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Stuart lucie revisio técnica: Delamar José Volpato epu17 Catalogagao na publicagéo: Ana Paula M. Magnus ~ CRB 10/2052 os elementos da filosofia moral James Rachels | Stuart Rachels Feigao io do Departamento de al de Santa Catarina (UFSC) pela Universidade Federal ide 1 O que é a moralidade? 1Nés nao estamos diseutindo uma questio menor, mas como nés devemas viver Socrates, na Republica de Patio (390 a.G.,aproximadamente) © PROBLEMA DA DEFINIGAO A filosofia moral & o estudo do que a moralidade é e do que ela requer de nbs, Como Sécrates disse, & sobre “como nés devemos viver" ~e por qué. Seria tt pudéssemos comecar com uma definigio simples, incontroversa, do que a mo- ralidade 6, mas isso se mostra impossivel. H4 muitas teorias rivais, cada uma expondo uma concepgio diferente do que significa viver moralmente, sendo que ‘qualquer definigao que va além da formulagio simples de Sdcrates ests fender ao menos uma dessas concepgSes, Tss0 deve nos tornar cautelosos, mas no nos paralisar. Neste capitulo irei descrever a “concepgio minima” de moralidade. Como o nome sugere, a concep- ‘-40 minima é um niicleo que toda teoria moral deve accitar, ao menos como wim ponto de partida. Porém, primeiramente, iremos analisar algumas controvérsias que tém a ver com criangas portadoras de deficigncia.” Nossa discus Jz 0s tragos da concepeao minima. daa PRIMEIRO EXEMPLO: 0 BEBE THERESA ‘Theresa Ann Campo Pearson, uma crianga conhecida ‘Theresa’, nasceu na Florida em 1992. O Bebé Theresa tinha anence IN de: A palvra handicapped sera wadutdlapor “deficient” porque esta term DecretoN 6919, de 25 de agosto de 2009, Promulg a Conve estos com Defcitcia ese Proto Fae 2007, V4 sames Rachels & Stuart Racls principais cloengas genéticas. Criangas anencéfalas so muitas vezes nominadas dle“bebes sem cérebro porém isso nao é bem acurado. Faltam partes importantes do cérebro ~ o cértex cerebral (cerebrum) eo cerebelo -, assim como 0 topo do co, Contudo,o teonco cerebral ainda est i, e assim o bebé pode ainda respi- nentos cardiacos, Nos Estados Unidos, a maloria dos casos de anen- tectados durante a gestagdo, endo os fetos, em geral, abortados. Em. scem vivos a eada ano e eles morrem em alguns dias ‘A histéria do Bebé Theresa € notivel somente porque seus pai fizeram um mento nao usta, Sabendo que o seu bebé morreriacedo e nunca poderia nte, 0s pais de Theresa doaram seus Srgios para transplante imediato, Fles pensaram que seus rns, figado, coragéo, pulmées e olhos poderiam ir para otras criangas que poderiam se beneficiar dees. Seus médicos concordaram. Milhares de eriangas necessitam de transplante a cada ano, € nunca ha érgios suficientes dsponiveis. Contudo, os brgios de Theresa nZo foram usados porque a lei da Flérida proibe a remogio de érgios até a morte do doador. Quando o [Bebé ‘Theresa morreu, oito dias depois, jf fl tarde demals ~ seus Srgaos tinh se deteriorado muito para serem retirados e transplantaclo. ‘© cas0 do Bebé Theresa foi amplamente debatido, Devera ela ter sido mor- ta, de tal forma que seus drgios poderiam ter sido usados para salvar outras as? Varios eticistas profisionais ~ pessoas empregadas por universidades, hospitaise faculdades de direito que sio pagas para pensar sobre essas coisas ~ foram entrevistados pela imprensa para comentat 0 caso. A maioria del cordou dos pais e dos médicos. Como alternativa eles apelaram para principios filosoficos veneriveis para se opor & retirada dos érgios. “Parece simplesmente hotrivel usar pessoas como meios para os fins de outras pessoas disse um dos especialistas, Um outro explicou: "P antiético matar uma pessoa A para salvar {Un tereeiro acrescentou: “O que 0s pais estio pedindo realmente esse bebé que est morrendo, de tal forma que seus drgaos possam \guma outra pessoa, Bem, esta € realmente uma proposta hor- 5 foram divididas, Esses eticistas pensaram Jasso que 08 pais e as médicas no, Mas nés estamos interessados em. pessoas pensam, Queremos saber 0 que é verdadeiro. Estavam erraclas em doarem para transplante os Srgios de seu bebé? onder a essa o, devemos perguntar quais razdes ou argumentos (© que pode ser dito para jusificar 0 pedido tal pedido? Oscelementos de flosoiamart 15) © argumento do beneficio Os pais acreditavam que os érgios de Theresa nao estavam Ihe propo: bem algum, porque ela nao tinha conseiénciae iria de todo [As outras ctiangas, no entanto, poderiam se beneficiar corn el os pais parecem ter raciocinado do modo seguinte: se nds podemos benefciar alguém sem causar dano a ninguém mais, nbs devemos fazer sso. Transplantar as érgios poderia beneficiar outras criangas sem causar dano ao Bebé Theresa Portanto, nds devemos transplanta os seus drgaos. B isso correto? Nem todo argumento ¢ perfeito. Em acréscimo a0 conhecimento de quais argumentos podem ser ofertados para um ponto de vista, 1nés também queremos conhecer se tais argumentos sio bons. Falando em ge- | tal, um argumento é bom se seus pressupostos si verdadeiros ese a con | segue logicamente deles. Nesse caso, podemos pensar sobre a asse | nao se causaria dano a Theresa. Afinal, ela | do que estar morto? Porém, relletindo, parece claro que nessas circunstincias | tigicas, os pais estavam certos, Estar vivo é um beneficio somente se permite ‘ Voc# continuar com atividades e ter pensamentos, sentimentos erelacBes com ‘outras pessoas ~ em outras palavras, se permite a voce ter ‘olsas, a exisiéncia bioldgiea néo tem valor. Portanto, ainda que Theresa pudessé continuar viva por mais alguns dias, iss0 nao Ihe traria qualquer bem, © argumento do benefico, portanto, fornece uma razao poderosa transplante dos érgios. Quais argumentos existem do outro lado? onando ode morrer coda, Desse modo, 1a vida. Sem tais, © argumento de que nés nfo devemos usar as pessoas como metos Os eticistas que se opuseram ao transplante ofereceram dois argu primeito foi bascaco na ideia de que é ervado usar as pessoas cr 0 fins de outras pessoas, Retiar os Srgfos de Theresa seria us otras eriangas, prtanto,ndo deveria ser eto ‘Besse um om argumento? A ideia de que no devemos “usar” as pessoas 6 obviamente araente, prém é uma nogio vaga que precisa ser escarecida. O ue exatamente cla significa? “Usar pessoas’ envolvetipicamente dtonomia ~ a sua habilidade de decidir por st das, de acordo com seus prprios desejos eval pode ser violada através de ma ventas. © para beneficiar amigo quando na verdade estou s6 interessado em sair com sua 190 mentir s6 para voc’ me dar dinhelro ou posso convencé-lo de que rao cinema quando na verdade 0 que quero & 56 que voce me dé 1a, Em todos os casos, estou manipulando vocé a fim de obter algu m mesmo. A autonomia é também violada quando as pessoas slo 4 fazer alguma coisa contra a sua vontade. Isso explica por que “usar as pessoias” éerrado. E errado porque frustra a autonomia das pessoas. Porém, retirar os drgios do Bebé Theresa no frustraria a sua autonomia, porque ela nao tem autonomia ~ ela nio pode tomar decisdes, nao tem desejos ‘© nio pode valorar qualquer coisa, Seria a retirada de seus érgios “usi-la" em sentido motalmente relevante? Nés poderfamos, obviamente, usar seus 5 para o beneficio de alguma outra pessoa, Ora, fazemos isso a cada vez {que um transplante é feito, Poderfamos também estar usando os seus Srgios sem per ‘0 ato errado? Se nés estivéssemos usando-os contra os poderia ser uma razao para objetar, pois violaria a sua autonomia, Mas 0 Bebé Theresa ndo tem desejos. Quando as pessoas sio incapazes de tomar decisdes por si mesmase outros tém que fazer isso por clas, hd duas diretivas razodveis que podem ser adotadas. a, nés podemos perguntar: “O que seria no seu melhor interesse?” Se forsad cconscientee mi ‘A segunda diretiva apela as preferéncias proprias da pessoa: nés devemos tar: "Se ela pudesse nos dizer 0 que cla quer, o que ela diria?": Essa espécie nto & itil quando estamos tratando com pessoas que tém preferén- ‘ver as tiveram), mas ndo as podem expressar ~ por exemplo, um pa- .atoso que fez um testament Vital antes de cair no coma. Mas, lamen- tavelmente, o Bebé Theresa nio tem preferéncia sobre coisa alguma, nem nunca teve, Portanto, no podemos obter qualquer diretiva dela, mesmo em nossa ima- ‘A conclusao é que nés temos que fazer o que achamos ser o melhor. vento a partir da incovvegao de matar smbém apelaram a0 prinefpio de que é errado utra, Retirar os Orgios de Theresa seria mati-la para salvar -. Desse modo, vetirar os seus érgios seria errado. se um bom argumento? A proibigio de matar esti, certamente, entre as regras morais mais importantes. No entanto, poucas pessoas acreditam que rma pessoa Os elements dflosia moat 17, seja sempre errado matar ~ a maioria das pessoas pensa que hé excegdes, com de matar em autodefesa. A questio, enti é sea retirada di Srgios de Theresa deve ser vista como uma excegdo a regra. Hi muitas razdes para pensar ass © Bebé Theresa niio & rada de seus 6rgios iri argumento como sendo ‘outra, mas ni sempre. HA uma outra possibilidade. Quigé devéssemos olhar o Bebé Theresa como jd estando morto, Se isso parecer loucura, tenha em mente que an sroutros bebés. Qualquer um que ace 0. Em geral, €errado matar uma pessoa para salvar Esse foi um avango excitante; salvar muitas vidas. Nao era claro, contudo, se alguma vida poderia ser Estados Unidos. Naquela época, a lei americana entendia que a morte ocorria ‘quando o coragio parava debater. Porém, uma vez que um coragao para de bater, ele se degrada rapidamente ese torna impr6prio para transplante. Desse modo, a lei americana mudou. N6s agora entendemos que a morte ocorre nto quando 0 coragio para ce bater, mas quando o cérebro para de funcionar: “morte cerebral” €0 nosso novo padrao do fim da vida, Iss0 resolvew o problema sobre os trans- plantes porque um paciente com morte cerebral pode ainda ter um corago sa~ sdequado para o transpl ‘Anencéfalos nao se adéquam aos requisitos técnicos da morte cerebral como ela é correntemente definida: porém, talvez, a definigio deva ser revisada para inclui-los. Ao final, nao thes resta qualquer esperanga de uma vida cons ciente porque eles néo tm o c6rtex superior € 0 cerebelo, Sea definigio da mor- te cerebral fosse reformulada pat acostumados com a ideia segundo a qual essas criangas desafortanadas nascem rmortas, ¢, portanto, a retirada de seus érgios nfo envolveria mati-los, argumento a partic da ineorregio de matar seria desafiado. Em uma visio geral, portanto, os argumentos a favor do transph

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