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Folha de S.Paulo - Terra de aves, Brasil desperdiça potencial turístico de observação - ...

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São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Terra de aves, Brasil desperdiça


potencial turístico de observação
País atrai até 5.000 observadores por ano; Peru, que tem
menos espécies, recebe 18 mil

Atividade pode render US$ 10 milhões anualmente, diz


especialista; hobby é tido como ocupação aliada da
conservação e da ciência

Fotos Henrique Manreza/ Folha Imagem

Pássaro em área remanescente de mata atlântica em Ubatuba

AFRA BALAZINA
ENVIADA ESPECIAL A UBATUBA (SP)

O Brasil é segundo país do mundo com maior diversidade de


aves. Com 1.822 espécies, fica atrás somente da Colômbia
(1.865 espécies). Contudo, o turismo para observação desses
animais, mais conhecido pelo termo em inglês
"birdwatching", ainda é fraco por aqui.
Segundo Guto Carvalho, coordenador da Avistar (Encontro
Brasileiro de Observação de Aves), o país recebe cerca de
2.000 observadores de aves por ano. Se forem consideradas
as pessoas que vêm ao país a negócios e que aproveitam para
praticar a avistagem, o número sobe para 5.000. É pouco para
o potencial da biodiversidade brasileira.
O terceiro país em diversidade de aves, o Peru (com 1.820
espécies), recebe em média 18 mil pessoas por ano, segundo

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Omar Barreda, da Comissão de Promoção do Peru para


Exportação e Turismo. Hoje, a maioria dos turistas de
observação de aves no Brasil é estrangeira.
"Cada turista fica em média de uma semana a dez dias. Nesse
tempo, gasta cerca de US$ 2.000. Mais até, se incluirmos as
passagens internacionais e guias. É difícil prever, mas a
médio prazo esse mercado pode crescer de 300% a 500%.
Assim, se continuar a incentivar esse tipo de turismo, o Brasil
pode ganhar US$ 10 milhões por ano", afirma Carvalho.
Para tentar estimular a atividade, a Abeta (associação
brasileira do ecoturismo) criou neste ano um material sobre a
observação de aves no Brasil, em inglês, para ser distribuído
no exterior. A ação tem o apoio da Embratur e do Ministério
do Turismo. Em agosto, o folheto já foi distribuído na British
Bird Fair, em Londres.
Israel Waligora, diretor socioambiental da Abeta, ressalta que
foi "a primeira vez que o Brasil esteve presente
institucionalmente nessa feira". "Em anos anteriores, algumas
empresas e guias participavam de forma isolada e
desarticulada", afirma o dirigente.
O país, porém, muitas vezes não facilita a prática e até a
atrapalha. Segundo José Fernando Pacheco, diretor do
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, o melhor
horário para fazer observação é ao nascer do Sol, mas muitos
parques só abrem após as 8h. "No Bosque da Barra, no Rio,
se você faz jogging pode entrar antes de o parque abrir
oficialmente, mas se está com binóculos não pode", diz.
"Alguns até tentam fingir que são corredores."
Pacheco conta também que na reserva biológica Sooretama,
no Espírito Santo, não são mais permitidos observadores de
aves. Segundo ele, a justificativa é que o uso de "playbacks"
de cantos de pássaros -as "iscas" sonoras para atrair as aves-
estressa os animais. "Mas em 30 anos eu nunca vi problema
nenhum. Nos EUA, em que num espaço pequeno existem 500
pessoas usando "playback", pode haver prejuízo, mas aqui é
diferente", afirma.

Conservação
Na opinião dos organizadores da atividade, a observação de
aves pode ajudar na conservação das espécies e, também, no
aumento de conhecimento científico. Muitos observadores
passam dicas sobre novas aves a cientistas ou redescobrem
espécies consideradas extintas. Delta Willis, da entidade
americana Sociedade Nacional Audubon, diz que há cem
anos observadores de aves têm participado da contagem
anual de animais feita pela instituição.
"Essas informações vão para o relatório da situação das aves,
que contém boas e más notícias. "Birdwatchers"
documentaram, por exemplo, o retorno da águia-americana,
que esteve à beira da extinção, e o declínio de aves comuns,
como a codorna "bobwhite" [Colinus virginianus]", afirma
Willis.
Apesar de a observação de aves ainda não ser popular no
Brasil, um evento com congressos sobre o tema, o Avistar,

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cresce ano a ano. Em 2006, o público foi de 3.000 pessoas,


no ano seguinte, passou para 15.000 e, neste ano, 25.000.
"A observação de aves era um assunto de pequenos clubes e
de cientistas, ornitólogos. De alguns anos para cá esse
número começou a crescer exponencialmente", diz Carvalho.
Mas ainda é pouco se compararmos com os EUA -uma
pesquisa do governo mostrou que, em 2006, 47,7 milhões de
americanos observaram aves.

Riqueza biológica
A América do Sul é o continente mais rico do mundo em
aves, assim como a África se destaca por mamíferos. Boa
parte dessa diversidade se deve aos Andes. "A Colômbia [que
possui 1.865 espécies] tem três cadeias de Andes, uma área
de floresta amazônica, um pedaço de Caribe com floresta
própria, entre outros ambientes", diz Pacheco. Naquele país,
porém, a violência das Farc atrapalha o turismo na Amazônia.
No Brasil, o número passou de 1.590 espécies em 1981 para
1.822 espécies em 2008 -um aumento de 14,5%. A razão do
crescimento é principalmente a descoberta de "espécies
escondidas", ou seja, perceber que animais classificados
como subespécies são, na verdade, outras espécies. Isso só
acontece ao estudar melhor os animais e seus hábitos.
Mesmo havendo muitas espécies, não se pode ignorar que
elas têm sofrido com a perda de seus habitats por meio do
desmatamento. No Brasil, há 160 espécies na lista de
ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente (9%
do total).
Pedro Develey, diretor de conservação da Save (Sociedade
para a Conservação das Aves do Brasil), diz que, enquanto
ainda se descobre a biodiversidade da Amazônia, o país perde
populações de outras espécies na mata atlântica e no cerrado.

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procurar espécies que só existem aqui
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Grupo de estrangeiros aposentados


vem procurar espécies que só existem
aqui
DA ENVIADA A UBATUBA (SP)

O ornitólogo americano Frank Gill, 67, e mais 13


estrangeiros com mais de 65 anos andam pela mata da
fazenda Califórnia, em Ubatuba. Passam ao lado de um rio e,
em meio ao barulho da água correndo, tentam ouvir cantos e
encontrar determinadas espécies de aves, entre elas a
choquinha-pequena (Myrmotherula minor).
O Brasil foi escolhido pelos turistas porque, além de ter
muita diversidade, possui 232 espécies endêmicas -ou seja,
que não podem ser vistas em nenhuma outra parte do mundo.
"Acredito que veremos umas 200 espécies diferentes até o
final da viagem", diz Gill, que já presidiu a Associação
Americana dos Ornitólogos.
A mulher dele, Sally Conyne, acompanha a jornada. "É a
oitavavez que estou no Brasil. Aqui tem boa comida e
acomodação. E os brasileiros são mais preocupados com o
ambiente."
Kim Garwood, aposentada, viaja em busca de borboletas.
Ela já fez um livro sobre as espécies da Amazônia e pretende
lançar outro sobre as do Sudeste. Ellen Strauss, 70, pratica a
observação de aves desde pequena, por influência dos pais.
"Mas fui além deles, fiquei fanática", conta ela, enquanto
desenha e faz anotações em seu bloco sobre cada ave vista.
Uma das espécies observadas em meio a alguns pés de cacau
da fazenda, para deleite dos turistas, foi o pintadinho
(Drymophila squamata). O guia especializado, o biólogo
americano Bret Whitney, afirma que seus compatriotas são
quem mais procura o Brasil para ver aves. Sua empresa faz
até dez excursões por ano no país.
Otimista, ele acredita que a prática aumentará a
conscientização ecológica da população. Para ajudar nisso,
um de seus projetos em andamento é um guia de campo
"popular". Enquanto a obra não sai, seus pupilos usavam
para se orientar o guia "Aves do Brasil Oriental", de Tomas
Sigrist.

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Abundância
Ubatuba tem 514 aves diferentes -só em um bairro da cidade,
Folha Seca, é possível ver 21 espécies de beija-flor.
Carlos Rizzo, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente,
conta que a diversidade se deve ao fato de a cidade ter 92%
de seu território em área de preservação (como o parque da
Serra do Mar) e haver abundância de alimento. Segundo ele,
além de receber turistas, Ubatuba tenta difundir a atividade
no próprio município. Quatro escolas já têm aulas
complementares com observação de aves, usando binóculos
doados pela Petrobras. (AB)

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turístico de observação
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