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1 Introdução
Bem, não precisamos ir muito longe para ver que essa discussão tem defensores
acalorados de ambos os lados e no meio disso tudo fica o aluno ou pesquisador que muitas
vezes deixa de usar uma informação disponibilizada nesses formatos optando por se pautar
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Assim, para não estudarmos todos os mecanismos que são oferecidos pela WEB 2.0, o
que acabaria por estender muito o escopo deste artigo optamos por estudar apenas uma
ferramenta que, no nosso entendimento, é de fundamental importância para tentarmos
compreender esse fenômeno atual. Essa ferramenta é o blog. A escolha dela se deu por se
tratar de um espaço pessoal em que vários cientistas e pesquisadores acabam por publicar suas
pesquisas ou descobertas e por ser de fácil acesso para utilizá-lo, ou seja, qualquer pessoa
conectada à Internet pode ter acesso a essa ferramenta sem que seja preciso se cadastrar ou
fazer uma página pessoal em programas específicos como acontece em outras ferramentas
como por exemplo o Orkut, o Twitter ou o Facebook em que o usuário precisa fazer parte da
“comunidade” para se comunicar.
Além disso, os blogs são, junto com os games, os chats e os softwares sociais um dos
fenômenos mais populares da cibercultura. Eles constituem hoje uma realidade em muitas
áreas, criando sinergias e reconfigurações na indústria cultural, na política, no entretenimento,
nas redes de sociabilidade, nas artes. Os blogs são criados para os mais diversos fins,
refletindo um desejo reprimido pela cultura de massa: o de ser ator na emissão, na produção
de conteúdo e na partilha de experiências. O blog se tornou um espaço para lançar idéias e
fornecer informações, podendo servir como um observatório sobre a pesquisa atual e como
catálogo de projetos, livros, artigos e ensaios de vários pesquisadores. O diferencial em
relação aos outros meios de comunicação é a facilidade de uso e integração de diversos tipos
de mídias, como imagens, documentos, vídeos e animações, e também a facilidade de
interação com o leitor por meio de comentários (LEMOS, 2009).
Sabemos que não há resposta simples para essa questão. Desse modo, temos como
objetivo geral analisar qual a opinião da comunidade científica, notadamente os professores
orientadores sobre o uso desse tipo de informação como fonte para a construção do
conhecimento científico. A hipótese que se lança é que este tipo de informação ainda não é
vista como uma fonte confiável para o uso em trabalhos científicos.
Nesse sentido, o desafio é achar uma saída criativa que evite o pensamento binário e
simplório que, por um lado, insiste entre a “mediação” clássica (dos pares, dos editores, dos
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sábios) e, por outro, no populismo pobre que dá voz a todos sem hierarquias de valores e sem
compromisso com a qualidade das informações disponibilizadas.
2 Objetivos
3 Justificativa
Sabe-se que a pesquisa que não é publicada não existe para a comunidade científica e
que o conhecimento científico segue uma trajetória desde que é concebido pelo pesquisador
até sua publicação.
Isso porque o blog é um meio de comunicação que permite a expressão do autor e sua
comunicação com seus leitores numa interação dinâmica. Mas, ao mesmo tempo que o blog
se constitui em mais uma alternativa de informação e comunicação, ele também requer um
código de ética para que a liberdade de expressão não seja cerceada nem o comportamento
excêntrico impeça a comunidade de trocar informações e experiências relevantes.
Nesse sentido, torna-se importante analisar como a comunidade científica tem sido
afetada por essas novas configurações sociais e tecnológicas e como a mesma tem se
posicionado quanto ao uso de informações que são colhidas em páginas pessoais de
pesquisadores no processo de construção de conhecimento científico.
4 Referencial Teórico
Conforme afirma Aristóteles, todo homem tem por natureza a ânsia pelo conhecimento
da realidade que o circunda. Dentre as várias formas que o mesmo dispõe para compreender o
ambiente que o cerca é através da ciência que o homem tenta de forma mais racional e
confiável conhecer o mundo e encontrar respostas para as inúmeras situações e fenômenos
que cotidianamente o desafia.
Para isso, a comunidade científica conta com canais, tanto formais como informais,
que possibilitam a atualização dos profissionais e a divulgação de informações importantes ao
desenvolvimento da ciência que desempenha um importante papel na sociedade e, de forma
dinâmica e contínua, busca „verdades‟ através da utilização de métodos científicos.
Na atualidade, mais do que nunca, a sociedade percebe, com nitidez, a força da ciência
no desenvolvimento dos povos, tanto em descobertas como o Projeto Genoma Humano, e em
casos polêmicos, tais como a proliferação dos alimentos transgênicos. Na realidade, a
humanidade convive diariamente com o binômio ciência e tecnologia (C&T) seja em casas
bancárias, restaurantes, postos de gasolina, lojas, televisão, semáforos, laboratórios,
consultórios médicos e odontológicos etc. Por outro lado, pensar sobre a relevância da ciência
demanda reconhecer a importância da informação científica, do conhecimento científico, da
comunidade científica, e, por conseguinte, da comunicação científica (TARGINO, 2000).
Para Barreto (1998) o fluxo é um processo de mediação da informação gerada por uma
fonte emissora e aceita por uma receptora, realizando uma das bases conceituais da ciência da
informação: a geração de conhecimento no indivíduo e no seu espaço de convivência.
Embora o processo de construção do conhecimento não seja algo que siga uma
estrutura pré-determinada podendo ocorrer em diversas situações e formas, o processo de
divulgação do conhecimento já é algo mais estruturado e, portanto, mais formal.
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Para as editoras, o retorno financeiro vem das vendas. Para os cientistas, o retorno
financeiro é indireto e vem do reconhecimento e da reputação que resulta da
publicação e que então se traduz em aumento de salário, promoções, convites pagos
para dar palestras, contratos como consultores, bolsas e auxílios para pesquisa, por
exemplo.
É nesse contexto que o artigo científico tornou-se um dos critérios mais importantes
para a promoção da carreira acadêmica e científica, reafirmando a função vital das revistas
científicas para os cientistas. Cabe ressaltar que o artigo científico tornou-se mais um recurso
de regulação das atividades científicas que uma forma universal de informação e comunicação
da ciência (LANA, 2011).
Além das razões citadas acima, nos últimos tempos o advento de alguns movimentos
tem colocado em xeque essa estrutura. Um desses movimentos é o denominado Open Access
(Livre Acesso). “Open access constitui um novo paradigma na comunicação científica –
acesso livre eletrônico - que permite a implementação de repositórios temáticos ou
institucionais e que constitui uma meta a ser alcançada pela sociedade (DECLARAÇÃO DE
BUDAPESTE, 2001 e de BETHESDA, 2003 apud LANA, 2011, online). Entre os pioneiros
do Acesso Livre estão o húngaro-britânico Stevan Harnard e o americano Peter Suber.
Por ainda não ser totalmente compreendido e assimilado muitos acabam não
entendendo exatamente o que esse modelo propõe.
Na mesma linha de pensamento Café e Lage (2002) afirmam que no contexto mais
mercadológico que científico, muito se perde. Para elas, tanto o pesquisador não atinge ampla
divulgação de seu trabalho científico em sua comunidade científica, quanto enfrenta sérias
dificuldades na obtenção de informações que necessita. Nesse contexto, as alternativas
proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, se não eliminam, ao menos
reduzem essas barreiras.
De acordo com Mueller (2006), uma das mais bem-sucedidas iniciativas concretas de
acesso livre a textos acadêmicos foi o arquivo de pré-prints montado em Los Alamos, em
1991, por Paul Ginsparg, que, de acordo com artigo publicado na seção “Debates” da revista
Nature em 2002 (portanto já com alguma perspectiva histórica), teria transformado a natureza
e o alcance da informação científica em física e outras áreas.
Segundo Oliveira (2011), desde o início dos anos 2000, quando o movimento de
acesso livre à informação científica toma corpo nos Estados Unidos da América e na Europa,
o IBICT vem participando de maneira expressiva. Uma de suas primeiras iniciativas foi o
lançamento de documentos como o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à
Informação Científica em 2005. Este documento foi endereçado à comunidade científica,
universidades e institutos de pesquisa, agências de fomento e editoras comerciais de
publicações científicas com objetivos de:
4.2 Novas formas de publicação e acesso à informação científica: o uso dos blogs
De acordo com Björk (2005 apud MUELLER, 2006) os canais mais importantes
existentes hoje para o acesso aberto podem ser classificados em quatro tipos, listados e
descritos a seguir:
Especificamente no que diz respeito ao último item, o referido autor afirma que elas
existem desde os primeiros instantes da Rede, sendo utilizadas pelos pesquisadores para
divulgar sua produção pessoal. Ainda segundo o referido autor, embora não haja estatísticas,
esse seria hoje o canal mais difundido de acesso aberto ao conhecimento acadêmico.
Suber (2007) explica que há dois principais veículos para a disseminação das
pesquisas científicas no contexto do Acesso Livre: as revistas (Journals) em Acesso Livre e
os repositórios. Este autor enumera também outras ferramentas colaborativas, como sítios de
web, livros eletrônicos, listas e fóruns de discussão, blogs, wikis, feeds RSS e redes de
compartilhamento de arquivos P2P. Suber acrescenta ainda que haverá, sem dúvida, muito
mais no futuro no que diz respeito à comunicação científica em meio eletrônico.
De acordo com Oliveira e Noronha (2005), a comunicação científica feita por canais
eletrônicos possui tanto características informais quanto formais. Como comunicação
informal, ela possibilita o contato entre os pesquisadores, favorecendo a troca rápida de
informações e o feedback imediato ao desenvolvimento das pesquisas. Como comunicação
formal favorece a divulgação do conhecimento produzido para um público amplo, em tempo
menor do que a impressa. Neste panorama, a comunicação eletrônica realizada através do
meio informal é feita com o uso de correio eletrônico, listas de discussão e bate-papos, e
formalmente com a publicação de periódicos, livros, obras de referência, entre outros,
editados no formato eletrônico.
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Nesse contexto, uma das ferramentas mais utilizadas são os denominados Blogs.
Abreviação de weblog, a maioria dos usuários da Internet tem utilizado os blogs como diários
pessoais. Entretanto, esta ferramenta colaborativa mostra-se, atualmente, capaz de atender às
diferentes necessidades de informação, entre elas as acadêmicas e científicas. Coutinho e
Bottentuit Júnior (2007, p. 2) nos oferece a seguinte definição para blog:
É uma página na Web que se pressupõe ser atualizada com grande frequência
através da colocação de mensagens – que se designam “posts” – constituídas por
imagens e/ou textos normalmente de pequenas dimensões (muitas vezes incluindo
links para sites de interesse e/ou comentários e pensamentos pessoais do autor) e
apresentadas de forma cronológica, sendo as mensagens mais recentes normalmente
apresentadas em primeiro lugar.
Uma das primeiras apropriações que rapidamente se seguiu à popularização dos blogs
foi o uso como diários pessoais. Esses blogs eram utilizados como espaços de expressão
pessoal, publicação de relatos, experiências, pensamentos e da vida do autor. Ainda hoje, o
uso do blog como um diário pessoal é apontado por muitos autores como o mais popular uso
da ferramenta (AMARAL; RECUERO; MONTARDO, 2009).
Os blogs são um dos meios colaborativos mais conhecidos e utilizados na Internet para
publicação pessoal, uma vez que permitem que milhões de pessoas escrevam e compartilhem
suas experiências de forma coletiva. Essas ferramentas promovem a criação e consumo de
informação original e podem provocar a reflexão pessoal e social sobre temas que interessam
aos indivíduos, aos grupos e à humanidade (GONZÁLEZ, 2005).
Os blogs podem ser considerados como as mais recentes ferramentas que cientistas
estão usando para comunicar suas idéias com outros cientistas e com o público em geral. De
acordo com uma newsletter publicada pela BIREME em 19 de Fevereiro de 2009, nos últimos
anos tem aumentado progressivamente o número de blogs voltados para as ciências.
pois não são necessariamente mantidos por instituições acadêmicas. Destes últimos, ao redor
de mil a 1,2 mil são escritos por estudantes de pós-graduação, pós-doutores, professores
universitários, professores de ciências e alguns por jornalistas profissionais (BIREME, 2009).
Os blogs destinados à ciência fornecem opiniões sobre temas atuais nas mais
diferentes áreas do conhecimento ou têm a finalidade de atrair a opinião de cientistas em
assuntos da literatura ou política científica. O blog científico mais visitado da atualidade é o
Pharyngula com cerca de 20 mil acessos por dia. A linguagem informal e o formato breve e
informativo dos posts encontrados nos blogs são os principais atrativos para tanto sucesso de
público, bem como a possibilidade de formar comunidades online por meio dos comentários
deixados nos posts (BIREME, 2009).
Muitos cientistas utilizam blogs de ciência para postar informação sobre seu trabalho e
assim obter comentários de outros cientistas e também de pessoas fora do círculo usual de
leitores. Alguns autores sugerem até mesmo postar nos blogs parte dos trabalhos antes de
publicá-los para estimular a troca de idéias e trazer à tona novas perspectivas conforme
apresenta Alves (2011, online).
Cientistas que fazem uso do blog encaram seu uso como um complemento à
comunicação científica clássica realizada por meio dos periódicos. Muitos cientistas, porém,
ainda encaram o blog como uma distração pouco atraente do seu mundo real e acham que tem
muito pouco a ganhar comentando seu trabalho com leigos ou especialistas em outras áreas.
Outros acham atraente a possibilidade de se comunicar através dos blogs, mas o fazem
anonimamente, com receio de serem considerados pouco sérios ou de dedicarem tempo a
tarefas não reconhecidamente acadêmicas.
ou mais blogs associados ao site oficial. Estes blogs associados a periódicos tradicionais
podem ajudar a fechar a lacuna existente entre a literatura científica clássica e a comunidade.
Neles, os leitores podem postar comentários e assim iniciar uma discussão com os autores e
outros leitores. Estas discussões contribuem para aumentar a visibilidade dos trabalhos e
estimular o intercâmbio de idéias entre pares.
Nesse contexto, a revista Nature tem uma ampla coleção de blogs para atender a todos
os periódicos de seu grupo editorial. Em seu website há também uma página dedicada a
indicar e catalogar blogs científicos de boa procedência separados por assunto. A Public
Library of Science e o BioMEd Central que publicam periódicos em acesso aberto fazem uso
intensivo de blogs (BIREME, 2009).
Matéria do Estadão On-line aposta que, em 2012, 25% do conteúdo da internet será
criado pelos próprios usuários. Essa é uma das diferenças entre as mídias de função
massiva e as mídias de função pós-massiva. Segundo a pesquisa, “[...] as pessoas
terão um desejo genuíno não só de criar e compartilhar seu próprio conteúdo, como
também de fazer remixagens e mashups, e passá-los adiante em seus grupos – numa
forma de mídia social colaborativa [...]”. Artigo do francês Telerama de fevereiro de
2008 informava que os blogs ultrapassaram o jornal The New York Times como
fonte para busca das informações mais importantes da atualidade (grifo nosso).
Como podemos perceber, os blogs estão cada vez mais se tornando um importante
canal de comunicação científica e cada vez mais vem sendo usados como fontes de
informação científica. Assim como o surgimento dos periódicos de livre acesso geraram certa
desconfiança no inicio na comunidade científica e agora estão consolidados como importantes
canais de disseminação das informações, os blogs também podem, num futuro bem próximo,
se tornarem fontes permanentes e confiáveis de acesso à informação científica.
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Considerações finais
REFERÊNCIAS
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