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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO – FAED


CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

GABRIELA PRATES
GIOVANA CAFIERO
KHATERIM FERREIRA
NIKOLLY AMBROZIO

Biblioteca EFAZ: uma análise da Biblioteca da Escola da Fazenda

FLORIANÓPOLIS
2016
GABRIELA PRATES
GIOVANA CAFIERO
KHATERIM FERREIRA
NIKOLLY AMBROZIO

Biblioteca EFAZ: uma análise da Biblioteca da Escola da Fazenda

Trabalho de Conclusão de
Disciplina apresentado às Disciplinas de
Serviço de Referência e Informação e Gestão
de Estoques Informacionais do Curso de
Biblioteconomia com Habilitação em Gestão da
Informação, do Centro de Ciências Humanas
e da Educação da UDESC, como requisito
parcial para obtenção de aprovação nas
disciplinas.

Orientadoras: Lani Lucas, Elisa Corrêa,


Fernanda de Sales

FLORIANÓPOLIS
2016
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Espaço multimídia da biblioteca ..................................................... 60


Figura 2 - Espaço multimídia da biblioteca 2 .................................................. 60
Figura 3 - Espaço de trabalhos em grupo da biblioteca .................................. 61
Figura 4 - Mesa da professora Kátia ............................................................... 61
Figura 5 - Espaço do acervo da biblioteca e estudo individual ....................... 62
Figura 6 - Divulgação de temática na biblioteca ............................................. 63
Figura 7 - Espaço para jogos na biblioteca ..................................................... 63
Figura 8 - Espaço do acervo da biblioteca e estudo individual ....................... 64
Figura 9 - Estantes temáticas da biblioteca .................................................... 65
Figura 10 - Estantes temáticas da biblioteca 2 ............................................... 65
Figura 11 - Estante temática da sala verde .................................................... 66
Figura 12 - Grupos de alunos ocupando todos os espaços da biblioteca ....... 67
Figura 13 - Alunos lendo no ambiente de estudo individual da biblioteca ...... 67
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
1.1 OBJETIVOS.................................................................................................... 10
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 10
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................... 10
2 METODOLOGIA ............................................................................................. 11
3 A ESCOLA DA FAZENDA ............................................................................. 12
4 BIBLIOTECA EFAZ........................................................................................ 13
4.1 ACERVO......................................................................................................... 15
4.2 GESTÃO DE ESTOQUES INFORMACIONAIS .............................................. 18
5 INTERAGENTES ............................................................................................ 19
6 RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO ATUAL DO SERVIÇO DE
REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO ................................................................... 20
7 DEFINIÇÃO DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO ADEQUADO ............... 21
7.1 SERVIÇOS JÁ EXISTENTES ......................................................................... 21
7.1.1 Levantamento bibliográfico ......................................................................... 21
7.1.2 Educação do usuário.................................................................................... 22
7.1.3 Organização de eventos da biblioteca ........................................................ 23
7.1.4 Divulgação do acervo ................................................................................... 25
7.2 NOVO SERVIÇO SUGERIDO ........................................................................ 26
8 CONCLUSÃO ................................................................................................. 27
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 30
APÊNDICE A - TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO DA VISITA NA BIBLIOTECA
EFAZ .............................................................................................................. 33
APÊNDICE B - FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE MATERIAIS ....... 59
APÊNDICE C – PRIMEIRO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ ..................... 60
APÊNDICE D – SEGUNDO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ .................... 61
APÊNDICE E – TERCEIRO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ .................... 62
ANEXO A – SEGUNDO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ .......................... 63
ANEXO B - TERCEIRO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ .......................... 64
ANEXO C – ESTANTES TEMÁTICAS DA BIBLIOTECA EFAZ ................... 65
ANEXO D – ESTANTE TEMATICA DA SALA VERDE ................................. 66
ANEXO E – INTERAGENTES DA BIBLIOTECA EFAZ ................................ 67
4

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho é desenvolvido interdisciplinarmente entre as disciplinas


de Serviço de Referência e Informação e Gestão de Estoques Informacionais do curso
de Biblioteconomia da UDESC. No desenvolver deste trabalho alguns pontos serão
analisados no contexto da Biblioteca da Escola da Fazenda, escolhida pelas
acadêmicas:

a) O contexto do serviço de referência já existente;


b) Indicações de melhorias e/ou novos serviços para implementação;
c) O contexto do estoque informacional da biblioteca;
d) A verificação da existência de uma Política de Desenvolvimento de
Coleções.

Tratando-se de uma biblioteca escolar, fica evidente a necessidade do


desenvolvimento deste trabalho para que possamos conhecer a realidade no mundo
prático da Biblioteconomia. Considerando a existência da lei 12.244 (BRASIL, 2010)
em defesa de bibliotecas em todas as escolas brasileiras, particulares e públicas,
respeitando a profissão de Bibliotecário - fundamentada na lei 4.084 (BRASIL, 1962)
- até o ano de 2020, torna-se essencial que a discussão sobre como a profissão está
sendo exercida na prática nestes ambientes seja trazida para dentro da academia.
Assim, os futuros bibliotecários podem aplicar novas visões do que precisa ser
melhorado e do que pode ser feito diferente.
Os temas foco aqui trabalhados, como explicitado anteriormente, são o serviço
de referência e a gestão de estoques. Por tanto, abordaremos aqui os conceitos
necessários para a compreensão destes temas, além de uma contextualização das
bibliotecas escolares para que a análise da biblioteca seja compreensível e esteja no
mesmo ponto de vista para todos os que leem este trabalho.
Shiyali Ranganathan, conhecido como pai da Biblioteconomia na Índia,
desenvolveu as cinco leis fundamentais da Biblioteconomia. São elas:

a) Os livros são para serem usados;


b) Todo livro tem seu leitor;
c) Todo leitor tem seu livro;
5

d) Poupe o tempo do leitor;


e) Uma biblioteca é um organismo em crescimento.

Estas cinco leis demonstram a importância da existência de um profissional da


Biblioteconomia preocupado com os seus usuários, com o intuito de transformá-los
em interagentes. Na segunda lei criada por Ranganathan (para cada leitor o seu livro),
o trabalho do Serviço de Referência e Informação fica evidente.
A partir da concepção de que a Biblioteca é um organismo em crescimento
constante que precisa ter o foco em seus interagentes, o desenvolvimento do Serviço
de Referência e Informação torna-se essencial para as Bibliotecas atuais.
Antes de entender o que este serviço significa, é essencial compreender o
conceito de serviço. De acordo com Kotler (1998), serviço é qualquer ato que alguém
pode oferecer a outra pessoa, de modo intangível podendo ou não estar vinculado a
um produto físico.
De acordo com Maciel e Mendonça (2000 apud MENDONÇA, 2006, p. 232), o
serviço de referência e informação

Compreende todas as atividades voltadas, direta e indiretamente, à prestação


de serviços ao usuário. Inclui a divulgação de informações gerais sobre a
biblioteca [...] assim como as específicas, voltadas para um segmento
específico.

Assim sendo, podemos considerar o serviço de referência e informação como


o serviço voltado para o atendimento ao público. Ele permite a interação direta com
os interagentes, podendo ser feito tanto presencial quanto virtualmente. É um serviço
educacional, que informa a respeito de orientações do uso do espaço, dos
instrumentos de recuperação e das fontes e recursos de informação, trazendo
habilidades, valores e atitudes para o acesso, obtenção e uso da informação
(MARTUCCI, 2000, p. 103 apud MENDONÇA, 2006, p. 234).
Para tornar este serviço possível é essencial que quem vai fornecê-lo conheça
as necessidades informacionais de seus interagentes. Um meio para atingir este
conhecimento é através do estudo de usuário, que de acordo com Sanz Casado
(1994), é um conjunto de estudos que analisa os hábitos de informação dos usuários,
tanto quantitativa quanto qualitativamente.
Um dos principais objetivos do serviço de referência e informação é a educação
6

do usuário. É através dessa educação que o usuário desenvolve sua competência


informacional, que de acordo com Eisenberg (2008, p. 39, tradução nossa) é “um
conjunto de habilidades e conhecimento que nos permite encontrar, avaliar e utilizar
a informação que precisamos, assim como nos permite filtrar a informação que não
precisamos”. A habilidade de selecionar as fontes de informação, reconhecendo sua
veracidade e confiabilidade, é mais importante do que ter acesso a conteúdos
excessivos provindos da explosão da informação vivida atualmente (BEM; ALVES,
2013).
Figueiredo (1992, p. 52-55) cita alguns dos serviços de referência e informação
mais comuns nas bibliotecas:

1) Provisão de documentos: Circulação; Consulta no local; Empréstimos-


entre-bibliotecas; Comutação; Fornecimento de cópias; Entrega de material
a pedido; Preparação de traduções;
2) Provisão de informações: Questões de referência simples (fatuais);
Questões de referência complexa; Serviço referencial para outras fontes,
inclusive pessoas; Acesso à base de dados;
3) Provisão de auxílio bibliográfico: Localização de material; Verificação de
referências; Levantamentos bibliográficos em assuntos especializados, a
pedido;
4) Serviço de alerta: Informais: exposições, murais, circulares; Formais: Listas
de novos materiais; Circulação de periódicos; Sumários correntes; Boletim
bibliográfico informativo (bibliografias, resenhas, críticas); Disseminação
seletiva da informação;
5) Orientação ao usuário: Provisão de Guias de bibliotecas; Cursos de
orientação; Cursos de instrução bibliográfica; Promoção dos serviços;
6) Auxiliar editorial: Preparação de obras individuais.

Alguns destes serviços podem ser desenvolvidos virtualmente, dando origem


ao serviço de referência virtual. Este conceito não terá ênfase no desenvolvimento
deste trabalho, já que pela filosofia da biblioteca analisada, a Biblioteca da EFAZ, as
consultas físicas ao acervo são encorajadas, sempre evitando as consultas via
internet.
Outro conceito importante para se definir é a Gestão de Estoques
Informacionais. Para chegar a este conceito, primeiro precisamos entender que os
estoques informacionais são como se fossem os acervos ou coleções de uma
biblioteca. Porém, ao contrário do que as palavras acervo e coleção nos remetem, os
estoques não são reunidos apenas para guarda e preservação, mas também com o
propósito de sair onde estão alocados o mais rápido possível, de circular (CORRÊA,
no prelo). Por tanto, o termo estoque informacional combina plenamente com a
realidade atual, onde os clientes das bibliotecas deixaram de ser meros usuários e
7

passaram a ser interagentes. O sucesso da biblioteca está na circulação de seu


estoque.
Assim sendo, a gestão de estoques informacionais trata do gerenciamento dos
estoques informacionais das bibliotecas. A formação destes estoques, hoje ainda
chamado de desenvolvimento de coleção é composto por critérios para a seleção, a
aquisição, a avaliação e a preservação.
A seleção, de acordo com Weitzel (2000), é um processo de tomada de decisão
que considera os perfis temáticos através de objetivos e estratégias, analisando “título
a título”. Esta decisão é baseada em critérios e políticas pré-estabelecidas, essenciais
para a orientação das escolhas dos novos títulos que constituirão o acervo da
Biblioteca.
Segundo Figueiredo (1993, p. 65), a aquisição “é o processo de agregar itens
a uma coleção por meio de compra, doação ou permuta”. Ou seja, é a operação que
implementa as decisões tomadas na seleção, incorporando assim os itens na coleção.
Por tanto, podemos dizer que as rotinas da aquisição decidem onde e como adquirir
itens para o acervo, levando em consideração questões como o preço e a facilidade
de obtenção (LIMA; FIGUEIREDO, 1984).
Já a avaliação de coleções é o procedimento utilizado para verificar a
quantidade e qualidade de uma coleção. Para Figueiredo (1993), o processo de
avaliação é inteiramente dependente do programa de aquisição, que inclui a sua
política, seus procedimentos, e principalmente os métodos de seleção. Para a
avaliação da coleção as metas da biblioteca, seus objetivos, sua missão, etc. devem
ser considerados. A avaliação, por tanto, é também responsável pelo desenvolvimento
da coleção, abrangendo questões de planejamento, seleção, revisão (onde decisões
são tomadas e ações executadas) e desbastamento (processo que retira os títulos da
coleção para o remanejamento – transferência do título para locais menos acessíveis
– ou para o descarte – doação ou eliminação do item). É através dela também, que
processos de conservação e preservação podem ser efetuados, através da retirada
temporária do título do acervo para recomposição física e retorno posterior à coleção.
Existem diversas metodologias para a avaliação da coleção, podendo esta ser
avaliada tanto quantitativamente, quanto qualitativamente. Lancaster (1977)
classificou como quantitativas as metodologias que envolvem o tamanho da coleção,
tanto o tamanho absoluto, quanto o por categorias; a média do crescimento corrente;
o tamanho em relação a outras variáveis, como número de volumes per capita ou por
8

item circulado; os gastos com a coleção. Já as qualitativas o autor considera os


métodos impressionistas, feitos de modo subjetivo, onde a avaliação é feita baseada
em listas padrões ou coleções de outras instituições. Outra classificação feita por
Lancaster é a de fatores de uso, onde a avaliação é feita através das estatísticas de
circulação e uso interno.
Observando a lei de Ranganathan, que defende que a biblioteca é um
organismo em crescimento, mesmo com critérios de seleção e aquisição definidos em
uma rigorosa política de desenvolvimento de coleções, com o passar do tempo a
biblioteca pode possuir um grande número de materiais que não são mais
necessários. Por isso, a necessidade da constante avaliação é muito clara, já que é
através dela que pode-se chegar na aplicação de programas de revisão e
desbastamento da coleção (FIGUEIREDO, 1993).
No o contexto das bibliotecas escolares, Peres e Silveira (1998) citam a
necessidade do desenvolvimento de uma Política de Seleção de Materiais de
Informação, onde todos os procedimentos básicos para a seleção e aquisição dos
materiais que irão compor o acervo e o possível descarte de certos materiais estão
criteriosamente descritos. Para eles, a responsabilidade de seleção, aquisição e
descarte nas escolas deve ficar a cargo do bibliotecário juntamente com uma
comissão formada por representantes do corpo docente, supervisão escolar e direção
da escola. No decorrer do artigo, eles citam os tipos de materiais que podem compor
o acervo escolar:

a) Obras de referência: incluem enciclopédias, dicionários, índices,


abstracts, almanaques e outras fontes de consulta que permitam
introduzir o estudante na busca de informação;
b) Didáticos e paradidáticos: incluem livros adotados para o ensino e
desenvolvimento do currículo escolar exigido;
c) Livros de literatura: incluem autores clássicos e modernos que trazem
momentos de lazer e conhecimento usando a imaginação, fantasia e
realidade. Geralmente são recomendados por professores como leitura
complementar;
d) Periódicos: jornais e revistas de circulação nacional e periódicos
especializados;
e) Folhetos: materiais obtidos, normalmente por doação;
f) Multimeios: incluem fitas de vídeo, mapas, globos, cartazes, cds, fitas
cassete, diapositivos, entre outros. (PERES; SILVEIRA, 1998, p. 128, grifo
do autor).

Todos os critérios de seleção e aquisição devem constar no documento da


Política desenvolvida, incluindo critérios para forma de aquisição (se é através de
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compra, doação ou permuta), para a substituição e descarte de materiais


informacionais, além dos critérios para reconsiderações da decisão de seleção
(PERES; SILVEIRA, 1998).
Para aplicar as etapas do desenvolvimento de coleções é essencial o
desenvolvimento de uma política, que permite que os critérios para as etapas do
desenvolvimento de coleção sejam pré-definidos formalmente. É a política que,
segundo Vergueiro (1989 apud CORRÊA, 2013), garante que os processos possam
ter continuidade e possam ser reestruturados quando necessário. Por tanto, a política
de GEI é um documento que disponibiliza um roteiro para que os profissionais que
trabalham com o desenvolvimento de coleções possam dar subsídio necessário para
tomada de decisão em cada etapa (CORRÊA, 2013).
Com estes conceitos delimitados, a estrutura deste trabalho se constitui por 8
seções, sendo a primeira esta introdução com a subseção referente aos objetivos do
trabalho. Na segunda abordaremos a metodologia utilizada no seu desenvolvimento.
A terceira diz respeito a apresentação da instituição responsável pela biblioteca, a
Escola da Fazenda, demonstrando todo o seu contexto, missão, objetivos, etc. Na
quarta seção a Biblioteca EFAZ é explorada, demonstrando todos os detalhes
referentes ao funcionamento da biblioteca, seus serviços e seu acervo. A quinta seção
trata sobre os interagentes da biblioteca. A seção seis e sete tratam sobre os serviços
de referência e as melhorias propostas, respectivamente. Já a seção oito é dedicada
à conclusão deste trabalho.
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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Verificar a possibilidade de reorganização do Serviço de Referência e


Informação e analisar a gestão de estoques informacionais da Biblioteca da Escola da
Fazenda.

1.1.2 Objetivos específicos

Este trabalho possui os objetivos específicos elencados abaixo:

a) Definir o contexto da instituição mantenedora da Biblioteca;


b) Analisar o funcionamento da Biblioteca;
c) Analisar o acervo da Biblioteca;
d) Descrever os interagentes da Biblioteca;
e) Definir melhorias aos serviços já existentes;
f) Apresentar a possibilidade de implementação de um novo serviço;
g) Explicar detalhadamente como possibilitar a implementação do serviço
sugerido.
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2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa de campo, de cunho


qualitativo, no qual será apresentado a situação atual da biblioteca EFAZ. De acordo
com o Portal Educação (2013), a pesquisa de campo é a realização de visitas e
entrevistas, que resulta na coleta de dados da realidade do local que está sendo
pesquisado. A partir da obtenção destes dados é possível analisa-los e esclarecer o
problema de pesquisa através de uma fundamentação teórica conjunta. Sendo uma
pesquisa com enfoque no aprofundamento e com a compreensão do problema, e não
com resultados numéricos, classifica-se como pesquisa qualitativa.
A partir da definição do tema “Biblioteca Escolar”, iniciou-se a busca por uma
escola que apresentasse uma metodologia de ensino diferenciada. Durante o
levantamento das diferentes escolas e metodologias, a pedagogia Histórico-Crítica
chamou atenção, devido sua grande ênfase na pesquisa. Com isso fica clara a
importância do apoio à pesquisa escolar, trazida pela biblioteca. Por tanto, a escola
escolhida, Escola da Fazenda, dá grande importância à Biblioteca, apesar desta não
ser gerida por profissional da área da Biblioteconomia.
Tratando-se de uma pesquisa de campo, a necessidade de uma visita física
para aplicar uma entrevista faz-se necessária. A partir desta entrevista, todos os
dados para a elaboração dos itens do trabalho foram levantados, resultando também
na construção do Apêndice A, onde pode-se encontrar a transcrição desta entrevista.
Foi a partir deste documento que o desenvolvimento das novas propostas de
serviços de referência e da análise da gestão dos estoques informais da Biblioteca
EFAZ foram construídos. Um diálogo aberto foi mantido entre as autoras e a
professora Kátia, responsável pela biblioteca, onde quais quer dúvidas não abordadas
na entrevista foram sanadas e novas informações, como a disponibilização de fotos
da Biblioteca em funcionamento foram disponibilizadas. Todas as fotos
disponibilizadas por Kátia, acessíveis através dos Anexos A-E, têm a sua autorização
para a inclusão neste trabalho acadêmico, desde que não seja disponibilizado para
acesso online ou fora do meio acadêmico.
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3 A ESCOLA DA FAZENDA

A Escola da Fazenda é localizada em Florianópolis/SC, no bairro Fazenda do


Rio Tavares. Deu início aos seus trabalhos em 1994, com o intuito de não ser mais
uma escola igual as tantas outras que existem por ai. Seus trabalhos iniciais eram
focados nas artes e na iniciação esportiva. Conforme o amadurecimento da equipe e
a sua experiência pedagógica e institucional, houve uma transformação do plano
inicial de ensino para uma fundamentação teórico-metodológica que resultou em uma
construção de um projeto pedagógico que, segundo o EFAZ (2016a), pretende formar
“pessoas realmente melhores em todos os sentidos”.
Trabalhando com ensino infantil e fundamental e visando à formação social de
cada uma dessas crianças, a escola definiu como pratica pedagógica a Pedagogia
Histórico-Crítica, que de acordo com o portal EFAZ (2016b), “propicia que se
compreenda os seres humanos [...] em suas múltiplas determinações históricas a
partir de suas relações sociais e de sua relação transformadora da natureza”.

A Pedagogia Histórico-Crítica permite à Escola da Fazenda adotar a questão


ambiental como princípio educativo, por localizar nas relações sociais e
econômicas vigentes a origem da degradação das condições da vida. A
escola, como espaço de ciência, deve contribuir para a humanidade organizar
a sociedade tendo como fundamento principal o desenvolvimento humano
em todos os seus aspectos e possibilidades (EFAZ, 2016b).

Assim, conseguiu tornar-se uma escola diferente das outras, pois preocupa-se
mais com a formação de cidadãos do que com a formação de competidores. De
acordo com o EFAZ (2016c), a escola utiliza metodologias participativas, com
diferentes estratégias pedagógicas, destacando a Educação Ambiental.
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4 BIBLIOTECA EFAZ

A Biblioteca da Escola da Fazenda não tem um nome definido, mas todos a


chamam de Biblioteca EFAZ. Algum tipo de concurso para decidir um nome definitivo
para a biblioteca já foi cogitado, porém, como toda a comunidade da escola já está
acostumada em chamar de Biblioteca EFAZ, a ideia não foi para frente, já que a
responsável pela biblioteca e a administração da escola chegaram à conclusão que
mesmo que fosse escolhido um novo nome, a comunidade, professores, alunos e
funcionários continuariam a chama-la de Biblioteca EFAZ.
A única responsável pela biblioteca da Escola da Fazenda é a professora Kátia
Antunes. É formada em pedagogia e educação artística, com pós graduação em
supervisão escolar. Antes de assumir a responsabilidade da biblioteca, ela dava aulas
de artes na escola.
Nos primeiros dois anos em que iniciou a sua atuação na biblioteca, Kátia
dividia seus horários entre dar aulas e cuidar na biblioteca, que ficava fechada
enquanto ela ministrava suas aulas. A partir de 2015, assumiu completamente a
biblioteca e parou de dar aulas.
A equipe da biblioteca se restringe apenas a professora Kátia, sendo ela a única
responsável por todas as funções e atividades da biblioteca. Além de responsável pela
biblioteca, possui funções na coordenação pedagógica, na direção, na gestão e
também na supervisão da escola. Para que não seja necessário fechar a biblioteca,
ela efetua suas funções dentro do espaço da biblioteca, trazendo as reuniões para
dentro do ambiente.
O horário de funcionamento da biblioteca é de segunda a sexta, no período
matutino e vespertino. Pela manhã a biblioteca funciona das 8:30 às 12:10. Já a tarde,
ela abre as 13:15, fechando às 18:30, com exceção das segundas-feiras, em que o
horário de fechamento é as 16:30.
A professora Kátia participa de todas as decisões referentes a biblioteca. Ela é
a responsável por decidir o que deve ser comprado, o que a biblioteca está
precisando, etc. Ou seja, ela é completamente responsável pela seleção e aquisição
dos materiais informacionais e dos outros materiais utilizados na biblioteca, possuindo
a liberdade para efetuar compras necessárias.
Solicitações de materiais feitas por alunos e professores são levadas em
consideração e sempre que possível são adquiridos, informando a direção sobre as
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compras e o que necessita ser pago posteriormente. Quando trata-se de itens de mais
complexa aquisição, seja por questões relacionadas a altos custos ou ao difícil
acesso, as compras são feitas diretamente pela direção, a partir de um processo de
autorização resultante da solicitação feita pela Kátia.
Os materiais que são separados para desbaste acabam sendo usados em
ações são feitas pela biblioteca, trocados ou então são vendidos para arrecadar algum
dinheiro para a compra de novos títulos. A biblioteca não possui nenhum acordo formal
de cooperação entre bibliotecas.
Atualmente não é possível a contratação de algum auxiliar ou estagiário para a
biblioteca, pois a verba da escola está toda destinada para uma reforma que está
sendo realizada. Está prevista a aposentadoria da professora Kátia daqui a poucos
anos, por tanto, uma nova professora está sendo preparada para que ela possa
assumir a Biblioteca EFAZ.
A biblioteca é composta por três espaços, o espaço multimídia é o primeiro,
pois é a na entrada da biblioteca. Este espaço conta com aproximadamente 25
carteiras, uma TV, um computador e um quadro branco. Ele é utilizado para a
transmissão de vídeos, filmes, músicas, etc., além de ser utilizado para a realização
de aulas, onde as turmas aproveitam para realizar empréstimos e devoluções dos
itens do acervo (ver Apêndice C).
O segundo espaço é onde composto pela mesa da professora Kátia, equipada
com um computador, uma mesa redonda com espaço para aproximadamente seis
cadeiras e duas carteiras e cadeiras para atividades em que os alunos podem utilizar
para atividades ou para jogar os jogos disponíveis na biblioteca, geralmente fora do
horário de aula. É neste espaço que exposições ou eventos são feitos quando ocorrem
(ver Apêndice D e Anexo A).
Já o terceiro é da biblioteca, é onde o acervo fica localizado, em
aproximadamente sete estantes de livros, uma estante de jogos e outros
equipamentos, e duas grandes mesas, que comportam aproximadamente seis
cadeiras cada. Este é o local reservado para pesquisas, provas, etc. Ou seja, é o local
reservado para atividades individuais, onde regras de silêncio são mais preservadas.
Estes espaços que compõe a biblioteca antigamente eram parte de uma casa. Por
tanto, na planta da escola não há informações sobre a metragem dos ambientes (ver
Apêndice E e Anexo B).
A proposta da biblioteca é de estimular seus interagentes na pesquisa
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bibliográfica. O uso de computador é liberado para pesquisa somente quando o aluno


não encontra o que precisa nos livros presentes na biblioteca. Para o acervo de
literatura, os alunos são estimulados a pesquisar a partir de temas ou conceitos.

4.1 ACERVO

Nos quatro anos na biblioteca, seus três primeiros foram voltados a montagem
da biblioteca. Para efetuar a organização do acervo da Biblioteca EFAZ, Kátia estudou
como fazê-la de forma que os interagentes da biblioteca conseguissem encontrar o
que procuram, ou seja, de forma que fosse possível a recuperação da informação. Por
não ser da área de Biblioteconomia, a professora desenvolveu seu próprio modo de
organização do acervo nas estantes.
O sistema usado também foi sendo estudado do jeito que ela ia cadastrar, como
fazer, como localizar o livro, etc. A professora Kátia foi criando até chegar em como
está hoje.
Para a automação da biblioteca Kátia utiliza um software pago, chamado
Biblioteca Fácil, que a partir de seus estudos para encontrar um sistema, que
atendesse as necessidades da biblioteca e que fosse de fácil assimilação, foi o
escolhido. Este sistema permite a inserção de palavras-chave, que é o que ela utiliza
para saber o que tem no acervo e para auxiliar na recuperação da informação.
O sistema Biblioteca Fácil não disponibiliza o acesso remoto, sendo restrito
apenas ao administrador. Por tanto, apenas a professora Kátia tem acesso ao
sistema. Ele não é disponibilizado em outros computadores da biblioteca, ou seja, o
seu uso é realmente restrito à responsável pela biblioteca. Se alguém buscar algum
título específico, é apenas a Kátia quem faz a busca no sistema, auxiliando o
interagente a encontrar o que procura.
Apesar de achar o sistema muito satisfatório, há um projeto em andamento que
está sendo estudado, para que futuramente o sistema de gestão da escola, Unimestre,
aborde também o acervo da biblioteca, já que este possui uma área reservada para
isto. Assim, o acesso online ao catálogo da biblioteca, reserva remota, etc. serão
serviços disponibilizados.
Por ter sido desenvolvida sem um profissional da área de Biblioteconomia, a
Biblioteca EFAZ não possui um sistema de classificação conhecido da área, como a
CDD (Classificação Decimal de Dewey) ou a CDU (Classificação Decimal Universal).
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A organização do seu acervo foi feita através da divisão temática das áreas abordadas
na escola (ver Anexo C).
A partir da divisão das estantes por tema, dependendo do tipo do acervo, os
títulos são organizados por ordem alfabética. Por exemplo, há a divisão de estantes
para livros da educação infantil, que abrange o terceiro e o quarto ano, porém este
não é organizado alfabeticamente, devido à dificuldade de mantê-lo dessa forma
quando utilizado pelas crianças menores. Já os títulos separados para o acervo
infanto-juvenil, que abrange as turmas do quarto até o sexto ano, e para o acervo
juvenil, que envolve as turmas do sétimo ao nono ano, são organizados por ordem
alfabética.
As demais áreas temáticas não são organizadas alfabeticamente, devido a sua
pouca quantidade de títulos, com exceção da estante temática de ciências, que
precisa da organização alfabética devido aos seus diversos termos específicos, muito
usados devido a filosofia da Escola da Fazenda. A professora Kátia explica que

Fora isso não tem mais nada em ordem alfabética, porque é pouca coisa né,
aqui história tem mais ou menos essa separação né atlas e constituição,
mundial, Brasil, Santa Catarina e Florianópolis, que é o que eu tentei separar
e organizar de acordo com a nossa escola (APÊNDICE A, p. 38).

Para o contexto da biblioteca, este sistema tem funcionado muito bem. Os


interagentes sempre recuperam suas informações.
O acervo possui 4.352 itens compostos por livros, atlas e dicionários. A
biblioteca também possui jogos, CDs, DVDs, gibis, mapas e material de almoxarifado,
que não estão contabilizados neste número. As principais divisões do acervo são
compostas pela Literatura Infantil, Infanto-Juvenil e Juvenil. Por seu atendimento ser
voltado para o ensino infantil e fundamental, não há literatura adulta em seu acervo,
apesar de pais e ex-alunos poderem utiliza-lo.
Os itens usados para pesquisa são da área temática de ciências, matemática
e outras utilizadas em sala de aula. Além destas, áreas temáticas muito utilizadas,
devido a filosofia da escola são:

a) Questão indígena;
b) Mobilidade;
c) Africanidades;
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d) Astronomia.

A Escola da Fazenda, como demonstrado anteriormente, possui uma grande


ênfase na Educação Ambiental. Com isso, eles desenvolvem o projeto Sala Verde na
escola. Ele é coordenado pelo departamento de Educação Ambiental, do Ministério
do Meio Ambiente, e consiste no incentivo de implantar espaços socioambientais,
agindo como centros de informação e formação ambiental.

Sala Verde é um espaço definido, vinculado a uma instituição pública ou


privada, que poderá se dedicar a projetos, ações e programas educacionais
voltados à questão ambiental. Deve cumprir um papel dinamizador, numa
perspectiva articuladora e integradora, viabilizando iniciativas que propiciem
uma efetiva participação dos diversos segmentos da sociedade na gestão
ambiental, seguindo uma pauta de atuação permeada por ações
educacionais, que caminhem em direção à sustentabilidade (BRASIL, 2016).

Para apoiar este projeto, a biblioteca possui uma estante com a área temática
da Sala Verde, que reúne temas como a água, o meio ambiente e a biodiversidade.
Se tratando de um acervo que dá ênfase para a proposta de educação ambiental da
escola, ele é frequentemente acessado pelos alunos (ver Anexo D).
A biblioteca possui um acervo de referência, porém ele é integrado às
temáticas, não possuindo uma estante exclusiva para as obras de consulta. Este
acervo é composto por algumas enciclopédias antigas; atlas; dicionários de línguas;
constituições (brasileira, de Santa Catarina, etc.). Estes títulos são portanto integrados
aos temas, como por exemplo, as constituições que são localizadas na estante
temática de história e os atlas que se encontram na estante de geografia.
A coleção de livros do Monteiro Lobato é organizada em uma prateleira mais
alta da estante. Eles não são cadastrados no sistema da biblioteca e não podem ser
utilizados fora do espaço da biblioteca.
A biblioteca também disponibiliza outros tipos de materiais, que podem ser
disponibilizados para o uso na sala de aula:

a) Jogos;
b) Réguas;
c) Réguas temáticas (com formas);
d) Pranchas Plastificadas;
e) Fichas de Leitura;
f) Grampeador, etc.
18

A organização dos jogos é dividida em três categorias: os que são pegos sem
monitoria; os que podem ser emprestados; e os específicos para o uso em sala de
aula pelos professores. Para o controle dos materiais além do acervo dividido em
temáticas, como os jogos, réguas, etc., citados anteriormente, a professora Kátia
adotou o seguinte procedimento:

Eu dei um número e cadastro lá como se fosse um livro ai eu coloco lá: régua


de letras, ai coloco 'dentro contém 14 réguas', ai eu coloco algumas coisas,
tá na caixa original, não está, tá faltando tal coisa, incompleto. Então tem um
campo [dentro do sistema] de observação, então dentro desse registro tem
tudo, tudo aqui, quando empresto professor, pacote de letras, pacote de
réguas tal, anoto o número e vou ali agora, pego número da professora
Roberta e coloco ali 4178, qual foi o plástico que ela levou, 8 réguas de
animais, aí sei que animais que tinha (APÊNDICE A, p. 45).

A partir da visão trazida pela análise do contexto do acervo da biblioteca, será


descrita a seguir o funcionamento da gestão dos estoques da Biblioteca da EFAZ.

4.2 GESTÃO DE ESTOQUES INFORMACIONAIS

Como comentado na seção anterior, a Biblioteca da EFAZ não possui uma


política para a gestão dos estoques informacionais. Por tanto, as atividades de
seleção, aquisição e avaliação não são regulamentadas e nem padronizadas.
As atividades de seleção e aquisição são desenvolvidas pela professora Kátia,
de acordo com as necessidades que os interagentes vão demonstrando, de forma
verbal. A Kátia tem uma grande liberdade para aplicar investimentos na biblioteca,
sendo muito frequente as compras de títulos com apresentação das contas para
serem pagas posteriormente. Quando é necessária a aquisição de títulos muito
dispendiosos, ou de equipamentos para a biblioteca, é levada para a direção da
escola, que atende as demandas assim que possível.
Não há uma avaliação formal implementada na Biblioteca da EFAZ. A avaliação
acaba sendo informal, de acordo com comentários de professores, pais e alunos. O
maior resultado desta avaliação é o desbastamento de títulos, que são reaproveitados
em ações, trocados, ou vendidos em feiras promovidas pela biblioteca.
Os critérios para o desbastamento de títulos são feitos de acordo com
comentários de pais e professores, que podem achar algum título inadequado para
estar na biblioteca, ou através da observação informal de títulos que são pouco
19

utilizados ou que estão em condições precárias.

5 INTERAGENTES

Na Biblioteca EFAZ todos os interagentes são reais, ou seja, todos os


potenciais grupos fazem uso da biblioteca, desde alunos até a comunidade.
Atualmente, no sistema, existem 532 leitores cadastrados, dos quais 313 estão ativos.
Majoritariamente, os leitores são os estudantes matriculados na escola –
atualmente são 200 estudantes de Educação Infantil I e II e Ensino Fundamental I e II
– sendo que todos frequentam a biblioteca, seja para realização de trabalhos e tarefas
escolares solicitados pelos professores, para leitura ou empréstimo de livros, para
ações culturais ou para eventos realizados na biblioteca (ver Anexo E).
Todos os professores também possuem cadastro na biblioteca e utilizam
principalmente materiais para preparação e suporte das aulas, trabalhos de leitura e
participam dos eventos promovidos. Todos os outros funcionários, como os de
limpeza e cozinha, também são cadastrados. Segundo a professora Kátia, este grupo
totaliza aproximadamente 35 interagentes (APÊNDICE A).
Além disso o cadastro de ex-alunos é sempre mantido, e reativado quando
necessário, já que vários deles procuram a Biblioteca da EFAZ durante o Ensino
Médio para o empréstimo de livros, geralmente aqueles que são cobrados no
vestibular. Pais e a comunidade externa (moradores do bairro onde fica a escola)
também frequentam a biblioteca, normalmente para empréstimo de livros de literatura,
material da Sala Verde e para participar dos eventos promovidos pela biblioteca.
De acordo com a Kátia, estes últimos grupos citados têm aproximadamente 80
cadastros ativos, porém devido a impossibilidade de consultar o sistema com
precisamente, não foi possível levantar o número exato de cadastros atualmente
ativos da comunidade (APÊNDICE A).
20

6 RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO ATUAL DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA


E INFORMAÇÃO

Para fazer indicações de melhorias no serviço de referência, foi preciso fazer


um reconhecimento da instituição e da atual situação encontrada na Biblioteca EFAZ.
Visto isso, foi percebido que, assim como muitas bibliotecas escolares existentes, o
papel de bibliotecária é feito por uma professora, muitas vezes vindo da sala de aula
para ocupar este lugar por algum motivo.
É preciso entender que, apesar da Escola da Fazenda ser uma instituição de
ensino particular, por questões de custos não há uma bibliotecária cuidando da
biblioteca. Mas, como explicado na introdução, com a lei 12.244/2010, até 2020 toda
instituição de ensino deverá ter um bibliotecário formado cuidando de sua biblioteca.
Apesar da professora Kátia não ser uma bibliotecária formada, e fazer por conta
própria a escolha dos métodos para organização da biblioteca, e por isso, também
não saber o que é o serviço de referência, pode-se perceber que existe este serviço,
mas não é entendido como tal.
Ele é feito de forma presencial, auxiliando no ensino e uso dos materiais,
fornecendo informações pedidas, tanto com os alunos como com os professores,
organizando eventos em conjunto ou não com os professores para mostrar aos alunos
o acervo, e a própria divulgação do acervo. Mas não é feito de forma como
conhecemos estes serviços.
O serviço é adequado, pensando no tipo de biblioteca e como está funcionando
o serviço atual de modo satisfatório para a escola, cumprindo com os objetivos desses
serviços, que é o de passar informação ao seu interagente.
Obviamente, é possível melhorar os serviços que são feitos e pensar em outros
serviços de uma forma mais apropriada, e que não vá atrapalhar nem dificultar o
trabalho da professora Kátia, de modo que se obtenham resultados satisfatórios.
21

7 DEFINIÇÃO DE UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO ADEQUADO

Esta seção será responsável por explanar como os serviços estão sendo
aplicados e por sugerir melhorias e um novo tipo de serviço que pode ser adotado
pela Biblioteca da EFAZ.

7.1 SERVIÇOS JÁ EXISTENTES

Aqui serão abordados os serviços de referência desenvolvidos na Biblioteca da


EFAZ, propondo melhorias para que a sua aplicação atenda melhor as necessidades
informacionais de seus interagentes.

7.1.1 Levantamento bibliográfico

Segundo os portais Unama e Unitoledo (2016), ele consiste em uma pesquisa


realizada em bibliografias, acervos da biblioteca (livros, artigos, teses, folhetos, etc.)
base de dados, redes de informação ou em qualquer material bibliográfico,
possibilitando a recuperação de informações pertinentes ao assunto específico
pedido. O interagente dá características como: idioma(s), tipos de materiais, palavras-
chave, etc., que possibilita ao bibliotecário fazer uma seleção de bibliografias ou
documentos que o integrante possa usar como referência em qualquer trabalho.
O bibliotecário de referência pode ter um formulário onde pede as
características (normalmente usados em serviços online) ou pode-se fazer uma
entrevista com o interagente e assim entender melhor a necessidade dele.
A professora Kátia, quando solicitada pelos professores ou alunos costuma
separar o material referente ao que foi pedido e que tem na biblioteca, deixando esse
material separado para quando eles pedirem. Por conhecer todos os professores e
saber o que eles pedem, ela costuma fazer antecipadamente este trabalho, separando
material já sabendo que o professor pediu para os alunos algum trabalho de pesquisa.
O formulário seria uma boa opção para a professora Kátia, já que este serviço
atualmente é feito de forma muito informal. Porém, como não é uma escola com uma
filosofia que prefere os livros a internet, o formulário poderia ser impresso e com
especificações da escola.
22

Como ela trabalha sozinha e acumula outras funções além da biblioteca na


escola, a entrevista tomaria um tempo precioso, e a formulário ajudaria a informação
passada a ser procurada de forma mais ampla do que é feito. No Apêndice B deste
trabalho há uma proposta de formulário para ser usado ou servir de modelo para a
professora Kátia.

7.1.2 Educação do usuário

Em suma, é a instrução do interagente para que este seja mais autônomo


dentro da biblioteca, apto a utilizar todos os recursos que existem a sua disposição e
capaz de localizar, avaliar e utilizar a informação que procura de maneira eficiente e
adequada (HENTGES, 2008).
Dentro do contexto da biblioteca escolar este serviço, para Carvalho (1981),
tem como principal objetivo “[...] a formação de hábitos de leitura e consulta, dando ao
aluno condições para avaliar, selecionar e utilizar os meios apropriados para a solução
de seus problemas pessoais e escolares”.
Hoje na Biblioteca EFAZ esse serviço é feito essencialmente no momento em
que o interagente faz o empréstimo de algum livro ou material, neste ponto é explicado
como funciona a biblioteca e o período de empréstimo de cada material. Lembrando
que a biblioteca é pequena, e tendo em consideração a frequência em que é utilizada
entendemos que este serviço é essencial para manter as pessoas na biblioteca, um
leitor que se sente/é capaz de encontrar aquilo que procura de forma rápida, sem
depender tanto do profissional, deve se sentir mais à vontade para frequentar este
ambiente.
É importante lembrar que a filosofia da escola prioriza o acervo físico a pesquisa
digital. Então, ao pensar de que maneira esse serviço pode ser aprimorado pensamos
nas seguintes propostas:
Um momento de visita coletiva à biblioteca logo no início do ano, onde seria
explicado: como funciona a biblioteca, o objetivo de se ter uma biblioteca na escola
(pra que serve, quais atividades os alunos podem fazer ali, os materiais disponíveis,
etc), a disposição e organização do acervo, como se portar em cada espaço da
biblioteca, entre outros. Já que a comunidade externa também utiliza a biblioteca seria
pertinente a participação dos pais nessa visita. Devido ao espaço limitado da
23

biblioteca essa visita pode ser feita separadamente, cada dia com uma turma ou um
grupo diferente. É interessante apresentar os diferentes conteúdos que o acervo
possui para que os alunos tenham curiosidade de buscar informações diversificadas,
não só aquelas que já despertam seu interesse.
O tamanho da biblioteca permite que ocasionalmente a professora Kátia dê
uma atenção maior aos interagentes, então é possível criar uma atividade focada no
Ensino Fundamental. Em parceria com os professores, pode-se realizar aulas na
biblioteca, direcionadas a instruir os alunos a localizar e utilizar, de forma correta, o
acervo de referência (dicionários, enciclopédias, constituições) e entender a
organização do acervo para encontrar a informação de maneira eficiente. Esse
trabalho auxilia os alunos na realização de pesquisas para trabalhos escolares, onde
muitas vezes eles perdem tempo por não saber como utilizar/encontrar esses
materiais, além de passar a ideia geral da organização para que eles possam utilizar
outras bibliotecas de maneira mais autônoma.

7.1.3 Organização de eventos da biblioteca

Nada mais é que uma divulgação da biblioteca, do acervo que ela possui, dos
serviços que a mesma oferece, realizando eventos e atividades, fazendo com que os
interagentes tenham curiosidade e interesse em ir até a biblioteca e buscar
informações, em se tornarem mais presentes na biblioteca, fazendo com que ela faça
parte do seu cotidiano.
Pode-se considerar a “organização de eventos na biblioteca” como realização
de ações culturais, pois além de fazer a divulgação da biblioteca e de tudo que envolve
a mesma, a ação cultural tem um papel educacional, que tem como um de seus
propósitos trabalhar com a capacidade dos interagentes no acesso a informação e a
realização de novos conhecimentos, como afirma Rosa (2009, p. 373):

A ação cultural não se limita somente a disponibilização dos bens culturais,


deve possibilitar também a participação e a criação de novos bens culturais
e conhecimentos. O bibliotecário deve proporcionar um ambiente para que o
usuário participe, no sentido de opinar, formular e criar.

A professora Kátia promove diversas ações para aproximar os alunos da


biblioteca, como: concursos temáticos; realiza atividades com os alunos incentivando
24

a criatividade de cada um, e depois expõe pela escola os trabalhos realizados; tem
mês que ela disponibiliza em uma mesa todo o acervo sobre um determinado tema,
escolhido por ela, para que os interagentes saibam o que a biblioteca tem sobre o
mesmo; também realiza às vezes a “semana de alguma coisa”, por exemplo, como
ela nos informou, a semana do gibi; quando pode, leva pessoas para conversar com
os alunos, contar histórias, ensinar algo; um dia na semana ela criou a biblioteca
rotativa que os alunos trocam livros entre amigos e quem não levou pega na biblioteca;
também tem a visita semanal, para os alunos do 1º ao 4º ano, que é um acordo dela
com o/a professor/a, que leva num dia da semana uma turma para os alunos pegarem
livros; realiza um projeto com a professora de língua portuguesa, para os alunos do
7º ao 8º ano, chamado Leitura Mensal, que todo mês eles tem que pegar um livro na
biblioteca e apresentar em sala de aula.
Todas essas ações que a professora Kátia realiza envolvendo a biblioteca,
como dito anteriormente, tem como propósito fazer com que os alunos gostem de ir à
biblioteca e façam isso com frequência, para se aproximar mais dos livros e também
se distanciar um pouco das tecnologias de hoje.
Sabendo que o trabalho que ela realiza já é bom, de acordo com a proposta da
biblioteca, pensamos em pequenas melhorias para otimizar este trabalho. Como ela
nos contou que todo mês faz exposição do seu acervo sobre um determinado tema,
sugerimos que nesses meses, além de expor o acervo da biblioteca sobre aquele
tema escolhido, ela também passe filmes relacionados ao tema, acorde com os
professores que em parte de suas aulas também trabalhem sobre o tema, pode
realizar oficinas com a professora de artes para criação de “obras”, se possível leve
pessoas que dominam sobre o assunto para dar palestras, contar histórias, ensinar-
lhes algo, solicite que os alunos maiores façam uma sinopse sobre o que aprenderam
naquele mês ao final do mês, e que os alunos menores desenvolvam artes (desenhos,
colagem, etc.) sobre o que eles mais gostaram de saber sobre aquele tema e faça um
acordo com a direção da escola para expor cartazes sobre o tema, com informações
sobre o que vai ocorrer na biblioteca naquele mês, chamando cada vez mais atenção
dos alunos e fazendo com que eles queiram participar.
25

7.1.4 Divulgação do acervo

De acordo com a terceira lei de Ranganathan, onde é defendido que cada livro
tem o seu leitor, observa-se a importância da divulgação do acervo da biblioteca. É a
partir da utilização de diversos métodos de divulgação que as chances de um livro
encontrar o seu leitor aumentam.
Ao divulgar o acervo pode-se potencializar a construção do conhecimento dos
interagentes, que a partir da interação com novas obras pode descobrir novas
necessidades informacionais, contribuindo ainda mais para a construção de um
cidadão crítico. Este trabalho geralmente fica a cargo do setor de referência das
bibliotecas.
Considerando o contexto da Biblioteca da EFAZ, onde não há divisão de
setores, este trabalho fica a cargo da professora Kátia, responsável por todas as
funções da biblioteca. Atualmente, as novas aquisições da biblioteca são
constantemente divulgadas.
O método adotado pela professora Kátia é a organização de alguns dos títulos
novos em um cavalete, com a frase “livros novos na biblioteca” montada com letras
recortadas de revistas, e expondo-o no refeitório da escola, ambiente frequentado por
todos os alunos. A partir desta divulgação, muitos alunos procuram a biblioteca com
interesse de conhecer os novos títulos adquiridos pela biblioteca. Esta foi uma das
formas encontradas pela Kátia para incentivar o uso da biblioteca entre as crianças
mais velhas, que devido ao acesso à internet via celular acabaram diminuindo a sua
frequência ao espaço.
Além da divulgação das novas aquisições, a organização de eventos da
biblioteca, citada anteriormente, também contribui fortemente para o incentivo dos
interagentes.
Levando em consideração os interagentes da biblioteca, em que inclui-se a
comunidade, pode-se implementar diferentes formas de divulgar o acervo da
biblioteca, com o intuito de também atingi-los. Um método para incentivar uma
frequência maior de pais, ou outras pessoas da comunidade pode ser através de
postagens de divulgação na página da biblioteca, no site da escola. Pode-se fazer
uma divulgação mensal, com uma lista de sugestão de títulos que podem interessar
estes interagentes. Tanto os livros de literatura, quanto os livros de temáticas
26

específicas.
Para que isso funcione, é necessário analisar o cadastro deste perfil de
interagentes, mapeando suas idades, áreas de atuação, etc. A partir disso, pode-se
divulgar uma lista de títulos, mensalmente, que abranja os interesses de grande
maioria destes interagentes. Um modo de aumentar ainda mais o interesse dos
interagentes, é desenvolver uma parceria com os alunos da escola. Pode-se escolher
um dos livros da lista mensal para ser postado juntamente com um resumo, resenha,
ou comentário dos alunos que já leram o título em questão.

7.2 NOVO SERVIÇO SUGERIDO

Além dos serviços que já são desenvolvidos, será sugerido a aplicação de um


novo serviço de referência, o serviço de disseminação seletiva da informação. De
acordo com Bernacchi (1975 apud NASTRI, 1986, p. 252), este serviço é “o sistema
em que o usuário é notificado periodicamente sobre documentos de interesse
potencial dentro do seu campo”. Apesar de hoje em dia ser um serviço muito ligado
ao uso de tecnologias de automação, pode ser desenvolvido também de forma
manual.
Para o contexto da Biblioteca da EFAZ, pode-se adotar um sistema de
notificação aos interagentes pertencentes ao perfil dos professores. Sendo a
professora Kátia a única responsável por todas as funções da biblioteca, inicialmente
não seria possível abranger todos os perfis de interagentes.
Para a implementação deste serviço deve-se fazer um levantamento do
interesse dos interagentes e a partir disso adotar critérios para canalizar as
informações importantes, analisando e selecionando documentos (NASTRI, 1986).
Este serviço se equivale ao levantamento bibliográfico, porém ele é feito antes
mesmo de ser solicitado. Pode-se fazê-lo mensalmente, de acordo com a área de
cada professor, envolvendo os conteúdos que eles estão ministrando em suas aulas,
facilitando assim a construção das aulas. Além de indicação de livros e materiais do
acervo da biblioteca, as fontes de informação devem ser diversificadas. Artigos,
músicas, filmes, etc., também devem ser agregados a listas entregues aos
professores.
27

8 CONCLUSÃO

A partir da definição do contexto da Escola da Fazenda, foi possível analisar


como a Biblioteca EFAZ funciona, tanto em relação ao seu acervo, como em relação
aos seus interagentes. A partir disso tornou-se possível analisar a gestão do estoque
informacional da biblioteca, que funciona de forma informal devido ao contexto onde
a biblioteca está inserida, gerida por uma professora fora da área da Biblioteconomia.
Com o desenvolver do trabalho foi possível sugerir melhorias e um novo serviço de
referência e informação, de forma que realmente possa ser implementado levando em
consideração a falta de pessoal que auxilie no desenvolvimento destas atividades.
Como acontece em diversas bibliotecas escolares no Brasil, a Biblioteca EFAZ
é gerenciada por uma professora que já trabalhava na escola. A professora Kátia hoje
é a responsável pela biblioteca e, mesmo não tendo formação na área, consegue
realizar um trabalho notável. Porém, isso nos lembra que mesmo após seis anos da
aprovação da lei 12.244/2010, que determina a existência de bibliotecas gerenciadas
por bibliotecários em todas as escolas públicas ou privadas (BRASIL, 2010), ainda se
faz necessário a discussão dessa situação, dentro e fora da academia.
Por conta da filosofia da escola, a Biblioteca EFAZ vai na contramão do que se
vê hoje do foco e estímulo maior no uso das tecnologias, e promove a pesquisa e uso
do acervo físico que a biblioteca possui. Os computadores são utilizados, mas
somente em último caso, ou se há necessidade de um dado mais recente, por
exemplo. O acervo então conta com vários livros didáticos, literatura intantil, infanto-
juvenil e juvenil - que é o foco da biblioteca, atender aos alunos - além de CDs, DVDs,
mapas, etc.
Justamente por ter esse foco, a professora Kátia, utilizou muito do seu tempo
se dedicando a organizar o acervo, procurando uma maneira que funcionasse na
biblioteca e que permitisse o fácil acesso dos interagentes. A organização não segue
um sistema de classificação como a CDD, mas a maneira que foi organizado, por
temas, permite a fácil recuperação da informação pelos interagentes.
Pensando nisso, foi implantado o sistema Biblioteca Fácil, um software simples
mas que permite que a professora tenha total controle do material que entra e sai da
biblioteca. No entanto, vimos que um problema desse sistema é a não disponibilização
de acesso remoto, o que significa que apenas a professora Kátia pode consultar o
acervo, fazer empréstimos e renovações.
28

Sabendo disso, a escola pretende estender à biblioteca o sistema de gestão da


escola, Unimestre, para que esse acesso seja possível. Um dos fatores observados
que contribui para o bom funcionamento da biblioteca, é esse suporte dado pela
direção da escola, que atende e entende a necessidade de todos os pedidos de
aquisições feitos pela professora, que também é responsável por decidir essas
questões.
Outro aspecto que chamou atenção é a frequência e a maneira que a biblioteca
é utilizada. Diferente do que acontece em muitas bibliotecas escolares, a Biblioteca
EFAZ é intensamente utilizada por toda comunidade. Fator que atribuímos a
dedicação da professora Kátia em seu trabalho com a biblioteca, e a importância dada
a ela pela direção da escola.
Em relação ao foco do trabalho, que são os serviços de referência feitos na
biblioteca, percebemos que esses são feitos presencialmente, de maneira espontânea
e elementar. Por se tratar de uma biblioteca escolar pequena, o serviço de referência
feito atualmente na Biblioteca EFAZ, consegue satisfazer as necessidades de seus
interagentes, mesmo que de forma mediana em alguns aspectos e sem seguir os
conceitos e normas técnicas próprias da Biblioteconomia.
Isso posto, para aperfeiçoar os serviços já existentes e elaborar um novo
serviço, pensamos sempre em melhorar o funcionamento da biblioteca para os
interagentes, de forma que a disseminação da informação seja ampliada; e o trabalho
da professora Kátia, já que ela é a única responsável e ainda assume outras funções
na escola, elaboramos serviços que fossem viáveis, praticáveis e que facilitasse seu
trabalho. Criamos então um formulário para levantamento bibliográfico, sugerimos
visitas e aulas direcionadas a educação dos interagentes - e a sugestão de
implementação de um serviço de disseminação seletiva da informação.
A análise do funcionamento da biblioteca também deixa clara a necessidade
da construção de uma política gestão de estoques informacionais, onde os critérios
para que sejam desenvolvidos as atividades de seleção, aquisição e avaliação sejam
definidos. A avaliação do acervo é uma atividade muito importante no contexto de uma
biblioteca onde a prática do desbaste é aplicada, apesar de não possuir regras para
tais atividades. Com isso, pode-se ocorrer um equívoco na liberação de títulos para
doações, organizações de feiras, etc.
Finalmente entendemos, que mesmo não sendo gerenciada por uma
bibliotecária e não seguindo os processos técnicos padrões de uma biblioteca, o
29

trabalho da professora Kátia faz com que a biblioteca cumpra seu papel mais
importante que é de atender as necessidades informacionais e culturais da
comunidade a que ela serve.
30

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33

APÊNDICE A - TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO DA VISITA NA BIBLIOTECA EFAZ

G - Gabriela Prates
P - Professora Kátia Antunes
K - Khaterim Ferreira
N - Nikolly Ambrózio

G - Então tu tá aqui só na biblioteca há 3 anos, é isso?


P - Dois anos. Eu tô na biblioteca há 4 anos, durante dois anos eu fiz as duas
coisas. Dava aula de artes né e trabalhava aqui, ficava aqui nos momentos que não
dava aula e dava aula daí ficava fechada. E nos últimos dois, ano passado e esse
ano, um ano e meio no caso eu tô só na biblioteca mesmo.
G - E, como que é que faz... Tu dividiu por assunto?
P - É. Literatura tá, eu tentei separar né, infantil, infanto-juvenil e juvenil, não
temos adulto. Assim de vez em quando aparece um livro, recentemente até aconteceu
de uma família dizer que tinha um vocabulário inadequado no 9º ano aí gente tirou do
acervo, mas então, assim não temos adulto né, pra atender mesmo ensino
fundamental. E tem na comunidade também alguns estudantes de ensino médio vem
buscar, então assim não temos adulto, então infantil, infanto-juvenil e juvenil. No mais,
os itens pra pesquisa então temos ciências, tem estante de matemática, as áreas tem.
E além disso como eu te falei por conceito então tem a estante da questão indígena,
tem mobilidade, tem africanidades, astronomia que é um tema bastante nosso,
ciências é um, nós temos a sala verde que funciona, né a sala verde funciona aqui na
escola, então é uma estante bastante procurada então pensei em colocar também:
água, meio ambiente, biodiversidade, são conceitos bem procurados né pra poder os
estudantes se acharem. A gente incentiva bastante que eles venham pesquisar nos
livros então tem uma regra, só pode usar o computador se não encontrar no acervo,
porque a prioridade é voltar, pesquisar nos livros que é uma coisa que está bem
esquecida, assim tem uma preguiça mental muito grande em procurar nos livros, de
ler um livro. Então literatura a gente faz bastante trabalho diferenciado com literatura,
e nessa parte de pesquisa a gente tem feito isso então, separar por conceitos e
incentivar que eles pesquisem antes, se não achar, se é uma coisa muito atual, dados
né, esses tempos aí queriam a numeração do átomo, aí até deixei pesquisar no google
mas se não é na biblioteca, nos livros né.
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G - E tu faz um trabalho em conjunto com os professores, como é que é?


P - Sim! É... de pesquisa tu diz, ou os outros?
G – É, quando eles veem acessar aqui para fazer algum trabalho, você faz essa
mediação entre os professores?
P- Sim, geralmente os professores me avisam “ó professora, dei um trabalho
sobre ditadura” aí eu dou uma olhada no acervo, que que tem a respeito, peço ajuda
pro próprio professor da área né, em que livros eu vou achar e tal, e daí eu já deixo
mais ou menos separado. Não mais ou menos separado eu deixo mais ou menos
sabido assim, onde que tá, se eu tenho. Eu tenho um programa né que eu uso o
Biblioteca Fácil, é muito bom, daí eu cadastro as palavras-chave, daí eu já dou uma
olhadinha antes, o que que eu tenho, o que não tem, e quando eles veem eu digo, lá
na estante de história e geografia. Daí eles vão olhar, aí se precisa ajudar com
pesquisa eu ajudo, mas na medida do possível eu deixo né. Animais que é um tema
muito procurado é aqui em baixo, então eles querem vertebrados, invertebrados,
classificação, eu digo é lá na estante de animais, senta lá, daí eles procuram. Se o
professor as vezes pede ajuda, é nesse sentido, “ó vou mandar a turma sozinha”, ou
então ele vem junto, fica junto na pesquisa, a gente ajuda mas ajuda nesse sentido
né de organizar. Fora isso eu faço, eu preparo, por exemplo nós tivemos agora
mobilidade, setembro a gente sempre trabalha o dia sem carro e durante o mês todo
a gente, aí tem uma estante mobilidade, aí eu coloquei aqui em cima dessa mesa
todos os livros, tinha 90 e poucos livros sobre mobilidade, plano diretor, trânsito, meios
de transporte, tudo que envolve mobilidade. Fiz trabalho no recreio, disponibilizei
cartolina, papéis eles vinham fazer desenhos, representação plástica né da
mobilidade, montamos um mural. Então assim a biblioteca prepara alguns eventos
assim como é na festa junina, além da mobilidade, folclore mesmo, folclore todinho né
a gente prepara tudo com o tema, decora, incentiva que eles levem lendas, coisas
sobre folclore. A gente não obriga, mas a gente incentiva assim né, então ajuda nesse
sentido, do tema que os professores tão trabalhando em sala a biblioteca também tá
promovendo, tá disponibilizando o acervo, nesse sentido.
G - E daí, mas esse programa que tu tem...
P - Só um pouquinho pra eu ver o que é que a professora...
PROF - Umas réguas, a gente precisa de um...
P - Como assim régua?
PROF - Porque eles tão desenhando
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P - Régua normal de 30?


PROF - É, normal
P - Ali, naquela estante. Eles têm que ter né Luana, pelo menos a régua né.
Nessa estante aí tem algumas. Sim pode levar prof.
N - Se importa se tirar foto?
P - Não, não
K - É a fotógrafa dos trabalhos
P - Tenho foto deles trabalhando, se quiser também algumas
G - Ah legal, ótimo. É... dai, esse programa que tu usa Biblioteca Fácil, é só tu
que tem acesso nele? Ou as crianças assim, quero procurar um livro e vai lá e procura
no sistema, isso não?
P - Ah tá não, não, isso não. Seria para disponibilizar em casa, por exemplo,
mas ele não tem esse recurso. A gente pensa em, a gente trabalha com o uni mestri,
programa de gestão aqui da escola, futuramente o uni mestri tem esse programa
biblioteca e inclusive o acervo todo a família pode reservar, olhar em casa o que que
tem, olhar as palavras-chave, mas ainda não usamos né. Tenho estudado ele, como
falei, nos 3 primeiros anos assim pra montar, pensar até a própria biblioteca né. Eu
pensei assim onde é, qual é o lugar mais procurado, por exemplo literatura, qual das
três eu ia botar mais embaixo, a estante maior, que que eu posso botar mais no alto
que é menos procurado, então com o sistema eu fiz a mesma coisa, fui estudando do
jeito que ia cadastrar, como que ia fazer, como que eu ia fazer pra localizar o livro no
acervo, ai criei ali, criei não, tinha um campo ali que não servia pra nada, não sei muito
bem o que que é, o tal do cutter...
G – Ah, tabela cutter.
P - Botei ali como a localização da estante. Então se tá escrito ali mobilidade,
é porque tá na estante da mobilidade. Então fui estudando nesse sentido, então só eu
mesmo que trabalho ali porque é só olhar o livro, ver quem tá devendo, quem não tá,
emprestar né, registrar devolução, empréstimo. Ah tem um livro do autor tal, daí eu
olho, o assunto, pesquiso as palavras-chave, então ele é usado nesse sentido. Então
acaba que só eu...
G - Mas se alguém vem com um livro específico, eu queria o livro de título tal,
do autor tal, tu consegue pesquisar isso, recuperar no teu sistema?
P - Sim sim, consigo
G - E aí tu consegue saber onde que ele tá na estante? Porque eu vi que tu, tu
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fez por assuntos e daí por letra?


P – É. O infantil, que eu uso da educação infantil até o 3º, 4º ano, ele está fora
de ordem alfabética porque a gente tem uma dificuldade muito grande em colocar o
livro na estante. Eles olham assim querem pôr em qualquer lugar, por mais que eu
trabalhe, gente tem uma ordem alfabética é muito difícil mesmo os maiores é
impressionante, pego livro tempo todo no lugar errado. Digo pra eles, devolver ali que
eu guardo não adianta, eles guardam de volta, né? Então ali não está em ordem
alfabética. O juvenil, o infanto-juvenil, que daí é 4º ano até, deixo pegar também 5º,
6º, eles tão em ordem alfabética. Aqui o juvenil que é 7º, 8º, 9º também em ordem
alfabética. As outras não estão, ciências também coloquei por conta disso, porque tem
muito conteúdo. Eles querem biodiversidade, eles querem água, solo, plantas, eles
querem né, então tem muita coisa... ecologia, conceitos então eu coloquei em ordem
alfabética também. Fora isso não tem mais nada em ordem alfabética, porque é pouca
coisa né, aqui história tem mais ou menos essa separação né atlas e constituição,
mundial, Brasil, Santa Catarina e Florianópolis, que é o que eu tentei separar e
organizar de acordo com a nossa escola. Porque durante esses anos eu fiquei
estudando né, como que, tem um caderno ali que tem todos os meus rascunhos e tal,
esses anos o que eu, como que eu ia organizar né pra ficar melhor, o que era melhor,
o que não era, tirei muita coisa, trabalhei muito nisso de botar livro fora, a gente
encaminhou pra reciclagem, demos pra biblioteca aqui perto, tinha um professor que
na época abriu uma biblioteca comunitária, troco na biblioteca do centro, troco no
sebo, então to sempre tentando tirar livros que ficam dois, três anos sem ninguém
usar né. Então to fazendo esse trabalho, ainda não tá terminado, nem todos os livros
estão cadastrados, palavras-chaves.
K - Tu era professora de que?
P - Sou formada em pedagogia e professora de artes também, tenho educação
artística
K - Ela é tipo a Adriana. A gente tem uma colega que era professora de artes e
agora tá fazendo o curso porque ela cuida da biblioteca da escola. É, como é que é o
nome da biblioteca dela?
G - É do Anabá?
P - Só um minutinho, fala Manuzita
M - Sabe onde fica agora a sala do apoio?
P - Lá em cima
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M - Não achei.
P - Quem é que tá lá? A última sala lá em cima, do bloco de cima
M - É eu acho que é a aula de cerâmica não sei
P - Não, cerâmica tá aqui, não tem cerâmica hoje, é de francês, na sala do lado.
Então você vai lá e pede pra Amanda da secretaria te ajudar. O Cauã, onde tá a Luana
do apoio?
P - Tu pode ir lá em cima com a Manu pra ver pra mim por favor se tu acha ela?
Obrigada
P - Daí eu fiz pedagogia né e trabalhei com séries iniciais algum tempo e depois
fiz educação artística, logo em seguida que terminei uma comecei a outra. Então todo
meu trabalho mesmo, 27 anos de sala de aula, praticamente educação artística. E daí
como tinha muito a ver com arte, acho que tudo tem a ver com arte por causa do
eventos e promover né, faço concurso, mês do HQ... Fiz um trabalho muito legal que
a gente colocou uns livros durante 10 dias no ano passado chama, livro vira arte vira
livro, arte vira livro vira arte, então dessa limpeza que fiz do acervo sobrou muita coisa,
livros antigos de capa dura, enciclopédia né que não tem mais nem como saber o que
que tem ali dentro e tal, então tava só ocupando espaço, tava muito atolado a
biblioteca, tava muito feio assim, ficou muito abafado, ai a gente, é, disponibilizei aqui
durante mais de 1 mês na verdade, eles vinham no recreio, começo da aula, ficou
muito bonito eles dobravam as folhas, fizeram árvores, fizeram morro, podiam usar
tesoura, cola e o livro assim, ficaram trabalhos muito legais, tenho fotos até depois a
gente expôs na amostra e depois eles levaram embora né. Faziam árvores, nem
lembro assim, cada coisa legal que saiu, eles podiam assim fazer dobraduras tal só
com as folhas do livro né, não podia trazer uma coisa externa tinha que ser aquele
material ali. Colaram no outro, um fez um morro, daí eu tenho as fotos também, depois
se quiserem ver. Ai expomos lá na feira do livro durante os 10 dias um standzinho lá,
e fiz assim jogos também, aqui fica bem centralizado ai vem no recreio, tem jogos que
eles podem pegar sem monitoria, tem os jogos que eles podem levar emprestado, tem
os jogos que é só pros professores usarem em sala de aula né, então já pensei assim
eu tenho uma série de coisas anotadas pra fazer tipo, é concurso de bilboquê, do cubo
mágico, xadrez.
K - Sabe que o serviço dela também tem serviço de referência né? Entra, tuas
ideias podem ajudar, querendo ou não, o nosso trabalho. Que o nosso trabalho é
sobre trabalho de referência né, um pouco diferente, mas essas ideias também fazem
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parte daí isso tu já tem as ideias assim...


P - Sim eu tenho bastante coisa já anotada, porque não dá tempo, então tem
ano que faz uma coisa, não faz outra
G - E tu fica sozinha aqui, tu não tem nenhuma assistente não?
P - Não fica só eu. Eu tenho uma filha de 10 anos que estuda no 5º ano né de
tarde, aí ela já sabe usar o sistema, ela empresta, ela fica, se tenho que sair marco
no horário que ela tá aqui comigo pra ela ficar. Mas aí fica aqui a manhã toda, faz
empréstimo, faz devolução, sabe procurar no acervo assim é bem legal
K – Tá, acho que agora tem que começar a perguntar... A gente não...
G - Tá, é como é que é a verba aqui pra biblioteca? Tem alguma parte de,
específica que é só pra biblioteca assim, vocês recebem pra acervo, assim?
P - Assim na verdade é, como é uma escola particular né a gente compra na
medida do possível. O professor pede, “ah to precisando de tal livro, pra trabalhar tal
coisa”, ai faço um orçamento, faço uma pesquisa e compro. Estudantes também
alguns pedem ah compra, recentemente eu tinha uma daquele Circo do juvenil,
pessoal do 7º ano pediu, ai dou uma olhada vejo do que se trata, daí eu peço pra
direção, compro, né tenho uma certa autonomia pra comprar também e daí eu compro
e aviso né, assim, “ó pagar tal coisa que comprei, livro pro professor, livro pra
estudante”, né pra dar uma incrementada no acervo. Essa feirinha que eu tava
fazendo ai ela é pra isso inclusive, eu comprei duas caixas fechadas, eu não podia,
eu não sabia o que que tinha dentro, veio só uma lista assim né e daí eu coloquei.
Assim foi muito caro mais de 3 mil (reais) porque vieram 200 e poucos livros, daí uma
parte que não serve pro acervo da escola eu coloquei, disponibilizei pra venda, daí
peguei mais uns que já tinha extra, sobrando né, comprei uns assim mais enconta né
pra ajudar aqui no acervo, comprava também de 5 em 5 e tal, botei ali pra ajudar a
vender, então essa compra grande quando eu pedi pra direção elas falaram, não tem
dinheiro agora a gente tá pagando a reforma do bloco de lá então por enquanto não
vai dar, daí eu disse, então eu vou comprar e vou vender a metade pra poder pagar a
outra metade, ficar com um pouco e vender o restante. Aí deixaram então eu to
vendendo, fazendo a feirinha pra poder...
K - Então tu participa sobre todas as decisões desses gastos?
P - Sim, sim. O problema da biblioteca né, “ah tem que comprar não tem que
comprar?” Eu digo, não tem que comprar, precisa de uma atualização. Inclusive
depois que a gente adquiriu o programa eu até dei uma sugestão que eles
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incorporaram no programa, muito legal porque quando o estudante vinha buscar o


livro ele não acusava que tava em atraso, não tinha essa opção. Aí eu ia emprestando,
ia emprestando daí quando via, estudante, os pequenos né, tavam com 3 livros
atrasados, digo não gente, não tem condições. Aí eu escrevi pro suporte e disse isso,
se tinha um jeito de saber. Aí agora eles incorporaram, isso foi assim que eu assumi,
dois anos atrás, três, que eu dei a ideia aí agora atualmente aparece né, esse leitor
possui empréstimo em atraso. Era uma coisa que não tinha no programa do Biblioteca
Fácil, que eles colocaram porque a escola sugeriu né, então assim o programa foi
uma coisa que eu disse dava pra usar pirateado assim, mas aí não tinha assistência
não tinha, como é que fala, atualização né, então a gente adquiriu o programa. Disse
não a gente precisa comprar o programa, é importante, até pra ficar mais seguro as
informações tal, aí eles adquiriram sem problemas.
G - Uhum. E questão assim de mobiliário, assim precisa de mais estantes, mais
computador, mais cadeiras, você participa dessa decisão também, não?
P - Sim, se precisa a gente pede...
G - Daí é você que faz o pedido pra eles e eles liberam ou não?
P - Sim, sim
G - Então tudo relacionado a qualquer compra na biblioteca, parte de você, não
vem da direção vim falar se você tá precisando de alguma coisa?
P - Não sempre eu que peço, aquilo né. O pessoal até brinca, eles falam que é
biblioteca da Kátia. A sua biblioteca? Eu digo a minha biblioteca.
K - Depois a gente pergunta mais da instituição e tal que é mais específico. Eu
acho que agora entra aqui na parte mais do acervo, aí também tem isso aqui...
G - Você é, é só você aqui né, não tem mais ninguém, mas se você chegasse
e falasse pra direção que você precisa de uma assistente ou uma estagiária, alguma
coisa assim como é que é essa situação?
K - Há possibilidade, ou é difícil?
B - Agora é difícil porque a gente tá, como eu disse né, a verba da escola já tá
toda destinada, a gente recentemente tirou duas colegas pra poder juntar, pra diminuir
gastos então agora no momento não teria. Mas assim nós já estamos pensando em
por exemplo, é ano que vem eu faço 30 anos de magistério né e eu to entrando com
meu, papelada pra aposentadoria, então a gente já está vendo uma professora que
está aqui conosco a bastante tempo, pelo perfil da biblioteca e pelo o que a gente se
propõe a fazer é a professora mais indicada, então ela já está sendo, tá aprendendo
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a mexer no programa, já me ajuda a fazer fichamento, fichas pra...


K - É que estágio obrigatório aqui né, nossa eu ia adorar fazer estágio
obrigatório aqui.
G - Que daí não é remunerado né, ia ficar mais fácil pra escola
K - É que é o meu TCC, quero fazer em escola pública
G – Mas pra gente poder fazer o estágio obrigatório tem que ter um bibliotecário
que assine né?
K - Ah é verdade
P – É daí não teria. Mas nesse caso, a professora está sendo preparada e a
gente pensa aí nos próximos 4, 5 anos que é o máximo que eu vou ficar, essa
professora está assumindo né, mas por enquanto não temos intenção de ter professor
e nem teria condições financeiras no momento. Eu trabalho na coordenação
pedagógica também, trabalho na direção, na gestão junto, a gente tem uma equipe
de 5 e eu sou uma delas. Então além da biblioteca, tem uma série de coisas. Quinta
feira por exemplo tenho reunião da direção, coordenação, é até aqui dentro pra fechar
a biblioteca, daí a gente tem que fechar, não adianta, fica duas horinhas fechada, das
10 ao meio dia, toda quinta feira. Porque tem isso também pra participar então não é
só a biblioteca minha responsabilidade, embora eu faço tudo daqui. Tem dia que eu
to na coordenação, estudante tá incomodando, tem que conversar, chamar atenção,
é aqui, tem um quadrinho, então o atendimento da coordenação nesse dia é na
biblioteca. Eu não saio daqui pra fazer as coisas, eu faço aqui mesmo, faço compras,
café dos professores, filtro, qualquer coisa assim, não material de limpeza mas todo
resto que precisa, precisa de um mapa, giz, tudo eu faço, mas faço daqui também,
centralizo bastante coisa aqui, primeiros socorros tal, vem tudo buscar aqui. Vejam
que eles vêm o tempo todo pra me pedir coisas, então está centralizado na biblioteca,
pra facilitar, poder fazer as coisas que eu fazia antes sem sair da biblioteca. Então
trouxe pra dentro da biblioteca as coisas que eu fazia fora daqui.
K - Tá ai vem aqui a parte do acervo. É... você tem, no programa, você tem o
número de volumes, de títulos, assim?
P - Se eu olhar ali eu sei dizer.
K - Aí aqui tem que ver porque... é coleção de referência, é tipo dicionário.
G - Dicionário, enciclopédia. Aquele livro que você não lê do começo até o final,
você lê só pra consultar coisas específicas, então é dicionário, enciclopédia...
K - Acho que os atlas também entram nessa
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G - Coleção de referência é tudo que você não lê do início até o final, que você
só consulta as coisas
P - Tem ali umas enciclopédias antigas,
K - É também entra
P - Dicionário. Eu fiz assim, aqui dicionário separei português, espanhol, língua
inglesa. Atlas, é eu separei como atlas mesmo. Constituição elas estão cadastradas
como história e geografia, eles usam bastante. E alguns, por exemplo, livros antigos
assim Monteiro Lobato e tal, que ninguém tira da biblioteca eles tão bem velhinhos,
eles tão lá mais pra, porque é do Monteiro Lobato que a gente não vai por fora e tal
K - Aí é acervo raro né...
P - É eles não tão cadastrados.
K - Não é de referência daí, é raro.
P - Nem cadastrei, esses aí eu não empresto, no máximo professora...
K - Legislação você falou que tem ali no meio né
P - Sim constituição tem
K - Estatística, índice? Acesso a base de dados não tem né.
G - É base de dados vocês não tem né? Vocês são mais concentrados no
acervo dos livros físicos mesmo né. Não tem por exemplo, você vai lá acessar uma,
sei lá, como se fosse um google, mas um google específico de cada área.
P - Não, não. Só o acervo dos livros mesmo
K - Estatística, índice acho que não né, ela, aqui a escola não vai né...
G - É não tem como ficar atualizando isso né, seria mais uma questão...
K - Tá, daí vem aqui o próximo tópico seria organização dos materiais então
ela já meio que explicou pra gente. Classificação não tem, é aquela que ela faz, assim
mas própria mesmo né, normal biblioteca escolar, a gente vê muito essas coisas, é
uma ideia minha também. Na faculdade a gente vê muito de “tem que usar”, mas vai
de cada lugar, não tem como. Catálogo, automatizados ela tem né ela já falou do
sistema do, mestri é...?
P – Não, é o Biblioteca Fácil. O uni mestri é o que a gente usa pra outras coisas,
pra parte pedagógica e financeiras. E tem a opção de biblioteca, mas a gente não tá
usando ainda, porque depois que tiver tudo pronto, tudo organizadinho, tudo
catalogadinho, as palavras-chave, tem muita coisa ainda que, eu trabalhei primeiro
nas literaturas que é a mais procurada, depois ciências que também, e história e
geografia ainda falta bastante coisa. Depois que tiver tudo pronto e o Unimestri for
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implantando todinho, aí a gente vai migrar pro Unimestri. Aí as famílias vão poder
acessar de casa, os estudantes, saber que livro que tem, o que não tem. Por enquanto
tem que vir a biblioteca pra saber do acervo.
K - A gente tá perguntando mesmo porque as professoras querem bem
detalhadinho. Tá a coleção, aquisição..., ela já explicou pra gente né, que tu que
decide, os alunos também tal, a gente já viu.
P - Eu tenho um caderno que eu coloco livros adquiridos, pedidos, aí eu boto e
boto o nome do estudante que pediu.
K - Dificuldades, possibilidades ela já falou também né, que a dificuldade é mais
quando não..., mas ela dá um jeito. Ai aqui é, existe política, alguma política pra gestão
do acervo?
G - Assim tem regras pra você seguir? Acho que não né porque é mais, é só
você mesmo que tá aqui né então acaba sendo…
P - Assim acaba tendo algum trabalho... não sei assim, diferenciar o juvenil e
infanto-juvenil aí eu fico bem na dúvida de qual que eu coloco. Aí tentei fazer assim,
vou fazer assim, até 50 páginas vou botar no infantil, de 50 a cento e poucos, até cem
vou botar no infanto-juvenil, de 100 pra cima eu vou botar no juvenil. Aí comecei, mas
depois eu vi que não dava, tem uns assuntos que não, o livro é fininho, pelo número
de páginas eu colocaria no infanto-juvenil, mas aí vai falar de algum assunto mais pros
maiores, aí disse não, não deu certo. Então ao longo desses quatro anos eu fui
estudando como fazer. Ai também fui a biblioteca pública já, duas vezes, aí eu olho...
K - Tem a fitinha catalográfica também né
P – É aí eu olho aquilo ali, mas aí as vezes ele indica os dois, infantil e infanto-
juvenil aí né, então passo bastante trabalho. Então eu fui a biblioteca pública já duas
vezes falo com a Eliane lá, que conheci por isso né, aí perguntei como ela fazia ela
me levou por toda biblioteca, mostrou tudo, tirei umas ideias de lá também...
P - Fala querida...
...
P - Olha, como eu fiz também, tenho todo material pra emprestar né, tenho
pranchas plastificadas, fichas de leituras, material assim como régua, grampeador,
daí ficava anotando numa prancheta, e o sistema muito bom porque ele acusa quando
que levou certinho, puxa um relatório o que que cada um pega emprestado, os
professores me pedem isso, “eu quero ver o fulaninho, que que ele tá lendo”, puxo
relatório. A outra “quero ver minha turma”, todo mês eu mando pra ela que que a turma
43

está lendo né, então tem várias possiblidades se tiver no acervo. Então fiquei
estudando isso assim, como é que eu vou fazer pra pôr os outros materiais que eu
empresto que não são livros, pra ter esse controle, ai eu fiz isso, então eu dei um
número e cadastro lá como se fosse um livro ai eu coloco lá: régua de letras, ai coloco
“dentro contém 14 réguas”, ai eu coloco algumas coisas, tá na caixa original, não está,
tá faltando tal coisa, incompleto. Então tem um campo de observação, então dentro
desse registro tem tudo tudo, tudo aqui, quando empresto professor, pacote de letras,
pacote de réguas tal, anoto o número e vou ali agora, pego número da professora
Roberta e coloco ali 4178, qual foi o plástico que ela levou, 8 réguas de animais, aí
sei que animais que tinha. Então quer dizer, não perco mais as coisas, tenho controle,
fico tranquilíssima porque tá registrado, sei né quando levou, então tudo está
cadastrado. Quase tudo né, mesmo o que não é livro, mapas, tem um número cada
mapa então sai vou ali registro rapidinho. Só não cadastrei no sistema o que é
consumível por exemplo, cola, coisa que não vai voltar, barbante uma coisa que vai
acabar então aí tenho outro controle que é o de estoque que eu chamo né, que
também tem o Estoque Fácil que é muito similar ao Biblioteca Fácil, mas ele dá
entrada e saída, com gastos né, não é com a devolução por exemplo. Então é
interessante assim, isso tudo eu fui estudando, eu mesma, comigo mesma, e dando
um jeito de...
K - Adaptando pra biblioteca né?
P - Exatamente, e ficou tudo aqui, todo centro de distribuição...
K - Aqui ela pergunta sobre equipamentos. Terminais a gente sabe que não
porquê...
G - A mas tem ali né na verdade. É, não é terminal de consulta né ali, eles não
conseguem acessar o sistema que você acessa né?
P - Não o sistema não, eles pesquisam...
G - Mas eles conseguem pesquisar?
P - Mas aí tem um computador, um laptop que eu empresto né o notebook que
eles pesquisam aqui, e tem aquele ali, e as vezes se chega três, to com esse ocupado
e aquele lá aí eu também disponibilizo esse da sala dos professores que daí eu só
abro essa porta e também controlo.
K - E aqui também pergunta copiadora, xerox.
P - Xerox? Só lá na secretaria, não é aqui, eles podem sair daqui com livro ir lá
fazer um xerox sem problema.
44

K - Você falou que você tem tipo uma parceria informal com a biblioteca pública
né?
P - É assim, ela me deu umas ideias...
K - Tá é... aí os alunos têm acesso a partir desse acordo com outras coleções
tipo, outras bibliotecas ou a biblioteca pública aqui a partir desse acordo?
P - Não, a partir disso não. Mas eles sabem né, nós já levamos como saída de
estudos, outras turmas lá e eles podem fazer carteirinhas né. O que a gente faz é isso
eu levo livros daqui pra trocar lá na biblioteca, segunda feira tem de manhã quando
eu to lá pelo centro eu aproveito já troco livros nossos por outros da biblioteca. E
nossos estudantes também, eu avisei nas salas, digo pra eles sempre, vão ao centro
quando vão com a família eles trocam livros lá também
K- Esses acordos de cooperação, que tu tem com a biblioteca. Tem com outras
bibliotecas escolares, ou com alguma rede?
G - De repente com alguma biblioteca comunitária...?
P - Não, a gente só deu livros né nós fizemos doação pra essa que eu te falei
do, uma assistente social, ela é esposa de um professor aqui nossa, eu dou bastante
livros pra ela, porque ela tem uma biblioteca ambulante assim né, ela trabalha com
moradores de rua tal então eu passei bastante material pra ela. E agora quando a
gente não quer mais do acervo, tem que tirar alguma coisa a gente leva ali no terminal
naquele projeto Floripa Letrada.
K - Aí, tem acordos informais, mas de boca.
P - A gente leva ali direto, to com uma sacola bem grande agora, fazer essas
trocas, vou na biblioteca ou no Floripa.
K – Tá, agora acho que vem a parte dos usuários. A, os horários de
funcionamento também...
G - Que horas que fica aberto a biblioteca?
K - Você tem um horário?
P - Eu abro 8:30 ou 9:00 horas, tem dia que é 8:30 tem dia que é 9:00, aí vai
até 12:10 que é quando acaba a aula. A gente almoça aqui mesmo né, 12:15 é o
almoço, e daí eu reabro, agora eu to abrindo mais tarde, 13:15, 13:20, porque se não
não dá nem uma hora de intervalo né, então geralmente 13:15, 13:20 eu to abrindo.
E fecha as 18:30 alguns dias, 19:00 outros dias e na segunda, que é hoje como eu
falei pra vocês é as 16:30, marco sempre até as 16 quando tem alguma coisa porquê
das 16:00 as 16:30 é recreio, então atendo todo mundo, aí 16:30 tocou o sinal todo
45

mundo entrou. Então é o único dia que fecha 16:30 é na segunda. Os outros dias ou
18:30, né 18:30 ou 19 horas.
K - Tá aí, os usuários quem são os usuários reais e potenciais? Reais seriam
quem tipo vem a biblioteca, é os alunos, os professores,
P - Comunidade, é
K - A comunidade
P - São os professores, a comunidade
K - Eles fazem uso mesmo né?
P - É, ex estudantes também continuam cadastrados, eu só dou baixa no leitor
depois reativo na hora que eu quero. Recentemente 4 estudantes do ensino médio,
aqueles livros clássicos sabe, José de Alencar, Machado de Assis, que eles precisam
pro vestibular e tal eles vieram buscar aqui, esse ano mesmo já aconteceu. Então eu
só reativo né, chamo eles de novo pro sistema, fica o mesmo número e eu tenho tido,
atualmente eu tenho ex estudantes, tenho um pai de estudante que tem, pegou livros
técnicos da sala verde que a gente recebe, sobre política ambiental né, sobre, aquelas
coisas que o governo faz e manda os livros pras escolas, não serve pra muita coisa,
mas como tava fazendo mestrado, pós-graduação de uma coisa é... gestão ambiental,
ele levou tá com 5 livros emprestado o ano todo, desde o ano passado. Então né, é
um pai né, e busca mais o pessoal da limpeza, outros adultos da escola buscam
também, juvenil levam né usam, famílias também...
K - Potenciais a gente não tem, porque ela pegou tudo. Ela pegou todos os
tipos, não tem potenciais é só reais
P - Só reais é. É na verdade quando vem aqui, pesquisa o material, eu já faço
o cadastro e já fica né
G - Mas aí como é que funciona esse, é, o pessoal da comunidade consegue
emprestar livro e levar pra casa também?
P - Sim
G - Daí você faz um cadastro aqui?
P - É aí eu faço um cadastro gero um número como leitor, coloco telefone,
endereço, explico como funciona, olha tem tantos dias, que isso também eu decidi por
minha conta né. Atlas é 2 dias, essas coisinhas aqui eu boto um dia só, porque daí
assim demorou não devolveu ele acusa daí eu vou atrás. E livros assim 6 dias pros
pequenos, 6 dias pro infantil, 10 dias pro infanto-juvenil e 14 dias pro juvenil. Também
por minha conta.
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K - É bom esse a gente anotar também...


P - É também fiz assim por minha conta pela espessura do livro né. Então aí a
comunidade vem, pega, cadastro na hora, explico isso, olha tem que devolver. Se por
acaso perder ou extraviar, se eu tiver outro volume, isso também foi tudo eu que
inventei, se tiver outro volume igual não precisa repor o livro igual, pode repor um outro
livro similar. Se eu tiver só esse, for um acervo único, aí eu preciso que reponha o
mesmo livro aí eu posso olhar no estante virtual, algum sebo virtual e te passo. Já
aconteceu várias vezes, passo pra família olha encontrei lá no traça, no estante virtual,
no, outro livro lá, no amazon, extra.com, o livro está mais em conta mando o link pra
família, a família adquire o livro igual e repõe a biblioteca, isso aí também foi eu que
inventei.
K - Aí a comunidade, seria? É tipo, qual parte, porque comunidade é bem geral,
mas aí qual...
G - Quem mora no entorno?
P – Comunidade... eu chamo assim: é estudante, ou então professor. Estudante
são né os que tão aqui, se ele é um ex estudante ele já passa pra comunidade,
cadastrei como comunidade daí. É pessoal que trabalha na escola de qualquer tipo
mesmo limpeza, cozinha, tá tudo como professor. Daí comunidade eu chamo a
família, pais e mães que pegam livros, e pegam, aí eles são comunidade e vizinhos,
tenho vizinhos aqui que pegam livros e...
K - Mas é só mais por aqui mesmo né? Tipo só pelo bairro
P - Sim é bem, bem local mesmo, é só aqui do bairro
G - Tu faz um comprovante de endereço, alguma coisa assim?
P - Não, não, nada porque é tudo conhecido né. Na verdade, assim a sala
verde, que nós somos uma sala verde só tem duas no estado, uma é a UFSC e a
outra somos nós. Um dos compromissos da sala verde além, nós temos várias coisas
né eco cine, a gente tem que passar filmes ecológicos pras famílias, então prestar
contas, a gente faz relatório todo ano, nós temos que fazer distribuição de mudas,
plantio, bastante, uma série de coisas. Um dos objetivos da sala verde, uma das, do
que tem que ser feito para a comunidade, então a gente, igual tem né, colocar os livros
lá, então eu fiz isso eu coloquei na estante de ciências. Junto tá ali ciências e sala
verde e daí então disponibilizo, a vantagem é que eu tenho controle, tenho acervo,
tenho programa aí já fica tudo junto, mas a gente já fazia, mesmo antes de eu assumir
a biblioteca a gente já emprestava esses livros né, pra comunidade.
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G - Educação né, qual é a área de conhecimento ela disse qual é


K - Mas quais são seus interesses...?
G - Dos usuários, dentro dos usuários, então tem os interesses, a área de
conhecimento a nível de educação, então vocês, é de primeira série?
P - É, ensino infantil ao 9º ano. Ensino fundamental 1 e 2, e educação infantil;
K - Áreas de conhecimento já, acho que essa que tá dividinha dá pra gente por
né? A divisão que ela tem de temas...
G - Mas é que eu acho que aqui é as áreas do conhecimento, do usuário né, o
que que ele vai procurar, vai procurar de tudo.
K - Então, mas aí a divisão que ela fez. Por que os níveis é aquilo ali, aí a área
fica aquilo que tá separado, que ela separou. Tu tirou foto disso? Tira foto, que aí é
mais fácil do que ficar anotando.
P - Eu tenho uma fotinha de cada título assim, posso te mandar por email.
G - Ah ok, tá ótimo.
P - Tá tudo, cada pedacinho que a gente tem eu fiz uma foto.
K - Tá aí... número de leitores inscritos na biblioteca nesse momento?
P – 532.
K- Nossa, sabe de cor assim?
P - Sei porque eu fiz semana passada o número 532. Mas assim não estão
todos ativos, aí eu teria que olhar ali os ativos e inativos, porque por exemplo ex
estudante o sistema já pega um número...
K - Nesse momento, não sei se ela quer dizer os ativos
G - A gente bota as duas informações
P - Nós temos 200 estudantes e tem mais o que... uns 30 funcionários. Então
eu devo ter aí metade disso, com certeza está ativo. 250 pelo menos. Agora ex
estudante por exemplo, 9º eu dou baixa todo ano né, eles saem, aí os que voltam
depois no ensino médio pegar eu reativo, então tem aí mais uns 5, 6. Famílias deve
ter uns 10 adultos aí.
K - Depois a gente pega essa informação certinho, só pra não... porque é bom.
Tá número de pessoas que teriam direito a biblioteca, total aproximado por grupos?
Por grupos é o que a gente botou né, os grupos tão aqui. É ela quer saber quantos
G - É ela quer saber quantos professores, quantos alunos, quantos pais, como
é que ela vai saber?
P - Só se eu olhar ali
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G - É vai ter que olhar um por um, dai 500


P - É teria que puxar... É não tem como
K - Mas tu tem aproximado de quantos alunos mais ou menos?
P - Então tem 200 estudantes, nós temos atualmente uns 200 que estão
cadastrados, todos pegam livros, a gente uma série...
K - Tá estudantes, professores são quantos?
P - Professores, a gente tem mais ou menos uns 25, mas nós temos mais o
pessoal da cozinha que são mais 5, e mais o pessoal da limpeza. Nós somos 30, 32
ao todo, porque eu chamo no cadastro, todos estão como professores. Todo mundo
tá como professor.
K - Bota isso aqui como 35, mas eles tão juntos
P - Daí ex estudantes e famílias que atualmente estão pegando livros, estão
ativos, tão pegando tem mais uns 10 aí, 12.
K - É só pra gente ter uma base assim... Tá agora isso aqui eu acho que é a
gente, se existe o serviço de referência.
P - O que que é mesmo serviço de referência?
K - É tipo, alguma pessoa vem “eu preciso de uma pesquisa sobre
biodiversidade”, daí ele te pede pra você procurar material. Tipo procurar...
G - Você passa um auxilio direto sabe.
P - As crianças fazem isso, a professora as vezes, como eu falei, pede antes
daí os estudantes maiores eu dou uma olhada, já converso com o professor, já sei
mais ou menos o que ele quer e mando se virar, porque a gente quer isso mesmo,
que eles façam isso. Os bem pequenos, tipo 1º ano, 2º, “professora queria pesquisar
sobre...”, as vezes eles vêm bem específico como aconteceu semana passada.
Aranha, disse não, então vai procurar no acervo de animais, porque tá na prateleira
de animais daí essa coisa do folhear, tá já tinha olhado ali já sabia mais ou menos
onde que tava, era um livro escrito aracnídeos, mas aí eu quis que ele desse uma
folheada, mas aí quando já tava no 2º, 3º assim já tinha dado uma folheada eu fui lá
e ajudei a achar. Mas eu faço esse exercício primeiro de ir até a estante.
N - Mas vim te pedirem, aí uma lista de acervos específicos, assim é mais pro
professor né pra aula?
P – É, não, aí eles pedem tipo história, “vou levar 20 livros de história de Santa
Catarina, vou levar constituições”, aí eles pedem uma lista do que eles querem.
Dicionários eles pedem muito, 14, 15 de uma vez só. Mas quando são pesquisas, eles
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não, mais fácil eles trazerem aqui, a gente procura aqui, os professores ajudam na
hora, avisam com antecedência e disponibilizamos na hora.
N - Então é um serviço de referência mais presencial
G - É, porque não tem online né. Então vocês, é você, ajuda né quando o leitor
precisa aprender como mexer no material, como consultar no acervo
P – É, sim
K - É isso é serviço de referência
G - É se eles te fazem, perguntam alguma coisa você ajuda a encontrar a
resposta e tal. Então serviço de referência é mais ou menos isso, é como se você
fosse o dicionário, eles vão te perguntar as coisas e você vai responder.
P - Mando muito usar o dicionário, quando perguntam, tão olhando alguma
coisa e faz pergunta, digo olha o dicionário tá bem pertinho, pega o dicionário
K - Isso aqui é a gente, aí tipo... é que é muito detalhezinho, que é um trabalho
grande, mas isso aqui acho que não...
G - É isso aí tá ok. Eu só queria, tu tem uma lista dos serviços que você faz de,
que você falou das oficinas, das ações que você faz? É...
K - Dos projetinhos que você falou
G - É, você tem uma relação do que que você faz assim...
P - Tenho no meu caderno o que eu já fiz, e o que tenho pra fazer ainda, né se
eu olhar ali eu...
K - A gente depois... tem que ver agora informação da biblioteca e da instituição.
Isso aqui é coisa nossa, isso daqui a gente já viu...
G - É agora tem que ver espaço físico...
K - É que um ela tá pedindo pelo acervo, e aqui... mas será que ela não sabe
o tamanho da sala?
N - Se não tiver aqui deve ter na secretaria, porque faz parte da planta da escola
P - É biblioteca, 2008 é a Josiane, 2009 Elisa assume, aí 2010 Josiane e Elisa,
aí 2011 Carmem assume a biblioteca, 2012 a Karine assume a biblioteca, então foi
mudando, não parava ninguém, não parava ninguém, Karina na biblioteca, Karina
pede demissão, aí foi onde eu comecei. Ai a gente decidiu isso: Kátia fica algumas
horas por dia na organização da biblioteca. Daí eu me apaixonei, achei alguma coisa
que eu gosto mais do que dar aula, então eu vou parar. Aí fiquei 2013, 2014 dando
aula e cuidando, depois 2015, 2016 só aqui. Ai isso aqui foi tudo que eu fiz, tipos de
itens, vejam que eu riscava, criava, não esse dá certo, esse não dá certo. Depois
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classificação literária, olha isso, saúde, gramática. Ai risca, não, não quero isso, aí fui
fazendo. Olha, aí não cadastrar: gibi, atlas depois eu mudei de ideia cadastrei os atlas.
É, foi tudo um estudo mesmo que fui fazendo... esse isbn aqui que até hoje não sei
pra que que serve isso, mas eu cadastro
G - Isbn é como se fosse o cpf do livro
P - É eu sei que um número tem a ver com país, outro da editora
G - É isso. É o 978 é uma coisa pra tipo, pra ficar similar com o código de barra.
P - Porque uns começam com 9785 e outros direto no 85?
G - É porque é o isbn antigo e o isbn novo. O isbn novo exigiu 13 números, o
antigo eram 10 números então começavam com 85. Daí os mais novos precisou de
um número aí eles botam 978 pra equivaler com o número do código de barras
P - Porque eu escrevi aqui, quando o número possuir mais de um numero de
isbn cadastrar o da capa, código de barras, não sei porque eu escrevi aqui, mas...
K - Porque parece um código de barras né
P - CDD não cadastrar, aparece e polui a etiqueta. Não sei nem pra que que
serve
K - Isso porque não conhece a cdu
P - É umas coisas que não serve pra nada ai eu fui aqui olha
K - É pra organizar o acervo, tu acha que polui?
G - É um número que sai pra você organizar
P - Eu ia fazer a etiqueta, agora não vou mais fazer
N - É porque etiqueta pra criança é complicado pra eles entenderem
K - É sim, aqui não é necessário
P - É nunca fiz a tal da etiqueta, porque eu vi que tinha no sistema, mas coloquei
aqui polui a etiqueta. Daí no fim eu nunca fiz a etiqueta
G - Porque é assim o CDD é uma numeração que você faz, tem dois livros
grandões assim pra você classificar, daí você vê por exemplo o assunto juvenil, ao
invés de você escrever literatura juvenil ele tem um número específico. Então literatura
por exemplo é 800, número da literatura é 800, então todos os livros de literatura você
vai botar dentro da classe 800, daí aí é um livro literatura infantil então é 800 e... sei
lá, 810 literatura infantil, daí você vai botar o numerozinho
K - Literatura brasileira aí 800 não sei lá o outro número, é 81 né?
G - E aquele Cutter que você tinha falado que tinha visto, é o número do autor.
P - Eu procurei não achei sobre isso
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G - Porque aí você consegue, 810d59d. Aí esse aqui é o número da


classificação da CDD, que é por exemplo literatura juvenil, vamos supor, esse “d” aqui
é a letra inicial do sobrenome do autor, então por exemplo se é...
N - Douglas
G - É se o sobrenome dele é Douglas vai ser o “d”, é isso aqui, esse número
aqui você vai pegar na tabela de Cutter que é uma tabela aproximada do sobrenome.
Você vai pegar o Douglas e daí ele tem um monte de tabelinha, aí você vai vendo, aí
qual o número que fica mais perto do Douglas
P - Nossa...
G - Aí você bota esse número aqui, e esse “d” aqui é porque é a primeira letra
do livro. Por exemplo, “Descobertas de não sei quem”, daí esse aqui é o...
N - Se for “as descobertas” o “as” você corta
G - É corta o artigo
P - É eu faço isso aqui também, o “a” e o “o” tem muito e eles se atrapalham
muito. Desconsidero alguns, e até tampo no livro pra eles não se confundirem, pego
bem da corzinha do livro passo uns remendos assim, fica tudo show
K - Quem sabe quando você se aposentar, não entra na biblio aprende mais...
P - Aí não já me disseram você já tinha que aposentar, não agora eu quero
fazer outras coisas... Então aí isso aqui foram ideias que eu fui, algumas eu já fiz né,
semana do gibi já fiz, eu fiz a mês da HQ, trouxe o Alexandre, aquele do Armandinho,
Alexandre Beck, ele veio na escola, ele fez uma fala com os estudantes, ele desenhou
o Armandinho, ao vivo assim, autografou fez a venda dos livros
G - Aí que legal
P - E daí ficou Festival HQ que eu chamei. Aí ficou durante o mês todo,
disponibilizado gibis, as crianças fizeram recortes, fizeram desenhos de personagens,
releituras a gente expos na escola foi um trabalho bem legal assim, o Festival HQ.
Fizemos também do folclore, uma senhorinha veio aqui... era Maria de Lurdes, ela
escritora também, ela fez uma fala com os estudantes, contou um monte de histórias,
depois ela foi pra casa, aí os estudantes durante aquele mês fizeram desenhos, aqui
na biblioteca, porque tudo o objetivo é deles vierem a biblioteca, não só pra pegar
livro, mas pra eles gostarem de vir aqui. Hoje eu tenho que mandar eles saírem porque
eles vêm direto, tudo eles vêm fazer aqui. Mas né foi um trabalho, que comecei 3, 4
anos atrás. Aí eu mandei pra ela por e-mail, escanei esses trabalhos, ela escolheu os
3 melhores que ela achou, daí a gente premiou com o livro dela. Então foi todo um
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mês que a gente fez esse trabalho, durante o mês todo eles tinham que vir no recreio,
fora do horário de aula pra fazer esse trabalho. Só podia fazer aqui, não terminava,
continuava no outro dia até ficar pronto, aí fazia capinha tudo aqui na biblioteca. Ai
depois escanei, mandei pra ela e ela escolheu. O mês do folclore eu faço todo ano, já
teve agora né, mês passado. Mês da mobilidade, mês da consciência negra esse ano,
ele tá aqui desde o começo, esse ano a gente vai fazer, vai chamar representação do
negro na arte, quero disponibilizar autorretratos, artistas que trabalharam com
personalidade negra né, e o professor de educação física, esse que entrou ainda
pouco ele tá fazendo construção de berimbaus, então em novembro nós vamos estar
com a escola cheia de berimbaus e daí vou expor. Esse trabalho já vou começar no
início de novembro né porque consciência negra é dia 21, ai no início de novembro a
biblioteca vai tá, vou disponibilizar acervo, vou ver o que que eu tenho ainda sobre né,
Cruz e Souza vou pegar, de tanto personalidades negras que foram retratadas quanto
escritores, né aqueles que trabalharam, vou botar esse acervo em evidência, é
sempre essa mesa aqui que eu coloco enfeito, dou uma chamada as vezes eu coloco
uns tules, uma coisa colorida em baixo. Eu tenho foto dessas coisas todas assim que
eu já fiz, depois eu posso mandar também
K - As fotos que tu achar interessante pra gente, pode mandar que a gente dá
um jeito de pôr porque é legal
P - Tá, vou mandar pra Gabriela
K - Só uma questão essa, são tipo, esses são três ambientes, eles são
separados tipo...
P - É tudo biblioteca, as vezes eu to com os três ocupados então aí. Aqui dentro
fica mais quem tá fazendo avaliação, quando vem fazer fora do horário, um atestado
médico alguma coisa é na biblioteca, então tem muito estudante
K - Mas aqui é mais o acervo né?
P - É, as vezes eles vêm ler fazer pesquisa, tudo aqui dentro, ali fora é como
eles tão fazendo ali, cartazes, tarefas, coisas que eles não ficam quietos. Eu digo pra
eles, quanto mais pra dentro da biblioteca mais silêncio. Isso foi tudo também coisa
que eu inventei coloquei como regra e hoje tá valendo pra todo mundo. E lá fora a
gente chama de multimídia, sou eu que cuido também, mas aí lá não tem como, tems
cinema, as vezes atrapalha, a gente tá pensando agora até um por uma cortina pra
pelo menos o visual não atrapalhar tanto, porque a gente sabe que barulho não vai
dar, mas então lá é multimídia, os professores vêm direto ali dar aula, usar o vídeo.
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Ali são trabalhos coisas que eles podem conversar mais e aqui é uma coisa mais
silenciosa. Eu tenho toda sexta feira, a biblioteca é o dia mais movimentado, tenho
sexta feira a biblioteca rotativa todas as turmas do 1º ao 4º ano, infantil ao 4º ano,
então eles trocam livros entre amigos, e quem não trouxe vem pegar na biblioteca.
Fora isso eu tenho turmas que vem toda quarta, toda quinta, aí tem uma professora
que é da quarta, outra que é da quinta, que eles vêm aqui semanalmente pra pegar
um livro do gosto deles aí eles vão olhar mesmo com a professora, então tem esses
dois momentos, a biblioteca rotativa e essa visita semanal na biblioteca. Então até o
4º ano, todas as turmas têm pelo menos dois momentos com a biblioteca, e fora isso
claro eles vêm também quando querem né. Que mais... prêmio recriar já fiz também,
não com esse nome mas a gente fez criação de sucata, eu peguei ali a estante do
trabalhos manuais, também botei ali fora, botei uma porção de sucata, caixinha e eles
podiam criar qualquer coisa só que tinha que deixar, a maioria fez com rolha, aquele
de cavalinho daí com prego com palito né, a maioria quis fazer, ai ficava um copiando
do outro assim daí, empolgaram e fizeram praticamente com rolhas, mas ai eu
disponibilizei caixinhas e tal, daí ficou ali também uns 15 dias. Aí depois também a
gente expôs lá na frente o resultado trabalho, e na amostra de trabalho a biblioteca
tem que ser usada, ai a gente coloca o que foi feito na biblioteca, hoje de manhã a
gente fez trabalho com cores neutras de colagem, com estilete com é... técnica do
rebate que eu ensinava né, trouxe eles pra cá que faltou uma professora ai dei duas
aulas aqui na biblioteca, daí trabalho com as turmas separado, dei conteúdo e tudo e
eles trabalharam aqui, ai mantive a biblioteca aberta né tudo igual. Ai esses trabalhos
todos vão pra um espaço na amostra que foi produzido na biblioteca, aí a gente fala
que é geralmente assim dizendo que biblioteca não é um lugar só de leitura, também
de produção artística, de conhecimento, interatividade
K - É bom que daí também divulga né, apesar de que o pessoal aqui é bem
focado de vir aqui na biblioteca, mas é uma divulgação do trabalho da biblioteca
P - Sim, exatamente. Tem um espaçozinho, um jornalzinho também, as vezes
a gente pega coisa da biblioteca. Livros novos, eu faço, pego um cavaletezinho, ali
agora tá escrito feira do livro, cavalete de mesa, eu levo lá pro refeitório aí já tem
escrito, tudo com letrinhas assim de revista. Sou muito do, pego tudo de livro já pronto,
então já é o estilo da biblioteca, aí eu escrevo assim “livros novos na biblioteca”, daí
boto 3, 4, mas assim né e deixo a semana toda lá no refeitório, daí eles vem,
“professora quero ver os livros novos”. Então de vez enquanto eu to divulgando que
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chegou, que chegaram livros novos, pra eles vierem, porque tem muitos que você tem
que chamar se não eles não aparecem aqui. Os menores não, mas quanto maior
menos vem, impressionante. Principalmente agora com celular, que eles têm internet,
eles pesquisam as coisas tudo ali, então pra pesquisa mesmo.... Aí agora o que nós
estamos fazendo, combinei com a professora de língua portuguesa desde do ano
passado que a gente tá fazendo isso, chamado leitura mensal. Os estudantes do 7º,
8º e 9º eles não podem mais, na leitura mensal pegar o livro que eles têm em casa,
que antes podia até tem outros momentos de leitura, mas eles têm que pelo menos,
uma vez por mês pegar um livro aqui, da biblioteca e apresentar em sala. Então eles
têm vindo mais agora, do ano passado pra cá, meados final do ano passado, foi uma
ideia que a gente teve pra ver se trazia os maiores né, então tem a leitura mensal que
tem que ter com o livro da biblioteca.
K - Eu acho que agora entra os itens mais… tá objetivos que mantém a
biblioteca, exemplo: educação, pesquisa, suporte
G - Educação e pesquisa né
K - Educação, ela também dá suporte que é das outras partes que ela faz como
é que é o nome, de apoio de coordenação também né?
P – ‘Uhum’
K - Então ela dá suporte a coordenação.
P - É eu já fazia isso, mesmo, independente do trabalho da biblioteca as
professoras falavam comigo, “Kátia vou trabalhar sobre água mês que vem, semana
que vem, você tem algum material?”. Ai eu já dava uma olhada assim na internet,
puxava coisas do meu material que eu tinha, que como professora de artes, olha
aquela estante ali de arte é praticamente todo meu material pessoal que eu trouxe
tudo pra biblioteca, imagina quase 30 anos de sala de aula eu tinha bastante coisa
então eu já fazia esse trabalho. Elas queriam um filme, pesquisava filmes, pesquisava
música, pesquisava sobre aquele assunto que elas me pediam. Então como
coordenação porque na verdade eu tenho pós-graduação em supervisão escolar,
então eu sou a supervisora da escola assim oficialmente né, pras professoras então,
tá uma supervisão, então já tava trabalhando com a supervisão escolar a muitos anos,
tem 17 anos que eu to aqui eu sempre fiz o trabalho de supervisão desde que eu
entrei. Então já era muito comum, me procurarem pra procurar coisa assim sobre os
assuntos né, ver livros, músicas assim né, o que fazer, então veio tudo pra biblioteca
junto. Eu continuo fazendo isso, eu baixo músicas, procuro filmes tudo daqui
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centralizado na biblioteca
G - Serviço de referência
K - Ela já era bibliotecária de referência antes
P - Exatamente, só não tava aqui dentro mas pego um pen drive boto as
músicas, boto filme, cadastrei já o pen drive, cada um tem um número, registro ali no
acervo daí a professora já sai com o material emprestadinho, registrado.
K - Vocês têm um regimento, um estatuto da instituição, da escola?
P - Sim, fica com a Karine, que é ela que faz a formação dos professores né,
aí ela é coordenadora pedagógica aí faz a formação dos professores, aí a gente tem
uma cópia, mas hoje ela não tá aqui ela tá em Tubarão
K - Mas não tem uma cópia disso, uma informação desse tipo no site?
P - Tem, sim tem bastante coisa da escola
K - A biblioteca ela tem algum nome específico ou...?
P - Não, não temos, só Biblioteca EFAZ a gente chama, já tentei fazer tipo,
aquele concursinho que se faz sempre pra dar um nome do autor tal mas aí o pessoal
não... pegou o Biblioteca EFAZ, aí eu tenho um e-mail biblioteca@efaz, aquele que
eu me correspondo, que eu mando aviso pros leitores atrasados, encaminho pra
família né, então ficou tudo como Biblioteca EFAZ, aí pegou, daí sai na amostra, sai
no jornalzinho tudo como Biblioteca EFAZ
K - É, seria legal de fazer aquilo das pessoas que foram importantes pra escola,
alguma coisa assim né. Eu trabalho na CUT a gente vai pensar alguma coisa assim,
uma mulher que foi importante no movimento sindical pra ser o nome da biblioteca
P - É eu tinha pensado em fazer, mas daí não rolou assim
K - Sempre tem né, o nome lá, e o nome que o pessoal chama sempre... Tá
infraestrutura a gente meio que já deu uma olhada, a gente tem que ver o espaço
físico, metragem. Você tem alguma, planta da escola?
P - Tem, mas aí é com a Karla daí a diretora
K - Será que essa informação você consegue depois?
P - Do tamanho? Mas então é que aqui não era a biblioteca né, faz quanto
tempo que a biblioteca tá aqui, uns 5 anos agora que depois que eu assumi que a
gente ampliou e tal que era, ela já foi aqui, que que era aqui... Sala dos professores
não... já foi casa aqui também, casa nossa. Morou minha irmã aqui, morou eu aqui,
no começo, aqui era um quarto ali era cozinha agora é tudo da escola, mas então não
foi criada pra ser biblioteca. A gente pensa em ter uma biblioteca futuramente, uma
56

construção pra ser mesmo a biblioteca né, mas ela não era, então eu não sei se ela
vai tá na planta da escola. Mas acho que só medindo mesmo né, posso medir depois
e mandar pra vocês. Porque não vai aparecer na planta né
K - É porque como são duas professoras, as duas pediram metragem, mas eu
acho que como não foi...
G - A gente comenta que não foi...
P - Deve ter o que uns 6 por, mas aí eu considero tudo né? Toda biblioteca,
quando vem os estudantes pra pegar livro, vem a turma toda, tem 20 crianças, eles
sentam todos ali na multimídia nas cadeirinhas ai eu vou chamando de dois em dois,
se não eles se amontam tudo no mesmo pedacinho eles querem ficar tudo no mesmo
lugar, então vou chamando de dois em dois, a professora fica no meio assim fazendo
esse, dai, entrega o livro ali pra mim ai vou lá dou baixa ai ele vai pega senta lá de
novo já vai olhando, então se não tem ninguém usando, a gente usa todo esse espaço
também da biblioteca. É mas deve ter uns 6 por, até o final deve ter uns 10
K - Não sim, não precisa se preocupar. Eu acho que é isso... porque a gente
tem que ver porque daí é o nosso trabalho específico
G - Você tirou foto de tudo Niky?
N - Tirei bastante daqui, só não tirei de lá
G - Porque elas pedem equipamento, acho que vai entrar as mesas, cadeiras,
quantidade desse tipo de coisa também, daí se poder tirar foto
K - Isso aqui vai ter lá no site, objetivos da instituição, dados relativos a
biblioteca. A essa aqui dos usuários tem que pedir pra ela né, certinho né
G - Quantos tão ativos
K - É isso né.
P - Olha ano passado eu fiz isso, sugestões do Saci, se quiser dar uma
olhadinha. Olha, sugestões do Saci, aí coloquei aqui os livros, e daí as crianças não
eram obrigadas a pegar né, mas elas é olhavam geralmente...
G - O que tava no destaque ali pra chamar atenção né
P - É, daí eu tenho bastante fotos assim que eu posso mandar, olha do lugar,
posso mandar já pronta pra vocês
G - Legal, ótimo
P - Algumas estão mais escurinhas, mas é já tem do acervo pronto
K - Mas a que você achar que, assim dessas ações que você fez, projetos, aí
a gente coloca
57

P - Isso aqui foi tudo feito na biblioteca no ano passado na amostra, tudo foi
feito aqui, esse trabalho do livro que eu falei, olha que eu falei tinha que utilizar o livro
com a sucata, é tudo coisa que foi feito aqui. A feira do livro também, foi promovida
pela biblioteca, algumas são de editoras. Isso aqui é o que tá lá dentro, agora tá mais
cheio, bem mais cheio, tá tampado com a cortina, mas tudo isso de material que
também é emprestado aqui pela biblioteca, daí tenho aqui deixa eu ver, atividades na
biblioteca... os jogos também muito procurado, o xadrez aqui na biblioteca, bastante,
vem pra jogar. Daí depois se vocês quiserem eu posso mandar porque é tudo, são
atividades proporcionadas pela biblioteca. Olha pesquisa né, lixo reciclagem, daí eu
faço mais ou menos isso né, pego na estante, isso aqui é do momento de leitura, eu
to com uma turma no vídeo, uma turma aqui jogando, e uma turma aqui dentro lendo,
são três né momentos diferentes tudo dentro da biblioteca. Ai depois eu posso
selecionar algumas
K - As que tu achar assim mais significantes
P - As que mostram atividades né
K - Daí a gente põe no trabalho, até porque no final a gente vai ter que mandar
pra ti né, porque né
P - Ah é o que vocês puderem, a diretora falou isso “não sei, o pessoal sempre
vem aqui, a gente abre a escola, pesquisam coisas, fazem tudo e depois a gente não
recebe nenhum retorno. Se viram algum problema se não viram, se tem uma ideia pra
melhorar”
G - Ah não, mas isso não acontece, a gente sempre manda os nossos trabalhos
P - Daí se vocês puderam mandar
K - Até que a gente fez um na APAE semestre passado né
P - Na APAE? Olha, legal
K - Não, mas a gente vai mandar até porque o trabalho é pra gente, sugerir
alguma coisa de referência então a gente vai responder
P - Eu vou te mandar depois então as fotos, das atividades…
G - Agora, eu acho que no geral é isso qualquer coisa, quando a gente tiver
escrevendo ver que faltou alguma informação ai de repente eu te passo um e-mail
pode ser?
P - Pode sim, se tiver mais alguma coisa
K - Tira foto desse caderno que tem as ideias dela, isso é legal pra colocar no
trabalho, pra aparecer na hora de falar, porque querendo ou não isso aí também é
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serviço de referência né. Não com a lógica de bibliotecário de referência, mas é uma
coisa de trabalho
P - Campeonato de cubo mágico esse aqui, não sei se vai ter eles tão só me
pedindo pra fazer esse ano ainda
G – Só você consegue consultar quantos são os ativos?
P - Consigo. Olha os rascunhos das estantes, do que que eu ia separar, no
que, as literaturas, os gibis, essa era minha ideia da estante de onde seria, aí depois,
essa mesa vai ficar aqui, aí a gente pensou antes de construir, onde ia ficar o que,
porque eu preciso ter visão de tudo, qual é parte que eu não vou ver, então é ali? Ali
vai ficar o acervo dos professores que é além de ser menos visitado não precisa
monitoramento né então. As literaturas vão ficar perto da minha vista, então os dali eu
vejo os que mais pesquisa né, então tudo foi pensado. Desenho da estante a gente
pensou, lugarzinho pros mapas, então quando a gente fez essas estantes a gente
pensou já, já sabia onde cada coisa ia ficar, tamanho que tinha que ter, porque só tem
esse espaço aqui, então foi bem dividido assim, a gente teve que fazer mapeamento
tudo da sala de jogos. Tudo isso eu fui anotando né, isso aqui foi que eu escrevi
primeiro que eu tive do tipo de item, das coisas que eles pedem, livros perdidos eu
faço um balanço todo mês de janeiro, todo mês de janeiro eu confiro os livros todos.
Então é isso, é um caderninho que eu tenho assim pra anotar as coisas da biblioteca
né. Agora aqui são as ideias, essa e essa aqui, algumas já tiveram, algumas ainda
vão ter. Tu queres o número de leitores ativo é isso?
G - É isso.
P - 313 ativos.
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APÊNDICE B - FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE MATERIAIS

Nome: _____________________________________________________________
Telefone: __________________

Categoria: Idioma:
( ) Professor ( ) Português
( ) Aluno ( ) Inglês
( ) Funcionário ( ) Espanhol
( ) Francês.
Tipo de material:
( ) Livro Ano de publicação:
( ) Tese ( ) Sem limite
( ) Material especial ( ) Período (informar):
( ) Periódico (revistas) ___________________

Formato dos documentos:


( ) Lista localização
( ) Separação do material.

Assunto:

Tempo de entrega: 3 a 5 dias.


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APÊNDICE C – PRIMEIRO ESPAÇO DA BIBLIOTECA EFAZ

Figura 1 - Espaço multimídia da biblioteca

Fonte: Produção própria, 2016.

Figura 2 - Espaço multimídia da biblioteca 2

Fonte: Produção própria, 2016.

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