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Reflexão crítica

O Antes
Ser Professor

No dicionário: aquele que ensina; mestre; lente; aquele que é versado em qualquer ramo de ciência ou arte.

O conceito de professor como um instrumento de acção transformadora do comportamento dos outros.


(Arthur Combs)

Mas afinal o que é ser professor? É alguém que transmite o conhecimento…será? Não!!! O professor tem o
dever de transmitir o conhecimento sim, mas não é só isso que ele faz, não é só isso que ele é, um mero
tradutor, é muito mais do que isso…é sim, um educador, um formador. Os alunos passam uma grande parte
do seu tempo com os professores, alguns até mais do que com os próprios pais, estes docentes influenciam os
alunos para a eternidade. São eles que, além de lhes ensinarem conteúdos, lhes ensinam a pensar, a reflectir,
lhes desenvolvem as competências e que os preparam para um futuro melhor. Transmitem-lhes valores,
reforçam ideias, incutem-lhes as responsabilidades, ensinam-lhes a querer mais e melhor. Afinal, um
professor é apenas alguém que quer tornar o seu aluno num ser humano melhor. O professor é aquele a
quem o aluno pede ajuda, ou mesmo que não peça, o professor percebe que ele precisa dela. O professor é
aquele a quem o pai ou mãe recorre quando vê que o seu filho não esta bem psicologicamente. O professor é
aquele a quem o órgão administrativo da escola recorre quando há problemas. O professor é aquele que o
Ministério da Educação procura para que aplique as suas leis. O professor é…apenas professor…

Hoje, a poucos dias de começar o ano lectivo, começo a pensar bem se era isto que eu queria…e em todas as
vezes que o faço, chego à mesma conclusão: sim, era. Apesar de todos os medos e receios que tenha em
relação a esta profissão, concluo sempre que a compensação será maior que os problemas que possam
decorrer. Claro que as coisas podem não correr da melhor maneira, mas há que não desistir e tentar sempre
corrigir os erros que possa cometer. Estes erros hão-de ser sempre realçados, pois temos os orientadores que
os vão apontado, de modo a que fiquemos melhor preparados para o futuro. Mas os erros não são apenas
científicos, esses serão talvez os mais fáceis de corrigir, existem também os pedagógicos e a maneira como
lidamos com os alunos é bastante importante na formação dos próprios alunos. É importante não errar, mas
errar toda a gente erra, mais importante é saber reconhecer o erro de modo a não errar de novo.

Imagino-me no primeiro dia em que for dar uma aula…nervosa, a tremer provavelmente, e com medo de não
conseguir explicar o pretendido, mas também imagino que outros já passaram pelo mesmo, ninguém morreu
e a maior parte deixaram de estar assim nas aulas seguintes e por isso o mesmo irá acontecer comigo, afinal é
suposto os alunos terem mais medo do professor do que o professor dos alunos. Mas aqui o medo não é dos
alunos, o medo é do conteúdo da aula, se algum aluno me pergunta algo que não sei…claro que vou dizer o
clássico “vamos todos pensar nisso para casa”, mas é sempre difícil, acho eu.

Falando da parte boa, acho que é deveras importante quando vemos que os alunos perceberam aquilo que
lhes foi ensinado e que o conseguem aplicar a outras situações. Esta disciplina pretende que aprendamos a
conhecer e a explicar os fenómenos que ocorrem na Natureza e é precisamente isso que queremos, que os
alunos consigam entender o que se passa à sua volta através das leis da Física e das explicações da Química.
Essa será a verdadeira satisfação, verificar que o aluno evolui, progride como ser intelectual, mas também
como ser humano.

Será compensador quando sentirmos que o aluno está feliz com o que aprendeu e com o que nós lhe
ensinarmos; quando, após horas e horas de planificação de cada detalhe da aula, a aula é única, original e
mesmo surpreendente pela positiva; quando entrarmos cansados na sala de aula e, diante da reacção da
turma, transformarmos o cansaço numa aventura fascinante de ensinar e aprender; quando nos envolvermos
com os nossos alunos nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou
os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção
necessária; quando conseguirmos equilibrar os horários de trabalho e manter o humor e a competência para
que o última turma do dia não fique prejudicada. Assim valerá a pena.

Setembro de 2008

O Durante
10ºano
Conteúdos leccionados:
Química (aulas laboratoriais) Física (aulas teóricas e laboratoriais)
Métodos de separação de misturas Energia (aulas teóricas e laboratoriais):
Medição em Química Fontes,
Teste da chama em metais Transformações de energia
Propriedades físicas das substâncias (densidade, Transferências de energia - Radiação, Calor e
ponto de fusão e de ebulição) Trabalho
Colóides 1ª e 2ª Leis da Termodinâmica

Primeira aula:
Data: 30 de Setembro 2008
Hora: 10:05h
Local: Sala 1
Turma: 10ºCT2
Colega: Cristina Coelho
Material utilizado: Quadro Interactivo, PC, Power Point, Fichas informativas, Exercícios
Sentimentos: insegurança, nervosismo, ansiedade e excitação.
Medos: comer palavras, ficar vermelha que nem um tomate, não saber responder às questões, mau
comportamento, etc.

Iniciámos a primeira aula logo no mês de Setembro, nervosas e com algum medo, no entanto com o passar da
hora vimos que não havia razão para tal, os miúdos foram impecáveis, portaram-se bem e acho que nós
também. Como eles estavam divididos por turnos à tarde repetimos o mesmo da manhã, já menos nervosas,
mas ainda um pouco, fizemos pelo melhor. Claro que existiram muitas correcções a fazer para as próximas
aulas, o nosso orientador sempre nos alertou para isso e muito bem.
As restantes aulas laboratoriais correram sempre mais ou menos bem, a nossa decisão de dar aulas de
laboratório em conjunto mostrou-se bastante positiva.
Julgo que a aula que os alunos mais gostaram foi a do teste da chama nos metais, que eles nunca tinham
visto.

No dia 28 de Janeiro de 2009 dei a minha primeira aula teórica. Decidimos entre nós que iria eu começar a dar
aulas ao 10ºano. Iria abordar o tema da Energia.
Também com o 10ºano procurei ter aulas motivadoras e dinâmicas. Nesta primeira aula dei uma imagem,
para que os alunos reflectissem sobre ela e chegassem ao conceito de energia. Dei-lhes várias ideias do
quotidiano sobre este mesmo conceito, que ao nível da ciência estavam erradas. Mostrei-lhes vídeos e
gráficos para analisarem. Esta era uma turma que ao nível do comportamento não dava grandes problemas.
Com o tempo fui deixando o nervosismo para trás, sentia “apenas” a responsabilidade de uma aula de
10ºano, que achei bastante grande. Tentei não cometer erros científicos, podendo isso ter acontecido uma ou
duas vezes, não mais do que isso pela crítica final em cada uma das aulas, no início precisava de ter um maior
feedback por parte dos alunos, o que depois se resolveu. Procurei sempre dar as mesmas oportunidades a
todos os alunos, mesmo aqueles que não faziam questão de participar, apesar de eu saber que havia um ou
dois que tinham sempre resposta para mim, acabando isso por ser uma “muleta”.
Mas nem sempre as coisas correram bem, houve um dia em que o objectivo era os alunos fazerem uma ficha
de trabalho onde se analisava a situação energética actual. Eu decidi que lhes devia dar espaço e tempo para
eles próprios resolverem. Vi que não foi uma boa estratégia, pois houve alguma confusão e eu já estava aflita.
Percebi que não devemos dar assim tanto espaço. Daí por diante, controlei sempre o decorrer da aula, de
modo a orientá-los e as coisas já correram melhor.
Tal como disse anteriormente, tentei sempre dinamizar as minhas aulas de modo a motivar os alunos, para
isso comecei por fazer um debate sobre as energias renováveis e não renováveis. Inicialmente achei que seria
apenas para a turma, quando o Prof. Ramalho não só me manda para o auditório como me faz o favor de o
encher. Eu estava bastante nervosa como moderadora, confesso que os alunos estiveram bastante bem e que
me ajudaram, pois foram eles que dominaram o debate. É importante que haja aulas diferentes como esta,
não só para eles, como para todo o auditório que assistiu.
Uma outra aula que decidi fazer foi dar liberdade aos alunos para fazerem um vídeo sobre a energia. Esta foi a
última aula do 2ºperíodo e fiquei surpreendida com os vídeos pela positiva.
Mais uma aula deste tipo foi a exposição de trabalhos sobre o calórico. Porque a história da ciência é
importante para percebermos a ciência de hoje.
7ºano
Conteúdos leccionados:
Química Física
-Os materiais e suas propriedades físico-químicas; Energia: e transformações

-Substâncias e misturas de substâncias Fontes e formas de energia


-Soluções Transformações de energia

Na primeira quarta-feira do ano lectivo, lá estava eu e a Cristina, na sala, sentadas atrás. Os miúdos ficaram
um pouco “incomodados” com a nossa presença, o que é normal. Depois o professor António lá lhes explicou
quem éramos. A partir daí isso já lhes era indiferente, duas estranhas que se sentavam lá atrás e que pouco
falavam com eles.
No dia 27 de Novembro, realizámos uma visita de estudo ao Palácio D. Manuel, onde estava presente uma
exposição sobre as experiências de Rómulo de Carvalho. Foi uma boa maneira para começarmos a interagir
mais com eles. Eles gostaram, ou pelo menos pareceu, e nós estivemos lá para os ajudar a entender melhor. A
única coisa que correu menos bem, foi o desaparecimento de um espelho que ninguém tinha visto e que para
“remediar” a situação, deixei lá um que tinha na mala.

Iniciei a minha primeira aula no dia 28 de Janeiro com a turma do 7ºC. Já tinha assistido às aulas deles, desde
o início do ano, já sabia mais ou menos o que esperar: uma turma agitada, mas bastante interessada. Eles
estão divididos em dois turnos seguidos, logo dei sempre duas aulas seguidas. Comecei a aula com uma série
de questões “estranhas ” no quadro, tais como: “porquê que as pipocas rebentam?”, “porquê que a cola
cola?”, “porquê que ….”, para chamar a atenção da turma e pelos vistos resultou, eu pretendia introduzir o
conceito de Química. Como era a primeira aula achei que os devia motivar de diversas maneiras, assim, além
das questões anteriores, coloquei vários objectos dentro de uma caixa preta fechada. Claro que isso
despertou curiosidade nos alunos, o que eu pretendia era que eles classificassem os materiais que estavam
dentro da caixa de várias maneiras, queria que eles vissem que existem imensas classificações, a Química, tal
como nós, utiliza aquela que mais lhe convém.
A minha segunda aula, resolvi dá-la no laboratório. Achei importante que os alunos tivessem contacto directo
com material de laboratório, ao invés de apenas verem apenas imagens. Depois de conhecerem o local, onde
irão muitas vezes trabalhar, realizei experiências engraçadas com eles, de modo a incutir-lhes o gosto pela
ciência, exemplos foram a combustão de aparas de magnésio, o sopro mágico, etc. Esta foi, claramente, uma
aula diferente das outras, o que é normal, pois eles nunca tinham contactado a sério com um laboratório e
estavam bastante entusiasmados, e eu também.
Um pouco mais à frente, como achei que eles já estavam melhor preparados para estar num laboratório e
utilizar o material deste, preparei dois protocolos e eles determinaram a massa volúmica de um sólido e
prepararam uma solução. A aula correu bem, fiquei contente porque vi que eles estavam a progredir.
Iniciei dois temas de enormes dimensões: a Química e a Energia, na parte da Física. A Energia também eu a
tinha já iniciado com o 10ºano e foi mais fácil para mim.
Resolvi inovar e fazer uma coisa diferente. A minha primeira aula dada sobre a energia começou por pedir
silêncio aos alunos e que estivessem com toda a atenção. Coloquei uma imagem de relâmpagos no quadro
interactivo e juntei-lhes o som dos trovões. Depois disto passei um filme, sobre a energia contida no vento.
Vou-me lembrar para sempre desta aula, um silêncio total e uns olhos intrigados por toda a sala. O meu
objectivo era chegar ao conceito de energia e saber que ideias tinham eles acerca disso.
Eu estava um pouco nervosa nessa aula, coisa que fui deixando de estar ao longo do tempo, quando olhava
para a Cristina, para o professor Ramalho e para professora Mariana ficava mais nervosa, todos de cara tão
séria que só pensava “já estou a fazer asneira”. No fim disseram-me que correu bastante bem e fiquei mais
aliviada.
Na aula seguinte, segui a sugestão da professora Mariana e enchi uma mesa com experiências, onde estavam
presentes várias transformações e transferências de energia. Infelizmente não tive tempo para explorá-las
tanto como queria, mas ficou a lição.
Nem sempre foi fácil controlar a turma, por vezes estavam muito agitados, por vezes eu própria não me
consegui impor como queria. Lembro-me de um episódio que tive que mandar um miúdo para a rua, pois ele
além de não se calar não parava de rir. Mandei-o arejar ao corredor, numa altura até que o professor
Ramalho tinha saído da sala. Depois fui à porta e mandei-o entrar, já vinha a chorar. Fiquei até com pena, mas
não lhe podia passar a mão pela cabeça, como se não se tivesse passado nada, no entanto falei com ele sobre
o assunto. Fiquei para saber se tinha feito o correcto ou não, mas na aula seguinte vi que tinha acertado na
minha posição, pois o Luís (era o nome dele), além de não interromper a aula nenhuma vez estava bastante
interessado e motivado. Penso que ele percebeu a atitude e isso era o que eu pretendia.
As minhas aulas pretenderam sempre ser interactivas, inovadoras e motivadoras, tentei sempre utilizar
materiais novos (imagens, vídeos, áudios, objectos diferentes, material de laboratório, etc.), questionar os
alunos sobre as suas ideias pré-concebidas e construir novas através dessas. Nenhuma das aulas que dei foi
apenas expositiva, existiram sempre momentos de descontracção, nos onde procurava obter a atenção dos
alunos através de outros materiais, um ou outro exercício no quadro interactivo, uma ou outra experiência.
Tenho noção que por vezes existia algum barulho, mas esse carácter interactivo e mais de diálogo do que de
exposição, contribui exactamente para isso. Se os conteúdos foram “absorvidos” pelos alunos como eu
pretendia, então não me importo que tenha havido um pouco mais de agitação.
O Depois
Já acabei o estágio, falta apenas entregar este portfólio…Não posso dizer que estou contente, vou embora de
Évora, vou deixar pessoas para trás, embora possa voltar, nunca irá ser a mesma coisa.

Ainda não tinha acabado e já estava com saudades. Levantar-me às 7 e um quarto da manhã para enfrentar
cerca de 60 olhos a olhar para mim, não posso dizer que não goste, pelo contrário, posso dizer até que gostei
bastante.

Hoje sei que evoluí durante o estágio, os momentos de nervosismo foram desaparecendo, dando lugar
mesmo a um à vontade que não esperava ter. A relação com os miúdos foi impecável e hoje que estou do
outro lado entendo a relação que ficou com alguns dos professores que tive. Tenho que melhorar ainda
algumas coisas, nomeadamente o controle da turma.

Hoje sei realmente o trabalho que um professor tem, porque se este ano quase deixei de ter vida própria,
para preparar todos os materiais em casa. Sem dúvida que há mais trabalho de bastidores do que de palco.
Mas assim tem que ser e é assim que terá que ser sempre. Acho que tivemos muita sorte com os níveis de
ensino, pois permitiu-nos contactar com um nível do básico e com um secundário, e ver que a exigência é
completamente diferente.

Em relação à Universidade de Évora e aos meus professores digo bem na sua maioria. Durante este ano,
tenho pena que não tenhamos sido mais acompanhadas pela própria coordenação de estágio, pois raras
foram as reuniões e se sabíamos de alguma coisa tínhamos que andar sempre a perguntar. Espero que para o
ano as coisas mudem um bocadinho e que as minhas colegas tenham mais apoio da casa que as acolhe.

Este ano, mais do que um ano de professora, foi um ano de aluna. É isso que vou ser sempre ao que parece,
juntamente com a professora, espero poder dizer isto para o ano.

Julgo que já disse a maior parte das coisas, talvez ate demais, anteriormente.

Recordo com pena a desistência de um aluno (Pedro Rosa), que nunca quis saber da escola para nada, mas
que pouco antes do acidente se estava a começar a interessar e a participar nas minhas aulas. E eu que pensei
que as coisas estavam a mudar para ele e para nós, infelizmente teve azar e perdeu de duas formas, a nível da
saúde e a nível intelectual.

Relembro as horas e horas passadas com a Cristina no laboratório. Os milhares de perguntas que tínhamos,
muitas vezes sem resposta, os muitos resultados que davam errados e que não saíamos de lá sem darem
certos. As muitas horas no Verney a corrigir ou a fazer grelhas de correcção. As centenas de emails trocados
para ver se estávamos as duas de acordo.

Relembro as horas passadas no nosso gabinete, com um frio de rachar e nós quase em cima do aquecedor, a
falar das nossas aulas com o Prof. Ramalho, que sempre nos criticou construtivamente. E graças a ele pude
crescer enquanto aluna, professora e principalmente como pessoa.

Relembro os alunos que vinham ter comigo para pedir conselhos sobre futuros cursos, que me contavam
coisas sem eu perguntar nada, que me faziam rir, que me faziam perguntas a que eu ficava a olhar e a pensar
“mas onde é que ele viu isto”, como o caso de um aluno de 7º, que me veio perguntar o que era o h traçado
(constante de Planck/2) ou uma aula em que outro aluno de 7º me fez todas as perguntas e mais algumas
(difíceis) sobre a energia. Os alunos que me cumprimentavam várias vezes por dia, que me divertiam e me
faziam levantar cedo todos os dias com boa disposição. Que no fundo fazem a diferença no meio deste difícil
processo que os professores atravessam.

Relembro principalmente a última aula de 10º na qual passámos um vídeo que mostrava os melhores
momentos fotografados do ano inteiro. Relembro uma ou duas alunas mais emocionadas, que choraram.
Acho que nós próprias estávamos emocionadas e o professor também, que eu bem vi☺.Ainda hoje estou☺

Recordo com carinho todos os bons momentos.

Obrigado Alunos.

Obrigado Cristina.

Obrigado Prof. Ramalho. A si muito obrigado.

Obrigado aos orientadores.

Obrigado Pedro, por teres ouvido todos os meus desabafos.

Obrigado família por me terem aturado.

Filipa

Junho 2009

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