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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4º VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CAMPO GRANDE - MS.

Processo n° 0835467-04.2017.8.12.0001

ODERCI DOS SANTOS já devidamente qualificado nos


autos em epígrafe, já qualificados, por intermédio de seu advogado signatária
desta, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos
da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS, DECORRENTE DE
ACIDENTE DE TRÂNSITO, apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO em
desfavor de KAMILA TEIXEIRA MENDOÇA BORBA e EVA MARIA DA SILVA
FERREIRA também já qualificadas nos autos, pelos fatos e fundamentos
jurídicos a seguir aduzidos:

I - BREVE RELATO DOS FATOS

No dia 09/09/2016, por volta das 23h00min, transitava o


Requerente na motocicleta HONDA/CG 125 TITAN, placa HRW4392, pela
Avenida Afonso Pena, sentido Leste/Oeste, quando no cruzamento com a Rua
Espirito Santo, deparou-se com o automóvel FIAT/PALIO FIRE, placa
OON0137, que atravessou, subitamente, na via pela qual trafegava o
Demandante, desrespeitando sinal de “PARE”, vindo a ocorrer a colisão,
Boletim de Ocorrência nº 2016/04113 – anexo
Posteriormente, em razão do acidente o Requerente
dirigiu-se para a Associação Beneficente de Campo Grande – SANTA CASA,
sendo constatado no momento oportuno “fratura de rádio distal do punho
esquerdo, ferimento com desvitalização de pele lesão de flexor dos dedos do
pé esquerdo, ferimento com perda de substancia em face medial do tornozelo
esquerdo com lesão de ligamento deltoide”, sendo necessária intervenção
cirúrgica para remediar o quadro clínico inicialmente apresentado. (Doc. Anexo)

II - DO ACIDENTE DE TRANSITO

Destarte, in casu, tem-se como incontroversa a culpa da


motorista do veículo Requerida ao realizar a travessia da via sem a cautela
exigida na ocasião, interceptando a trajetória da motocicleta que seguia na via
preferencial causando o acidente.

Pois bem. Inicialmente, de se destacar que se está diante


de responsabilidade civil subjetiva, prevista nos artigos 186 e 917 do Código
Civil, verbis:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito."

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."

A responsabilidade civil subjetiva pressupõe, assim, a


demonstração da culpa ou dolo do agente, do nexo de causalidade entre o ato
ilícito e o dano, e o prejuízo.

"que viole qualquer valor inerente à pessoa humana ou


atinja coisa do mundo externo que seja juridicamente
tutelada"
Denota-se, portanto, que a situação fática evidenciada pelo
Boletim de Ocorrência de fls. 23/29, corrobora com a versão da parte autora de
que o abalroamento ocorreu em razão da condutora ora Requerida, por ter
ingressado na via sem a cautela exigida à segurança do trânsito, interceptando
a trajetória da motocicleta que trafegava pela via preferencial.

O cenário do sinistro, conforme demonstrado alhures,


aponta a imprudência da condutora Requerida pelo infortúnio, tendo em vista
que a mesma deveria ter parado, não dispensou a cautela exigida ao realizar
manobra para adentrar na via preferencial, motivo determinante do sinistro.

Assim, destacada a imprudência da condutora Requerida na


condução do veículo, uma vez ser seu dever de manutenção da atenção no
trânsito de forma a prevenir acidentes, conforme preceitua o artigo 28 do
Código de Trânsito Brasileiro, verbis :

"O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de


seu veículo, dirigindo com atenção e cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito."

Somado a isso, emerge cristalino da norma de trânsito


nacional o dever do condutor agir com cautela e prudência especial ao
aproximar-se de vias preferenciais (na intenção de ingressar), mormente em
razão da eventual necessidade de frenagem do veículo. É, mais uma vez, a
conduta consagrada no Código de Trânsito Brasileiro:

"Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de


cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar
prudência especial, transitando em velocidade
moderada, de forma que possa deter seu veículo com
segurança para dar passagem a pedestre e a veículos
que tenham o direito de preferência."

Ademais, o Código Brasileiro de Trânsito orienta os


motoristas para que tenham prudência ao executar qualquer tipo de manobra.

A respeito, transcreve-se o art. 34 da referida legislação:

"Art. 34. O condutor que queira executar uma


manobra deverá certificar se de que pode executá-la
sem perigo para os demais usuários da via que o
seguem, precedem ou vão cruzar com ele,
considerando sua posição, sua direção e sua
velocidade."

Os argumentos apresentados na contestação (fls.81/89),


pelas Requeridas não correspondem precisamente à verdade, tendo sido
modificados a seu inteiro talante.

Com a devida licença, a Requerida deseja apresentar-se


como vítima, como lesada, olvidando as circunstâncias em que realmente
ocorreu o acidente.

Decorre desse dispositivo, o dever de todo motorista de


manter o controle absoluto sobre o veículo conduzido, com vistas a resguardar
o bem jurídico maior que é a vida.

PILOTAR SEM HABILITAÇÃO

O fato de o Requerente estar dirigindo sem a devida


Carteira de Habilitação, constitui mera infração administrativa, e não enseja,
por si só, culpa pelo evento danoso

Dirigir sem possuir CNH constitui mera infração


administrativa e não enseja, por si só, culpa por evento danoso,
principalmente quando tal conduta em nada contribuiu para a ocorrência de
acidente de trânsito.

Acrescente-se, ainda, que não há falar em concorrência de


culpas pelo sinistro em razão do autor da motocicleta não ter CNH, ou então,
de que a vítima contribuiu para o sinistro por não possuir carteira de
habilitação. Isso porque a falta de habilitação legal constitui infração de
natureza administrativa, nos termos do artigo 162 do Código de Trânsito
Brasileiro, verbis:
"Art. 162. Dirigir veículo: I - sem possuir Carteira Nacional
de Habilitação ou Permissão para Dirigir: Infração -
gravíssima; Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do
veículo; [...]"

Trata-se, portanto, de sanção imposta


administrativamente, no âmbito da legislação de trânsito, cuja irregularidade
não guarda relação com a culpabilidade no infortúnio.

Além disso, conforme bem analisado, a conduta da vítima


em nada contribuiu para a ocorrência do sinistro, ficando evidenciado pelo
conjunto probatório amealhado aos autos a culpa exclusiva do condutor do
automóvel.

Demais disso, há muito a jurisprudência já firmou


entendimento acerca da responsabilidade dos veículos maiores pela segurança
dos menores, e de todos pelos pedestres e ciclistas. Nesse sentido, dispõe o
artigo 29, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro, verbis:

"Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres


abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
[...]

§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta


estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
veículos de maior porte serão sempre responsáveis
pela segurança dos menores, os motorizados pelos
não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos
pedestres." (grifo nosso)

IV - DA AUSÊNCIA DE ILEGITIMIDADE PASSIVA


Permissa Máxima Vênia, Excelência não se pode nem
cogitar no presente caso a ausência de legitimidade da parte, pois o dono e o
condutor de veículo respondem solidariamente em caso de acidente
automobilístico.

O proprietário é responsável por permitir que o bem


em seu nome fosse conduzido pelo causador do fato. O Superior Tribunal
de Justiça já pacificou o entendimento no sentido de que em matéria de
acidente automobilístico, o proprietário do veículo responde objetiva e
solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que
provoca o acidente.

À guisa de conclusão, segundo entendimento jurisprudencial


do Superior Tribunal de Justiça - RESP 577902-DF, AGRG NO
RESP 233111-SP, RESP 343649-MG- tais julgados reconhecem a
responsabilidade solidária do condutor do veículo envolvido no
acidente de trânsito, assim como o seu proprietário, pelos
danos que causar a outrem em razão de acidente
automobilístico; significa dizer que: há solidariedade quando na
mesma obrigação concorre mais de um de um devedor, cada
um com direito ou obrigação à dívida toda.

A Requerida Eva Maria, alega em sua contestação de


fls. 81/89, ilegitimidade para figurar no polo passivo, pois que a época do
acidente já teria vendido (verbalmente) o veículo a Requerida Kamila, e
tratando-se o veículo automotor de bem móvel, por consequência da regra
legal, a transferência de sua propriedade ocorrerá pela simples tradição do
bem.

Deste modo, a transferência de titularidade do direito de


propriedade do referido veículo junto ao DETRAN é mera formalidade e de
inteira responsabilidade do novo proprietário.

Data vênia excelência não é este o entendimento


jurisprudencial, vejamos:

Cumpre salientar que, embora a propriedade dos bens


móveis se dá pela tradição, para determinados bens, pela importância e
repercussão jurídica, é exigido também o registro no órgão competente.
Esses bens são os aviões, navios e automóveis. A transferência da
propriedade ainda continuará se dando pela tradição, mas o registro é
fundamental para que se repute válido perante terceiros. (grifo nosso)

Desta máxima, chegamos a uma única e sensata


conclusão; de que a proprietária do veículo a época do acidente continuava
sendo Eva Maria, em determinados casos, a manifestação da vontade tem
sua forma prescrita em lei, que, se não for observada, torna o contrato
ineficaz.

A respeito do tema, o artigo 257, parágrafo 1º, do Código


de Trânsito Brasileiro faz saber o seguinte:

Art. 257- As penalidades serão impostas ao condutor,


ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos
de descumprimento de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou
jurídicas expressamente mencionados neste Código. (grifo nosso)

§ 1º- Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas


concomitantemente as penalidades de que trata este Código toda
vez que houver responsabilidade solidária em infração dos
preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per
si pela falta em comum que lhes for atribuída. (grifo nosso)

Demonstrada cabalmente que a senhora Eva Maria é


parte legítima passiva ad causam, respondendo solidariamente por indenização
decorrente de acidente de trânsito, proprietário e condutor do veículo envolvido
em sinistro.

V - DOS DANOS MORAIS

Do fatídico dito alhures, o Requerente ficou


impossibilitado de realizar as atividades costumeiras, sendo obrigado a ficar
acamado por longo período. O que é pior, os reflexos negativos do acidente
refletem seu cotidiano, com mesmo após a realização de tratamentos
específicos, lhe ocasionando diversos prejuízos de ordem material e moral.
De outro turno, não fosse à imprudência da primeira
Requerida, repita-se, que adentrou subitamente a via pela qual transitava o
Requerente, repita-se, desrespeitando o sinal de “PARE” do cruzamento, não
estaria o vitimado na situação em que se encontra.

Como já elucidado na inicial, em nenhum momento houve


qualquer tipo de sensibilização ou prestação de auxilio por parte das Rés,
ficando o Requerente à mingua do fatídico, contando com as expensas de
amigos para se manter.

Embora as Requeridas aleguem a ausência de danos


morais, tal argumento não deve ser acatado a bem do direito e da justiça.

O direito civil consagrou um amplo dever legal de não


lesar, cuja violação acarreta a obrigação de indenizar, aplicável sempre que
um comportamento contrário àquele dever, surtir algum prejuízo injusto para
outrem.

Reza o art. 927 do Código Civil:

"Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

O agente, ao agir de maneira a acarretar dano a outrem,


deve reparar, Para Venosa (2012), o direito ao dano moral reside no fato de
que ninguém deve prejudicar o próximo (neminem laedere).

O acidentado que tiver danos físicos sofrerá dano em sua


imagem de cidadão, trabalhador, provedor de sustento, que tem uma rotina
com deveres a cumprir.

O dever de cautela exigia que o veículo fosse conduzido em


velocidade moderada e com maior diligência, pois era
perfeitamente previsível que veículo de menor porte (moto, por
exemplo), ou até mesmo pedestre, por descuido ou necessidade,
viesse a ingressar, ainda que parcialmente, no leito da pista,
tendo em vista que a rodovia não contava com acostamento”,
finalizou Monteiro Rocha (Apelação Cível n. 2013.088464-0).
O rompimento de uma obrigação decorre de um ato que
originara o dever de arcar com as suas consequências, tendo em vista os
princípios neminem laedere (não lesar ninguém) e do alterum non laedere (não
lesar outrem). A responsabilidade, nessa linha, é justamente qualquer situação
na qual uma pessoa deva arcar com um ato, fato ou negócio jurídico danoso.

A função da responsabilidade civil é, portanto, fazer


desaparecer, quando possível, os efeitos danosos causados pelo ofensor, no
presente caso o Requerente precisou ficar meses parado em casa, sem poder
trabalhar e trazer o sustento para dentro de casa. Sem contar o trauma que o
requerente está passando para voltar a pilotar sua moto

O foco, na responsabilidade civil, é o ato ilícito praticado


por outrem que faz proceder ao dever de indenizar e reparar o dano causado
ao ofendido, que ficou com trauma em voltar a pilotar sua moto.

Há que prevalecer o in dubio pro creditoris, ou seja, na


dúvida deve o julgador voltar-se para a vítima, ainda que corra o risco de
indenizar mais do que o devido, pois o inverso não pode ser admitido.

O acidente além de lhe causar danos físicos também


afetou a honra e a imagem da vítima trazendo perturbação de ordem
psicológica proveniente da repercussão do enorme abalo causado em sua
vida.

Assim, os elementos probatórios acostados nos autos


foram suficientes para demonstrar de forma inequívoca que o acidente narrado
na presente demanda ocasionou ao Requerente grandes prejuízos econômicos
e sociais e psicológicos.

Não pretende a parte Autora obter lucro algum com esta


demanda, deseja somente o pagamento, reparação pelo dano sofrido, os quais
foram provocados por culpa única e exclusiva dos Demandados.

VI - PEDIDOS
Conceder os benefícios da justiça gratuita por assim
necessitar a parte Autora, nos termos do artigo 99, § 3º da Lei nº 13.105/2015,
não podendo esta dispor de meios suficientes para demandar em juízo sem
prejuízo próprio;

Reiteram-se os pedidos formulados na inicial de fls. 1/16,


bem como, os fundamentos de direito, afastando-se todos os argumentos
contidos na contestação das Requeridas fls. 81/89, e jugando-se o petitório
totalmente procedente.

Requer por oportuno, que as publicações sejam efetuadas


no nome dos patronos da parte autora, Dr. Rodrigo Giraldelli Peri, OAB/MS
16.264 e Dr. Thiago Pereira Gomes, OAB/MS 18.002, sob pena de não o
fazendo serem os atos considerados nulos.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Campo Grande (MS), 20 de março de 2018

Rodrigo Giraldelli Peri Thiago Pereira Gomes

OAB/MS 16.264 OAB/MS 18.002

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