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Qual é o seu Orixá no Culto Tradicional Iorubá?

04.04.2016
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Fê Aguiar - Ifasola

Sabia que esta é a pergunta mais frequente no Google quando falamos de


Orixá?

Qual é o meu Orixá de cabeça?

Vivemos em busca da nossa identidade. Esta é uma caçada solitária, que


apenas nós mesmos compreendemos e sabemos a sua
importância. Precisamos de algo para nos agarrar, nos fortalecer e que
possa nos afirmar quem de fato somos e de preferência de quem é
esse sangue que carregamos. A grande pergunta que fazemos é: Quem eu
sou? Buscamos um atestado de realeza ou uma garantia de que uma hora
as coisas vão dar certo.

Quando eu ainda era criança e na pré-adolescência, antes de confirmarem


no jogo, muitas pessoas diziam que eu era de Yemoja, logo depois
mudaram para Oyá. Quando foi pra valer mesmo eu fui iniciada no
Candomblé para Oxum. Mesmo depois de iniciada ainda existia uma voz
dentro de mim me perturbando, além de sonhos enigmáticos que me
diziam que faltava algo. Durante um bom tempo, eu enchi a paciência dos
meus orientadores, afirmando que por mais que eu amasse Oxum, tinha
certeza que tinha algo errado. O meu coração me dizia que eu não era
apenas dessa Ìyágbá, pois eu era diferentes das filhas de Oxum que eu
conhecia, inclusive das de Opará. Mais uma vez, eu não cabia na
embalagem que me deram.

Eu sempre gostei de me cuidar, mas sempre detestei salões de beleza. Não


gosto de paparicar ninguém, não gosto de falar sobre amenidades da moda
e da televisão. Adoro filmes, esportes, musculação, carros e velocidade.
Tenho em mim um grande sentimento de empatia (colocar-se no lugar do
outro), sou feita de emoção, me importo sinceramente com a felicidade das
pessoas , sou uma impulsiva em tratamento e com uma paciência sendo
trabalhada dia a dia. Não tenho problema nenhum em entrar em
brigas. Assim que você me conhece e põe os olhos em mim, vai perceber
que eu tenho uma presença forte, com a cara de poucos amigos, como se
eu fosse uma pessoa bem fechada e reservada. Na verdade eu nem
percebo, e acredito que seja apenas uma defesa que eu criei. Para as
pessoas mais próximas, por exemplo, eu adoro fazer palhaçada.

Cadê Oxum, nesse esteriótipo? Me diga, cadê ?

A verdade é que eu era uma típica filha de Oxum com Ogum, mas essa
dúvida me gerou muitos conflitos internos.

Ao ir para o Culto, eu precisei desconstruir o conceito de filha/filho de


Orixá. Aprendi que em África há cultuadores e devotos de Orixá. Não
existem filhos(as). Mas existem Orixás que são ancestrais de uma pessoa e
de famílias, no caso dos Eborás*, que são ancestrais divinizados. Eu
continuo afirmando a todos que sou filha de Oxum e Ogum, mas sei que
sou uma devota. Quando Obatalá soprou o emí em mim, ele veio carregado
do axé de Oxum e Ogum.

Estamos sempre recomeçando e nos reiventando. O Culto Tradicional é um


grande exemplo disso em minha vida. Quando eu fui iniciada em Ifá, criei
algumas expectativas quanto ao que iria ser revelado. Vou contar duas
delas: Que saísse Oxum e Ogum para mim, e que o Bàbálawo me dissesse
que eu TINHA obrigatoriamente que tocar atabaque. Uhuuuu!!! :) Criar
expectativas, ao meu ver, nunca é bom, mas eu criei assim mesmo.

Quando chegou a minha vez de serem revelados os Orixás e as prescrições


de Ifá, o mundo fez um minuto de silêncio. Minha boca ficou
seca. Tambores rufaram na minha cabeça e aqueles minutos pareciam uma
eternidade. Tinha finalmente chegado a hora! Ansiedade latente. Acho que
prendi até a respiração na hora. Eu pensava: Calma! Calma! Respira pelo
nariz, solta pela boca...

Imagine a minha cara quando recebi de Ifá os Orixás que eu precisava me


iniciar, que no total foram sete, e nenhum deles eram Oxum e Ogum.
Atabaque? Ô dó! #surtei! E só não chorei, por que eu fui preparada para
essa possibilidade. Nenhuma das minhas expectativas criadas
tiveram happy end.

Continuo sendo de Oxum e Ogum?


Sempre!!!

Serei eternamente, cultuadora, devota e filha desses dois Orixás. Eles


continuam respondendo em minha vida, como sempre responderam, pois
eu os cultuo diariamente. No entanto, eu preciso das energias e atributos
que estão ausentes ou insuficientes em mim, para alcançar a minha
missão/destino em àiyé, e foi isso que Ifá revelou. Pode ser que eu também
precise de Oxum e Ogum para esta missão, mas acredito que eu já tenha
deles a essência que irá me apoiar em minha busca.

Então, respondendo ao título do texto, Qual é o seu Orixá dentro do Culto


Tradicional?

Cada um de nós nasce com a essência de 1 ou 2 Orixás. Identificá-los é


olhar para nós mesmos e enxergar esses atributos que dão destaque à
nossa personalidade. Lembrando que isso não nos faz filhos desse(s)
Orixá(s), apenas que trazemos esse princípio energético conosco. É
possível que um sacerdote também possa identificar essa essência através
de uma consulta oracular. No entanto só haverá vinculo entre nós e esse
Orixá, se houver culto. Se você se espelhar nos atributos e trouxer para a
sua vida o que esse Orixá ensina.
Poder ser que Ifá determine ou não que você se inicie nele. Não importa.
Quem constrói essa relação somos nós com o nosso culto e o nosso
comportamento. Como a minha Ìyá diz: Não adianta cultuar Oxum e
desrespeitar a nossa mãe, como não adianta Cultuar Obatalá e ser
um mentiroso, não adianta cultuar Exú e ser intolerante ou cultuar Ogum e
desistir na primeira dificuldade. Precisamos ser sempre coerentes.

Ire O

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