Automação Automação
Em princípio, qualquer grandeza física pode ser controlada, isto é, pode ter seu valor O mesmo ocorria com as máquinas de produção, que eram específicas para uma
intencionalmente alterado. Obviamente, há limitações práticas; uma das inevitáveis é aplicação, o que impedia seu uso em outras etapas da produção, mesmo que tivesse
a restrição da energia de que dispomos para afetar os fenômenos. Por exemplo, a características muito parecidas.
maioria das variáveis climatológicas podem ser medida mas não controlada, por causa
da ordem de grandeza da energia envolvida. Com o passar do tempo e a valorização do trabalhador, foi preciso fazer algumas
alterações nas máquinas e equipamentos, de forma a resguardar a mão-de-obra de
algumas funções inadequadas à estrutura física do homem. A máquina passou a fazer
O controle manual implica em se ter um operador presente ao processo criador de o trabalho mais pesado e o homem, a supervisioná-la.
uma variável física e que, de acordo com alguma regra de seu conhecimento, opera
um aparelho qualquer (válvula, alavanca, chave etc.), que por sua vez produz Iniciou-se assim a automatização, que tornou-se muito mais viável à medida que a
alterações naquela variável. eletrônica avançava e passava a dispor de circuitos capazes de realizar funções lógicas
e aritméticas com os sinais de entrada e gerar respectivos sinais de saída.
No início da industrialização, os processos industriais utilizavam o máximo da força
da mão-de-obra. A produção era composta por etapas ou estágios, nos quais as Os primeiros sistemas de automação operavam por meio de sistemas eletromecânicos,
com relés e contatores. Neste caso, os sinais acoplados à máquina ou equipamento a
CLP CLP
Os controladores programáveis (CP) ou controladores lógico-programáveis (CLP ou Nascia assim um equipamento bastante versátil e de fácil utilização, que vem se
PLC, em inglês) surgiram praticamente dentro da indústria automobilística americana, aprimorando constantemente, diversificando cada vez mais os setores industriais e
especificamente na Hydronic Division da General Motors, em 1968, sob a liderança suas aplicações, o que justifica um mercado mundial estimado em 4 bilhões de dólares
do engenheiro Richard Morley. anuais.
O desenvolvimento dos CLPs originou-se devido a grande dificuldade de mudar a
lógica de controle de painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Os Inicialmente os CLPs foram produzidos somente para simular a ação de relés em um
painéis de controle a relés necessitavam de modificações na fiação, o que muitas circuito de intertravamento. Atualmente, os CLPs incorporam funções avançadas
vezes era inviável, pois implicavam em altos gastos de tempo e dinheiro, tornando-se como: controle estatístico, controle de malha, comunicação em rede etc.
mais barato simplesmente substituir todo painel por um novo.
O CLP é um equipamento de estado sólido que pode ser programado para executar
A grande vantagem dos controladores programáveis é a possibilidade de instruções que controlam dispositivos, máquinas e operações de processos, por meio
reprogramação. Portanto, os CLPs permitiram transferir as modificações de hardware de implementação de funções específicas como lógica de controle, sequenciamento,
em modificações no software. controle de tempo, operações aritméticas, controle estatístico, controle de malha,
transmissão de dados, etc.
Como para qualquer controle ou automatização é necessário o maior grau de paralelismo Este paralelismo, operado em ciclos, faz com que a atualização da saída de um bloco de
possível (em qualquer processo sempre pode ocorrer mais de um evento diferente ao instrução para a entrada de um ou mais blocos demore o equivalente ao tempo de um
mesmo tempo) é empregado nos CLPs um método que simula paralelismo. Neste método ciclo. Esta demora, ou atraso, deve ser considerado no planejamento de um programa,
os parâmetros de entrada (estado de ligações e valores de variáveis) são mantidos numa pois a conexão "encadeada" de, por exemplo, 10 blocos de instrução terá um atraso de 10
tabela acessível por qualquer um dos blocos de instrução que esteja sendo interpretado ciclos desde o estímulo na entrada do primeiro bloco até a saída no último. Ao se
(memória imagem das entradas). Uma segunda tabela (memória imagem das saídas), com considerar um tempo de ciclo de 1/16 s isto resultaria em um atraso de 0,625 segundos.
os resultados produzidos pela interpretação de cada bloco, vai sendo montada a medida
As figuras seguintes ilustram como varia o número de SCAN necessários para que uma
variável de saída seja alterada em função de uma variável de entrada pode ser maior
dependendo de como o programa foi editado. Também será mostrado um caso em que o
resultado final se altera em função da ordem em que as instruções forem editadas.
Nota: Embora normalmente SCRs e TRIACs sejam usados em saídas digitais (ligado ou
desligado), é possível usar estes dispositivos como uma saída analógica (com mais de 2
estados), controlando a fase de disparo do dispositivo em relação à rede elétrica. Este é o
princípio de funcionamento dos controles de iluminação residencial (dimmers).
Controladores Lógicos Programáveis 25 Controladores Lógicos Programáveis 26
v=L
∆t i = corrente na bobina (A)
t = tempo (s)
Controladores Lógicos Programáveis 29 Controladores Lógicos Programáveis 30
(0 − 200x10−3 )
v = 10x10−3 = −2.000 V
1x10−6 − 0
Y0
X1
A linguagem utilizada permite ao usuário representar o programa de automação, tanto em DIL ou BLOCOS LÓGICOS
Diagrama de Contatos (DIC ou LADDER), em Diagrama Lógico (DIL) e como uma
Lista de Instruções (LIS). Isso facilita o manejo da linguagem tanto na confecção quanto
X0 X1 Y0
na modificação dos programas. Uma biblioteca dos denominados Blocos Funcionais CIRCUITO ELÉTRICO
Y0 = X0 . X1
AND X1
OUT Y0
Entradas Chaves
24 V DC Sinais de Entrada
220 V AC Sinais de Saída
Saídas
Atenção: Todos os
pontos inferiores
estão curto-
circuitados
S1 H1 S1 H1
Linha
H2
Quente
Contato Saída
S1 S0 K1
S1 H12
K1
S2 H3
H4
Programação LADDER
Circuito de Força
S1 S0 K1
K1