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All content following this page was uploaded by Claudio Ferreira Lima on 28 November 2016.
Departamento de Química
Apontamentos de Aula
Cinética Química ________________________________________________________ 3
1. Introdução ________________________________________________________ 3
2. O estudo das reações químicas _______________________________________ 4
2.1. Mecanismo de Reação ______________________________________________ 4
2.2. Extensão de reação _________________________________________________ 5
2.3. Velocidade de Reação _______________________________________________ 8
2.4. Ordem de uma reação ______________________________________________ 10
2.5. A Constante de Velocidade _________________________________________ 12
2.6. Molecularidade de reação ___________________________________________ 13
2.7. Ordem e Velocidade de Reação ______________________________________ 14
3. Leis de Velocidade e Métodos Experimentais __________________________ 16
3.1. Métodos Experimentais ____________________________________________ 16
3.2. Leis de Velocidade integradas _______________________________________ 17
3.3. Reações de primeira ordem _________________________________________ 18
3.3.1. Tempo de meia vida para uma reação de primeira ordem _________________ 20
3.4. Reações de Segunda Ordem ________________________________________ 21
3.4.1. Tempo de meia vida _______________________________________________ 22
3.5. Reações de ordem “n “ _____________________________________________ 24
3.6. Método Diferencial ________________________________________________ 26
4. Efeito da Temperatura na Velocidade de Reação: A Equação de Arrhenius __ 28
4.1. Determinação da energia de ativação _________________________________ 28
4.3. Energia de Ativação e a teoria do estado de transição ___________________ 31
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Prof. Claudio F Lima
Cinética Química
1. Introdução
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Duas questões básicas da cinética são:
Como as concentrações dos reagentes, intermediários e produtos em uma
reação variam com o tempo?
Que eventos, a nível molecular, são responsáveis por estas mudanças de
concentrações?
A primeira questão é respondida com medidas experimentais da variação das
concentrações com o tempo, em condições definidas de temperatura e pressão. A
Segunda questão é respondida teoricamente.
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etapa e de várias outras subsequentes e não somente por uma única etapa em que os
átomos de bromo e hidrogênio se unem para formar duas moléculas de brometo de
hidrogênio, Esquema 1.
Br2 2Br
Br + H2 HBr + H
H + Br2 HBr + Br
H + HBr H2 + Br
Esquema 1
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Rearranjando a equação acima teremos:
ni ni (0) i ( ) (2)
dni i d (3)
ni
[i]
V
d[i] 1 dn i dn i d[i]
V (7)
dt V dt dt dt
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Substituindo (7) em (4) e (5) teremos,
d 1 d[i]
V
dt i dt
1 1 d[i]
v V
V i dt
1 d[i] (8)
v
i dt
Que nos dá a velocidade da reação, v, em termos da taxa de variação da
aA + bB yY + xX
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2.3. Velocidade de Reação
As duas velocidades são positivas. Para esta reação, de acordo com a Equação
(9), teremos que teremos
d [C ] d [ A] d [ B]
dt dt dt
Para uma reação mais complicada, como por exemplo:
A + 2B 3C + D
Teremos:
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d[ A]
(v A )inicial ( )inicial
dt
d[A]
vA
Concentração dt
[A]
d [ B]
(v A )inicial ( )inicial 3(vA )inicial
dt
[B]
[Y]
d[Y]
(vY )inicial ( )initial 2(vA )inicial
dt
Tempo
v A [A] n
Onde n é conhecido como ordem da reação. É importante observar que o expoente n
na equação acima não é o coeficiente estequiométrico, i, da equação química
balanceada, e deve ser determinado experimentalmente.
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A relação entre a velocidade e a concentração denomina-se equação de
velocidade, para a reação acima, a equação de velocidade toma a forma:
d[A]
vA - k[ A]n (10)
dt
d[A]
v- k[ A]n
dt
Determina-se experimentalmente que a velocidade desta reação é diretamente
proporcional à concentração de A, diz-se que a reação é de primeira ordem, ou seja,
n=1, daí, podemos escrever a equação como:
v k[A]1
Se é determinado que a velocidade depende do quadrado da concentração de
A, diz-se que a reação é de segunda ordem, ou n=2, e a equação fica
v k[ A] 2
A + B + C ........ produtos
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Teremos a seguinte equação de velocidade
v k[ A] n1 [ B] n2 [C ] n3 .....
Uma reação não apresenta necessariamente uma de ordem com valor inteir(1ª,
2ª, 3ª ortdem...). Muitas reações que ocorrem em fase gasosa apresentam ordem
fracionária. Por exemplo, se encontrarmos uma lei de velocidade como:
v k[ A]1 / 2 [ B]
H2 + Br2 2HBr
k[H 2 ][Br2 ]9 / 2
v
[ Br2 ] k '[ HBr ]
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embora a reação seja de primeira ordem em relação ao H2, apresenta ordem indefinida
em relação ao Br2 e ao HBr, e consequentemente uma ordem total indefinida.
[conc.]
k[conc.]
tempo
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2.6. Molecularidade de reação
CH2 CH2
2C2H4
CH2 CH2
Reações de associação
Reações de troca
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O termo molecuraridade só deve ser empregado para um processo que
acontece em uma simples etapa. O termo, portanto, implica em um conhecimento
teórico da dinâmica molecular da reação, ou seja, do conhecimento dos vários
processos elementares pelo qual uma reação pode ocorrer. Se a reação é complexa,
faz-se necessário explicar a molecularidade da cada etapa da reação.
dm3
v 0,163 [ICl][H2 ]
mol.s
Esta reação, portanto, é de primeira ordem com relação a ambos reagentes, ICl e H2,
a reação global, portanto, é a soma da ordem em relação os dois reagentes, ou seja,
é de Segunda ordem, e tem como constante de velocidade,
k 0,163dm3mol 1s 1
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Para esta reação a velocidade varia diretamente com as concentrações de [ICl] e de
[H2], elevado a primeira potência. Como se fizermos dobrar a concentração de [ICl], a
velocidade também dobrará.
Suponhamos que a lei de velocidade para uma reação do tipo AProdutos seja
dada pela relação:
v k[A]2
Neste caso, uma duplicação na concentração faria quadruplicar a velocidade. Vamos
imaginar que a velocidade inicial fosse medida com a concentração de A igual a a,
digamos, a moles/dm3, a velocidade seria dada por:
v k (a) 2
Agora, se a reação fosse repetida com [A] = 2a, a velocidade seria dada por
v k ( 2a ) 2
Ou
v 4k ( a ) 2
Assim, se a velocidade aumenta quatro vezes quando a concentração de um reagente
é dobrada, a reação é de Segunda ordem em relação a este reagente.
v k ( 2a ) 3 v 8k (a) 3
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3. Leis de Velocidade e Métodos Experimentais
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Um exemplo de uma reação que pode ser seguida por um método químico, é a
reação de um ácido (CH3COOH) com um álcool (CH3CH2OH) para produzir um éster
(CH3COOCH2CH3) e água.
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d[i]
k[i] (13)
dt
Uma reação de primeira ordem pode ser do tipo A Produtos. Alei de velocidade
para o desaparecimento de A será dada pela equação:
d[A] d[A]
k[A] kdt
dt [A]
que pode ser integrada diretamente. Como inicialmente a concentração de A é [A] 0 (no
tempo de reação zero, t = 0), e [A] a um tempo t qualquer, teremos:
d [ A]
k t dt
[ A] t
[ A ] 0
(14)
[ A] 0
[ A]
ln kt
[ A]0
[ A] [ A]0 e kt (15)
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estas duas equações são versões da lei de velocidade integrada para uma reação de
primeira ordem.
dx
k (a x)
dt
dx
kdx
(a x)
ax dx t
a ax
k dt
t 0
ln x ln(a x) kt
a
ln kt
ax
x a(1 e kt ) (16)
A equação (16) é uma outra forma da lei de velocidade integrada para uma
reação de primeira ordem.
A equação (15) pode ser escrita na forma de uma equação de uma reata,
Um gráfico de ln[A] versus t nos dá uma reta com coeficiente angular igual a k, como
mostra a Figura 2.
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ln[A]
k
tempo
Fig. 2: Gráfico de ln[A] versus tempo para uma reação de primeira ordem.
A linearidade da reta mostra que a reação é de primeira ordem. A
inclinação, nos dá a constante de velocidade da reação.
A meia vida de uma reação, t1/2, ou tempo de meia vida, é o tempo necessário
para que a concentração do reagente atinja a metade de sua concentração inicial.
Assim, quando t = t1/2, [A] = [A]0/2. Substituindo estes valores na equação de
velocidade integrada, teremos:
[ A] 0 2
kt1 / 2 ln
[ A] 0
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[ A]0
kt1/ 2 ln
2[ A]0
kt1/ 2 ln 1 2
kt1/ 2 ln 2
0,693
t1/ 2 (17)
k
Pela equação (17) podemos observar que o tempo de meia vida de uma reação
de primeira ordem é independente das concentrações dos reagentes, dependendo
apenas das constantes de velocidade da reação.
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3.4.1. Tempo de meia vida
Para o tempo de meia vida da reação, t1/2, [A] = [A]0/2, substituindo estes valores
na equação (18), teremos
1 1
kt1 / 2
[ A]0 / 2 [ A]0
1
t1/ 2 (19)
k[ A]0
Pela equação (19) podemos verificar que o tempo de meia-vida para uma reação
de Segunda ordem com lei cinética do tipo v = k [A]2, depende da concentração inicial
do reagente A e da constante de velocidade da reação.
Para uma reação de Segunda ordem do tipo A + B Produtos, com lei cinética
v = k[A] [B], e velocidade dada por:
d[A]
v-
dt
podemos então escrever:
d[ A] (20)
k[ A][ B]
dt
dx
k{[ A]0 x}{[ B]0 x}
dt
que rearranjando nos leva a:
dx
kdt
{[ A]0 x}{[ B]0 x}
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uma vez que x = 0 quando t = 0,
dx
kt 0
x
{[ A] 0 x}{[B] 0 x}
para integrar esta equação usamos o método das frações parciais. Teremos então
que:
1
x
1 1
[ A]0 [ B]0 0 [ A]0 x [ B]0 x
kt dx
1 [ A]0 [ B]0
kt ln ln
[ A]0 [ B]0 [ A]0 x [ B]0 x
e finalmente,
[ B] [ B]0
ln ln ([ B]0 [ A]0 )kt (23)
[ A] [ A]0
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3.5. Reações de ordem “n “
Para o caso geral de uma reação de ordem n, com concentrações iniciais iguais,
a equação cinética será dada por:
d [ A]
k[ A]n
dt
[ A] t
d [ A]
[ A]0
[ A ]n
k dt
t 0
e
1 1
n 1
(n 1)kt
[ A] [ A]0n 1
2 n 1 1
n 1
(n 1)kt1/ 2
[ A]0 [ A]0n 1
rearranjando,
2 n 1 1 (50)
t1/ 2
(n 1)k[ A]0n 1
Um gráfico de log t1/2 versus log [A]0 dá uma linha reta com inclinação igual a 1-n.
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A equação (50) pode ser usada para determinar o tempo de meia vida para duas
concentrações iniciais diferentes. Vamos considerar que [A]0 para uma determinada
corrida cinética (reação) seja a1, e para uma Segunda corrida seja a2, os tempos de
meia vida são dados por t1/2(1) e t1/2(2) respectivamente. Substituindo na equação (50),
teremos
2 n 1 1
t1 / 2 (1)
(n 1)ka1n 1
2 n 1 1
t1/ 2 (2)
(n 1)ka2n 1
2 n 1 1
t1 / 2 (1) (n 1)ka1n 1
t1 / 2 (2) 2 n 1 1
(n 1)ka 2n 1
t1 / 2 (1) 2 n 1 1 (n 1)ka 2n 1
t1 / 2 (2) (n 1)ka1n 1 2 n 1 1
Que nos leva a
t1/ 2 (1) a2n 1
n 1
t1 / 2 ( 2) a1
Com esta equação a ordem de uma reação pode ser rapidamente calculada
partindo-se de duas concentrações iniciais diferentes. Devemos ter em mente que o
tempo de meia-vida assim determinado refere-se a um determinado reagente, no caso,
tempo de meia vida em relação ao reagente A.
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Este método pode ser usado tanto para reações de ordem inteira ou fracionárias.
Pode ser usado também para reações onde há inibição durante a formação dos
produtos.
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[A]1
Inclinação = v
Log v
[A]2
[A]3
(a) (b)
[A]1
Log v
[A]2
[A]3
(a) (b)
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4. Efeito da Temperatura na Velocidade de Reação: A Equação de Arrhenius
/T
k Ae (4.1)
sendo A e são constantes. Esta relação foi expressa por van’t Hoff e Arrhenius na
forma
Ea / RT (4.2)
k Ae
a) fator de frequência, que por sua vez está relacionado com os números de
colisões efetivas entre as moléculas,
b) o valor da energia de ativação
E
ln k ln A a (4.3)
RT
Um gráfico de lnk vs. 1/T fornece uma linha reta. Ea pode ser obtida pela
inclinação da reta (coeficiente angular).
b) Considerando uma reação efetuada em duas temperaturas, T 1 e T2, obteremos
dois valores para k, k1 e k2,
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Pela equação 4.3 teremos,
Ea
ln k ln A
1 RT
1
Ea
ln k 2 ln A
RT2
Ea E
ln k1 ln k 2 ln A ln A a
RT1 RT2
k1 E 1 1 (4.4)
ln a T T
k2 R 1 2
A equação (4.4) fornece uma outra relação prática para se calcular a energia de
ativação, no entanto, a equação (4.3) fornece uma Ea mais precisa, uma vez que
precisamos de um número de dados maior.
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1 1
ln k1 ln ln ln (4.6)
t1 / n 1 1 / n
Ea 1 1
ln A ln ln ln
RT1 t1 / n 1 1 / n
1 Ea 1
ln ln A ln ln
t1 / n RT 1 1 / n
1 Ea 1
ln t1 / n ln ln ln
A RT 1 1 / n
1 1
B ln ln ln
A 1 1 / n
Ea
ln t1 / n B
RT
Um gráfico de lnt1/n vs. 1/T fornece uma reta com inclinação igual a Ea/R. Como
não há necessidade de se determinar a variação da concentração com o tempo, este
método é mais simples de ser usado.
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4.3. Energia de Ativação e a teoria do estado de transição
Certos fatores que orientam uma reação e o fator pre-exponencial podem ser
estimados pela teoria do estado de transição.
A constante de velocidade pode ser relacionada com a energia de ativação pela
equação:
E
ln k ln A a
RT
ou
Ea / RT
k Ae
a constante de equilíbrio se relaciona com a velocidade da reação pela equação:
k1
K
k 1
Go se relaciona com Kc (que será grafado apenas K), pela equação,
G o
ln K
RT
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Complexo Estado de transição
ativado
G1
Energia Potencial
G-1
Go
Coordenada de Reação
Uma vez que a energia de Gibbs pode ser escrita em termos de entalpia e
entropia,
G = H - TS
teremos, então, a seguinte relação para a constante de equilíbrio:
S1 H1
k1 e RT
e RT
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Onde é a constante de Boltzmann, e h a constante de Plank
Ea = RT + U#
Ea = H# - pV# + RT
Ea = H# + RT e H# = E - RT
S ( E RT )
T T
S E
k e R
e RT
k e R
e RT e
h h
S E
T
k [e ( )e R
]e RT
h
que nos leva a:
S
T
Ae( )e R
h
que é a expressão matemática para o fator pré-exponencial. A expressão para a
constante de velocidade, toma a forma preestabelecida:
Ea
k Ae RT
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