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PÓS-GRADUAÇÃO EM: EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

MARISA COSTA

A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

Feira de Santana-BA
2018
1

MARISA COSTA

A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

Trabalho de Conclusão de Curso, sob a forma de


Artigo Científico, apresentado a Universidade
Candido Mendes (UCAM), como requisito obrigatório
para a conclusão do curso de Pós-graduação Lato
Sensu em Educação Especial e Inclusiva.
Orientador (a):

Salvador - BA
2018

A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE


APRENDIZAGEM DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.
2

Marisa Costa1

RESUMO

COSTA Marisa. A importância da brincadeira no processo de aprendizagem da pessoa com


deficiência intelectual. Trabalho de Conclusão de Curso, sob a forma de Artigo Científico, apresentado
a Universidade Candido Mendes (UCAM), Polo Feira de Santana, Feira de Santana BA-2018.
Este trabalho tem como objetivo principal pesquisar a importância do brincar, e do desenvolvimento
do aprender, dos portadores de deficiência intelectual, assim como, compreender o ato de brincar
conceituando os principais termos utilizados para designar as brincadeiras e jogos e analisar a
importância dos benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem, além de permitir a
socialização e a integração dos portadores da deficiência intelectual. A analises deste estudo foi de
natureza qualitativa com analises bibliográfica e documental, interpretativa neste sentido contatou-se

que a brincadeira provoca o desenvolvimento individual da criança, ajudando a estabelecer


limites e fazer com que elas percebam que as normas sociais existem para serem usadas, a
assumir comportamentos mais avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, facilidade,
ouvir, respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança e sendo liderados e
compartilhando sua alegria de brincar. Porém, em um ambiente sério e sem motivação, os
educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e a realizar qualquer
atividade com medo de serem constrangidos.
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INTRODUÇÃO

O contexto da escola inclusiva assim como qualquer outra escola, exige contato direto e
indireto com várias pessoas, como colegas de sala, pais, alunos, professores, comunidade
além de outros funcionários. Essa convivência demanda desenvolvimento de um repertório
para lidar com as especificidades surgidas em tais contextos e relações, assim como, para lidar
com as dificuldades e para possibilitar o estabelecimento de interação mais saudáveis tanto
para os alunos quanto para os professores e ou comunidade escolar.

No entanto, cabe a escola mostrar a essa comunidade e a sociedade em geral a importância da


ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja de que o brincar faz parte de
uma aprendizagem prazerosa, não sendo somente lazer por lazer mas sim, um ato de
aprendizagem importante nas intervenções e prevenções de problemas da aprendizagem.

Nesta perspectiva, este trabalho de pesquisa tem como objetivo geral buscar compreender a
importância da brincadeira no processo de aprendizagem da pessoa com deficiência
intelectual, assim como compreender o ato de brincar conceituando os principais termos
utilizados para designar as brincadeiras e jogos e analisar a importância dos benefícios que o
brincar proporciona no ensino-aprendizagem, além de permitir a socialização e a integração
dos portadores da deficiência intelectual.
Por tanto, As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas de
ensino regular se justificam, na maioria das vezes pelo despreparo dos seus professores para
esse fim. Existem também as que não acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar
da nova situação, especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de
acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e
discriminados do que nas classes e escolas especiais.

Esta pesquisa foi definida de natureza qualitativa pois, parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito Chizzotti
(2001, p. 79). Julgando-se interpretativa com analise documenta bibliográfica com modelo
analítico. A pesquisa documental é muito próxima da pesquisa bibliográfica. O elemento
diferenciador está na natureza das fontes: a pesquisa bibliográfica remete para as
contribuições de diferentes autores sobre o tema, atentando para as fontes secundárias,
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enquanto a pesquisa documental recorre a materiais que ainda não receberam tratamento
analítico, ou seja, as fontes primárias. Essa é a principal diferença entre a pesquisa
documental e pesquisa bibliográfica. No entanto, chamamos a atenção para o fato de que: “na
pesquisa documental, o trabalho do pesquisador (a) requer uma análise mais cuidadosa, visto
que os documentos não passaram antes por nenhum tratamento científico” (OLIVEIRA, 2007:
70). Para Diesing, (1972), o método tem como meta a criação e o desenvolvimento do
conhecimento e não somente sua verificação. Mesmo sabendo que metodologia e métodos são
diferentes, se entrecruzam. Enquanto segundo Sautu (2005, p. 69) os modelos analíticos são
processos, fluxos organizadores. Segundo ela o modelo de análise constitui uma concha
argumentativa de um marco teórico. Os instrumentos utilizados para a materialização do
objetivo desta pesquisa, o de pesquisar a importância do brincar, e do desenvolvimento do
aprender dos portadores de deficiência intelectual. Opta-se pelo instrumento de pesquisa:
publicações periódicas (jornais e revistas), documentos eletrônicos, livros e impressos
diversos. Deve-se ao fato de ser tal recurso considerado em meio eficiente e rápido de
obtenção de dados que podem contribuir efetivamente para a compreensão de importantes
aspectos envolvidos no ensino-aprendizagem, tais como atitudes, crenças, motivação e
preferência. Richards e Lockhart 1995, p.10).

Desta forma quando se deseja conhecer os motivos do sucesso ou do fracasso na


aprendizagem de conteúdos escolares, é preciso analisar igualmente o ensino pelo qual foram
ministrados. Os alunos com deficiência mental são naturalmente absorvidos em escolas que já
trabalham a partir destas novas maneiras de atuar pedagogicamente. Espera-se que a escola,
ao ABRIR AS PORTAS para tais alunos, informe-se e oriente-se com profissionais,
principalmente da área da saúde, sobre as especificidades e instrumentos adequados para que
lhe proporcione o maior aprendizado possível, tanto acadêmico como social.

Esta pesquisa encontra-se subdivida em três itens 1. Aspectos legais, perpassa pelas bases
legais que fundamentam a educação Inclusiva nos pais; 2. Aspectos teóricos metodológicos
regido pela lógica de alguns teóricos que escrevem sobre esta temática comungando e
contrapondo a trajetória dos sujeitos enquanto alunos que estão na escola-inclusiva por fim
constata-se a analises dos dados.

______________________
1. Professora do Ensino Fundamental I – Pedagogia. Faculdades Integradas Olga Metting. 2004.
Atualmente professora no espaço de medida socioeducativa (alunos de 12 a 21 anos que estão em privação de
liberdade).
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1. ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

De acordo como dicionário de Aurélio, (dicionariodoaurelio,com) Incluir compreende:


abranger, compreender, conter, envolver, implicar, pôr ou estar dentro, inserir num ou fazer
parte de um grupo. Nesta perspectiva que a Educação Especial passa a ser objeto de muitas
discussões no que diz respeito da inclusão de pessoas com necessidades especiais em escolas
regulares. Após a promulgação da Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), principalmente no artigo 58, pelo qual essa modalidade de educação
escolar deve ser oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino para os alunos,
portadores de necessidades especiais.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, vol. 8, p. 32),

[...] para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os


diferentes grupos e culturas que a constituem [...], e o grande desafio da escola é
investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela
diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro,
valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade.

São considerados alunos com deficiência aqueles que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras
podem ter restringida a participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Sendo assim, o
atendimento educacional especializado na escola de inclusão, identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização destacando-se a importância das brincadeiras e jogos para o desenvolvimento
do ensino-aprendizagem. Levando-se em conta a probabilidade de ponderar e mostrar aos
alunos, que como sujeitos sociais, eles interagem o tempo todo com os aspectos
socioculturais, por serem também sujeitos ativos no seu processo de aprendizagem, tendo a
capacidade de construir, reconstruir e adequar-se criticamente aos conhecimentos adquiridos.

Nesta perspectiva a declaração de Salamanca auxilia a encontrar meios para adaptar as


crianças com privações de sentido na escola regular de ensino, com direitos iguais e assegura
uma educação de qualidade com eficiência. Que esse aluno se integre e socialize com outras
crianças, sendo valorizado como ser humano com habilidades e competências a desenvolver e
a se desenvolver, sem discriminação na entidade acolhedora.
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As escolas regulares com orientação para a educação inclusiva são as mais eficazes
no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o
desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade
inclusiva e obtenção de uma real educação para todos (DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA, 1994, p. 09).

No plano internacional, destaca-se a Declaração de Salamanca de 1994, de acordo com a qual


as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Esse acolhimento, essa capacidade da
escola educar todas as crianças representa um passo muito importante na mudança de atitudes
de discriminação e criação de comunidades e sociedades integradoras.

As necessidades educativas especiais incorporam os princípios já provados de uma pedagogia


equilibrada que beneficia a todas as crianças. Parte do princípio de que todas as diferenças
humanas são normais e de que a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às necessidades de
cada criança, em vez de cada criança se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e à
natureza do processo educativo.

A Constituição Federal garante a TODOS o direito à EDUCAÇÃO e ao acesso à ESCOLA.


De acordo com o documento “O acesso de pessoas com deficiência às classes e escolas
comuns da rede regular de ensino” se demonstrará não só a viabilidade, mas os benefícios de
se receber, na mesma sala de aula, a todas as crianças. O art.208 da CF, diz que o atendimento
educacional especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino, de preferência
na rede regular, pois este é o ambiente escolar mais adequado para se garantir o
relacionamento dos alunos com seus pares de mesma idade cronológica e para a estimulação
de todo o tipo de interação que possa beneficiar seu desenvolvimento cognitivo, motor,
afetivo.

Consta na Constituição, que educação é aquela que visa o pleno desenvolvimento humano e o
seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205), qualquer restrição ao acesso a um
ambiente marcado pela diversidade, que reflita a sociedade como ela é, como forma efetiva de
preparar a pessoa para a cidadania. Neste aspecto a educação é um principal instrumento
para o desenvolvimento eficaz da pessoa, na busca da oportunidade de desenvolver a
convivência em sociedade, com possibilidades de aumentar sua criatividade e produtividade
dando-lhes acesso a informações que oportunizem a melhoria da qualidade de vida.
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Neste sentido a Declaração de Dakar (2000) reafirmando a visão da Declaração de Educação


Para Todos, Jomtien (1990), apoiada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela
Convenção sobre os Direitos da criança declara que:

Todas as crianças, jovens e adultos, em sua condição de seres humanos, têm direito
de beneficiar-se de uma educação que satisfaça as suas necessidades básicas de
aprendizagem, na acepção mais nobre e mais plena do termo, uma educação que
signifique aprender a fazer, a conviver e a ser. Uma educação orientada a explorar os
talentos e capacidades de cada pessoa e a desenvolver a personalidade do educando,
com o objetivo de que melhore sua vida e transforme a sociedade (DECLARAÇÃO
DE DAKAR, 2000, p. 01).

Enquanto a Convenção da Guatemala, de 1999, da qual vários países sul-americanos são


signatários, inclusive o Brasil foi aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto
Legislativo nº 198, de 13 de junho de 2001, e promulgado pelo Decreto nº 3.956, de 08 de
outubro de 2001, da Presidência da República. Tal documento dispõe que as pessoas com
deficiência não podem receber tratamentos diferenciados que impliquem em exclusão ou
restrição ao exercício dos mesmos direitos que as demais pessoas têm. Mesmo os tratamentos
diferenciados destinados à integração das pessoas com deficiência são válidos apenas se essas
pessoas puderem recusá-los.

Mantoan (2008) afirma que apesar da Educação ser um direito de todo o indivíduo, ela entra
em atrito com a questão da igualdade de oportunidades, porque essa igualdade não se
compatibiliza com os ideais inclusivos: muitas vezes, ela está a serviço da exclusão, uma vez
que as diferenças não são consideradas.

Desta forma, o atendimento direcionado a educação especial na escola regular legalmente traz
segurança a pessoa com dificuldades intelectuais no sentido da garantia do seu direito a
educação de qualidade na perspectiva de incluir-se para assim, compreender-se enquanto
sujeito; e abranger seus conhecimentos, onde possa conter oportunidades e envolver-se no
contexto social a partir de implicações por estar inserido em um grupo diferenciado.

Por tanto, as escolas ainda encontram dificuldades, no sentido institucional (espaços


adequados para acolhimento destes educandos) e pedagógico (professores com formação
em educação inclusiva, material didático etc). Deixando em cheque a igualdade de
oportunidades para a inclusão da pessoa om deficiência em escola regular.
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2. ASPECTOS TEÓRICOS NA PRESPECTIVA DA EDUCAÇÃO


INCLUSIVA E A BRINCADEIRA.

O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, sendo uma das atividades mais

importantes na vida do indivíduo. Por meio das brincadeiras, sabe-se que a criança trabalha as

suas potencialidades, limitações, habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas.

O brincar, segundo pesquisadores, é uma necessidade que toda criança tem. É, também, uma

atividade que faz parte do seu cotidiano, é comunicação e expressão, associando o

pensamento e a ação; um ato instintivo voluntário; uma atividade exploratória, que auxilia as

crianças no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social; um meio de aprender a

viver, e não um mero passatempo. Durante as brincadeiras, a criança desenvolve o exercício

da fantasia e da imaginação, adquirindo, assim, experiências que irão contribuir para a vida

adulta, experimentando inúmeras sensações que poderão ser usadas na vida cotidiana. Ao

brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer,

precisa, necessita. Está no seu momento de aprender; isso pode não ter a ver com o que a

família, o professor ou o fabricante de brinquedos propõem que ela aprenda.

Para Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se
como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e
com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver
capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda
propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade,
motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

Enquanto, Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-


cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de
atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e
semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira assume uma posição privilegiada para a análise
do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma
atividade natural de satisfação de instintos. Ainda ao referir-se à brincadeira como uma
maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos
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adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos


surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das atividades
lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano,
reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes. Diante desses fatos, a
escola assumiu um papel importante no brincar, a brincadeira é de suma importância no dia a
dia dos alunos. Sendo assim, ela está presente nos diversos momentos de aprendizagem, no
recreio, quando as crianças podem brincar e explorar o seu corpo da maneira que melhor lhes
convêm e, também, nas aulas principalmente de Educação Física, em que são preparadas
atividades que possibilitem explorar o corpo com maior autonomia, criando consciência para
as suas atividades diárias através dos jogos e brincadeiras, deixando, assim, os alunos mais
preparados corporalmente e, consequentemente, mais concentrados para as demais aulas e
para o dia a dia.

Neste sentido Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a
vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e
social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas. ” Assim,
destaca-se que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma
simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.

A brincadeira promove o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode


transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é
possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um
novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.

VYGOTSKY (1998) admite que no começo da vida de uma criança, os fatores biológicos
superam os sociais, só depois, aos poucos, a integração social será o fator decisivo para o
desenvolvimento do seu pensamento. No entanto, ele se 8 opõe às teorias onde o
desenvolvimento se divide em estágios individuais. Para ele, inicialmente, as respostas que as
crianças dão ao mundo são determinadas pelos processos biológicos. Mas, na constante
mediação com adultos ou pessoas mais experientes, os processos psicológicos mais
complexos, típicos do homem começam a tomar forma. Assim, é pela interação social que as
funções cognitivas do mesmo são elaboradas.
Segundo Ferreira (2003), o ato de brincar possibilita o desenvolvimento da criança e
integralmente do ser humano integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e
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cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral
sobre a ludicidade que deve estar sendo vivenciada no processo educacional, que o brincar faz
parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de
aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação proporciona ao aluno estabelecer regras
constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade.

O brincar faz parte dos primeiros atos da criança. Desde o nascimento a criança descobre o
mundo brincando, seja através do contato com seu próprio corpo, seja pela referência dos seus
pais. A brincadeira é a oportunidade de desenvolvimento onde a criança experimenta,
descobre, inventa, exercita e ainda confere suas habilidades. O brincar estimula a curiosidade,
a iniciativa e a auto-confiança. Também proporciona aprendizagem, desenvolvimento da
linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. Os jogos e brincadeiras são
estimuladores da cognição, afeição, motivação e criatividade.

Segundo PIAGET 1975), através da brincadeira, a criança se apropria de conhecimentos que


possibilitarão sua ação sobre o meio em que se encontra. É nesta perspectiva que a prática
pedagógica pautada em situações lúdicas traz enorme prazer e alegria às crianças,
promovendo assim, o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social, psicomotor e linguístico do
educando.
Com a criança deficiente intelectual não é diferente. Embora apresente atrasos em seu
desenvolvimento cognitivo e motor, também necessita de atividades lúdicas no seu dia a dia.
Talvez até mais do que as outras crianças, por necessitar de muito mais estímulos para
desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e sensoriais. Os jogos e brincadeiras para as
crianças com deficiência intelectual constituem atividades primárias que trazem grandes
benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social.

De acordo com VYGOTSKY (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com
necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e
consigo mesma. Através dos jogos e brincadeiras a criança com deficiência intelectual pode
desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação. Os
jogos e brincadeiras proporcionam o aprender fazendo, o desenvolvimento da linguagem, o
senso de companheirismo e a criatividade.
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Para Mafara (2008), Educar através do lúdico contribui e influencia na formação da criança e
do adolescente com deficiência intelectual, favorecendo um crescimento sadio, pois
possibilita o exercício da concentração, da atenção e da produção do conhecimento;
promovendo ainda, a integração e a inclusão social. Para ela a criança deficiente intelectual,
com a ajuda do brinquedo, terá a possibilidade de relacionar-se melhor com a sociedade na
qual ela convive, já que o brinquedo busca o desenvolvimento cognitivo e oportunidades de
crescimento e amadurecimento. Também através do jogo comprova-se a importância dos
intercâmbios afetivos e interpessoais das crianças entre elas mesmas ou com os adultos (pais e
professores).

Ainda Mafara (2008), A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o
aumento das possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois
através desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino e
aprendizagem, exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras crianças,
exercendo a cooperação e aprendendo em grupo.

O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com seu ritmo e
suas capacidades. Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito,
sendo este a origem da autoestima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui,
permitindo à criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação.
O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança deficiente mental com
os seus coetâneos normais e com o mediador IDE (2008).

O professor poderá possibilitar à criança com deficiência intelectual o acesso ao


conhecimento através da vivência, da troca, da experiência, propiciando uma educação mais
lúdica e significativa. Aprender pode e deve ser extremamente agradável e motivador para a
criança.
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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Este trabalho tem como objeto principal, pesquisar a importância do brincar, e do


desenvolvimento do aprender dos portadores de deficiência intelectual. Baseia-se na
abordagem metodológica qualitativa, interpretativa com analise bibliográfica e documental,
na visão do modelo analítico. Para a materialização do objetivo desta pesquisa, o de pesquisar
a importância do brincar, e do desenvolvimento do aprender dos portadores de deficiência
intelectual. Opta-se pelo instrumento de pesquisa: publicações periódicas (jornais e
revistas), documentos eletrônicos, livros e impressos diversos.

A validação será realizada a um mínimo de dois livros, Depois desta validação serão
realizadas as análises seguido de uma narrativa onde se indica o objetivo do estudo e o
contexto dos alunos com deficiência intelectual Optou-se pela realização da interpretação dos
instrumentos utilizados na pesquisa para facilitar a análise das mesmas, sendo possível levar a
um tratamento qualitativo.

Elege-se a amostra não probabilística, pois, ela não generaliza. Trata-se de uma eleição de
forma intencional, em que o pesquisador seleciona os membros da população mais acessíveis
que, neste caso, serão eleitas matérias predefinidas em cada uma das várias categorias. Desta
forma, a temática abordada deve identificar novos percursos acerca da importância do brincar,
e do desenvolvimento do aprender dos portadores de deficiência intelectual. A escolha da
pesquisa bibliográfica deu-se pelo fato da oportunidade de Produzir o trabalho a partir do
maior número possível de material bibliográfico publicado; assim como estudar trabalhos que
dizem respeito ao tema explorado, ou seja, compartilhar com ideias que realmente sejam
pertinentes; para ampliar a pesquisa, fazendo uso não somente de livros técnico-científicos,
mas recorrer também a outra fonte.
Neste sentido, situo a concepção de pesquisa acerca da educação, enquanto campo de
conhecimento e de intervenção, constituindo terremos extremamente produtivos e
promissores, caracterizados pela diversidade e pluralidade teórica e práticas, assim como pela
multiplicidade das formas de brincar destes alunos. Para isso, recorro às contribuições de
alguns autores que possam contribuir para o desenvolvimento deste estudo: Sautu (2005, p.
34), concebe a investigação social como uma formação de conhecimento que se caracteriza
pela construção de evidencias empíricas, elaboradas a partir da teoria aplicada à regra de
procedimento explicito. Para ele a metodologia está conformada por procedimentos e métodos
para a construção das evidencias empíricas. Essa se apoia nos paradigmas e nas suas funções
13

da investigação ao discutir os fundamentos epistemológicos do conhecimento.


Especificamente, refletindo acerca do papel dos valores, da ideia de causalidade e o papel da
teoria, suas vinculações com a evidencia empírica e o recorte da realidade, dos fatores
relacionados com a validez do estudo e o uso do papel da dedicação e indução,
questionamentos referidos à verificação, falsificação dos conteúdos, alcances da explicação e
interpretação.

Partindo da concepção de que a brincadeira e os jogos são atividades imprescindíveis para o


desenvolvimento global da criança, favorecendo sua autoestima e auxiliando na aquisição e
aprendizagem de novos conceitos, a escola deve valorizar e incentivar o trabalho pedagógico
pautado em atividades lúdicas. Os jogos e brincadeiras ao serem utilizados na prática
pedagógica, transformam conteúdos maçantes em atividades interessantes e prazerosas, pois
com os mesmos há motivação, disciplina e interesse pelo que está sendo ensinado. Porém, o
professor deve estar consciente de que os jogos ou brincadeiras pedagógicas devem ser
desenvolvidos como provocação a uma aprendizagem significativa e estímulo à construção de
um novo conhecimento com o desenvolvimento de novas habilidades.

Além do conhecimento e seus critérios de validade, o sujeito e o objeto também passam a


ser assumidos como resultados de processos de construção. Assim, pode-se considerar que
nenhuma dessas três entidades existem independentes umas das outras (IBAÑEZ, 1994).
Sujeito e objeto passam a ser vistos como construções sócio históricas. Independente do
conhecedor, nenhum objeto existe identificado como tal no real.

Pode-se perceber que a educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da


criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
permanente; integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática, enquanto investe em
uma produção séria do conhecimento. A utilização de jogos educativos como recurso didático-
pedagógico, voltado a estimular e efetivar a aprendizagem, desenvolvendo todas as
potencialidades e habilidades nos alunos, é um caminho para o educador desenvolver aulas
mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo competir em igualdade de condições
com inúmeros recursos a que o aluno tem acesso fora da escola.

Para Morin (1995), o objeto e o sujeito, abandonados cada um a si próprio, são conceitos
insuficientes... surgindo o grande paradoxo: sujeito e objeto são indissociáveis. (p. 61), de tal
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forma que, sujeito e objeto constituem-se mutuamente. Não se busca mais um distanciamento
entre conhecedor e objeto, pois a ligação indissolúvel entre eles passa a ser pressuposta.

Neste sentido os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais os
educadores de crianças com necessidades educativas especiais podem estimular o seu
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, linguístico e físico-motor; como também
propiciar aprendizagens curriculares específicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para concluir este artigo, faz-se necessário retornar aos objetivos iniciais da pesquisa e assim,
verificar se foi possível responder aos questionamentos propostos. Acredita-se que tanto foi
possível responder as indagações, como trazer contribuições teórico-metodológicas que
poderão subsidiar novas investigações que tenham a temática: A importância da brincadeira
no processo de aprendizagem da pessoa com deficiência intelectual. Respondendo ao objetivo
geral no que diz respeito a importância do brincar e do desenvolvimento do aprender, dos
portadores de deficiência intelectual. Percebeu-se neste estudo que a brincadeira provoca o
desenvolvimento individual da criança, ajudando a estabelecer limites e fazer com que elas
percebam que as normas sociais existem para serem usadas, a assumir comportamentos mais
avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as
dimensões da vida social.
Assim como compreender o ato de brincar conceituando os principais termos utilizados para
designar as brincadeiras e jogos; é brincando que a criança aprende a respeitar regras, a
ampliar o seu relacionamento social e respeitar a si mesmo e ao outro. Por meio de um
universo lúdico, a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e
discordar de opiniões, exercendo sua liderança e sendo liderados e compartilhando sua alegria
de brincar e participar ativamente do jogo proposto. Este deve ter suas ações sempre criadas e
recriadas para que sejam sempre uma nova descoberta, e sempre se transforme em um novo
jogo. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivação, os educandos acabam
evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e a realizar qualquer atividade com medo
de serem constrangidos.
15

Quanto a análise da importância dos benefícios que o brincar proporciona no ensino-


aprendizagem, além de permitir a socialização e a integração dos portadores da deficiência
intelectual; percebeu que quando a criança brinca, sem ela saber a mesma estar fornecendo
várias informações que serão utilizadas pelo professor para fazer um diagnóstico ou um
relatório positivo quanto a sua aprendizagem e integração com o grupo em que este pertence,
trazendo assim benefícios que permitam a esse aluno conviver intensamente em qualquer
ambiente respeitando, e sendo respeitado, valorizando e sendo valorizado, cuidando e sendo
cuidado, compreendendo a importância da crítica construtiva para seu desenvolvimento moral
e intelectual.
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REFERÊNCIAS

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