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O mercado de trabalho brasileiro está marcado por significativas e

persistentes desigualdades de gênero e raça e esse é um aspecto que deve ser


levado em conta nos processos de formulação, implementação e avaliação das
políticas públicas em geral, e, em particular, das políticas de emprego, inclusão
social e redução da pobreza.
no Brasil que, por sua vez, está na raiz da permanência e reprodução das
situações de pobreza e exclusão social. Por isso, enfrentar essas desigualdades
significa tratar de uma característica estrutural da sociedade brasileira, cuja
transformação é imprescindível para a superação dos déficits de trabalho
decente atualmente existentes, assim como para o efetivo cumprimento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
As desigualdades de gênero e raça se expressam claramente nos
indicadores de mercado de trabalho, como tem sido demonstrado por vários
estudos e pesquisas recentes. A análise acurada, precisa e sistemática desses
indicadores e de sua evolução é uma condição para a elaboração de políticas e
estratégias voltadas para alteração desse quadro.
Reconhecemos facilmente que as divisões de atividades feitas para
homens e mulheres há muito não estão mais na aceitação de grande parte da
população. Ora, percebemos que as atividades ali elencadas têm um fundo
interessante, o qual coloca a mulher a trabalhar questões delicadas e afeitas do
lar, enquanto o homem, "bruto por natureza", cuida daquilo que concerne às
atividades externas, que requerem força.
Essa realidade, de alguma maneira, ainda é reproduzida, no entanto, não
sem que muitas questões já tenham sido mudadas. Essas mudanças em uma
naturalização da organização de gênero é sem dúvida uma necessidade social
na qual as mulheres devem receber tratamento, na medida de sua desigualdade
e, bem como os homens, com as mesmas possibilidades de construção de seu
caminho, sem que existam barreiras de pré-conceitos que muitas das vezes
afetam os próprios ditames da Constituição do país.
Assim, parece claro que em uma sociedade plural não há que se falar em
determinações biológicas para as questões do ser humano. As mulheres, há
muito, foram subjugadas e discriminadas, porém, hoje observamos que no
mundo ocidental, pelo menos, já existe uma alteração de fundo ético nesse
quadro. Ora, a questão da igualdade não pode ser desvinculada da ética, logo,
ser ético é não enxergar barreiras entre os seres humanos, por detrás das
questões de gênero.
A discussão sobre a desigualdade das mulheres na sociedade atual não
pode cingir-se todavia, a cerimónias de circunstância para marcar agenda uma
vez por ano. Há questões antigas que persistem, há retrocessos preocupantes
e há também fenómenos inerentes à evolução dos tempos. O impacto das
alterações climáticas, dos cenários de guerra, das cises financeiras da banca,
determina crises humanitárias, mobilidade humana, alterações profundas na
vida das pessoas, das famílias, das sociedades, na economia dos países, na
elaboração dos orçamentos e nas funções e responsabilidades do Estado. A
tecnologia digital e a ditadura dos mercados financeiros determinam mudanças,
ajustamentos que em regra significam austeridade, desemprego, precariedade
e regressão laboral, restrição ou até eliminação de mecanismos de proteção
social por parte do Estado. Desde o universo privado, à vida pública, muito tem
redundado em quebra de rendimentos, instabilidade individual e coletiva,
desigualdade, pobreza e exclusão social, em maior grau para as mulheres.
Faltam políticas de género e humanidade à globalização da economia,
submetida a lógicas financistas e à ganância.
Por um imperativo ético, urge valorizar o trabalho doméstico, não
qualificado, ignorado, invisível, executado diariamente e de forma gratuita, sem
proteção social, por milhões de mulheres e meninas, no seio da família e não só,
no cuidado das crianças, dos doentes e dos idosos, na agricultura, sem o qual o
mundo colapsaria, tarefas que no seu conjunto impedem as mulheres de
realizarem o seu total potencial humano, o tal que a estatística diz contribuir para
o crescimento da economia. E quando dados da ONU indicam que apenas 4%
das mulheres são CEOs à escala global, há muito a fazer para combater
estereótipos de género, porque em matéria de saberes, competências,
capacidades e aptidões, mulheres e homens são indispensáveis à construção
de uma sociedade mais equilibrada para uma economia sustentável. Por
enquanto, o único trabalho exclusivo das mulheres ainda é o trabalho de parto!
Tudo o resto pode ser objeto de partilha, em benefício da humanidade.

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