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O filme Eles não usam Black-Tie tem a premissa de conscientizar o

proletariado e incentivar sua participação nas lutas políticas, desenvolvendo


senso crítico para a massa e desta forma era importante que os autores e
atores tivessem um posicionamento político e ideológico. Segundo Augusto
Boal (1967), o Teatro de Arena de São Paulo era revolucionário, em todos os
aspectos, pois se desenvolveu por etapas, modificadas de acordo com as
necessidades históricas servindo como uma analise de uma fonte histórica que
deve estar sujeito às críticas internas e externas.

A crítica interna é a própria análise do enredo que teve como base


principal o que sociedade passa, sendo retratado do ponto de vista da mesma,
deixando implícita a visão usurpadora da indústria, juntamente com a vida
doméstica de uma família de trabalhadores, retratando o conflito entre pai e
filho gerado pelo posicionamento de ambos diante da greve na fábrica onde
trabalham.

O filho Tião é um jovem que visa um futuro melhor com sua esposa
grávida, ambições que podem ser classificadas como burguesas, na visão de
seu pai, pois vai de encontro às pretensões idealistas de Otávio, seu pai, um
assíduo sindicalista que luta e enfrenta a busca da expansão dos direitos dos
trabalhadores e aposta na coletividade para assim o fazer, chegou a ter sido
preso enquanto lutava pelos seus ideais.

Existem vários pontos polêmicos no filme, muito além da luta pelos


direitos dos trabalhadores. Temas importantes que mesmo que se passe em
um ambiente de anos atrás, incrivelmente ainda é possível se observar tais
situações que fazem parte da realidade nua e crua vivida pelas mulheres não
somente brasileiras, mas também do mundo inteiro. Um exemplo disso é que
em meio ao desenrolar da luta sindicalista, no outro núcleo doméstico da
familiar, a violência contra mulher é sugerida quando as cenas estão voltadas
para o núcleo da família de Maria, esposa de Tião.

Em certo momento, ao chegar a sua casa, ela ouve gritos de socorro de


uma mulher, que apanhava do marido, mas, ninguém ajudou a personagem, da
qual só se ouve a voz. Dentro dos laços familiares de Maria, aparece o mesmo
assunto, quando o irmão dela sugere que o pai bêbado iria bater na mãe deles,
que iria “começar de novo”.

Por fim, na cena do confronto final entre Maria e Tião, ele chega a bater
nela, mais uma demonstração da sociedade machista praticante da violência
familiar, principalmente contra mulheres e crianças. Maria também sofre
agressão por seu esposo Tião, que após uma discussão sobre as atitudes
tomadas sobre o movimento grevista. Em meio à briga, Maria o ofende, chama
de covarde, Tião se exalta e lhe dá uma tapa no rosto, mais uma demonstração
da sociedade machista praticante da violência familiar, principalmente contra
mulheres e crianças.
Tião é um jovem-adulto alienado, monstra essa atitude quando se
recusa a ter vinculo com qualquer consciência política alegando ser perigosa e
almeja a ascensão social por meio do trabalho, mérito e esforço. Ele, de certa
forma, toma para si a lógica liberal e defende os ideias oferecidos pela classe
fundamentalista. Por outro lado, Otávio e Maria reforçam a importância da
união entre os homens e o reconhecimento do espaço social em que estão
inseridos, como forma de resistência às possíveis opressões que o discurso da
classe patronal pode expressar.

Maria desiste do noivado e nega a paternidade de Tião devido a


inúmeros fatores, afirmou que a criança será apenas neta de Otávio, pois o
mesmo tinha fibra de continuar sua luta contra a indústria de trabalho. O pai o
expulsa de casa, alegando que sua casa não é e nunca foi, nem será a casa de
um fura-greve. A personagem de Maria e suas colegas operárias remetem à
presença feminina no movimento operário, a partir da crescente presença da
mulher no mercado de trabalho, bem como em outros movimentos sociais e
políticos de mulheres, como o feminismo.

Apesar de não possuir um discurso feminista, Maria constrói um


elegante discurso da classe social para com o proletariado onde a luta
necessária é a luta social contra toda forma de exploração e opressão, nisso
pode ser incluso, a opressão de gênero. O machismo como deformação
ideológica de homens na sociedade do capital, é superado por meio de um
longo processo de socialização, centralizando o poder para si próprios, mas
atitudes de traição de classe tende a abortar qualquer movimento de “negação
da negação” do capital.

Hirszman, autor da peça, afirma que seus personagens não representam


pessoas reais tanto quanto representam o processo de conscientização e de
participação política. No Brasil e em todo o mundo, as mulheres estão se
tornando mais reivindicantes de seus direitos e poderes, e o personagem de
Maria celebra essa importante transformação.

A violência doméstica não é um problema recente, além de atingir todas


as classes sociais. É considerada uma das piores formas de violação dos
direitos humanos de mulheres, “uma vez que extirpa os seus direitos de
desfrutar das liberdades fundamentais, afetando a sua dignidade e autoestima”
(PAULA, 2012:03).

Violência que se pratica no seio da relação familiar em sentido amplo,


independentemente, do gênero e idade da vítima ou do agressor. [...] Estes
comportamentos podem ser exercidos de forma direta ou indiretamente sobre a
vítima, sendo maus tratos físicos ou psicológicos, incluindo castigos corporais,
privações da liberdade e ofensas sexuais. (MAGALHÃES, 2010:22).
A atuação de um assistente social acomete o combate à violência contra
a mulher, descobrindo alternativas e possibilidades para uma intervenção que
enfrente todos os desafios postos a essa área, decifrando as situações
apresentadas, capacitando-se para o trabalho com as mulheres, trabalhando
para a transformação no modo das condições de vida, na cultura de
subalternidade imposta às mulheres, participando das discussões sobre a
questão da violência contra a mulher, organizando eventos na área, militando
nos conselhos com o objetivo de que o governo priorize as políticas públicas de
combate à violência em sua agenda. Sem esquecer a trajetória histórica que
atribui a identidade profissional conquistada pela categoria, e que se encontra
explicitada nos onze princípios fundamentais do Código de Ética profissional do
Serviço Social.
Entretanto, Mioto em 2003, diz que o agir profissional no âmbito da
violência doméstica não basta saber da existência dos elementos que
constroem este fenômeno, nem as teorias explicativas que lhes dão
sustentação. “É necessário um conhecimento profundo do objeto sobre o qual
se trabalha, para que se possam captar todas as interrelações possíveis entre
as diferentes dimensões e a forma como elas se articulam”. Visto isso, é
necessário que se estabeleça condições para o desenvolvimento de ações
profissionais numa perspectiva crítica, pois sem isso, o devido respeito à
mulher na sociedade é difícil de se desenvolver.

De acordo com o Código de Ética pautado nos valores de liberdade,


democracia, justiça social, respeito e defesa das minorias o profissional da área
de assistente social, diante da multiplicidade de situações de violência em que
mulheres apresentam e, principalmente da necessidade de intervenção a fim
de que a convivência familiar possa ser mantida. A atuação deste profissional
tem não apenas ao conjunto de instrumentos e técnicas, mas a uma
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e
reconstruída no processo sócio-histórico (GUERRA, 2000: 01).

A ética se objetiva na intervenção profissional, teoricamente (através de


uma dada concepção ética crítica e histórica); praticamente (através das ações
que viabilizem a apropriação, por partir dos indivíduos, de suas capacidades e
potencialidades, de suas necessidades e direitos). Na medida em que a ética
profissional vincula-se a um ideário emancipatório, objetiva contribuir para a
preservação desse ideário, buscando alargar as suas bases sociais na
sociedade, junto aos movimentos e sujeitos defensores destes valores e desse
projeto, o que é evidentemente um objetivo ético-político (BARROCO, 2008,
p.230).

A conduta de um bom assistente social não depende somente código de


ética profissional, visto que a construção moral e os valores individuais podem
afetar a forma como agirá diante do tema. Em uma concepção está a
valorização da coerção como elemento moral fundamental para a coesão
social. A moral ordena; a ética aconselha. A moral responde à pergunta: “o que
devo fazer?”; a ética, à pergunta: “como devo viver?”. (COMTE, 1998)
O filme consegue passar um espírito de solidariedade de querer sair da
sua situação, com a sede de tornar suas reinvindicações a sua realidade. Foi
uma homenagem as classes trabalhadoras, as que mais sofrem no país devido
a sua condição financeira. Diz-se condição, pois foi algo estabelecido a eles
desde o nascimento, ninguém escolhe ser inferior ao seu semelhante, em
contrapartida, mostra a realidade que assombra a violência doméstica devido
ao ego machucado dos homens desempregados.

A postura do homem em relação à mulher é algo que tem sido um


problema cada vez mais em pauta nas discussões e preocupações da
sociedade brasileira. Em Eles Não Usam Black-tie mostra que tal violência não
é um fenômeno exclusivamente contemporâneo, o que é perceptível é que a
visibilidade política e social desta problemática tem um caráter recente, uma
vez que apenas nos últimos 50 anos é que tem se destacado a gravidade e
seriedade das situações de violências sofridas pelas mulheres em suas
relações sociais e afetivas. É importante salientar que o papel de um assistente
social deve, por meios de técnicas e seguindo, não somente o código de ética,
como também a moralidade do individuo que se dispõe a trabalhar nessa
profissão, tente de todas as formas cabíveis melhorar a vida da mulher na
sociedade perante ao seu par afetivo, assim como perante a sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARCALA, Valter A. O Cinema Na Escola Uma Análise Interdisciplinar Do


Filme “Eles Não Usam Black-Tie”, De Leon Hirzsman. SÃO PAULO – 2006.

CASTRO, T. L. Mulheres Jovens E Dependentes Financeiramente São Maioria


Entre Vítimas De Agressão Doméstica. Press Releases, 2017

RIBEIRO, Quézia L. G. O Proletariado em Eles Não Usam Black-Tie (1981), de


Leon Hirszman. Revista Ensaios, Vol.10, janeiro – junho de 2017.
SILVA, Maria C. O Teatro De Arena Na Arena Do Brasil. Belo Horizonte - 2008.
SILVA, Luciane L. Violência Silenciosa: Como Condição Da Violência Física
Doméstica. Comunicação, Saúde, Educação, v.11, n.21, p.93-103, janeiro/abril
– 2007.

PEDRO, Ana P. Ética, Moral, Axiologia E Valores: Confusões E Ambiguidades


Em Torno De Um Conceito Comum. Belo Horizonte, nº 130, Dezembro – 2014

TAKEDA, Anna C. B. O Romantismo Em Eles Não Usam Black-Tie: Sentimento


De Uma Época Ou Esperança Que Persiste? – Revista Virtual de Letras, v. 08,
nº 02, agosto/dezembro - 2016..

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