitetônicos, materiais, equipamentos e
tecnologias construtivas, voltadas para eficiência energética.
O aparente rico potencial energético do país, não estimulava, em passado recente, o emprego das
técnicas e elementos naturais de promoção de conforto ambiental nos edifícios.
Tal fato talvez se deva ao conteúdo das Normas técnicas existentes, que não incorporam prescrições
que proporcionem eficiência energética e conforto ambiental.
Com a recente constatação da fragilidade de nossos recursos, que impôs racionamento de energia a
toda a população criou-se panorama favorável à criação de Normas Técnicas brasileiras, que
estabeleçam diretrizes visando o uso racional de energia.
Nesse contexto, a conclusão do processo de discussão do projeto de normalização em conforto
ambiental, e sua posterior homologação e publicação como Norma brasileira, será instrumento
essencial de auxílio aos arquitetos, na elaboração de projetos de edifícios. Cabe destacar ainda, a
importância da implementação do “Plano de Ação para Eficiência Energética em Edificação”,
sobretudo na vertente “Educação”, que tem entre seus objetivos a ampla divulgação dos conceitos de
eficiência energética, contemplando a formação dos futuros projetistas, bem como a atualização e
capacitação dos profissionais em atividade.
As informações levantadas representam dados preliminares para a elaboração de matriz que forneça
aos profissionais informações para a especificação do componente janela na edificação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Janelas. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
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2002.
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