* Este estudo foi desenvolvido no âmbito dos projetos: “Dinâmica intrametropolitana e vulnerabilidade sociodemográfica
nas metrópoles do interior paulista”, sob o financiamento da Fapesp e do CNPq; e “Desafios para a urbanização sus-
tentável no espaço intrametropolitano de Campinas e Santos: mobilidade populacional, vulnerabilidade socioambiental
e as evidências (locais, regionais e globais) das mudanças ambientais”, sob o financiamento da Fapesp.
** Sociólogo e doutor em Demografia. Pesquisador colaborador do Departamento de Demografia (IFCH/Unicamp) e do
Núcleo de Estudos de População (Nepo/Unicamp); bolsista de pós-doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp).
1 Ou dispersão urbana, tradução livre do termo em inglês utilizado para essa abordagem, urban sprawl. Embora a
tradução literal do termo remeta a “espraiamento urbano”, optou-se pelo termo dispersão. Outras referências, como
Indovina (1990) e Scott et al. (2001), apontam para a análise deste processo a partir de outras abordagens, como cidade
difusa e cidade-região.
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Ojima, R. Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos
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FIGURA 1
Diagrama ilustrativo de distintas formas de ocupação urbana
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2 É importante mencionar que existe um debate a respeito da importância da manutenção de áreas verdes contínuas para
que se viabilizem “corredores ecológicos” para a manutenção da biodiversidade, inclusive em áreas urbanas. No caso
da dispersão urbana, embora seja possível perceber maior integração de áreas verdes dentro do tecido urbano (como
no diagrama 3), essas áreas estão fragmentadas dentro do tecido urbano. Assim, embora realizem as demandas por
“qualidade de vida” da população dos centros urbanos, com áreas verdes mais próximas à vida cotidiana das pessoas,
essas extensões de áreas verdes se distribuem de maneira fragmentada no espaço urbano e não seriam suficientes para
reproduzir a biodiversidade com a mesma potencialidade do que se estivessem dispostas de maneira contínua.
3 As aglomerações urbanas selecionadas tiveram como base a publicação Caracterização e tendências da rede urbana
brasileira (IPEA/IBGE/UNICAMP, 2000).
4 Foram selecionadas aquelas aglomerações nas quais predominavam movimentos pendulares intra-aglomerações e
considerando apenas os municípios que possuíam integração regional com base nos movimentos pendulares dessas
regiões. Foram consideradas, portanto, as aglomerações urbanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte,
Fortaleza, Brasília, Curitiba, Recife, Porto Alegre, Belém, Goiânia, Campinas, São Luis, Maceió, Natal, João Pessoa, São
José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, Aracaju, Londrina, Santos, Joinvile, São José do Rio Preto, Caxias do Sul,
Jundiaí, Florianópolis, Maringá, Vitória, Volta Redonda, Blumenau, Ipatinga, Criciúma, Itajaí, Cabo Frio, Mogi-Mirim e
Guaratinguetá. Mais detalhes sobre o critério de seleção pode ser obtido em Ojima (2007).
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FIGURA 2
Diagrama ilustrativo de distintas densidades urbanas
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Ojima, R. Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos
5 Os critérios para a delimitação do “urbano”, na maioria das vezes, não são uniformes. Entre os países, podem ser desde
aqueles em países como a Albânia, que consideram urbanas as localidades com pelo menos 400 habitantes, ou como
na Áustria, onde este limite inferior é de 5 mil habitantes. Na Bulgária, são consideradas urbanas as áreas constituídas
legalmente, independentemente de tamanho populacional; em Israel são os centros predominantemente não-agrícolas;
na Suécia são consideradas as áreas onde não haja distância superior a 200 metros entre as residências; no Japão são
consideradas as municipalidades com mais de 50 mil habitantes, desde que possuam pelo menos 60% das residências
em áreas antropizadas e pelo menos 60% dos habitantes empregados em atividades industriais, comerciais ou outras
tipicamente urbanas. No caso brasileiro, por resolução legal, toda sede de município ou distrito é considerada área urbana,
sendo seu perímetro definido por legislação municipal. Ou seja, a classificação do que é urbano no Brasil é atribuído aos
municípios, independentemente de qualquer critério conceitual ou analítico.
6 <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/default_prod.shtm#TOPO>; último acesso em 06/10/2007.
7 1. Área urbanizada de vila ou cidade; 2. Área não urbanizada de vila ou cidade; 3. Área urbana isolada; 4. Rural – ex-
tensão urbana; 5. Rural – povoado; 6. Rural – núcleo; 7. Rural – outros aglomerados; 8. Rural – exclusive os aglomerados
rurais.
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Ojima, R. Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos
a ser de 1.453 mil habitantes por quilômetro drados) e abrigam 71,6 milhões de pessoas.
quadrado. Assim, a densidade populacional urbana
As 37 aglomerações urbanas repre- nessas aglomerações é, em média, de 2.353
sentam cerca de um terço do total da área habitantes por quilômetro quadrado. A área
urbana brasileira (30,5 mil quilômetros qua- urbana (AU) de Maringá é a que possui
TABELA 1
População total, domicílios, área urbana, densidade populacional e densidade domiciliar
Aglomerações brasileiras – 2000
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000 (microdados da amostra) e Malha Digital dos Setores Censitários Rurais 2000.
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a maior densidade, com cerca de 8,3 mil detém a maior densidade de domicílios ur-
hab./km2, e a de Cabo Frio detém a menor, banos e, a partir desse critério, poderia ser
com 591 hab./km2. Assim, sob uma análise classificada como a aglomeração urbana
comparativa das aglomerações urbanas, mais compacta.
existem situações muito distintas em termos
da densidade urbana. A AU de São Paulo, Fragmentação
apesar de possuir a segunda maior extensão
urbana (4,2% do total brasileiro), registra Entretanto, a densidade urbana não é
uma das densidades populacionais urbanas necessariamente um indicador que garante
mais altas (4,3 mil hab./km2). a existência de uma urbanização mais
Mas, embora as densidades sejam dispersa nas aglomerações, sendo que o
importantes para identificar o padrão de padrão de ocupação do espaço urbano
expansão urbana e, conseqüentemente, a dentro da aglomeração também contribui
dispersão urbana, a densidade de domicílios para que a urbanização seja mais ou menos
remete mais diretamente à medida da dis- dispersa. Isso pode ocorrer em casos
tribuição da população dentro do espaço como o ilustrado pela Figura 3, em que as
de uma aglomeração urbana. O total de duas áreas urbanas hipotéticas possuem a
domicílios nas aglomerações é de cerca mesma densidade urbana, embora apresen-
de 20 milhões, o que corresponde a uma tem padrões de distribuição da área urbana
densidade de 660 domicílios por quilômetro muito distintos.
quadrado. No diagrama 1, tem-se uma forma de ocu-
A Tabela 1 apresenta as densidades pação monocêntrica, enquanto no 2 existem
populacionais e domiciliares nas áreas ur- diversos núcleos separados espacialmente.
banas para as aglomerações selecionadas É o caso do que a literatura sobre o urban
e permite verificar as distintas condições sprawl aponta como leapfrog development,
em termos da densidade urbana. Com ou urbanização em saltos, que se caracteriza
base nestas informações, observa-se que pela fragmentação dos espaços urbanos e
a AU de Blumenau é a que possui um grau está associada à separação física dos nú-
de dispersão urbana mais evidente, pois a cleos de desenvolvimento urbano.
distribuição dos domicílios urbanos se dá Essa urbanização em saltos pode ser
sob uma densidade de 218 domicílios por entendida como parte de um processo de
quilômetro quadrado, a mais baixa entre as desconexão dos espaços de vida cotidianos
trinta e sete aglomerações. A AU de Maringá dentro das aglomerações, claramente as-
FIGURA 3
Diagrama ilustrativo de distintas formas de fragmentação da área urbana
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FIGURA 4
Agrupamento dos setores censitários conurbados
Aglomeração urbana de Brasília – 2000
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FIGURA 5
Diagrama ilustrativo da metodologia de cálculo do indicador de fragmentação
TABELA 2
Indicadores de vizinhança, de área não-urbanizada e de fragmentação
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
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FIGURA 6
Diagrama ilustrativo de distintas formas de orientação da área urbana
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TABELA 3
Eixos das elipses formadas pela ferramenta de distribuição direcional, diferença entre os eixos e indicador de
linearidade
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
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FIGURA 8
Diagrama ilustrativo da metodologia de cálculo do indicador de centralidade
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Ojima, R. Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos
TABELA 4
Indicadores de densidade, fragmentação, linearidade, centralidade e dispersão e posto ocupado pela
aglomeração no ranking
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
da sua população. Segundo Lopez e Hynes similares e, por isso, deveriam ter indica-
(2003, p. 331), áreas metropolitanas com dores de dispersão similares. Enfim, é pre-
grande volume populacional não deveriam ciso distinguir grandes extensões urbanas
ser classificadas como mais dispersas sim- com o grau de dispersão considerado aqui
plesmente por abrangerem uma extensão através das dimensões e da síntese destas
maior do espaço. Assim, mesmo que de- dimensões.
terminada região seja 10 ou 20 vezes maior A Figura 9 mostra como o indicador
do que outra, ambas podem ter padrões construído satisfaz esse pressuposto, pois
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FIGURA 9
Indicador de dispersão urbana e população total
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
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Isso se deve, entre outras coisas, à mu- Como pode ser visto na Figura 10, as
dança nos paradigmas de desenvolvimento aglomerações urbanas mais dispersas en-
social e urbano, que favorecem a desco- contram-se na porção sul-sudeste do país,
nexão das esferas de ação social, transfor- com exceção do caso da AU de Brasília.
mando o espaço intra-urbano em cenário de Aquelas localizadas nas Regiões Norte e
ações individualizadas, onde a racionalidade Nordeste estão todas entre as mais com-
das ações pauta-se pela dimensão do risco pactas, com exceção da AU de Fortaleza,
social. A fragmentação dos espaços dentro que se coloca no grupo intermediário.
das aglomerações urbanas torna-se cada Provavelmente isso possa ser explicado
vez mais uma forma de se defender diante por características regionais de integração
dos riscos sociais na vida cotidiana e estaria econômica, ampliação das tecnologias de
refletindo a fragmentação da sociedade transportes, ou ainda pela maior inserção
contemporânea (BAUMAN, 2007). no processo de globalização. Independente-
FIGURA 10
Ranking do indicador de dispersão urbana
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
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mente da resposta, parece ser uma evidên- em todas as classes de rendimentos per
cia importante a ser investigada, após esse capita domiciliar. Desde para os domicílios
primeiro esforço de análise comparativa. com renda per capita inferior a meio salário
Outro fator que deve ser considerado mínimo até para aqueles com mais de dois
em futuras pesquisas refere-se à redução salários mínimos por pessoa, a correlação
do padrão dicotômico centro-periferia se mantém significativa. Como se pode
como paradigma explicativo do processo perceber através da Figura 11, as aglome-
de urbanização recente, uma vez que os rações urbanas mais dispersas possuem
fluxos de movimentos pendulares caracte- uma proporção maior de automóveis de uso
rizam um mosaico de situações distintas particular, independentemente das classes
em cada uma das aglomerações urbanas e, de renda domiciliar.
sobretudo, porque a partir desse indicador Assim, é possível dizer que a medida
pode-se perceber que os movimentos intra- de dispersão urbana é coerente e análises
aglomerações urbanas não são, em todos podem ser realizadas considerando outras
os casos, predominantemente direcionados relações. Como já exposto, o estudo mais
para a sede ou núcleo da aglomeração. Ou detalhado sobre algumas aglomerações
seja, existem aglomerações urbanas onde urbanas específicas pode trazer mais sub-
os deslocamentos de trabalho ou estudo sídios para o aprimoramento do indicador,
se dão de forma difusa entre seus diversos tanto incluindo novas dimensões como qua-
municípios. lificando melhor o processo. Uma análise
Em relação ao impacto ambiental da comparativa de uma mesma região em
dispersão urbana, a literatura aponta para termos temporais pode servir para indicar
uma estreita relação entre as áreas urbanas a intensidade em que o fenômeno ocorre e
mais dispersas e uma maior utilização de quais os impactos causados pela dispersão
veículos automotores. Causa e efeito do urbana à medida que se avança no tempo.
processo de dispersão urbana, o uso e a Da mesma maneira, uma análise compara-
expansão dos transportes automotores, tiva entre duas aglomerações permitiria um
sobretudo de uso particular, possuem im- maior detalhamento dos processos que
pactos relevantes em termos da qualidade condicionam as distinções na forma.
de vida da população nos principais centros Merece atenção o fato de que, se, por
urbanos, tais como congestionamentos, um lado, a análise comparativa com o uso
acidentes, incidência de atropelamentos e de indicadores reduz a capacidade de
óbitos, além da poluição atmosférica e todas analisar os processos condicionantes da
as suas conseqüências. urbanização contemporânea, por outro,
A partir dos indicadores de dispersão permite identificar áreas prioritárias para a
urbana para as aglomerações brasileiras, análise detalhada. Isso porque, segundo a
encontrou-se uma correlação negativa com literatura internacional, há uma associação
a proporção de domicílios com pelo menos significativa de efeitos negativos desse
um automóvel de uso particular. Ou seja, modelo de urbanização mais disperso e
quanto menor o ranking da aglomeração fragmentado, que se consolidou a partir
urbana (mais dispersa), maior a proporção da segunda metade do século 20. Entre os
de domicílios com pelo menos um au- aspectos sociais relacionados à dispersão
tomóvel de uso particular. Esse resultado urbana, encontram-se a elevação dos custos
era esperado, uma vez que a literatura já sociais para a oferta de serviços públicos
apontava para essa tendência, o que, inclu- (como abastecimento de água, coleta de
sive, parece ser óbvio. Se uma região possui lixo e tratamento de esgoto) e o potencial
uma dispersão urbana maior, a necessidade aumento da dependência pelo uso de
de deslocamento e meios de transporte transportes automotores, pois ambos es-
também deveria ser maior. tariam condicionados pela maior ou menor
Claro que a variável renda tem um dispersão da rede urbana.
papel importante nessa relação, mas a Portanto, a urbanização sustentável,
mesma correlação negativa é encontrada relacionada à capacidade de otimizar o uso
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Ojima, R. Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos
FIGURA 11
Ranking de dispersão urbana versus proporção de domicílios com pelo menos um automóvel de uso particular,
segundo classes de renda
Aglomerações urbanas brasileiras – 2000
e a ocupação dos espaços urbanos, deverá p.76). De certa forma, pode-se pensar que
cada vez mais considerar as relações do o planejamento e ordenamento territorial
espaço vivido na experiência metropolitana deverão considerar as conseqüências da
e a construção social do espaço. É preciso mudança de um padrão denso para uma
entender as relações e dinâmicas internas tendência de dispersão urbana. Portanto,
às aglomerações urbanas, superando incorporar a dimensão espacial como uma
a dicotomia centro-periferia para poder das variáveis explicativas dos processos
compreender o papel das aglomerações sociais que se constituem nessas aglome-
urbanas contemporâneas e suas formas, rações não apenas contribuirá para padrões
dado que serão estes os potenciais pontos de urbanização mais sustentáveis, mas
de tensão da urbanização mundial e bra- também será fundamental para entender a
sileira nos próximos anos (UNFPA, 2007, sociedade urbana.
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Referências bibliográficas
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Resumen
Este artículo pretende abordar la urbanización brasileña bajo una perspectiva comparativa, a
partir de la construcción de un Indicador de Dispersión Urbana, con el objetivo de contribuir
con el análisis de los desafíos para una urbanización sustentable. Se trata de la búsqueda
de evidencias que confirmen las proposiciones teóricas de una nueva etapa del desarrollo
de la sociedad moderna (riesgos socioambientales) y los desafíos para el análisis de la
relación población-ambiente en los contextos urbanos. Para componer un indicador sintético
de dispersión urbana para las aglomeraciones urbanas brasileñas, fueron consideradas
las siguientes dimensiones sociales y espaciales: densidad, fragmentación, orientación y
centralidad. Los resultados obtenidos fueron compatibles con las evidencias apuntadas por
la literatura internacional, exponiendo los nuevos desafíos para la planificación urbana y
ambiental.
Palabras-clave: Crecimiento urbano. Planificación urbana. Medio ambiente.
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Abstract
The dimensions of urban sprawl and a methodological proposal for comparative studies: a
social-spatial approach in Brazilian urban agglomerations
The goal of this paper is to further our understanding of the challenges for sustainable
urbanization. This objective required both theoretical and methodological investments in
the search for evidence which could confirm the theoretical proposal of a new stage of the
development of modern society (social and environmental risks) and the challenges involved
in analyzing the population-environment relationship in urban contexts. The index that was
developed considered four social and spatial dimensions in order to compose a synthetic index
of urban dispersion for Brazilian urban agglomerations: Density, Fragmentation, Linearity and
Centrality. Results are compatible with the evidence presented in the international literature and
suggest new challenges for urban and environmental planning.
Keywords: Urban growth. Urban planning. Environment.
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