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Publicação trimestral da Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Unid@s e auto-organizad@s Julgamento dos 11 acusados


do 25 de Abril de 2007
nós damos-lhes “a crise”!!! termina com absolvição geral
A “crise” tem as costas largas…! No dia 14 de Julho, no 1º Juízo Criminal de Lisboa,
O dito Plano de Estabilidade e Crescimento (do governo!) foi a forma que situado no Campus de Justiça do Parque das Nações, deu-
ele e os grandes capitalistas encontraram para fazerem, como sempre, o se a leitura do veredicto do julgamento contra os 11
povo pagar as azelhices económicas e políticas deles, a dita “crise”. Até aqui detidos aquando da repressão policial sobre a
nada de novo!!! manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o
capitalismo de 25 de Abril de 2007. Todos os arguidos
Mas a maioria da população, jovens e velhos, com e sem trabalho, nas foram absolvidos, uma vez que o Juiz considerou não
zonas mais degradadas e bairros sociais, sempre estiveram em “crise”… existirem provas dos factos de que eram acusados.
Porque A CRISE verdadeira é a existência do actual sistema de
(página 3)
CAPITALISMO e de ESTADO que, para que governantes, políticos, gestores
e patrões continuem a enriquecer, precisa que haja muita miséria e
desemprego para pressionar os que ainda trabalham a aceitar as mais
miseráveis condições: os SALÁRIOS MAIS BAIXOS DA EUROPA, a pior Porto: Processo contra activistas
SEGURANÇA SOCIAL, a criminosa “SEGURANÇA” no trabalho, as longas defensores de trabalhadores
jornadas de trabalho (às vezes 10, 12 e 14 horas por salários de 2,5 e 3 Euros
por hora), etc., etc. Nada disto é novidade, só que NUNCA ESTEVE TÃO imigrantes continua
MAU! Perante isto, que fazem os partidos políticos e as direcções dos Audiência marcada para 15 de Setembro
sindicatos a eles ligados?
(página 4)
– Tribunal do Bolhão – Porto
Este processo arrasta-se desde há mais de quatro
anos, depois de activistas de quatro associações do Porto
(Essalam, Terra Viva!AES, AACILUS e Espaço MUSAS)
terem sido acusados de "difamação grave" aos serviços
do SEF (polícia de estrangeiros e fronteiras) do Porto, no
decorrer de conferências de imprensa, assembleias de
trabalhadores imigrantes e portugueses e de uma
manifestação de luto e protesto na baixa portuense (24-
06-2006), acusando aqueles serviços no Porto de
"moralmente culpados" pelo suicídio do trabalhador
paquistanês Ahmid Hussein e reclamando a demissão
daqueles serviços do então seu director, Eduardo
Margarido.
(página 2)

Acerca da “caça às bruxas”


Novo período negro de miséria… anti-anarquista levada a cabo
E tu?... - Aceita-lo?!... pela imprensa portuguesa
O governo anunciou, no passado domingo, 1 de Agosto, a entrada em Comunicado da AIT – Secção Portuguesa à opinião
pública
vigor de vários cortes nos apoios sociais até aqui existentes.
(página 6)
Esses cortes atingem centenas de milhares de pessoas: trabalhadores de
baixos rendimentos, desempregad@s, famílias com crianças, doentes e
idosos a cargo e, em geral, todos os sectores mais carenciados da população.
Com tais medidas o governo pretende “poupar” cerca de 10% de tudo A FAU-Berlim ganha o recurso
aquilo que ainda pretende “poupar” nos próximos tempos… em tribunal da sentença que a
E como vai fazer para a “poupança” dos restantes 90% de “dinheiros
públicos” que faltam?!... Será que vai cortar nos altos vencimentos de tinha proibido de se
ministros, secretários de Estado, acessores e outros altos funcionários da
administração pública central e local?... Será que vai cortar sobretudo nos
autodenominar sindicato!
(página 10)
fabulosos ganhos dos gestores e directores das grandes empresas e
instituições bancárias?… Se tivermos em conta que têm sido e continuam a
ser @s mais pobres, @s mais fragilizad@s, @s que têm menores
rendimentos, a quem o governo tem ido buscar as suas “poupanças”, bem Os seis anarquistas de
podemos substituir a palavra “poupança” por simples “ladroança”! Belgrado foram absolvidos
(página 5) (página 12)

Nº 36 € 0.50 Julho - Setembro 2010


Página 2 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Processo contra activistas


defensores de trabalhadores
imigrantes continua
Audiência marcada para 15 de Setembro
- Tribunal do Bolhão - Porto
Este processo arrasta-se desde há mais de quatro anos, depois de activistas de
quatro associações do Porto (Essalam, Terra Viva!AES, AACILUS e Espaço MUSAS)
terem sido acusados de "difamação grave" aos serviços do SEF (polícia de
estrangeiros e fronteiras) do Porto, no decorrer de conferências de imprensa,
assembleias de trabalhadores imigrantes e portugueses e de uma manifestação de
luto e protesto na baixa portuense (24-06-2006), acusando aqueles serviços no Porto
de "moralmente culpados" pelo suicídio do trabalhador paquistanês Ahmid
Hussein e reclamando a demissão daqueles serviços do então seu director, Eduardo
Vila do Conde – Trabalhadores da Margarido.
Portucel fazem greve contra
O caso reporta-se às denúncias de trabalhadores da comunidade paquistanesa –
retirada de direitos
entre outras comunidades de trabalhadores imigrantes do Porto – referindo a forma
300 trabalhadores da fábrica da Portucel como vinham a ser tratados até então no SEF do Porto e que estaria na origem da
em Guilhabreu, Vila do Conde, fizeram greve depressão e posterior suicídio do trabalhador Hussein, trabalhador da construção
nos dias 17 e 18 de Julho, dado que a civil em regime precário, a quem aqueles serviços do SEF teriam exigido prova de
administração se preparava para fazer caducar ganho anual de 5400 Euros para poder continuar a residir aqui. Estando há mais de
o acordo de empresa em vigor. A Portucel tem cinco anos em Portugal e a descontar para a segurança social portuguesa, Hussein
outras duas fábricas em Portugal, uma em teria argumentado que como precário seria impossível auferir isso anualmente –
Leiria e outra em Albarraque, Sintra. nem mesmo muitos trabalhadores portugueses o poderiam fazer. Então, a segurança
social portuguesa que lhe devolvesse o que ele tinha descontado e o deixasse assim
Braga– Greve por turnos na Grundig regressar ao seu país... Não aceite este argumento, e maltratado e enxovalhado
Os trabalhadores dos sectores de produção então no SEF do Porto, Hussein teria entrado em depressão, suicidando-se pouco
de componentes electrónicos e eléctricos do tempo depois, saltando da ponte D. Luís, deixando viúva e cinco filhos menores no
complexo da Grundig, em Braga, fizeram em seu país de origem.
21 de Maio uma greve por turnos, exigindo
aumentos salariais. Esta greve afectou Denunciando esta situação junto de associações de apoio a imigrantes e de outras
seriamente a produção da Bosch, da Delphi e que se solidarizaram, amigos seus da comunidade paquistanesa falaram em
da Fhest Componentes (FCL), que, em conferência de imprensa e acabaram por se juntar, quer nas assembleias abertas
conjunto, empregam cerca de 3.000 quer na manifestação, também muitos outros trabalhadores imigrantes de outras
trabalhadores naquele complexo. comunidades, igualmente com razões de queixa relativamente à forma como tinham
sido tratados no SEF do Porto. De notar que os serviços desta polícia já vinham
Guarda – A Delphi despede os sendo anteriormente alvo de queixas, reparos e mesmo de processos (de corrupção
últimos 321 trabalhadores inclusive) pela forma discriminatória como lidavam com elementos mais fragilizados
das várias comunidades imigrantes – contrastando com o teor dos discursos oficiais
Em 16 de Julho, a administração da
(ACIME, etc.) apelando às benesses da multiculturalidade e à necessidade do
Delphi (fábrica de cablagens para a indústria
trabalho d@s imigrantes... (mas pelos vistos isto só visará ou os imigrantes ricos com
automóvel) na Guarda lançou para o
capitais para investir por cá ou os muito pobres que se deixem explorar sem
desemprego os seus últimos 321 trabalhadores
protestar...).
e anunciou o fecho definitivo da fábrica no
final deste ano. O facto é que a Delphi, que No seguimento destes acontecimentos, quatro activistas das quatro associações
chegou a empregar mais de 3.000 pessoas, que subscreveram o manifesto-convocatória da manifestação de 2006 (R. Fathi - da
vinha, desde Dezembro/2009, a despedir ESSALAM, R. Paiva - da Terra Viva!AES, Abílio M. - do MUSAS e Flávio P. - da
trabalhadores (na maioria mulheres), sempre AACILUS) viriam a ser arguidos neste processo por "difamação agravada" ao SEF –
argumentando que tal seria para “viabilizar” a na pessoa do seu director dos serviços do Porto, entretanto demitido...
empresa e “salvar” os postos de trabalho dos
que iam ficando. Agora, os dirigentes do Em 2008, o julgamento inicialmente marcado para Dezembro para o tribunal
Sindicato das Indústrias Transformadoras e da cível do Bolhão, foi depois adiado por falta de um dos elementos (AACILUS), tendo
Energia, pela boca de Vitor Tavares, mostram- posteriormente o processo transitado para o tribunal criminal de S. João Novo (local
se surpreendidos com esta decisão, como se do antigo "tribunal plenário" do fascismo...). Desta última decisão recorreram os
não fosse um expediente dos mais utilizados ir acusados, tendo o recurso sido aceite e marcada agora a nova audiência, de novo
despedindo os trabalhadores por partes, uns para o tribunal cível do Bolhão, em 15 de Setembro próximo, pelas 14 horas.
após outros, prometendo sempre manter os
Convictos de que a instauração deste processo visou e visa tão somente a
restantes. De novo se torna patente que a
intimidação de tod@s quant@s, imigrantes ou não, não vergam às tentativas de
única posição que pode defender de facto os
amordaçar os protestos e a revolta contra as várias situações de dominação e de
postos de trabalho é a recusa pura e simples
discriminação dos tempos presentes e desta sociedade, apela-se desde já à presença
em aceitar qualquer despedimento que seja,
solidária de tod@s quant@s possam comparecer.
independentemente das razões invocadas e das
“promessas” que as direcções das empresas POR UM MUNDO SEM FRONTEIRAS!
fazem, sempre na disposição de não as
cumprir na primeira oportunidade. Também Viva a solidariedade internacional de trabalhadoras/es e "excluíd@s"!
só assim se poderá manter a solidariedade Lembremos Hamed Hussein!
entre todos os trabalhadores duma empresa, A NOSSA PÁTRIA É O MUNDO INTEIRO!
em lugar de ceder à aplicação do velho lema de
“dividir para reinar”. Z.
Página 3 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Julgamento dos 11 acusados Famalicão – A Facontrofa, declarada insolvente,


lança no desemprego 300 trabalhadores
do 25 de Abril de 2007 A Facontrofa, proprietária da rede de lojas Cheyenne,
que tinha entrado em lay-off em Fevereiro, foi declarada
termina com absolvição geral insolvente em finais de Junho passado, com o encerramento
da sua rede de lojas em Portugal (25 lojas), nas quais
No dia 14 de Julho, no 1º Juízo Criminal de Lisboa, situado no trabalhavam 250 pessoas, e da sua fábrica de confecções
Campus de Justiça do Parque das Nações, deu-se a leitura do situada em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão.
veredicto do julgamento contra os 11 detidos aquando da repressão
policial sobre a manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o Fundão – A Proudmoments despede as suas 120
capitalismo de 25 de Abril de 2007. Todos os arguidos foram trabalhadoras
absolvidos, uma vez que o Juiz considerou não existirem provas dos Em 15 de Julho, a fábrica de confecções
factos de que eram acusados. Proudmoments, no Fundão, em Castelo Branco, despediu
Esta foi a decisão esperada, uma vez que as declarações das as suas 120 trabalhadoras, às quais ainda devia o ordenado
testemunhas da acusação – sobretudo polícias do Corpo de de Outubro e parte do de Setembro, bem como o subsídio de
Intervenção – se revelaram repletas de contradições e por vezes quase Natal e parte do subsídio de férias.
anedóticas. Já na sessão de 5 de Julho – data das alegações finais do
Procurador do Ministério Público e dos advogados de defesa – o Guimarães – Mais 150 trabalhadores no desemprego
Procurador teve de reconhecer a não existência de provas suficientes Em fins de Maio, o call center recentemente criado no
para condenar os arguidos. Começou as suas alegações afirmando que Avepark, nas Taipas, despediu os seus 70 trabalhadores; em
não existiu nenhuma motivação política por detrás deste julgamento Pevidém, 80 trabalhadores da fábrica têxtil João Ribeiro
– obviamente incomodado com os protestos contra o mesmo – mas da Cunha suspenderam os contratos de trabalho, pois já
tão só a punição de delitos comuns. Justificou a actuação da polícia estavam por pagar os salários de Março, Abril e metade de
como “necessária”, apesar de “musculada”, tendo criado uma Maio.
dinâmica própria em virtude da qual se tornou difícil descobrir quem
fez o quê e aonde. Marinha Grande – A Jasmim fecha as portas
No início de Julho, a Jasmim Glass Studio, empresa
Estamos obviamente muito contentes com este desfecho, mas não de fabrico manual de peças de vidro sedeada na Marinha
podemos deixar de condenar este processo como mais uma Grande, deixou de laborar. A vidreira já não tinha pago os
demonstração de como funciona a “justiça” do Estado, justificando a ordenados de Maio nem os de Junho, por isso 14
autoridade do Estado e garantindo a impunidade dos seus trabalhadores suspenderam já os seus contratos de trabalho
mercenários até ao fim, mesmo quando se tornou óbvio que estes para poderem aceder ao subsídio de desemprego.
tiveram uma actuação brutal e injustificada contra os manifestantes.
Podemos observar paralelos entre a actuação da polícia nesta situação
e muitos casos recentes de repressão e brutalidade policial não só em
manifestações, mas sobretudo em bairros pobres, demonstrando que
o braço “musculado” do Estado se está cada vez mais a revelar como
fundamental para o funcionamento de um sistema social e económico
baseado sobre a desigualdade, a opressão e a exploração.

Acção de despejo do Centro de


Cultura Libertária: novo julgamento
No último dia 7 de Julho recebemos a resposta por parte do
Tribunal da Relação de Lisboa ao recurso interposto pelo CCL
relativamente à acção de despejo movida pelo seu senhorio. A decisão
foi-nos favorável: anulou o primeiro julgamento e determinou a
realização de um novo julgamento no Tribunal de Almada. A
A pretexto da “crise”, Portugal é, desde a recente
anulação teve por base contradições nos factos considerados
alteração do regime de protecção social no desemprego,
provados no primeiro julgamento.
prevista no Programa de Estabilidade e Crescimento, um dos
Continuamos com a mesma vontade de manter o nosso espaço países da UE onde são necessários mais meses de
pelo que tentaremos preparar o melhor que pudermos a nossa defesa descontos para se ter direito ao subsídio de desemprego – à
para o julgamento que se realizará nos próximos meses. Desta forma frente da Espanha e muito à frente da França, por exemplo,
vamos ser obrigados a suportar novas despesas com o advogado, que como se pode ver no quadro anexo.
vão muito para além das capacidades de um ateneu que se mantém Mas essa não foi a única alteração. Além do número
apenas devido às contribuições dos seus sócios e amigos. mínimo de meses de descontos ter aumentado para 15,
Não fosse o apoio recebido por tantas pessoas que se diminuiu de 15 meses para 12 o prazo de garantia do
solidarizaram contra a acção de despejo do CCL, há muito que subsídio, diminuiu o montante do subsídio, as ofertas de
tínhamos perdido este espaço. Devido a esta mesma ajuda, já temos a trabalho terão de ser aceites por menos dinheiro e piores
maior parte do dinheiro necessário, faltando-nos cerca de 800 euros condições do que antes sob pena de perda do subsídio, etc.
para custear a nossa defesa legal. A “crise” continua-a a sê-lo, mas só para os trabalhadores
e os párias desta sociedade, pois os lucros e ordenados
Centro de Cultura Libertária chorudos continuam a existir, e aumentam mesmo, para a
11 de Julho de 2010
casta de parasitas que nos oprimem e exploram, cuja riqueza
e por vezes opulência provém do produto do nosso trabalho,
Dados da conta bancária do CCL para donativos:
do qual se apropriam. Ao contrário do que por vezes nos
Titular: CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA querem fazer crer, a riqueza não cai do céu por obra e graça
Para transferências em Portugal: NIB: 003501790000215493029
Para transferências do estrangeiro: IBAN: PT50003501790000215493029
de quaisquer especulações bolsistas ou apuradas
BIC: CGDIPTPL manipulações financeiras, pois o trabalho produtivo é a única
origem de toda a riqueza social existente
Página 4 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Unid@s e auto-organizad@s
nós damos-lhes “a crise”!!!
A “crise” tem as costas Mas a “economia nacional” maioria… – e proporiam e dinamizariam
formas de luta capazes de, pelo menos,
largas…! é de quem?... diminuir a miséria e a degradação social (a
O dito Plano de Estabilidade e Durante anos, temos visto os gestores que vemos nas ruas e nunca nas
Crescimento (do governo!) foi a forma que das grandes empresas engordar as suas televisões!...): fóruns populares nas praças
ele e os grandes capitalistas encontraram contas, adquirir carros cada vez mais caros, e ruas, ocupações de casas vazias, ocupação
para fazerem, como sempre, o povo pagar fazer brilhar os seus lindos cartões de de grandes espaços comerciais, greves às
as azelhices económicas e políticas deles, a crédito, encerrando empresas – da têxtil, rendas e aos pagamentos de alguns serviços
dita “crise”. Até aqui nada de novo!!! no Vale do Ave, por exemplo – e públicos cada vez mais caros, ocupação das
estabelecerem eles os seus próprios instituições de “apoio social” que não
Mas a maioria da população, jovens e ordenados, de dezenas de milhares de funcionam, distribuição gratuita de artigos
velhos, com e sem trabalho, nas zonas mais euros por mês, à custa da miséria que de primeira necessidade – e que
degradadas e bairros sociais, sempre pagam a quem trabalha… Essa “Economia permanecem nos grandes armazéns à
estiveram em “crise”… Porque A CRISE Nacional”, portanto, é A DELES e dos espera de ser destruídos ou vendidos por
verdadeira é a existência do actual sistema políticos corruptos que os protegem. A preço mais baixo…
de CAPITALISMO e de ESTADO que, para NOSSA são os baixos salários, a
que governantes, políticos, gestores e precariedade laboral, as pensões SE NÃO FAZEM NADA DISTO é
patrões continuem a enriquecer, precisa miseráveis, os RSI, os subsídios de porque são CÚMPLICES com os
que haja muita miséria e desemprego para desemprego ou as moedas que se podem MISERÁVEIS VAMPIROS – que governam
pressionar os que ainda trabalham a aceitar ganhar a arrumar carros, a vender ou e gerem a tal “economia nacional” (deles!) e
as mais miseráveis condições: os empenhar o que se possa… que “comem tudo e não deixam nada”!
SALÁRIOS MAIS BAIXOS DA EUROPA, a
pior SEGURANÇA SOCIAL, a criminosa O que é possível fazer?... Já basta! Não nos fiemos nos que
“SEGURANÇA” no trabalho, as longas só nos querem caçar o voto para
jornadas de trabalho (às vezes 10, 12 e 14 Salvar este sistema de exploração e comerem à mesa dos ricos e
horas por salários de 2,5 e 3 Euros por dominação que reproduz diariamente as poderosos!
hora), etc., etc. Nada disto é novidade, só desigualdades gritantes e a pobreza da
que NUNCA ESTEVE TÃO MAU! Perante maioria, pôr o seu comando na mão de Criemos sindicatos revolucioná-
isto, que fazem os partidos políticos e as outros, pretensamente com “um novo rios e assembleias autónomas de
direcções dos sindicatos a eles ligados? rumo” e “outra política” NÃO É SOLUÇÃO! trabalhadores, de desempregados e
Se os chefes dos partidos e dos sindicatos de moradores! Usemos a arma da
Os da “direita”, onde surgem novos que eles controlam quisessem mesmo lutar acção directa popular!
chefes “iluminados” a mexer-se nos contra o DESEMPREGO e a EXPLORAÇÃO
bastidores, dão graxa ao governo e querem reclamariam, por exemplo, a semana de UNID@S E AUTO-ORGANIZAD@S
ajudá-lo a fazer os mais pobres pagar e trabalho de 30 horas para criar mais postos NÓS DAMOS-LHES “A CRISE”!!!
salvar os “coitadinhos” dos gestores dos de trabalho, reclamariam SALÁRIOS
bancos e respectivas famílias políticas. Os EUROPEUS, proporiam e dinamizariam a “A LIBERTAÇÃO D@S
da “esquerda” pretendem ajudar os ocupação das empresas e o controlo da TRABALHADORAS/ES SÓ PODE SER
governantes e os seus amigos capitalistas a produção pelos próprios trabalhadores em OBRA D@S PRÓPRI@S”
evitar uma revolta popular como na Grécia seu próprio benefício – chama-se a isso
e organizam uns protestozinhos bem- AUTOGESTÃO. Também estudariam e AIT-SP - Núcleo Porto
educados e “serenos” para engodar a malta criariam formas de economia social (hortas sovaitporto@gmail.com
e ir entretendo os que ainda acreditam que comunitárias, cooperativas de produção,
cozinhas populares…) sem espaço para a Porto, Junho de 2010
eles “representam o povo”... Pretendem
com isso, além de vir a ganhar mais uns especulação e enriquecimento de alguns
votinhos, ser os “salvadores da pátria” e da “espertalhões” (gestores, dirigentes,
“economia nacional”… intermediários) à custa da exploração da

O anarco-sindicalismo é um meio de organização e um método de luta e


de acção directa dos trabalhadores, que tem as suas raízes nos postulados
da Primeira Internacional e do sindicalismo revolucionário. Inspira-se em
fontes essencialmente federalistas e anarquistas, e, com uma nítida
actuação revolucionária e uma clara orientação libertária na sua prática,
tende constantemente a conquistar as máximas melhorias, em todos os
sentidos, para a classe trabalhadora, com o objectivo da sua emancipação
integral e da supressão de qualquer tipo de exploração e de opressão do
homem pelo seu semelhante ou por qualquer instituição, e, ao mesmo
tempo, luta pela abolição de qualquer tipo de capitalismo e de qualquer
forma de Estado. Irredutivelmente oposto aos sistemas sociais e políticos
hoje reinantes, luta pela transformação radical das sociedades e regimes
que neles assentam e pela instauração de um meio social de convivência
humana baseado nos princípios do comunismo libertário.
Extraído do folheto O Que É A A.I.T. ? (editado pela AIT-SP).
Página 5 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Novo período negro de miséria… E tu?... - Aceita-lo?!...


O governo anunciou, no passado nas carrinhas e refeitórios caritativos. querem! – e às outras, sensíveis a este
domingo, 1 de Agosto, a entrada em vigor de Porque a dita “Segurança Social” diz…”não actual flagelo (anti-)social e
vários cortes nos apoios sociais até aqui ter dinheiro”… verdadeiramente solidárias, a que se
existentes. comprometam com as causas d@s
Esses cortes atingem centenas de O que fazer então?... desempregad@s, precári@s, sem-abrigo e
milhares de pessoas: trabalhadores de Decerto que importa denunciar a de tod@s @s “excluíd@s” em geral de
baixos rendimentos, desempregad@s, hipocrisia e o cinismo – que não podiam ser forma a organizarmo-nos em grupos de
famílias com crianças, doentes e idosos a maiores! – dos discursos eleitorais e das acção solidária popular, que dinamizem
cargo e, em geral, todos os sectores mais “lágrimas de crocodilo” de governantes e assembleias populares nos meios de maior
carenciados da população. responsáveis de “fogos de vista” – como a pobreza e desemprego – assembleias
Com tais medidas o governo pretende comemoração do “ano europeu de combate livres, funcionando em democracia directa,
“poupar” cerca de 10% de tudo aquilo que à pobreza e exclusão social”… onde tod@ e qualquer afectad@ pelos
ainda pretende “poupar” nos próximos Decerto que é legítimo indignar-se pela problemas actuais – ou com ela/e
tempos… perversidade e sadismo dos governantes – solidári@ - possa ter a palavra, para
E como vai fazer para a “poupança” dos que vêm agora retirar apoios sociais antes ajudar a promover e organizar a
restantes 90% de “dinheiros públicos” que disponíveis para @s mais necessitad@s, e contestação, a recusa e o boicote – pelos
faltam?!... Será que vai cortar nos altos que continuam a afirmar-se pelo “Estado meios que cada assembleia local decidir
vencimentos de ministros, secretários de providência”!... serem os mais eficazes – de forma a
Estado, acessores e outros altos É – e será sempre – legítimo denunciar a travarmos estes autênticos roubos oficiais.
funcionários da administração pública cobardia, a mentira, a prepotência, a
Basta! Não ao conformismo! Não à
central e local?... Será que vai cortar imoralidade e a injustiça dos que se julgam
eternamente impunes no alto dos seus miséria! Não ao roubo social!
sobretudo nos fabulosos ganhos dos
gestores e directores das grandes empresas privilégios e que têm o desplante de tentar Chega de representantes e
e instituições bancárias?… Se tivermos em roubar o direito à vida precisamente aos representações! Acção directa
conta que têm sido e continuam a ser @s sectores mais fragilizados da população, que popular!
mais pobres, @s mais fragilizad@s, @s que pensam não lhes poder fazer frente –
têm menores rendimentos, a quem o porque dependentes de uma assistência que Porto, 3 de Agosto de 2010
governo tem ido buscar as suas não liberta mas condiciona e subjuga e de
“poupanças”, bem podemos substituir a um Estado que ao menor sobressalto vomita Comunicado conjunto de:
palavra “poupança” por simples “políticas sociais” desnorteadas, acreditando
AIT-SP – Núcleo Porto
“ladroança”! ser eterno e intocável…
Sindicato de Ofícios Vários
A partir de agora, pela mão do governo e Mas, denunciar e indignar-se à mesa do < sovaitporto@gmail.com > - 967684816
com aplausos de todos os que o apoiam (ou café ou em privado em casa já não basta!
dos que se lhe opõem apenas porque os MPDP – Movimento Popular de
querem vir a substituir na roubalheira…), Organizar-se, sair à rua, ocupar e Desempregad@s e Precári@s – Porto
famílias de desempregad@s, precári@s, boicotar os espaços de mentira e de “roubo < mpdp.porto@gmail.com >
inválid@s, reformad@s e outras pessoas até social”, mostrar a nossa revolta não só é
aqui apoiadas pela dita “Segurança Social” – absolutamente necessário como urgente! -----------------------
por necessidade extrema, para poderem Apelamos a tod@s @s atingid@s por “Àquele que te rouba um pão, chamas
sobreviver – irão dormir para as ruas e irão estas medidas a que se não deixem ladrão… mas não saltas ao pescoço do teu
engrossar as filas d@s que esperam comida amedrontar – isso é o que os “cães grandes” ladrão que nunca teve fome…” – B. Brecht

Monte da Caparica: Continua o assédio policial aos bairros pobres


sempre acontece! –, segundo a qual os agredidas e vítimas de insultos racistas por
elementos da GNR se teriam visto obrigados parte da polícia.
a recorrer à força face à violência de que Estes casos de violência policial são cada
foram alvos, a Plataforma Gueto realizou vez mais frequentes e já não se podem tratar
uma série de entrevistas a habitantes do como apenas mais uma demonstração da
bairro vítimas da violência policial. tradicional impunidade das forças policiais,
Assim, para além do que já imaginava aliada ao também tradicional racismo de
quem sabe ler nas entrelinhas do que diz a muitos dos seus agentes. A actuação
“comunicação social”, ficamos a saber que a violenta, e praticamente paramilitar, da
No passado dia 28 de Junho teve lugar intervenção da GNR consistiu em acabar polícia corresponde a uma estratégia de
mais uma intervenção policial brutal, das com a festa, sem qualquer aviso ou terror, necessária à imposição pela força
que já vêm sendo comuns nos bairros pergunta, dando um chuto no grelhador e bruta da autoridade do Estado nos meios
pobres da periferia de Lisboa. No mesmo começando a bater em todos os que estavam pobres e marginalizados, delineada a partir
dia em que o ministro da Administração no local. Os que desceram das suas casas dos mais altos gabinetes do Ministério da
Interna Rui Pereira e a presidente da para socorrer os vizinhos e familiares, Administração Interna. Assim, quando se
Câmara Municipal de Almada inauguraram sofreram o mesmo tratamento, fossem eles ouve qualquer bronco fardado a gritar que
um novo quartel da GNR na Charneca da idosos ou crianças. Mal a população “as ruas são da polícia!” é bom não esquecer
Caparica, esta mesma força policial invadiu começou a reagir a tal violência, a GNR que não se trata de nenhuma originalidade:
durante a noite o Bairro do Asilo 28 de utilizou fogo real e balas de borracha, é o que se aprende nas escolas da polícia e
Maio, no Monte da Caparica (Almada), partindo depois para a invasão nas conferências dos institutos de “ciências”
agredindo indiscriminadamente habitantes indiscriminada de casas do bairro, policiais, transposto para o nível mais
do bairro que realizavam uma festa de arrombando portas, atirando gás para básico, o da violência cega e gratuita dos
aniversário com uma churrascada na rua. dentro das habitações e atingindo com balas mercenários do Estado.
Com a finalidade de contestar a versão de borracha os seus habitantes. Várias Fonte – Agressão racista da polícia no Monte da
policial, veiculada acriticamente pelos pessoas foram ainda detidas e levadas para Caparica (entrevistas, texto e audio) em:
a esquadra da Trafaria, onde foram http://passapalavra.info/?p=27817
jornais e noticiários televisivos – como
Página 6 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Acerca da “caça às bruxas” anti-anarquista


levada a cabo pela imprensa portuguesa
A maioria dos jornais da chamada “grande imprensa” desinforma, intoxica… Transforma-se em arauta do
imobilismo, da acriticidade, do conformismo estupidificante, e é geradora de espíritos medrosos e estéreis,
avessos à indignação e à revolta que tanta falta fazem neste país, como no Mundo inteiro!

Comunicado da AIT – Secção equipamento informático ao seu próximos destes grupos anarquistas,
proprietário, à sua detenção e instauração libertários e anarco-sindicalistas”. Esta
Portuguesa à opinião pública de um processo. MENTIRA, profusamente difundida pelo
Artigos difamatórios contra @s Diário de Notícias, serviu mesmo para
Também recentemente, a propósito do
anarquistas vêm surgindo de vez em justificar o apelo à repressão contra os
processo contra 11 pessoas por
quando na grande imprensa portuguesa, anarquistas feito por José Manuel Anes,
alegadamente terem resistido ao
como os que surgiram no passado dia 7 de presidente do Observatório de Segurança,
espancamento e prisão pela polícia de
Maio no “Correio da Manhã” e “Diário de Criminalidade Organizada e Terrorismo
choque, em Lisboa, quando participavam
Notícias”, sobretudo – embora também (OSCOT): "Estes grupos são uma ameaça à
numa “manifestação anti-autoritária contra
noutros jornais nos dias seguintes, alguns segurança, particularmente nesta época, de
o fascismo e o capitalismo”, em 25 de Abril
em termos menos categóricos, os tenham crise económica e social. Apesar de poucos,
de 2007, a imprensa habitual difundiu uma
acabado por secundar. Começa por são perigosos, violentos e estão sempre
série de artigos, oriundos de fontes da
exemplo, Henrique Machado, o escriba de prontos a aproveitar-se de situações de
polícia, em que para além de
serviço no jornal “Correio da Manhã” - a confronto com as autoridades e
“inocentemente” se tomar por verdadeira a
lembrar, no estilo, o famigerado “Diário da ajuntamentos, para lançarem a confusão e
versão policial, se referenciam pessoas,
Manhã” do tempo da ditadura salazarista -, a desordem (...) devem ser vigiados e
divulgando nomes e alegados factos da sua
por se referir ao blogue Rede Libertária, no reprimidos enquanto o grupo ainda tem
vida pessoal, sem sequer ter em conta o tão
qual participam as mais diversas uma dimensão controlável" (Diário de
querido “direito à privacidade”, tão
expressões dos referenciais anarquistas Notícias, 31/05/2010).
utilizado para encobrir, isso sim, casos
portugueses, como “grupo extremista” e graves de corrupção, tráfico de influências e O mínimo que haverá a dizer sobre
“movimento extremista” acusado, entre cambalachos de algumas altas figuras dos todas estas atoardas “jornalísticas” é que:
outras coisas curiosas, de “ameaçar de poderes políticos e económicos actuais.
morte” o presidente da república, Cavaco 1º - “Extremistas” - e socialmente
Quase escusado seria dizer que a mesma
Silva, e o primeiro-ministro, José Sócrates. terroristas - são as medidas económicas e
imprensa não se dignou em acompanhar
Isto, baseando-se num poster colocado na políticas dos poderes estabelecidos que
nenhuma das sessões do dito julgamento,
Rede Libertária, em Janeiro de 2009 (após visam fazer as populações trabalhadoras,
do qual a versão policial saiu
a “execução” à queima-roupa, pela polícia, empregadas e desempregadas, pagar as
completamente desmentida, e muito menos
do jovem Kuku, habitante de um dos “crises” que são inerentes ao próprio
em noticiar que contra os acusados,
muitos bairros pobres da área de Lisboa), funcionamento do actual sistema
entretanto absolvidos, não se provou nada
dizendo “Eles exploram, roubam e mandam económico e político;
em tribunal!
matar, nenhum polícia lhes mete uma bala Já no fim de Maio, vimos a polícia a 2º - Afigura-se sem sentido e descabido
na cabeça. Porque esperam?”, tentar justificar o espancamento gratuito de atribuir ao tal comentário publicado no
acompanhando as fotos daqueles dois cinco jovens no Bairro Alto em Lisboa, em blogue Rede Libertária uma “ameaça de
políticos. dia de manifestação nacional da CGTP, morte” a Cavaco Silva e José Sócrates – a
Isto teria motivado, em Setembro de através da invenção de uma cilada não ser que se acredite que a própria
2009, o ataque da Unidade Nacional de anarquista de que a PSP teria sido alvo. A polícia o faria alguma vez!... Porque É A
Combate ao Terrorismo da Polícia PSP chegou a qualificar os cinco jovens ELA que o comentário se refere: “nenhum
Judiciária a um local de Lisboa suspeito de agredidos – e depois detidos e acusados de polícia lhes mete uma bala na cabeça”…
apoiar tecnicamente o blogue da Rede agressão contra a polícia! – “como
Libertária, e a arbitrárias apreensões do
Página 7 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

3º - À maior parte da argumentação e anarquistas, luta por um meio social de repúdio e desprezo pela miserável
estilo sensacionalista e confusionista das efectiva liberdade e igualdade social. “informação”, parcial, particularista, não-
“informações” sobre os libertários isenta, nada séria e totalmente dependente
Em conclusão, não nos revendo
portugueses inseridas nos últimos tempos dos órgãos do Poder (incluindo do Poder-
minimamente nas imagens que os poderes
em grande parte dos chamados “órgãos de dinheiro) que a maioria da chamada
instituídos querem fazer passar à opinião
comunicação social”, não se deverá atribuir “comunicação social” vem desde há
pública sobre as correntes libertárias de
qualquer seriedade ou valor informativo e tempos, a propósito das correntes
intervenção social, REPUDIAMOS EM
jornalístico de facto “isento” - uma vez que anarquistas, levando a efeito, apelando
ABSOLUTO estas ridículas campanhas
unilateralmente se limitam, quase “ipsis desde já a toda a opinião pública a que cada
anti-anarquistas, afirmando que elas não
verbis”, à transcrição das versões das vez mais ganhe capacidade para ler nas
conseguirão nem branquear as nossas
próprias fontes policiais e governamentais. entrelinhas o que não é dito pela grande
raízes históricas na sociedade portuguesa
imprensa oficial bem como a procurar
4 º – Os nossos queridos governantes, como no mundo, nem calar ou paralisar o
outra informação sobre os factos e
assim como a classe de exploradores a que seu desenvolvimento e a sua cada vez maior
realidades do tempo presente em meios de
pertencem, têm perfeita consciência de que influência local, regional, nacional e
informação alternativos e de contra-
o sistema que governam se baseia sobre a internacional, no horizonte de uma
informação, boicotando assim a verdadeira
exploração e opressão de tod@s nós, que sociedade realmente livre, autogestionária
DESINFORMAÇÃO dominante, como fiel
trabalhamos e sofremos por um mísero e libertária, de mulheres e homens livres –
“voz dos seus donos”, o Estado e o Capital –
salário – ou por não o ter sequer –, para coisa que a sociedade actual NÃO É!
que é afinal aquilo que a maioria dos “mass
sustentar os sempre crescentes lucros dos
Assumindo-se como uma herdeira dos media” oficiais são.
seus bancos e empresas, as suas fabulosas
referenciais libertários da antiga CGT
remunerações e prémios, as suas reformas Agosto de 2010
(Confederação Geral do Trabalho), de
milionárias, os seus faustosos estilos de
orientação anarco-sindicalista e sindicalista
vida,... Eles sabem que um sistema assim só Associação Internacional d@s
revolucionária, que tanto influenciou,
se mantém através da violência e da Trabalhadoras/es – Secção Portuguesa
sobretudo entre os anos 20 e 30 do século
mentira, e porque temem, mais que Núcleo AIT-SP Lisboa
passado, a sociedade portuguesa, a Secção
ninguém, a revolta dos de baixo, correm a Núcleo AIT-SP Porto (SOV.ait-sp)
Portuguesa da Associação Internacional
reprimir – tanto quanto é possível sob a
d@s Trabalhadoras/es (AIT-SP), manifesta
fachada da democracia – quem, como os
através do presente comunicado o seu total

Quem tem medo dos anarquistas?


Resposta do Centro de Cultura Libertária à campanha mediática anti-anarquista
detrás de tais notícias são transparentes: colectivamente enquanto um grupo de
denegrir a nossa imagem aos olhos de “radicais” com uma ideologia "extremista”,
quem só sabe do anarquismo aquilo que lê que apenas procura semear a violência e o
nos jornais e encorajar uma posterior caça confronto a todo o custo. Se nos chamam
às bruxas contra nós. Assim sendo, “radicais” e “extremistas”, isso deve-se à
respondemos de seguida à nossa própria nossa recusa total de um sistema assente
pergunta. Quem tem medo dos na opressão e na exploração, que não
anarquistas? E quais as razões desse medo? pretendemos suavizar através de reformas,
mudando apenas algumas coisas para que o
A situação actual de crise do essencial se mantenha. Pretendemos isso
capitalismo e as suas consequências, se são sim uma verdadeira igualdade social, onde
sentidas por todos nós na própria pele, sob não haja privilegiados, e em que o
a forma do aumento das desigualdades indivíduo possa ter autonomia e liberdade
sociais e da degradação constante das para decidir sobre a sua vida. Se não
condições de vida, não escapam igualmente tememos o confronto, tão pouco vemos
à atenção do Estado e dos seus corpos nele um fim em si mesmo.
repressivos, preocupados com as eventuais
repercussões que tudo isto poderá ter. Urge resistir! Há que vencer a
Mesmo que, por enquanto, reine a paz passividade, o medo, as manipulações dos
Em face de toda a histeria mediática social, temem que, mais tarde ou mais partidos e sindicatos, e agir! É preciso que
que tem rodeado o anarquismo em cedo, a paciência de um povo inteiro se os explorados e oprimidos se unam,
Portugal desde a manifestação de 25 de esgote e, finalmente, estale a revolta. Em pensem os seus problemas em comum e
Abril de 2007 – as supostas ameaças de face disto, o Poder pergunta-se: “o que (ou actuem sem intermediários.
morte por parte dos anarquistas a Cavaco quem) poderá servir de catalisador à
Silva e a José Sócrates (Correio da Manhã, revolta?” Tendo em conta os Dito isto, é fácil de entender quem tem
7/05/2010), a fantasiosa cilada anarquista acontecimentos recentes na Grécia, a medo dos anarquistas.
à PSP em pleno Bairro Alto (Diário de atenção mediático-policial volta-se
Notícias, 31/05/2010) ou a equiparação necessariamente para nós. Por mais que tentem, não nos hão-de
dos anarquistas à Al-Qaeda enquanto calar!
principais ameaças à cimeira da Nato em Observando as movimentações
Lisboa (Diário de Notícias, 5/06/2010) –, anarquistas em Portugal, as autoridades
não podemos deixar de nos pronunciar. estudam formas de as neutralizar Centro de Cultura Libertária
rapidamente, antes que fujam Julho 2010
Não o fazer seria permitir que tudo quanto
foi dito por um jornalismo parcial e definitivamente ao seu controlo. Os órgãos
de comunicação social juntam-se a esta sede: Rua Cândido dos Reis, nº 121, 1º Dto. - Cacilhas
declaradamente nosso inimigo fosse - Almada
deixado sem resposta e, consequentemente, campanha de criminalização do correio: Apartado 40 / 2800-801 Almada
tomado por verdade, uma vez que os anarquismo. Assim, é do interesse de certos e-mail: ateneu2000@yahoo.com
objectivos e a intenção consciente por órgãos da imprensa apresentarem-nos blog: http://culturalibertaria.blogspot.com
Página 8 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

“Não é exclusivo dos judeus o facto de entre os perseguidos se ter gerado uma reacção
nacionalista que, encontrando oportunidades de desenvolvimento favoráveis, se converteu
em imperialismo. Esta é a armadilha que todo o nacionalismo coloca às pessoas de
esquerda, que apoiam o nacionalismo quando ele aparece como uma defesa de povos
oprimidos, sem verem que, se conseguir efectivar-se na prática, esse nacionalismo
inevitavelmente se desvendará como um imperialismo. O meu receio é que aquelas
mesmas correntes ideológicas que ontem apoiavam o nacionalismo sionista dos judeus, com
o argumento de que eles eram perseguidos pelos nazis, apoiem hoje o nacionalismo árabe,
com o argumento de que os palestinianos são perseguidos por Israel − para apoiarem quem
amanhã e com que argumento?
A grande lição que se extrai da génese e do desenvolvimento do sionismo não deve
limitar-se a sustentar a crítica ao Estado de Israel. Essa lição deve ajudar-nos a fazer a
crítica a todos os nacionalismos que, ascendendo com argumentos progressistas, se
convertem em imperialismos logo que podem. O sionismo, enquanto via de passagem da
perseguição sofrida pelos judeus às agressões praticadas pelo Estado de Israel, mostra que
a luta contra a opressão sofrida por um povo deve ser inseparável da luta
contra a exploração sofrida pela classe trabalhadora desse povo. O povo
palestiniano tem de se defender da agressão israelita, mas isto não significa que os
trabalhadores palestinianos não tenham de se defender dos seus patrões, sejam
eles israelitas ou árabes, e que as mulheres palestinianas não tenham de se defender da
Nacionalismo: muitas faces, o mesmo monstro opressão masculina, tão imbuída na tradição islâmica”.
João Bernardo

A propósito da Palestina e de Israel


Durante séculos o povo judeu foi bíblica, criar aí colónias judaicas nas terras Ora, a reacção mais normal e natural da
perseguido, expulso das suas casas e terras, “abandonadas” ou extorquidas à força aos população desse mesmo território não
alvo de ataques assassinos – os “pogroms”, pastores e camponeses de origem árabe que podia ser outra: organizou-se e armou-se
organizados por todos os poderes, da Idade lá viviam e, a pouco e pouco, transformar para resistir ao cada vez mais invasor e
Média até à modernidade – por aqueles que esses territórios no Estado de Israel. segregador Estado de Israel – apoiado pelas
invejavam os seus conhecimentos Interessados que estavam em correr com os potências ocidentais. E, com mais ou menos
económicos e científicos, que receavam que judeus da Alemanha e de outros territórios luta armada até aos nossos dias, uns
as suas comunidades pudessem fazer europeus, os próprios nazis mostraram-se defendendo o imperialismo do Estado de
concorrência aos demais artífices, apoiantes da ideia. Mas a maioria das Israel, outros defendendo um Estado
cientistas, comerciantes e industriais e aos pessoas de cultura judaica, por tradição ou Palestino, o que temos em presença é no
próprios chefes de reinos e governos. por opção religiosa, não partilhava – como fim uma luta de libertação nacional do povo
Isto mesmo se passou em Portugal e hoje não partilha! – dessa mesma ideia. palestino por um ESTADO PALESTINO
Espanha de meados e fins da Idade Média – Assimilados como estavam, apesar da sua contra um Estado Israelita. E por mais que
mas também noutros pontos da velha diferença cultural, nos países onde há tentemos ver para além disso, não é com
Europa. séculos se tinham fixado, só uma minoria certeza nos “medias” ocidentais ou dos
Baseados nas ideias do anti-semitismo entre eles optou por deixar o seu país e ir Estados árabes que o vemos… É, por
do clero e da nobreza, dos reinos do ocupar a Palestina – onde entretanto outros exemplo, em alguns meios de contra
Ocidente e do Oriente – que culpavam o povos viviam. Foram exactamente esses que informação, onde descobrimos, por
povo judaico de todas as calamidades, das maiores vítimas foram do nazismo e do exemplo, que existem vários movimentos
doenças à fome e à guerra, em vez de anti-semitismo. ISRAELITAS antimilitaristas e contra a
culparem a sua própria extrema opulência e Depois do Holocausto, do assassínio guerra, nos quais participam jovens
opressão de grandes senhores, do alto dos bárbaro de mais de 6 milhões de pessoas anarquistas israelitas e palestinos contra os
Estados, sobre o povo miserável e judaicas – entre outras – pelo regime nazi novos muros da segregação que o Estado de
massacrado com impostos e fome –, de Hitler dos grandes industriais alemães, e Israel vem erguendo desde já há alguns
primeiro o czarismo na Rússia e depois o após a sua derrota na 2ª Guerra Mundial, anos, que há greves e lutas sociais de
nazismo, na Alemanha, fizeram do “judeu” muitos dos judeus que partilhavam da ideia protesto dos dois lados das barricadas e
o bode expiatório para todas as de Herzl e de outros, a ideia do SIONISMO, muros da guerra!...
infelicidades dos povos… E assim foram de fundar, à custa da pilhagem de
evitando que eles se revoltassem, não territórios (aos habitantes da Palestina) um É que, para além daquilo que as boas e
fossem eles ao assalto dos privilégios das Estado religioso judaico, acabaram por criar más consciências “oficiais” nos querem
classes dominantes!... várias organizações secretas (Irgun, deixar ver, há uma OUTRA LUTA que une
Quando a revolta generalizada contra as Aganah, etc.) que impuseram pela força das tanto trabalhadores e amplos segmentos
minorias sociais privilegiadas começou a armas, por um lado à administração dos povos palestino como israelita: é a
surgir, nomeadamente em meados do britânica daqueles territórios e pelo outro às LUTA DE CLASSES, é a LUTA
século 19 e inícios do século 20, verificou-se populações árabes palestinas, o seu cada vez ANTIMILITARISTA, é a luta CONTRA A
que “os judeus” não eram um grupo social maior domínio da região. Com a formação e BARBÁRIE DOS ESTADOS E DO CAPITAL
único, que também neles, tal como nos não- o reconhecimento internacional do Estado INTERNACIONAL, é A LUTA CONTRA A
judeus, havia explorados e exploradores, de Israel, em 1949, criaram-se as condições EXPLORAÇÃO CAPITALISTA, seja ela feita
dominados e dominantes, e que a sua para que o Sionismo aparecesse cada vez por patrões e financeiros israelitas ou por
situação social os colocava de um lado ou do mais como aquilo que de facto é: um patrões e financeiros árabes e palestinos.
outro da barricada, contra a burguesia e o IMPERIALISMO e um COLONIALISMO E, por muito que vibremos com os
Estado ou a seu favor. tentando impor uma cultura, um levantamentos populares palestinos, as
Foi em fins do séc. 19 que a burguesia segregacionismo económico, cultural e “intifadas” do heróico povo palestiniano,
privilegiada judaica, para responder à social, uma ideia de dominação económica, contra o exército e a polícia FASCISTAS
chamada “questão judaica” – que era antes militar e cultural a toda uma população com israelitas, ou outras, não podemos deixar de
de mais uma invenção das burguesias e uma outra cultura e outra história de nos pôr de pé atrás com tudo aquilo que
aristocracias ocidentais – inventou a ideia desenvolvimento, a população PALESTINA. reforce o dito sentimento NACIONAL em
do SIONISMO. A ideia era voltar à Palestina detrimento do sentimento DE CLASSE,
Página 9 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

SOCIAL, dos trabalhadores tanto IGUALDADE e a LIBERDADE se poderão Viva o internacionalismo proletário e
PALESTINOS, como ISRAELITAS como alcançar. Porque ONTEM, HOJE e AGORA, libertário!
DO MUNDO INTEIRO, sabendo que, nos a NOSSA PÁTRIA É A TERRA INTEIRA e
tempos actuais de miséria, abusos sociais, não um Estado, um país ou uma nação! Vivam os povos, abaixo os governos!
desigualdades escandalosas, na Palestina, Abaixo todos os muros e barreiras
na faixa de Gaza, em Israel ou AQUI, é na Abaixo o militarismo, o Estado e o
Capital! que nos dividem!
LUTA SOCIAL e não na luta para defender
os privilegiados de quaisquer grandes Viva a luta dos povos palestino e Um anarquista
grupos económicos, dos Estados, dos israelita! Porto, 17 de Julho de 2010
Governos, que a DIGNIDADE, a

Conferência da AIT em León (Espanha)


Realizou-se nos dias 13, 14 e 15 de Agosto a Conferência da Associação Internacional dos Trabalhadores sobre
“Precariedade, Autogestão e Cooperativas”. A Conferência teve como anfitriã a secção espanhola CNT, realizando-se
no IX Acampamento da CNT em La Vecilla, León. Reproduzimos, em seguida, um largo excerto do informe da
delegação da secção britânica Solidarity Federation acerca dos trabalhos da conferência.

própria CNT-F. A sua acção mais apresentação da secção italiana USI.


inspiradora foi a ocupação de uma Descreveram a sua estratégia “mutualista”,
autoridade estatal do trabalho levada a de criar cooperativas de trabalhadores
cabo pelo comité de desempregados. Esta como forma concreta de construir laços de
acção envolveu algumas mães de família, solidariedade e apoio mútuo, dando forma
que recorreram à acção directa pela a uma alternativa ao capitalismo que o
primeira vez nas suas vidas, e que se poderia “progressivamente substituir”. Esta
demonstraram as mais militantes – ideia foi criticada por um texto do Sindicato
permanecendo até serem retiradas pela da Educação da CNT de Granada, que
polícia. Alguns dos membros mais activos sublinhou que “Acima de tudo, não
destes comités acabaram por se juntar à pensamos que a multiplicação de
CNT-F à medida que as lutas particulares cooperativas possa transformar
foram acalmando. progressivamente o sistema capitalista”. A
Participaram cerca de 100 pessoas no A ZSP também deu conta do seu discussão foi complicada pela tradução em
acampamento e 60 na conferência. trabalho com um trabalhador polaco três línguas, mas observou-se um
Estiveram representadas 10 secções: a emigrado que, após ter sido colocado por cepticismo generalizado em relação a uma
CNT-F (França), a FAU (Alemanha), a uma empresa de trabalho temporário num estratégia de autogestão no seio do
Priama Akcia (Eslováquia), a ZSP trabalho sem condições de segurança num capitalismo em oposição à luta de classes
(Polónia), a Solidarity Federation (Grã- estaleiro na Holanda, acabou por ficar com segundo linhas anarco-sindicalistas.
Bretanha), a AIT-Secção Portuguesa, a USI uma conta de hospital de 2.000 euros para O “Humanidad” do Peru fez uma
(Itália), a KRAS (Rússia), a NSF (Noruega) pagar e teve de pagar do próprio bolso as apresentação sobre a situação actual e a
e, claro, a CNT-E (Espanha). Também despesas de viagem. Não teve direito a história do movimento dos trabalhadores
compareceram organizações convidadas: a seguro nem a formação e não sabia sequer neste país, assim como do seu jornal. A
MASA da Croácia e dois delegados do o nome do estaleiro onde esteve a partir da sua apresentação e da leitura do
jornal peruano “Humanidad” que, no trabalhar. Utilizando métodos argutos, a seu jornal depreende-se que se inclinam
entanto, só chegaram várias horas após o ZSP conseguiu localizar o estaleiro e mais para o mutualismo do que para o
encerramento da conferência devido a organizou acções na Polónia e na Holanda comunismo libertário; no entanto, possuem
problemas com os vistos. juntamente com um grupo holandês uma clara orientação favorável às lutas dos
(Grupo Anarquista de Amesterdão – AGA), trabalhadores, interessando-se por lutas
Na primeira parte da conferência, conseguindo não só que o trabalhador actuais, tais como as que ocorrem na
foram dados informes acerca da situação recebesse o dinheiro devido como também indústria têxtil. Também estão a par de
em cada país. Demonstrou-se a melhoria das condições para os futuros algumas das limitações do mutualismo, que
particularmente interessante a experiência trabalhadores. deve ser compreendido no contexto de um
da ZSP polaca, que em três anos aumentou O informe da CNT-E sobre a luta na Estado-providência limitado e da larga
a sua afiliação para 50 membros, estando Ryanair destacou os problemas enfrentados extensão da economia informal no Peru
envolvida num grande número de lutas. pelos activistas sindicais. Neste caso, um (onde o auto-emprego é uma realidade para
No seu informe, a secção russa KRAS militante da CNT foi despedido após se ter muitos e as cooperativas constituem um
descreveu as terríveis condições vividas recusado a assinar um documento em que meio prático de obter uma fonte de
pelos imigrantes ilegais que trabalham na se dissociava do sindicato. Apesar de a CNT rendimento mais segura e serviços
construção civil na Rússia. As suas vidas ter obtido do tribunal uma sentença a favor públicos, em oposição à estratégia
são constantemente postas em risco pelos da readmissão do trabalhador, isto levou a revolucionária).
ataques da polícia e dos nazis, e quando se um debate dentro do sindicato sobre
tentam organizar para lutar enfrentam No geral, a conferência foi muito
legalismo, acção directa e como se
ainda o risco da deportação e da violência positiva, possibilitando uma grande inter-
organizar contra multinacionais poderosas,
das máfias. que também se reflectiu na discussão aprendizagem e contactos importantes
entre as secções. Muitos delegados
subsequente. Dois membros da FAU do
A segunda parte da conferência foi destacaram a importância da troca de
cinema Babylon em Berlim também
dedicada a conflitos específicos nos quais experiências e ideias, afirmando que há
forneceram uma actualização acerca deste
as secções têm estado envolvidas. A CNT-F necessidade de mais ideias concretas
conflito, após a proibição do tribunal que
de Pau descreveu o seu trabalho de relativamente à partilha de experiência e
pesava sobre as actividades sindicais da
organização através de ‘comités’, grupos que a prática das secções sairá enriquecida
FAU ter sido revogada.
criados fora do sindicato de forma a por esta partilha.
envolver outros trabalhadores militantes A última parte da conferência consisitiu
que possuíam uma profunda desconfiança Tradução do inglês. Original completo em:
numa discussão sobre autogestão e
http://brightonsolfed.wordpress.com/2010/08/24/
face aos sindicatos, extendida, de início, à cooperativas, introduzida por uma report-back-from-iwa-conference-in-leon-spain/
Página 10 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

FAU-Berlim – sindicato berlinense federado na FAU, a secção da AIT na Alemanha

A FAU-Berlim ganha o recurso em tribunal da sentença que


a tinha proibido de se autodenominar sindicato!
(mas continua a lutar pela obtenção duma efectiva liberdade sindical para os trabalhadores na Alemanha)
próprios do anarco-sindicalismo, ao basear Alemanha, que muito contribuiu para a
toda a sua actividade nas próprias opiniões decisão favorável ao recurso apresentado
dos trabalhadores, que participavam pela FAU-Berlim.
directamente nas decisões, e ao utilizar, por No entanto, esta é apenas uma primeira
exemplo, o boicote do cinema como meio de vitória para os trabalhadores, não só na
luta. Isto tornou-se inaceitável, quer para os Alemanha como nos outros países. A FAU
partidos políticos do governo de Berlim, continua a não ser considerada aquilo que
quer para o sindicato VER.di (sindicato na Alemanha se chama um sindicato com
alemão filiado na central sindical DGB – “capacidade para negociar acordos e
Confederação de Sindicatos Alemães, de organizar acções colectivas” (por exemplo
tendência centralista e estatal), e, com a sua greves, boicotes ou ocupações), tendo ainda
ajuda, o cinema Babylon conseguiu obter que enfrentar mais três acções em tribunal,
No dia 10 de Junho, o tribunal de uma primeira decisão judicial proibindo a colocadas pelo Babylon. Essa “capacidade”,
apelação de Berlim revogou a sentença FAU de se autodenominar sindicato. reconhecida aos grandes sindicatos
anteriormente emitida pelo tribunal de 1ª Porém, todo este desenvolvimento dos perfeitamente integrados no sistema
instância da mesma cidade, que proibia a factos mostrou claramente que a FAU não capitalista, é “atribuída” por estes, em
FAU-Berlim de se autodenominar sindicato. era mais um sindicato burocratizado e perfeita sintonia com o poder estatal, e não
Esta tentativa de limitar a acção da ligado estreitamente a interesses exteriores querem perder o monopólio que possuem
FAU-Berlim enquanto sindicato teve origem à luta dos trabalhadores, o que levou a um sobre o movimento sindical oficial.
no papel desempenhado por esta no conflito grande fortalecimento da sua secção no Por isso se torna importante não
que opôs, desde Junho de 2009, os Babylon, com a adesão de grande número desarmar na solidariedade com a FAU-
trabalhadores do cinema Babylon, o único de trabalhadores desse cinema. Berlim, sempre que necessário. A sua luta
semi-privado de Berlim, aos seus patrões. Por outro lado, houve um movimento de pela liberdade sindical plena é uma luta que
Desde essa altura que lutam por um solidariedade que se estendeu ao mundo nos interessa directamente a todos nós.
contrato colectivo de trabalho – recebem inteiro, com manifestações, concentrações e
salários de miséria e não vêem os seus outra acções de protesto frente a OS TRABALHADORES NÃO TÊM
direitos laborais serem respeitados, embaixadas, consulados e instituições PÁTRIA!
nomeadamente o pagamento dos dias de culturais alemãs em mais de 50 cidades e o UMA OFENSA A UM É UMA OFENSA
falta por doença e dos dias de férias. envio maciço de cartas e e-mails de A TODOS!
De facto, a FAU-Berlim utilizou, nesse solidariedade protestando contra a tentativa
conflito, os métodos e meios de acção de cercear as liberdades sindicais na

Protestos após explosões trabalhadores a continuar a trabalhar Depois das explosões na mina de
mesmo com os níveis de metano em Raspadskaya, ocorreram manifestações
de minas na Rússia excesso. Muitos trabalhadores não tinham espontâneas na cidade, e na noite de 14
dispositivos de oxigénio com eles, o que, de para 15 de Maio, a linha férrea entre
acordo com as normas de segurança, cada Novokuznetsk e Abakan foi cortada. O
trabalhadores devia ter. Os corpos de 25 presidente da câmara mandou os mineiros
vítimas foram encontrados sem estes dispersar, mas eles recusaram. Houve
equipamentos. confrontos com a polícia, em que
O trabalho dos mineiros é feito em participaram mais de 300 pessoas. Os
condições de risco constante, por exemplo: manifestantes atiraram pedras e garrafas
os mineiros não são pagos por horas contra a polícia, cerca de 28 pessoas foram
trabalhadas, mas pelo trabalho feito. Isto detidas e seis polícias ficaram feridos.
influencia os mineiros a negligenciar as O governador da região de Kemerovo,
condições de segurança. É preciso deixar o Aman Tuleyev, apelidou os trabalhadores
local de trabalho na mina, quando soam os envolvidos nos confrontos com a polícia de
alarmes de gás poluído, mas essas “líderes de grupos criminosos e de
interrupções podem abrandar o ritmo de desempregados”. Expressando a atitude de
Duas poderosas explosões aconteceram trabalho e levar a não cumprir os objectivos quem está no poder para com os mineiros e
na noite de 8 para 9 de Maio na maior mina de produção (que são constantemente suas famílias.
de carvão da Rússia, a mina Raspadskaya incrementados), neste caso os Apesar das autoridades prometerem
em Mezhdurechensk, na região de trabalhadores perdem dois terços do reforçar as medidas de segurança, no dia 19
Kemerovo. O número exacto de mortos é salário. de Maio nova explosão aconteceu na mina
ainda desconhecido, actualmente, os mass A cidade de Mezhdurenchensk está de Alekseevskaya, outra mina da região de
media oficiais da Rússia apontam para um formada à volta da mina de carvão. A mina Kubass, matando mais dois trabalhadores.
número de 66 mortos, 84 feridos e 24 é um dos poucos sítios onde existe emprego. A tensão na região aumenta, e há apelos
desaparecidos (no entanto, os mineiros O salário da mina é para muitas famílias a à luta por melhores salários, melhores
salientam que o número de mortos única fonte de rendimento. Muitos deles condições de trabalho e respeito pelas
ultrapassa os 150). As explosões têm obrigações com os bancos, que devem normas de segurança.
aconteceram devido a um excesso repentino pagar. O medo do despedimento, a falta de Actualmente, polícias anti-motim estão
dos níveis permitidos de metano. perspectivas de futuro e o medo de perder a situadas na cidade nos pontos-chave, numa
Mesmo as autoridades oficiais habitação, forçam os mineiros a não prestar tentativa de surpreender novos protestos.
reconhecem que as medidas de segurança atenção às terríveis condições de trabalho e
na mina foram violadas e causaram estas (situação em fins de Maio)
à falta de segurança na mina.
explosões. A gestão da mina força os
Página 11 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Na H&M tudo está em saldos, até os trabalhadores...


2340 euros... fábricas conseguiu fazer limitar os salários constrangido sob pressão psicológica da
a 23 euros... sua direcção a assinar a sua própria carta
Dois mil trezentos e quarenta euros. de demissão. O motivo? Nenhum. Apenas a
Não é o preço de um vestido de alta- Contudo, os operários do Bangladesh
política do medo, para economizar à custa
costura. É o preço de uma vida humana nos começam a estar fartos de ser os “fusíveis”
dos assalariados, dando um exemplo aos
fornecedores da H&M. da indústria têxtil, e nos últimos meses as
restantes, fazendo-os compreender a sua
revoltas vêm-se multiplicando. Violentos
No passado dia 21 de Fevereiro, pela “sorte” nestes tempos de “crise” e que não
movimentos de protesto, envolvendo
terceira vez em menos de um ano, um dezenas de milhares de operários dos têm vantagem nenhuma em queixar-se.
incêndio “acidental” eclodiu na empresa Esta crise, durante a qual empresas como a
têxteis, levaram ao encerramento de 700
têxtil Garib e Garib, em Dhakka, no H&M continuam a obter lucros
fábricas que fornecem as maiores marcas
Bangladesh. Já em Agosto de 2009 duas monstruosos (para a H&M 1,3 MIL
ocidentais de vestuário. No dia 19 de
pessoas tinham morrido nesta empresa MILHÕES no primeiro semestre, com um
Junho, 50.000 trabalhadores dos têxteis
devido a um primeiro incêndio. Em aumento de 22% no primeiro trimestre),
que se manifestavam pelo aumento dos
Fevereiro de 2010, foram 50 os somos nós, os trabalhadores, aqui e em
salários saquearam várias fábricas na zona
trabalhadores que ficaram gravemente todo o lado, que a pagamos com os
industrial a norte da capital Dhakka e
feridos e 21 os que morreram no incêndio. despedimentos, com a precariedade e por
bloquearam estradas. A polícia reagiu,
A H&M, principal cliente da Garib e Garib, ferindo mais de 100 operários. Mas vezes com a própria vida.
perante a indignação internacional curiosamente, os nossos media não Mas o Diego decidiu não permanecer só
suscitada por este drama, sentiu-se tocaram no assunto, muito preocupados face ao seu empregador. Juntamente com
obrigada a fazer um gesto. Atribuiu que estavam com os assuntos milionários outros colegas e com companheiros da
pomposamente às famílias das vítimas do Mundial de Futebol... CNT-AIT decidiu não se deixar ficar e
2340 euros de “compensações”. Eis o preço contra-atacar. Foram organizadas acções
da vida de um trabalhador para a H&M. 85% de protesto em frente da sua loja e de
Este género de “acidente” é frequente Não, não é a última taxa dos saldos. É a outras da mesma cadeia, para exigir a sua
no Bangladesh. São incontáveis os mortos percentagem de assalariados da reintegração na empresa, com o
carbonizados nas suas fábricas, porque os distribuição e do comércio que reconhecimento de todos os seus direitos.
patrões encerram os trabalhadores nas consideraram o seu trabalho fisicamente Uma corrente de solidariedade
oficinas. Estes incêndios têm fatigante (contra 75% em 1998) num internacional está em vias de se iniciar,
frequentemente por origem uma instalação inquérito oficial realizado em França em outros piquetes de protesto tiveram lugar
eléctrica defeituosa, sem manutenção, e 2007. No ano passado, em todos os em frente de outras lojas da mesma cadeia,
uma ausência de medidas de segurança sectores da distribuição, contaram-se mais em Espanha, na Polónia, em França...
elementar nos locais de trabalho. Porquê de 30.000 acidentes de trabalho e o Qualquer um pode, se quiser solidarizar-se,
investir milhões em segurança? Dado o número de doenças profissionais está em reproduzir e distribuir este texto em frente
preço da vida humana, os patrões não têm aumento constante. Na H&M de França de uma loja próxima de si. Porque um
razão para se privarem... Sobretudo quando tiveram lugar numerosas greves nestes ataque contra um de nós é um ataque
se acaba de saber que a H&M pagou tão só últimos anos para denunciar as condições contra todos. Hoje, é Diego que é atacado,
60 (SESSENTA) euros de impostos sobre de trabalho e a pressão, incluindo a amanhã seremos nós. É tempo de a
as suas sociedades em 2008 num país onde psicológica, que pesa sobre os assalariados, solidariedade se exprimir.
se abastece em grande escala!!! levando mesmo a tentativas de suicídio.
Face ao teu explorador não fiques só!
20 Euros Zero Euros A união faz a força!
Os têxteis representam 80% das Zero euros, é o que toca doravante a A solidariedade é a nossa arma!
exportações anuais do Bangladesh e as suas Diego, de uma loja H&M de Madrid após
fábricas empregam 40% da mão-de-obra ter sido forçado a assinar CNT, secção francesa da AIT
industrial do país, na maior parte feminina. “voluntariamente” a sua demissão, o que o
O salário médio é de cerca de 20 (VINTE) priva de qualquer direito a uma Tradução de um artigo publicado em
euros por mês. Em Abril, o governo indemnização. Diego, que trabalhou dois http://cnt-ait.info
comprometeu-se em aumentar os salários anos nesta loja sendo reconhecido como
mas um grupo de proprietários de 4500 um assalariado “sem problemas”, foi pois

Espanha: ASM sobre-explora os trabalhadores e reprime por motivos sindicais


seu centro em Granada, um dos mais reconhecido a secção sindical da CNT na
antigos trabalhadores que era também o empresa e se apressarem a verem-se livres
delegado da secção sindical da CNT de um dos trabalhadores mais incómodos,
(Confederação Nacional do Trabalho – daqueles que se recusam a ser sobre-
secção espanhola da AIT), aproveitando explorados e perseguidos e que se
ainda para dar um “exemplo” aos restantes organizam para lutar pelos seus direitos.
funcionários do que lhes poderá suceder Em Portugal, a ASM é representada
caso ousem protestar. Numa empresa que pela INTERCOURIER que tem filiais em
pratica jornadas diárias de 10 horas ou Gondomar, Linda-a-Velha e Prior Velho, e
mais, que desde Abril de 2008 reduziu os tal como se está a verificar em toda a
salários em 10%, onde não são respeitados Espanha, é preciso mostrar por cá a nossa
os tempos de descanso nem as férias e na solidariedade, exigindo a readmissão
A ASM courier, empresa de transporte qual são os próprios trabalhadores a ter de imediata do trabalhador despedido pela
de mercadorias, com o habitual pretexto da pagar do seu bolso um seguro para a ASM Granada e o reconhecimento da
“crise” para alegar um decréscimo na mercadoria que transportam, não é de secção sindical da CNT na empresa.
produtividade, despediu recentemente no admirar o facto dos patrões não terem
Página 12 Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

Queimar o PEC, as “Crises” e o FMI


Com PEC ou sem PEC Nas lutas desencadeadas
A “crise” pagamos nós Mas p’ra qu’isto se resolva
Mas co’ajuda do FMI E não volte a recuar
Não ficamos por aqui… Há qu’ir de novo “pr’à frente
Co’a organização popular
Os cortes nos orçamentos
P’ra equilibrar as finanças
São sempre os mesmos excrementos
Comissões de moradores
Assembleias populares
Os seis anarquistas
Não cortam nas grandes panças…
--
Sindicatos revolucionários
Que ninguém possa travar
de Belgrado foram
Cortam é no RSI
E subsídios de desemprego
--
E em vez de “concertação”
absolvidos
Não cortam nos ganhos deles E de “coesão social” No dia 16 de Junho, no Palácio de Justiça de
Naquilo que metem pelo rêgo Lutas de trabalhadores Belgrado, os “Seis de Belgrado” foram absolvidos
Contra o Estado e Capital de todas as acusações. O juiz Gerasimovic afirmou
Nem nos ganhos dos gestores que a decisão do tribunal não teve motivação
Nem dos ministros e que tais E então damos-lhes a “crise” política, baseando-se no facto de não existirem
De “enginheirus” e “dótores” Mais os PEC.s e o FMI provas para sustentar as acusações contra os
Com diplomas fatais… Somos muitos mais que eles nossos companheiros.
-- No mundo inteiro e aqui Após nove meses desde o início deste processo,
Nem nos que abrem insolvências -- durante cinco dos quais permaneceram detidos
Pondo mais gente na rua Praticando hoje e agora sob condições terríveis, os nossos companheiros
Nem no tráfico d’influências Entre nós a Igualdade sérvios vêem-se finalmente livres das garras do
Na corrupção nua e crua… Sem chefes, mandantes, senhores sistema judicial.
Teremos a LIBERDADE Relembramos que existem ainda dois
Cortam em direitos do povo processos pendentes, relacionados com este caso:
Ganhos com grande luta Não de escolher os tiranos um contra o companheiro croata Davor Bilic, a
E erguem a crista de novo Mas de não querermos nenhum quem as autoridades sérvias apreenderam o
Todos os filhos da puta! Por uma Terra sem amos passaporte impedindo-o de abandonar a Sérvia, e
-- Libertária e comum outro contra três companheiros de Vrsac. Tanto
Contra esta situação Davor como os companheiros de Vrsac são
Ficar-se nada resolve Fora a “crise” e fora o PEC, Fora o acusados do crime de “obstrução à justiça”, o
Só com nova revolução Estado e o Capital primeiro por mostrar um cartaz com a frase
A exploração se dissolve Contra o “circo” reinante – “Anarquismo não é terrorismo” na sessão do
REVOLUÇÃO SOCIAL! julgamento de 17 de Fevereiro, e os segundos por
Sem cravos a encravar colarem cartazes na sua cidade exigindo a
Os canos das espingardas @liberto libertação dos “Seis de Belgrado”.
Nem “figurões” a mandar Maio-2010
Artigo redigido segundo informações da ASI (Iniciativa
Anarco-Sindicalista), secção sérvia da AIT

Assina o Boletim Anarco-


Anarco-Sindicalista! Locais de venda do Boletim:
Assinatura: Almada
Seis números por 5 euros Centro de Cultura Libertária
Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto – Cacilhas
(custos de envio incluídos) (horário: sábados das 16h às 20h)
Modo de pagamento: Lisboa
Enviar cheque ou vale postal à ordem Livraria Letra Livre
de “AIT - Secção Portuguesa” para: Calçada do Combro, 139
(horário: 2ª a sábado, das 10h às 20h)
Apartado 50029 / 1701-001 Lisboa
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Sindicato de Ofícios Vários – AIT-SP Porto
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Anarco- Terra Viva
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Procuramos quem possa fazer chegar o Livraria Gato Vadio
Boletim a mais gente interessada... Rua do Rosário, 281
(horário: tarde - 5ª a domingo das 15h às 19h30;
Contacta-nos! noite - 3ª a domingo das 19h à 1h)

Toda a correspondência para o Boletim Anarco-Sindicalista deve ser enviada para:


Apartado 50029 / 1701 - 001 Lisboa / Portugal
E-mail: aitport@yahoo.com
O Boletim Anarco-Sindicalista em PDF, a partir do
número 22, pode ser descarregado da Internet em:
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