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org/blog/2009/12/11/arte-vida/ Por: Fabiola Salles

Notas para a criação de uma Arte Total

Allan Kaprow. 1958 – in: Essays on the Blurring of Art and Life. Ed. Califórnia Press, Berkley,
Los Angeles, Londres, 1996.

Unidas até um certo momento da história somente por um vago paralelo de objetivos
filosóficos, até recentemente, era impossível conceber as artes como algo diferente de
disciplinas separadas. Durante certos períodos no Ocidente, particularmente no ambiente e
ritual da igreja na Idade Média, as artes encontraram certa harmonia teológica – uma fusão
talvez, mas não uma unidade total. Pintura, música, arquitetura, cerimônia – eram cada qual
um gênero identificável. Com o advento da Renascença, uma ênfase num estilo pessoal único
levou a uma especialização maior. O pensamento consciente de uma arte total não emergiu até
Wagner e, mais tarde, os Simbolistas. Mas estes eram modelados nos exemplos mais recentes
da igreja: essencialmente hierarquia das diversas artes organizadas por um diretor mestre. Mais
tarde, os experimentos da Bauhaus continuaram esta abordagem, modernizaram apenas as
formas das questões e conteúdos. A arte total não poderia acontecer desta forma. Um novo
conceito e significado eram necessários.

Por um longo período, formas da arte se desdobraram e se articularam em direção a uma


especialização, se tornando inacessíveis `a mistura: elas são auto-suficientes na medida em
que suas naturezas coesivas e seus alcances expressivos lhe dizem respeito. Mas se nos
desviarmos da “arte” e tomarmos a natureza em si como modelo ou ponto de partida, talvez
possamos imaginar um tipo diferente de arte por colocarmos junto uma molécula fora do estofo
da vida habitual: o verde de uma folha, o som de um pássaro, a pedra áspera dentro do sapato
de alguém, o esvoaçado passar de uma borboleta. Cada um destes (eventos/imagens)
ocorrendo em tempo e espaço de maneira perfeitamente natural e infinitamente flexível. De um
rudimentar e maravilhoso ocorrido, um princípio dos materiais e organização de formas criativas
podem ser construídas. Para começar, nós admitimos a utilidade de todo e qualquer assunto ou
experiência. Depois nós justapomos este material – este pode ser dado ou inventado,
“concreto” ou “abstrato” – para produzir a estrutura e corpo de nosso próprio trabalho.

Se juntarmos um espaço literal e um espaço pintado, por exemplo, e estes dois espaços a um
som, nós alcançaremos uma relação “certa” por considerar cada componente a quantidade e
qualidade numa escala imaginária. Um tanto desta ou desta cor é justaposto por um tanto de
um ou outro tipo de som. O balanço (se alguém quiser chamar isto assim) é principalmente
ambiental.

A arte depende em quão profundo nos envolvemos com os elementos do todo e quão frescos
estes elementos são quando eles ocorrem próximos um do outro (como o repentino esvoaçar
de uma borboleta).
Paradoxalmente a esta idéia de arte total cresceu uma tentativa de estender as possibilidades
de uma das formas de pintura, colagem, sem, entretanto usar a pintura. De fato, a teoria,
sendo flexível, não diz muito o quanto de um elemento ou outro tem que ser usado. Porque eu
vim da pintura, meu presente trabalho é definitivamente determinado numa direção visual
enquanto os sons e odores são menos complexos. Qualquer destes aspectos do nossos gostos
e experiências deve ser favorecido. Não existe regra que diga que tudo deve ser igual.
Entretanto, eu espero que no futuro, uma maior equivalência destes diferentes sentidos
reduzirá o todo que agora o lado visual toma no meu próprio trabalho, este resultado não é
necessariamente desejado por um outro artista.

Qualquer momento da vida pego ao acaso deve ter ênfase diferente em seus componentes: por
vezes devemos estar primeiramente atentos no grande número de sons produzidos por uma
cachoeira e em outros momentos, no penetrante odor da gasolina. Alguém treinado como um
compositor deve começar a criar, nesta nova forma de arte, por mostrar a preferência pelos
sons sobre os odores, mas esta pessoa, ao mesmo tempo, não estará apenas tratando
simplesmente com a forma mais antiga da música assim como eu acredito estar engajado na
arte da pintura, escultura e arquitetura.

Na presente exposição (Allan Kaprow: An Exhibition, Hansa Gallery, New York) nós não viemos
para olhar para coisas. Nós simplesmente entramos, somos envolvidos, e nos tornamos parte
do que nos envolve, passivamente ou ativamente de acordo com nossos talentos para “nos
envolver”, da mesma maneira que nos movemos para fora da totalidade da rua ou nossa casa
da qual também fazemos parte. Nós somos formas (e penso que nem sempre temos
consciência deste fato). Temos roupas de cores diferentes; podemos mover, sentir, falar, e
observar os outros variavelmente; e iremos constantemente mudar o “significado” do trabalho
por fazermos isso.

Existe portanto, um jogo sem fim de condições cambiantes das partes de meu trabalho: da
relatividade fixa ou determinada e `as inesperadas ou indeterminadas. De fato, nós devemos
mover dentro e entorno do trabalho em qualquer ritmo ou direção que desejarmos. Do mesmo
modo, os sons, os silêncios e os espaços entre eles (os “aqui”s e “lá”s) continuam pelo dia em
uma sequência randômica ou em simultaneidade que faz possível experienciar toda a exposição
de maneiras diferentes em tempos diferentes. Isto foi composto duma forma para renovar
qualquer desejo de vê-los sob a luz das tradicionais e fechadas formas de arte como nós já
sabemos elas.

O que foi trabalhado é uma forma que é aberta e fluida como as formas das nossas
experiências cotidianas mas não simplesmente imitando as mesmas. Eu acredito que esta forma
configura uma maior responsabilidade nos visitantes do que eles tinham anteriormente. O
“sucesso” do trabalho depende deles na mesma medida em que depende do artista. Se nós
admitirmos que um trabalho tem “sucesso” em alguns dias e falha em outros, nós talvez
estaremos negligenciando o duradouro e o fixo e dando ânfase sobre o frágil e impermanente.
Mas pelo menos um pode insistir, como muitos o fizeram, que só a mudança é realmente
duradoura e todo o resto está zunindo no escuro.

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