A área externa ao indutor, representa a maior região por onde circulam as linhas de
fluxo do campo magnético, bem como, na região interior do indutor. O ar tendo
permeabilidade relativa igual a um, oferece um caminho fraco para a passagem das
linhas de fluxo do campo magnético externo ao indutor. A otimização do caminho
fraco para a passagem das linhas de fluxo do campo magnético externo ao indutor
poderá ser realizada com um material que forneça maior ou menor relutância ao
campo magnético. A permeabilidade deste material deverá ser superior a um. Isto
significa que quanto maior for a permeabilidade do material, que irá substituir o
caminho de ar externo ao indutor, maior eficiência será obtida durante o processo
de aquecimento.
O caminho de ar externo ao indutor, muitas vezes pode ser reduzido através do uso
de concentrador de campo magnético. Os concentradores normalmente são
construídos em laminas de aço silício, ferrite e ligas de pó de ferro silício sinterizado
ou moldável. Em algumas aplicações e dependendo de suas características
particulares pode-se reduzir o tempo de aquecimento da peça entre 30 e 50%, bem
como, ocorre melhora significativa no controle do aquecimento. Quando o
aquecimento da peça ocorre em menor tempo, ocorre menor formação de óxidos na
superfície sendo significativa também à redução da deformação e distorção da peça.
Por fim, ressalta-se também a redução do consumo de energia, para um mesmo
ciclo de aquecimento.
Considere um indutor com uma única espira, de formato circular, envolvendo uma
barra redonda de aço. O fluxo magnético gerado por este indutor irá circular
conforme as linhas apresentadas na Figura 3.
Uma das melhores e mais fácil maneira para reduzir a relutância do caminho pelo
ar para a circulação do fluxo magnético, é a aproximação até o limite máximo
permissível e possível entre o indutor e a peça. Esta técnica reduz o comprimento
do caminho entre o indutor e a peça, mas não ajuda reduzir o comprimento do
caminho externo do fluxo magnético, em torno do exterior do indutor (Figura 3). A
magnitude da relutância total do circuito magnético completo, devido à área da
secção transversal do indutor, depende da aplicação específica e de detalhes
específicos do projeto do indutor e da sua proximidade com a peça.
Outro beneficio a ser obtido com o uso de material para concentração do campo
magnético é a possibilidade de concentrar e localizar o fluxo gerado e assim aquecer
determinadas áreas da peça. (Figura 3). Esta condição poderá ser obtida de várias
maneiras, o indutor de construção especifica, inicialmente parece obvio, no entanto,
a instalação de segmentos de material magnético é mais simples. O concentrador
de campo magnético, também pode ser usado para retardar o aquecimento da peça.
Locais pré-determinados para instalação do material concentrador do campo
magnético ao redor da espira do indutor, pode efetivamente blindar áreas da
superfície da peça das correntes parasitas de alta intensidade, evitando que o fluxo
magnético entre em contato com a superfície que se deseja proteger. (Figura 4).
Figura 4 - O Fluxo Magnético é dirigido para fora da área superficial selecionada.
permeabilidade magnética (quanto mais alta melhor, isto significa, menores perdas);
nível máximo suportável da densidade do fluxo magnético (nível de saturação);
perdas sobre excitação magnética;
usinabilidade;
facilidade para instalação e remoção;
capacidade para suportar a temperatura gerada pelo aquecimento da peça e
agressão do ambiente (fluído de têmpera);
fatores econômicos (custo do material, custo para fabricação, instalação e sua vida
útil)
O melhor material magnético é aquele que tem capacidade para conduzir a maior
densidade de linhas do campo magnético principal. A curva de magnetização do
material apresenta sua permeabilidade. Um bom material possui as duas
qualidades, uma alta inclinação e uma alta densidade de saturação. Outra
propriedade magnética também esta especificada na curva de magnetização, as
perdas relativas à histerese do material. A magnetização do material é
acompanhada pelo estimulo do alinhamento (devido ao campo magnético aplicado)
do domínio microscópico no interior do material. O material satura quando estes
domínios são alinhados internamente, esta condição absorve energia para reverter
o processo e realinhá-los na direção oposta. Uma curva de magnetização típica,
representa um ciclo de magnetização em uma direção, o retorno reverso na mesma
direção e mesma amplitude do campo original (Figura 6). A largura da abertura na
curva de magnetização, indica maior ou menor perda por histerese, por ciclo do fluxo
reverso. A Figura 6 mostra um material com menor eficiência, quando comparado
com o material mostrado na curva B/H da Figura 5.
As laminas de aço silício são obtidas a partir de chapas de aço silício, tipo grão
orientado, normalmente utilizadas na fabricação de transformadores. Elas devem
possuir isolação entre si, ou seja, são revestidas por uma camada de verniz em
ambos os lados e sua utilização depende diretamente da freqüência de trabalho do
equipamento e de sua espessura que pode variar entre 0,051 mm e 1,520 mm
(0,051 mm para freqüências em torno de 200 kHz, 0,152 mm para freqüências em
torno de 10 kHz e 1,520 mm para freqüências em torno de 60 Hz).
Estes materiais apresentam certo grau de dificuldade em seu manuseio e
preparação, pois alem da mão de obra necessária são necessárias muitas peças
para montagem de um indutor, fator que muitas vezes inviabiliza o desenvolvimento
de um indutor com este tipo de material. São necessárias muitas horas para preparar
e montar as chapas no indutor, bem como, a sua desmontagem não é fácil, para
reaplica-las. Elas desgastam-se rapidamente e degradam com o tempo,
aproximadamente seis meses ou menos. As chapas normalmente são substituídas
quando o indutor é restaurado.
É muito fácil trabalhar com estes materiais, pois eles são usinados em máquinas
ferramentas convencionais, e também podem ser montados e desmontados
rapidamente durante o desenvolvimento do indutor, normalmente não se deterioram
com o tempo podem ser retirados e colocados após o reparo do indutor. Eles
também são adaptáveis a indutores do tipo multi-espiras. Algumas chapas podem
ser soldadas ao indutor para melhor troca térmica e refrigeração do concentrador de
campo. Não é necessária mão de obra intensa para esta aplicação. A profundidade
da camada é muito próxima da camada produzida por chapas laminadas em
indutores lineares e mais profundas em bobinas circulares.
Estes materiais são fáceis de usinar devido ao material plástico existente em sua
liga. Não podem ser soldados, e devem ser tratados por solução ácida, como
normalmente são aplicados em equipamentos de rádio freqüência e em indutores
multi-espiras, poderá causar curto circuito entre as espiras. Possue as mesmas
características de temperatura do material anterior, contudo a profundidade da
camada obtida é de 10 a 20% menor que a camada obtida com o material a base
de ferro eletrolítico. Não suporta altas temperaturas e choques mecânicos.
tipo fibro cerâmica, que é quebradiço e somente pode ser usinado com ferramentas
de diamante e são fabricados em pequenas dimensões;
tipo a base de ferrita, usinavel por ser fabricado por um método similar ao material a
base de ferro eletrolítico. Esta liga foi desenvolvida para obter-se um material com
alta resistência mecânica.
10 - As aplicações usuais
Normalmente um indutor, do tipo usinado, com uma única espira e ducha integrada,
apresenta um bom resultado. No entanto, estes indutores com a aplicação de
concentradores de campo magnético, normalmente irão apresentar um rendimento
ou velocidade de avanço entre 30 e 50% maiores. A potência em pequenas regiões
de difícil acesso, torna-se mais fácil, bem como, o inicio e o fim da camada tratada
termicamente