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Gisele Ferreira Machado

Texto: As contribuições da Psicanálise para a Educação.

A questão das dificuldades de aprendizagem, suas causas e consequências, são muito


discutidas na atualidade. O entrelaçamento entre Educação e Psicanálise permite o levantamento de
questões relacionadas ao desenvolvimento humano, à relação de transferência aluno-professor, ao
prazer em aprender, à terapêutica da Educação, à linguagem etc. Todavia, a Educação trata do
campo do ser humano por meio de uma promoção educativa e a Psicanálise, por meio de uma
promoção terapêutica.
A questão de uma Educação Terapêutica é alvo intenso de discussão, ela se apóia em torno
de três eixos: a inclusão social, o eixo simbólico e a operação educativa. Uma atuação educativa que
supõe a existência de um sujeito singular nas crianças com distúrbios graves, por exemplo,
possibilita ao professor trabalhar de forma a não considerar o desempenho de seus alunos a partir de
níveis de desenvolvimento previamente estabelecidos, o que tem levado muitos professores a
sentimentos de incapacidade e de não-reconhecimento do seu trabalho.
A Psicanálise contribui para a educação a partir da introdução de novos elementos sobre os
processos educativos, principalmente com a relação de transferência e contra-transferência,
mecanismos de identificação projetiva e identificação das angústias e medos, dando maior
importância à história pessoal e os motivos individuais, na preocupação com a visão completa do
sujeito.
A transferência referida à cima, na visão da Psicanálise é uma manifestação inconsciente,
onde o desejo irá se apresentar atualizado, enquanto que, na prática pedagógica o mesmo termo diz
respeito quando o desejo de saber do aluno se prende a um elemento particular, que é a pessoa do
professor. A partir do momento em que o professor compreende os princípios da transferência,
percebendo que ele faz parte da vida emocional e sentimental do aluno, e que isso provavelmente
interfere no processo de aprendizagem, então esta parece ser um novo e eficaz instrumento de
trabalho com o poder de quebrar barreiras antes indestrutíveis.
A partir da suposição do aluno de que o professor é fonte de saber, este representará uma
figura de autoridade. O professor pode e deve dirigir a formação, que é transmissão, porém o que
não é aconselhável é que queira moldar seus alunos, segundo um padrão pré-estabelecido,
totalmente adaptativo em que não sobre espaço para o desenvolvimento do sujeito-aluno.
Se o professor souber aceitar a sobreposição feita sobre ele e seu saber, sem deixar de lado
suas próprias certezas e seus desejos, então estará contribuindo para uma relação de aprendizagem
autêntica. Através da transferência, o aluno passará a tomar verdadeira posse daquele saber que
constituirá a base para futuros conhecimentos e construções dos saberes. Ao professor guiado pelo
desejo, cabe o esforço de organizar, articular e tornar lógico seu campo de conhecimento e
transmiti-lo a seus alunos.
Entretanto, a importância da imagem do professor não é somente como transmissor do saber.
À medida que os alunos demonstram sentimentos de alegria, tristeza e raiva vividos em sala de aula,
intimamente ligados ao professor, evidencia-se a sua importância na vida global dos alunos.
Em termos psicanalíticos, o indivíduo deve ser capaz de mobilizar seus recursos conscientes
e inconscientes para compreender ou para resolver uma situação-problema, e o conhecimento está
sempre permeado pelo desejo. Os brinquedos, por exemplo, muitas vezes usados no processo de
educação, exprimem detalhes das experiências infantis e são como instrumentos fazendo parte de
um cenário capaz de revelar o mundo interno das crianças.
As conexões entre a Psicanálise e a Educação tem o poder de proporcionar instrumentos que
auxiliam não só na aprendizagem escolar, mas numa aprendizagem global da vida. É perceptível
que a transferência aluno-professor é mediada pela afetividade e pelo processo de identificação, e
que o ato de educar transmite ao aluno marcas e estilos que vão muito além da idéia de aquisição do
saber. Construir uma interpretação psicanalítica sobre a educação, nos dias de
hoje, pode apresentar uma forma eficaz de orientar o trabalho pedagógico.

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