CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 1
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
versão preliminar
SENAI-RJ • Alimentos
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 11
Apresentação
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 11
Curso Técnico de Cervejaria Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes
e com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
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Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
SENAI-RJ 13
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
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Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
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Legislação e normas
Nesta unidade...
Introdução
Direito Tributário
Direito do Trabalho
Direito do consumidor
Normas técnicas
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
1
Legislação e normas
2004
SENAI–Rio de janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Legislação e Normas. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria).
SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Introdução
Algumas normas são passíveis de punição ou sanção imposta pela sociedade, como, por exemplo,
certos preceitos religiosos ou regras de civilidade. Deixar de ir à Igreja no domingo ou deixar de
cumprimentar alguém não garante nem impede a convivência social ou desordem.
Por outro lado, há regras de conduta cujo cumprimento é obrigatório, com penalidades para quem
as viole. A esse tipo de regra de conduta obrigatória, com sanções previstas em caso de transgressão,
denomina-se lei ou norma jurídica, ou ainda regra jurídica.
Para alcançar o efeito a que se propõe, a lei deve ser geral, isto é, aplicável a todos os membros da
sociedade. Além disso, deve emanar da fonte que a torna obrigatória e que possa dar meios de punir
seus transgressores. Em nosso regime político, as leis devem ser elaboradas pelo Poder Legislativo, e
suas obrigações são garantidas pelo Poder Executivo. Quando há divergências, quanto ao cumprimento
ou execução, que possam gerar conflitos de interesse, ou mesmo quando a lei é de difícil entendimento,
podem-se utilizar, nessas situações, os serviços de um advogado, que é o técnico especialista nessas
questões, para recorrer ao Poder Judiciário, em suas várias instâncias. Cabe esclarecer que uma ação
impetrada por pessoa física ou jurídica pode ser de natureza criminal ou cível, conforme se tenha ou
não cometido um crime previsto no Código Penal. Assim, por exemplo, toda ação trabalhista ou ação
reclamatória trabalhista é uma ação de natureza cível.
– Poder Executivo; e
– Poder Judiciário.
A lei maior do país é a Constituição Federal, onde são explícitas as normas fundamentais e os
valores existentes nas relações sociopolíticas e econômicas do povo. Nossa Constituição Federal em
vigor foi promulgada em 1988.
Outrossim, há no Brasil leis federais (que valem para toda a nação brasileira), leis estaduais (aplicáveis
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
no âmbito do estado que as promulgou) e as leis municipais (aplicáveis nos limites geográficos do
município). Cabe observar ainda as figuras do decreto-lei e da medida provisória, emitidos pelo Poder
Executivo ao desempenhar as funções inerentes ao Legislativo.
Dá-se o nome de Direito ao conjunto de regras jurídicas que disciplinam as condutas dos indivíduos,
ou seja, é a ordem jurídica estabelecida para tornar possível a convivência em sociedade.
Direito Tributário
A união, os estados e os municípios precisam obter receitas de caráter definitivo para fazer face às
despesas públicas necessárias ao seu funcionamento. Essas receitas podem ser originárias da exploração
de bens públicos ou derivadas da arrecadação de tributos exigidos aos cidadãos. Nesse último caso, o
foco de estudo é tratado no Direito Tributário e discutido no Código Tributário Nacional, que, por sua
importância, é uma lei complementar à Constituição.
Os tributos, de acordo com as leis brasileiras, e que, portanto, fazem parte do sistema tributário
nacional, são os seguintes:
• impostos;
• taxas; e
• contribuições de melhoria.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Não se deve confundir multa com tributo. A multa é uma penalidade pecuniária
decorrente de ato ilícito.
Todo tributo se baseia em um fato gerador, isto é, o fato, o ato ou negócio jurídico previsto em lei
capaz de deflagrar o tributo. Como exemplo, o Estado tributa a renda e a circulação de mercadoria,
que são fatos econômicos. A doação ou venda de imóvel é um ato jurídico que gera o imposto de
transmissão do imóvel.
Uma taxa é um tributo que se caracteriza pela prestação de um serviço do Estado em favor ou no
interesse direto do contribuinte. Nesse caso, ao contrário do imposto, é quase sempre possível saber
o benefício direto resultante para o contribuinte. Exemplo de taxas: taxa de fornecimento de água
encanada e tratamento de esgoto, taxa de fornecimento de uma certidão e TRMM (Taxa de Renovação
da Marinha Mercante).
As contribuições de melhoria são tributos recolhidos, de caráter econômico, que geram benefícios
indiretos aos contribuintes, pelo resultado de uma obra ou melhoramento, como as contribuições ao
INSS, ao FGTS, pedágios nas estradas, contribuição sindical e aos conselhos de classes profissionais.
É sempre possível à união, estados e municípios cobrarem uma contribuição de melhoria, decorrente
da construção de uma estação de metrô, de uma praça, do calçamento de uma rua, avenida, pois os
proprietários terão seus imóveis valorizados e se beneficiarão das melhorias.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
O IPI tem como fato gerador, isto é, começa a ser devido, quando ocorrer:
• o desembaraço aduaneiro de produto industrializado, de procedência estrangeira;
• a saída de produto industrializado de estabelecimento de contribuinte; e
• a arrematação de produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
O recolhimento do IPI é devido, portanto, pelo importador, pelo industrial, pelo comerciante e pelo
arrematante dos produtos leiloados.
As infrações à legislação do IPI são punidas com as seguintes penas, aplicáveis de forma separada
ou cumulativa:
• multa;
• perda de mercadoria;
• proibição de transacionar com repartições públicas ou autarquias federais ou, ainda, com os
estabelecimentos bancários controlados pela união (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
BNDES etc.); e
• sujeição ao sistema especial de fiscalização.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Suponha, agora, que esse produto seja vendido a um varejista que deseja obter uma margem
de lucro de 30% na sua comercialização. Qual deve ser o preço ao consumidor final e os
impostos que o varejista deve recolher ao vender uma unidade do produto?
Embora na nota fiscal devam constar os valores de R$ 22,95 e R$ 9,18, relativos a ICMS e IPI,
respectivamente, o varejista só deve recolher os respectivos valores agregados de cada imposto:
ICMS: 22,95 - 17,65 = R$ 5,30
IPI: 9,18 - 7,06 = R$ 2,12
Confira o balanço:
Preço de venda ao consumidor. ........................... R$ 162,13
Preço pago ao fabricante .................................... ( - ) 124,71
ICMS recolhido pelo varejista ............................. ( - ) 5,30
IPI recolhido pelo varejista .................................. ( - ) 2,12
Resultado da conta = Lucro do varejista R$ 30,00 (na operação de venda)
Direito do Trabalho
A relação de trabalho implica uma série de direitos e deveres, tanto da parte do empregado quanto
da parte do empregador. As leis que regem essas relações estão agrupadas na CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho).
A CLT, por exemplo, dispõe sobre a obrigatoriedade do uso da Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS) para o exercício de qualquer emprego, sobre a duração do trabalho, condições de
trabalho da mulher e do menor, tipo de trabalho, salários, férias, adicionais, gratificações etc.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
De acordo com os arts. 159 e 1.521 do Código Civil, o causador de acidentes é obrigado a reparar
o dano causado, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, quer seja patrão ou
empregado. Aliás, no Código Penal, art. 132, é prevista a pena de detenção de três meses a um ano
pela simples exposição de risco de vida ou da saúde de alguém a perigo direto e iminente. Seria o caso
de empregador que obrigue o trabalhador a executar tarefas em condições inseguras ou insalubres,
sem lhe dar o equipamento de proteção adequado. Isso é também previsto no art. 166 da CLT. Além
disso, em caso de morte, esta pode ser classificada como homicídio culposo, pela não-observância de
regras técnicas de segurança do exercício profissional, omissão de socorro ou fuga para evitar a
prisão em flagrante delito.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Registro de estabelecimento
Para o registro de um novo estabelecimento no Serviço de Inspeção Vegetal (SIF/DFA), subordinado
à CIV/DDIV/MA, seja produtor, distribuidor ou armazenador de bebida, deve-se providenciar o
agendamento de vistoria pelos técnicos do SIF que, se aprovado, deverá emitir o Certificado de Registro
de Estabelecimento. Esse registro é válido por 10 anos, podendo ser renovado, alterado ou cancelado.
Para a vistoria, além do agendamento, é necessário providenciar um laudo de análise de água,
informando origem, aspectos físicos e organolépticos (cor, odor, sabor e turbidez), análise microbiológica
(bacilos do grupo coliforme) e análise química (teores de ferro, manganês, matéria orgânica e dureza),
bem como elaborar um memorial descritivo das instalações e equipamentos. Aí devem ser incluídas as
condições específicas do prédio (alvenaria, tijolo, concreto armado, pé-direito, cobertura, forro, material
do piso, inclinação do piso etc.), condições de aeração, de iluminação etc.
Todos os equipamentos para a produção de bebidas devem ser citados, mormente as lavadoras de
vasilhames (latas, garrafas, barris e carro-tanque), especificando os tipos, origens e marcas, com as
capacidades de produção individuais.
São vistoriadas também as condições das instalações dos recintos sanitários (quantidade, localização,
rede de esgoto e o local onde são lançados os resíduos da indústria).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
– marca comercial;
– ingredientes (malte, água, lúpulos, cereais...);
– a expressão "Indústria Brasileira", por extenso ou abreviada, para produto nacional;
– o conteúdo em mililitros;
– a graduação alcoólica, expressa em percentagem em peso de volume alcoólico, por extenso ou
abreviada;
– a identificação do lote ou da partida;
– o prazo de validade; e
– a frase de advertência, estabelecida por lei específica, quando se tratar de bebida alcoólica
("Aprecie com moderação", "O álcool pode causar dependência e, em excesso, é prejudicial à
saúde"...).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Na declaração dos aditivos, deverão ser indicados a sua função principal e seu nome completo ou
seu nº de código no INS (Sistema Internacional de Numeração - Codex Alimentarius FAO/OMS),
como, por exemplo: antioxidante INS 300; estabilizante INS 405.
Os dizeres e demais detalhes da rotulagem constam da Seção IV do Decreto nº 2.314/97.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
a) cerveja sem álcool: A < 0,5, não sendo obrigatória a declaração do conteúdo alcoólico no
rótulo; e
b) cerveja com álcool: A < 0,5, devendo-se declarar, no rótulo, o conteúdo alcoólico.
4. Quanto à proporção (X) de malte de cevada, com base em % em peso sobre o extrato primitivo,
como fonte de açúcares:
a) de baixa fermentação; e
b) de alta fermentação.
O art. 67 se ocupa das denominações quanto ao tipo, sendo possíveis as classificações Pilsen,
Export, Lager Dortmunder, München, Bock, Malzbier, Ale, Stout, Port, Weissbier, Alt e outras
internacionalmente reconhecidas e que vierem a ser criadas, observadas as características do produto
original.
De acordo com os arts. 68, 69 e 70, a cerveja poderá ser adicionada de suco e/ou extrato de
vegetal, que podem ser substituídos, total ou parcialmente, por óleo essencial, essência natural ou
destilado vegetal.
Mas isso implica que seja registrado no rótulo a expressão “cerveja com...” e caso o suco natural
tenha sido substituído, total ou parcialmente, por seu óleo essencial, essência natural ou destilado
vegetal, deverá ser designado no rótulo a expressão “cerveja sabor de...”, com o nome do vegetal
(ex.: cerveja sabor de banana).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Mas especial atenção deve ser dada ao disposto no art. 14, item 4: A bebida deverá atender aos
seguintes requisitos:
Finalmente, por força do art. 33, a cerveja importada deverá observar os mesmos padrões de
identidade e qualidade para a bebida fabricada no Brasil.
Direito do consumidor
O Código de Defesa do Consumidor está estabelecido na Lei nº 8.078, de 11/09/90, que busca o
equilíbrio na relação de consumo de produtos e serviços.
No Código de Defesa do Consumidor, foram criados instrumentos com vistas a torná-lo acessível
a toda a população, portanto de grande alcance social, como, por exemplo:
a) manutenção de assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente, instrumento
de Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor;
b) criação de delegacias de polícia especializadas (DECON) para atender a consumidores lesados
por atos de infração penal de consumo;
c) criação de juizados especiais de pequenas causas;
d) varas especializadas para a solução de atos ilícitos relacionados com o consumo, como o
PROCON e o CODECON; e
e) associações de defesa do consumidor, das câmaras de vereadores de alguns municípios.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas técnicas
Com esse objetivo, a organização industrial lança mão, dentre outras ferramentas, de normas,
registros, projetos etc., que formam conjuntos de documentos norteadores de sua produção. Esses
conjuntos podem ser caracterizados como:
a) documentação inicial, que consiste basicamente no projeto do produto, com as especificações
de trabalho e as normas que norteiam sua elaboração;
b) documentação de fabricação, como planos, instruções e roteiros, calcados em listas de materiais
(tipos, quantidades e procedência de matérias-primas e outros), englobando métodos de fabricação
(tempos, temperaturas, pressões etc.); e
c) documentação final, ou seja, os documentos que comprovam a qualidade, tais como análises em
geral, resultados analíticos e parâmetros lançados em boletins de fabricação, relatórios... Esses
documentos são ordenados de modo a comprovar que os materiais e métodos utilizados estão
dentro das normas processuais do produto.
As normas de uma empresa costumam ser divididas conforme a finalidade a que se destinam:
– normas de procedimento;
– normas de especificação;
– normas de padronização; e
– normas de simbologia.
SENAI-RJ 31
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de procedimento
São normas que se destinam a fixar condições para:
a) execução de cálculos, projetos, obras, serviços etc.;
b) emprego de materiais e de produtos industriais;
c) certos aspectos de transações comerciais, como compras, concorrências etc.;
d) elaboração de documentos em geral, inclusive desenhos; e
e) segurança na execução de obras, utilização de equipamentos etc.
Exemplo:
Norma de Procedimento nº 45/A/01/89, da Cervejaria Golden S.A. para sanitização
dos tanques cilindro-cônicos de fermentação da Adega II:
1. ligar o exaustor da adega;
2. despressurizar o tanque, abrindo o registro de saída para a atmosfera;
3. abrir o cone e acoplar as ligações de recalque da bomba CIP-1, inclusive torneiras
de prova;
4. esperar 15 minutos para esgotamento do CO2;
5. com o cone aberto, bombear a solução de soda cáustica "fraca", do tanque A,
com 3 a 5 pulsos completos de 30 segundos (30 segundos com bomba ligada,
seguidos de outros 30 segundos de bomba desligada), deixando escorrer para a
canaleta;
6. fechar o cone;
7. efetuar as ligações de retorno da solução;
8. verificar a concentração de soda cáustica do tanque B, que deve estar entre 2,0
e 2,5% p/v, e anotar o volume inicial do banho;
9. caso a concentração do banho esteja fora desses valores, efetuar a correção de
acordo com a Norma de Procedimento 19/C/92;
10. abrir registro de entrada do tanque B, mantendo, por ora, seu retorno fechado;
11. abrir o registro nº 28, do dreno de linha;
12. ligar a bomba CIP-1 e, 30 segundos depois, a bomba de retorno CIP-2;
13. efetuar testes com a solução de indicador na água de retorno pelo dreno nº 28,
até que apareça uma coloração rosada, quando, imediatamente, o registro de
retorno do tanque B deve ser aberto e o registro nº 28 fechado;
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de especificação
São normas que se destinam a fixar condições exigíveis para aceitação ou recebimento de matérias-
primas e determinados insumos, peças, produtos semi-acabados ou acabados, características de diversos
aparelhos ou máquinas, certas formulações etc.
Exemplo:
Norma de Especificação NE/4 da Cervejaria Loura Gelada Ltda.:
SENAI-RJ 33
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de padronização
São normas que se destinam a restringir a variedade pelo estabelecimento de um conjunto metódico
e preciso de condições a serem satisfeitas, com o objetivo de uniformizar características geométricas,
físicas ou outras características de
elementos de construção, materiais, Exemplo:
produtos industriais, aparelhos,
desenhos e projetos. Norma de padronização NPAD 89/12, da Cervejaria
do Norte, para o controle de recebimento de rótulos:
Como exemplo de aplicação desse tipo de papel ...................................... couché
tipo de norma, podemos citar os gramatura ..................................... 70-75g/m2
desenhos com as características altura ................................................... 90mm
dimensionais e suas tolerâncias para largura .................................................. 60mm
garrafas, latas, rolhas metálicas, caixas tolerância de corte ......................... ± 0,25mm
plásticas e peças em geral. cores e dizeres, conforme padrão
Normas de simbologia
São normas que se destinam a estabelecer convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas
ou partes de sistemas, com a finalidade de representar esquemas ou montagens, circuitos e seus
componentes, fluxogramas etc., referentes a um determinado setor científico, técnico, comercial.
Exemplo:
O Diagrama Ladder, conforme Norma DIN (Deutsche Industrie
Normen), é um diagrama de relés através de símbolos que representam
entradas e saídas, formando sentenças lógicas:
– contato aberto
– saída (bobina)
SENAI-RJ 34
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
As normas podem ser estabelecidas para aplicação em âmbito nacional, regional ou internacional.
Podem ainda apresentar diversos níveis:
– norma individual: preparada por um indivíduo, grupo ou repartição, para uso particular ou uso
interno;
– norma de empresa: voltada para orientar processos, procedimentos etc.;
– norma de associação: preparada por indústrias, através de consenso (por exemplo: SAE, ASTM,
ABNT etc.);
– norma nacional: adotada por órgão nacional, mesmo que tenha sido elaborada por organização
de normalização estrangeira (por exemplo: INMETRO, ANSI, DIN, BSI etc.);
– norma regional: adotada por uma organização regional de normalização (por exemplo: COPANT
- Associação Pan-Americana de Normas Técnicas);
– norma internacional: adotada por uma organização internacional de normalização (por exemplo:
ISO, IEC etc.).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
• NBR-2: normas referendadas – de uso obrigatório para o Poder Público e Serviços Públicos
Concedidos (precisam ser aprovadas pelo CONMETRO);
• NBR-3: normas registradas – normas voluntárias que venham a merecer registro no INMETRO,
de acordo com diretrizes e critérios estabelecidos pelo CONMETRO; e
• NBR-4: normas probatórias – em fase experimental, com as diretrizes estabelecidas pelo
CONMETRO.
SENAI-RJ 36
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
A IEC, fundada em 1906 em Londres, Inglaterra, transferida em 1947 para Genebra, Suíça, ocupa-
se especificamente da normalização dos assuntos de natureza elétrica e eletrônica. Suas normas são
de grande abrangência multinacional.
A ISO, sob essa nomenclatura, foi estabelecida de fato em 1947, a partir de uma reunião internacional
prévia no ano anterior, mas teve como embrião a ISA (Federação Internacional das Associações
Nacionais de Normalização), criada em 1926, sucumbida em 1942, no auge dos conflitos da Segunda
Guerra. A ISO dedica-se às demais normas técnicas, outras que não sejam da esfera elétrica ou
eletrônica. As normas ISO são divididas em séries, como, por exemplo, a ISO - série 9000, composta
de cinco normas, que se ocupam da qualidade, a saber:
• ISO 9000: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade – diretrizes para a seleção e
uso;
• ISO 9001: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em projetos, desenvolvimento,
produção, instalação e assistência técnica;
• ISO 9002: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em produção e instalação;
• ISO 9003: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios; e
• ISO 9004: gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade - diretrizes.
As normas ISO-9001, 9002 e 9003 são usadas com propósitos contratuais entre clientes e
fornecedores de mercadorias e serviços. Assim, o cliente poderá requerer, em seu contrato de entrega,
que seu fornecedor tenha adotado um sistema de qualidade assegurada ou que certos elementos
sejam adotados em seu sistema de produção. Pode, ainda, exigir que seus fornecedores de produtos
ou serviços tenham um sistema contratado de produção ou que tenham sido certificados por um
agente credenciado ou registrado na ISO.
Assim, por exemplo, a BVQI outorgou, em 1999, a certificação ISO-9002 em Educação Profissional
ao Centro de Formação Profissional de Petrópolis e ao Centro de Tecnologia de Produtos Alimentares
de Vassouras, onde, aliás, você se acha matriculado e está recebendo a formação e habilitação profissional
dada pelo Curso Técnico de Cervejaria. São dois certificados que atestam, mais uma vez, a qualidade
do ensino do SENAI/RJ.
SENAI-RJ 37
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Exercícios
(a) Pagamento das contas públicas do interesse da coletividade, sem vinculação ou distinção da
despesa.
SENAI-RJ 38
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
SENAI-RJ 39
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
9. Assinale com um X na coluna apropriada, conforme os atos jurídicos abaixo listados venham a
se constituir fato gerador de IPI, de ICMS, de ambos ou de nenhum desses impostos:
SENAI-RJ 40
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
10. De acordo com dados de uma nota fiscal de venda de cervejas de um distribuidor a um
supermercado, o preço unitário do líquido contido numa garrafa foi de R$ 0,80, incluídos de 80%
de IPI e 20% de ICMS. Qual será o lucro marginal do supermercado se a cerveja em garrafa
for vendida ao consumidor por R$ 1,20? E qual é a margem de comercialização (% de lucro na
operação de venda) do supermercado?
SENAI-RJ 41
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
12. Suponha uma cerveja de mosto elaborado com utilização apenas de malte Pilsen, levedura de
baixa fermentação e as características constantes no seguinte laudo de análise:
extrato primitivo, % peso ........................................................ 10,90
extrato aparente, % peso ........................................................ 2,05
extrato real, % peso ................................................................ 3,65
álcool, % vol ........................................................................... 4,70
grau de fermentação aparente, % .......................................... 81
valor de pH ............................................................................. 4,12
turvação, EBC ........................................................................ 0,9
coloração, EBC ...................................................................... 5,5/6,0
diacetilos, ppm ........................................................................ 0,06
amargor, UA ........................................................................... 15
valor energético, kcal/kg ......................................................... 97
De acordo com os padrões de identidade e qualidade para a cerveja brasileira, como ela deveria
ser classificada, para atender às formalidades legais de registro no rótulo?
(a) Cerveja escura forte, com 4,7% de álcool em volume.
(b) Cerveja extra clara, comum, de puro malte, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool em
volume.
(c) Cerveja clara, comum, de puro malte, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool.
(d) Cerveja forte escura, de puro malte, de alta fermentação e alto teor alcoólico.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
SENAI-RJ 42
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13. Suponha, agora, que o malte Pilsen tenha sido substituído parcialmente por 25% de grits de
milho sobre a participação total no extrato primitivo. Suponha, também, que a coloração tenha
sido reduzida para 5,0/5,5 EBC, ficando os demais parâmetros praticamente imutáveis. Como
ficaria a petição ao SIF, com respeito aos padrões de identidade?
(a) Ficaria da mesma forma, pois praticamente nada mudou.
(b) Cerveja clara, comum, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool em volume.
(c) Cerveja escura, extra, de puro malte, de alta fermentação.
(d) Cerveja de fraca coloração e alto teor alcoólico.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
14. Como é conhecida a Lei nº 8.078/90, que busca a harmonia nas relações de consumo de produtos
e de serviços?
(a) Lei do ICMS.
(b) Código Tributário.
(c) Código Penal.
(d) Código de Defesa do Consumidor.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
15. Se um consumidor se sentir lesado por consumir um produto defeituoso, que instrumento, conforme
abaixo listado, ele pode utilizar, amparado na Lei de Defesa do Consumidor?
(a) Entrar com uma reclamação trabalhista.
(b) Entrar com uma petição ao Serviço de Inspeção Vegetal ou Animal, dependendo da natureza
do produto consumido.
(c) Entrar com uma ação no PROCON, relatando os danos causados e pedindo ressarcimento
por eles.
(d) Entrar com uma ação na ABNT ou no INMETRO.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
SENAI-RJ 43
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
16. Qual é a instituição responsável pela formulação e execução da política nacional de metrologia,
normalização e certificação da qualidade dos produtos industriais?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
17. No Brasil, qual é a organização credenciada como fórum nacional para as atividades relacionadas
com normalização?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
18. Dentre as organizações abaixo, qual delas se ocupa da normalização em nível internacional
relacionada com os campos de elétrica e eletrônica?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
SENAI-RJ 44
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
19. Para responder as questões “A” e “B” apresentadas a seguir, considere as informações
constantes de um contrato de fornecimento de malte Pilsen, relacionadas abaixo:
umidade, % .......................................................................... 3,5-4,5*
proteínas, % ia ..................................................................... 9,5-10,5**
tempo de açucaração, min ................................................... 10-15***
odor da mostura ................................................................... normal***
rendimento, % cr ................................................................. = 76,0*
rendimento, % ia .................................................................. = 80,0
diferença de rendimentos fina-grossa moagem ................... = 1,8***
cor, unid. EBC ..................................................................... 3,0/4,0*
valor de pH .......................................................................... 5,6-5,9**
grau de fermentação aparente, % ....................................... = 80,0**
Notas:
* aceitação com restrição, conforme itens 4.1 e 4.2 do contrato de fornecimento;
** aceitação com restrição, conforme itens 4.3 a 4.5 do contrato de fornecimento;
*** não-aceitação, conforme item 4.6 do contrato de fornecimento.
SENAI-RJ 45
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Chave de respostas
Exercício 1
letra (d)
Exercício 2
letra (c)
Exercício 3
letra (c)
Exercício 4
letra (d)
Exercício 5
I: IPI, ICMS, IOF, IPTU e IPVA;
T: certidão de ICMS, iluminação pública, TRMM e alvará;
C: ao INSS e ao FGTS.
Exercício 6
letra (b)
Exercício 7
letra (d)
Exercício 8
letra (b)
Exercício 9
IPI: 2;
ICMS: 1, 3 e 5;
ambos: 4, 6 e 7;
nenhum: 8.
SENAI-RJ 46
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Exercício 10
R$ 0,19 e 33,9%
a) Operação de venda do distribuidor ao supermercado:
Preço de venda com impostos: ..........................................................0,80
Valor da cerveja sem IPI: 0,80 / 1,80 = ............................................. 0,44
Diferença = 80% de IPI = ................................................................ 0,36
Valor da cerveja sem IPI e sem ICMS = 0,44 / 1,20 ....................... 0,37
Diferença = 20% de ICMS = 0,44 - 0,37 =...................................... 0,07
Destaques: IPI = R$ 0,36
ICMS = R$ 0,07
b) Operação de venda do supermercado ao consumidor:
Preço de venda com impostos: .......................................................... 1,20
Valor da cerveja sem IPI: 1,20 / 1,80 = ............................................. 0,67
Diferença = 80% de IPI = ................................................................ 0,53
Valor da cerveja sem IPI e sem ICMS = 0,67 / 1,20 ........................ 0,56
Diferença = 20% de ICMS = 0,67 - 0,56 = ....................................... 0,11
Destaques: IPI = R$ 0,53
ICMS = R$ 0,11
O supermercado recolhe por unidade vendida: IPI = 0,53 - 0,36 = R$ 0,17
ICMS = 0,11 - 0,07 = R$ 0,04
c) Lucro marginal, isto é, quando o supermercado lucra na operação:
0,56 - 0,37 = R$ 0,19 / unidade.
d) Margem de comercialização (%):
0,19 X 100
–––––––––– = 33,9%
0,56
Exercício 11
letra (a)
Exercício 12
letra (c)
SENAI-RJ 47
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Exercício 13
letra (b)
Exercício 14
letra (d)
Exercício 15
letra (c)
Exercício 16
letra (b)
Exercício 17
letra (d)
Exercício 18
letra (e)
Exercício 19
A) letra b
B) letra c
SENAI-RJ 48
Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Referências bibliográficas
BARRETO, Kátia Lúcia de Oliveira; ABREU, Vera Regina Costa; SILVA, Nilo de Souza e.
Legislação e normas; habilidades de gestão. Rio de Janeiro, SENAI. RJ, 1994.
MORET, Paulo Arthur. ISO 9000... e depois? Rio de Janeiro, Casa Imagem Editorial, 1996.
WERLANG, José Fernando. Manuais SIV. Rio de Janeiro, Serviço de Inspeção Vegetal - SIF/
DFA/CIV/DDVI/MA, 1997. A: no serviço de inspeção vegetal; B: registro de estabelecimento;
C: instalações de bebidas em geral.
SENAI-RJ 49
Gestão ambiental
Nesta unidade...
O meio ambiente
Educação ambiental
Histórico
Exercícios
Ecologia
Ecossistemas brasileiros
Energia e matéria
Cadeia alimentar
Poluição
Efeitos globais
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
2
Gestão ambiental
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Gestão Ambiental. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria).
SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Setor de Documentação Bibliográfica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
O meio ambiente
Meio ambiente constitui uma série de relações que envolvem práticas interdisciplinares. Ele se
define mais precisamente como "uma totalidade dinâmica, uma troca permanente na qual se insere
toda uma rede de relações socioeconômicas, éticas, estéticas e políticas".
O meio ambiente resulta do processo histórico-cultural das relações entre sociedade e natureza, é
determinado dentro de um marco espacial e temporal concreto. As comunidades, ou mesmo
consumidores em geral, cada vez mais informados e conscientes de sua posição e importância, já não
se contentam apenas com um bom produto a preço justo. As pessoas buscam o atendimento a suas
necessidades e anseios, como a qualidade do produto, o bom atendimento e o respeito aos vizinhos e
ao meio ambiente.
A história do controle ambiental na indústria é construída ao longo de um processo de mudanças
culturais da sociedade e nas atitudes das empresas que se voltam para o conhecimento da importância
do controle. Este processo passa pela omissão, contemporização e aceitação passiva e posteriormente
consciente, chegando às etapas finais da atuação com responsabilidade e da consciência global com
ganhos financeiros, através do fim dos desperdícios, o que proporciona melhoria da qualidade de vida
da sociedade e da imagem da empresa.
Educação ambiental
Cada ser, cada elemento, cada ínfimo átomo tem direito ao seu ciclo de existência; portanto, nesta
nova consciência, de que não somos os únicos a ter direitos sobre o planeta, todos têm função e razão
de existir. Nós, seres humanos, interviemos na Terra de forma muito mais profunda, fazendo isso com
a consciência de que progredíamos.
SENAI-RJ 53
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Através de indícios, fomos capazes de perceber que não era um progresso racional para o conforto
da sociedade, pois as alterações geraram conseqüências danosas como: mudanças climáticas, poluição
do ar, água e solo, assim como extermínio de espécies da flora e da fauna. Ao percebermos que a
nossa postura era a de predadores da própria vida, passamos ao processo da educação ambiental,
quando os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação, tornando-os aptos a agir, individual
e coletivamente, na resolução de problemas ambientais presentes e futuros.
A poluição ambiental, fruto principal das indústrias de base e de transformação, bem como os
produtos por elas gerados, disseminados na forma de bens duráveis ou de consumo; a falta de infra-
estrutura sanitária do país; a emissão em massa de gases na atmosfera sem sistemas de controle, há
algum tempo, começaram a preocupar os órgãos de controle e a agravar os problemas de saúde de
milhões de pessoas.
O controle da poluição ambiental deve envolver todos os grandes segmentos do meio em que os
seres vivos se fazem presentes, ou seja, águas, ar e solo. Conseqüentemente, deve englobar os diversos
tipos de fontes que venham a produzir resíduos líquidos, emissões atmosféricas, resíduos sólidos, ruído,
vibração e radiações.
No desenvolvimento das ações de controle da poluição, deve existir uma instituição (agência) que
possa dispor de recursos humanos, materiais e econômicos compatíveis com a área de atuação e o
estágio de desenvolvimento industrial. À instituição de controle cabem tarefas específicas de proteção
e controle da qualidade ambiental. Entretanto, a preocupação de compatibilizar as atividades econômicas
e sociais com os requisitos ambientais deve permear toda a sociedade, desde a população em geral até
a classe empresarial e, em especial, os setores econômicos da administração pública. Uma instituição
de controle de poluição pouco tem a fazer quando o Estado é um agente de fomento de atividades
econômicas a qualquer preço, com reflexos sociais negativos de difícil solução.
SENAI-RJ 54
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Por fim, é importante que uma nova consciência se forme em relação aos aspectos de controle da
poluição ambiental, de modo que a instituição de controle possa dispor de condições necessárias e
suficientes para o desenvolvimento de suas ações.
Histórico
Década de 1960 -› Nessa ocasião havia o domínio do sistema "comando e controle", com proibições
e multas, e a ênfase no tratamento de fim de tubo, sem a preocupação com a redução ou prevenção da
poluição. Essa época representou o início de uma longa série de tratados ambientais, regionais e
internacionais. Uma relação mais detalhada pode ser encontrada na publicação Tratados e Organizações
Internacionais em Matéria de Meio Ambiente, volume I, da coleção Entendendo o Meio Ambiente,
da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Em 1972, foi realizada a Conferência de Estocolmo, convocada pela Assembléia Geral da ONU,
que assinalou duas posições antagônicas:
• países desenvolvidos propuseram a conservação dos recursos naturais, medidas preventivas
imediatas para evitar um grande desastre; e
• países em desenvolvimento questionavam a legitimidade das recomendações dos países ricos,
necessitavam do desenvolvimento econômico e temiam por retardar a sua industrialização.
SENAI-RJ 55
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Década de 1980 -› A indústria começa a se dar conta de que, para se manter competitiva, precisa
definir o meio ambiente como uma oportunidade de lucro. Ao adotar uma atitude mais proativa,
reconhece que um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) voluntário e significativo pode reforçar a
imagem da corporação e reduzir os custos.
Em 1984, foi criado um programa baseado nos princípios da gestão da qualidade total, incluindo a
avaliação dos impactos atuais e potenciais devidos às atividades e aos produtos químicos sobre a
saúde, a segurança e o meio ambiente. Os grupos ambientalistas começam a ter sucesso em suas
ações destinadas a influenciar a política das empresas. Nesta década, foi lançado o conceito de
desenvolvimento sustentado, que atende às necessidades presentes sem comprometer os recursos
disponíveis para as gerações futuras.
Década de 1990 -› A Comunidade Européia vem instituindo uma série de medidas ambientais,
emitindo, por exemplo, regulamentos para rótulos ecológicos, para ecoauditorias, uma política para
embalagens e obras que discutem as ações relacionadas com o ambiente e o desenvolvimento
sustentável.
Em 1992 foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, que ficou conhecida como "Cúpula da Terra" e contou com representantes de 172
países. Os documentos que resultaram dessa conferência foram os seguintes:
• Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, objetivando a busca do
desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida para todos os povos.
• Agenda 21, um plano de ação a ser implementado pelos países que o assinaram, advertindo as
autoridades, nos diferentes níveis e instâncias, sobre a necessidade de uma proposta com um
programa de medidas a serem tomadas a longo prazo para alcançar o desenvolvimento sustentável.
SENAI-RJ 56
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• Princípio para a Administração Sustentável das Florestas, isto é, o consenso global sobre
manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas.
• Convenção da Biodiversidade, com o objetivo da "conservação da biodiversidade, o uso
sustentável de seus componentes e a divisão eqüitativa dos benefícios gerados com a utilização de
recursos genéticos, através da transferência apropriada das tecnologias relevantes, levando-se
em consideração todos os direitos sobre tais recursos e através da transferência apropriada das
tecnologias relevantes..." (art. 1º da Convenção).
• Convenção sobre Mudança do Clima, que reflete a preocupação com o aquecimento de
nosso planeta e seus efeitos sobre a sobrevivência do ser humano e as condições adversas sobre
os ecossistemas.
Em janeiro de 1993, a ISO criou o Comitê Técnico (CT) 207, encarregado de desenvolver uma
norma internacional para sistemas de gestão ambiental. O TC 207 foi organizado em subcomitês (SC)
e um grupo de trabalho (WG - working group) da seguinte forma:
• SC-1, Sistemas de Gestão Ambiental, produziu as normas ISO 14001 e 14004, publicadas pela
ISO em setembro de 1996.
• SC-2, Auditoria Ambiental, produziu as normas ISO 14010, 14011 e 14012, também publicadas
pela ISO em setembro de 1996.
• SC-3, Rotulagem Industrial; as normas previstas são:
14020 – Rotulagem ambiental – princípios gerais.
14021 – Rotulagem ambiental – autodeclarações ambientais.
14022 – Rotulagem ambiental – simbologias.
14023 – Rotulagem ambiental – metodologia de verificação e testes.
14024 – Declarações de rotulagem ambiental – rotulagem ambiental tipo 1.
• SC-4, Avaliação de desempenho ambiental; norma prevista:
14031 – Avaliação do desempenho ambiental.
SENAI-RJ 57
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SENAI-RJ 58
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta seção:
SENAI-RJ 59
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2. Preencha as lacunas com a respectiva letra que condiz com a década de acontecimento do fato:
a) Década de 1960
b) Década de 1970
c) Década de 1980
d) Década de 1990
( ) Surgiram os regulamentos para rótulos ecológicos, para ecoauditorias, além de uma política
para embalagens.
( ) Convenção da biodiversidade.
SENAI-RJ 60
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Ecologia
A ecologia é a ciência que estuda as condições de vida entre os seres vivos e as relações entre
todas as espécies.
O ecossistema é uma unidade funcional básica na ecologia, pois inclui tanto os organismos vivos,
biotas, quanto os elementos não vivos; isto é, elementos físicos do ambiente, como a umidade, nutrientes,
água, ar, solo, subsolo e os sedimentos.
Um ecossistema pode ser um lago, uma floresta, um rio ou mesmo o bairro de uma cidade. Todos
possuem seres vivos interagindo entre si e com o ambiente. Em maior escala, o planeta como um
conjunto é considerado um grande ecossistema. Os ecossistemas podem ser subdivididos em pequenas
unidades bióticas, chamadas de comunidades biológicas. As maiores destas comunidades no planeta,
como a Floresta Amazônica e a Tundra Ártica, denominam-se biomas, ou seja, um tipo de ecossistema
terrestre regional.
O Brasil, sendo conhecido como o país de maior biodiversidade do mundo, tem sua riqueza
constantemente ameaçada devido aos desmatamentos (Amazônia), ocupação predatória e destruição
da Mata Atlântica, avançando para o cerrado e para a Amazônia.
Ecossistemas brasileiros
A Amazônia
É um ecossistema frágil, pois vive do seu próprio material orgânico e qualquer interrupção dos
ciclos de matéria e energia, como a retirada de árvores e outros seres vivos, coloca em risco a
existência da floresta. Uma imprudência pode causar danos irreversíveis ao equilíbrio do ecossistema.
Os solos nessa região são quase estéreis, apesar de a exuberante vegetação criar a ilusão de fertilidade
O cerrado
É uma savana (pastagem/floresta) tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com diversas
espécies de arbustos esparsos; com a expansão agropastoril e o extrativismo mineral, essa região tem
se tornado modelo de destruição. O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos
níveis de ferro alumínio. Este ecossistema é cortado por três das maiores hidrografias da América do
Sul (Tocantins, São Francisco e Prata), garantindo uma biodiversidade surpreendente tanto da flora
como da fauna.
SENAI-RJ 61
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
A caatinga
É uma região semi-árida, onde o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e
a temperatura elevada provoca intensa evaporação. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger.
Este ecossistema possui algumas “ilhas de umidade” e solos férteis, onde torna-se possível a produção
de quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo.
Os campos
Podem ser de terra firme, caracterizados por savanas de gramíneas baixas no norte da Amazônia;
e outro, conhecido por campos limpos, caracterizado pelas estepes úmidas típicas da região Sul do
Brasil; nessa região há muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e
as baixas temperaturas diminuem os níveis de evaporação, diferente dos campos do Norte do país.
O Pantanal
É a maior área úmida continental do planeta, as chuvas fortes são comuns e os terrenos quase
sempre planos são alagados periodicamente por inúmeros córregos e vazantes, isto é, muita água;
durante as cheias ocorre a fertilização da região. Grande parte dessa região continua inexplorada, mas
há indícios de exploração nas áreas de mata e devido à introdução de pastagens artificiais. A ocupação
desordenada das regiões mais altas, onde nasce a maioria dos rios, é o risco mais grave. A agricultura
indiscriminada está provocando a erosão do solo, além de contaminá-lo; com o uso excessivo de
agrotóxicos, o resultado é o assoreamento dos rios, que vem causando impacto nesse ecossistema.
A Mata Atlântica
Encontramos diversas formações vegetais associadas a ambientes de sedimentação recente,
acompanhados de diversos tipos de solo, relevos e características climáticas que têm como elemento
comum a esse diversificado mosaico de ecossistemas florestais a exposição aos ventos úmidos que
sopram do oceano. A fauna e a flora da Mata Atlântica estão em vias de extinção, mas ainda possuem
remanescentes florestais e espécies animais que contribuem para a diversidade biológica do planeta.
A zona costeira
É possível observar uma enorme variedade de paisagens como dunas, ilhas, recifes, baías, costões
rochosos, estuários, brejos e falésias; dependendo do clima e da geologia, é possível presenciar diferentes
espécies de animais e vegetais. É nessa faixa litorânea que vive mais da metade da população brasileira.
Torna-se importante salientar que a destruição dos ecossistemas litorâneos é uma ameaça para o
próprio homem, uma vez que põe em risco a produção pesqueira, uma rica fonte de alimentos.
SENAI-RJ 62
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Energia e matéria
A energia absorvida pelas plantas, apesar de ser uma pequena parcela da energia solar que chega
à Terra, é fundamental para os seres vivos. A maioria das plantas possui pigmentos verdes, as clorofilas,
que absorvem energia luminosa. Com essa energia luminosa e com gás carbônico, água e sais minerais,
e através do processo de fotossíntese, a planta produz materiais orgânicos e libera oxigênio para a
atmosfera. Durante a fotossíntese, a energia solar transforma-se em energia potencial, que fica
armazenada nos materiais orgânicos. Parte desses materiais entra na constituição dos seres vivos, e
outra parte fornece a energia necessária às suas atividades. Muitos dos materiais orgânicos formados
pelas plantas na fotossíntese constituem os alimentos, ou seja, material cuja energia pode ser utilizada
pelas células, como, por exemplo: açúcares, gorduras e proteínas.
Cadeia alimentar
Luz
O2 Produtores CO2
Consumidores primários
Consumidores secundários
Consumidores terciários
Decompositores
SENAI-RJ 63
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Os produtores
Seres autotróficos, têm a capacidade de produzir seu próprio alimento durante o fenômeno da
fotossíntese; geralmente são vegetais verdes que contêm clorofila, conferindo-lhes a cor. A clorofila
tem a capacidade de sintetizar, na presença de luz, gás carbônico e outros elementos essenciais, a sua
própria matéria orgânica, da qual irão se nutrir. Neste processo, existe a liberação do oxigênio, que é
utilizado pelos outros microrganismos. Os produtores são representados por plantas fixadas ao solo ou
flutuantes e pelas algas microscópicas, que constituem o fitoplâncton. Este desempenha um papel
extremamente importante, porque é o alimento básico para um tipo de ecossistema aquático.
Os consumidores
Chamados de seres heterotróficos, diferenciam-se dos produtores por não terem a capacidade de
elaborar o seu próprio alimento. Necessitam alimentar-se de partículas de matéria orgânica ou de
organismos. Os consumidores primários são aqueles que se alimentam diretamente dos vegetais;
portanto, herbívoros. Inclui-se nesta categoria o zooplâncton, representado por animais microscópicos.
Os consumidores secundários se alimentam dos consumidores primários e assim por diante.
Os decompositores
São representados pelas bactérias e pelos fungos. Sua função é justamente decompor os organismos
mortos em substâncias simples, utilizadas pelos produtores.
Portanto, num ecossistema existe o equilíbrio entre os seres vivos e o seu meio ambiente, implicando
um ciclo de interdependência. Nas variações no ecossistema provocadas pelo próprio homem, haverá
uma adaptação à nova situação, ou seja, ocorrerá uma auto-regulação.
Caso seja estabelecida uma situação que desestruture tal equilíbrio, mudando
significativamente as características e a harmonia desse ambiente, como a quebra
de um elo anterior, provocada pela dizimação de organismos específicos ou
não, estamos frente a uma poluição.
Poluição
São todas as substâncias que, manipuladas incorretamente, comprometem a qualidade do ar, da
água e do solo, isto é, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
• prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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Uma determinada substância não é poluente por si só. A capacidade de essa substância tornar-se
um poluente e contaminar o ambiente ou as pessoas desse ambiente está relacionada com inúmeros
fatores.
As pequenas poluições acidentais, como despejo em lugares não adequados de pequenas quantidades
de combustível, óleos e restos de tintas, por exemplo, sinalizam falhas maiores.
A elevada carga de materiais orgânicos, de resíduos das matérias-primas que compõem a cerveja,
pode provocar a agonia de um corpo d'água, dependendo do volume de água desejada e da "saúde"
desse corpo d'água, entre outros fatores.
Isso ocorre também pela característica alimentar dos resíduos do processo cervejeiro. A matéria
orgânica do nosso efluente, dissolvida na água, servirá como alimento para um grande número de
microrganismos consumidores de oxigênio.
O oxigênio dissolvido na água é a única fonte de oxigênio que os microrganismos superiores, como
crustáceos, peixes e moluscos, utilizam. As espécies mais exigentes de peixes são as primeiras a
sentir a asfixia provocada pelo excesso de matéria orgânica.
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Em uma cervejaria, a principal fonte de emissões atmosféricas são as caldeiras movidas a óleo
combustível e a utilização de gases refrigerantes tipo CFC.
Além da poluição visual e da sujeira das fuligens, frutos da combustão incompleta, os óleos
combustíveis possuem teores de enxofre elevados, e este, em contato com a umidade do ar, gera
ácidos, provocando a formação de chuvas ácidas. Sujam e corroem estruturas metálicas, acidificam o
solo, rios etc., sem falar nos danos à saúde ocupacional e pública ou nos custos de limpeza e manutenção.
A má gestão por parte das empresas, ao longo dos anos, em especial a referente aos resíduos
sólidos ou semi-sólidos, coloca em risco vários aqüíferos, principalmente os mais superficiais, justo
aqueles que abastecem ou poderiam abastecer a população de comunidades mais carentes.
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Efeitos globais
Odores, ruídos, tráfego intenso, poeiras e fuligem causam desconforto na comunidade. Pesquisas
mostram que o ruído constitui um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando hipertensão
arterial, gastrites, úlceras e impotência sexual. O limite de tolerância do homem a ruídos contínuos e
intermitentes, estabelecido pelo Ministério do Trabalho, é de 85 decibéis.
Um ruído aceitável habitualmente em uma fábrica pode não estar dentro das condições legais e se
propagar de forma diferente em função das condições atmosféricas e da topografia dos lugares.
Devemos fazer da proteção ao meio ambiente um fator de competitividade das seguintes formas:
• minimizando a produção de efluentes e resíduos através de tecnologias limpas, reciclagens e
reutilização, assim como da diminuição dos desperdícios;
• dominando as poluições para evitar derramamento e descartes acidentais de contaminantes;
• gerenciando com rigor o descarte dos efluentes, a estocagem e a disposição final de resíduos;
• trabalhando com respeito à saúde humana e ao meio ambiente a fim de prevenir acidentes
ou operações de risco que possam causar impactos ao meio ambiente e à boa imagem da
empresa; e
• desenvolvendo a comunicação interna e externa nas empresas e escolas.
Falamos hoje em desenvolvimento sustentável, em estabelecer uma relação harmônica entre
desenvolvimento e preservação do ambiente. Estamos começando a entender que o planeta é um todo
em que as partes são interdependentes e que nossas ações, mesmo que localizadas, repercutem no
sistema inteiro.
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atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada ao longo de
milhões de anos. Essa camada age como um grande guarda-sol, filtrando cerca de 99% dos raios
ultravioletas emitidos pelo sol e que causam câncer de pele e outros danos às espécies vivas.
Ultimamente, o mundo está alarmado por um grande buraco na camada de ozônio na Antártica. Os
cientistas atribuem o fato ao uso de CFCs, compostos de cloro, flúor e carbono, presentes em aerossóis
e sistemas de refrigeração. Estes, quando lançados no ar, reagem com o ozônio, destruindo suas
moléculas.
Os CFCs levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera, onde, atingidos pela radiação
ultravioleta, se desintegram, e um desses gases (CFC 13) se fragmenta, um átomo de cloro é liberado
e reage com o ozônio. O resultado é a formação de uma molécula de oxigênio e de uma molécula de
monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série de reações, um outro átomo de cloro será liberado
e voltará novamente a desencadear a destruição do ozônio. Esses gases são de fabricação barata e
bastante estáveis quimicamente. Os danos ambientais causados pelos CFCs estão obrigando a indústria
a procurar outras alternativas.
Os HCFC (CFC com um átomo adicional de hidrogênio) são uma alternativa, pois causam menos
danos à camada de ozônio, mas uma variação desse tipo de gás, o HCFC 142b, é inflamável, e há
outras que são tóxicas. O HCFC 134a, usado principalmente como propelente de aerossóis e na
fabricação de espumas para cosméticos, é considerado seguro para os seres humanos. Aparentemente,
é menos eficaz como agente de refrigeração do que os CFCs convencionais. Por isso, uma geladeira
que usa HCFC 134a gasta mais eletricidade para manter a mesma temperatura.
A proibição do uso dos CFCs tem sido adotada por diversos países,
visando proteger a integridade dos sistemas ambientais globais. Afinal,
a camada de ozônio protege todo o planeta.
Efeito estufa
É um fenômeno natural causado pela presença de nuvens e alguns gases na atmosfera que provocam
o aquecimento da superfície do planeta, retendo na atmosfera a radiação emitida pela superfície
terrestre, o que mantém a temperatura média da Terra em torno de 16ºC.
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Alterações climáticas
O clima do mundo é afetado com a destruição de florestas, porque elas regulam a temperatura, o
regime de ventos e de chuvas. As precipitações provêm, além de outros fatores, da evaporação da
água por meio da transpiração das plantas. A redução drástica da camada vegetal leva à diminuição
das chuvas e, paralelamente, ao aquecimento da Terra, já que a energia solar antes utilizada na
evapotranspiração é devolvida para a atmosfera.
Pelos sinais recolhidos por sensores dos satélites e por uma rede planetária de bóias equipadas com
termômetros, as águas do Oceano Pacífico, numa enorme região que vai da costa da América do Sul
até quase ao litoral da Austrália, estão 5,5ºC acima da temperatura média normal. É extremamente
raro constatar tal variação de temperatura naquele lugar. Há meses, em quase todas as partes do
mundo, episódios estranhos vêm sendo colocados na conta de truques e confusões que o El Niño
costuma trazer. O Rio de Janeiro teve, em pleno inverno de 1997, o dia mais quente do ano, com 42ºC.
Paris, nesse mesmo ano, sufocou-se numa inversão térmica, e o governo francês decretou um
rodízio de automóveis para aliviar o fumacê da capital. A secura do ar na Indonésia e na Malásia
provocou incêndios florestais, poluiu cidades e enfumaçou o céu de tal forma que chegou a causar dois
desastres: dois navios cegados pela fumaça trombaram, deixando 30 marujos mortos no choque. Em
todo o mundo, o El Niño do começo da década de 1980 espetou uma conta de mais de 8 bilhões de
dólares; os impactos econômicos mundiais de um El Niño forte são perturbadores.
Eutrofização
É um fenômeno que ocorre na água em virtude do aumento da concentração de nitrogênio e
fósforo provocado, por exemplo, pelo excesso de adubos no solo. Isso causa um crescimento exagerado
de algas que, além de alterar o sabor dessas águas, promove o decaimento do nível de oxigênio
dissolvido, essencial para a vida de espécies aquáticas.
Chuva ácida
É o resultado da dissociação de ácidos na água da chuva, entre eles o sulfúrico e o nítrico. Esses
ácidos são oriundos de reações químicas na atmosfera a partir de substâncias poluentes.
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A acidez excessiva de corpos d'água pode afetar algumas espécies que neles vivem, levando-as
até a morte. A vegetação pode secar ou adquirir o aspecto amarelado. A capacidade de deterioração
de materiais utilizados na construção de prédios, casas e monumentos é acelerada, sobretudo se forem
feitos de calcário. O intemperismo pode ser por dissolução direta ou pela formação e precipitação de
sulfato de cálcio, que tem a capacidade de acelerar a decomposição de cristais de sal dos materiais de
construção.
O mais agravante da chuva ácida é poder afetar um determinado local que não possua
necessariamente uma fonte emissora de gases provocadores desse problema, já que os poluentes
podem ser conduzidos de um local por centenas ou milhares de quilômetros de distância, pela ação dos
ventos. Dessa forma, passa a ser responsabilidade de todos empreender medidas que reduzam as
emissões desses poluentes na natureza.
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta seção:
a) A ecologia é a ciência que _____________________________________________
___________________________________________________________.
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Amazônia
Cerrado
Caatinga
Campos
Pantanal
Mata Atlântica
Zona costeira
3. Preencha as lacunas com a letra que esteja relacionada com os efeitos globais:
b) Efeito estufa
c) Alterações climáticas
d) Eutrofização
e) Chuva ácida
( ) Os poluentes podem ser conduzidos para um local muito distante da fonte emissora por
ação dos ventos.
( ) Os gases como dióxido de carbono, metano e vapor d'água são capazes de reter o calor
do sol na atmosfera.
( ) Filtra cerca de 99% dos raios ultravioletas emitidos pelo sol, que causam câncer de pele
e outros danos à saúde da população.
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( ) Deslocamento da massa de água quente do Pacífico Sul que, impulsionada pelo vento,
chega à costa da América do Sul, influindo no clima de todo o continente.
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Independente da nova lei de proteção ao meio ambiente, Lei n.º 6.932/98, publicada no Diário
Oficial de 31 de março de 1998, o meio ambiente já é considerado uma das prioridades para boa parte
das indústrias. A indústria tem uma grande contribuição na geração de resíduos, mesmo que estes
sejam disponibilizados de maneira adequada. A grande maioria das empresas, atualmente, tem o
compromisso de conduzir ações orientadas pelo conceito de desenvolvimento sustentável e apoiadas
nos seguintes princípios:
• reconhecimento da gestão do meio ambiente como prioridade;
• contribuição para o desenvolvimento do ser humano, a fim de que ele possa atuar de forma
ambientalmente correta;
• aperfeiçoamento contínuo dos processos, produtos e serviços, visando à melhoria constante do
desempenho ambiental e à prevenção da poluição;
• observação das legislações relativas ao meio ambiente;
• diálogo com as partes interessadas sobre as atividades e seus efeitos ambientais; e
• sistema de Gerenciamento Ambiental, abrangendo o complexo industrial, com todas as etapas de
fabricação, inclusive os seus núcleos operacionais.
Os objetivos básicos de um tratamento de efluente, seja ele líquido, sólido ou gasoso, são:
a) Para a indústria
• Recuperação de produtos - O que é resíduo na indústria é matéria-prima para outras atividades.
Na natureza não existe lixo ou resíduo, tudo pode ser usado. É um ciclo fechado, como uma
cadeia alimentar. Exemplo: ciclo do vidro, reciclagem de embalagens plásticas (inclusive PET) e
de alumínio.
• Imagem - A seleção para reciclagem melhora a organização das dependências da indústria. A
comercialização de materiais recicláveis gera receitas, muitas vezes revertidas em benefício do
meio ambiente ou dos próprios colaboradores.
• Atendimento à legislação - Maior eficiência no processo produtivo. O custo da coleta de lixo
na indústria diminui, pois o gasto para retirar uma tonelada de resíduos por ano varia de US$ 15
mil a US$ 20 mil.
b) Para o governo
• Definição de padrões - Caracterização de resíduos segundo as normas técnicas da ABNT, de
forma a facilitar a separação desses resíduos, como a NBR 10004, que apresenta a classificação
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de resíduos sólidos, tendo em vista a saúde e o meio ambiente; a NBR 10005 fixa condições para
lixiviação de resíduos; a NBR 10006 difere resíduos classe II e III (sólidos); e a NBR 10007, para
amostragem, preservação e estocagem de amostras de resíduos sólidos.
c) Para a sociedade
• Qualidade de vida - Existe o comprometimento da indústria com a comunidade, a fim de reverter
os resultados em benefícios como projetos sociais e culturais ou doações a entidades beneficentes.
• Disposição adequada dos resíduos gerados - Cada tonelada de lixo separado deixa de ocupar
espaço de 1,7m3 nos aterros. Cada tonelada de papel reciclado substitui o plantio de monocultura
de eucaliptos em uma área de 100 a 350m2, além de economizar entre 18 a 20 mil litros de água
e 1 a 1,2 mil litros de óleo combustível.
Caracterização de efluentes
industriais
A caracterização de efluentes industriais tem importância fundamental nas ações ligadas à concepção
e operação de sistemas de tratamento, uma vez que somente através do pleno conhecimento da
natureza dos despejos será possível definir métodos de tratamento e rotinas operacionais que sejam
técnica e economicamente eficazes.
Várias são as razões pelas quais se faz necessária a identificação de águas residuárias industriais
sob os aspectos físicos, físico-químicos, biológicos e bacteriológicos, destacando-se:
• na determinação do potencial poluidor do despejo em termos de agressividade ao corpo receptor
(água ou solo);
• na determinação do potencial poluidor do despejo, em relação aos padrões de emissão (end of
pipe) e de qualidade (corpo receptor), estabelecendo em legislação e/ou normas específicas;
• por ocasião da concepção de sistemas de tratamento de efluentes e na destinação dos lodos
decorrentes;
• na operação de sistemas de tratamento de efluentes e na definição ou alteração de procedimentos
operacionais; e
• na montagem de um banco de dados, tendo em vista cada despejo específico, de maneira a
formar um acervo de informações respaldadas na experiência nacional para cada tipo de atividade
industrial.
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Sólidos totais
O conteúdo dos sólidos totais de um despejo é definido como toda matéria que permanece como
resíduo após a evaporação à temperatura de 103ºC a 105ºC. Sólidos totais podem ser classificados
como: em suspensão ou filtráveis.
Temperatura
A temperatura das águas residuárias é um parâmetro de grande importância, devido ao seu efeito
na vida aquática. A elevação da temperatura por meio de despejos industriais aquecidos pode causar
danos a espécies de peixes no curso de água. Além disso, oxigênio é menos solúvel em água quente
que em água fria.
Cor
A cor é geralmente provocada por corantes orgânicos e inorgânicos.
Odor
Os odores são provocados por gases produzidos pela decomposição da matéria orgânica e também
por contaminantes como o fenol, substâncias tanantes e outros.
Turbidez
É outro parâmetro indicativo da qualidade das águas residuárias com relação a material coloidal.
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1º Estágio
(DBO carbonácea)
DBO mg/l
2º Estágio
(Nitrificação)
0 10 20 30 40 50 60 70
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pH
A concentração hidrogeniônica tem uma faixa adequada para a existência de vida que é muito
estreita e crítica. Os despejos com concentração inadequada do íon hidrogênio são difíceis de se tratar
por métodos biológicos.
Metais pesados
Traços de metais pesados como níquel, manganês, chumbo, cádmio, zinco, ferro e mercúrio aparecem
constantemente em alguns despejos industriais. A presença de quaisquer destes metais em quantidade
excessiva prejudica os usos benéficos da água.
Compostos tóxicos
Metais como cobre, chumbo, cromo, arsênio e outros são tóxicos em concentrações variáveis.
Muitas instalações de tratamento têm sido prejudicadas pela chegada desses íons, provocando a
diminuição de atividade ou mesmo a morte de microrganismos.
Alguns ânions tóxicos, incluindo cianetos e cromatos, estão presentes também em instalações de
galvanoplastia e normalmente devem ser removidos antes de serem lançados na rede de efluentes.
Oxigênio dissolvido
Oxigênio dissolvido é necessário para a respiração de microrganismos aeróbicos. A quantidade de
oxigênio que pode estar presente na água é regulada por diversos fatores, tais como: a solubilidade do
gás, a temperatura, a salinidade, a pressão parcial do gás, sólidos em suspensão etc. A presença de
oxigênio dissolvido em águas residuárias é desejável por prevenir a formação de substâncias mal
cheirosas.
Gás sulfídrico
O gás sulfídrico é formado pela decomposição de matéria orgânica contendo enxofre, ou pela
redução de sulfitos a sulfatos. Esse gás tem odor característico (cheiro de ovo podre).
Metano
É o principal produto da decomposição anaeróbica da matéria orgânica. É inodoro, incolor, altamente
combustível e explosivo em atmosfera de baixa ventilação. Os limites explosivos do metano no ar são
de 5% a 15% em volume.
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A poluição por matéria orgânica vem crescendo muito, principalmente com a expansão acelerada
da indústria petroquímica. As análises que identificam a concentração e as características dos esgotos
domésticos não podem ser plenamente aplicadas aos despejos industriais.
Despejos tóxicos, por exemplo, podem ter alta DQO, mas têm baixa DBO, mesmo que esteja
presente grande quantidade de matéria orgânica. A sinergia, isto é, o efeito combinado de vários
produtos químicos, pode ser mais acentuada do que quando esses produtos agem isoladamente.
Desnecessário dizer que a correta caracterização de efluentes por meio de campanhas exaustivas
de monitoramento é premissa necessária para o sucesso de um empreendimento que vise depurar
águas residuárias com máxima eficiência a custos minimizados. Dessa forma, o cumprimento desta
primeira fase tem que ser necessariamente estimulado, sob pena de se pôr a perder todo o esforço
futuro na implantação de um sistema de tratamento que, logicamente, não se poderia assentar em
bases que não fossem consolidadas.
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo. Marque "C" para a alternativa correta e "F" para a alternativa
falsa.
( ) Um dos objetivos de se tratarem efluentes é melhorar a qualidade de vida da sociedade.
( ) Para o governo é importante definir os padrões a partir da caracterização dos resíduos e
controlá-los através de leis.
( ) A indústria deve atender à legislação ambiental e buscar maior eficiência no processo
produtivo, diminuindo os desperdícios.
( ) A seleção de resíduos dentro de uma indústria não interfere na imagem dela perante os
colaboradores, a sociedade e o governo.
( ) O Sistema de Gerenciamento Ambiental abrange apenas a estação de tratamento de
efluentes de uma indústria.
( ) As ações ambientais devem ser baseadas no conceito de desenvolvimento sustentável.
( ) O potencial poluidor de uma indústria é conhecido após a caracterização de seus efluentes.
( ) Os métodos de tratamento são introduzidos e depois verificados através da caracterização
dos efluentes.
Utiliza termômetros
DBO
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Odor —
Metodologia analítica
quantitativa (titulação)
DQO
Metais pesados
contendo enxofre —
Compostos
tóxicos
Metano —
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Cada estação de tratamento possui as suas unidades, que deverão estar relacionadas em função do
tipo de efluente gerado na indústria. Existem três tipos de tratamento para os efluentes líquidos: o
primário, o secundário e o terciário.
Tratamento primário
As impurezas contidas nos efluentes são constituídas de substâncias minerais e orgânicas carregadas
pela água, em parte sob a forma de material não dissolvido e em parte sob a forma dissolvida. A esta
se acrescem os microrganismos, principalmente bactérias, que encontram sua alimentação na matéria
orgânica. Para retirar dos efluentes as diversas impurezas, existe uma série de processos unitários
físicos, químicos e físico-químicos que objetivam a separação e remoção de sólidos suspensos decantáveis
e flutuantes. Esses tipos de processos têm pouca ação sobre as substâncias dissolvidas e coloidais.
O tratamento primário abrange a remoção de sólidos flutuantes de dimensões relativamente grandes,
areias, óleos e gorduras. Para esta finalidade são utilizadas grades, peneiras, caixas de areia ou tanque
para remoção de óleo e graxas.
Crivos e grades
São utilizados para reter sólidos grosseiros tais como galhos, papéis, pedras etc., que ficam retidos
nas grades ou peneiras quando existe a passagem do efluente por esses equipamentos, assim como
para proteção de bombas, válvulas e outros equipamentos contra obstrução. A fim de evitar entupimentos,
as partículas de menores dimensões que não forem retidas no gradeamento podem ficar retidas nas
peneiras, que devem ser do tipo rotativa. O material que fica retido pode ser removido manual ou
mecanicamente.
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Caixas de areia
São utilizadas para sólidos sedimentáveis, como a areia e outros detritos minerais inertes e pesados.
Essas caixas são construídas como canais ou câmaras, de tal forma que os sólidos mais leves em
suspensão, certamente matéria orgânica, não ficam retidos nessa unidade, por ter sido projetada para
que a velocidade de escoamento do efluente esteja dentro dos limites desejáveis, podendo ser instalados
dispositivos reguladores, como calhas Parshall. Dessa forma, o material sedimentado é retirado e
disposto em aterro sanitário.
Tanques de equalização
Chama-se de tanque de equalização uma unidade que tem como objetivo homogeneizar o efluente
líquido. Normalmente, os efluentes são descarregados de forma intermitente durante as horas de
trabalho da empresa, havendo uma disparidade grande nas características dos despejos. Para o eficiente
funcionamento de um sistema de tratamento, é preferível haver um fluxo regular tanto em vazão como
em características físico-químicas. Nesta operação, é necessário que os despejos sejam misturados
de modo a garantir a uniformidade do efluente para os processos subseqüentes, além de não permitir
a sedimentação dos sólidos suspensos no tanque de homogeneização e manter as condições aeróbias
do efluente. Para tanto, é necessária uma agitação mecânica, que poderá ser promovida pela ação de
aeradores mecânicos, sopradores de ar ou misturadores.
O ajuste de pH é de vital importância tanto para proteger os tratamentos por métodos biológicos
como para obter floculação ou mesmo neutralização, a fim de evitar o lançamento de águas ácidas ou
alcalinas num corpo receptor. Quando existem materiais suspensos de difícil sedimentação, pode-se
fazer uma adição de coagulantes químicos. Para esta operação necessita-se de ajuste do pH do
efluente. Após a floculação, deverá haver uma sedimentação, que será realizada no decantador primário,
ou uma flotação, no flotador, de acordo com a conveniência.
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Flotação
Flotação é a remoção de sólidos em suspensão por intermédio de microbolhas que são fornecidas
ao líquido com adição de ar pressurizado. O ar dissolve-se no líquido numa proporção que depende da
pressão e da temperatura. Durante a ascensão das bolhas, carregam para a superfície, por adsorção,
o material suspenso.
Tanques de decantação
São empregados na separação dos sólidos sedimentáveis contidos nas águas residuárias. A
decantação primária consiste em unidades que removem o material sólido suspenso sedimentável,
aproveitando a ação da gravidade. Aqui estará incluída parte da matéria orgânica sedimentável.
Tratamento secundário
Este tipo de tratamento consiste na estabilização da matéria orgânica contida nos efluentes líquidos
através de microrganismos. Os processos biológicos dividem-se em aeróbios e anaeróbios.
O lodo ativado é uma massa de microrganismos que, em contato com o efluente e na presença de
oxigênio, tem a capacidade de estabilizar a matéria orgânica biodegradável. Nesse lodo, além das
bactérias aeróbias (flocos biológicos), são encontrados animais microscópicos característicos,
dependendo das condições verificadas no meio. Durante o processo, utiliza-se um tanque chamado
tanque de aeração, no qual o efluente é introduzido para misturar-se a uma concentração de
microrganismos que necessitam de nutrientes como nitrogênio e fósforo, oxigênio, pH e temperatura
adequados. Como fonte de oxigênio, introduz-se ar sob a forma de bolhas, através de difusores, ou por
meio de uma turbulenta agitação, através de aeradores. Após o tempo necessário de contato entre os
microrganismos e o efluente para que haja a degradação da matéria orgânica, o efluente do tanque de
aeração é conduzido a decantadores secundários.
Parte do lodo sedimentado retorna ao tanque de aeração, com o objetivo de manter a concentração
da população ativa das bactérias, e a outra parte é descartada, o que representa o excesso de lodo, isto
é, o excesso de microrganismos que foi gerado pela própria reprodução. O efluente dos decantadores
secundários é o efluente final do tratamento secundário, se tiver sido escolhido o sistema de lodo
ativado, e está pronto para ser lançado em um corpo receptor ou dar entrada no tratamento terciário.
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Neste processo o despejo líquido é aspergido sobre pedras e escoado através do leito filtrante. O
filtro biológico consiste em um leito filtrante de meio altamente permeável, onde os microrganismos
são afixados e através do qual o despejo líquido é percolado. Normalmente, o filtro biológico é circular,
sendo o despejo líquido distribuído sobre a parte superior do leito, por meio de braços rotativos. O
efluente sai por uma camada de drenos, juntamente com os sólidos biológicos. O material orgânico
presente no despejo é degradado por uma população de microrganismos afixados no meio filtrante. A
comunidade biológica no filtro consiste essencialmente em protistas, incluindo bactérias aeróbias,
anaeróbias e facultativas, fungos, algas e protozoários, além de animais superiores, como vermes,
insetos, larvas e lesmas.
A principal diferença entre este tipo de processo e o lodo ativado consiste no fato de que os
microrganismos atuantes na estabilização da matéria orgânica estão aderidos a um leito fixo, ou seja,
às paredes do material do "recheio", ao contrário do processo de lodo, onde se encontram em suspensão.
Em cada parede do "recheio", um lodo de natureza mista se forma: na parte interna, uma camada
anaeróbia; na parte intermediária, uma mista; e na parte externa, uma camada aeróbia.
São largamente utilizadas para redução de ocupação de extensas áreas por lagoas aeróbias e
facultativas. Nestas lagoas a degradação é feita na ausência de oxigênio livre, as bactérias anaeróbias
removem o oxigênio dos compostos existentes no efluente, oxidando a matéria orgânica. Estas reações
liberam a energia necessária às atividades vitais dos microrganismos. Através do uso de sistemas
combinados para tratar águas residuárias, a estabilização de lodos gerados na estação de tratamento
de efluentes tem sido sistematicamente realizada através dos digestores anaeróbios convencionais.
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O biogás produzido é conduzido a gasômetros, através dos quais é mantida a pressão no interior dos
reatores. Após o gasômetro, o biogás poderá ser conduzido ao flare atmosférico ou, em alguns casos,
utilizado no processo industrial.
O excedente de lodo anaeróbio é drenado dos reatores anaeróbios por gravidade para o interior de
caminhões-tanque ou, caso exista na unidade, tanques de lodo excedente.
Existem quatro estágios básicos que descrevem a atuação dos grupos metabólicos de bactérias no
processo anaeróbio:
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Ácidos graxos
Etanol
Acetato H2 + CO2
Descarboxilação Formação
de acetato redutiva de
(4) metano
(4)
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a partir de H2 e CO2. É importante ressaltar que o H2 pode ser utilizado como substrato para as
bactérias homoacetogênicas, assim como pelas metanogênicas (microrganismo do 4º estágio) e as
redutoras de sulfato.
Estudos demonstram que 70% do metano formado na digestão anaeróbia provêm da descarboxilação
do acetato. Em conseqüência, o acetato é o principal precursor da produção do metano.
As bactérias acetotróficas conhecidas são Methanococcus Mazei (capazes de utilizar H2, metano
e metilaminas, além do acetato), Methanosarcina Barkeri (capazes de utilizar H2, metanol, metilaminas
e etil dimetil amina, além do acetato) e Methanotrix Soehngenii (substrato específico: acetato).
Esta reação é importante como mecanismo de geração de metano, mas tem implicações mais
amplas no processo global de digestão anaeróbica porque propicia a efetiva remoção de H2 do meio de
fermentação, garantindo a produção de ácido acético, assim como cria condições favoráveis para o
metabolismo da bactéria acetogênica formadora de hidrogênio.
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A presença de sulfato (SO42–) acarreta a formação de sulfeto (S2–), que em altas concentrações é
tóxico para as metanobactérias e proporciona odor não característico à ETDI.
Formaldeído 7ppm
Antes do tanque de
Enxofre 50ppm
acidificação/recirculação
Óleos e graxas 25ppm
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Granulação do lodo
Uma das principais características do processo anaeróbio realizado no reator de fluxo ascendente
com leito de lodo é o desenvolvimento de um lodo com elevadas propriedades de sedimentação,
decorrentes de agregação dos microrganismos, o que proporciona aumento do diâmetro da partícula e,
conseqüentemente, maiores velocidades de sedimentação. O exemplo mais notável é o lodo granular.
Tratamento terciário
Depois de o efluente industrial ser submetido ao tratamento primário e secundário, ele pode ser
conduzido ao tratamento terciário, também conhecido como avançado, e envolve processos físicos,
químicos e biológicos. Ocorre usualmente quando o efluente dos tratamentos anteriores ainda não
apresenta a qualidade exigida para o lançamento no corpo receptor.
O tratamento terciário é o refinamento para um destino mais nobre a este efluente. Importante é
que o tratamento terciário não significa solução para eficiência insatisfatória do tratamento primário e
secundário, além de ser caro.
A seguir serão descritos métodos que podem ser utilizados no tratamento terciário:
Precipitação química
Os coagulantes precipitam os sólidos em suspensão não sedimentáveis e parte dos colóides sob a
forma de flocos, provocando assim sua sedimentação. Os melhores agentes de floculação para águas
residuárias são: o sulfato férrico e o cloreto férrico. Pode-se também provocar formação de hidróxido
férrico a partir de aparas de ferro na própria água. A quantidade de reagentes adicionada deve ser
sempre regulada em função da vazão e da concentração do efluente. A floculação exige um determinado
pH; em virtude da freqüente variação do pH do esgoto, ele deve ser corrigido pela aplicação conveniente
de reagentes.
Nitrificação e desnitrificação
Consegue-se uma remoção de nitrogênio mais avançada ao se aplicar à biomassa uma carga
orgânica reduzida, obtendo-se inicialmente o maior teor possível de nitratos. Em seguida, o efluente
deste tanque é misturado com o efluente a tratar e mantido algum tempo em estado de depleção de
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oxigênio. Aí as bactérias anaeróbias facultativas removem o oxigênio dos nitratos e eliminam o nitrogênio
sob a forma gasosa. Nas estações de tratamento de efluentes por lodos ativados de baixa capacidade
cujo tanque de aeração tenha fluxo em circuito fechado, pode-se realizar a nitrificação e a desnitrificação
em vários pontos da unidade.
Filtração
Filtros têm sido desenvolvidos com dupla ou múltipla camada de material filtrante, a fim de propiciar
maior profundidade de acumulação de sólidos suspensos. Neste caso, emprega-se o antracito
adicionalmente à areia. Além dos sólidos em suspensão, os poros de material filtrante retêm, também,
microrganismos.
Desidratação de lodo
Realiza-se através de:
• adensamento;
• leitos de secagem;
• filtro prensa;
• filtro a vácuo; e
• centrífugas.
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Coleta
Tratamento
Destino
Transporte
Aterro Disposição
Compostagem Incineração Reciclagem
sanitário no solo
Devem ser registrados pelos responsáveis todos os resíduos recicláveis dentro de uma fábrica
durante o processo de produção. É essencial informar a existência de qualquer material que venha
sendo reaproveitado ou reciclado. Neste caso, deverão ser registrados os preços praticados, a empresa
coletora, o destino que está sendo dado ao material e o setor da indústria que faz a sua comercialização.
Coleta
Para um bom gerenciamento dos resíduos, são necessários, como requisitos básicos, a identificação
do tipo de resíduo produzido, as quantidades e a forma de manipulação.
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A disposição e o acondicionamento desses produtos devem ser feitos em áreas próprias, abrigadas
das intempéries e suficientemente ventiladas. No caso de resíduos orgânicos, deve-se evitar ao máximo
a proliferação de vetores transmissores de doenças.
Tratamento
Muitas vezes, tornam-se necessárias a minimização, a eliminação e/ou a fixação de certos constituintes
perigosos. Basicamente, ocorrem da seguinte maneira:
• convertem-se os constituintes agressivos em formas menos perigosas ou solúveis;
• distribuem-se quimicamente os produtos indesejáveis;
• separam-se da massa de resíduos os constituintes perigosos, com a conseqüente redução do
volume a ser disposto; e
• altera-se a estrutura química de determinados produtos, tornando mais fácil sua assimilação pelo
microrganismo.
Destino
Existem estudos técnicos de tratamento ou disposição adequada dos resíduos, mas nem sempre
esses estudos visam à recuperação ou reciclagem de elementos componentes dos resíduos sólidos de
modo a obter, de seu processamento, um benefício econômico ou, pelo menos, ecológico. Dentre os
processos que vêm sendo utilizados, temos:
Aterros sanitários
Os resíduos são dispostos no solo, em camadas sucessivas de espessura predeterminada, sendo
cada uma recoberta por uma camada de solo argiloso, compactado.
A principal restrição diz respeito ao fato de não proporcionar a desejável reciclagem de materiais
para os solos de cultivo de onde se originem, uma vez que os aterros são realizados nas proximidades
da cidade e não nas áreas agrícolas ou florestais. É uma solução mais econômica, mas, na verdade,
uma visão parcial do problema em termos de custo de transporte e mecanização do processo, não
levando em conta o dano que poderá causar à composição do solo.
Incineração
Neste processo, existe uma redução de 85% em peso ou 95% em volume. Há quem defenda que
a única solução para o lixo esteja na incineração, mas a tese tem muitos adversários, bem munidos de
argumentos. O primeiro é que o processo libera para a atmosfera dioxina, furano e outras substâncias
tóxicas. O segundo está na alta concentração de metais pesados sem uma destinação final adequada,
dependendo do tipo de resíduo. O terceiro argumento é o altíssimo custo da incineração, se feita de
forma adequada, a temperaturas muito elevadas.
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Compostagem
A parte orgânica é submetida a um tratamento biológico do qual resulta, como produto, o composto,
material utilizado no recondicionamento e na fertilização do solo. Nas áreas rurais, a compostagem é
praticada através do empilhamento de camadas alternadas de vários tipos de resíduos tais como:
esterco, folhas, resíduos de agricultura e lixo doméstico. Essas pilhas são chamadas de leiras, as quais
são periodicamente revolvidas para arejamento do material. Após um período de 60 a 90 dias, todo o
material apresenta um aspecto turfoso, escuro e granulado, rico em calóides e micronutrientes, recebendo
a denominação de composto.
Disposição no solo
Reciclagem
O sucesso de um programa de reciclagem na fábrica depende basicamente da conscientização de
todos os colaboradores, contando com o comprometimento da alta direção. Para a implantação de
procedimentos operacionais como separar, acondicionar, coletar e comercializar os materiais recicláveis,
é preciso que todos sejam sensibilizados.
O primeiro passo é criar um grupo envolvendo primordialmente os profissionais da área de meio
ambiente, treinamento, comunicação, segurança do trabalho e qualidade. Em reuniões periódicas deverão
ser propostas sugestões, bem como acompanhamento e avaliação dos procedimentos de coleta seletiva,
que por sua dinâmica envolvem mudanças de rotina em todos os níveis da indústria.
A reciclagem do alumínio permite grande economia de matéria-prima e de energia. Cada quilo de
alumínio reciclado representa uma economia de cinco quilos de bauxita, gastando-se apenas 5% da
energia elétrica necessária para a produção do alumínio primário. As embalagens de alumínio
apresentam uma vantagem comparativa na reciclagem em relação às de outros materiais, em face do
preço mais elevado da sucata de alumínio. Além disso, o alumínio pode ser reciclado indefinidamente
para o mesmo uso inicial, o que não acontece com os outros materiais, dos quais se obtém um reciclado
de qualidade inferior.
O índice de reciclagem de latas no Brasil atingiu cerca de 61% em 1996, valor comparável ao dos
países que mais reciclam latas no mundo, como os Estados Unidos (63%) e o Japão (67%), e superior
ao índice da União Européia, com cerca de 42% na média.
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No Brasil só reciclamos 15% dos plásticos produzidos. O grande problema para a reciclagem dos
plásticos é a grande quantidade de tipos de plásticos utilizados pelas indústrias. Para início de um
programa de reciclagem, o ideal é determinar o tipo de plástico a ser coletado. A sucata de plásticos
misturados tem pouco valor, pois a contaminação dificulta muito o processo de reciclagem. Veja o que
pode ou não ser reciclado:
Plásticos recicláveis: potes de todos os tipos, sacos de supermercado, embalagens para alimentos,
recipientes domésticos, tubulações e garrafas de PET.
Plásticos não recicláveis: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuteria, espuma,
embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.
O vidro é 100% reciclável e, portanto, uma embalagem amiga do meio ambiente. A reutilização do
vidro ocorre quando reaproveitamos os frascos em casa. Os vidros retornáveis são as garrafas que
devolvemos nos supermercados, e a sua reciclagem é feita nas fábricas com vidros que já foram
usados.
Hoje, há um aproveitamento de 70% do vidro, isto é, 35% de embalagens recicladas, 29% de
retornáveis e 6% de embalagens reutilizáveis. Os 30% de embalagens restantes são destinados aos
aterros sanitários, e os programas de reciclagem tentam recuperá-los.
À medida que a indústria vidreira recicla o vidro, diminui a emissão de gases, dióxido de carbono,
para a atmosfera. Reciclando o vidro, poupa-se a extração de minérios como a areia, a barrilha, o
calcário, o feldspato e outros, além de aumentar a vida útil dos aterros, pois 2% do lixo doméstico é
vidro.
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Toda poluição de origem química poderá ser corrigida. Cessa a causa e cessará o efeito, pois a
natureza reagirá por si mesma. A única e mais terrível exceção é a poluição provocada pela queima
dos combustíveis fósseis.
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As fontes de emissão de poluentes atmosféricos primários e secundários podem ser as mais variadas
possíveis: a emissão de gases tóxicos por veículos automotores é a maior fonte de poluição atmosférica.
Nas cidades, esses veículos são responsáveis por 40% da poluição do ar, porque emitem gases como
o monóxido e o dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, derivados de
hidrocarbonetos e chumbo. As refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas, fábricas de
papel e cimento emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados, além de diversos resíduos sólidos.
A identificação de uma fonte de poluição atmosférica depende, antes de mais nada, dos padrões
adotados para definir os agentes poluidores e seus efeitos sobre homens, animais, vegetais ou materiais,
assim como dos critérios para medir os poluentes e seus efeitos.
• Fontes específicas - Podem ser fixas ou estacionárias. Ambas são de natureza industrial, isto é,
provenientes dos vários segmentos de indústrias.
• Fontes múltiplas - Podem ser fixas ou móveis. Exemplos de fontes múltiplas podem ser: queima
de combustíveis, queima de lixo ou resíduo sólido, evaporação de produtos de petróleo e atividades
que produzem odores.
• Fontes naturais - Podem ser o solo que nos fornece as poeiras de terra; a vegetação, constituída
de resíduos vegetais; os oceanos, de onde são desprendidas gotículas de água carreadas ou não
de sais, formando mais uma parcela de material particulado na atmosfera etc.
Qualidade do ar
Alguns métodos de medição de poluentes são: o amostrador de grandes volumes (partículas totais
em suspensão), pararrosanílio (SO2), infra-vermelho não dispersivo (CO), quimioluminescência (NO2
e O3), refletância (fumaça) e filtração (partículas estáveis).
Na esfera estadual, a CETESB, órgão fiscalizador em São Paulo, transforma valores de poluentes
prioritários em índices adimensionais para facilitar o entendimento da população, da seguinte forma:
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Metodologia CETESB
0 - 50 BOA
51 - 100 REGULAR
200 - 299 MÁ
Ainda por muitos anos poderemos ficar dominados pela situação vigente se não houver uma reação;
é preciso que encaremos a realidade: se as providências forem tomadas tarde demais, nossa atmosfera
poderá estar seriamente comprometida. No entanto, há métodos de minimização do sistema, como:
• planejamento territorial e saneamento: a topografia do local influi diretamente na dispersão dos
poluentes;
• eliminação e minimização das emissões poluidoras;
• diluição e mascaramento dos efluentes;
• utilização de equipamentos de controle de poluição do ar, como precipitadores hidrodinâmicos que
carreiam as partículas, condensam forçadamente névoas e vapores, solubilizam e neutralizam
odores e gases, além de ciclones, filtros e torres de lavagem; e
• tratamento efetivo antes do lançamento na atmosfera.
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Exercícios
1. Preencha as lacunas com a respectiva letra que esteja relacionada com os tipos de tratamentos
de efluentes industriais líquidos, conforme indicado abaixo:
a) Tratamento primário.
d) Tratamento terciário.
( ) Filtros biológicos
( ) Precipitação química
( ) Caixas de areia
( ) Digestão anaeróbia
( ) Crivos e grades
( ) Tanques de decantação
( ) Lodo ativado
( ) Oxidação química
( ) Lagoa de estabilização fotossintética
( ) Tanques retentores de gordura
( ) Nitrificação e desnitrificação
( ) Desidratação de iodos
( ) Metanogênese
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Microrganismo: ___________________________________________________
Lipídeos → ____________________________________________
Proteínas → ___________________________________________
Fermentação:
Glicose → ____________________________________________
Glicose → ____________________________________________
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
Etanol → ____________________________________________
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Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
H 2 + CO2 → ____________________________________________
4º estágio - Metanogênese
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
4 H2 + CO2 → ____________________________________________
CH3COO + H2O → ___________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
Bactérias metanogênicas:
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Incineração
Compostagem
Disposição no solo
Reciclagem
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As medidas quantitativas para avaliar o desempenho ambiental de uma empresa, como o volume
de substâncias, concentrações e freqüência de ocorrências, são comuns particularmente na monitoração
dos limites da instalação, como descargas de efluentes e emissões atmosféricas.
O capital financeiro gasto por ano em melhorias ambientais dentro de uma empresa é uma indicação
útil do compromisso da empresa com o desempenho ambiental, mas pode ter pouca correlação com
esse real desempenho.
O alcance dos objetivos e metas de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) implementado para
atingir melhorias contínuas é claramente uma medida da melhoria do desempenho ambiental.
A medição dos fatores ambientais pode ser exigida para provar a conformidade com a legislação e
com a política ambiental corporativa. A eficiência do negócio pode ser melhorada através da redução
de custos e de melhor controle. O gerenciamento ambiental proativo exige ações para controlar o
risco e monitorar os resultados da ação tomada. Ao avaliar os aspectos do desempenho ambiental,
uma empresa pode comunicar sua probidade ambiental a uma variedade de audiências.
As principais normas de SGA da ISO 14001 e o European Union Ecomanagement and Audit
Scheme (EMAS), assim como outras normas nacionais, compartilham uma abordagem comum em
que um SGA consiste em cinco elementos genéricos:
• uma política ambiental pública que demonstre o compromisso com a melhoria do desempenho
ambiental;
• a identificação, o exame e a avaliação dos efeitos ambientais da empresa;
• o estabelecimento dos objetivos e das metas ambientais para gerenciar e minimizar os efeitos
ambientais;
• um programa de gerenciamento para atingir os objetivos e as metas; e
• os procedimentos de controle, monitoração e auditoria para assegurar que o sistema seja eficaz e
adequado.
Política
Programa gerencial
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Os princípios do gerenciamento ambiental são baseados em quatro ações básicas que representam
uma hierarquia real em termos de custos, esforços e energia em que a melhor alternativa é a prevenção
de um impacto ambiental emergente. A ISO 14001 exige um compromisso da empresa para prevenir
a poluição.
A norma ISO 14001 especifica os requisitos relativos a um SGA, permitindo à organização formular
política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos
ambientais significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela
organização e sobre os quais se presume ela tenha influência. Em si, ela não prescreve critérios
específicos de desempenho ambiental.
SENAI-RJ 104
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2ª – Implementação e operação
• estrutura e responsabilidade;
• treinamento, conscientização e competência;
• comunicação;
• documentação do SGA;
• controle de documentos;
• controle operacional; e
• preparação e atendimento a emergências.
2o Planejamento
• identificação dos aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais associados;
• levantamento dos requisitos legais e outros requisitos;
• estabelecimento de critérios internos de desempenho;
• estabelecimento dos objetivos e metas ambientais; e
• elaboração do programa de gestão ambiental.
SENAI-RJ 105
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3o Implementação
• assegurando a capacitação: recursos humanos, físicos e financeiros, harmonização do SGA,
responsabilidade técnica e pessoal, conscientização ambiental e motivação, conhecimentos,
habilidades e treinamento; e
• ações de apoio: comunicação e relato, documentação do SGA, controle operacional, preparação
e atendimento a emergências.
4o Medição e avaliação
• medição e monitoramento;
• ações corretiva e preventiva;
• registros do SGA e gestão da informação; e
• auditorias do SGA.
– Melhoria contínua:
• oportunidades de melhoria do SGA;
• causas de não-conformidades e deficiências;
• ações corretivas e preventivas;
• verificação da eficácia dessas ações;
• documentação; e
• comparação do progresso com os objetivos e metas.
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Resultados esperados
• diagnóstico da situação atual das organizações em relação à gestão ambiental;
• conscientização e implementação de um SGA por parte das organizações;
• integração organização/comunidade, obtida pela divulgação das ações desenvolvidas pela
organização na busca do desenvolvimento industrial ecologicamente sustentável; e
• subsídios para elaboração de estratégias de adequação do parque industrial às novas exigências
de mercado.
Como demonstrar?
• fazer reuniões internas para discutir o assunto;
• realizar seminários internos;
• participar de reuniões, seminários e outros eventos;
• promover o acesso e a divulgação interna de informações; e
• realizar campanhas internas e eventos de sensibilização.
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A avaliação ambiental inicial é a base do sistema de gestão ambiental. Para verificar como a
organização está em relação à gestão ambiental, deve-se, em primeiro lugar, selecionar as áreas a
serem avaliadas. As técnicas mais comuns para conduzir esse processo são:
• questionários;
• entrevistas;
• checklists;
• inspeção direta e medição;
• revisão dos registros; e
• benchmarking.
Registro dos
Requisitos legais
regulamentos
Entrevistas
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Coordenador
• Responsabilidade e autoridade.
Aptidões
• Pesquisa, entrevistas, análise de dados e elaboração de relatórios.
Etapas da avaliação
• rever legislação e licenças;
• identificar atividades e operações;
• conduzir um balanço de massa;
• preparar croquis da unidade;
• elaborar diagrama de fluxo do processo;
• rever dados ambientais;
• ter completo reconhecimento da unidade;
• entrevistar pessoal operacional e gerentes; e
• reunir-se com as autoridades reguladoras.
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Relatórios da avaliação
• sumário executivo;
• explanação do que foi feito e o porquê;
• antecedentes;
• atividades e processos;
• descargas/emissões;
• estoque de materiais;
• disposição de resíduos; e
• sistema de gestão.
Política ambiental
Política (entradas)
• resultados da avaliação ambiental inicial;
• valores e crenças da organização;
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Tornar público
• assegurar distribuição abrangente interna e externamente; e
• explicar o histórico da experiência anterior da empresa, bem como a implementação da política.
Internamente
• comunicação pessoal do diretor geral;
• cursos de treinamento básico;
• correspondência, periódico;
• quadro de avisos; e
• reuniões.
Externamente
• brochura/folheto e relatório anual;
• propaganda; e
• reuniões.
2o Princípio – Planejamento
Questões a serem consideradas na identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais:
• Quais são os aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização?
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Participantes do processo
• Ministério Público: Promotoria Pública e Procuradoria Pública;
• órgão ambiental;
• empreendedor; e
• consultoras.
Aspectos ambientais
A identificação dos aspectos e a avaliação dos impactos ambientais são um processo efetivado em
quatro etapas:
1a. identificação da atividade, produto ou serviço;
2a. identificação dos aspectos ambientais;
3a. identificação dos impactos ambientais; e
4a. avaliação da significação do impacto.
impacto → efeito
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Aspectos a relacionar
Impactos ambientais no ar
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• Distúrbio • Mineração/construção
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• Visual • Construção
• Poeira • Lixo
• Ruído • Resíduos
• Vibração • Tráfego
• Fontes de energia
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A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar e ter acesso a leis,
regulamentos e códigos aplicáveis às suas atividades, seus produtos ou serviços.
Deve-se fazer o inventário das leis, regulamentos e licenças que se aplicam à organização e registrá-
los. Para se fazer esse inventário, deve-se:
• recorrer às diferentes instâncias governamentais e solicitar uma cópia das leis e dos regulamentos
que se apliquem à sua organização;
• solicitar uma lista das licenças que deve ter;
• registrar essa informação, que se converterá em um documento-chave do SGA; e
• contratar, se necessário, especialistas ambientais para ajudá-lo.
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Os objetivos e as metas devem ter coerência com a política ambiental e o comprometimento com
a prevenção da poluição.
3o Princípio – Implementação
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Comunicação e relato
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Características da documentação
• legível;
• datada;
• identificada; e
• tempo de retenção.
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Atualização da documentação
Controle operacional
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Medição e monitoramento
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Registros do SGA
Auditoria ambiental
Definição da ISO 14010: Processo de verificação sistemático e documentado, obtendo e avaliando
evidências objetivamente para determinar se atividades ambientais especificadas, eventos, condições,
sistemas de gerenciamento ou informações sobre estes assuntos estão de acordo com os critérios da
auditoria, assim como comunicando os resultados desse processo ao cliente.
Auditoria de SGA
Definição da ISO 14011: Processo de verificação sistemático e documentado, obtendo e avaliando
evidências objetivamente para determinar se o SGA da organização está de acordo com os critérios
de auditoria do SGA, assim como comunicando os resultados desse processo ao cliente.
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Instrumentos
⇒ Evidência
⇒
Critérios
⇒ Avaliação
⇒
Conclusões
⇒
Relatório
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• mecanismos corretivos;
• auditoria ambiental e processo de revisão gerencial; e
• procedimentos e planos de emergência.
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• planejamento da ação; e
• follow-up.
Com base nas auditorias, ele deve verificar a necessidade de mudanças na política ambiental,
objetivos e outros elementos do SGA. Todo o processo de revisão deve ser documentado.
• Objetivo da análise crítica: avaliação contínua, adequação e eficácia do SGA.
Melhoria contínua
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Exercícios
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Emissões de combustão
Queima de combustível
Aplicação de herbicidas
Descarga de efluentes
Depósito no aterro
Ruído
Alta DBO
Resíduos perigosos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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4. Estudo de caso
Uma investigação em tanques de combustível subterrâneos mostrou que 3 dos 20 tanques vazaram
óleo.
a) Qual o risco?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Chave de respostas
O meio ambiente
Exercício 1
e) Mudanças climáticas, poluição do ar, água e solo, extermínio de espécies da flora e da fauna.
h) faz com que as pessoas se sintam responsáveis pelos aspectos negativos causados ao meio
ambiente, podendo colaborar efetivamente com as iniciativas das empresas.
Exercício 2
(a) - (c) - (b) - (d) - (b) - (a) - (b) - (c) - (d) - (c) - (d) - (d).
Ecologia
Exercício 1
a) estuda as condições de vida entre os seres vivos e as relações entre todas as espécies.
b) unidade funcional básica - inclui tanto os organismos vivos quanto os elementos físicos, não
vivos.
c) responsável pela existência humana, assim como pela de outros seres.
d) água, gás carbônico e em sais muito simples.
e) materiais orgânicos - oxigênio.
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g) poluição.
h) alteração nas propriedades originais de recursos hídricos que provoquem danos à saúde da
população.
k) contaminação dos solos e dos aqüíferos subterrâneos que possuem a menor capacidade de
recuperar-se naturalmente.
Exercício 2
(floresta equatorial)
(floresta)
estuários, brejos
Exercício 3
(e) - (d) - (e) - (e) - (d) - (c) - (b) - (a) - (e) - (c) - (b) - (a) - (e).
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Exercício 1
(V) - (V) - (V) - (F) - (F) - (V) - (V) - (F)
Exercício 2
Compostos tóxicos Cromo, arsênio, chumbo, cobre. Podem ser analisadas por
espectroscopia.
Metano Principal produto da decomposição —
anaeróbia.
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Exercício 1
(b) - (d) - (a) - (c) - (a) - (a) - (b) - (d) - (b) - (a) - (d) - (d) - (c)
Exercício 2
Lipídeos → _________________________________________________________
ácidos graxos
Proteínas → aminoácidos
________________________________________________________
Fermentação:
Glicose → _________________________________________________________
etanol e gás carbônico
Glicose → _________________________________________________________
gás carbônico e hidrogênio
bactérias acetogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
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bactérias homoacetogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
H 2 + CO2 → acetato
____________________________________________
4º estágio - Metanogênese
bactérias metanogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
4 H2 + CO2 → ____________________________________________
Metano e água
Temperatura ± 37oC
_________________________________________
Anareobiose estrita
_________________________________________
Bactérias metanogênicas:
Acetato
Methanothrix Soehngenii substratos: ________________________________________
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Exercício 3
Exercício 1
Análise crítica e melhoria contínua: análise das metas, objetivos, indicadores de desempenho,
avaliação da eficácia do SGA, adequação da política ambiental, oportunidades de melhoria,
comparação do progresso com objetivos e metas.
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Exercício 2
Exercício 3
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Exercício 4
Estudo de caso:
d) Não existe inspeção periódica ou manutenção dos tanques. Há necessidade dos registros de
vazamentos e elaboração de medidas de emergência, além das preventivas.
SENAI-RJ 135
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Referências bibliográficas
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Bioquímica
Nesta unidade...
Introdução
As proteínas
Exercícios
Os glicídios
Exercícios
Os lipídeos
Exercícios
Chave de respostas
3
Bioquímica
2004
SENAI–Rio de janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Bioquímica. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria). SENAI.
RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Setor de Documentação Bibliográfica.
SENAI
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Introdução
Nosso estudo envolverá os principais grupos de estruturas moleculares de interesse prático, tais
como:
• proteínas;
• glicídios (açúcares); e
• lipídeos (gorduras).
Obviamente o objetivo deste trabalho não é tornar o aluno um especialista em bioquímica, mas sim
torná-lo apto a discutir, formular hipóteses e entender os mecanismos envolvidos nas diversas etapas
do processo cervejeiro.
As proteínas
As proteínas estão entre as principais estruturas biológicas, realizando as mais diferentes funções
dentro dos seres vivos. Dentre estas, as mais importantes são:
• Catálise enzimática - A grande maioria das reações em seres vivos só se processa com o
auxílio de enzimas. Essas substâncias são capazes de aumentar em até milhares de vezes a
velocidade das reações; na verdade, a grande maioria das reações que se processam no interior
dos seres vivos é cineticamente inviável sem o auxílio enzimático. Além de aumentar a velocidade
das reações, as enzimas são bastante específicas, ou seja, cada enzima catalisa um número restrito
de reações, com reagentes (substratos) e produtos claramente definidos, proporcionando, dessa
forma, um desperdício mínimo de substâncias e energia pelo organismo.
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Os aminoácidos podem se ligar uns aos outros, formando cadeias cada vez maiores. A reação
ocorre entre o grupamento carbonila de um aminoácido com o grupo amina de outro. O mecanismo
esquemático pode ser visto na Figura 1:
ligação peptídica
Obs.: Notar a estrutura geral dos aminoácidos, que se diferenciam somente pelos grupos R.
Por convenção, os aminoácidos são numerados sempre da ponta amínica (N-terminal) para a
ponta carboxílica (C-terminal). Portanto, o tripeptídio Ala-Gli-Trp alanina é o amino terminal, e o
triptofano, a carboxila terminal. O tripeptídio Trp-Gli-Ala tem um encadeamento oposto ao primeiro.
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Aminoácido Aminoácido
amino terminal carboxila terminal
Cadeia A
Cadeia B
• α-hélice: tem forma helicoidal, na qual ocorrem ligações entre os grupos carbonila e amina da
cadeia principal, numa seqüência razoavelmente constante. Diversas proteínas apresentam essa
conformação, como a queratina (cabelo) e a miosina (músculo), entre outras. A Figura 4 mostra
a representação esquemática de uma α-hélice.
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• Folha ß pregueada - consiste numa estrutura na qual diversas cadeias polipetídicas encontram-se
lado a lado, mantidas coesas por pontes de hidrogênio. Note que, enquanto na a-hélice as ligações
hidrogênio são intramoleculares (dentro da mesma cadeia), na fita ß são intermoleculares.
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b) Estrutura terciária
Corresponde ao arranjo espacial de radicais de aminoácidos que estão bem longe na seqüência
linear e ao padrão de pontes de dissulfeto. Na verdade, a diferenciação entre estrutura secundária e
terciária é muito tênue.
c) Estrutura quaternária
Grande parte das proteínas com peso molecular acima de 50 mil é constituída de duas ou mais
cadeias polipeptídicas separadas. A maneira característica como essas estruturas se encaixam denomina-
se estrutura quaternária, como visto na Figura 6.
Desnaturação protéica
O fenômeno de desnaturação é bastante comum em proteínas. Consiste na mudança da configuração
espacial da proteína (estruturas secundária, terciária e/ou quaternária), com a perda de sua atividade
biológica. Por exemplo, no caso de enzimas, ocorre a perda de sua atividade catalítica.
Na grande maioria das vezes a desnaturação com a perda de atividade é irreversível; contudo,
certas proteínas, quando afastadas do agente desnaturante (especialmente substâncias químicas),
podem se regenerar completamente.
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Enzimas
Como dito anteriormente, as enzimas são, na grande maioria dos casos, proteínas que catalisam
reações químicas dentro de organismos vivos. Por se tratar de proteínas, as enzimas estão sujeitas a
todas as regras e situações anteriormente descritas, como a desnaturação.
As enzimas têm peso molecular variando de 12 mil a mais de 1 milhão. Algumas são constituídas
unicamente por cadeia peptídicas, enquanto outras contêm diversos componentes, orgânicos ou
inorgânicos, necessários para o bom desempenho de suas funções. Esses elementos são chamados
co-fatores.
A Tabela 1 mostra algumas enzimas que contêm ou requerem íons metálicos como co-fatores.
Tabela 1 - Co
Tabela -fatores metálicos de algumas enzimas
Co-fatores
Co-fator(es) Enzima(s)
Zn 2+ Álcool desidrogenase, anidrase carbônica
Mg2+ Fosfohidrolase, fosfotransferases
Mn2+ Arginase
Fe2+ e Fe3+ Citrocromos, catalase
Cu2+ Citocromo oxidase
K+ Piruvato fosfoquinase
Todas as enzimas mostradas na Tabela 1 têm importância para o processo de fabricação de cerveja,
sendo constituintes do equipamento enzimático da levedura cervejeira. É, portanto, de suma importância
que o malte e a água transfiram quantidade suficiente desses íons para o mosto, garantindo, assim, o
bom andamento do processo fermentativo.
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catalisada, como pode ser visto na Tabela 2. Além disso, cada uma recebe, também, um número de
classificação que a identifica.
Mecanismo de catálise
Uma reação química do tipo A P ocorre porque, em um dado momento, uma fração das
moléculas de A possui mais energia que o resto da população, energia esta suficiente para atingir um
estado ativado, em que uma ligação química pode ser formada ou quebrada, produzindo P.
A energia de ativação corresponde à quantidade de energia necessária para levar todas as moléculas,
em um mol de substância, ao estado ativado.
O estado de transição corresponde ao estado rico em energia das moléculas. As enzimas (como os
demais catalisadores) atuam reduzindo a diferença de energia entre o estado inicial e o estado ativado,
propiciando que as reações ocorram mais facilmente.
A Figura 7 mostra de maneira gráfica o mecanismo de atuação das enzimas numa reação hipotética.
Energia livre de
ativação de uma
Energia livre
reação catalisada
Estado final
Progresso da reação
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Diversos fatores atuam modulando a atividade (velocidade de atuação) das enzimas. Merecem
destaque:
• pH;
• temperatura; e
• concentração de substrato.
Dentro do processo de fabricação de cerveja, a mosturação é uma etapa profundamente marcada
pela atuação de enzimas presentes no malte. A Tabela 3 mostra a temperatura e o pH ótimo dessas
enzimas, cuja forma de atuação será vista de maneira pormenorizada no decorrer do curso.
De maneira geral, duas características estruturais determinam a especificidade de uma enzima por
um substrato ou grupo de substratos. Primeiramente, o substrato precisa possuir uma ligação específica
capaz de ser enzimaticamente atacada. Em segundo lugar, a molécula de substrato deve possuir um ou
diversos grupos funcionais que o posicionem corretamente em relação ao centro ativo da enzima.
Esse mecanismo de atuação é denominado "chave fechadura".
As cadeias de proteína do malte são reduzidas pela ação das proteases, gerando produtos de
degradação de diferentes tamanhos, divididos em dois grandes grupos, com funções distintas dentro
do processo de fabricação de cerveja, como pode ser visto na Tabela 4.
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Exercícios
As proteínas
1. Cite as principais funções realizadas pelas proteínas dentro dos seres vivos.
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3. A clara de ovo é formada basicamente por uma proteína, a albumina. Que fenômeno ocorre
com essa substância quando fritamos um ovo? Nesse caso, é um processo reversível ou
irreversível?
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Reações de isomerização
Reações de hidrólise
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5. Por que a mesma enzima não consegue transportar os açúcares glicose e maltose presentes no
mosto de cerveja para o interior do fermento?
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Os glicídios
Os glicídios (açúcares) estão entre os compostos orgânicos conhecidos há mais tempo pelo homem;
contudo, uma maior clareza a respeito de sua estrutura, reações características e metabolismo só
começou a ser conseguida em meados do século XIX.
Os glicídios são compostos carbonilados (aldeídos e cetonas) polihidroxilados (álcoois), que cumprem
tarefas importantes dentro dos seres vivos, sendo as principais: reserva energética, informação genética,
rigidez e sustentação, fonte energética e catálise, conforme veremos a seguir:
Reserva energética
O amido é a principal reserva energética de vários vegetais (cevada, arroz, milho etc.), enquanto o
glicogênio também cumpre esse papel em certos microrganismos (como leveduras) e, em menor
escala, em animais superiores. O glicogênio é uma importante reserva do tecido muscular humano,
tendo papel decisivo na contração muscular.
Ambas as moléculas são polímeros de glicose, cujas moléculas encontram-se ligadas entre si
α - 1,4 e α - 1,6.
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Informação genética
As moléculas de ribose e desoxirribose constituem a espinha dorsal das moléculas de RNA e DNA
respectivamente.
Rigidez e sustentação
A celulose (polímero de glicose) é a principal substância responsável pela rigidez das células vegetais.
Ela se diferencia do amido e do glicogênio pela forma como as moléculas de glicose estão ligadas,
sendo α nestes casos e ß naqueles.
Celulose
(ligações β - 1,4)
Outra estrutura que tem a mesma função da celulose dentro das células vegetais é a hemicelulose.
Esta diferencia-se daquela pelo fato de ser um heteropolímero, ou seja, apresenta vários monômeros
(unidades repetitivas), sendo os principais: glicose, xilose e arabinose (os dois últimos açúcares de 5
átomos de carbono).
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O-Acetil-4-O-metilglucoroxiliana (angiospermas)
Arabino-4-O-metilglucoroxiliana (gimnospermas)
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β - glucan
Fonte energética
Os açúcares são as substâncias de que normalmente os organismos lançam mão com o objetivo de
rapidamente obter energia. De maneira geral, os açúcares podem ser metabolizados de duas formas:
Catálise
Os glicídios estão presentes, juntamente com as proteínas, na estrutura de diversas enzimas.
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• Monossacarídeos - Açúcares nos quais as moléculas encontram-se isoladas (não ligadas) umas
das outras. Ex.: glicose, frutose, xilose, arabinose.
• Dissacarídeos - Açúcares resultantes da ligação de dois monossacarídeos (idênticos ou não).
Ex.: Sacarose (glicose+frutose), maltose (glicose+glicose), lactose (glicose+galactose).
Sacarose
(α - D-Glicopiranosil- (1 – 2) -
β - D-frutofuranosídeo)
Lactose
(β - D-Galactopiranosil- (1 – 4) -
α - D-glicopiranose)
Maltose
(α - D-Glicopiranosil- (1 – 4) -
α - D-glicopiranose)
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• Trissacarídeos - Açúcares que apresentam três monossacarídeos em sua estrutura. Ex.: rafinose
(frutose+glicose+galactose), maltotriose (glicose+glicose+glicose).
• Polissacarídeos - Açúcares com várias monossacarídeos ligados entre si. Ex.: Dextrina da
cerveja (4 a 12 monossacarídeos), amido, celulose etc.
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Exercícios
Os glicídios
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2. Quais as principais formas pelas quais os açúcares são metabolizados pelos organismos vivos?
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3. Dê exemplos de:
Trissacarídeos
Monossacarídeos
Dissacarídeos
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Os lipídeos
Os lipídeos formam uma gama considerável de compostos, caracterizados, quase que na sua
totalidade, por sua baixa solubilidade em água. Os lipídeos são em grande parte derivados iônicos de
hidrocarbonetos, apresentando uma extremidade polar (cabeça) e o restante da cadeia apolar (cauda).
Moléculas com essa característica são denominadas anfifílicas (do grego amphi - ambos; phile -
afinidade).
Classificação
Os lipídeos podem ser divididos em grandes grupos:
• ácidos graxos;
• ésteres neutros de glicerol;
• ésteres iônicos de glicerol;
• lipídeos que contêm glicerol;
• lipídeos que não contêm glicerol; e
• lipídeos combinados com outros compostos, como proteínas e glicídios.
Os ácidos graxos
São encontrados raramente na natureza, uma vez que tendem a reagir formando outros compostos,
como ésteres e amidas. Normalmente os ácidos graxos caracterizam-se por:
a) serem ácidos monocarboxílicos de cadeia hidrocarbônica linear, apolar, saturada ou não; e
b) em geral possuírem número par de carbonos (embora existam na natureza compostos com
número ímpar).
Os ácidos graxos podem ser encontrados em diferentes estados físicos, sendo isso função
principalmente do número de carbonos e da presença de insaturações na molécula. Os ácidos graxos
saturados com mais de dez átomos de carbono são sólidos, enquanto estruturas menores são líquidas.
A presença de insaturações acarreta uma diminuição do ponto de fusão e um aumento de solubilidade
em solventes não polares como tetracloreto de carbono. Todos os ácidos graxos não saturados
encontrados na natureza são líquidos na temperatura ambiente.
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três grupos hidroxila), dando origem a estruturas similares à mostrada na Figura 14, denominadas
genericamente de gorduras.
A hidrólise de gorduras por agentes alcalinos (hidróxido de sódio) dá origem ao glicerol e ao sal de
três ácidos graxos (estes popularmente chamados de sabões).
A Figura 15 mostra alguns exemplos de lipídeos resultantes da reação de ácidos graxos com o
glicerol, contendo em sua estrutura grupamentos polares.
L-Fosfatidiletanolamina L-Fosfatidilserina
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Esfingosina Diidroesfingosina
(D-4-esfingenina) (D-esfinganina)
Um ceramídio
Uma esfingomielina
Alguns lipídeos podem ser formados de reações de ácidos graxos com dióis. A reação em si é
análoga àquela com o glicerol, diferindo unicamente no produto formado.
Os lipídeos e a cerveja
Apesar de serem encontrados em pequena quantidade na cerveja, os lipídeos podem ser um fator
de extrema importância na qualidade da bebida produzida.
A maior parte dos lipídeos da cerveja é proveniente do malte e retirada do processo durante a
fervura do mosto, quando são precipitados junto com o trub (resíduo semi-sólido formado principalmente
por lipídeos, proteínas e resinas de lúpulo). Uma precipitação inadequada de lipídeos pode levar a:
• modificações do paladar da cerveja, devido à oxidação dos lipídeos;
• pior filtrabilidade da cerveja;
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Apesar de todos os efeitos deletérios antes descritos, uma pequena quantidade de lipídeos no mosto
é importante, uma vez que as leveduras podem utilizar esses compostos na síntese de material de sua
membrana citoplasmática, permitindo uma reprodução maior e mais rápida, além de microrganismos
mais saudáveis, ou seja, ocorre um aumento tanto da viabilidade quanto da vitalidade da levedura,
acarretando assim maior produtividade do processo fermentativo.
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Exercícios
Os lipídeos
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2. Quanto ao estado físico, como se diferenciam os ácidos graxos saturados dos insaturados?
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Chave de respostas
As proteínas
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
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Exercício 5
Os glicídios
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Trissacarídeos são açúcares formados por unidades independentes (iguais ou não) ligadas
(maltotriose, rafinose), enquanto trioses são açúcares com três átomos de carbono (gliceraldeído).
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Os lipídeos
Exercício 1
Principais grupos de lipídeos:
• ácidos graxos;
• ésteres neutros de glicerol;
• ésteres iônicos de glicerol;
• lipídeos que contêm glicerol;
• lipídeos que não contêm glicerol; e
• lipídeos combinados com outros compostos (proteínas).
Exercício 2
Os ácidos graxos saturados acima de 10 carbonos são sólidos, enquanto todos os ácidos graxos
insaturados encontrados na natureza são líquidos.
Exercício 3
São ésteres resultantes da ligação de ácidos graxos (saturados ou não), com a molécula de
glicerol.
Exercício 4
É a reação de hidrólise (quebra), normalmente por agente alcalino, de uma gordura, dando como
produtos: o glicerol e o sal (em geral de potássio ou sódio) dos ácidos graxos (sabão).
Exercício 5
• modificação do paladar da cerveja;
• pior filtrabilidade;
• maior turvação da bebida; e
• menor formação e estabilidade da espuma.
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FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL