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RISCOS OCUPACIONAIS VIOLAÇÃO DE NORMAS E FALTA DE FISCALIZAÇÃO AMEAÇAM A VIDA DO TRABALHADOR RURAL

www.revistacipa.com.br
CADERNO
INFORMATIVO DE
PREVENÇÃO
DE ACIDENTES

Abril 2018
Ano 40_Nº 463_R$15

Disponível

DESDE 1978

ENTREVISTA
COSMO PALASIO
Técnico em SST traça panorâma
sobre o avanço do setor no Brasil

CALÇADOS
Aumento de lesões nos pés
e tornozelos gera demanda por
EPIs mais modernos e estáveis

ESCRITÓRIO
EM CASA NOVA LEGISLAÇÃO TROUXE DESAFIOS
PARA EMPRESAS EM RELAÇÃO À
ERGONOMIA E SEGURANÇA DE
FUNCIONÁRIOS REMOTOS
PERFORMANCE • CONFORTO • LIDERANÇA TÉCNICA

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DESDE 1978 EDITORIAL
REVISTA CIPA é uma publicação mensal da Cipa Fiera Milano Publicações e Eventos Ltda. Publicação
específica para as áreas de Higiene, Segurança e Infortunística Laboral, destinada à Segurança Total do
Homem, do Trabalho e da Empresa. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos autores
e não expressam, necessariamente, a opinião da Revista CIPA. As matérias publicadas poderão ser
reproduzidas, desde que autorizadas por escrito pela Cipa FM Publicações e Eventos Ltda., sujeitando os
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CIPA FIERA MILANO PUBLICAÇÕES E EVENTOS LTDA
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DIRETOR-GERAL: Graziano Messana
Transformações tecnológicas sempre geraram mudanças de
comportamento, e no campo das relações trabalhistas isso
DIRETOR-COMERCIAL E VENDAS: Rimantas Ladeia Sipas (rimantas.sipas@fieramilano.com.br)
não foi diferente. A comunicação e o armazenamento de
PUBLICIDADE: (11) 5585-4355 comercial@fieramilano.com.br dados foram facilitados com avanços nas áreas de telefonia
ASSISTENTE SÊNIOR - DEPARTAMENTO COMERCIAL Sueli Ferreira (sueli.ferreira@fieramilano.com.br)
e banda larga. Até mesmo o conceito de nuvem foi, de
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Telefone: (11) 5585-4355 – Ramal: 1046 / WhatsApp: (11) 99234-5007 certa forma, reinventado. Graças a tudo isso, atividades
Skype: Revistas Cipa, Incêndio e Security antes impensadas de serem realizadas longe da empresa,
hoje, podem ser executadas em qualquer lugar do mundo,
REALIZAÇÃO a quilômetros de distância. Essa pratica é conhecida como
teletrabalho (home-office) e se consolida como uma
realidade no País.
Para funcionários, um das vantagens é a mobilidade já que
Rua Félix de Souza, 305 – Vila Congonhas não é necessário se locomover até o local de trabalho em
CEP 04612-080 – São Paulo – SP
meio ao trânsito caótico das cidades. Para as empresas,
Tel.: (11) 5095-0096
www.brasilmediacommunications.com o ganho está na economia. Esses são alguns dos pontos
abordados na reportagem capa de CIPA, que ainda alerta:
DIRETOR DE REDAÇÃO: Marcelo Couto
DIRETOR DE ARTE: Roberto Gomes para que não haja dor de cabeça é importante adequar os
locais aos padrões corretos de ergonomia.
REDAÇÃO/REPÓRTERES:
Cristiane Del Gaudio (cristiane.delgaudio@bmcomm.com.br), Daniel Santos (daniel.santos@bmcomm.
A reportagem sobre riscos ocupacionais apresenta a realidade
com.br), Mariana Bonareli (mariana.bonareli@bmcomm.com.br) e Sofia Jucon (redacao@expoestrategia. do trabalhadores rurais e os perigos aos quais estão expostos.
com.br)
ASSISTENTES DE ARTE: Melissa D’Amelio Segundo a especialista técnica da Organização Internacional
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Adriana Gavaça, Alexander Potenza, André Lemos, Conceição Frei- do Trabalho entrevistada, a agricultura é um dos setores mais
tas, Cosmo Palasio, Clarisse de Souza, Jaques Sherique, José Carlos Dias Carneiro, Lana de Paula, Leonardo
Maranhão, Raul Casanova, Remígio Todeschini, Renan Xavier, Saulo Soares, Silvia Regina, Sylvino Cintra de perigosos. A ampla gama e natureza das tarefas, associadas
Souza júnior, Sérgio Ussan, Telma Bartholomeu Silva
aos instrumentos e produtos envolvidos nos processos de
produção expõem esses funcionários a diferentes riscos.
CAPA: SHUTTERSTOCK
IMPRESSÃO: Gráfica Grass
Outro tema relevante abordado nas próximas páginas é a
TIRAGEM: 14.000 exemplares adequação dos Equipamentos de Proteção Individual às
diferenças de gênero. A quantidade de EPIs disponíveis no
CIPA® Registro no Instituto Nacional de Propriedade
Industrial sob o número: 820.830.720.820.830.720 mercado são pensados para o biótipo masculino. Não são
levadas em consideração características do corpo feminino.
Registro ISNN: 2525-8893
Os trabalhadores com deficiência também são deixados de
serviços lado nessa discussão.
ATENDIMENTO Entre os artigos, destacamos o texto que trata sobre o
Edições anteriores, promoções, preços e alteração de dados cadastrais
(endereço, número de telefone, forma de pagamento etc.). alcoolismo. De acordo com estudo da Universidade Federal
Fone: (11) 5585-4355 Rural do Rio de Janeiro, o álcool é a substância psicoativa
Site www.fieramilano.com.br • E-mail assinatura@fieramilano.com.br
consumida por quase 69% dos brasileiros. Além disso, 90%
ANUNCIE
Fone: (11) 5585-4355
das internações em hospitais psiquiátricos ocorrem pelo
Site: www.fieramilano.com.br • E-mail: comercial@fieramilano.com.br uso de álcool. O artigo se propõe a discutir a assistência ao
FALE COM A REDAÇÃO empregado e valorização da dignidade da pessoa humana e
Fone: (11) 5095-0096 de sua atividade laborativa. Informe-se! ■
E-mail: daniel.santos@bmcomm.com.br/mariana.bonareli@bmcomm.com.br
Confiança
em todo lugar.
Um espaço confinado não foi projetado para a
ocupação contínua de trabalhadores, por isso
apresenta um número muito grande de riscos para a
saúde. Existência de gases tóxicos e explosivos,
ausência de oxigênio, dificuldade de movimentação,
falta de iluminação adequada e restrições ao acesso são
alguns dos principais fatores regidos pela norma NR33.
Quando o trabalhador está em um espaço confinado,
tem que ter a confiança de que seu equipamento de
proteção é feito com as melhores matérias primas e
com qualidade técnica aprovado por normas nacionais
e internacionais. Se for da LEAL, pode confiar.

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LEAL.COM.BR LEAL À SUA CONFIANÇA


Sumário
Entrevista
COSMO
PALASIO 20
CONSULTOR EM SST

Colunas
78

24
Previdência........................................................

Construir com segurança..............................................82

Dicas de prevenção............................................ 90
TELETRABALHO
artigos

30
Abresst em ação................................................ 50
Alcoolismo........................................................ 54

Assédio sexual................................................... 56
EPIS
Perito hércules................................................... 70
ESPECIAIS
ABNT CB-32...................................................... 86

34
CALÇADOS
Seções
8
Tá na rede.............................................................

CIPA notícias...................................................... 10
DE SEGURANÇA
SST Global......................................................... 14

44
Repercussão...................................................... 16

Fique sabendo................................................... 18

Vitrine............................................................... 92
RISCOS Agenda............................................................. 96
OCUPACIONAIS
Leitor em alerta............................................. 106
Confiança
em alta.
Líder em equipamentos de proteção, a LEAL é
especializada também em projetos e instalações
de linhas de vida. Nossa equipe mapeia as
necessidades de cada cliente e implementa a
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protegidos em conformidade com as normas NR35,
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empresa, confie em quem já se mostrou a melhor.

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LEAL.COM.BR LEAL À SUA CONFIANÇA


Previdência gastou mais de R$ 26 Campanha visa reduzir
bi com acidentes em cinco anos acidentes na construção
Os acidentes de trabalho custaram mais de R$ 26 bilhões A Superintendência Regional do Trabalho de Goiás (SRT-
à Previdência Social entre 2012 e 2017, segundo dados GO) promoveu no começo de março um seminário que faz
do Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgados no parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de
começo de março. Nessa conta estão gastos com auxílio- Trabalho na Indústria da Construção (Canpat Construção
doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte 2017/2018). O evento foi realizado em parceria com a Câmara
ocupacional e auxílio-acidente. Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Até o atual momento os custos da Previdência já superam Na abertura, o superintendente da SRT-GO, Degmar
R$ 760 milhões. Nos últimos cinco anos, foram registrados Pereira, falou sobre a importância da
3.879.755 Comunicados de Acidente de Trabalho (CATs) campanha. “Esse trabalho tem o objetivo

Fot
os :
em todo o País. A estimativa do MPT é que, nesse de conscientizar empregadores e

Shu
período, 14.412 pessoas morreram em decorrência de trabalhadores desse importante

t te
r sto
acidentes trabalhistas. segmento econômico para a

ck
O Ministério Público do Trabalho também calculou o impacto necessidade de adoção de medidas
dos acidentes de trabalho na economia em 2017. Segundo o preventivas cada vez mais
estudo, as perdas no Produto Interno Bruto (PIB) chegaram eficientes e efetivas”, disse. Saiba
a R$ 264 bilhões. mais no site da CIPA.

Mentalidade escravagista permeia


trabalho rural e doméstico no País
O trabalho rural e doméstico são os que trazem mais marcas do passado
escravagista, segundo afirmaram os participantes de audiência pública
na subcomissão do Estatuto do Trabalho do Senado, ocorrida em
5 de março. Ainda segundo a subcomissão, a conjuntura atual tem
aberto espaço para que maus empregadores imponham suas agendas,
eliminando direitos históricos destas categorias, que já estavam entre as
mais socialmente vulneráveis.
Carlos Eduardo, assessor jurídico da Confederação Nacional dos
Trabalhadores Assalariados Rurais (Contar), disse na audiência que
o campo vive uma tragédia após aprovação da reforma trabalhista,
que enfraqueceu o poder dos sindicatos. A dispensa da participação
dessas entidades nas negociações coletivas tem prejudicado milhões de
trabalhadores. Saiba mais no site da CIPA.

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Taxa de acidentes de trabalho
é 34% maior na área de saúde
Fotos: Shutterstock

D e acordo com estudo realizado pela União Europeia, a taxa de acidentes de trabalho registrados no setor de
saúde é 34% maior do que em outros setores. O dado foi apresentado no seminário “Saúde na Saúde”, or-
ganizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho
(OIT), em Brasília. O objetivo do evento foi orientar profissionais atuantes no segmento sobre riscos de acidentes
e doenças ocupacionais em hospitais.
“Muitos se esquecem de enfatizar a situação precária e de exposição aos altos riscos desses trabalhadores, em es-
pecial nas unidades públicas de saúde. O projeto Saúde na Saúde faz um contraponto a essa realidade”, lamen-
tou Cláudio Gadelha, coordenador nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Públi-
ca (Conap) do MPT.
Para Carolina Mercante, procuradora e vice-coordenadora da Conap, o cenário é preocupante devido às jornadas
extenuantes e o mau dimensionamento do quadro de pessoal nos hospitais, o que resulta em sobrecarga de tra-
balho e mais riscos tanto para o profissional quanto para o paciente. Outro problema apontado é a diminuição do
controle das normas de segurança, o assédio moral e as jornadas excessivas decorrentes da terceirização nos hos-
pitais. “Nosso projeto tem cunho pedagógico, então neste primeiro momento queremos explicar para a sociedade
e para os profissionais da saúde quais as principais causas de acidentes e patologias e como evitá-las”, explicou.
Nancy Leppinkm, especialista da OIT em Genebra, explicou sobre experiências e normas internacionais voltadas a
saúde e segurança do trabalho. De acordo com a representante, além do alto índice de acidentes no setor, a vio-
lência no ambiente laboral é outro fator preocupante. O mesmo levantamento feito pela União Europeia aponta
que mais de 50% dos profissionais de saúde já sofreu algum tipo de agressão no trabalho.

10 www.revistacipa.com.br
Estudo mostra evolução do trabalho Congresso para
infantil em São Paulo e Porto Alegre aperfeiçoamento
U ma pesquisa sobre trabalho de crianças e de adolescentes mostrou que
1,3% das famílias de São Paulo e 0,8% das de Porto Alegres tem filhos de Médicos
no trabalho infantil. Segundo a pesquisa, os grupos familiares em que crian-
ças e adolescentes trabalham são baixa renda familiar e pais ou responsáveis
do Trabalho
possuem pouca escolaridade e estão inseridos no mercado de trabalho in-
formal. A pesquisa, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística “M édico do Trabalho como
gestor de Saúde” é o te-
ma do Congresso APMT 2018 da
e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do Ministério Público do Tra-
balho, revelou que havia adolescentes de 15 a 17 anos trabalhando em 17% Associação Paulista de Medicina do
das famílias em que o chefe não tinha ensino médio completo, não era ocu- Trabalho, que acontecerá em maio.
pado ou trabalhava como autônomo ou assalariado do setor público. O objetivo do tema é atender ao
O resultado da pesquisa foi apresentado durante o Fórum Paulista de interesse cada vez maior do Médi-
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, no auditório do ministério, co do Trabalho em adquirir conheci-
em São Paulo. mentos e técnicas que propiciem me-
lhores condições de avaliar a saúde
do conjunto de trabalhadores sob os
seus cuidados.
O evento contará com cursos que vi-
sam promover o domínio de técnicas
de coleta e tratamento de dados, uti-
lizando instrumentos adequados pa-
ra interpretação das informações, e
implementação de medidas de con-
trole para a promoção da saúde e de
prevenção de doenças.

Santa Vitória do Palmar (RS)


terá Casa do Trabalhador Migrante
O Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho em conjunto
com as prefeituras municipais de Santa Vitória do Palmar, firmaram acor-
do para a implementação da Casa do Trabalhador Migrante, em Santa Vitó-
ria do Palmar, no extremo Sul do Rio Grande do Sul. O objetivo principal será
realizar ações articuladas e integradas de apoio aos trabalhadores oriundos,
principalmente, da fronteira entre Brasil e Uruguai, pretendendo atender pelo
menos 200 pessoas por mês.
Para a implementação da Casa do Trabalhador Migrante e acompanhamento
das ações desenvolvidas os órgãos partícipes constituirão a Comissão de Acom-
panhamento à Casa do Trabalhador Migrante, composta por um representan-
te de cada instituição. Além disso, está previsto o desenvolvimento de ativida-
des educativas, culturais, de apoio à saúde e assistência social para a solução
dos problemas deles na região da fronteira.

abril_2018
11
SST GLOBAL Exposição à
farinha pode
oferecer
riscos à
saúde de
padeiros
Singapura reduz mortes,
mas registro de doenças
Fotos: Shutterstock

ainda é alto
A taxa de mortalidade no local de trabalho em Singapura caiu no ano passado
e chegou ao número mais baixo desde 2004, porém, a incidência de doen-
ças ocupacionais aumentou. O registro chegou a 9% em 2017, o que representa
E dmonton, capital do estado
de Alberta, no Canadá, reali-
zou um estudo sobre como a fa-
799 casos, de acordo com estatísticas divulgadas pelo Ministério da Força de Tra- rinha pode afetar a saúde de pa-
balho (MOM) do país. O aumento foi puxado pelas doenças osteomusculares, de deiros e outros profissionais da
pele e surdez causada por ruído, que representam mais de 90% de todos os casos. panificação. De acordo com Nico-
O órgão singapuriano anunciou que planeja melhorar seus programas direcionados la Cherry, epidemiologista ocupa-
à prevenção contra patologias adquiridas devido o trabalho, incluindo esforços pa- cional da Universidade de Alber-
ra reduzir o ruído excessivo na fonte, melhorar a ergonomia e fortalecer o geren- ta, a farinha pode causar danos
ciamento de produtos químicos perigosos nos locais de trabalho. pulmonares, já que as partículas
menores podem se prender nos
pulmões e causar problemas co-
mo asma.

Estresse afeta metade dos Os padeiros geralmente desenvol-


vem problemas respiratórios após

trabalhadores britânicos a exposição excessiva e sistêmica a


fermento e grãos de cereais, como

U ma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Grã-Breta-


nha mostrou que 50% do funcionários que atuam no setor de saúde, prin-
cipalmente aqueles que laboram em ambulâncias, relatam alto nível de estresse
trigo e centeio. “A farinha é uma
substância perigosa e um sensibi-
lizador respiratório, conhecido por
devido às atividades de resgates. Comparado aos úl- causar rinite alérgica (corrimento
timos meses, o levantamento aponta que houve au- nasal) ou conjuntivite (olhos com
mento nos números. coceira)”, disse Cherry
De acordo com o NHS, o estresse ocupacional é um A fim de reduzir o risco, alguns pa-
dos problemas mais comuns, representando 40% de íses, incluindo a Holanda e os Esta-
todos os casos de doenças relacionadas ao trabalho. dos Unidos, propuseram limites de
Além disso, 49% dos dias úteis de trabalhos perdidos exposição no local de trabalho para
tem relação com esse problema de saúde. Outros nú- o pó de farinha. A exposição tam-
meros apontam que 41% dos trabalhadores britâni- bém pode ser reduzida com másca-
cos afirmam já terem sofrido algum tipo de assédio ras ou sistemas de ventilação apri-
em comparação com a média nacional, que é de 28%. morados em cozinhas profissionais.

14 www.revistacipa.com.br
MPT pede explicações
Foto: Shutterstock

sobre mortes ocupacio-


nal em tubulação de
esgoto no Alagoas
O Ministério Público do Traba-
Heineken pagará R$ 500 Uma pessoa morre vítima
lho (MPT) realizou no dia 20/02
mil por danos morais de acidente de trabalho
uma audiência de instrução para
a trabalhadores no Brasil a cada 4h30
ouvir os representantes da Enge-
A Cervejaria Kaiser, empresa do Desde o começo de 2017, pe-
nharia de Materiais (Engemat) so-
Grupo Heineken Brasil, celebrou lo menos um trabalhador brasilei-
bre a morte de dois trabalhado-
acordo judicial com o Ministério ro morreu a cada quatro horas e
res em uma tubulação de esgoto
Público do Trabalho comprome- meia, vítima de acidente de tra-
na cidade Jatiúca, em Maceió. A
tendo-se pagar o valor de R$ 500 balho. O dado é do Observató-
obra pertencia à Secretaria do Esta-
mil por dano moral coletivo devido rio Digital de Saúde e Segurança
do de Infraestrutura (Seinfra), que
questões relativas ao excesso de jor- do Trabalho, desenvolvido pelo Mi-
havia contratado a empresa para o
nada de trabalho dos seus emprega- nistério Público do Trabalho (MPT)
serviço. A Seinfra também foi con-
dos. O valor vai ser revertido à duas e pela Organização Internacional
vocada para a audiência, mas não
entidades beneficentes da cidade de do Trabalho (OIT). Os resultados
compareceu, justificando que não
Araraquara, interior de São Paulo. atualizados foram apresentados no
houve tempo hábil devido ao pra-
O montante deve ser pago em qua- começo de março.
zo da convocação.
tro meses, a contar da homologação Com base em informações dispo-
A audiência foi conduzida pela pro-
do acordo pela 3ª Vara do Trabalho nibilizadas por vários órgãos públi-
curadora responsável por investigar
de Araraquara. O procurador Rafael cos, o Observatório estima que, en-
o caso, Eme Carla Carvalho, que
de Araújo Gomes investigou a con- tre o começo do ano passado até
cobrou explicações para buscar,
duta da empresa após denúncia re- março desse ano, foram registradas
além da responsabilização, a pre-
latando que a multinacional vinha 675.025 comunicações por aciden-
venção de novos acidentes. “Va-
suprimindo o descanso semanal dos tes de trabalho (CATs) e notificadas
mos buscar a responsabilização
seus empregados. Os cartões de 2.351 mortes. Ainda de acordo com
do agente que deu causa para es-
ponto apresentados pelos represen- o órgão, entre 2012 e 2017, a Previ-
se acidente. O MPT vai encontrar
tantes da Kaiser Brasil confirmaram dência Social gastou mais de R$ 26
os responsáveis e exigir a adequa-
que vários empregados trabalhavam bilhões com o pagamento de auxí-
ção de todo o procedimento para
de 12 até 20 dias consecutivos, sem lios-doença, aposentadorias por in-
evitar que esse acidente ocorra no-
descanso, e cumpriam mais de duas validez, auxílios-acidente e pensões
vamente”, declarou a promotora.
horas extras por dia. por morte de trabalhadores.
(Fonte: G1.com – 01/03/2018)
(Fonte: InfoMoney – 01/03/2018) (Fonte: Valor Econômico – 05/03/2018)

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AJUSTAMENTO
EPTC deve adequar
locais de trabalho
ADEQUAÇÃO de agentes de
BR Foods assina termo para fiscalização
O MPT no Rio Grande do Sul
adequação de caminhões obteve a condenação da Em-
A Brasil Foods (BRF) assinou, no fim de fevereiro, um Termo de Compromisso com a presa Pública de Transporte
Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) para a adequação às normas de segurança e Circulação (EPTC) em ação
dos 676 caminhões de ração a serviço da empresa. A medida ocorreu após a mor- civil pública movida por con-
te de um motorista em uma das granjas da BRF na cidade goiana de Buriti Alegre. ta de irregularidades nos
O caminhão de ração é dotado de um tubo (torre) na parte superior que é levanta- ambientes de trabalho dos
do para alcançar os silos nas granjas. “No acidente, o motorista moveu o caminhão Postos de Controle Avan-
após descarregar a ração, com a torre levantada. Ao realizar o procedimento, en- çado (PCAs) e na Gerên-
costou a torre na rede e foi atingido pela descarga elétrica”, detalhou Lucas Czelus- cia de Controle e Operação
niak, auditor-fiscal do Trabalho que coordenou a fiscalização. A partir da ocorrência de Transporte (GCOT). Es-
do acidente, a empresa buscou desenvolver uma solução que evitasse a movimen- tes são os locais de trabalho
tação do caminhão com o duto condutor levantado. Em dezembro de 2017, a BRF dos agentes de fiscalização
foi notificada pela SIT e recebeu um prazo de 60 dias para a adequação de toda fro- de trânsito de Porto Alegre.
ta de caminhões, conforme disposto na NR-12. Os ambientes estão em de-
sacordo com as NRs 8 e 24,
que tratam de condições sa-
PUNIÇÃO
nitárias, conforto nos locais
CCR pode ser autuada por de trabalho e segurança de
edificações, especificamen-
falta de segurança do trabalho te em relação aos vestiá-
O Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia anunciou que vai cobrar da empre- rios, banheiros, refeitórios
sa CCR Metrô a adoção de medidas de melhorias nas condições de segurança de e segurança de pisos, esca-
trabalho dos seus funcionários, além de pedir indenização por danos morais coleti- das e coberturas. Caso não
vos. A empresa é investigada desde 2014, quando um funcionário de siga a legislação, de acor-
nacionalidade coreana morreu enquanto trabalhava. do com os itens da senten-
O órgão solicitou informações sobre a morte de outro empregado, ça, a EPTC deve pagar multa
ocorrida no domingo de carnaval para incluir na ação. A procura- diária de R$ 500, multiplica-
dora Flávia Vilas Boas, responsável pelo inquérito, chegou a apre- da por item descumprido.
sentar uma proposta de termo de ajuste de conduta para a CCR, Também deve pagar indeni-
porém a empresa não aceitou a proposta. “Como a CCR não se dis- zação por danos morais co-
pôs a corrigir sua conduta, decidi ajuizar uma ação na Justiça do letivos de R$ 30 mil, multi-
Trabalho e cobrar judicialmente a adoção de medidas previstas em plicada por ano, começando
lei para prevenir acidentes”, declarou. a contar de 2014.

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entrevista por Mariana Bonareli

COSMO PALASIO
Foto: Mariana Bonareli

SST PARA TODOS


Muitas mudanças já fizeram o Brasil evoluir na área,
no entanto o que falta para reduzir acidentes?

20 www.revistacipa.com.br
A
área de Segurança e Saúde do Trabalho do se tornou mais claro. Um fator positivo a ser considera-
passa por mudanças constantes, seja na do no decorrer desses anos é a visão sobre SST, que ainda
criação de uma nova Norma Regulamen- é arcaica, mas de lá para cá, evoluiu bastante. Anterior-
tadora (NR), um anexo dentro das NRs ou mente era comum o uso das palavras supervisor e inspetor,
até mesmo uma Política nacional. No de- porém, faltava aquele profissional para planejar segurança,
correr dos anos as evoluções em SST melhoraram a qua- daí surgiram os técnicos e os engenheiros.
lidade de vida dos profissionais em diversos setores. Mas,
como nem tudo consegue alcançar o patamar da per- Com a nova Legislação trabalhista e a Lei da
feição, muitas questões necessitam ser estudadas, pois terceirização, o que muda para o setor de SST?
o número de acidentes ocupacionais ainda é alto e cei- Em termos de SST tudo que diminui o vínculo entre con-
fa vidas diariamente. Há 30 anos a prevenção era uma tratante e empregado é nocivo para segurança do traba-
palavra que permanecia intacta nos dicionários como al- lho. No Brasil, a terceirização virou um tráfico de gente. Di-
go insignificante. Com o tempo, foi inserida no dia a dia versas pesquisas mostram que os trabalhadores que mais
laboral dos trabalhores brasileiros, fazendo com que es- morrem no País são terceirizados. Este funcionário não
ses buscassem aperfeiçoamento para atuarem minimi- tem defesa e não existe um sindicato que lhe dê suporte.
zando os riscos. Consequentemente, os cursos ofertados É uma forma de trabalho muito ruim, pois nessa catego-
cresceram e o número de técnicos no mercado também. ria de contrato a empresa transfere a responsabilidade do
Cosmo Palasio vivenciou todo esse progresso. No inicio bem-estar do empregado.
de sua carreira atuou como técnico de segurança em um
garimpo na cidade de Marabá (PA), e lá pode ver as gra- Quais são os erros mais comuns
ves consequências oriundas da insegurança. “Vi muita praticados pelas empresas?
evolução na área de SST, mas ainda muita coisa preci- O maior erro da segurança do trabalho se chama ignorân-
sa ser melhorada para chegarmos a índices menores de cia, e ele se espalha por diversos campos e áreas de atu-
acidentes”, relata Palasio. Na entrevista a seguir ele opi- ação. Nos treinamentos que dou muitas empresas desco-
na sobre a transformação da segurança e saúde ocupa- nhecem o significado de SST. Inclusive, não sabem como
cional no País, bem como traça um panorama do que operacionalizar a segurança e saúde dentro das suas com-
ainda precisa ser melhorado. panhias. Outro ponto é a questão folclórica, a companhia
enche os corredores com cartazes de anjo e frases de efei-
Quais foram as evoluções mais significativas to, isso é péssimo. No fundo demonstram que não sabem
de SST no Brasil? do que estão falando e da dimensão dos perigos que a au-
Mudou a qualidade dos equipamentos de proteção, há 30 sência da gestão de SST pode trazer. Um exemplo claro é a
anos, o mercado não disponibilizava aos trabalhadores tan- ideia do conceito do acidente zero. Isso não existe. Sempre
tas opções de EPIs. As antigas normas eram confusas, pa- acontece alguma coisa, mesmo em pequenas ações diárias,
reciam regulamentos de empresa. Para darmos a impres- como fechar a porta do carro e prender o dedo, ou estar
são de que éramos um País desenvolvido, criamos normas, correndo no parque e cair. Quando você cria metas inatin-
mas isso é só ilusão. Outro ponto que passou por mudan- gíveis as pessoas perdem credibilidade nisso, pois por mais
ças foi a legislação. Com a criação das últimas normas tu- que elas se esforcem, sempre acontecerá algo.

O FUNCIONÁRIO TERCEIRIZADO NÃO


TEM DEFESA. AS EMPRESAS TERCEIRIZAM
O RISCO JUNTO COM O TRABALHADOR

abril_2018
21
entrevista
Quais são as maiores dificuldades na formação Em quase sete anos de existência da Política
e atuação dos técnicos de segurança? Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho,
As instituições de ensino não falam com a realidade, as o que mudou no Brasil após sua criação?
pessoas adquirem diplomas sem possuírem a capacida- Criaram apenas uma política estruturada em falsos fun-
de mínima para atuarem em campo depois. Saem des- damentos. Analise comigo a seguinte questão: hoje pa-
preparadas e não conseguem identificar e diferenciar os ra você tirar o porte de arma é preciso fazer uma série de
possíveis cenários de perigo. A área de SST é puramente exames, e para abrir uma empresa você só precisa de um
analítica, você tem que entender a possibilidade e definir contador e capital fantasia. Bom, qual a diferença? Uma
como controlar aquilo de maneira básica. Esses profissio- empresa, quando não é bem projetada pode matar 10, 12
nais recém-formados ainda não possuem essa visão analítica. pessoas de uma vez. Ou seja, para portar uma arma você
tem mais preparo do que a pessoa que irá abrir uma em-
Mesmo com as exigências das NRs a taxa de aciden- presa. É algo ilógico, mas que acontece em nosso País e
tes graves em setores como construção e produção há anos não muda, infelizmente.
de alimentos ainda é alta. O que explica isso? Precisamos que essa sociedade entenda e queira a preven-
Se se cumprisse corretamente a NR-33, 35 e 10 mais que ção de acidentes no Brasil. É necessário tirar a segurança
75% dos acidentes fatais que acontecem no Brasil seriam e saúde do trabalho do hall de coisas comuns, hoje matar
evitados. Ao longos dos anos, as grandes empresas cum- ou morrer em serviço já é algo normal.
prem com as determinações das normas, no entanto, as
pequenas e médias que totalizam a grande maioria no Bra- Quais são as suas perspectivas para
sil desconhecem sobre elas e continuam matando, pois não os próximos anos em relação a SST no Brasil?
são fiscalizadas. Acredito que não vai ter caminho a não ser melhorar e
O setor de construção civil tem um fator colaborativo pa- ser realista quanto às dificuldades. Nós viemos de uma
ra essas altas taxas: a rotatividade de pessoas, muitas sem fase de negativa dos acidentes e da responsabilidade
qualificação suficiente. Além disso, tem a troca constante de e nesse período muita gente se acidentou, adoeceu e
postos de trabalho, quando o funcionário começa a se fami- desapareceu. Depois evoluímos para a fase ‘vamos tentar
liarizar com as características do ambiente ele é transferido fazer alguma coisa bonita’.
para outro local. Outro ponto é a privatização da segurança do trabalho, que
Já o setor de alimentação tem o problema de contratar mui- é discutida há muito tempo. Isso será muito ruim para o
tos funcionários que são da agricultura, logo, não sabem co- trabalhador que irá se expor à seguradoras como se fos-
mo manipular uma máquina de corte ou usar os EPIs neces- sem um automóvel, só que para empresa será muito bom.
sários, posso até dizer que estamos revivendo os tempos de As seguradoras passarão a ter poder sobre SST nas em-
revolução industrial. Há também a questão das Lesões por presas. No início essa mudança poderá causar estranhe-
Esforços Repetitivos (LER), fadiga, temperatura, entre outras zas, mas com o passar do tempo e com a sua correta apli-
intempéries nesse segmento. Os dois setores têm um pon- cação, auxiliará as empresas no entendimento dos custos
to em comum que colabora para ocorrência de acidentes: gerados pelo acidente de trabalho. Além disso, será sufi-
não fornecem treinamentos adequados para os funcionários. ciente para identificar se foi culpa ou não do funcionário. ■

SE AS NR-33, 35 E 10 FOSSEM CUMPRIDAS,


MAIS DE 75% DOS ACIDENTES FATAIS QUE
ACONTECEM NO BRASIL SERIAM EVITADOS

22 www.revistacipa.com.br
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Teletrabalho por Renan Xavier
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QUANDO O
ESCRITÓRIO
É EM CASA
24 www.revistacipa.com.br
Ergonomia e segurança são os novos desafios
das empresas em relação ao trabalho remoto

A
o longo da história mo- rio se torna uma extensão da firma”, José Carlos Dias
Carneiro, especialista
derna, a evolução da pondera José Carlos Dias Carneiro, es- em Medicina do
tecnologia tem remo- pecialista em Medicina do Trabalho e Trabalho
delado relações de tra- presidente da Associação Brasileira de
balho, facilitado tarefas Empresas de Saúde e Segurança no Tra- durabilidade pa-
e aumentado a produtividade. Graças balho (ABRESST). Quanto às precau- ra a solicitação da
aos avanços nas áreas de telefonia, ban- ções, ele diz que o ambiente deve, ide- troca e instruções
da larga e armazenamento de dados em almente, estar em conformidade com objetivas sobre os direitos e deveres de
nuvem hoje é possível realizar determi- as Normas Regulamentadoras (NRs), es- cada parte por ordens de serviço.
nados serviços mesmo longe dos escri- pecialmente as NR-9 e NR-17.
tórios: essa ação passou a ser chamada A transparência no relacionamento Desafios à fiscalização
de teletrabalho (home-office), modelo entre empregado e chefia também é Garantir boas condições ergonômi-
que se consolida como uma realidade fundamental, diz Carneiro. Para o es- cas no teletrabalho ainda é um desa-
no País. As vantagens para quem en- pecialista, a chave para que o teletraba- fio para os órgãos fiscalizadores. Um
cara a labuta sem sair de casa são di- lho seja desenvolvido em um ambien- vácuo na legislação trabalhista impede
versas, mas estão, principalmente, re- te seguro vai além do fornecimento que a Auditoria-Fiscal do Trabalho realize
lacionadas aos ganhos em mobilidade de mobiliário adequado pela empresa, inspeções dentro das casas de funcioná-
e qualidade de vida. As empresas, por passando também pelo suporte à or- rios, o que prejudica, em parte, a vigi-
sua vez, poupam gastos. Mas para que ganização do ambiente e tarefas. Nes- lância. Quem explica isso é Marcel Giu-
os benefícios não se transformem em se ponto, algumas ferramentas de in- liano Silveira de Sousa, fisioterapeuta e
dor de cabeça - para empregado e em- tervenção podem ser adotadas, como o auditor fiscal do Ministério do Trabalho.
pregador - especialistas em SST aler- Programa de Prevenção de Riscos Am- Ele ressalta, porém, que podem ser soli-
tam sobre importância de adequar lo- bientais (PPRA) e uma Análise Ergonô- citadas às empresas informações sobre
cais de home-office aos bons padrões mica do Trabalho. “Não basta fornecer o atendimento da NR-17 na residência
ergonômicos e, assim, prevenir riscos. um computador ou outros equipamen- do funcionário, por meio de requisição
Conforto, iluminação adequada, tos. É preciso uma política e regras cla- de fotos e vídeos, além de toda a aná-
temperatura e nível de ruído dentro ras”, defende o presidente da ABRESST. lise documental, como verificação de
da faixa aceitável são alguns dos cui- Como bons exemplos, Carneiro exem- comprovantes de capacitações.
dados comuns nos escritórios que de- plifica empresas que fornecem, além do Segundo Sousa, cabe aos membros
vem ser considerados. “Até porque, de computador, estações de trabalho, inclu- do SESMT e da CIPA avaliar as con-
certa forma, a residência do funcioná- sive cadeiras e bancada com previsão de dições ergonômicas da residência do

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Teletrabalho

SEGUNDO IBGE, 4 MILHÕES DE BRASILEIROS JÁ TRABALHAM


COMO AUTÔNOMOS OU PROFISSIONAIS LIBERAIS

ARMADILHAS PARA A SAÚDE funcionário, desde que o profissional


autorize. “A empresa dispõe de diversas
Trabalhar de casa tem suas vantagens, mas também requer uma série
de cuidados para evitar problemas de saúde. Confira dicas de especialistas: ferramentas para fazer essa avaliação,
como entrevistas, utilização de méto-
Alimentação dos de análise ergonômica, gravação de
◆ Reserve horários para fazer refeições e não coma com pressa
vídeos etc.”, elenca o auditor do MTE.
◆ Evite excesso de alimentos rápidos e de baixo valor nutricional
◆ Má alimentação pode reduzir a capacidade produtiva Mas, afinal, a CIPA pode ser aplicada
aos funcionários que trabalham remo-
Excesso de trabalho tamente? Marcel de Sousa crava uma
◆ Longas jornadas causam estresse e ansiedade resposta positiva. “Os empregados que
◆ Dor de cabeça, insônia, irritabilidade e cansaço podem virar sintomas trabalham em regime de teletrabalho
◆ Estipule o expediente ou estabeleça metas de produção razoáveis
deverão, ao menos, ser treinados sobre
Problemas de postura detecção de riscos ocupacionais e medi-
◆ Utilize cadeiras, mesas e outros equipamentos ajustáveis das para preveni-los ou limitá-los, como
◆ Sente-se com a coluna reta e faça pausas regularmente se fossem designados da CIPA”, explica.
◆ Alongue-se antes do início da jornada de trabalho O presidente da ABRESST define a si-
tuação como peculiar, mas faz uma lei-
Móveis confortáveis
◆ Utilize sempre cadeiras e móveis planejados ergonomicamente tura semelhante a do auditor. “Legal-
◆ Posicione o antebraço em posição paralela ao chão na hora de digitar mente, não há um dimensionamento
◆ A juste o monitor de forma a vê-lo sem movimentos bruscos na cabeça previsto para esta situação na NR-5,

26 www.revistacipa.com.br
DICAS PARA
AS EMPRESAS
A implantação do home-office é
uma tendência no mercado de tra-
balho brasileiro. No entanto, é pre-
ciso observar algumas etapas.
Confira as dicas de Cleo Carneiro,
presidente da Sociedade Brasilei-
ra de Teletrabalho e Teleatividades
(Sobratt).

Diagnóstico dos processos


◆ A ntes de tudo , a empresa deve
analisar se os processos são ade-
quáveis ao trabalho remoto ou
não : se a presença ou manuseio de
documentos físicos for constante,
o teletrabalho pode não ser uma
boa opção

Programa Estruturado
◆ O segundo e mais importante pas-
so é estruturar a operação. O su -
cesso do teletrabalho depende da
capacitação e sensibilização do explica. No entanto, há quem entenda zado horas de deslocamento para o tra-
funcionário para uma jornada pro-
que cada trabalhador em home-office balho. Isso quer dizer mais qualidade de
dutiva.O segredo é ter claras as
“regras do jogo” seja um designado e assim deva ser ca- vida para a minha rotina e mais tempo
pacitado. Entendo ser uma boa interpre- para dedicar à família”, avalia Oliveira,
Diagnóstico de tecnologia
tação, pois valoriza a segurança e certa- que com o tempo livre voltou a praticar
◆ A questão aqui é : a empresa já dis-
mente evita muitos possíveis acidentes atividades físicas como o yoga.
põe de uma plataforma tecnológi-
ca que possibilite uma comunicação
de trabalho. Prevenção nunca é demais”, Ela destaca, porém, que para dar cer-
adequada com o teletrabalhador? ressalta o especialista. to precisou discutir com a chefia, além
Isso demanda equipamentos e uma disso, ela recebeu orientações expres-
boa rede de comunicação Novas perspectivas sas quanto às precauções necessárias
Não isole o funcionário Há três meses, todas as terças-feiras para evitar doenças e acidentes de tra-
◆ Um erro comum é afastar total- e quintas-feiras a auditora interna Thai- balho. “Tive acesso a uma cartilha for-
mente o profissional da rotina da se Cruxati Oliveira, de 26 anos, econo- necida pela empresa que explicava
empresa . O ideal é que o funcio -
miza cerca de três horas diárias em sua qual a postura correta, como deveria
nário vá à empresa em alguns dias
rotina antes gastas na ida e volta do tra- ser ajustado o mobiliário, posição cor-
da semana para que não se sinta
fora da equipe
balho. Ela participa de um projeto piloto reta dos braços e nivelamento da ca-
de home-office da multinacional Pirelli, deira à altura do monitor. Foram instru-
Monitoramento
onde trabalha. Para ela, que mora em ções bastante específicas”, diz Oliveira.
◆ Tão fundamental quanto implan-
tar o teletrabalho é acompanhar
Santo André, na região do ABC Paulis- Mas políticas de home-office bem
de perto seus resultados. Não se ta, e trabalha na capital não há dúvidas estruturadas estão longe de ser regra.
trata de controlar o tempo do em - quanto às vanta- Segundo o IBGE, 4 milhões de brasi-
pregado, mas sim de avaliar se a gens do modelo. leiros já trabalham em casa, hoje na
produtividade está acompanhando
“Tenho economi- condição de autônomos ou profissio-
as metas
nais liberais. Para estes profissionais,
muitas vezes falta conscientização so-
Fonte: Sobratt André Henrique de
Jesus, diagramador
bre a importância da prevenção de
e arte-finalista riscos ergonômicos.

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27
Teletrabalho

NÃO BASTA FORNECER O COMPUTADOR, É PRECISO UMA


POLÍTICA E REGRAS CONTRA ACIDENTES NO TELETRABALHO

É o caso do diagramador e arte-finalis- cês Thomas Allier alinhou sua estraté- Thomas Allier,
dono da startup
ta André Henrique de Jesus, de 28 anos. gia de crescimento e expansão interna- Viajala
Ele trabalha editorando jornais e anún- cional ao home office. Hoje, o site de
cios publicitários. Embora tenha um am- busca de passagens aéreas e hotéis têm
biente semelhante a um escritório em mais de três milhões de usuários men- ambiente seguro,
casa, reconhece que na maior parte do sais nos oito mercados onde atua, in- bem iluminado,
tempo atua em outros cômodos como cluindo o Brasil, país onde ele mantém arejado, mas pri-
sala e cozinha, e que não dá a mínima duas funcionárias que trabalham de su- vativo é fundamental para aliar produ-
aos fatores ergonômicos. “Trabalho até as casas, em São Paulo. tividade ao conforto de trabalhar de ca-
deitado”, diz. E algumas possíveis con- A equação de vantagens é simples: sa”, disse Allier em entrevista à CIPA.
sequências de seus hábitos já estão se menos tempo perdido com o caótico Manter locais nestas condições, mais
manifestando. “Tenho sentido dores ca- trânsito paulistano equivale a mais qua- que uma recomendação, é uma exigên-
da vez mais constantes nas costas. Vou lidade de vida e dedicação à família pelas cia expressa em sua empresa.
consultar um ortopedista, mas já imagi- profissionais. E isso - garante o empreen- Ele ressalta ainda que é importan-
no que a causa seja problems de postu- dedor - representa mais produtividade. te combater a sensação de isolamen-
ra”, prevê o diagramador. Mas, para dar certo, o CEO reconhe- to pelos funcionários. “Por isso, todas
ce que é preciso um ambiente de de- as sextas-feiras as colaboradoras traba-
Empresas abraçam teletrabalho dicação exclusiva ao trabalho, fecha- lham juntas no escritório da empresa. É
Quando fundou a startup Viajala, do, confortável e totalmente adaptado uma preocupação, inclusive, com a saú-
há cinco anos, o empreendedor fran- às necessidades ergonômicas. “Ter um de psicológica delas”, explica.■

28 www.revistacipa.com.br
Mercado igualitário por Silvia Regina

EQUIPAMENTO
DE PROTEÇÃO
PARA TODOS
EPIS adequados às características do corpo
Fotos: Shutterstock

feminino e às pessoas com deficiência física


colaboram para a redução de acidentes

30 www.revistacipa.com.br
A
orientação é clara. A dos pensando no biótipo masculino ou Valdelis
de Andrade,
Norma Regulatória 6 são unissex. Não são levadas em consi- coordenadora
(NR 6), do Ministério deração características do corpo femi- no Senac
do Trabalho, determina nino, como altura, tamanho e forma-
que trabalhadores que to do pé e da mão, estrutura corporal, mercado e pes-
ocupem cargos de risco devem usar o que faz com que, geralmente, elas quisando novas
Equipamento de Proteção Individu- precisem usar uniformes que não são tecnologias em
al. “Os EPIs protegem contra os riscos ideais para o corpo feminino. O mes- soluções e matéria-prima. Tanto que
e danos que podem ser causados no mo acontece com as pessoas com defi- uma de suas marcas, a Bracol, lançou
ambiente de trabalho”, explica a pro- ciência e pessoas portadoras de neces- em 2012 a linha de calçados Femme e
fessora Valdelis Fernandes de Andra- sidades especiais. “É importante que os em 2014 a linha Ultralev Feminino, com
de, coordenadora da pós-graduação EPIs sejam específicos para cada pes- numeração menor e moldes especiais
em Sistemas de Gestão Integrados da soa, conforme seu tipo físico e suas ne- que se ajustam melhor aos pés femini-
Qualidade, Meio Ambiente, Seguran- cessidades, de forma que a eficiência nos. “Com o crescimento da inclusão
ça e Saúde no Trabalho e Responsabi- da proteção seja garantida e os bene- da mulher no mercado de trabalho, é
lidade Social, do Senac, em São Paulo. fícios à segurança física sejam realmen- cada vez maior a procura por um cal-
Nessa categoria, inclui-se desde cal- te efetivos e obtidos”, explica a profes- çado diferenciado, que traga todos os
çados e luvas, até dedeiras, macacão, sora do Senac. requisitos de segurança e a personali-
capacete, balaclava, protetor auditivo, zação que o público feminino procura.
óculos, respirador, entre outros itens. A Mercado cor-de-rosa Empresas e suas marcas se preparam
empresa deve avaliar o que é necessá- Aos poucos, a indústria de EPIs vem para uma nova realidade de mercado
rio para cada atividade realizada – daí abrindo os olhos para as necessidades ao caminhar para outro importante di-
o equipamento ser de uso individual – e femininas e lançando produtos para visor de águas no setor: uma mudança
fornecer gratuitamente ao funcionário. atender a demanda. A Brazil Safety conceitual, ou seja, na forma de pensar
O problema é que a maioria dos EPIs Brands há cerca de 10 anos vem ob- o equipamento de proteção individu-
encontrados no mercado são fabrica- servado o aumento das mulheres no al”, explica Luiz Alexandre Alves, téc-

perigos de um EPI inadequado


Se a principal função do EPI é garantir a segurança do trabalhador, o uso inadequado tem o efeito contrário. Ainda que,
em alguns casos, fique a impressão de que, mesmo com alguma folga ou adaptação feita, o uso está cumprindo o seu pa-
pel. “Essa falta de cuidado e atenção pode resultar em danos físicos e doenças do trabalho”, alerta a professora a Valde-
lis Fernandes de Andrade, do Senac-SP.
Veja algumas situações em que o uso inadequado de um EPI pode expor os trabalhadores a riscos:
➢ Máscara de vapor : quando não ajustadas ao rosto causa ineficiência na proteção e incômodo ao usuário;
➢ Calçados não adaptados para deficiência física: pessoas que possuem membros inferiores desiguais
em comprimento, ao longo do tempo, podem sofrer com problemas de coluna;
➢ Roupas de proteção : o tamanho superior ao da pessoa causa acidente por aprisionamento em máquinas ou equipamentos;
➢ Protetores auriculares : mulheres têm canais auditivos menores e os protetores unissex não oferecem proteção
na atividade laboral, resultando em perda auditiva.
➢ Capacetes : o tamanho maior diminui a mobilidade e ainda obriga
o usuário a usar uma das mãos para segurá-lo.
➢ Óculos de segurança: quando estiver muito grande, podem permitir que ob-
jetos, líquidos, fluidos e outros materiais perigosos entrem pelas frescas atingin-
do os olhos do usuário.
➢ Luvas de segurança: o tamanho e formato inadequado não cobrem toda a
pele do trabalhador e ainda não permitem a aderência adequada ao segurar uma
ferramenta ou manusear um equipamento.
Fontes: Valdelis Fernandes de Andrade, coordenadora da pós-graduação em Sistemas de Gestão Integrados da
Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho e Responsabilidade Social, do Senac-SP e Industrial
Accident Prevention Association, do Canadá

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31
Mercado igualitário

Luiz Alexandre
Alves, técnico de
produtos da BSB
Inclusão exige cautela e atenção
Incluir uma pessoa com deficiência em seu quadro de funcionários exige mais
do que adaptar o ambiente físico com rampas, mesas e utensílios de trabalho
próprios e banheiros acessíveis. É preciso mudar a cultura institucional. “O tra-
nico de produtos balho não é importante apenas para receber uma remuneração financeira, mas
sim, para que o cidadão exerça a sua dignidade humana, seja um membro pro-
da BSB. dutivo na sociedade, torne-se um consumidor independente, seja inserido em
Segundo ele, um meio social e possibilita a auto realização”, esclarece a advogada Caroli-
além de matérias-primas que conferem ne Melloni Cliber. Veja como as empresas podem se preparar para a inclusão:
conforto, leveza, proteção, ergonomia ◗ Realize campanhas e ações que demonstrem os ganhos e benefícios, para a empresa,
e durabilidade, o calçado feminino advindos da inclusão de pessoas com deficiência, contando com o apoio da alta dire-
ção, a fim de conscientizar os mestres de obras, supervisores e articuladores sociais so-
também agrega estilo à trabalhadora.
bre a importância da inclusão.
“O design começa a ser visto como po- ◗ Desenvolva materiais, estratégias e ferramentas que permitam a divulgação
derosa ferramenta de competitividade, sistemática e a atualização das informações sobre a inclusão.
ao trazer inovação e exercer uma influ- ◗ Envolva o médico e o enfermeiro da área de Saúde do Trabalho desde o início do
ência positiva na cultura de prevenção processo de recrutamento e seleção, focalizando na funcionalidade e não na limitação.
de acidentes ao estimular o uso volun- ◗ Realize treinamento básico com todos os trabalhadores contemplando os tipos
de deficiência, como tratar uma pessoa com deficiência, a importância do apoio
tário. A BSB compreende esta propos- e valorização desse trabalhador e como promover a acessibilidade.
ta, fez uma série de investimentos e ◗ Capacite profissionais para que atuem como formadores de opinião no ambiente
aposta nesta tendência também para e para que participem mais efetivamente das ações de acessibilidade.
o público feminino”. ◗ Realize treinamento de integração e acompanhe a adaptação do trabalhador
Essas características estão presentes ao ambiente laboral e às atividades da função que ocupará.
nas duas linhas especificamente femini- Fontes: Caroline Melloni Cliber, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência do Sindica-
to da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (SINICESP) e Conceição Freitas, consultora em Gestão de Saúde
nas da marca. A linha Femme, confec- e Segurança Ocupacional

EPIS ENCONTRADOS NO MERCADO SÃO PENSADOS


APENAS PARA O BIÓTIPO MASCULINO E NÃO UNISSEX
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cionada em couro e microfibra, conta sa demanda e adaptou a sua linha de culdade é tanta que o Ministério do
com itens que deixam o calçado mais produção. Antes, as luvas só eram fa- Trabalho publicou que a Nota Técni-
feminino, como estampa floral e car- bricadas nos tamanhos M, G e XG. Mas ca 150/2016 que rege justamente so-
tela variada de cores. A Ultralev, tem com a maior procura, o fabricante in- bre esse assunto. O documento deter-
cara de tênis esportivo e solado slim. cluiu em seu portfólio o tamanho P. mina que, na falta de EPIS adequados,
Já a Danny, Embora não seja um produto exclusi- o empregador está autorizado a reali-
que fabrica lu- vamente feminino, ele nasceu a par- zar adaptações necessárias para que o
vas de segu- tir de uma necessidade do mercado. funcionário atue em segurança. Essas
rança, também mudanças devem ser individualizadas,
percebeu es- Equipamentos adaptados contar com as sugestões do próprio
Se, aos poucos, a indústria abre os empregado com deficiência e com a
olhos e fabrica EPIs para as mulheres, orientação do fabricante para que não
por outro as pessoas com deficiên- gere riscos. Além disso, a empresa deve
cia ainda sofrem um pouco nesse ficar responsável por monitorar o uso e
quesito. “O EPI adequado assegu- verificar se fornece segurança tal qual
ra a integridade física do trabalhador um equipamento original. “Também
diante da exposição à riscos de aciden- deve treinar o empregado quanto ao
tes e doenças profissionais e do traba- uso correto, guarda, conservação e via-
lho”, conta Conceição Freitas, consul- bilizar a troca ou manutenção quando
tora em Gestão de Saúde e Segurança necessária”, alerta Conceição Freitas.
Ocupacional. Mas, claro, as adaptações só devem
Mas é quase nula a presença de ser realizadas depois que todas as pos-
equipamentos ideais a essa fa- sibilidades de obter o EPI adequado no
tia de trabalhadores. A difi- mercado sejam esgotadas. ■

Contingente
ou mais empregados. De acordo com a RAIS, do Ministério
cresce do Trabalho, havia 297 mil trabalhadores com deficiência es-
Mas esse é um público que não pode ser desprezado no mer- tavam ocupando algum cargo no mercado de trabalho brasi-
cado de trabalho. Segundo dados da Relação Anual de Infor- leiro. Destes, 5,4 mil atuavam no setor da indústria da cons-
mações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, na parti- trução pesada – a maioria fora contratada por empresas de
cipação feminina no mercado de trabalho formal passou de obras para geração e distribuição de energia elétrica e tele-
40,8% em 2007 para 44% em 2016, o equivalente a 20 mi- comunicações, seguido pelo segmento de construção de ro-
lhões de vagas. No entanto, no setor da construção civil, as dovias e ferrovias. “É evidente que na indústria da constru-
mulheres ainda têm pouca representatividade. Apenas 10% ção pesada há uma maior quantidade de trabalhadores com
das vagas são ocupadas por elas. Isso, no entanto, deve ser deficiência em atividades administrativas do que em cantei-
encarado com bons olhos, ao observar que há cerca de dez ros de obra. Nas obras, em geral, as empresas preferem ape-
anos, a participação nem chegava a 1%. E engana-se quem nas alguns perfis de vagas, pois primam pela segurança no
pensa que as mulheres estão presentes apenas nas áreas ad- trabalho. Entretanto, após todo o trabalho realizado, atu-
ministrativas. Elas estão nos canteiros de obras, desempe- almente, as empresas estão reconhecendo as habilidades
nhando papéis braçais, como os homens. do trabalhador para executar as funções laborais necessá-
Essa curva ascendente tende a se repetir, com o passar dos rias para a atividade e avaliando a possibilidade de eliminar
anos, entre as pessoas com algum tipo de deficiência física. as barreiras de acessibilidade”, explica a advogada Caroline
Isso porque a legislação brasileira determina uma cota de Melloni Cliber, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre a
2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou Inclusão da Pessoa com Deficiência do Sindicato da Indústria
pessoas portadoras de deficiências nas empresas com 100 da Construção Pesada do Estado de São Paulo (SINICESP).

abril_2018
33
Calçados por Lana de Paula

CUIDADO COM
O QUE PISA
Previdência Social registrou mais de 43 mil
acidentes envolvendo pés e tornozelos. Reveses
podem ser evitados com EPIs corretos

O
prego acer tou em registro nada animador e agradável: fícios do tipo auxílio-doença para o
cheio o pé de Rosival- está entre os mais de 43.113 aciden- grupo da CID S90 a S99 (Traumatis-
do Ferreira. Pedreiro tados envolvendo essa parte do cor- mo do Tornozelo e Pé) nas bases de
há mais de 30 anos, po em 2013, segundo a Base de Da- dados do INSS. “Esse estudo identi-
ele é do tempo em dos Históricos da Previdência Social de ficou mais de 11 milhões de casos,
que se andava de chinelos pelos can- 2017. O dado sinaliza a importância sendo 520.027 auxílios-doença para o
teiros de obras e “quase não aconte- da prevenção, pois esse número da- grupo S90 a S99, um custo estimado
cia nada”. Mas desta vez a coisa ficou ria para encher um estádio de futebol, de R$ 734 milhões. As fraturas foram
feia. Rosivaldo pulou de um andaime de acordo com o técnico de seguran- responsáveis por mais da metade dos
e caiu com o pé esquerdo sobre o pe- ça do trabalho e palestrante, Nestor benefícios. Traumatimos de tornoze-
daço de madeira que tinha um prego. Waldhelm Neto. lo e pé e representaram, em média,
Andar calçado era difícil para ele. Ge- As informações disponíveis, no en- 9,53% do total de auxílios–doenças
ralmente se queixava do calor, do incô- tanto, não contemplam se houve ou concedidos em todo o País. No ca-
modo, não tinha o hábito. Os colegas não utilização de calçados de segu- so dos benefícios previdenciários, os
até o alertavam para o perigo, mas ele rança e não consideram os traba- traumatismos de tornozelo e pé re-
dizia que era experiente e saberia se lhadores informais. Nadja de Sousa presentaram 3,67% do total”, explica.
livrar. O resultado foi uma lesão grave Ferreira, médica e presidente da Asso-
no pé, com perigo de tétano e afasta- ciação Brasileira de Medicina do Tra- Dentro das regras de segurança
mento. Hoje, ninguém mais vê a cica- balho (ABMT) cita um estudo trans- Nadja Sousa ressalta que a NR-6,
triz nos pés de Rosivaldo, pois estão versal, realizado por Faleiro et all instituída em 1978 e atualizada em
sempre protegidos pelos EPIs (2016) no período de 2009 até 2013 julho de 2017, traz a descrição e in-
Rosivaldo passou a figurar em um para identificar concessões de bene- dicação para uso correto de cada

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abril_2018
35
Fotos: Shutterstock
Calçados

LESÕES DE TORNOZELO E PÉ REPRESENTARAM 3,67%


DO TOTAL DE AUXÍLIOS-DOENÇA CONCEDIDOS NO BRASIL
vestir segurança
A NR-6, instituída em 1978 e atualizada
em julho de 2017, traz a descrição e indi-
cação para uso correto de cada EPI, entre
eles os calçados (botas, botinas, tênis e
outros) na letra G - EPI PARA PROTEÇÃO
DOS MEMBROS INFERIORES G.1 – Calçado:

1. Para proteção contra impac-


tos de quedas de objetos sobre os
artelhos;
2. Para proteção dos pés contra
agentes provenientes de energia
elétrica;
3. Para proteção dos pés contra
agentes térmicos;
4. Para proteção dos pés contra
agentes abrasivos e escoriantes;
5. Para proteção dos pés contra
agentes cortantes e perfurantes;
6. Para proteção dos pés e pernas
contra umidade proveniente de
operações com uso de água;
7. Para proteção dos pés e pernas
fáscia plantar contra agentes químicos.
Fonte: Nadja de Sousa Ferreira, médica e pre-
sidente da Associação Brasileira de Medicina
do Trabalho.
Inflamação chamada de fascite plantar

Nadja de Sousa do vão ministrar treinamento se pre- pelo departamento de segurança do


Ferreira, médica
e presidente da ocupam muito em falar sobre punição trabalho da empresa ou, caso não ha-
ABMT pelo não uso e pouco sobre a impor- ja, pelo próprio almoxarifado. Quanto
tância do EPI frente aos riscos do am- à substituição, deve acontecer tão lo-
EPI, entre eles biente de trabalho”, reclama. go o equipamento aparente desgaste.
os calçados (bo- Segundo o especialista, a NR-6, no “A empresa também tem o desafio
tas, botinas, tê- item 6.3, diz que o EPI deve ser for- de definir o prazo de vida útil do EPI.
nis) na letra G - EPI para proteção necido em perfeito estado de conser- Isso porque a validade do fabricante
dos membros inferiores. O técnico de vação e funcionamento, mas a avalia- refere-se ao equipamento em em-
segurança, Waldhelm Neto, acres- ção do estado de conservação pode balagem fechada. O empregador e
centa que no item 6.6, letra “d”, o variar de uma pessoa a outra. Por is- sua chefia devem fazer observações
empregador deve orientar e treinar so, de acordo com Nestor Waldhelm, constantes a respeito dos equipamen-
o trabalhador sobre o uso adequa- algumas empresas optam por forne- tos que foram fornecidos aos traba-
do, bem como a guarda e conser- cer sempre o EPI novo, mesmo que lhadores, a fim de determinar o pra-
vação do EPI, de forma mais prática em nenhum momento a norma di- zo de vida útil médio para cada um
possível. “Infelizmente, muitos pro- ga que deva ser assim. Ele explica na atividade da empresa, inclusive os
fissionais da área de segurança quan- que, normalmente, a entrega é feita calçados”, alerta.

36 www.revistacipa.com.br
AUXÍLIOS-DOENÇA CUSTARAM R$ 734 MILHÕES NO
PERÍODO DE 2009 ATÉ 2013, SEGUNDO PREVIDÊNCIA SOCIAL
Nestor
Waldhelm Neto,
técnico em
Segurança do
Trabalho

Um passo importante
Os calçados de segurança são con-
feccionados obedecendo aos padrões
estabelecidos pela NBR ISO 20345 de
05/2015 (calçados de segurança) e são
certificados pelo INMETRO, após mi-
nuciosa avaliação, segundo Nadja de
Sousa Ferreira. “Quando o calçado de
segurança é aprovado, há emissão de
um Certificado de Aprovação (CA) pa-
ra cada tipo e só então há a fabricação.
Todos devem obedecer a um forma-
to que ofereça boa adaptação anatô-
mica, uso seguro e confortável e sua
aquisição deve ser interpretada pela

abril_2018
37
Calçados

ATENÇÃO ESPECIAL AOS DIABÉTICOS: CALÇADOS DE


SEGURANÇA DEVEM SER ADAPTADOS À ESSA CONDIÇÃO

pisantes podem
proteger contra
➢ Queda de materiais sobre os pés,
que podem resultar em problemas
graves como esmagamento, fratura
ou dilaceramento;
➢ Queda em piso molhado, que
geralmente resultam em torções
ou fraturas;
➢ Descargas elétricas, em geral fatais;
➢ Queimaduras causadas por produ-
tos químicos, durante atividades
com manuseio;
➢ Acidentes causados por pregos, ara-
mes, cacos de vidros e outros, que
podem levar ao tétano e às lesões
graves com consequente deficiência
de movimento, amputação ou morte;
➢ Colisões com alguma superfície
mais rígida, como um pneu, uma
tábua, uma pedra, que podem re-
sultar em lesões.
Fonte: Blog segurança do Trabalho NWN

empresa como investimento na saúde Segundo a profissional, a maioria das e presença de feridas. Esses trabalhado-
do trabalhador”. áreas de trabalho deveriam usar os cal- res devem ser orientados quanto à ma-
Em caso de acidentes com grande im- çados de segurança: em todas as fases nutenção da higiene dos pés, com se-
pacto, esses EPIs reduzirão significati- da construção civil, das indústrias de cagem cuidadosa, cortes das unhas que
vamente a chegada dessa energia aos mineração, transformação madeireira, devem ser também lixadas para evitar
tecidos e as lesões serão de menor ex- da fabricação moveleira, nas cozinhas traumas nos calçados de segurança”,
tensão, segundo a médica. “Na prática, industriais, no trabalho rural, na cole- orienta a Dra. Nadja de Sousa Ferreira.
no entanto, identificamos a utilização ta de lixo e em setores de saúde, entre Segundo o técnico em segurança do
de sapato de segurança em numera- outras atividades. Os materiais utiliza- trabalho, Nestor, é importante que o
ção maior do que o sapato social. Es- dos na confecção desses calçados de- trabalhador comunique imediatamen-
sa atitude estimula de forma anormal a pendem da atividade a ser desenvolvi- te a CIPA, SESMT ou responsável pelo
musculatura da base dos pés, resultan- da e dos riscos relacionados. setor, caso o calçado esteja desconfor-
do em fadiga excessiva e dores. Além “Uma atenção especial deve ser da- tável. Outro ponto importante levanta-
disso, favorece a instalação da Fascite da aos trabalhadores diabéticos que de- do pelo técnico é que, muitas vezes o
Plantar Reativa, um distúrbio doloroso senvolvem atividades que necessitem trabalhador vai para casa com a botina
que afeta o calcanhar e a planta do pé, do uso de calçados de segurança: os fornecida pela empresa. “O EPI só de-
mas que cessará com o uso do calçado médicos do trabalho devem examinar ve ser usado para a finalidade. Usar a
de tamanho adequado pelo retorno da periodicamente os pés desses funcioná- botina em qualquer outro período que
distribuição igualitária de peso, sem so- rios (além do exame ocupacional) para não seja o de trabalho é considerado
brecarga muscular”, alerta a especialis- monitorização clínica em intervalos pe- ato faltoso que pode ser punido pela
ta em medicina do trabalho. quenos, identificando coloração da pele empresa”, alerta o especialista. ■

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Abril/2017
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segurança do trabalhador,
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DESENVOLVIMENTO
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Novos té pouco tempo, os
calçados profissionais
Danilo Oliveira,
gerente de Marketing

materiais e eram fabricados ba-


sicamente em cou-
da Marluvas

espaço do couro
técnicas na ro e solado de borra- na confecção dos

confecção cha, muitas vezes de pneu. “Hoje em


dia as opções são variadas, do tradi-
cabedais, pois
apresenta maior
de calçados cional couro até os materiais de alta durabilidade, melhor aproveitamento
tecnologia, como é o caso do com- no processo produtivo e proporciona
ocupacionais posto de microfibras que oferece resis- um visual mais atraente ao produto”,
promovem tência e desempenho muito superior
ao couro em muitas atividades”, con-
avalia o diretor.
Na verdade, a microfibra e outros
equilíbrio entre ta o gerente de Marketing da Marlu- tecidos inteligentes como nylon, am-
Fotos: Shutterstock

proteção e vas, Danilo Oliveira.


Para Valdemir Bastos, diretor Co-
plamente utilizados pela indústria têx-
til, têm se destacado no segmento de
conforto mercial do grupo Kadesh, há três pi-
lares na produção do calçado de se-
EPIs. Eles propiciam ao calçado mais
leveza, conforto, flexibilidade, maciez,
gurança: o poliuretano, usado na poder de absorção e dessorção de su-
fabricação do solado; o couro, usa- or, durabilidade, resistência mecânica e
do na fabricação do cabedal e a mão são simples de higienizar, segundo Luiz
de obra. “A microfibra vem ganhando Alexandre Alves, técnico de produtos

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soluções
indústrias de diversos segmentos e pres-
Alves, técnico de
produtos da BSB tadores de serviço. O calçado com sola-
do bidensidade no modelo tradicional, com
da indústria cabedal confeccionado em elástico, é o
O resultado de pesquisas e testes para o carro chefe da empresa. Entre as novida-
da BSB - Brazil desenvolvimento desses EPIs pode ser cons- des recentes estão os calçados em microfi-
Safety Brands, os tatado com as opções variadas oferecidas bra da linha Micro K.
opcionais de pal- pela indústria ao mercado. A Marluvas, por A Safetline trabalha com calçados em cou-
exemplo, oferece calçados de segurança ro nobuck hidrofugado e hidro-repelente, em
milha de aço, as biqueiras em aço, alu- para riscos agressivos como altas ou baixas borracha bidensidade e em microfibra com
mínio e composite com propriedades temperaturas, químicos, abrasivos e elétri- poucas costuras. Dispõe ainda de linha ca-
antiderrapantes, antiestáticas e para cos. Entre as novidades para 2018, estão cal- navieira, com sistema de sobrecapa que pro-
risco elétrico, também vem ajudando çados sociais confortáveis, com design italia- tege os pés contra cortes de podões, bota
a compor calçados confeccionados em no, e produtos para ambientes com maiores motosserista que libera tramas de alta re-
riscos de abrasão, queda de objetos e per- sistência para travar a máquina em caso de
microfibra, tecido e couro.
furação de solado. Os lançamentos contem- contato, linha em microfibra italiana e os
A maioria das indústrias inves- plam desde calçados especiais para o mer- calçados com solado em TPU. Entre as no-
te em inovações. O solado em TPU, cado de óleo e gás, para os bombeiros, aos vidades recentes, a empresa cita as linhas
poliuretano termoplástico bidensidade, impermeáveis com modelagem europeia. Clean e Vulcano, Escarfador, Botina Anti
por exemplo, utilizado em calçados de Entre as novidades das marcas Bracol e Torção e Evolution.
alta performance é mais leve, aderen- Fujiwara, da BSB - Brazil Safety Brands, es- A Bompel fornecedora de soluções, ten-
tá um produto leve e flexível para atender do sido parceira de grandes empresas ins-
te, flexível e resistente a cortes e ao o segmento de serviços em geral e ativida- taladas no país para o desenvolvimento de
desgaste, explicou Pedro Paulo Engler, des que exigem longas caminhadas ou lon- produtos. A renovação da linha de calça-
consultor de marketing da Safetline. gos períodos em pé. Os calçados BGA e HGA dos brancos está entre as novidades mais
“Hoje temos calçados que oferecem são confeccionados em nylon com tratamen- recentes da empresa, com materiais técni-
duas camadas de borracha e assim to hidro-repelente, impedindo a penetração cos e construções mais adequadas às neces-
de respingos de líquidos, solado bidensida- sidades de segurança e higiene dos segmen-
mesmo são macios, leves e flexíveis.
de slim para mais leveza e resistência e fai- tos. Outra novidade é a adaptação da botina
Alguns testes com esse solado mostra- xa refletiva na parte traseira para auxiliar a com fechamento em cadarço, disponibilizan-
ram que aguenta quase mil graus sem visualização em trabalhos noturnos. do ao mercado uma variação com fechamen-
derreter ou transferir calor para os pés O grupo Kadesh de calçados profissio- to em velcro, com foco no segmento de mo-
do usuário. A evolução é constante”.■ nais possui produtos para construção civil, toristas de motocicletas.

Fotos: Bompel; BSB Fujiwara; Kadesh; Marluvas e Safetline

42 www.revistacipa.com.br
Riscos ocupacionais por Clarisse Sousa

PERIGOS
NO CAMPO
Trabalhadores rurais
estão expostos
a quase todas as
categorias de risco
ocupacional. Em meio
ao descumprimento
de normas, fiscalização
no setor ainda enfrenta
desafios
Fotos: Shutterstock

O
Brasil tem dimensões e segurança no trabalho? Nem todos. des, isso não ocorre em nenhum lu-
continentais e a agro- Por causa da extensão da agrope- gar do mundo. Fazemos um esforço
pecuária está presen- cuária brasileira, a fiscalização é um para aprimorar as estratégias e ferra-
te em todo o território grande desafio e suscita a necessida- mentas de diagnóstico, para identifi-
nacional. Não à toa, é de de repensar estratégias.“A inspe- car onde ocorrem os problemas mais
o setor que mais cresce. Em 2017, foi ção rural demanda maior deslocamen- graves e investir os recursos de forma
o segmento com melhor desempenho to e o acompanhamento de parceiros eficiente”, completa Seidler.
na economia, destacando-se com al- institucionais. Isso significa mais inves- Os trabalhadores rurais podem es-
ta de 13% do Produto Interno Bruto timentos em cada ação fiscal”, expli- tar expostos a quase todas as catego-
(PIB). Mas será que os profissionais do ca Jeferson Seidler, assistente técnico rias de risco ocupacional, dependendo
campo, que trabalham para que es- do Departamento de Segurança e Saú- da natureza da atividade realizada, das
ses números sejam tão expressivos, de no Trabalho da Secretaria de Inspe- condições de trabalho e de caracterís-
são reconhecidos e recebem a aten- ção do Trabalho (SIT). “Não é possível, ticas individuais, como a idade. Segun-
ção devida quando o assunto é saúde portanto, fiscalizar todas as proprieda- do Ana Catalina Ramirez, especialista

44 www.revistacipa.com.br
❖ Substâncias ou agentes can-
cerígenos: certos pesticidas,
como arsênicos e herbicidas
fenoxi-acéticos e radiações UV;
❖ Agentes biológicos e de poei-
ra, que podem transmitir doen-
ças ou causar problemas respi-
ratórios, como asma ou doença
pulmonar obstrutiva;
❖ Ruído e vibração;
❖ Temperaturas extremas devido
às condições climáticas;
❖ Animais selvagens e peçonhen-
tos, como insetos, aranhas, escor-
piões e cobras.

Entre as patologias que mais atin-


gem esses trabalhadores estão: res-
piratórias, como pulmonar obstrutiva
crônica, asma, sinusite e alveolite alér-
gica aguda, também conhecida como
“pulmão do agricultor”; artrite; der-
matite alérgica; problemas endócri-
nos; e perda auditiva induzida por ru-
ído; entre outras.

Regularização do trabalho
Para minimizar os riscos e melhorar
a condição de trabalho foi criada a NR-
31, implantada de acordo com a Porta-
ria MTE 86/2005. O objetivo é “estabe-
lecer os preceitos a serem observados
na organização e no ambiente de tra-
balho, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das
atividades da agricultura, pecuária, sil-
técnica em Segurança e Saúde Ocu- lesões esmagadoras, amputação vicultura, exploração florestal e aqui-
pacional da Organização Internacional e emaranhamento; cultura com segurança e saúde e meio
do Trabalho (OIT), a agricultura é um ❖ Produtos químicos perigo- ambiente de trabalho”.
dos setores mais perigosos. “A ampla sos, como pesticidas, fertilizan- “A NR-31 traduz a aplicação de to-
gama e natureza da tarefa, os instru- tes, antibióticos e outros pro- das as demais NRs, considerando a
mentos e produtos que estão envolvi- dutos veterinários que causam realidade e as peculiaridades das ati-
dos expõem esses trabalhadores a di- envenenamento, dermatite e vidades rurais”, ressalta o auditor-fis-
ferentes perigos, que podem ocasionar efeitos adversos; cal Roberto Martins de Figueiredo, en-
acidentes e doenças.” ❖ Riscos ergonômicos, como mo- genheiro agrônomo e de Segurança
Entre os principais riscos estão: vimentação manual, levantamen- do Trabalho e coordenador do Proje-
❖ Máquinas e equipamentos, co- to de carga pesada, movimentos to Rural da SRTE/SP. A norma possui
mo tratores, caminhões e colhe- repetitivos, longas jornadas e pos- mais de 400 itens passíveis de punição
doras; e ferramentas de corte e turas inadequadas que levam a le- por auditores-fiscais. Em resumo, ela
perfuração, que podem causar sões musculoesqueléticas; estabelece ao empregador:

abril_2018
45
Riscos ocupacionais

MÉTODOS
EFETIVOS
Entre os procedimentos mais eficazes para
controlar riscos e melhorar a condição
de trabalho na agricultura estão as
medidas coletivas e de organização do
trabalho. “Não se pode acreditar que os
EPIs serão suficientes. Eles devem ser
usados porque são essenciais, porém, é
preciso compreender que são medidas
complementares”, diz o auditor-fiscal
Roberto Figueiredo. Para o médico do
Trabalho Marcelo Pustiglione, alguns
passos devem ser seguidos para garantir
uma boa gestão de SST:
1. Caracterizar adequadamente o
conjunto de trabalhadores por
meio de censo demográfico e
ocupacional;
2. Identificar os agentes de risco
ocupacional (ARO) presentes
em cada processo/ambiente
de trabalho;
3. Reconhecer a condição de
exposição de sujeitos e/ou
ambiente aos ARO;
4. Avaliar possíveis danos à saúde
e o impacto na morbidade e
mortalidade do grupo exposto;
5. Definir quais medidas de
precaução e proteção devem
ser tomadas;
6. Documentar e orientar sobre a
implementação dessas medidas; e
7. Avaliar os resultados e rever as
medidas quando necessário.

❖ Garantir condições de traba-


lho adequadas, como higiene e
conforto;
❖ Avaliar os riscos e adotar me-
didas de prevenção e proteção
para garantir que todas as ativi-
dades, os lugares de trabalho, as
máquinas, equipamentos, ferra-
mentas e processos produtivos
sejam seguros e em conformida-
de com as normas;
❖ Promover melhorias nos ambien-
tes e nas condições de trabalho;
❖ Cumprir as disposições legais e
regulamentares sobre a SST;

DEVIDO À EXTENSÃO DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA, A


FISCALIZAÇÃO É UM GRANDE DESAFIO PARA AUDITORES

46 www.revistacipa.com.br
EM 2014, TRABALHADORES RURAIS REPRESENTAVAM 21%
DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA, SEGUNDO IBGE
❖ Analisar, com a participação da
CIPA no Trabalho Rural, as causas
de acidentes e doenças, buscando
prevenir e eliminar ocorrências;
❖ Divulgar direitos, deveres e
obrigações aos trabalhadores
sobre SST;
❖ Adotar ações necessárias quan-
do da ocorrência de acidentes e
doenças do trabalho;
❖ Assegurar o fornecimento de
instruções em matéria de SST, bem
como toda orientação e supervisão
necessárias ao trabalho seguro;
❖ Garantir que os trabalhadores
participem das discussões sobre o
controle dos riscos nos ambientes
de trabalho;
❖ Informar aos trabalhadores: os
riscos decorrentes e as medidas de
proteção implantadas, os resulta-
dos dos exames médicos a que fo-
ram submetidos e os resultados
das avaliações ambientais reali-
zadas nos locais de trabalho.

Como responsabilidade do trabalha- de novas tecnologias, podem ser ade- a existência de abrigos, ainda que rús-
dor, a NR-31 institui: quadamente analisadas e incluídas. A ticos, capazes de proteger os trabalha-
❖ Cumprir as determinações sobre crescente mecanização do setor é um dores contra intempéries. Também são
as formas seguras de desenvolver bom exemplo”, avalia o médico do Tra- exigidas medidas especiais que prote-
suas atividades; balho Marcelo Pustiglione, da direto- jam contra insolação excessiva, calor,
❖ Adotar medidas de proteção de- ria Cientifica da Associação Paulista de frio, umidade e ventos inconvenientes.
terminadas pelo empregador, em Medicina do Trabalho (Anamt - SP).
conformidade com a norma, sob Além da NR-31, outras normas devem Regulamentação na prática
pena de constituir ato faltoso; ser seguidas em SST na agricultura. Na O desenvolvimento de sistemas de
❖ Submeter-se aos exames médi- NR-24, o item 24.5 trata do alojamen- gerenciamento de SST permite o reco-
cos previstos na norma; to destinado ao repouso dos operários. nhecimento precoce e a eliminação de
❖ Colaborar com a empresa na Neste item são apresentadas as caracte- perigos, “assim como a prevenção de
aplicação da NR-31. rísticas gerais adequadas, como em rela- acidentes e doenças, ao mesmo tem-
ção às paredes, que poderão ser cons- po em que melhora a produtividade”,
A amplitude da norma chama a aten- truídas em alvenaria de tijolo comum, salienta a especialista Ana Catalina, da
ção. “Por se tratar de uma NR apoiada em concreto ou em madeira; os pisos OIT. Mas nem sempre as normas são
em uma Comissão Tripartite Paritária deverão ser impermeáveis, laváveis e de obedecidas. Nem toda propriedade dis-
Permanente (CTPR), eventuais altera- acabamento áspero; entre outras. põe de profissionais que conheçam os
ções decorrentes da análise de dados Já a NR-21 trata do trabalho a céu riscos aos quais os trabalhadores estão
relativos à SST rural, ou da introdução aberto. Segundo o texto, é obrigatória expostos. Isso porque muitas regiões no

abril_2018
47
Riscos ocupacionais

Brasil ainda sofrem carência de infor- gramas que visam promover uma cul- rurais também influencia na fiscaliza-
mação e desconhecem as normas que tura preventiva de SST e sistemas de ção. De acordo com dados do Institu-
regulamentam o trabalho no campo. gestão eficazes. to Brasileiro de Geografia e Estatísti-
“Os gestores de grandes proprieda- As fiscalizações rurais não possuem ca (IBGE), em 2014, considerando uma
desconhecem os riscos. Alguns se pre- uma frequência pré-estabelecida. Elas população economicamente ativa de
ocupam, mas outros apostam na im- são feitas presencialmente e verificam 107 milhões, os trabalhadores rurais
punidade. O grande problema são os o cumprimento da legislação em ca- representavam 21%. Destes, 43% es-
médios e pequenos produtores, espe- da estabelecimento. “As fiscalizações tavam incluídos no grupo dos assala-
cialmente da Agricultura Familiar, que são realizadas com base em diagnós- riados. “Isso significa dizer que a ati-
normalmente desconhecem a legisla- tico regional, por unidade federativa vidade rural contava com 22 milhões
ção e os perigos aos quais tanto eles (UF), que inclui principalmente indícios de trabalhadores, dos quais 13 milhões
como os funcionários estão expostos”, de irregularidades, em especial, a infor- não contavam com estrutura organi-
explica o auditor-fiscal Figueiredo. malidade e as estatísticas de acidentes zada para a gestão de SST. Esse cená-
A Convenção sobre Segurança e e doenças do trabalho”, explica Seidler. rio não deve ser diferente atualmente”,
Saúde na Agricultura, de 2001 (nº A informalidade dos trabalhadores avalia o médico Marcelo Pustiglione.■
184), da OIT, estipula que o emprega-
dor assegure que os trabalhadores re-
cebam adequado treinamento e ins-
truções compreensíveis, levando em
consideração o nível de instrução. “No
âmbito nacional, as políticas e a legisla-
ção devem levar em conta o tamanho
da empresa e a natureza de sua ativi-
dade. No local de trabalho, avaliações
de risco, medidas preventivas e de pro-
teção e treinamento também devem
refletir a condição específica das ati-
vidades e características dos trabalha-
dores”, diz a especialista Ana Catalina.

Mais fiscalização
Em um país no qual a agricultura de-
sempenha papel fundamental na eco-
nomia, assegurar a saúde e segurança
dos trabalhadores deveria ser tão im-
portante quanto o próprio setor. “O
Brasil precisa de estrutura e quantida-
PL 6442: alteração na NR-31
O Projeto de Lei nº 6.442/2016 pretende revogar a Norma Regulamentadora nº 31, que trata da saú-
de de auditores-fiscais para um traba- de e segurança do trabalhador rural. O PL apresentado pelo deputado Nilson Leitão (PSDB) propõe
lho eficiente e de alcance nacional pa- que a remuneração do trabalhador seja não-salarial, e que o empregador possa substituir o paga-
ra a proteção do sofrido trabalhador mento em dinheiro por comida (20%) e moradia (25%), assim como por parte da produção e con-
rural brasileiro”, pondera Jeferson Sei- cessão de terra. O texto propõe extinção do acidente de trajeto; redução de adicional noturno; e
permite jornadas de até 12 horas e trabalho ininterrupto por até 18 dias.
dler, assistente técnico da SIT. Segundo o deputado, “as leis brasileiras e, ainda mais, os regulamentos expedidos
Ana Catalina, da OIT, concorda. por órgãos como o Ministério do Trabalho, são elaborados com fundamento
“São necessários recursos e treina- nos conhecimentos adquiridos no meio urbano, desprezando usos, costu-
mento adequados para garantir visi- mes e, de forma geral, a cultura do campo. Ademais, as normas existentes
tas de rotina dos inspetores aos locais são esparsas e em grande medida, subjetivas, dependentes das interpre-
tações dadas pelos auditores-fiscais do Trabalho e da própria Justi-
de trabalho agrícolas.” Para ela, auto-
ça do Trabalho em determinados casos. O que põe o produtor
ridades, empregadores, trabalhadores rural em situação de insegurança jurídica, tornando os al-
e seus representantes devem atuar em tos gastos efetuados para o atendimento destas normas,
conjunto na implementação de pro- um investimento de risco”.

48 www.revistacipa.com.br
Artigo
Fotos: Shutterstock
Abreest em ação
por Alexander Potenza Lasalvia

INÍCIO DO ESOCIAL
Como implantar o sistema corretamente dentro das empresas

D e extrema importância as empresas iniciarem a pre-


paração para atender as exigência do eSocial voltadas
para Saúde e Segurança. Para tanto, esse trabalho interno
internas corretivas.
3) Adotar uma perspectiva multidisciplinar, envolven-
do representantes dos setores: Recursos Humanos, Se-
precisa ser iniciado como um “Projeto Interno” e o quan- gurança e Saúde Ocupacional, Tecnologia da Informa-
to antes, com o objetivo de garantir uma implementação de ção, Contabilidade, Fiscal, Jurídico e Responsável pela
forma clara, transparente e com o menor impacto possível. Produção;
Seguem algumas dicas para ajudar nessa preparação: 4) Implementar uma gestão de projetos. O processo
1) Obter apoio da alta administração para garantir a de adequação envolve um conjunto de ações interde-
dedicação dos profissionais envolvidos e alocar recur- pendentes e simultâneas;
sos necessários às ações previstas; 5) Implementar uma gestão de mudanças. Pode con-
2) Realizar o diagnostico da situação atual quanto ao tribuir para a conscientização e preparação dos pro-
cumprimento da legislação trabalhista e previdenciá- fissionais e gestores para atuarem no novo contexto.
ria; e elaborar o cronograma de trabalho com as ações 6) Ter um sistema eficiente para atender a todas as

50 www.revistacipa.com.br
exigências; S-2240: Condições Ambientais do Trabalho
7) Alinhar com seu fornecedor externo de SSO se ele S-2241: Insalubridade, Periculosidade e Aposentadoria Especial.
está preparado para atender as exigências;
Interface entre Sistemas:
Conceito eSocial: Nos casos de contratação do serviço com uma empresa
O eSocial é o sistema de escrituração digital das obriga- de gestão de saúde e segurança, o cliente poderá ter aces-
ções fiscais, previdenciárias e trabalhistas. O sistema unifi- so aos adventos do eSocial através:
ca e digitalizar o envio de diversas informações relativas aos
trabalhadores para o Governo Federal, como vínculos, con- 1º Portal eSocial
tribuições previdenciárias, Folha de Pagamento, FGTS e al- Com o Portal eSocial será possível agendar os processa-
guns eventos referentes a Saúde e Segurança Ocupacional. mentos e enviar os arquivos por e-mail, SFTP possibilitar a
O Projeto não altera nenhuma legislação. O eSocial utili- Gestão dos layouts do eSocial e a transmissão para o site do
za a tecnologia para estimular as empresas a criar uma go- governo através da mensageria da folha de pagamento, ou,
vernança dentro da empresa para administrar o envio das
informações e dados que já são obrigatórios. 2º Interface específica com sistemas de folha.
Integração dos leiautes de Saúde e Segurança do Traba-
O que o eSocial significa na prática? lho exigidos pelo eSocial com os Sistemas de Folha de Pa-
Na prática, o eSocial vai permitir o real cumprimento da gamento/RH via Web Services, ou seja, integração entre o
legislação no Brasil, ou seja, exigirá que todos os eventos sistema de gestão da empresa terceira e a folha de paga-
relacionados com a folha de pagamento, desde a admissão mento de forma automática.
do funcionário até a sua demissão, sejam notificados nos Atualmente o mais recomendado.
prazos legais e pelo sistema eletrônico. Nos casos de gestão interna da empresa, o mesmo po-
Será o fim de registros retroativos e os acertos posterio- derá enviar os dados diretamente pelo sistema de folha de
res, salvo exceções previstas na norma que visam dar maior pagamento de acordo com os critérios pré-estabelecidos
flexibilidade às operações. pelo governo.

Leiautes Ocupacionais: Pontos de atenção para o eSocial


S-1060: Tabela do Ambiente de trabalho ➢ Atualização da Base de dados dos funcionários
S-2210: Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) no Sistema que a empresa terceira utiliza para ges-
S-2220: Monitoramento de Saúde do Trabalhador (ASO) tão de SSO.
S-2230: Afastamento Temporário ➢ Apontamento de riscos ergonômicos.

Fases do eSocial
GRANDES DEMAIS
EMPRESAS EMPRESAS
ORGÃOS
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO ESOCIAL (Faturamento (Micro, Pequenas
PÚBLICOS
superior a e MEIS que tenham

R$ 78 milhões) empregados)

Cadastro do empregador e tabelas JANEIRO/2018 JULHO/2018 JANEIRO/2019


Dados dos trabalhadores e seus vínculos
MARÇO/2018 SETEMBRO/2018 MARÇO/2019
com as empresas ( eventos não periódicos)

Folha de pagamento MAIO/2018 NOVEMBRO/2018 MAIO/2019


Substituição da GFIP (Guia de
JULHO/2018 JANEIRO/2019 JULHO/2019
informações á previdência Social)

Dados de segurança e saúde do trabalhador. JANEIRO/2019 JANEIRO/2019 JULHO/2019

abril_2018
51
Artigo
➢ Apontamento de riscos de acidentes.
➢ Informações de Insalubridade, periculosidade e
aposentadoria especial.
➢ Controle de EPI.
➢ Informações sobre afastamento temporário (Li-
cença Médica) – S2230.

Esclarecimentos para o eSocial


As informações referentes a Segurança e Saúde Ocupa-
cional deverão ser embasadas em documentos emitidos por
profissionais habilitados (Médico do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho,
Enfermeira do Trabalho e Ergonomista), sob pena de mul-
ta por parte do Ministério do Trabalho e da Previdência So-
cial, inclusive com a possibilidade de haver Ação Regressiva.
No eSocial o Sim e o Não precisam ser sustentados e evi- verá ser realizada pelo sistema do eSocial, e não mais
denciados. pelo CATWEB, sendo o número da CAT o Protocolo de
transmissão; Comprovação feita através da Ficha de
Informações técnicas a serem prestadas ao eSocial, Análise de Acidentes preenchida pela CIPA ou desig-
com relação a Segurança e Saúde Ocupacional: nado ou ainda pelo SESMT (quando houver);
1) Descrição do local de trabalho - deverá ser reali- 7) Treinamentos recebidos pelo funcionário; A Empre-
zado o descritivo construtivo do local de trabalho – sa deverá realizar, no mínimo, todos os treinamentos
consta do PPRA; previstos na Legislação de Segurança do Trabalho (NRs
2) Descrição das atividades realizadas pelo cargo/fun- da Portaria 3214/78 do MTb); Comprovação feita atra-
ção - A empresa deverá elaborar a Descrição do Car- vés de certificados.
go/função detalhada, baseada nas responsabilidades e 8) Monitoramento da saúde ocupacional dos funcioná-
nas atividades desempenhadas pelo ocupante do car- rios (exames clínicos e complementares quando hou-
go na empresa. Para o funcionário que realiza ativida- ver) – consta do PCMSO:
de desigual, ou, que tenham responsabilidades distin- a) Admissional – realizado antes do funcionário iniciar su-
tas e ainda exposição a riscos diferentes, sugerimos as atividades na empresa;
que a nomenclatura do cargo/função seja diferencia- b) Periódico – realizado de acordo com o previsto no PCM-
da dos demais funcionários, a fim de não haver o lan- SO;
çamento do risco diferenciado à todos os funcionários c) Mudança de cargo/função - Quando ocorre mudança de
do cargo/função; cargo/função ou de local de trabalho (novo galpão ou se-
3) Informar se o funcionário tem ou não direito ao tor), que implique em exposição a riscos diferentes aos do
adicional de Insalubridade - comprovação feita atra- cargo/função ou local de trabalho anterior, o funcionário de-
vés do Laudo de Insalubridade, devendo ser informa- verá ser submetido a exame médico, clinico e complementa-
do por ambas as partes – RH da empresa + a empre- res, se houver, antes de exercer as atividades do novo car-
sa de consultoria; go/função ou local;
4) Informar se o funcionário tem ou não direito ao adi- d) Retorno ao trabalho – sempre que o funcionário perma-
cional de Periculosidade - comprovação feita através necer afastado de suas atividades por mais de 30 dias, com
do Laudo de Periculosidade; exceção a férias, deverá ser submetido aos exames previs-
5) Informar se o funcionário tem ou não direito a Apo- tos no PCMSO; e
sentadoria Especial - comprovação feita através do LT- e) Demissional - realizado logo após o desligamento do fun-
CAT; cionário da empresa;
6) Informação da ocorrência de Acidentes de Trabalho 9) Riscos a que os funcionários estão expostos durante
- A CAT – Comunicação de Acidentes de Trabalho de- o exercício das suas atividades. A empresa deverá rea-

52 www.revistacipa.com.br
lizar a avaliação ocupacional quantitativa dos Riscos Físicos, Químicos e
Biológicos identificados no ambiente de trabalho, para identificar a inten-
sidade e concentração dos agentes a que os funcionários estão expostos:
a) Riscos Físicos - Forma de energia que poderão causar danos a saúde do tra-
balhador, como: ruído, vibração, calor/Frio, etc. – consta do PPRA e LTCAT;
b) Riscos Químicos - Produtos químicos suspensos ou diluídos no ar na forma
de gases, vapores, poeiras, fumos, nevoas e neblina, bem como o seu manuseio,
que poderão causar danos a saúde do trabalhador. Os riscos químicos deverão
ser informados através das substâncias que compõem os produtos utilizados du-
rante as atividades laborais dos funcionários, assim sendo, a empresa deverá pro-
videnciar junto aos fornecedores as FISPQs de todos os produtos químicos utiliza-
dos no processo – consta do PPRA e LTCAT
c) Riscos Biológicos - Contatos com microorganismos vivos como: bactérias, fun-
gos, vírus, etc. causadores de patologias ao trabalhador – consta do PPRA e LTCAT;
d) Riscos Ergonômicos - são considerados quaisquer circunstâncias de traba-
lho que, por motivos psicológicos ou fisiológicos, causem desconforto ao traba-
lhador (Leiaute, Política da empresa, postura, movimentos, etc., que ocasionam
danos a saúde) – consta da Análise Ergonômica do Trabalho.
e) Riscos Mecânicos ou de Acidentes - Situação ou circunstância que pode
ocasionar danos ao trabalhador (quedas, cortes, etc.) consta dos seguintes do-
cumentos: Inventário das Máquinas e Equipamentos – NR12, Laudo de Seguran-
ça da instalação elétrica – NR10, Laudo do Sistema de Proteção contra Descar-
ga Atmosférica – NR10, Laudo de Segurança dos vasos sob pressão e caldeiras
– NR13, OS - Ordem de Serviço e/ou APR – Análise Preliminar de Risco – NR01.
10) EPCs – Equipamentos de Proteção Coletiva instalados no local de trabalho - De-
verá haver a descrição do equipamento e a informação se é ou não eficaz – consta
do PPRA e do LTCAT e dos seguintes documentos: Inventário das Máquinas e Equi-
pamentos, Laudo de Segurança da instalação elétrica, Laudo do Sistema de Prote-
ção contra Descarga Atmosférica, Laudo de Segurança dos vasos sob pressão e cal-
deiras, OS - Ordem de Serviço e/ou APR – Análise Preliminar de Risco;
11) EPIs - Equipamentos de Proteção Individual fornecidos aos funcio-
nários – Deverá haver a descrição do equipamento, bem como menção
do CA - Certificado de Aprovação e a informação se é ou não eficaz –
consta do PPRA e do LTCAT e da OS – Ordem de Serviço e APR – Análi-
se Preliminar de Risco;
12) Dados informativos sobre as Pessoas Portadoras de Necessidades Es-
peciais, quando obrigatório – (artigo 93 da Lei 8213/91); deverá ser com-
provado através do Laudo Médico, comprovando a deficiência.

A empresa que adotar e seguir os itens mencionados nessa matéria, terá êxi-
to na entrega das informações exigidas pelo Governo ficando isenta de mul-
tas e penalizações previstas, portanto, todas as dicas citadas, para serem real-
mente eficazes, necessitam de engajamento e dedicação. ■

Alexander Potenza Lasalvia é especialista em Medicina do Trabalho,


diretor de ética e legislação/eventos- ABRESST e diretor técnico Grupo Mast

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53
Artigo Alcoolismo
por André Lemos

DOENÇA CRÔNICA OU
IRRESPONSABILIDADE?
Fotos: Shutterstock

Tribunal Superior do Trabalho discute a dispensa


de funcionários considerados dependente de álcool

A dispensa, com ou sem justa causa, de empregados


considerados dependentes de álcool tem sido objeto
de exame no Tribunal Superior do Trabalho (TST), cuja ju-
tidade como “Síndrome de dependência do álcool”,
responsável por tirar a capacidade de compreensão e
discernimento do indivíduo.
risprudência consolidou-se no sentido do reconhecimento De acordo com estudo divulgado pela Universidade Fe-
de que o alcoolismo é doença crônica, que deve ser trata- deral Rural do Rio de Janeiro, o álcool é a substância psi-
da ainda na vigência do contato de trabalho. coativa preferida da população mundial, sendo consumida
Dentre os recursos analisados pelo TST, a assistência am- por quase 69% dos brasileiros. Os dados colhidos na pes-
bulatorial ao empregado traduz coerência com princípios quisa revelam que 90% das internações em hospitais psi-
constitucionais de valorização e dignidade da pessoa huma- quiátricos por dependência de drogas ocorrem pelo uso de
na e de sua atividade laborativa. Além disso, encontram-se álcool. Entre as bebidas mais consumidas por brasileiros,
apreciadores de questões afetas à justa causa aplicadas aos está a famosa cerveja.
empregados reconhecidamente dependentes do álcool.
Legislativo e o alcoolismo
OMS – Organização Mundial da Saúde O Poder Legislativo está atento à condição do alcoolismo
Em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) for- ser questão de saúde pública. Nesse sentido, destaca-se a
malizou que o alcoolismo deve ser considerado co- tramitação no Senado Federal do Projeto de Lei nº 83 de
mo uma doença crônica. O mal foi classificado pela en- 2012 que, em atenção aos aspectos referidos pela jurispru-

54 www.revistacipa.com.br
dência trabalhista, propõe a alteração da alínea ‘f’ do arti- a tratamento assistencial.
go 482 da CLT. Por meio dessa mesma proposta, ante a justificativa de au-
A intenção do legislador, conforme a justificação anexa sência de previsão, é também formalizada alteração do ar-
no Projeto de Lei, é distinguir o dependente alcoólico da- tigo 132 da Lei nº 8.112, de 1990 (Regime Jurídico dos Ser-
quele usuário ocasional ou do consumidor regular que não vidores Civis da União, autarquias e das fundações públicas
apresenta padrão de dependência, “para evitar a aplicação federais), para promover a “proteção ao alcoolista que apre-
indiscriminada das disposições do projeto às pessoas que sente dois dos mais notáveis sintomas de dependência: o
não demandam proteção específica da lei”. absenteísmo e o comportamento incontinente e in-
Nos termos do texto original, ainda com a redação de subordinado – causas de demissão do servidor, nos
1943, época da aprovação do Decreto–Lei nº 5.452 (CLT), termos dos incisos III e V do caput daquele artigo”.
dentre outras razões de justa causa para rescisão do con- Atualmente, de acordo com o site do Senado Fede-
trato de trabalho pelo empregador, está a embriaguez ha- ral, o Projeto de Lei encontra-se na Comissão de Cons-
bitual ou em serviço. tituição, Justiça e Cidadania, aguardando designação
O Projeto de Lei nº 83/2012 também objetiva a inserção de relator para a matéria.■
de um segundo parágrafo no artigo 482 da CLT.
O texto proposto, além de exigir a comprovação clínica
da condição de alcoolista crônico, vincula o reconhecimen-
to da embriaguez em serviço como causa de encerramen- André Lemos é médico do trabalho com pós-graduação em
Medicina do Trabalho e perícias médicas. Cursou especialização de
to do contrato de trabalho por justa causa, exclusivamen- Auditor Fiscal da Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho
te, quando houver recusa pelo empregado de se submeter pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

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55
Artigo
Fotos: Shutterstock
Comportamento
por Leonardo Maranhão

ASSÉDIO NO MUNDO
CORPORATIVO
Quatro em cada dez brasileiras já sofreram abusos ou passaram
por situações constrangedoras no ambiente de trabalho

56 www.revistacipa.com.br
la noite, na qual a apresentadora Oprah Winfrey, vítima de
abuso na infância, em um discurso inspirador, reforçou o ti-
me’s up – o tempo acabou.
O movimento, fundado pela ativista Tarana Burke em
2007, ganhou força a partir das denúncias a Weinstein e
da campanha #MeeToo (“eu também”, em inglês), e bus-
ca encorajar a denúncia de casos de assédio sexual, ocor-
ridos nos meios artístico, esportivo, político e empresarial,
entre outros.
Após denúncias durante a premiação, olhares se volta-
ram à repercussão dos crimes de Larry Nassar, o ex-médi-
co da seleção de ginástica dos Estados Unidos, condenado
a 175 anos de prisão pelo abuso sexual de dezenas de ga-
rotas. Entre as muitas vítimas estão as ginastas Rachel De-
nhollander, primeira a denunciá-lo; Simone Biles, campeã
olímpica; e Aly Raisman que, durante o depoimento, foi ca-
tegórica: “Abusadores, seu tempo acabou”. Atletas en-
frentaram o medo e relataram o que passaram nas mãos
daquele que deveria apenas contribuir para o desempenho
esportivo por meio da saúde e bem-estar. Ao todo, 156 mu-
lheres depuseram contra Nassar.
Na 60ª edição do Grammy, que teve como vencedor o
cantor Bruno Mars, e premiou os destaques na música in-
ternacional, personalidades como Kendrick Lamar, Camila
Cabello, Sam Smith, Lady Gaga, Ne-Yo, Rita Ora e os inte-
grantes da banda Imagine Dragons também demonstra-
ram apoio ao time’s up com o uso de uma rosa branca na
roupa. Além do simples detalhe, a interpretação da canção
autobiográfica de Kesha, Praying, que lutou durante anos
contra o assédio do produtor musical Dr. Luke, e o discurso
de Janelle Monáe foram os pontos altos da manifestação
contra este tipo de violência. O assédio existe, traz seque-
las que são muito diferentes de mulher para mulher, impõe
traumas, sensação de impotência, depressão, mas a con-
quista da sociedade neste sentido, que soa como um alen-
to, aparece em duas frentes: nunca se discutiu e se de-

E leita a “palavra do ano” pelo dicionário americano Mer-


riam Webster, o termo “feminismo” pode dizer muito
sobre o que foi 2017 para as mulheres, e sobre o que espe-
bateu tão a fundo o assunto e nunca tantas pessoas
envolvidas com esses crimes foram punidas e tiveram
suas carreiras abreviadas de forma vexatória.
rar de 2018. Logo no início do ano, a cerimônia do Globo de Já no Brasil, o levante via redes sociais veio acompanhado
Ouro foi marcada por protestos das estrelas de Hollywood, das hashtags #MeuMotoristaAbusador e #MeuMotorista-
sensibilizando ainda mais a sociedade para discutir o assunto. Assediador, em denúncia ao assédio nos táxis e motoristas
Muito além de uma questão de estilo, os figurinos pretos de aplicativos como Uber, além dos frequentes episódios de
e o boicote à grife Marchesa – de Georgia Chapman, espo- abuso no transporte público, que trouxeram à tona a ne-
sa de Harvey Weinstein (produtor acusado de assédio e es- cessidade em dar mais voz e poder ao público feminino. O
tupro por diversas atrizes e modelos como Angelina Jolie, problema, como se sabe, não é de hoje – está enraizado em
Gwyneth Paltrow e Cara Delevigne) – deram o tom àque- nossa sociedade, e os dados corroboram os relatos. Em 2013,

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57
Artigo

uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada tagem”, quanto as ameaças de boicote, demissão e humilha-
(Ipea) revelou que 58,5% dos entrevistados concordaram to- ção são formas encontradas para oprimir e ter algum poder
tal ou parcialmente com a afirmação de que “se as mulheres sobre o silêncio das vítimas. Piadas, bilhetes, e-mails, liga-
soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. ções, conversas, gestos, cantadas.... Por diversos meios, o
As ocorrências podem estar mais perto do que imagina- assédio sempre envolverá o constrangimento e a exposição
mos. O Instituto Locomotiva afirma que quatro em cada a situações vergonhosas, e é mais um dos tantos empeci-
dez brasileiras já sofreram assédio no ambiente de trabalho. lhos ao crescimento profissional feminino.
Os casos de assédio sexual podem acontecer entre pesso- Tudo isso ocorre em um ambiente que sempre se revelou
as de ambos os sexos, e não somente de homem para mu- hostil às mulheres. Embora a ascensão feminina ao merca-
lher. O cancelamento da série americana “House of Cards” do de trabalho cresça, a rotina e a permanência delas ain-
teve como motivo os abusos cometidos pelo badalado ator da envolvem muitos obstáculos.
Kevin Spacey, que protagonizava a trama. Além da suspen- Uma pesquisa da consultoria Korn Ferry em 321 compa-
são da nova temporada, a Netflix, plataforma que produ- nhias, com a participação dos diretores, vice-presidentes e
zia e exibia a série, rompeu o contrato com Spacey. No Bra- presidentes, revelou que as mulheres ocupam somente 16%
sil, situação semelhante foi vivida pelo ator José Mayer, que do total de cargos de liderança nos Estados Unidos. A de-
assediou a figurinista Susllem Tonani, tocando-a sem con- sigualdade entre os gêneros não para por aí: segundo da-
sentimento. O que agrava o problema é perceber e ouvir dos da mesma consultoria, no mercado brasileiro, mes-
relatos de que a violência acontece de outras formas, que mo quando elas chegam às colocações mais altas, os
vão além do contato físico. homens ganham pelo menos 6,2% a mais para exer-
Nas empresas, o crime ocorre quando uma pessoa usa de cer a mesma função.
uma posição hierárquica superior para chantagear alguém A baixa representatividade de liderança feminina do mun-
em troca de favores sexuais. Tanto as ofertas de promoção do corporativo expõe as mulheres a um outro tipo de assé-
de cargo, de aumento de salário, ou qualquer tipo de “van- dio: a violência verbal. E, claro, tudo isso mexe com a es-

58 www.revistacipa.com.br
Artigo
trutura psicológica da pessoa, fere a autoestima e favorece
a ocorrência de acidentes de trabalho ou de perda de pro-
dutividade. De maneira simples, e nem sempre percebida,
este abuso ocorre diretamente contra a fala e os posicio-
namentos da mulher nas decisões do ambiente de traba-
lho, também por diferentes ações: interrupção (manter-
rupting = man/homem + interrupting/interrupção),
apropriação de ideias (bropriating = brother/irmão +
appropriating/apropriação), minimização da capacida-
de intelectual (mansplaining = man/homem + explai-
ning/explicação) e desvalorização dos apontamentos
feitos (gaslighting, termo com origem na peça teatral
Gas Light, de 1938, na qual o marido tenta provar que
a esposa está alucinada).
O manterrupting, nome dado a uma das formas de
agressão foi estudado por sociólogos da Universidade da
Califórnia, e resultou em Sex Roles, Interruptions and Silen-
ces in Conversations, que analisou 31 diálogos. De acordo
com o levantamento, em uma conversa entre pessoas do
mesmo sexo, há cerca de sete interrupções. Por outro la-
do, quando o diálogo acontece entre homens e mulheres,
há 48, sendo que 46 são feitas pelo homem. Um exemplo
do manterrupting está em um dos debates de 2016 entre
Hillary Clinton e Donald Trump – candidatos à presidência
na época. A democrata foi interrompida em 51 momentos.
Esta forma de assédio moral contribui para que as mulhe-
res deixem de expor suas opiniões e, consequentemente,
sintam-se incompetentes, menosprezadas no ambiente de
trabalho. As consequências são sentidas na piora da produ-
tividade, na queda da autoestima e no rompimento de rela-
ções sociais na empresa - ela deixa de ir a almoços, torna-se
mais reclusa, mais introspectiva e até apática. teção às vítimas e o incentivo à denúncia são fundamentais
É possível encontrar bons exemplos de igualdade de gê- e deveriam ser um valor intocável das empresas. Além dis-
nero em diversas empresas no Brasil. Uma parceria entre o so, é fundamental reforçar as políticas públicas de saúde e
Guia Exame de Mulheres na Liderança, com a ONG Wo- também de segurança. Todos os fatos ocorridos no ambiente
men in Leadership in Latin America (WILL), e especialistas de trabalho são um reflexo do comportamento em socieda-
do Grupo de Pesquisa em Direito, Gênero e Identidade da de. Segundo pesquisa do Ipea, em 2011, 70% dos estupros
Fundação Getúlio Vargas (FGV) resultou em um levantamen- foram cometidos por parentes, namorados, amigos ou co-
to com as melhores companhias em promoção de diversida- nhecidos da vítima. No mesmo ano, apenas 10% dos casos
de de gênero. Entre as corporações em destaque nos mais eram notificados à polícia e uma parcela ínfima esclarecida.
diversos segmentos estão Johnson&Johnson, Avon, Maga- Na maioria das vezes, as mulheres deixam de denunciar o
zine Luiza, AC Camargo, L’Óreal, Pfizer, Shell, Grupo Boti- crime por vergonha, apesar de serem as vítimas, pelo senti-
cário e Itaú. A Coca-Cola encabeçou a lista com uma série mento de culpa, por receio da exposição, ou por ameaça do
de ações para levar mulheres aos seus cargos mais altos. A criminoso. Quando chegam à delegacia, têm medo de ser
meta é ter total igualdade de gênero até 2020. julgadas e maltratadas por quem as atende, principalmente
Estamos engatinhando ainda na estrada da equidade. ao se depararem com perguntas como “você tem certeza?”
Diante deste cenário nacional e global, a assistência e pro- Como em qualquer tipo de agressão, o assédio sexual no

60 www.revistacipa.com.br
ambiente de trabalho é traumatizante - ele tende a nascer
com um desequilíbrio nas relações de poder da organiza-
ção. Assim como no caso do assédio moral, os primeiros
sinais de que há algo errado se manifestam na percepção
sobre a própria competência, na segurança em si e, in-
sisto, na produtividade. A mulher passa a ter menos con-
fiança nas tarefas do dia a dia, fazendo com que os resul-
tados caiam. Como se não bastasse, via de regra o que
se vê nesse momento é pressão e ameaças de demissão.
Muitos fatores são incertos ao imaginar como a pessoa
enxergará a vida e o futuro depois do choque. Além da
performance no trabalho, dependendo de como ocorreu
o assédio, as marcas da violência podem aparecer gradu-
almente por meio de baixa autoestima, ansiedade e che-
gar a extremos como a Síndrome do Pânico, depressão,
compulsão alimentar, alcoolismo e até dependência quí-
mica. A mulher passa a se culpar pelo constrangimento
do qual é vítima, e isso é uma causa direta para o surgi-
mento de transtornos psiquiátricos. O desenvolvimento do
quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
revela-se nas atitudes de isolamento total, perda da so-
ciabilização e a perda do sentido da vida – em muitos ca-
sos, até os cuidados pessoais são abandonados, em uma
tentativa de ser menos atraente e “menos culpada”. Os
efeitos também atingem a sexualidade, da dificuldade em
ter relações e sentir prazer à perda do interesse ou com-
pleta aversão nos episódios mais graves.
Assédio sexual é crime previsto no artigo 216-A do Có-
digo Penal, sob a Lei nº10.224, de 15 de maio de 2001.
Contudo, ele nem sempre é denunciado. Segundo o Mi-
nistério Público do Trabalho, foram 252 reclamações no
Brasil todo durante o ano de 2016, número irrisório. Isso acontece por me-
do de quem assedia, de ninguém acreditar no que ela diz, da humilhação na
empresa e, principalmente, receio de perder o emprego. Algumas mulheres
também creem que o assédio ocorre somente quando há contato físico, o
que também impede a denúncia.
Sabendo disso, o Ministério do Trabalho e Emprego, em uma cartilha de
2009 sobre assédio moral e sexual, propõe algumas atitudes que podem ser
tomadas diante dessas situações. Contar para algum colega de trabalho em
quem você confie é o primeiro passo. Reunir provas e testemunhas do cons-
trangimento é útil para expor o problema ao setor de Recursos Humanos (que
tem muito a fazer nesses casos e às vezes se curva para não tocar o dedo
em feridas das organizações) ou ao sindicato da categoria. Se não houver a
tomada de providências ou solução do caso, é recomendado registrar ocor-
rência na Delegacia da Mulher. Caso não haja, em uma delegacia comum, e
também relatar o caso na Superintendência Regional do Trabalho e Empresa.
As consequências dos abusos variam caso a caso, e é por isso que o ampa-

abril_2018
61
Artigo

ro à vítima é tão importante. O real acolhimento durante to- pelas redes sociais são sinais de que é possível mudar um
do o processo de denúncia, com o devido cuidado, respeito comportamento enraizado na forma de pensar da sociedade.
e sensibilidade por parte das equipes de RH, pode ser o di- Todos nós somos capazes e responsáveis pela mudança
ferencial para a recuperação do trauma e punição do asse- desta cultura. Ensinar as crianças sobre o respeito às dife-
diador. A pena prevista para este tipo de crime prevê multa, renças, e servir de exemplo. Pais, educadores, familiares, im-
pagamento de indenização e até de 1 a 2 anos de prisão. prensa, profissionais de saúde, ou de qualquer outra área:
O acompanhamento e a terapia psicológicos e psiquiátri- a luta pela igualdade de gênero é de todo cidadão, e
cos também são meios de dar continuidade à vida da me- cabe a nós não permitir que esta voz se cale.
lhor forma. Além do apoio de amigos e familiares, um pro- As empresas adoram falar em RH estratégico, código de
fissional ajuda a encontrar caminhos tanto para sair de uma conduta, normas de compliance, etc. Será que elas estão
situação de assédio, quanto para a superação do trauma. acompanhando como se deve as tendências do nosso tem-
As manifestações do Time’s up são primeiros passos para po? Ou será que há um resquício de machismo e essa pau-
que, como foi dito por Oprah, o tempo em que não acredi- ta sempre fica para amanhã? Você está atenta e satisfeita
tavam nas mulheres acabe e ninguém mais tenha que dizer com o que a sua empresa pode lhe oferecer caso você se-
“eu também”. O apoio visto na cerimônia do Globo de Ou- ja a próxima vítima?■
ro e no Grammy, a coragem das ginastas que deram seus
depoimentos e denunciaram Larry Nassar, e as providências
tomadas pela Netflix em relação a Kevin Spacey são as pri-
meiras de muitas conquistas reais capazes de inibir os casos
de assédio. No Brasil, o repúdio cada vez maior aos assedia- Leonardo Maranhão é psiquiatra, autor de “A vida com...
dores no transporte público, e o reforço dessas campanhas Autismo” (2017) e diretor da Clínica Médica Assis.

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Comenda em SST

JOSÉ DAMÁSIO DE AQUINO


Comendador explica a evolução do uso e testes em EPIs no Brasil

O
laboratório de ensaio de EPI da Fundacentro foi pamentos que viessem a ser criados.
inaugurado em 1978. Iniciei minhas atividades A principal alteração foi a inclusão da possibilidade de ava-
na instituição em 1986, quando o local era o liação da conformidade dos EPIs no âmbito do Sistema Na-
único reconhecido pelo Ministério do Trabalho cional de Metrologia (Sinmetro), coordenado pelo Instituto
(MTb) para realizar ensaios. Lá, eram realizados testes em Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
vários produtos. Essa mudança criava bases para adoção de um processo mais
Durante a década de 1990 ocorreram muitas mudanças na confiável de avaliação dos EPI, visto que aumentava a quan-
área de EPIs. Em 1992, com a abertura do mercado nacional tidade de atores envolvidos nos ensaios e na fiscalização da
às importações, houve um aumento conside- qualidade dos equipamentos.
rável de modelos e de fornecedores no País. Após a publicação da nova NR-6, o MTb
A entrada dessas empresas aumentou o nú- iniciou as tratativas com o Inmetro para im-
mero de ensaios. Visto que o laboratório da plementar uma forma de avaliação da con-
Fundacentro não tinha condições de atender formidade dos EPIs. Esse processo foi fina-
essa demanda crescente, o Ministério do Tra- lizado em 2007, com a assinatura de um
balho, em conjunto com a instituição, iniciou acordo de cooperação técnica. Com o acor-
um processo de reconhecimento de novos la- do, o Inmetro deu início ao processo de im-
boratórios aptos. plementação da nova sistemática de avalia-
O MTb iniciou o processo de revisão das ção da conformidade dos EPIs, que envolvia
Normas Regulamentadoras (NR) de Seguran- a elaboração do regulamento de avaliação
ça e Saúde no Trabalho, adotando o princípio da conformidade (RAC) do equipamento, o
do tripartismo. A NR-6, que trata de EPI, não credenciamento dos organismos de avaliação
ficou imune a esse movimento e a comissão da conformidade de produtos e dos labora-
de revisão iniciou os trabalhos em 1998. O tórios aptos a realizar os ensaios.
texto final revisado foi publicado em 2001 e O capacete de segurança foi o primeiro EPI
trouxe várias novidades, dentre as quais po- que passou a ter a avaliação da conformida-
demos citar: a inclusão da definição de EPI conjugado, com- de segundo o novo método, com a publicação de seu RAC
posto por variados tipos de equipamentos em um único, vol- em 2008. Foram elaborados RAC para outros EPI e o últi-
tado à proteção contra diversos riscos; a criação de uma lista mo a ser publicado foi o de cinturão de segurança, em 2012.
com os tipos existentes na época, discriminados de acordo Vale ressaltar a importância de manter e ampliar esse pro-
com a parte do corpo que se pretendia proteger; a criação cesso de avaliação da conformidade, pois ele possibilita um
de uma comissão tripartite responsável pela avaliação peri- maior grau de confiança ao consumidor final, que é o traba-
ódica dessa lista, com a possibilidade de exclusão de equipa- lhador. Portanto, torna-se imperativo criar outros RAC, pois
mentos que caíssem em desuso ou a inclusão de novos equi- muitos EPIs ainda não são avaliados dessa forma.■

José Damásio de Aquino é bacharel em Física, mestre em Administração de Empresas e doutor em Saúde Pública. Áreas de atuação: meio ambiente e de segurança e
saúde no trabalho; estatísticas de acidentes; legislação, avaliação e certificação de equipamentos de proteção individual; e políticas na área de segurança e saúde no trabalho.

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22 A 24 DE MAIO DE 2018

12 A 15 DE SETEMBRO DE 2018 3 A 5 DE OUTUBRO DE 2018


Artigo
Fotos: Shutterstock
Perito Hércules
por Saulo Cerqueira de Aguiar Soares

DIREITOS RESTRINGIDOS Pessoas com deficiências físicas ou alguma limitação


motora enfrentam dificuldades em processos periciais

70 www.revistacipa.com.br
E sse texto parte do pressuposto do direito constitucio-
nal da liberdade de expressão intelectual (CR/88, art.
5°, IX), direito constitucional da liberdade de ensinar e divul-
nais, em prática de improbidade administrativa e violando
a Constituição da República, artigo 37, inciso XVI, alínea
‘c’, a qual dispõe que é vedada a acumulação remunera-
gar o pensamento (CR/88, art. 206, II), pluralismo de ideais da de cargos públicos, exceto, quando houver compatibi-
(CR/88, art. 206, III), vedação de todo e qualquer tipo de lidade de horários.
censura (CR/88, art. 220), e é uma crítica científica de uma O perito Hércules é contratado para realizar a perícia
lastimável realidade vivenciada: a discriminação sofri- conforme a legislação. São ativistas e creem que podem li-
da pelas pessoas com deficiência. mitar um direito que está previsto por lei, agem como se
Várias pessoas relataram que, após serem aprovadas em fosse legisladores e ao mesmo tempo aplicador de sua pró-
concursos públicos ou processos seletivos, enfrentam difi- pria lei, sem qualquer critério de legalidade ou transparên-
culdades frente à perícia a qual são submetidos quando da- cia. Esse profissional critica o ativismo judicial, mas pratica
da a nomeação para assumir o cargo ou emprego público. o ativismo pericial.
Mesmo que levem laudos que comprovam a sua deficiên- Diariamente, inúmeros condutores apresentam queixas
cia pode ser descaracterizada sua condição de deficiência contra a perícia que, contrariamente a dados e evidências
ocasionando a perda de assumir o trabalho. Tal condição científicas, decide pela não aplicação de adaptações aos de-
ocorre geralmente com pessoas que, por acidente, doença ficientes, impedindo que adquira veículo com isenção de im-
ou sequela adquiriram uma deficiência. Geralmente quan- postos e prejudicando seu direito a acessibilidade.
do não sendo congênita, ou mesmo essas últimas, quando Isso acontece por conta da interferência do perito Hércu-
não sejam corporalmente ostensivas. les, pois, em cinco minutos decide que o candidato ou mo-
No meio jurídico já se tratou do juiz Hércules, na obra “O torista não é deficiente, contrariamente a todos laudos, de-
Império do Direito”, de Ronald Dworkin (1986) e em artigo cidindo sem efetiva base legal, sem fundamentar, de forma
do jurista belga François Ost (1993); assim como já se apre- concreta, a divergência entre os documentos apresentados.
sentou o termo juiz MacGyver, pelos juristas Rafael Olivei- Esses profissionais são contrários ao direito do deficiente
ra e Alexandre Rosa (2013) afirmando que “ele é sincréti- físico adquirir veículo com isenção de impostos, logo, isso
co quanto aos métodos e relativista quanto ao resultado. coloca em risco a saúde do condutor e a segurança do trân-
MacGyver não está preocupado com a coerência”. Igual- sito. Nessa situação, em que o Hércules negou o direito ao
mente já se apresentou a expressão juiz Humpty Dumpty,
pelo jurista Lênio Streck (2012).
Inspirado pela criação desses juristas,
apresenta-se os arquétipos do perito Hér-
cules (personagem fictício)um profissio-
nal relativista quanto aos resultados.
Aqueles que não se preocupam com a
coerência, não se importam com qual-
quer relatório, laudo ou atestado que
o periciado apresente e pode levantar
suspeitas sobre a veracidade dos do-
cumentos apresentados, mesmo sem
qualquer fundamento no caso
concreto do periciado.
Pode se dizer que são contra-
ditórios, pois, ao mesmo tempo
que tem incertezas sobre os pe-
riciados, podem estar agindo er-
roneamente trabalhando em mais
de dois vínculos públicos ou em car-
ga horária superior a 60 horas sema-

abril_2018
71
Artigo

solicitante, certamente é responsável civilmente e criminal- criminação de pessoa em razão de sua deficiência, nos ter-
mente por uma morte no trânsito causada por esse condu- mos do seu art. 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
tor, haja vista que foi o agente público responsável por per- Os Códigos de ética avançaram consideravelmente, ain-
mitir que um deficiente dirija sem as adaptações no veículo. da com necessidade de atualizações, na proteção dos direi-
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146/2015) tos humanos do indivíduo. Contudo, o Hércules chega ao
foi uma conquista que, infelizmente, ainda não é respeita- cúmulo de afirmar que um código de ética não é cabível a
da integralmente pelo próprio Estado. uma relação perito-periciado, mesmo quando este ressalta
O perito pode afirmar na perícia de condutores que não que aplicável “ao ser humano”.
se importa com a atuação preventiva de evitar sequelas ou Disciplina a Resolução n° 425/2012, do Conselho Nacio-
agravamentos no deficiente que dirige veículo comum. No nal de Trânsito (Contran), que o exame dos candidatos por-
entanto, o art. 19 do Estatuto expõe o princípio da preven- tadores de deficiência física seguirão o determinado na NBR
ção e do cuidado integral com a pessoa deficiente, evitan- 14970 da ABNT. Contudo, o perito pode afirmar que a apli-
do que sua condição de saúde seja agravada. cação da NBR 14970 da ABNT “é só no papel”, pois pode
Além disso, a Constituição da República de 1988 define, alegar não ter meios para sua análise nos itens de avaliação,
no art. 196, que a saúde é um direito de todos e determina violando o direito do deficiente.
no art. 198 que o Estado deve fornecer atendimento integral Outra característica desses profissionais é afirmar que faz
com prioridade para atividades preventivas. Deixar de aplicar a avaliação em sentido contrário, não podendo realizar uma
uma adaptação razoável ao deficiente condutor, sob a ale- adaptação no veículo do deficiente para um trajeto de cinco
gação que o serviço de perícia não atua de forma preventi- minutos. Só que não trata que esse deficiente, nas grandes
va ao agravamento de deficiência ou doença é claramente cidades, fica por horas, diariamente, no trânsito.
uma omissão. Não é possível aceitar a discriminação com o Age contrariamente ao que disciplina o item 6 ‘h’ da Di-
deficiente físico porque sua condição não é ostensiva. Cabe retriz NBR 14970 da ABNT, em que a correta condução do
ressaltar que comete crime quem pratica, induz ou incita dis- veículo deve se dar sem necessidade de parada para des-

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Artigo
canso físico: “h) os aspectos ergonômicos dos equipa- nacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: “a
mentos devem garantir a condução correta do veícu- deficiência é um conceito em evolução e resulta da in-
lo durante um tempo compatível com o do condutor teração entre pessoas com as barreiras devidas às ati-
convencional, sem necessitar de parada para descan- tudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva
so físico”. participação dessas pessoas na sociedade em igualda-
Viola integralmente a lei exigir que uma pessoa com defi- de de oportunidades com as demais pessoas”, e define
ciência coloque em risco a própria saúde e a segurança do em seu art. 2° que: “Discriminação por motivo de defi-
tráfego para toda a sociedade, tendo que fazer paradas nas ciência” significa qualquer diferenciação, exclusão ou
vias urbanas e estradas para descanso físico, simplesmente restrição baseada em deficiência, com o propósito ou
pela negativa em reconhecer a necessidade de adaptação. efeito de impedir a igualdade de oportunidades com
O Estatuto da Pessoa com Deficiência dispõe em seu art. as demais pessoas, de todos os direitos humanos e li-
46 que: “O direito ao transporte e à mobilidade da pes- berdades fundamentais nos âmbitos político, econô-
soa com deficiência será assegurado em igualdade de mico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange
oportunidades com as demais pessoas, por meio de todas as formas de discriminação, inclusive a recusa
identificação e de eliminação de todos os obstáculos de adaptação razoável”.
e barreiras ao seu acesso”. Já o art. 53 define: “a aces- O perito Hércules pode ser contrário ao direito da pessoa
sibilidade é direito que garante à pessoa com defici- com deficiência ingressar no cargo público pelas vagas es-
ência ou com mobilidade reduzida viver de forma in- peciais, que são somente 5% do total de vagas, enquan-
dependente e exercer seus direitos de cidadania e de to deveriam as organizadoras de concurso garantir 20%,
participação social”. conforme art. 5°, §2° da Lei n° 8.112/1990, com a seguinte
Determina o Decreto n° 6.949/2009, a Convenção Inter- redação: “Às pessoas portadoras de deficiência é as-

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segurado o direito de se inscrever em concurso públi- deficiência física, determinando que uma candidata com es-
co para provimento de cargo cujas atribuições sejam sa doença ingressasse no cargo público na vaga destinada
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; a deficientes. Nesse julgamento, questionou o Ministro do
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por STJ Ari Pargendler, relator do caso: “Será lícito discrimi-
cento) das vagas oferecidas no concurso”. Ocorre que ná-la relativamente àquelas que a lei prioriza?”, com
há uma discriminação velada à pessoa com deficiência em a seguinte Ementa: “A deficiência física ostensiva não
aplicar o percentual mínimo de 5% no Edital, ao invés de é a única que autoriza o candidato a concurso públi-
garantir os 20%, violando seu direito ao trabalho. Não tem co a se valer do regime do Decreto n. 3.298 de 1999;
qualquer razoabilidade em quase todos Editais preverem o também tem direito a ele quem sofre limitações re-
mínimo de 5%, não sendo nem mesmo o meio termo em sultantes de doença”.
10%. É uma discriminação camuflada. Visão monocular é um exemplo clássico no Brasil, que era
A pessoa com deficiência enfrenta muitas barreiras e é es- violado o direito da pessoa em ser reconhecida deficiente
tigmatizada, tem que enfrentar diariamente as limitações de e que foi necessário atuação do STJ, na Súmula 377. Nesse
sua deficiência e ainda tem que enfrentar o preconceito e caso, corretamente os juízes tiveram que ensinar para todo
a discriminação pela descaracterização da sua condição de Brasil o que significa deficiência.
pessoa com deficiência em casos não ostensivos. Em outro caso, a 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do
Na realidade verifica-se a falta de preparo do MacGyver Distrito Federal e Território, deu provimento a recurso de
para compreender a abrangência do termo pessoa com defi- candidato a concurso público para permitir que ele concorra
ciência. O rol de condições do Decreto n° 3.298/1999 é me- dentro das vagas destinadas a pessoa com deficiência, por
ramente exemplificativo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), ser portador de daltonismo. Decidiram os desembargado-
no RESp n. 1307150, já definiu que doença renal crônica é res que: “Indubitavelmente há limitações práticas do

abril_2018
75
Artigo

daltônico para desempenhar as atribuições do cargo o de recorrer administrativamente e após, caso não atendi-
de agente de polícia, e, em razão dessas limitações e do, buscar o direito de ação no Poder Judiciário (art. 5°, inc.
de ser-lhe permitido se manter no concurso, deve o XXXV, CRFB/88) requerendo a nulidade do ato administrati-
apelante/impetrante concorrer nas vagas reservadas vo, a condenação do Estado por danos morais e discrimina-
a pessoas com deficiência”. ção a pessoa com deficiência por aplicação da Convenção
Já a 6.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
reconheceu que candidata portadora de monoparesia do e do Estatuto da Pessoa com Deficiência; a condenação cí-
membro superior direito pode perfeitamente ser enqua- vel e criminal do Complexo de MacGyver com base no Esta-
drada no art. 4º, inciso I do Decreto n.º 3.298/99, diante da tuto da Pessoa com Deficiência. Assim como promover de-
mastectomia radical sofrida pela requerente seguida de es- núncia aos demais órgãos competentes, como ao Ministério
vaziamento axilar, ocasionando perda parcial das funções Público Estadual e Federal, a Defensoria Pública Estadual e
motoras. De igual modo, monoparesia de membro supe- Federal, a Controladoria-Geral do Estado (CGE), o Conselho
rior por outros esvaziamentos. de Ética Pública do Estado, ao Tribunal de Contas Estadual,
O Estatuto da Pessoa com Deficiência determina que “É a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislati-
vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e va Estadual, a Ouvidoria Geral do Estado, para apurarem a
qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusi- discriminação a pessoa com deficiência e a sua dignidade.
ve nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, ad- De todo o exposto, constata-se que o Brasil ainda está
missão, exames admissional e periódico, permanência no longe de respeitar a dignidade da pessoa com deficiência.
emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, Até lá, cabe a todas as pessoas responsáveis lutarem na de-
bem como exigência de aptidão plena”. E a Convenção In- fesa dos direitos da pessoa com deficiência. ■
ternacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
tem status constitucional no Brasil.
Evidencia-se que caso uma pessoa com deficiência tenha Saulo Cerqueira de Aguiar Soares é médico do trabalho,
advogado, professor, mestre Magna cum Laude em Direito e
seus direitos violados, sendo vítima de ilegalidade e discri- Doutorando em Direito – PUC/MG. Autor do livro “Direitos
minação pela via administrativa, não há outro meio senão Fundamentais do Trabalho” - Editora LTr.

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#revistAeuAcredito i www.ANer.org.br
Coluna Previdência
Remígio Todeschini
Doutor em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações e
ex-diretor de Saúde Ocupacional do Ministério da Previdência

Corte de
benefícios
Alterações
feitas pelo
governo
federal
colaboraram
para
queda da
Previdência
Social
Fotos: Shutterstock

F oi em 2017 que a Previdência Social mais se distanciou do seu objetivo original e


constitucional. Isso não decorreu do trabalho preventivo, protetivo ou mesmo com-
pensatório em dar proteção de subsistência financeira aos seus segurados. Essa queda
teve início devido às medidas fiscalistas e aos cortes orçamentários comandado pelo
Ministério da Fazenda. Desde o 2º semestre de 2016, a Previdência foi desmantelada
entre o Ministério do Desenvolvimento Social, onde está o INSS, e o Ministério da Fa-
zenda, na tentativa de fazer uma reforma para atender o lobby do sistema financeiro.
A revista CIPA já retratou em sua capa as doenças osteomusculares como a preo-
cupação central de diversos profissionais da área de SST, sindicatos e empresas. Es-
se fenômeno retrata uma verdadeira epidemia, segundo o editorial da revista. A reali-
dade exposta na revista contrasta com números irreais da Previdência. Esse problema
dos transtornos de locomoção entre trabalhadores (entre os quais LER/DORT) fo-
ram analisados também pelo Dr. Herval Pina Ribeiro e mais 32 professores e pesqui-
sadores do Centro Nacional de Pesquisas de relações sociais do trabalho com a Saúde
(Cenpras), do qual também participo, no livro: De que adoecem e morrem os tra-
balhadores na era dos monopólios 1889-2016, vol. 2º.

78 www.revistacipa.com.br
Motivo do afastamento por CID 10 2016 2017 Variação 2016/2017 Comparativo dos principais
Auxílio Doença Previdenciário motivos de afastamento por
Lesões e traumas 545.521 465.578 (- 14,66%) incapacidade pelo INSS entre
Doenças osteomusculares 415.846 372.121 (- 10,51%)
2016 e 2017
Transtornos mentais 188.439 171.975 (- 8,73%)
Neoplasias (Câncer) 168.861 160.742 (- 4,52%)
dos sofrem com traumas em função de aci-
Auxílio Doença Acidentário
dentes ou doenças, e esse sofrimento foi
Lesões e traumas 150.578 123.219 (-18,16%) potencializado com a supressão do bene-
Doenças osteomusculares 50.264 40.198 ( -20,02%) fício. Ampliaram-se com essa guerra social
Transtornos mentais 10.588 9.348 ( -11,71%) as neuroses, depressão, ideações suicidas
Doenças do aparelho e os outros transtornos mentais. A descri-
1.892 1.431 ( -24,36%)
circulatório ção das neuroses traumáticas, em decor-
Fonte: Diretoria de Saúde do Trabalhador do INSS – MDS - via acesso
Lei de Informação e Subsecretaria de Políticas de Previdência Social do MF
rência de acidentes em geral, foram rela-
tadas por Freud em 1920, equiparando-as
A queda abrupta da proteção previdenciária de vários nos seus efeitos às neuroses de guerra.
tipos de adoecimento é mostrada a seguir na compara- A Previdência Social impossibilitou o acesso à Reabili-
ção dos anos de 2016 para 2017, segundo o INSS. O de- tação Profissional. Ironicamente, 16 mil foram reabilita-
clínio da concessão de benefícios por incapacidade foi dos em 2017, quando a necessidade de reabilitação de-
de menos 10,5% para o auxílio-doença previdenciário e veria ser de mais de 200 mil segurados, com um mísero
menos 20% para o auxílio-doença acidentário no caso orçamento que não chegou a R$20 milhões.
das doenças osteomusculares. Lesões e traumas, em de- O atual governo não tem agido de forma articulada
corrência de causas externas, tiveram redução de 14,6% na área de SST. Os Ministérios do Trabalho, da Previdên-
e 18,1%, entre outras variações que podem ser visuali- cia e da Saúde não debatem essa questão para o en-
zadas na tabela. A queda dos números de incapacidade frentamento dos diversos motivos e causas de afasta-
também esteve presente. Entre os motivos com os trans- mento dos trabalhadores. Os concursos nesta área estão
tornos mentais: menos 11,7% no caso de acidentá- congelados, principalmente de auditores fiscais do Tra-
rios e menos 8,75% para o caso de auxílios doença balho. O corte brutal de benefícios continuará a exigir
previdenciários. da Justiça Federal um número maior de ações. A corrida
de ações judiciais prosperará junto à Justiça. Hoje, 70%
Principal motivo das ações da Justiça Federal dizem respeito a benefícios
O principal motivo dessa redução de benefícios foi a previdenciários, sobrecarregando os custos da máquina
efetivação do Programa de Revisão dos Benefícios de In- administrativa e judiciária.
capacidade (PRBI), ocorrido em 2017. Esse PRBI caracte- Esses cortes também impactarão no cálculo do FAP, de-
riza-se como um AI-5 da Previdência Social. O AI-5 foi vido, principalmente, ao corte de milhares de benefícios
adotado pelos militares em 1968, com cassação dos di- acidentários. Haverá descontos na cobrança do FAP do
reitos políticos e retiradas de garantias constitucionais ci- ano de 2019, não em decorrência da ação preventiva, mas
vis com prisões arbitrárias e torturas. do corte puro e simples de benefícios cassados. Com isso,
O PRBI cassou milhares de benefícios em curso, tan- cria-se um viés “falso-negativo”, criando mais uma fábula
to judiciais como administrativos. Segundo a Diretoria de de que está em curso uma cruzada prevencionista eficaz.
Saúde do Trabalhador do INSS, com dados solicitados via Cabe resgatar sempre a Previdência, com o cresci-
Lei de acesso à Informação, 185.586 segurados em 2017 mento econômico com políticas que reforcem a cultu-
tiveram cassado o seu meio de subsistência econômica e ra da prevenção e maior proteção aos trabalhadores. O
de recuperação de sua saúde. Cenário econômico e social, por ora, não é promissor,
A aflição e a coação psicológica imposta foi jogada pois segundo a própria Previdência no Anuário Estatísti-
no seio das famílias, com o corte de benefícios que, em co da Previdência Social (AEPS-2016) entre 2015 e 2016,
média, correspondiam a R$1.500. Muitos desses segura- perderam-se 2,8 milhões de segurados. ■

abril_2018
79
Coluna
Construir com segurança
Sérgio Ussan
Engenheiro civil e de segurança no trabalho

Controle no
uso de EPIs
Fotos: Shutterstock

Profissionais da área de SST


devem ampliar conhecimento
sobre especificações
dos equipamentos

C omo era esperado, as colunas anteriores levaram os profissio-


nais da área de SST à uma reflexão sobre atividades e respon-
sabilidades em relação ao uso de EPIs.
A maioria dos especialistas sabem que os cursos de especializa-
ção ministrados ao futuro profissional de SST dão mais ênfase nas
normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho
editadas pelo Ministério do Trabalho, e pouca atenção para a le-
gislação previdenciária.

82 www.revistacipa.com.br
No entanto, este cenário foi alterado devido os pedidos de toda a documentação que representa ferramentas de
de aposentadorias especiais à Previdência Social, o que leva apoio nas ações desenvolvidas por um verdadeiro profis-
um sombreamento entre as duas legislações. Devido esse sional prevencionista.
crescimento, também ficou clara a importância em abordar Conhecer e, se possível, dominar o uso dos documentos
nestes cursos as documentações voltadas para segurança citados pode parecer uma tarefa hercúlea, mas não preci-
e saúde do trabalho como, por exemplo, PPRA, PCMSO, sa haver essa preocupação, basta saber onde procurar e
LTCAT e PPP, entre outros. como usar os conhecimentos obtidos.
Desenvolver essa situação ocuparia tempo e espaço fi- Para ajudar, segue, a seguir trecho do Comunicado Téc-
cando a mesma para outro momento e, quem sabe, para nico nº 12 de 09 de fevereiro de 2018, elaborado pelo Gru-
outros profissionais. po de Estudos do Ambiente de Trabalho (GEAT), braço téc-
Ficamos então com um roteiro simplificado para a bus- nico do Conselho de Relações do Trabalho Federação das
ca futura de conhecimentos aprofundados e que não po- Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), com a colabo-
derão ser desprezados por aqueles profissionais que irão ração deste colunista.
se envolver com a relação empregador/empregado no tra-
to com segurança e saúde do trabalho. Considerações sobre procedimentos
Anteriormente abordamos a eficácia dos EPIs e a res- que o empregador deve seguir:
ponsabilidade do empregador, que ao preencher o PPP ➢ Elaboração de programas de proteção ao trabalhador
de um empregado coloca a sigla (S) no formulário espe- com especificação clara do uso e tipo de EPIs por par-
cífico com o significado de “sim o EPI é eficaz e protege te do empregado;
o trabalhador”. ➢ Elaboração de PPP aglutinado ou vinculado ao LTCAT;
Este simples “S” está sendo contestado em algumas ➢ Avaliação e descrição do tipo de equipamento utilizado e
ações que surgem, após negado o pedido de aposenta- intensidade de proteção proporcionada ao trabalhador;
doria especial sendo necessária, por parte do empregador, ➢ Quando inviabilizado o afastamento do agente nocivo
a comprovação real de sua afirmação. ou uso de EPCs o empregador deverá fornecer ao empre-
Antes de continuar com este raciocínio, cabe relembrar gado EPIs conforme legislação vigente, com ênfase para
tópicos abordados em colunas anteriores, merecedores de ficha de entrega dos equipamentos a qual deve constar
toda atenção e conhecimento por parte de engenheiros e as características do mesmo, o número do CA e as da-
técnicos de segurança do Trabalho: tas de entrega, devolução e substituição;
➢ NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPIs. ➢ Treinamento, devidamente documentado, aos emprega-
➢ NR-9 – Programa de Prevenção dos sobre os riscos que podem vir a se submeter no de-
de Riscos Ambientais – PPRA correr de suas atividades profissionais, bem como sobre
➢ IN INSSS 77/2015, Art. 279, paragráfo 6º. o correto uso, guarda, manutenção e descarte dos EPIs;
➢ Vida útil do EPI ➢ Fiscalização ao uso efetivo e correto dos EPIs por parte
➢ Eficácia do EPI dos empregados;
➢ CA – Certificado de Aprovação ➢ Determinação e fiscalização no que tange à vida útil dos
➢ Treinamentos ministrados aos trabalhadores EPIs, acompanhado do devido registro específico e pro-
➢ Acrescentando-se a importância de conhecimento vidências quando da necessidade de descarte do EPI;
sobre PPP: Perfil Profissiográfico Previdenciário ➢ Possuir elaborados por profissional legalmente habilita-
➢ LTCAT: Laudo Técnico das Condições do PPRA, PCMAT, PCA, PPRA, PCMSO apenas para ci-
do Ambiente do Trabalho tar alguns programas que constam na legislação vigente.
➢ Programa de Proteção Auditiva – PCA
➢ Programa de Proteção Respiratória – PPR Para encerrar, cabe o desafio a todos os leitores: apro-
fundar-se na ampla temática aqui abordada, não fi-
O leitor pouco afeito as siglas acima vai considerar tu- cando fora da curva de ações futuras a serem segui-
do uma sopa de letrinhas, mas aqueles que interagem na das por todos os engenheiros e técnicos de Segurança
área compreenderão que não basta possuir o título de do Trabalho que buscam seu sucesso profissional.
engenheiro ou técnico e sim possuir também o domínio Como sempre, o contraditório será bem-vindo! ■

abril_2018
83
Publieditorial

ANIVERSÁRIO
grande parte trazido pelas empresas mul-
tinacionais que possuiam uma mentalida-
de de prevenção, inexistente no Brasil. As-
sim, a cultura de prevenção de acidentes

ANIMASEG
foi sendo incorporada aos diversos seg-
mentos do mercado brasileiro, reduzindo
o número de acidentes no trabalho.
Desde então, a Animaseg vem acompa-
nhando e participando ativamente da evo-
lução do setor e da indústria, sendo um ca-
nal de relacionamento com profissionais de
enfermagem, médicos do trabalho, enge-
nheiros e técnicos de segurança do traba-
lho, psicólogos, fonoaudiólogos inspetores
de risco, segurança patrimonial, cipeiros,
bombeiros, gerentes, diretores, comprado-
res, entre outros.
Em 1996, a associação propôs à ABNT (As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas) a
criação de um Comitê Técnico para tratar
das questões relacionadas à área de EPI’s
- equipamentos de proteção individual. A
ABNT acatou a proposta, desde que a Ani-
maseg oferecesse toda a infraestrutura pa-
Fotos: Divulgação/ANIMASEG

ra seu funcionamento. Assim, foi instituído


o CB32 (Comitê Brasileiro de Equipamen-
tos de Proteção Individual), que tem hoje
19 comissões de estudo para elaboração de
normas de técnicas para cada tipo de EPI.
A Animaseg acompanha e participa, por-
tanto, da evolução das Normas Técnicas bra-
sileiras, e da mesma forma, acompanha e
participa da evolução das Normas Regula-

C
mentadoras, em especial a NR.06, que rege
onhecida por todos como Anima- Junior, diretor executivo. Confira a seguir: os EPIs, sendo sua última revisão em 2002,
seg, a Associação Nacional da In- a implementação do Sistema Inmetro na se-
dústria de Material de Segurança Que balanço o sr. faz sobre as gunda metade da primeira década do milê-
e Proteção ao Trabalho, foi cria- conquistas e principais iniciativas nio, e uma mudança significativa em 2009,
da em 1978, e desde então luta para que da Animaseg para a indústria quando passou a ser exigido ensaios labora-
políticas de segurança sejam criadas, apro- de Material de Segurança e toriais para todos os tipos de equipamentos.
vadas e incorporadas dentro de todas as Proteção ao Trabalho? Entre tantas outras iniciativas, desde 2012,
indústrias do Brasil. No ano da criação da Animaseg, um fa- a Animaseg tem convênio com a APEX Bra-
Com um corpo diretivo composto por to muito importante foi a publicação das sil com o projeto Brazilian Safety cujo obje-
representantes de empresas do setor de Normas Regulamentadoras relativas à Se- tivo é fomentar o aumento das exportações
segurança e proteção ao trabalho, fabri- gurança e Medicina do Trabalho da CLT, de equipamentos de proteção individual es-
cantes de EPIs e EPCs, há 40 anos vem se através da Portaria 3.214. Para mostrar o pecialmente para países da América Latina.
consolidando como uma associação que cenário da época, não podemos deixar de Outro marco importante na trajetória da
zela pelo trabalhador. lado o impacto positivo que a indústria entidade ocorreu em 2008, ao completar
Para falar sobre as ações da Animaseg e automobilística teve na década de 1960 30 anos, quando foi criada a Comenda de
traçar uma linha do tempo desde a sua cria- com a implementação de vários conceitos, Segurança no Trabalho, para homenage-
ção, a revista CIPA entrevistou Raul Casanova materiais e equipamentos de proteção, ar todos os profissionais que se destacam
em prol das melhorias da sua maior feira de segurança do
área de atuação. O evento mundo, somente superada
entrou para o calendário anual pela A+A na Alemanha.
da Animaseg e do setor. Para 2018 nossas perspectivas são boas, já
como bons sinais de recuperação e estima- Que ações a Animaseg
Qual o perfil das empresas mos que o setor deva crescer 3%. terá na FISP este ano?
associadas e quantas estão Como já vem sendo feito em outras edi-
filiadas atualmente à Animaseg? A indústria brasileira de material ções da FISP, organizaremos três dias de
Hoje são 170 empresas associadas, que de segurança e proteção ao Rodadas de Negócios Internacional, ação
detém cerca de 80% a 85% do mercado trabalhador é competitiva? em conjunto com o Projeto Comprador da
brasileiro. Estão associadas as maiores em- Como o Brasil está posicionado Apex-Brasil, com a vinda de revendedores
presas do setor, tanto nacionais, como mul- em relação a outros países? de toda a América Latina.
tinacionais, mas a maioria se enquadram Entendemos que é muito competitiva, Nesta oportunidade e dentro do convê-
entre as médias e pequenas empresas. principalmente na América Latina, onde a nio com a Apex-Brasil, traremos, também,
indústria brasileira se destaca, com produ- jornalistas e lideranças na área de Norma-
Diante do atual cenário na tos de qualidade certificados (Ministério do tização e Certificação desses países para
economia e política do país, Trabalho e Inmetro), a preços competitivos. participarem da FISP.
de que forma a indústria tem Ainda somos fornecedores de insumos Como novidade estamos avaliando, jun-
buscado alternativas para para os maiores mercados de EPI que ain- to à Cipa Fiera Milano, a viabilidade de re-
manter-se competitiva? da são o americano e europeu. alizar uma Rodada Técnico-Comercial com
Basicamente, ampliando a área de atu- empresas consumidoras brasileiras.
ação dentro do próprio mercado brasilei- Que aspectos o senhor destacaria
ro, onde existe um grande número de tra- da parceria com a Cipa Fiera Mila- Como o senhor vê a
balhadores ainda sem qualquer proteção no para a realização da Feira Inter- Animaseg daqui a 10 anos?
diante dos riscos que enfrentam diariamen- nacional de Segurança e Proteção? A Animaseg tem se tornado notável por
te. Ou seja, temos ainda um mercado po- A FISP tem sido fundamental para levar sua proatividade em todos os aspectos,
tencial inexplorado que abre oportunida- conhecimento e novas tecnologias à indús- técnicos e comerciais e pretendemos conti-
des para a indústria nacional. tria e aos profissionais do setor, desde sua nuar como protagonistas daqui a 10 anos.
Estimamos que hoje temos 45% de tra- criação e a Animaseg tem sido sua parcei- Nossa preocupação é preparar as empre-
balhadores na economia informal, 15% ra e participante desde o início. sas para o avanço tecnológico que já es-
trabalhadores estatutários e funcioná- A partir de 2004 essa parceria ficou mais tamos enfrentando em todos os campos,
rios públicos e 40% de trabalhadores na próxima quando houve a união da FISP com a internet das coisas e a Indústria 4.0.,
economia formal. com a FISST (Feira onde a Animaseg era além de trabalhar para que todos os traba-
Assim, nossa estimativa é de que existem uma das três organizadoras) e o evento lhadores brasileiros estejam protegidos dos
pelo menos 50% dos trabalhadores ainda passou a ser bianual. A FISP/FISST é a 2ª riscos que enfrentam diariamente.■
não atendidos e, portanto, apesar de que
a curto prazo somos impactados pela eco-
nomia do país, há ainda um enorme espa-
ço para crescer.

Como foram os resultados do


setor em 2017 e quais são as
perspectivas para 2018?
R: Nos anos de 2014, 2015 e 2016, o fatu-
ramento da indústria de equipamentos de
proteção individual caiu em relação a 2013,
8% de 2013 para 2015 e 2% em 2016.
Em 2017, o mercado se estabilizou e já
apontou para valores levemente positivos.
Artigo ABNT/CB-32

AUDIÇÃO
MERECE
ATENÇÃO
Comissão de estudos realiza
testes e prevê nova norma
para protetores antirruídos

D evido à crescente demanda para reduzir os riscos de


saúde associados à exposição ao ruído, os protetores
auditivos são frequentemente utilizados. Para testar a eficá-
cia desses equipamentos é necessário ensaios.
A CE-32:001.001 – Equipamentos de proteção auditiva
analisa, estuda e desenvolve normas para realização desses
ensaios, de forma que os valores dos resultados sejam mais

Fotos: Shutterstock
próximos dos valores de atenuação que os trabalhadores
obtém em campo.

1. Situação atual das normas brasileiras


No Brasil temos duas normas NBRs publicadas sobre o te-
ma: NBR 16076:2016: Equipamento de proteção indi- Caso possuam um limiar auditivo menor que o especifi-
vidual, protetores auditivos e medição de atenuação cado pela norma elas estão aptas a serem ouvintes. Duran-
de ruído e a NBR 16077:2012: Equipamento de prote- te o ensaio, esses ouvintes recebem uma amostra do pro-
ção individual, protetores auditivos e método de cál- tetor auditivo juntamente com sua instrução de colocação.
culo do nível de pressão sonora na orelha protegida. Eles devem realizar a colocação do protetor auditivo con-
A NBR 16076 é equivalente à norma americana ANSI forme eles interpretaram a instrução de colocação, eles não
S12.6-2008. O objetivo desse ensaio é simular os aconteci- podem receber qualquer auxilio ou orientação do operador
mentos em campo com o usuário do protetor auditivo, por do ensaio. Os ensaios são realizados dentro de uma câma-
isso são utilizadas pessoas nos ensaios, tecnicamente cha- ra acústica, isolada acusticamente dos ruídos externos. Os
madas de ouvintes. Existem dois métodos de ensaio: A e B. ouvintes, sentam-se em uma cadeira e o sistema de ensaio
No método A o ouvinte é treinado e supervisionado na co- gera ruído em diferentes intensidades e frequência automa-
locação do protetor auditivo durante o ensaio. No método ticamente enquanto que o ouvinte sinaliza se esta ou não
B o ouvinte é inexperiente e não é orientado na colocação escutando através de um botão de resposta. Em suma, é
do protetor auditivo durante o ensaio. Dessa forma, no Bra- detectado o limiar de audição (mínimo que o ouvinte con-
sil é utilizado a Norma NBR 16076:2016 – Método B pois é segue escutar) com (limiar fechado) e sem (limiar aberto)
o que o resultado de atenuação mais se aproxima dos valo- o protetor auditivo nas bandas de frequência de 125, 250,
res obtidos pelos trabalhadores brasileiros atualmente. Esses 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 Hz.
ouvintes passam por uma triagem para verificação do limiar A diferença entre o limiar fechado e aberto é a atenua-
auditivo, o mínimo que ela consegue escutar. ção do protetor auditivo na respetiva banda de frequência.

86 www.revistacipa.com.br
Para um dado modelo de protetor auditivo são utilizados
diversos ouvintes e estimadas a atenuação média e desvio
padrão da população para cada banda de frequência e por
fim estima-se o número único de atenuação. No caso do
Brasil, o número único de atenuação é o NRRsf que signifi-
ca Nível de Redução do Ruído pelo método subject fit, ou
seja, colocação pelo ouvinte inexperiente e sem a interfe-
rência do operador do ensaio, Método B.

2. Reuniões Internacionais
Houve participação dos membros da comissão em reuni-
ões internacionais em alguns anos.

3. Quais são as normas a CE já publicou


NBR 16076 em 2012 e a primeira revisão em 2016 e a
NBR 16077 em 2012.
Os relatórios dos ensaios de atenuação de ruído são en-
tão utilizados pelos fabricantes e importadores de proteto- 4. Qual o plano de desenvolvimento
res auditivos para solicitar o Certificado de Aprovação (C.A.) No que diz respeito a normatização, a comissão vem tra-
ao Ministério do Trabalho (MTb). balhando na tradução e adequação da nova versão da AN-
A Norma NBR 16077 apresenta dois métodos de cálcu- SI S12.6:2016.
lo para estimar a exposição ao ruído quando o usuário está
utilizando o protetor auditivo, chamados de método simples 5. Peculiaridades das normas
e método longo. Para realizar esse cálculo é necessário co- A NBR 16076 descreve um método de ensaio que leva
nhecer o ruído do ambiente e os valores de atenuação de em consideração a interação do produto com o usuário, e
ruído do protetor auditivo. Esses valores podem ser obtidos o resultado aproxima dos valores de atenuação obtida em
através do sistema CAEPI do MTb, acessado via internet. campo pelos usuários de protetores auditivos. Existem ou-
Independente do método utilizado, a ideia é subtrair o va- tros métodos de ensaio, como por exemplo, em cabeça ar-
lor de atenuação do ambiente. A NBR 16077 é uma tradução tificial, mas o resultado não é tão próximo do obtido pelo
em partes da Norma ISO 4869-2. A ISO 4869-2 apresenta usuário. Apesar dessa vantagem em relação a outros mé-
três métodos para estimar a exposição ao ruído quando o todos, por se tratar de um ensaio subjetivo, existe uma va-
usuário está utilizando o protetor auditivo, método longo, riabilidade considerável na conclusão devido à utilização de
método simples com o SNR e método HML. pessoas nos ensaios. Em geral, os valores repetidos para um
A NBR 16077 apresenta o método longo e o método sim- mesmo modelo de protetor auditivo são diferentes em al-
ples com o NRRsf. O método simples que utiliza apenas o guns dBs, podendo chegar a valores próximos a 5 dB.
número único de atenuação e o nível global de ruído do am-
biente. O método longo utiliza os valores de atenuação mé- 6. Outra atividades
dia e desvio padrão de cada banda de frequência do ensaio Essa Comissão de Estudos está trabalhando junto com
e os níveis de ruído do ambiente por banda de frequência. a Coordenação-Geral de Normatização e Programas (CG-
Em geral, o método longo é sempre mais preciso, uma vez NOR) do MTb para melhorar a certificação de protetores
que leva em consideração a distribuição do ruído na frequ- auditivos no Brasil.■
ência, enquanto que o número único é apenas uma aproxi-
mação e não considerada essa distribuição. Artigo elaborado pela Comissão de Estudos de Equipamentos de Proteção Auditiva

abril_2018
87
Revista

Edição Maio

produto em foco: ÓculoS de proteção


RISCOS OCUPACIONAIS:indúStria metal-mecânica
Edição Junho

produto em foco: SoftwareS para o e-Social


RISCOS OCUPACIONAIS:indúStria alimentícia

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Coluna
Fotos: Shutterstock
Dicas de prevenção
Jaques Sherique
Engenheiro mecânico e de Segurança do Trabalho, presidente emérito da Academia Brasileira de Engenharia
de Segurança do Trabalho (ABEST), diretor-secretário da Sobes e sócio-diretor da Sherique Consultoria

Perícias trabalhistas
Com o novo
Código de A ssim como em outras profissões, os peritos também estão su-
jeitos ao código de ética e caso ocorra uma denúncia sobre
desvio de conduta desse profissional junto ao seu conselho, ele se-
Processo Civil, rá submetido a um processo ético.
questões periciais Um bom perito deve saber lidar com pressões que ocorrem du-
passam por rante uma diligência. Vale lembrar que os assistentes técnicos das
melhorias partes são considerados insuspeitos, devendo buscar os interesses
dos seus patronos durante a perícia, sem ferir os princípios éticos da
sua profissão. Agora o perito, além de ser ético, tem de ser isento
e mostrar firmeza nas suas atividades e conclusões. O código dos
peritos da área de SST é o CONFEA/CREAs, que foi aprovado pe-
la Resolução n. 1.002 de 26 de novembro de 2002.
Quando chamado para investigar uma determinada questão,

90 www.revistacipa.com.br
esse profissional deve apontar possíveis anomalias no ambiente de traba-
lho, sempre se baseando na legislação pertinente. Além disso, deve infor-
mar aquilo que foi verificado durante as diligências. Embora sejam coleta-
das essas informações, há controvérsias em relação ao seu uso durante o
julgamento na petição inicial do reclamante.
Considerando que a Reforma Trabalhista promoveu algumas mudanças
nos honorários dos peritos, agora, quando uma parte perder a questão -
mesmo os trabalhadores que recorrerem à Justiça Gratuita - , esta terá que
arcar com os custos de todo o processo, o que impactará no trabalho do
perito e no cenário da Justiça do Trabalho. Desta forma, fica difícil aos pe-
ritos assumirem perícias para receberem os seus honorários, pois a alega-
ção de hipossuficiência da parte autora remeterá o custeio dos honorários
para aos tribunais. O TRT então, arcará com os honorários periciais até o li-
mite de aproximadamente R$1.000, dependendo de cada localidade, com-
plexidade do trabalho etc.
O novo Código de Processo Civil (CPC) trouxe melhorias para questões pe-
riciais. Esse processo de avaliação deve ser solene devido às suas característi-
cas judiciais. As partes e o perito devem proceder sempre da seguinte forma:
1 - Recebe notificação de nomeação pelo juiz e no mesmo
despacho é convocado a estimar os seus honorários;
2 - Entrega no protocolo ou eletronicamente no tribunal
sua petição com estimativa dos honorários;
3 - Recebe notificação da vara para que seja iniciada a perícia,
fixando-se prazo para entrega do laudo;
4 - O perito vai à secretaria da vara e retira os autos ou aces-
sa eletronicamente, caso seja cadastrado, assinando o livro
de carga de peritos;
5 - Realiza as atividades periciais e elabora seu laudo; NOVOS CANAIS
6 - Entrega laudo no protocolo através de petição ou
eletronicamente, caso seja uma perícia judicial eletrônica (PJE);
DE ATENDIMENTO
7 - Requer a liberação dos honorários;
8 - Aguarda o número do alvará;
9 - Fica à disposição para esclarecimentos.
s Revistas
Assinantes da
Ye
As perícias relacionadas à SST podem avançar positivamente no Brasil, CIPA, SECURIT
ora contam
com a melhoria da legislação trabalhista. Os acidentes de trabalho e do- INCÊNDIO, ag
rramentas
enças ocupacionais, mesmo sendo causadores de mais de 700 mil ocor- com novas fe
ão!
rências por ano, tem uma representação muito inferior do ponto de vista de comunicaç
pericial em relação às demandas de insalubridade e periculosidade. Atual-
mente, a maioria desses processos ainda está ligada à área médica conven-
cional (indenizações).
007
(11) 99234-5
Finalmente, considero que existe uma prevalência muito grande dos pe-
didos de adicional de insalubridade e periculosidade, normalmente ligados
aos riscos ambientais (físicos, químicos e biológicos e periculosos). Entre-
tanto, fica de fora os riscos relacionados a questões ergonômicas, que hoje
já representam em torno de 30% do benefícios previdenciários, mas ainda ,
pouco se tem feito no campo de perícias sobre este assunto. ■ Revistas Cipa
curity
Incendio e Se

dezembro_2017
91
Detector de gás
O detector multigás da empresa MSA tem características que
superam expectativas para o segmento. A bateria recarregável do
ALTAIR 4X garante uma operação por 24 horas. Além disso, possui
sensores com tecnologia digital, mais resistentes à radiofrequência.
Com aparência robusta e carcaça emborrachada, é a capaz de resistir
a quedas acidentais de até seis metros de altura. Possui ainda um
exclusivo indicador de fim de vida que adverte o usuário quando
o sensor da unidade deve de ser substituído, evitando paradas para
manutenção do instrumento. www.msasafety.com

Mãos preservadas
A luva de segurança MAXICUT 5 é
tricotada em fibras, recoberta em
nitrilo e camada foam oil. O produto
da empresa DANNY possui palma
antiderrapante e punho tricotado
em elástico. A tecnologia de fibras
sintéticas e de alta performance
confere melhor ergonomia ao produto,
ajudando ainda na redução da fadiga
muscular. A luva é indicada para
manuseio de peças cortantes, atividades
com chaparia e peças com rebarba e
serviços de manutenção e montagem.
www.danny.com.br

EPI fashion
A linha Extensive Flex, da empresa Cedro Textil, oferece maior liberdade de movimento
através de tecidos com elasticidade moderada, que contribuem para a confecção de
uniformes mais confortáveis e com um acabamento estético mais moderno e alinhado
a tendências de moda. Já a linha de acabamentos especiais garante funcionalidades
como proteção contra arco-elétrico, fogo, manchas e vetores e é reconhecida
como o tecido com menor gramatura que a média do mercado.
www.workwear.cedro.com.br

92 www.revistacipa.com.br
Quadro de tomadas
Desenvolvido pela empresa curitibana Engerey, especializada na produção de painéis
elétricos, o QTCO é um quadro de tomadas para canteiros de obras. O que diferencia
o equipamento é o seu tamanho de 40cm e o peso médio de sete quilos, tornando-o
compacto e móvel. Outro diferencial são as três tomadas industriais e quatro tomadas NBR
14136, de 110 e 220 volts, embutidas no equipamento. www.engerey.com.br

Proteção invisível
A luva química grupo 3 da Nutriex protege a pele de fissuras, desidratação, ressecamento e ação de
substâncias químicas. Em contato com a tez, forma uma película protetora invisível contra produtos como
óleos brutos e solúveis, cal, argamassa, querosene, vernizes, solvente e graxas, entre outros sem que o usuário
perca a sensibilidade do tato. www.nutriexprofissional.com.br

Cabeça
protegida
O SAR All-risks, da empresa
LEADER, é um capacete de
alto desempenho projetado
para atender a exigentes
níveis de proteção. Com
design confortável, oferece
resistência a impactos, sejam eles acima da
cabeça ou pelo lados. Está disponível em diversas
cores e acompanha acessórios como viseira marinha,
viseira florestal, protetor de olho integral e protetores de
ouvidos. www.brasimpex.com.br

Pisar seguro
A bota de segurança da empresa Conforto é confeccionado em couro vaqueta integral e lona vinilizada. O calçado
possui uma palmilha interna em EVA com função antimicróbios. Indicada para serviços de soldador
e outras atividades que ofereçam riscos de natureza média, a bota oferece maior proteção contra
respingos na região das pernas e garante conforto e segurança. www.conforto.com.br

94 www.revistacipa.com.br
AGENDA 2 0 1 8
2 DE ABRIL Grupo Treimam/TDPS 17 E 18 DE ABRIL Local: São Paulo/SP
Curso: Sistemas de Gestão Informações: Curso: Elaboração e Realização: Ambiance
da Segurança e Saúde (16) 3237-6472/3021-9222 Articulação de Documentos Informações:
Ocupacional ISO 45001:2018 contato@treimam.com.br Trabalhistas e Previdenciários (11)5093-0854/(11) 9-9861-8680
Local: São Paulo/SP www.treimam.com.br para atender o eSocial - contato@portaldosresiduos.com.br
Realização: Associação PPRA, PCMSO, ASO, Laudo www.portaldosresiduos.com.br
Brasileira de Normas 12 A 14 DE ABRIL Insalubridade/ Periculosidade,
Técnicas (ABNT) Curso: NR-20 Formação LTCAT e PPP 25 A 27 DE ABRIL
Informações: de Multiplicadores Internos Local: Porto Alegre/RS Curso: NR-35 Formação
(11) 2344-1722 conforme Anexo II Realização: NN EVENTOS de Multiplicadores – módulo
cursos@abnt.org.br Local: Porto Alegre/RS Informações: avançado para trabalho em altura
www.abntcatalogo.com.br Realização: NN EVENTOS (51) 3222.9063/3395.473 Local: Porto Alegre/RS
Informações: atendimento@nneventos.com.br Realização: NN EVENTOS
5 E 6 DE ABRIL (51) 3222.9063/3395.473 www.nneventos.com.br Informações:
Curso: Perícias de atendimento@nneventos.com.br (51) 3222.9063/3395.473
Insalubridade e Periculosidade www.nneventos.com.br 23 DE ABRIL atendimento@nneventos.com.br
Aspectos Técnicos e Práticos Curso: Proteção contra www.nneventos.com.br
Local: São Paulo/SP 16 DE ABRIL descargas atmosféricas
Realização: Curso: Instalações segundo ABNT NBR 5419:2015 26 DE ABRIL
Grupo Treimam/TDPS elétricas de baixa tensão II – Local: São Paulo/SP Superintendência regional
Informações: ABNT NBR 5410:2004 Realização: Associação do trabalho em São Paulo
(16) 3237-6472/3021-9222 Local: São Paulo/SP Brasileira de Normas Local: São Paulo/SP
contato@treimam.com.br Realização: Associação Técnicas (ABNT) Realização: SINTESP
www.treimam.com.br Brasileira de Normas Informações: Informações:
Técnicas (ABNT) (11) 2344-1722 segur-sp@mte@gov.br
11 DE ABRIL Informações: cursos@abnt.org.br www.sintesp.org.br
Curso: Sistemas (11) 2344-1722 www.abntcatalogo.com.br
de aterramento cursos@abnt.org.br 28 DE ABRIL
Local: São Paulo/SP www.abntcatalogo.com.br 24 DE ABRIL Curso: Acidente de Trabalho:
Realização: Associação Curso: Estratificando o O Estresse como fator de Risco
Brasileira de Normas 17 E 18 DE ABRIL Prontuário das Instalações Local: Nova Iguaçu/RJ
Técnicas (ABNT) Curso: Etiquetagem de têxteis Elétricas (PIE) Realização: Graphos
Informações: com ênfase na norma ABNT NBR Local: Porto Alegre/RS Assessoria & Treinamento
(11) 2344-1722 NM ISO 3758:2013 Realização: NN EVENTOS Informações:
cursos@abnt.org.br Local: São Paulo/SP Informações: www.graphosassessoria.com.br
www.abntcatalogo.com.br Realização: Associação (51) 3222.9063/3395.473
Brasileira de Normas atendimento@nneventos.com.br 3 E 4 DE MAIO
12 E 13 DE ABRIL Técnicas (ABNT) www.nneventos.com.br Curso: Gestão de riscos-
Curso: Perícias de Informações: Princípios e diretrizes –
Insalubridade e Periculosidade (11) 2344-1722 24 E 25 DE ABRIL ABNT NBR ISO 31000:2009
Aspectos Técnicos e Práticos cursos@abnt.org.br Curso: Segurança Química - Local: Rio de Janeiro/RJ
Local: Salvador/BA www.abntcatalogo.com.br FISPQs & Sistema de Realização: Associação
Realização: classificação GHS Brasileira de Normas

96 www.revistacipa.com.br
AGENDA 2 0 1 8
Técnicas (ABNT) Auditivos 22 DE MAIO (41) 3242-7690
Informações: Local: Porto Alegre/RS Curso: Aposentadoria Especial www.seminariosanamt.com.br
(11) 2344-1722 Realização: NN EVENTOS e PPP - Tempo de Atividade
cursos@abnt.org.br Informações: Especial - Aspectos Técnicos 4 DE JUNHO
www.abntcatalogo.com.br (51) 3222.9063/3395.473 e Jurídicos Curso: Ficha de Informações de
atendimento@nneventos.com.br Local: Porto Alegre/RS segurança de produtos químicos
8 DE MAIO www.nneventos.com.br Realização: NN EVENTOS (FISPQ) ABNT NBR 14725-4:2018
38º Congresso Colombiano Informações: Local: São Paulo/SP
de Medicina del Trabajo 16 DE MAIO (51) 3222.9063/3395.473 Realização: Associação
y Salud Ocupacional Curso: Análise e Prevenção atendimento@nneventos.com.br Brasileira de Normas
Local: Cartagena de Acidentes Críticos www.nneventos.com.br Técnicas (ABNT)
Realização: Sociedad Local: Porto Alegre/RS Informações:
Colombiana de Medicina Realização: NN EVENTOS 23 A 26 DE MAIO (11) 2344-1722
de Trabalho Informações: Curso: NR-33 – Formação cursos@abnt.org.br
Informações: (51) 3222.9063/3395.473 de Multiplicadores Internos www.abntcatalogo.com.br
(51) (1) 6220120- atendimento@nneventos.com.br para Espaços Confinados
scmt14@outlook.com www.nneventos.com.br Local: Porto Alegre/RS 13 A 15 DE JUNHO
www.medicinadeltrabajo.org Realização: NN EVENTOS Curso: Armazenamento
21 E 22 DE MAIO Informações: de líquidos inflamáveis
8 A 10 DE MAIO Curso: Sistema integrado (51) 3222.9063/3395.473 e combustíveis
Curso: Ergonomia no de gestão (Qualidade, atendimento@nneventos.com.br Local: São Paulo/SP
eSocial - Soluções Práticas Meio ambiente e saúde e www.nneventos.com.br Realização: Associação
na Aplicação da NR-17 segurança ocupacional) Brasileira de Normas
Local: Porto Alegre/RS Local: São Paulo/SP 29 DE MAIO Técnicas (ABNT)
Realização: NN EVENTOS Realização: Curso: Gestão de Produtos Informações:
Informações: Associação Brasileira de Químicos no Ambiente de (11) 2344-1722
(51) 3222.9063/3395.473 Normas Técnicas (ABNT) Trabalho para o eSocial – cursos@abnt.org.br
atendimento@nneventos.com.br Informações: NR-26/GHS (FISPQ e Rotulagem) www.abntcatalogo.com.br
www.nneventos.com.br (11) 2344-1722 Local: Porto Alegre/RS
cursos@abnt.org.br Realização: NN EVENTOS 14 E 15 DE JUNHO
11 DE MAIO www.abntcatalogo.com.br Informações: Curso: Auditor interno de
Curso: eSocial em SST - Como (51) 3222.9063/3395.4731 sistemas integrado de gestão
as Empresas Devem se Preparar 21 E 22 DE MAIO atendimento@nneventos.com.br Local: São Paulo/SP
Local: Porto Alegre/RS Curso: Interpretação da Norma www.nneventos.com.br Realização: Associação
Realização: NN EVENTOS ABNT NBR ISO/IEC 17065:2013 Brasileira de Normas
Informações: Local: São Paulo/SP 31 DE MAIO Técnicas (ABNT)
(51) 3222.9063/3395.473 Realização: Associação Seminário Norte Informações:
atendimento@nneventos.com.br Brasileira de Normas Nordeste da ANAMT (11) 2344-1722
www.nneventos.com.br Técnicas (ABNT) Local: Teresina/PI cursos@abnt.org.br
Informações: Realização: www.abntcatalogo.com.br
15 DE MAIO (11) 2344-1722 Associação Nacional
Curso: Aspectos Técnicos e cursos@abnt.org.br de Medicina do Trabalho
Legais do Ruído e Protetores www.abntcatalogo.com.br Informações:

98 www.revistacipa.com.br
Publieditorial

Cursos
para atualização Agenda Abril e Maio
profissional e Respectivos Instrutores
em
SST
12 a 14 de abril (quinta-feira a sábado) - do Trabalho e Previdência Social; Discutir análise das adequações necessárias para
Porto Alegre/RS estratégias de integração entre os Pro- o cumprimento da NR-35, buscando in-
NR-20 Formação de Multiplicadores gramas, Laudo e Documentos e preparar formações primordiais para a gestão do
Internos Conforme Anexo II registros competentes; Examinar a vulnera- trabalho em altura visando conformidade
da Norma Regulamentadora. bilidade de registros. legal e segurança para os profissionais que
Objetivo: Público Alvo: laboram nas áreas.
O item 20.11.9, da NR-20, obriga que “os Profissionais de Segurança e Saúde no Tra- Atender o disposto da NR-35, bem como
profissionais de segurança e saúde no tra- balho, Administradores, Recursos Humanos, capacitar Profissionais que atuarão na mul-
balho que laboram em instalações classes II Contadores, Consultores Jurídicos, Peritos tiplicação interna do curso de NR-35.
e III, adentram na área ou local de extração, Trabalhistas e Advogados. Público Alvo:
produção, armazenamento, transferência, Instrutores: Roque Puiatti, Engenheiros e Técnicos de Segurança, Ges-
manuseio e manipulação de inflamáveis e Môsiris Giovanini, Nelson tores de Recursos Humanos e Segurança do
líquidos combustíveis e mantêm contato Burille e Rogério Balbinot. Trabalho, Membros do SESMT, profissionais
direto com o processo ou processamento com proficiência, especializados no trabalho
devem realizar o curso Específico”. 24 de abril (terça-feira) - Porto Alegre/RS em altura, preocupados com a segurança e
A NN Treinamentos elaborou um programa Estratificando o PIE –Prontuário a saúde do trabalhador.
que oferece a oportunidade de agregar uma das Instalações Elétricas. Instrutores: Aguinaldo Bizzo de
parte didática, de 8 horas, para formar mul- Objetivo: Almeida, Denise Nunes Mousquer,
tiplicadores internos na empresa, ressaltan- Capacitar os participantes na correta in- Tiago Santos e Elton Fagundes.
do-se observar a questão da proficiência no terpretação da NR-10 quanto a organiza-
assunto (item 20.11.14). ção e estruturação do PIE - Prontuário das 08 a 10 de maio (terça-feira e quinta-feira) -
Público Alvo: Instalações Elétricas, fornecendo mate- Porto Alegre/RS
Obrigatório para Profissionais de seguran- rial complementar para subsidiá-los na Ergonomia no eSocial – Soluções
ça e saúde no trabalho; Importante para Gestão e elaboração do PIE nas empresas; Práticas na Aplicação da NR-17.
profissionais com proficiência que preten- atender o disposto na NR-10 e normas Objetivo:
dam ser multiplicadores dos treinamentos complementares. Qualificar profissionais para atender a
da Nova NR-20. Público Alvo: NR-17, visando atendimento do eSocial,
Instrutores: Katherine Minella, Engenheiros e Técnicos de Segurança do identificando e avaliando problemas er-
Roque Puiatti, Luís Inácio Gré Trabalho, Engenheiros e Técnicos Eletricistas, gonômicos, desenvolvendo melhorias e
e Pablo Ricardo Barrera. Gestores de Manutenção, Consultores, etc. encaminhando soluções práticas, nos eq-
Instrutor: Aguinaldo uipamentos e processos.
17 e 18 de abril (terça-feira e quarta-feira) - Bizzo de Almeida. Público Alvo:
Porto Alegre/RS Engenheiros, Administradores, Técnicos,
Elaboração e Articulação de Documen- 25 a 27 de abril (quarta-feira a sexta-feira) - Profissionais ligados às áreas de Saúde e
tos Trabalhista e Previdenciários para Porto Alegre/RS Segurança no Trabalho e Gestão de Pes-
Atender o eSocial: PPRA, PCMSO, NR-35 Formação de Multiplicadores – soas, comprometidos com resultados orga-
ASO, Laudo Insalubridade/ Curso Avançado para Trabalho nizacionais a partir de uma compreensão
Periculosidade, LTCAT e PPP. em Altura – Aulas Teóricas e Prática ergonômica aplicada aos processos
Objetivo: Objetivo: Instrutores: Luis Carlos Slavutzki
Atender as demandas legais do Ministério Capacitar os participantes a fazer uma e Ricardo Lecke.
11 de maio (quarta-feira) - Porto Alegre/RS uso dos protetores auditivos; - O curso objetiva principalmente, fazer
eSocial em SST (Segurança e Saúde - Avaliar os desempenhos dos protetores a diferenciação entre as duas legislações
do Trabalho) Como as Empresas auditivos; (trabalhista e previdenciária), preenchi-
Devem se Preparar. - Após o Workshop, construir uma sessão mento do PPP ao longo do tempo e a Apo-
Objetivo: de debates perguntas aos palestrantes, para sentadoria Especial. Também, demonstrar
O curso objetiva principalmente, fazer a dirimir dúvidas sobre o assunto. o correto preenchimento destes dados
diferenciação entre as duas legislações Público Alvo: dentro do eSocial e os impactos destes nas
(trabalhista e previdenciária), demonstrar Gestores de Segurança e Saúde Ocupacio- rotinas das empresas.
o correto preenchimento destes dados nal, Profissionais dos Serviços Especializados - Serão vistas informações importantes refer-
dentro do eSocial e os impactos destes nas em Engenharia de Segurança e em Medic- entes às Legislações Trabalhistas (Ministério
rotinas das empresas. ina do Trabalho – SESMT, Fonoaudiólogos, do Trabalho e Emprego) e a Previdenciária
Serão vistas informações importantes refer- Membros da CIPA, Fabricantes, Profissionais (Ministério da Previdência Social e Instituto
entes às Legislações Trabalhistas (Ministério de Recursos Humanos, Consultores Jurídi- Nacional da Seguridade Social) que deverão
do Trabalho e Emprego) e a Previdenciária cos, Tecnólogos, Projetistas, Usuários e Ben- ser atendidas, e como as diferenças nestes
(Ministério da Previdência Social e Instituto eficiários da Proteção Auditiva, Profissionais critérios e o seu desconhecimento, podem
Nacional da Seguridade Social) que deverão de Órgãos Públicos; Médicos Otorrinolarin- onerar o empregador.
ser atendidas, e como as diferenças nestes gologistas e interessados. - Para alertar quanto a estes problemas,
critérios e o seu desconhecimento, podem Instrutores: Samir Gerges, Rafael serão enfatizados os cuidados relacionados
onerar o empregador. Gerges, Môsiris Giovanini à insalubridade e periculosidade, e sobre a
Para alertar quanto a estes problemas, e Nelson Burille. aposentadoria especial e PPP, quais são os
serão enfatizados os cuidados relacionados documentos necessários para atender as
à insalubridade e periculosidade, e sobre a 16 de maio (quarta-feira) - Porto Alegre/RS exigências de cada uma delas e como os
aposentadoria especial, quais são os docu- Análise e Prevenção preenchimentos corretos destas informa-
mentos necessários para atender as exigên- de Acidentes Críticos. ções podem auxiliar as empresas no con-
cias de cada uma delas e como os preenchi- Objetivo: trole e gerenciamento de suas rotinas de SST
mentos corretos destas informações podem Capacitar gestores e técnicos industriais e como estas podem auxiliar em uma defesa
auxiliar as empresas no controle e gerencia- para analise eficaz de eventos indesejados jurídica nas reclamatórias trabalhistas.
mento de suas rotinas de SST e como estas de modo a priorizar ações que evitem a Público Alvo:
podem auxiliar em uma defesa jurídica nas ocorrência e/ou minimizem as consequên- Dirigido aos profissionais da área de Segu-
reclamatórias trabalhistas. cias de acidentes críticos. rança e Saúde do Trabalho, Recursos Hu-
Público Alvo: Apresentar e exercitar práticas de identifi- manos, Departamento Pessoal, Contado-
O Evento é dirigido aos profissionais da área cação e priorização de atividades críticas e res, Gestores e Empresários, engajados na
de Segurança e Saúde do Trabalho, Engen- implantação de práticas para prevenção de contínua melhoria da segurança e saúde
heiros, Recursos Humanos, Departamento desvios que possam causar danos pessoais, dos trabalhadores.
Pessoal, Contadores, Gestores e Empresári- materiais e ambientais. Instrutores: Nelson Burille.
os, engajados na contínua melhoria da se- Público Alvo:
gurança e saúde dos trabalhadores. Gestores e técnicos industriais formados ou 23 a 26 de maio (quarta-feira a sábado) -
Instrutor: Rogério Balbinot. em formação para atuar nas áreas de Segu- Porto Alegre/RS
rança do Trabalho, Produção, Manutenção e NR-33 – Formação de Multiplicadores
15 de maio (terça-feira) - Porto Alegre/RS demais áreas que tenham interesse em con- Internos para Espaços Confinados.
Aspectos Técnicos e Legais hecer ferramentas simples e eficazes para Objetivo:
do Ruído e Protetores Auditivos. prevenção de acidentes. Capacitar os participantes a identificar e
Objetivo: Instrutores: Luiz Fernando Bodanese. cadastrar espaços confinados, fazer análise
- Discutir os critérios legais e técnicos da rela- dos riscos envolvidos no condicionamento,
ção entre ruído ocupacional e ambiental e a 22 de maio (terça-feira) - Porto Alegre/RS liberação e atividades em espaços confina-
proteção auditiva; Aposentadoria Especial e PPP – Tempo dos, realizar os monitoramentos necessári-
- Conhecer as novas tecnologias construti- de Atividade Especial: Aspectos Técni- os, liberar o serviço e emitir a PET.
vas dos protetores auditivos; cos e Jurídicos. Este curso poderá ser considerado para at-
- Relacionar os parâmetros para a seleção e Objetivo: ender aos cursos de Reciclagem em Espaços
Confinados. Membro da CPNSEE Denise Nunes Mousquer
Público Alvo: – Comissão Perma- Mestre em Psicologia
Engenheiros e Técnicos de Segurança do nente Nacional Clínica pelo Programa
Trabalho; outros profissionais do SESMT de Segurança em de Pós-Graduação
(Serviços Especializado em Engenharia de Energia Elétrica; em Psicologia Clínica
Segurança e Medicina do Trabalho) e de Inspetor de Con- da Faculdade de Psi-
áreas operacionais das empresas (con- formidades e Ensaios cologia da Pontifícia
strução, manutenção de tanques, dutos, Elétricos - ABNT da NBR 5410 - Instalações Universidade Católica
caldeiras, instalações elétricas, unidades de Elétricas de Baixa Tensão; Inspetor de con- do Rio Grande do Sul (PUCRS). Sócia fun-
transporte, etc); bombeiros e todos que es- formidades - ABNT, da NBR 14039 - Mem- dadora da M&M – Consultoria em Saúde
tão envolvidos na preparação ou aprovação bro do COBEI - Comitê Brasileiro de Equi- Mental, empresa sediada em Porto Alegre,
e que irão assinar a Permissão de Entrada pamentos de Proteção, no CB-32 - Grupo com intervenções voltadas à pesquisa e ao
e Trabalhos (PET) para espaços confinados. de Estudos para Luvas, Mangas de Borracha desenvolvimento de programas continu-
Instrutores: Sergio Augusto e Vestimentas para Trabalhos com Eletric- ados de promoção de saúde ocupacional
Garcia, Erny Francisco Pereira idade; Membro do GTT do MTE na elabo- nas organizações.
Filho, Antônio Carlos Freitas ração da Norma Regulamentadora- NR35
e Dagoberto Faleiro de Lara. - Trabalhos em Altura; Conselheiro do CREA Luiz Fernando Bodanese
– Câmara de Elétrica SP; Consultor de em- Engenheiro Químico
29 de maio (terça-feira) - Porto Alegre/RS presas em Segurança e Saúde Ocupacional e Processamento
Gestão de Produtos Químicos no Am- pela DPST – Desenvolvimento e Planeja- Petroquímico, En-
biente de Trabalho para o eSocial – mento em Segurança do Trabalho; Autor do genheiro de Segu-
NR-26/GHS (FISPQ e Rotulagem). Livro: Vestimentas de Proteção FR para Arco rança, Supervisor de
Objetivo: Elétrico e Fogo Repentino. Radioproteção. Car-
Fornecer informações para Classificação, reira profissional incluiu
elaboração e análise crítica de Rótulos e Fi- Antônio Carlos Freitas atuação como Engenheiro de Utilidades
chas com Dados de Segurança de Produtos Atuou por 30 anos como e Segurança na Copesul, responsável por
Químicos, em conformidade com o Livro Gerente de desen- Segurança Industrial e Meio Ambiente da
Púrpura (Purple Book), do Sistema Global- volvimento de con- Ipiranga Petroquímica e Braskem, Gerente
mente Harmonizado de Classificação e Rot- tas da 3M do Brasil Corporativo de Meio Ambiente na Gerdau,
ulagem de Produtos Químicos (GHS) - Orga- Ltda. Especialista e Engenheiro de Grandes Riscos na AGF Bra-
nização das Nações Unidas -, com a Norma Dedicado a Proteção sil Seguros. Experiência internacional em
Regulamentadora 26 (Portaria n.º 229, de Respiratória - com For- áreas de Segurança Industrial e Meio Am-
24 de maio de 2011) e a ABNT NBR 14.725 mação na mesma. Instrutor de treinamento biente da Hoechst na Alemanha e como
– partes 1 a 4 e para o eSocial. em PPR - Fit Teste Qualitativo e Quantitativo. representante para Hazop em Projeto
Público Alvo: Normas e procedimentos dos mesmos. Petroquímico na Itália.
Profissionais das áreas de Segurança, Hi-
giene e Saúde no Trabalho; Elaboradores Dagoberto Lara Luís Inácio Camargo Gré
de rótulos e fichas com dados de segu- Engenheiro Eletricista Engenheiro de Minas
rança de produtos químicos, Toxicologia, e de Segurança do e Segurança do Tra-
Químicos, Laboratórios, Meio Ambiente; Trabalho. Atuou balho. Cursos de
Gestão e Produtos Químicos e respon- como Coordena- especialização em:
sáveis pelo eSocial. dor de Projetos da Mining Safety – Jica
Instrutores: Roque Puiatti Braskem, além de – Japão e Coal Min-
e Ursula B. Vasconcelos. mais de trinta anos de ing – Industrial Training
experiência como responsável pela ex- and Safety – NCB – Inglaterra, entre out-
Aguinaldo Bizzo de Almeida ecução, manutenção e coordenação de ros. Foi Gerente da Unidade de Segurança
Engenheiro Eletricista e de Segurança do projetos em grandes complexos petro- e Medicina do Trabalho da CRM- Cia Rio-
Trabalho; Membro do GTTE, junto ao MTBE, químicos da Copesul e Braskem. Especialis- grandense de Mineração, Coordenador da
na aprovação do Novo Texto da NR-10; ta em eletrostática e classificação de áreas. Área de Prevenção e Controle de Emergên-
cias da Copesul e Coordenador da Área de Riscos do curso de pós-graduação em nal - AAOS/ACEP/ECSI
de Segurança de Processo da Copesul e Eng. Segurança do Trabalho da UNISINOS; - Emergency Care
Braskem. Atualmente é sócio-gerente da Atuação de mais de 10 anos na área de & Safe Institute /
empresa Sobane Brasil Ltda e docente no Gerenciamento de Riscos e Prevenção de American College
curso de Engenharia de Segurança do Tra- Perdas; Coordenador das áreas de Segu- of Emergency Physi-
balho da UFRGS. Foi um dos introdutores rança de Processo, Meio Ambiente e Hi- cans e NOLS.
da Estratégia SOBANE e Metodologia DE- giene e Saúde Ocupacional da unidade de
PARIS no Brasil. Petroquímicos Básicos da Braskem no Polo Erny Francisco Pereira Filho
Petroquímico do Sul. Técnico em Segurança
Môsiris Giovanini do Trabalho para
Especialista em Medici- Rafael Gerges atividades de trein-
na do Trabalho – PU- Formado em Engenhar- amento, paradas de
CRS, Mestre em Epi- ia Elétrica com habili- manutenção e ob-
demiologia – UFRGS, tação em Produção ras de construção e
professor em Cursos e mestrado em En- montagem de plantas
de Especialização em genharia Mecânica químicas, petroquímicas e de refino de
Engenharia de Segu- na área de Vibração e petróleo; Membro do CEET/ ABNT 00:001.
rança e Medicina do Trabalho; Professor Acústica pela UFSC. 70 Comissão de Estudos Temporária de
do Departamento de Medicina Social da Diretor Técnico do LAEPI. Secretário da Qualificação e Certificação do Profissional
Faculdade de Medicina da UFRGS. Audi- Comissão de Estudos de Proteção Audi- de Acesso por Corda – ABNT –2006/2007
tor-Fiscal do Trabalho SRTE/RS aposentado tiva do CB-32 da ABNT. Recebeu o prêmio - RJ; Técnico em Segurança do Trabalho –
(julho 2012). Livro (autor): História Ocu- Young Professional Grant Competition do SENAI – CETEMP; Técnico em Tratamento
pacional - uma Construção Sociotécnica e 43º Internacional Congress on Noise Con- de Resíduos Industriais e Meio Ambiente
Ética, 2005, Editora LTr. trol Engineering através do desenvolvim- – SENAI;Instrutor de Técnicas de Resgate
ento de um trabalho sobre conforto de em Espaços Confinados – Survival Systems
Nelson Agostinho Burille protetores auditivos. do Brasil, São Paulo; Curso de Práticas de
Engenheiro de Produção Resgate em Altura, Espaços Confinados e
e Mecânica na PUC/ Ricardo Lecke Estricação – The Texas A&M University Sys-
RS. Pós-graduação, Engenheiro Mecânico tem, College Station -TX Estados Unidos –
com especialização e de Segurança do 1995/1997; Técnico de Segurança/Líder de
em Engenharia de Trabalho. Mestre Emergências 1982/2002 - COPESUL, Pólo
Segurança do Trabal- em Gerência de Petroquímico do Sul, Triunfo-RS.
ho na UFRGS. Após con- Produção. Especial-
cluída a pós-graduação, na UFRGS, passou ista em Ergonomia. Katherine Minella
a atuar como perito da Justiça do Trabalho, Coordenador do Curso Psicóloga, especialista em
na 12ª região (SC) e 4ª região (RS). Concluiu de Engenharia de Segurança do Trabalho RH e Psicologia da Co-
graduação em ciências jurídicas, na ULBRA, da ULBRA (Canoas/RS). Experiência como municação, mestre
e inscrito na OAB seção RS. Membro do gestor de EH&S em empresas de grande em Memória Social
Conselho Estadual da Segurança, Prevenção porte no Brasil, USA, Venezuela e Uru- e Bens Culturais. For-
e Proteção contra Incêndio - COESPPC/RS. guai. Experiência em gestão comporta- mação em Dinâmica
mental, e em certificação em normas ISO dos Grupos pela SBDG
Pablo Ricardo Barrera e OHSAS 18001. e Análise Transacional para Organizações-
Engenheiro Químico UNAT. Personal & Profissional Coaching pela
(UFRGS); pós-gradu- Elton Fagundes Sociedade Brasileira de Coaching. Professo-
ação em Engenharia Membro do CEET/ ABNT 00:001. 70 e do ra nos cursos de pós-graduação. Diretora da
de Segurança do GTT do MTE na elaboração da NR 35 e an- Educação Corporativa da ABRH/RS
Trabalho (UFRGS); exo por Corda; Profissional de Acesso por
Professor da Disci- Corda Nível 3 - (NBR 15475 Acesso por Luis Carlos Slavutzki
plina de Gerenciamento Corda); Socorrista Credenciado Internacio- Engenheiro Mecânico UFRGS; Engenheiro
de Segurança UFRGS; das Nações Unidas (ONU). Consultor em Se- Grupo Técnico e Grupo de Trabalho Tripar-
Mestre em Engen- gurança Operacional do Instituto Brasileiro tite da NR 33; professor do Instituto Feder-
haria de Produção do Petróleo (IBP). al do Rio Grande do Sul – IFRS – CAMPUS
Ênfase Ergonomia PORTO ALEGRE.
UFRGS; Professor Samir Gerges
nos Cursos de En- Engenheiro Mecânico Tiago Santos
genharia de Segurança com doutorado em Graduado em Educação
do Trabalho na ULBRA (Canoas/RS) e PUC 1974 na ISVR - In- Física pela Unisinos
(Porto Alegre/RS); Professor nos Cursos glaterra, cinco anos (RS); Profissional de
de Gestão de Segurança da ABRH; Mem- de experiência na Acesso por Corda
bro da Associação Brasileira de Ergonomia; indústria aeronáuti- Nível 3 Examina-
Secretário do G20 SST – Grupo de Estudos ca. Pós-doutorado nas dor; Consultor espe-
de Saúde e Segurança do Trabalho do Rio Universidades de Southampton e Sussex- cialista do GTT do MTE
Grande do Sul; Perito da Justiça Federal e da Inglaterra. Professor titular desde 1980 em na elaboração da NR-35 - Anexo I - Aces-
Justiça do Trabalho. Vibrações e Acústica na UFSC. Presidente so por Corda; Consultor especialista em
e membro fundador da SOBRAC 94/97 e Acesso por Corda da Abendi; Membro da
Rogério Luiz Balbinot 2002/2005 e Membro fundador past presi- Comissão de Estudo das normas de Aces-
Eng. de Segurança do dente da Federação Ibero-americana de so por Corda da ABNT desde sua funda-
Trabalho. Membro acústica FIA e atual Vice-presidente. Mem- ção, em 2006; Organizador e coautor do
dos Grupos de Tra- bro do corpo editorial do International Jour- livro Manual de Acesso por Corda.
balho do e-Social nal of Acoustics and Vibration, J. Building
(GT-Confederativo Acoustics e Noise Control Engineering Jour- Ursula B. Vasconcelos
e GT-FENACON). nal. Presidente da International Comission Doutora em Química
Coordenador do Gru- of Acoustics (ICA) 2007-2010. Consultoria pela UFRGS e especial-
po de SST das Empresas Piloto no eSocial. para órgãos públicos e privados em acústica ista em Gestão Am-
Presidente da Associação Sul-Rio-Gran- de ambientes de eventos e controle de ruído biental pela AVM/RJ,
dense de Engenharia de Segurança do para aviões de EMBRAER e indústria auto- com mais de 10 anos
Trabalho - ARES. mobilística (FIAT, GM, FORD, RENAU.etc.). de no ramo de pes-
Especialista em proteção auditiva, medições quisa e desenvolvimento
Roque Puiatti em call Center (mais de 10 anos com partici- de produtos químicos, publicação de mais
Engenheiro de Seguran- pação nas normas I.S.O.). de cinco artigos em revistas de renomes
ça do Trabalho, Mes- internacionais e mais de dez publicações e
tre em Segurança de Sérgio Augusto Garcia apresentações de trabalhos de pesquisa em
Processos e Preven- Coordenação Técnica e congressos nacionais e internacionais. Par-
ção de Perdas (The Instrutor; Engenheiro ticipação de grupos multidisciplinares para
University of Sheffield Civil e de Segurança implementação de legislações química, am-
- Inglaterra), Auditor- no Trabalho; Mes- biental nacional e internacional bem como
Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho tre em Engenharia em certificações. Há 6 anos trabalhando
(por mais de 30 anos 2011), Membro (2001 de Produção; Audi- como responsável pela adequação segun-
a 2017) e Vice-Presidente (2001 a 2008) do tor Fiscal do Ministério do GHS, NR-26, classificação, rotulagem e
Subcomitê de Especialistas da Organização do Trabalho e Emprego; Coordenador do FISPQ de produtos químicos. ■
Esta é uma seção especial da revista Cipa para publicar fotos, encaminhadas por
leitores, de situações de riscos e de ambientes inapropriados a que trabalhadores estão
expostos. Ao se deparar com um flagrante dessa natureza, envie-nos a imagem e o
seu nome completo, endereço, telefone e profissão. Informe onde, quando e como
testemunhou a cena.

A imagem ao lado mostra um


trabalhador em desacordo
com parâmetros básicos de
segurança. O indivíduo não
utiliza as vestimentas corre-
tas para realizar atividades
em altura, correndo risco
de quedas, que podem ter
consequências graves ou
até mesmo fatais. Além
disso, manuseia ele-
mentos cortantes sem
nenhuma proteção.

Colaboração:
Gentil de Oliveira, técnico de SST
Santo Amaro, Recife - PE

*Envie seu flagrante para a seção LEITOR EM ALERTA


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04/2018

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