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INSTITUTO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO

GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS

FUSÕES E AQUISIÇÕES:
UMA TENDÊNCIA DO MERCADO NO SÉCULO XXI

São José dos Campos, 18 de maio de 2010.

RAFAEL DE CARVALHO FERREIRA LEITE


INSTITUTO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO
GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS

FUSÕES E AQUISIÇÕES:
UMA TENDÊNCIA DO MERCADO NO SÉCULO XXI

RAFAEL DE CARVALHO FERREIRA LEITE


RESUMO

As fusões e aquisições tem se mostrado uma tendência do mercado global desde a dé-
cada de 1990. A globalização da economia pela adoção de políticas externas mais propí-
cias a transações internacionais, aliada aos avanços tecnológicos, principalmente em co-
municação e transporte, abrem fronteiras, possibilitando uma nova economia interligada.
Tal cenário permite um maior fluxo de pessoas, dinheiro, bens, serviços e informações.
Este ambiente incentiva a união de empresas na forma de fusões e aquisições, com o obje-
tivo de atingir um mercado mais abrangente, reduzir custos operacionais, entre outros.

Palavras-chave: Marketing Global, Fusões e Aquisições, INPG, Globalização.


SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................5
1.1 Objetivo ...........................................................................................................................5
1.2 Metodologia de Pesquisa ................................................................................................5
2 Fusões e Aquisições: Definições .......................................................................6
3 A década de 1990 como início da tendência de fusões e aquisições .............9
4 A Tendência das Fusões e aquisições no Brasil ............................................12
4.1 A aprovação da Operação no Brasil..............................................................................13
4.2 O Cenário Brasileiro em 2010 .......................................................................................14
Conclusão ................................................................................................................16
Glossário..................................................................................................................18
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1 INTRODUÇÃO

O Tema “Fusões e Aquisições” foi escolhido para o desenvolvimento deste trabalho de


pesquisa por ser um tema atual que tem ditado uma tendência do mercado global atual. Uma
crescente onda de operações de fusões e aquisições tem sido deflagrada desde a década de
1990, quando os mercados mundiais sofreram modificações em direção a uma maior flexibili-
zação e uma maior abertura, propiciando as operações transfronteiriças. Este trabalho visa
discorrer a respeito do assunto “Fusões e Aquisições”, começando por uma breve análise do
início deste movimento na década de 1990 e finalizando no panorama atual vivenciado pelo
Brasil.

1.1 Objetivo

O objetivo deste trabalho de pesquisa é apresentar um breve histórico da década de 1990,


quando o movimento de fusões e aquisições começou a ser obeservado com maior frequência
e um breve panorama da situação brasileira atual de fusões e aquisições.

1.2 Metodologia de Pesquisa

O trabalho de pesquisa foi desenvolvido baseado em pesquisas realizadas em trabalhos


acadêmicos disponíveis na Internet, livros especializados em Administração e websites de
periódicos, jornais e revistas.

Rafael de Carvalho Ferreira Leite


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2 FUSÕES E AQUISIÇÕES: DEFINIÇÕES

O mundo tem assistido, nas últimas décadas, um crescente movimento de fusões e aquisi-
ções de empresas que estão criando cada vez empresas mais fortes e com atuação mais distri-
buída geograficamente, revelando uma crescente tendência de concentração e centralização de
capital em um mercado cada vez mais globalizado.

Esta tendência começou a ser observada com maior freqüência na década de 1990 em
contraste com as décadas anteriores, quando a estratégia usual das corporações para a con-
quista de novos mercados era a de instalação de novas filiais e de novas plantas.

De acordo com Schermerhorn (2007), as nações estão se tornando cada vez mais interde-
pendentes. Os avanços tecnológicos, principalmente em comunicação e transporte, somados à
desregulamentação dos mercados, abrem fronteiras, possibilitando uma nova economia inter-
ligada, global, de incerteza, permitindo um maior fluxo de pessoas, dinheiro, bens, serviços e
informações.

De acordo com Pires (2000), os rápidos avanços no processamento de dados e na tecno-


logia de telecomunicações, trazendo velocidade, facilidade, confiabilidade e redução dos cus-
tos de transação, permitiram “quebrar as barreiras geográficas” nas operações financeiras, ge-
rando um grau de integração e internacionalização mundial sem precedentes. Dessa forma,
imensos conglomerados financeiros – combinando atividades bancárias, mercadológicas, ge-
renciais e tecnológicas – adotaram estratégias globais de concorrência na sua atuação empre-
sarial.

Hoje percebe-se que a aquisição ou a fusão de empresas transfronteiriças constitui o prin-


cipal instrumento de penetração em novos mercados e de ampliação de market share, além da
ampliação da carteira de clientes e de fornecedores das instituições.

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Na maior parte dos acordos, a justificativa declarada é a busca de sinergias, pois a união
de duas grandes empresas é suposto que propicie mais eficiência em tecnologia, operações,
redução de custos e economias com o ganho de escala, além das vantagens inerentes à aflora-
ção do market share.

Podemos, assim, definir como um dos principais fatores que motivam as companhias, a
racionalização da produção, ou seja, produzir mais e melhor a um custo menor, eliminando a
duplicidade de atividades e redundâncias operacionais.

Além disso, as empresas buscam o acesso a novos mercados consumidores e/ou o reforço
da posição competitiva no setor de atuação. Em alguns casos, o objetivo também é assumir
posição dominante ou até mesmo monopolista num determinado mercado, o que pode, em
tese, trazer mais prejuízos que benefícios aos consumidores. (Revista VEJA, Maio de 2010)

“O fator determinante do sucesso de uma F&A1, isto é, que esta resulte em ganhos
tanto para acionistas adquirentes como para acionistas-alvo, são os motivos subja-
centes a cada combinação, que vão desde a maximização da riqueza dos acionistas,
ganhos sinérgicos, diversificação de investimentos, até a maximização da utilidade
gerencial. Dessa forma, emerge daí a dificuldade de traçar uma teoria geral que ex-
plique essas atividades como um todo, uma vez que cada processo é permeado por
razões intrínsecas das diretorias envolvidas.” (CAMARGOS, BARBOSA, 2003)

Em seu artigo, CAMARGOS (2003) conclui, ainda, que: “…as F&As ocorrem visando
tanto à maximização da riqueza de acionistas como à maximização da utilidade gerencial; que
pode existir ou não sinergismo nessas operações, dependendo dos motivos subjacentes…”

Para a melhor compreensão deste trabalho de pesquisa é importante, então, definirmos os


termos “fusão” e “aquisição”.

De acordo com MIRANDA (2000): “(a) fusão é a junção de duas ou mais empresas em
uma única firma; (b) aquisição é uma compra de participação acionária de uma dada empresa
já existente, sem que isso implique necessariamente seu controle por meio da propriedade to-
tal das ações nem desaparecimento de sua personalidade jurídica”. (MIRANDA, MARTINS,
2000)

Uma definição em termos mais técnicos poderia ser dada por:

1
F&A: Fusões e Aquisições

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a) Aquisição: Operação que resulta da absorção de um ou mais patrimônios de uma so-


ciedade, por outra sociedade (ou outra figura qualquer empresarial);

b) Fusão: Operação societária por meio da qual duas ou mais sociedades comerciais
juntam seus patrimônios a fim de formarem uma nova sociedade comercial, conse-
qüentemente deixando de existir individualmente.

Na prática, as operações de fusão normalmente se dão por meio da troca de ações. Em li-
nhas gerais, as ações das empresas A e B são substituídas pelas ações da nova empresa C, cri-
ada a partir da fusão das empresas A e B. A proporção dessa troca é calculada a partir do va-
lor das empresas A e B em relação a C, e assim os proprietários ou sócios das empresas A e B
recebem ativos da empresa C proporcionalmente.

Já na aquisição, a empresa compradora paga o valor negociado com os controladores da


empresa alvo e assume seus ativos.

“As operações de fusão e aquisição podem proporcionar benefícios ao consumidor,


pois seu resultado pode ser uma empresa mais bem estruturada e eficiente, apta a o-
ferecer serviços mais amplos e completos. Por outro lado, há o risco de, com o po-
der econômico concentrado em poucos grupos, a concorrência diminuir, o que pode
motivar aumento de preços e até mesmo a queda na qualidade dos produtos ou ser-
viços.” (Revista Veja, maio de 2010)

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3 A DÉCADA DE 1990 COMO INÍCIO DA TENDÊNCIA DE


FUSÕES E AQUISIÇÕES

O movimento de fusões e aquisições foi marcado no início pelas operações em grandes


empresas e bancos, em especial pelos bancos norte-americanos. MIRANDA (2000) cita, a
título de ilustração:

“Em 1997, as 40 maiores fusões nos Estados Unidos somaram US$ 398 bilhões,
com destaque para aquelas entre o Citicorp e o Travelers (US$ 72,5 bilhões), World
Com e MCI (US$ 41,9 bilhões), National Bank e Barnett (US$ 14,9 bilhões) e First
Union e Core States (US$ 17,1 bilhões).” (MIRANDA, 2000)

No mercado brasileiro, podemos considerar como bastante relevantes, as aquisições do


Banespa pelo Banco Santander, e a fusão do Unibanco com o banco Itaú, entre outras. Mais
recentemente a fusão do Banco Real com o Banco Santander pode ser considerada uma das
maiores fusões até hoje realizadas no Brasil quando tratamos de instituições financeiras.

Grandes fusões aconteceram também entre empresas de ramos diversos, em especial a


indústria petrolífera, mineração, telefonia e alimentos. Alguns exemplos que podem ser cita-
dos, entre inúmeros outros, são a fusão da Exxon com a Mobil, criando a Empresa Exxon-
Mobil. No mercado brasileiro, a fusão da Sadia com a Perdigão que criou a BRFoods, e mais
recentemente a aquisição do varejista Ponto Frio pelo Grupo Pão de Açúcar pelo montante de
R$ 824,5 Milhões, criando a maior rede de varejo do Brasil, posto que havia sendo ocupado
até então pelo grupo Carrefour.

De acordo com a KPMG (2001), “O volume de transações envolvendo capital estrangeiro


no Brasil, por meio de fusões e aquisições, cresceu mais de 44% ao longo da década de 90.
Das 2.308 operações realizadas no período, 61% envolveram recursos estrangeiros. (…) Os
Estados Unidos foram o país que mais investiu no Brasil, seguido de França, Portugal e Espa-

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nha. O crescimento médio do período na soma geral, incluindo operações domésticas e cross
border, foi de 13% ao ano. O crescimento acumulado do período chegou a 134%.”

O estudo da KPMG (2001) divide a década de 90 em três períodos marcados por fatos
importantes ocorridos na economia brasileira:

a) Primeiro – de 1990 até 1993: foi marcado pela abertura da economia. Pulverização,
privatização, concentração e verticalização do mercado caracterizaram esses anos.
Registraram-se grandes fusões e aquisições em setores considerados básicos, como
produtos químicos e petroquímicos (22 negócios) e metalurgia e siderurgia (24).

b) Segundo - de 1994 até 1997: teve como marcos o Plano Real e a presença expressiva
de negócios nos segmentos financeiro (107 transações nos quatro anos), eletroeletrô-
nico (53) e autopeças (42). Globalização, concentração e socorro a bancos em difi-
culdades foram a tônica do período. O ano de 1997 foi marcadopelo boom das fusões
e aquisições no Brasil, com o recorde de 372 negócios realizados.

c) Terceiro - de 1998 a 2000: foram destaques os setores mais avançados, como tele-
comunicações (104 transações) e tecnologia da informação (93). Conduzidos pelo
próprio desenvolvimento, os setores publicitário e editorial ingressaram no ranking,
somando 59 transações nos últimos três anos. O último período da década foi
marcado também por globalização, privatizações, novas tecnologias e Internet.

Figura 1 - Evolução das Fusões e Aquisições – 1990/99 (Em US$ Bilhões)

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O ano de 2000 foi marcado pelo crescimento de 14% nas operações de fusões e aquisi-
ções, totalizando 353 negócios contra 309 no ano anterior. Sessenta e cinco por cento das
transações tiveram a participação de capital estrangeiro. O setor de tecnologia da informação
liderou o ranking, com 57 transações.

O processo de fusões e aquisições verificado nos anos 90 tem um caráter distinto do ob-
servado nas décadas precedentes em função da sua intensidade, da magnitude dos valores e
dos setores envolvidos. Enquanto em 1999 essas operações atingiram o equivalente a 25% do
PIB norte-americano, nos anos 70 o percentual não chegava a 5%.

Nos anos 90, tais processos se concentravam nos setores intensivos em informação, co-
municação e serviços financeiros, enquanto nos anos 70 se realizavam, principalmente, entre
empresas dos setores automotivo, de química básica e de petróleo [TFSD (2000)].

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4 TENDÊNCIA DAS FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL

A recuperação da credibilidade do Brasil em relação à economia mundial e redução de


sua vulnerabilidade externa com fundamentos macroeconômicos sólidos e a implantação de
reformas estruturais, mostrando crescimento econômico sustentado, propiciou o ingresso de
capital estrangeiro que busca investimentos rentáveis.

Grande parte do investimento estrangeiro, neste caso, entra no país em operações finan-
ceiras de aquisições de participação acionária em empresas brasileiras e fusões de empresas
estrangeiras com empresas brasileiras.

Este novo cenário econômico brasileiro possibilitou, de acordo com Kimura e Suen
(1997), que as organizações modernas buscassem o ingresso em novos mercados, visando ob-
ter economias de escala na produção e maior participação em mercados promissores, denomi-
nados “emergentes”.

Este novo cenário econômico veio a sofrer um processo de transformação a partir dos a-
nos de 1990 quando foi promovida a desestatização de empresas no país, processo que abriu o
mercado para agentes privados, criando um ambiente mais competitivo.

Segundo Guarita (2002), a década de 1990 representou para o Brasil o início de uma no-
va era econômica, em que uma economia fechada e sem competitividade torna-se aberta e
globalizada.

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4.1 A aprovação da Operação no Brasil

A negociação de uma operação de fusão ou aquisição ocorre entre as duas partes geral-
mente de forma confidencial para que os interesses econômicos-financeiros dos envolvidos
não sejam prejudicados.

No Brasil, quando as empresas envolvidas em uma negociação de fusão ou aquisição de-


finem pela união ou pela aquisição de uma outra empresa, antes que o acordo seja consumado
a proposta de operação é analisada pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE)
do Ministério da Fazenda e depois pela Secretaria do Direito Econômico (SDE), do Ministé-
rio da Justiça. Ambos realizam pareceres que são submetidos ao Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE), o qual cabe dar a palavra final a respeito da operação. O CADE
pode aprovar, rejeitar ou ainda impor restrições à operação, baseado em fatores econômicos e
de mercado, como leis que protegem o mercado de monopólios, lei antitruste, etc.

Desta forma, de acordo com a Revista Veja (2010) “A rejeição completa acontece quando
a fusão ou aquisição implicam uma participação muito elevada da empresa resultante no mer-
cado, inviabilizando a concorrência. Uma vez reprovada, a decisão é irreversível e não cabe
contestação. No entanto, entre as operações realizadas no Brasil, são raros os casos de rejei-
ção. O mais comum é que, em vez de mandar reverter a transação, o Cade imponha restrições
ao negócio, impondo a venda de alguns ativos, marcas, etc. Neste caso, o entendimento é que
a transação pode trazer benefícios à economia desde que feitos alguns ajustes.”

A legislação brasileira que rege as fusões e aquisições é similar à dos demais países, com
algumas pequenas diferenças.

A principal diferença é que em outros países, principalmente nas economias desenvolvi-


das, a operação de fusão ou aquisição só é fechada depois de ter sido autorizada previamente
pelos órgãos competentes. No Brasil, porém, a avaliação prévia é uma opção para as empresas
e não uma obrigação. Assim, muitas optam por realizar a operação e depois submetê-la aos
órgãos de defesa da concorrência. Se não for aprovada, o risco é ter de desfazer o negócio.
Apesar disso, especialistas afirmam que, depois de iniciado o processo, é difícil reverter a u-
nião.

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4.2 O Cenário Brasileiro em 2010

O número de fusões e aquisições no Brasil registrou um recorde histórico no primeiro


quadrimestre de 2010, de acordo com relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers
(2010).

O bom desempenho foi puxado pelas operações do setor de alimentação, que representa-
ram 11% das transações. No total, foram 236 operações e fusões e aquisições registradas entre
janeiro e abril deste ano, um volume 39% superior ao registrado em igual período de 2009,
quando ocorreram 170 transações.

Número de Transações no Ano Numero de Transações no 1º


(Janeiro a Dezembro) Quadrimestre

Fonte: PricewaterhouseCoopers (abril, 2010)

Figura 2: Número de Fusões e Aquisições no Brasil

De acordo com Antonio Henrique Silveira, titular da Secretaria de Acompanhamento E-


conômico (Seae) do Ministério da Fazenda, o mercado brasileiro passa atualmente por uma
tendência de fusões e aquisições, que deve continuar com ritmo forte em 2010,. "Claramente
após o final do primeiro semestre de 2009 houve um movimento de aquisições, fruto de um
preço relativamente baixo de empresas importantes no Brasil", afirmou Silveira. "A perspec-
tiva para 2010 é de uma continuidade do movimento observado principalmente no segundo
semestre, de fusões e aquisições", disse. (disponível no website da Abril.com)

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Um fator destacado pelo secretário para justificar este movimento é que o mercado brasi-
leiro tem sido muito assediado por empresas estrangeiras, interessadas em boas perspectivas
de negócios no País, o que estimula aquisições. Na análise de Silveira, o mercado internacio-
nal como um todo tem experimentado um movimento mais intenso de concentração de mer-
cado nos últimos anos, entre empresas de diversos setores, e o Brasil também reflete o que
ocorre no cenário internacional.

O Ministério do Planejamento divulga em seu website que “O Brasil também não conta
mais com a maciça presença de estrangeiros na liderança das transações. ‘Grande parte dos
negócios são domésticos, de empresas brasileiras comprando estrangeiras ou brasileiras.’”
(Ministério do Planejamento, maio 2010)

O relatório da PricewaterhouseCoopers constata que recentemente temos observado a ex-


pansão do investidor nacional no mercado externo em termos de aquisições de posições acio-
nárias de empresas estrangeiras. De acordo com o relatório:

“O investidor nacional vem efetuando compras de participação, controladoras e mi-


noritárias, no exterior. Internacionalização das empresas brasileiras representa cerca
de 18% das transações anunciadas.” (PricewaterhouseCoopers, 2010)

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CONCLUSÃO

A década de 1990 marcou o início de uma tendência global de Fusões e Aquisições. A


globalização da economia pela adoção de políticas externas mais propícias a transações inter-
nacionais, aliada aos avanços tecnológicos, principalmente em comunicação e transporte, a-
brem fronteiras, possibilitando uma nova economia interligada. Tal cenário permite um maior
fluxo de pessoas, dinheiro, bens, serviços e informações. Este ambiente incentiva a união de
empresas na forma de fusões e aquisições, com o objetivo de atingir um mercado mais abran-
gente, reduzir custos operacionais, entre outros.

Desde então, o Brasil tem sido o palco de grandes fusões e aquisições, uma vez que os
investidores tem se voltado para mercados chamados emergentes, com grandes perspectivas
de retornos aos seus investimentos. Esta tendência tem se mostrado uma tendência forte e que
segundo os especialistas será mantida nos próximos anos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMARGOS, Marcos Antônio de, BARBOSA, Francisco Vidal, FUSÕES, AQUISIÇÕES


E TAKEOVERS: UM LEVANTAMENTO TEÓRICO DOS MOTIVOS, HIPÓTESES
TESTÁVEIS E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS, Caderno de Pesquisas em Administração, São
Paulo, v. 10, n. 2, p.17-38, abril/junho 2003

SCHERMERHORN Jr., John R. Administração. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

PEREIRA, Miriam Aparecida S., FUSÕES E AQUISIÇÕES Um Estudo em uma Empresa


Nacional do Setor Elétrico. Belo Horizonte: Faculdade Novos Horizontes, 2007.

KPMG, Fusões & Aquisições no Brasil Análise dos anos 90, Índice de Comunicação, 2001

MIRANDA, José Caros, MARTINS, Luciano. Fusões e aquisições de empresas no Brasil.


Campinas: Economia e Sociedade, 2000.

GUARITA, Sérgio Antonio D. Fusões e aquisições no Brasil: evolução do processo. FAE


BUSINESS, n. 3, set. 2002.

PIRES, José Claudio Linhares, DORES, Adely Branquinho das, FUSÕES E AQUISIÇÕES
NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES: CARACTERÍSTICAS E ENFOQUE RE-
GULATÓRIO, Rio de Janeiro, outubro - 2000

PricewaterhouseCoopers, Fusões e Aquisições no Brasil. Corporate Finance, abril 2010

ROCHA, José Antonio Meira da. Modelo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Mo-
delo de documento digital do programa OpenOffice 2.0 disponível em
<http://www.meiradarocha.jor.br/uploads/1021/196/modelo_de_projeto_de_TCC-2006-06-
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TFSD (Thompson Financial Securities Data) – http://www.tfsd.com, 2000.

Rafael de Carvalho Ferreira Leite


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GLOSSÁRIO

Aquisição: Operação que resulta da absorção de um ou mais patrimônios de uma socie-


dade, por outra sociedade (ou outra figura qualquer empresarial).

Fusão: Operação societária por meio da qual duas ou mais sociedades comerciais juntam
seus patrimônios a fim de formarem uma nova sociedade comercial, conseqüentemente dei-
xando de existir individualmente.

Market Share: Participação no mercado e designa a fatia de mercado detida por uma or-
ganização. Sua medida quantifica em porcentagem a quantidade do mercado dominado por
uma empresa.

Monopólio: (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina uma situação de
concorrência imperfeita, em que uma empresa detém o mercado de um determinado produto
ou serviço, impondo preços e condições aos que comercializam.

Truste: É a expressão utilizada para designar as empresas ou grupos que, sob uma mes-
ma orientação, mas sem perder a autonomia, se reúnem com o objetivo de dominar o mercado
e suprimir a livre concorrência e também sao grandes grupos ou empresas que controlam to-
das as etapas da produção, desde a retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das
mercadorias.

Cross border: Diz-se da operação financeira que ocorre entre empresas que não estão si-
tuadas no mesmo país.

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