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RELATÓRIO DE LEITURA.

HENRIQUES, Isabel Castro. “Pássaro de Mel. Estudo de História Africana.”

Nome: Layana Sales de Oliveira RA: 18236398

Segundo a autora a sociedade africana foi marcada por “relações de sujeição, de


proteção, de dependência, de obediências temporárias ou definitivas de homens e de
mulheres”, essas tais diante de um soberano ou protetor.

Para justificar o uso do termo “escravo” pelos europeus para qualquer tipo de
escravidão ou servidão africana, diz que essas línguas (europeias) sofriam de um vazio
linguístico que não equivalia ao diversificado vocabulário africano.

A inadequação do termo “escravo” para qualquer dependente é provada pela


passividade dos “escravos”, os quais foram vistos pelo homem europeu do século XVI, que
pergunta-se quais os meios que criaram a manutenção dessa situação de passividade.

A exemplificação de algumas condições de escravidão mostra-se pelo casamento: um


homem ou mulher escravo poderia casar-se com um homem ou mulher livre e filho dessa
união nasceria livre. Além disso encontra-se em Magyar os dongo ou pika, que equivalem a
homens ou mulheres “comprados”. Contudo no Magyar à evidências de que os escravos
comprados eram castigados e até mortos, porém o Magyar tenta salientar que se o escravo
fosse casado com uma mulher livre era aplicado a pena de Talião, situação que integrava o
cativo no sistema de parentesco.

A partir dessas afirmações vemos função do casamento como agente integrador, assim
os recém-vindo (capturados, trocados, comprados) se tornavam um membro pleno do grupo.

Finalmente no século XIX, Henrique de Carvalho percebeu a “extrema insuficiência


da grelha linguística europeia”. Os africanos tinham vocábulos para distinguir segundo idade,
sexo e categoria social, exemplifica com o causo dos mururos e dos mubicas, os quais os
portugueses identificavam como somente “escravos”, também para esse autor diz que não
havia equivalência entre esses, senão o fato da dependência de um senhor que pode passar a
outro senhor.

Após fazer uma pequena analise histórica da palavra “cativo” e lembrar-vos que tanto
“cativo” quanto “escravo” nunca existiu no dicionário quimbundo, Isabel Henriques diz que

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“Estamos perante uma forma de gestão que não diz apenas respeito ao foto linguístico, na
medida em que se banalizou a ideia de que a África é um continente onde não só a escravatura
estaria generalizada, mas que apenas se mostraria capaz de produzir escravos”.

Para completar a façanha os europeus se preocuparam em transformar o africano


“capturado” ou “escravizado” em um verdadeiro escravo. Para isso fabricaram escravos, para
isso foi necessário o uso da dominação, ou seja, a integração do africano a sociedade colônia
escravocrata. Durante esse processo de criação do “escravo”, o homem ou mulher africana
perdia toda a sua cultura, sendo “amputado dos seus valores próprios”.

Por outro lado a forma de “escravidão” africana seguia uma linha muito ténue e
tinham prazos não tão longos, havia uma integração nas famílias. Segundo Isabel “O
parentesco permitia tornar flexível o sistema e repelir as formas mais violentas de dominação
e exclusão”. Para exemplificar essa “escravatura” mostra-se o mecanismo que permitia a um
homem ou mulher tornar-se escravo voluntariamente, o escravo também poderia trocar de
senhor se fosse exposto a situações violentas e também na situação de fome ou miséria, ou se
sentisse inútil.

Na sociedade africana os “dependentes” pertenciam a quem pudesse reproduzir e


aumentar a rede parentesco. Sendo graças a esse mecanismo que o chefe político aumenta
regularmente o número de parentes que contribuem para o reforço da sua autoridade.

A autora cita que no grupo banto há uma aldeia que possui uma construção chama
jango que era para acolhimento dos viajantes. Mostrando assim “a organização da forma de
parentesco que mantendo embora a hierarquia dos estatutos, não renunciam por isso a uma
tendência para a igualização. Se o acesso à terra é regulado por instituições religiosas é
evidente que dele depende toda produção agrícola, tal como dependem também a recolecção e
a caça.”

O comércio na África Central não era em nada parecido com os modelos europeus, por
mais que visassem o lucro, o uso de animais era muito raro e de meio fluviais também, além
de que o modelo estabelecido era o de trocas, segundo a autora “Encontramos na literatura do
século XIX a referência a caravanas, grandes inicialmente, menos pesados depois. Os
carregadores contam-se às dezenas de milhar, recebendo um pequeno salário em mercadorias
pago pelos europeus, não sabemos nós estimar o pagamento acaso feito pelos africanos.”

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Constata-se também que antes da moeda europeia entrar no cotidiano tshokwe, a
riqueza era principalmente representada por marfim, sal e “escravos”, sempre depois
substituída pela borracha (destinadas ao comércio com a Europa).

Nas sociedades africanas, o líder político era também o líder da família, a qual por sua
vez depende das regras de funcionamento. O que caracteriza maiormente as sociedades
africanas é a enorme elasticidade das situações, que implica em relações flexíveis entre as
estruturações sociais.

Após a analise dessas várias bibliografias Isabel Henriques chega a conclusão que
falar de sociedade africana é estar perante uma sociedade que não deixa de combinar formas
permanentes, com a gestão do circunstancial. Uma sociedade que da possibilidade de escolha
entre a dependência e a liberdade.

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