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Direito Administrativo – Henrique Savonitti

(savonitti@savonitti.com.br)

Aula 1 e 2

O Estado é pessoa jurídica de Direito Pub interno – Estado


– três elementos: povo, território e governo soberano. O D. Adm
é o ramo do direito que estuda a administração publica que é a
atividade gerencial do Estado. O Estado Brasileiro é organizado
da seguinte forma: é uma federação, o que significa a
descentralização do poder de legislar e de administrar. Cada
ente da federação forma uma administração pública própria e
isso que difere o Estado Federado do Estado Unitário.

Organização dos Poderes  O poder é uno e se divide nas


três funções estatais (jurisdicional, legislativo e executivo). A
adm pub está presente nos três poderes e não só no poder
executivo. Atos adm., Poderes adm., Licitações e contratos
existem nos três poderes e não são prerrogativas exclusivas do
poder executivo.

O D. Adm. em um Estado federado não é um só.

O D. Adm. É o ramo didaticamente autônomo do direito


(porque não existe disciplina jurídica como ciência
autônoma)que se preocupa com o estudo do conceito
aglutinador de Administração pública (Direito Adm. surge
como sinônimo de serviço público, mas não é só isso.
Este seria um conceito reducionista. Passaram para
Escola do Poder Executivo – Também está errado! Hoje
se chama Escola da Adm. Pública! Aglutinador – a
atividade administrativa atualmente vem sendo
transferida para particulares. O conceito de Aglutinador
tenta abrir um pouco o foco) tomado em seus aspectos
objetivo (atividades) e subjetivo (pessoas: quem a integra).

A Adm. Pub. em sentido subjetivo, formal ou orgânico


A Adm. Pub. em sentido objetivo, material ou funcional

PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios são as diretrizes, bases, alicerces e vigas


mestres do ordenamento jurídico.

Os princípios constitucionais expressos estão no


artigo 37, caput, CF.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:

LIMPE

Legalidade – o agente só pode atuar quando houver expressa


previsão legal.

Impessoalidade – todos são tratados do mesmo modo.

Moralidade –

MP e pessoa jurídica interessada (que sofreu a lesão – nesse


caso o MP atua como fiscal da lei) – ação de improbidade
administrativa. Prazo para propositura da ação de
improbidade – 5 anos (contado do encerramento do mandato
e não do ato de improbidade). Só corre na primeira
instancia – não há foro por prerrogativa de função. Não
cabe arbitragem nem transação.

Penas:

Devolução de valores, multa civil, perda do cargo,


suspensão dos direitos políticos, proibição de contratar
com o estado.

O rol dos crimes não é taxativo. Os tipos são abertos porque não
é lei de penal.
Publicidade

Eficiência (EC 19/98) – preocupação com busca de resultados.


Os agentes públicos devem atuar com rendimento funcional.

Existem os princípios implícitos e estes são igualmente


importantes aos outros princípios.

 Não existe hierarquia entre princípios expressos e


princípios implícitos.

Lei 9784/1999  lei que regula o procedimento


administrativo na esfera federal que expõe alguns princípios
expressos.

 Os princípios dirigem-se ao legislador e ao


administrador público. Os princípios agem como limitador ao
administrador, por isso que se diz que os princípios possuem
caráter negativo.

1) Princípio da supremacia do interesse público


sobre o particular  É um principio implícito. Esse principio
pode dar a idéia equivocada de que o interesse público e o
interesse privado são coisas divergentes e opostas, mas isso só
ocorre em alguns casos porque, na verdade, estes interesses
são congruentes. Esse principio pode se sobrepor a direitos
fundamentais como o direito a vida. Nesse caso, o direito a vida
se sobrepõe ao direito a vida. Sacrifica-se o direito a vida para
salvar outras vidas. Esse principio justifica o sacrifício de
interesses individuais em beneficio da coletividade.

2) Princípio da Legalidade  É um princípio expresso


no art. 37, CF e no art. 5, II, CF (II – ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei)

Lei  é a lei ordinária ou é qualquer espécie normativa?


As leis possuem caráter inovador (obrigando, proibindo ou
permitindo condutas). A espécies normativas que estão
contempladas nesta expressão leis estão expressas no art. 59
até o 69, CF

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Constituição;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – leis delegadas;

V – medidas provisórias;

VI – decretos legislativos;

VII – resoluções.

Pirâmide de kelsen: CF, Leis, Atos

Os atos regulamentam ou individualizam as leis, mas só


são validos no exato limite das leis.

 O AGENTE PÚBLICO SÓ FAZ AQUILO QUE A LEI MANDA,


DIFERENTE DO PARTICULAR, QUE FAZ TUDO QUE A LEI NÃO
PROÍBE.

3) Princípio da razoabilidade  bom-senso. Sem expor


a Adm. Púb. ao ridículo. Comportamento discreto. É um principio
importante mas com pouca aplicabilidade pratica.

4) Princípio da proporcionalidade  É um princípio


implícito. Adequação entre meios e fins. Decorre do principio da
razoabilidade, mas se refere ao uso do poder administrativo na
exata medida necessária ao alcance do interesse público. Se
isso não ocorre, acarreta o abuso de poder.

O poder administrativo tem natureza instrumental. Poder-


dever ou Dever-Poder. O uso do poder é lícito, o abuso do poder
é ilícito e é um gênero que comporta duas espécies:

- o Excesso de Poder – Quando o agente público age


além do interesse público e ofende o principio da
proporcionalidade (proibição de exageros). Na prova
seria o caso de exagero pelo exagero. Começa certo e
termina errado (o móvel da ação é o interesse público).

- o Desvio de finalidade ou Desvio de


Poder/Tredestinação – Quando o agente público age
fora do interesse público e ofende o princípio da
impessoalidade. Na prova seria a Intenção de tirar
proveito, de se beneficiar, de prejudicar o inimigo etc.
Já começa errado.

5) Princípio da impessoalidade  Princípio expresso. É


uma decorrência da isonomia pro trato administrativo! Se todos
são iguais perante a lei, todos tem que ser tratados de maneira
igual. Esse princípio possui dois aspectos:

a) Administrados – tratamento igualitário a todos os


administrados. O administrado não tem rosto.

b) Administrador – quem atua é o Estado e não a pessoa do


agente. O administrador não tem nome. Art. 37, §1º, CF (§ 1o A
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.).

6) Princípio da moralidade  É um principio expresso


e que foi inserido na CF de 1988. No direito público não vale a
frase “nem tudo que é imoral é ilegal”.

Não é possível nomear parentes para cargos (até o


terceiro grau segundo o STF), exceto em casos de cargo de
primeiro escalão! LEMBRAR DESSA EXCEÇÃO.

Comportamento honesto, ético, idôneo, probo...

7) Princípio da Publicidade
art. 5, XXXIII, CF (XXXIII – todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado).

Os atos, programas, metas, políticas são públicos.

Prazo: 15 dias para prestação das informações (Lei 9.501


de 1995).

*Diário oficial = em regra. Boletim de serviço ou fixar na


repartição.

Exceções à publicidade: O inquérito policial é sigiloso e


portanto se refere à segurança pública. Seriam os casos em que
o sigilo é indispensável à segurança do Estado (nacional) e da
sociedade (pública).

8) Princípio do devido processo legal  Art. 5 da CF


assegura expressamente o direito aos litigantes em
procedimentos administrativos (LV – aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;)

9) Princípio da inafastabilidade do controle judicial


dos atos administrativos  esse princípio decorre do
princípio do amplo acesso ao poder judiciário. Qualquer lesão ou
ameaça a direito poder ser objeto de questionamento junto ao
poder judiciário.

Brasil adota o sistema inglês que é o sistema de jurisdição


una! É necessário o esgotamento prévio das vias
administrativas ou já posso entrar na justiça direto? Posso
entrar direto. No Brasil não é necessário o esgotamento prévio
das vias administrativas (não existe a instancia administrativa
de curso forçado). Existe uma exceção: a matéria desportiva
(art. 217, §1º, CF). O habeas data (é preciso a negativa
administrativa) não é e se fosse não poderia ser, porque seria
inconstitucional.

10) Princípio da eficiência  princípio expresso. EC


19/1998. Antes de 98 poderia ser ineficiente? Não.

Novembro de 95 – Plano diretor da reforma do aparelho do


Estado – tinha a finalidade de rever a posição estratégica do
Estado. Programa nacional de desestatização – é preciso
fiscalizar esses particulares (agencias reguladoras).

Esse princípio visa a evoluir de uma administração pública


burocrática (mais preocupada com os meios) para uma
administração pública gerencial (mais preocupada com os
fins/resultados).

Eficiência significa “fazer mais e melhor, com menos e em


menor tempo “.

11) Princípio da segurança jurídica  Veda que a


nova interpretação da norma administrativa retroaja para
alcançar fatos passados.

Página 7 questões 1 a 26.

Organização Administrativas do Estado Brasileiro


(Decreto lei 200/67)

Desconcentração Descentralização
Têm-se órgãos; Ex.: Ministérios Têm-se entidades; Ex.:
da União, secretarias, Autarquias, fundações
delegacias. públicas.

Esses órgãos não têm São pessoas autônomas


personalidade própria; Órgão
não é pessoa, mas pode ter
capacidade processual.

Administração pública direta Administração pública indireta


ou centralizada; ou descentralizada.

Os órgãos podem ter capacidade processual ou


judiciária? Embora despersonalizados, determinados órgãos,
com prerrogativas funcionais próprias (independentes e
autônomos, apenas), dispõem de capacidade processual, ainda
que a regra seja a extensão tão-somente às pessoas físicas e
jurídicas, nos termos do CPC, art. 7º. O que são órgãos
independentes; autônomos; superiores e subalternos?
Para responder a esse quesito, faço reproduzir a seguir, com as
devidas adaptações de estilo, a classificação dos órgãos, quanto
à posição estatal, oferecida pelo autor Hely Lopes Meirelles: (a)
Independentes: originários diretamente da Constituição Federal,
representativos dos três Poderes (Casas Legislativas, Chefia do
Executivo e os Tribunais). São órgãos sem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional, estando sujeitos apenas
aos controles constitucionais de um sobre o outro (denominados
“freios e contrapesos”). As atribuições destes órgãos são
exercidas por agentes políticos; Nota: O saudoso Profº Hely
Lopes Meirelles ensina que tais órgãos “são também chamados
“órgãos primários” do Estado. Esses órgãos detêm e exercem
precipuamente as funções políticas, judiciais e quase-judiciais
outorgadas diretamente pela Constituição, para serem
desempenhadas pessoalmente por seus membros (agentes
políticos, distintos de seus servidores, que são agentes
administrativos), segundo normas especiais e regimentais.” Nas
palavras do ilustre autor, nesta classe de órgãos, se incluem o
Ministério Público Federal e estadual e os Tribunais de Contas
da União, dos Estados-membros e municípios, os quais são
órgãos funcionalmente independentes e seus membros
integram a categoria dos agentes políticos, inconfundíveis com
os servidores das respectivas instituições. A título de concurso
público, temos que ter muita cautela quanto ao entendimento
acima indicado. A doutrina majoritária aponta que o Ministério
Público e os Tribunais não seriam propriamente órgãos
independentes e, sim, autônomos. Contudo, o autor que
apresenta a classificação acima é o Mestre Hely Lopes Meirelles,
adotado, diga-se de passagem, por quase todas as Bancas
Examinadoras. Então como proceder? Primeiro, verifique o
enunciado da questão e perceba se faz ou não remissão ao
pensamento do referido autor. Se não a fez, procure entre as
opções item mais certo ou mais errado, conforme o caso. Não
encontrando nada melhor, fixe o entendimento de que os
Tribunais são órgãos independentes. (b) Autônomos:
encontram-se na cúpula da Administração, com subordinação
direta aos órgãos independentes. Tais órgãos gozam de
autonomia administrativa, financeira, técnica, além de
participarem das decisões governamentais. Entram nessa
categoria os Ministérios, as Secretarias de Estado, a Advocacia-
Geral da União etc. (c) Superiores: são órgãos de controle,
direção e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia. Não gozam de autonomia
administrativa e financeira. Incluem-se nessa categoria as
Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes etc. (d) Subordinados
ou Subalternos: estão sujeitos ao controle hierárquico dos
órgãos superiores de decisão. Têm reduzido poder decisório,
exercendo, principalmente, funções de execução, como as
realizadas por seções de expediente, de pessoal, de portaria, de
zeladoria, de protocolo etc.

A Adm. Pública se divide em duas:

-Direta ou Centralizada: entes políticos – União, Estado,


DF e Municípios. Para facilitar o desempenho de suas atividades
administrativas, ela cria repartições internas, chamadas de
órgãos, por meio da desconcentração (divisões na mesma
pessoa).

- Indireta ou Descentralizada: Para diminuir seu


tamanho e se preocupar com as atividades estratégicas, o ente
político cria as entidades por meio da descentralização.

a) Autarquias – São entidades criadas com a finalidade


de desempenharem atividades tipicamente estatais.

1. Regime jurídico de Direito Público.

2. Tem autonomia administrativa, orçamentária e


financeira. Se submetem apenas à supervisão e ao controle do
ministério a que estão vinculadas e da Presidência da república.

3. São criadas por lei e só podem ser extintas por lei (art.
37, XIX, CF)

4. Quem trabalha na autarquia é servidor público, regido


pela lei 8112/90. Não pode ser empregado público, regido pela
CLT, porque a CF de 88 estabeleceu o regime único para a adm.
Direta, autárquica e fundacional. Pode ser agente temporário
(art. 37, IX, CF).

5. Autarquias não pagam impostos sobre o patrimônio,


renda ou serviços (beneficiam-se da imunidade tributaria
recíproca – imunidade são limitações constitucionais ao poder
de tributar art. 150, VI, §2º, CF).

6. O foro das autarquias federais é a Justiça Federal! Foro


processual da Justiça federal.

7. Os bens são públicos. Características:

 inalienabilidade – Significa que os bens públicos não


podem ser transferidos ou alienados. Exceções: art. 17, Lei nº
8.666/93 – é possível a alienação de bens públicos respeitado o
artigo 17 da Lei de Licitações.

 imprescritibilidade – Os bens públicos não estão


sujeitos à usucapião. Não se adquire a propriedade de bem
publico pela posse prolongada.

 impenhorabilidade – Os bens das autarquias não


estão sujeitos a penhora (ação de execução). Como as
autarquias respondem pelas suas dívidas? Por meio de
precatórios (art. 100, CF).

 não-onerabilidade – ex.: anticrese, alienação


fiduciária. Seria dar um bem em garantia de financiamento. Isso
é impossível em relação aos bens públicos das autarquias.

8. Espécies de autarquias:

a. Autarquias governamentais – INSS, Banco Central, CVN,


“stricto sensu”.

b. Autarquias territoriais – São os territórios (at. 18, §2º, CF),


que não são entes da federação, pertencem a União.

c. Autarquias corporativas – São os Conselhos de


Fiscalização Profissional. STF ADIN 1717/00. Quem trabalha
nestes conselhos é empregado público, regido pela CLT.
Entretanto existem concursos, licitações etc.

 Autarquias tem os mesmo privilégios que se aplicam


aos entes políticos!

 (Agências executivas - autarquias ou fundações -;


agências reguladoras – autarquias de natureza especial, tem
as características das altarquias + 2 características a mais = A)
OS DIRIGENTES SÃO ESTÁVEIS E TEM MANDATOS FIXOS e B)
PODER NORMATIVO PARA CRIAR REGRAS PARA SETORES
IMPORTANTES -; conselhos de fiscalização profissional –
autarquias – exceto a OAB que não é autarquia já que possui
natureza “sui generis” segundo STF; Associações públicas –
autarquia – consórcio é acordo de vontades e viabiliza a criação
das associações)
Consórcios Públicos
1) Legislação.
A matéria está inteiramente disciplinada na Lei 11.107, de 6.abr.05, que aporta normas gerais
sobre o assunto aplicáveis à União, aos estados, ao Distrito Federal (DF) e aos municípios.
2) Personalidade jurídica.
Os consórcios públicos sempre detêm personalidade jurídica, que poderá ser de direito
privado (sem fins econômicos) ou de direito público. Nesse último caso, integram a
administração pública indireta (associações públicas - autarquias interfederativas ou
multifederadas). A lei não esclarece se os consórcios públicos, com personalidade jurídica
de direito privado, integram a Administração Pública. Tudo isso é totalmente diferente em
relação aos convênios: não possuem personalidade, já que formalizam simples ajustes de
cooperação.
3) Normatização.
A execução de receitas e despesas por parte dos consórcios públicos (não interessa a
natureza jurídica) deve obedecer às normas de Direito Financeiro concernentes às
entidades públicas. Supletivamente, a organização e funcionamento dos consórcios públicos
deverão também observar a legislação relativa às associações civis.
O art. 241, da Constituição Federal/1988 (C.F./88) assim prescreve:
"Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei
os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)"
4) Operacionalização.
Cada ente federativo, pois, possui competência para disciplinar assuntos de interesse local,
mediante lei, que normatize os seguintes aspectos:
-os consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum;
-os convênios de cooperação;
-a gestão associada de serviços públicos;
-a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens fundamentais à
continuidade dos serviços transferidos.
É importante evidenciar que os consórcios públicos são celebrados entre entes federados de
mesma espécie ou não e constituem sempre uma pessoa com prazo determinado de duração.
Contudo, não haverá consórcio público constituído somente pela União e municípios:
"Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e
dá outras providências.
(...)
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
(...)"
O consórcio público será constituído por contrato com ratificação, mediante lei, do protocolo de
intenções. É interessante observar que a lei atribui aos consórcios natureza contratual.
A ratificação só é dispensada se o ente, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar
por lei a sua participação no consórcio público. Portanto, sempre o consórcio público deverá
ser criado com a participação do Poder Legislativo.
É cláusula essencial do protocolo de intenções a autorização para a gestão associada de serviços
públicos. A lei prevê também:
-a pactuação dos contratos de programa, que estabelecerão as obrigações específicas de cada
associado na prestação comum do serviço público;
-a possibilidade de celebração de contrato de gestão ou termo de parceria.
Os titulares dos entes federativos consorciados deverão eleger o representante legal do
consórcio. Este estará sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial do tribunal
de contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante
legal do consórcio.
Quando o consórcio público possuir natureza jurídica de direito privado, sua constituição
deve ser realizada nos termos da lei civil, ou seja, a aquisição da personalidade jurídica
ocorrerá com o registro dos atos constitutivos no ofício público competente. Mesmo nessa
hipótese, estará sujeito às normas de Direito Público relevativamente:
-a licitações;
-à celebação de contratos;
-à prestação de contas;
-à admissão de pessoal (sempre regido pelo regime celetista).
Feitos esses comentários, quais as atividades que o ordenamento jurídico pátrio possibilita
aos consórcios públicos? - Realizar desapropriações; receber subvenções econômicas ou
sociais dos órgãos governamentais; promover a arrecadação de tarifas; outorgar concessão
de serviços públicos; contratar com a Administração dos entes federativos mediante
dispensa de licitação (...). Não obstante, não está prevista a hipótese de os consórcios
públicos exercerem atividades econômicas.

b) Empresa Estatais – são empresas que pertencem ao


estado e se dividem entre Empresas Públicas e Sociedade
de Economia Mista.

Diferenças: Capital, forma societária e o foro.

Características comuns:

1) Regime Jurídico: Regime jurídico de Direito Privado


porque são empresas e atuam no mercado no mesmo segmento
das empresas privadas (isso para não ocorrer uma concorrência
desleal). O art. 1º da CF diz que um de seus princípios é a livre
iniciativa.

2) Tem autonomia – todo ente da adm. Pub. indireta


possui autonomia!

3) São autorizadas por lei e criadas por um estatuto


ou contrato social devidamente registrado. Normalmente
as empresas em geral possuem contrato social, só as SAs possui
estatuto social.

4) Pessoal: quem trabalha em uma empresa estatal é


empregado público, regido pela CLT. Precisa fazer concurso.
Podem existir agentes temporários (art. 37, IX, CF). Não existe
servidor publico – Estes só existem na Adm. Direta, autarquias e
fundações (regime estatutário).
5) Não podem gozar de privilégios fiscais
específicos. As empresas estatais pagam impostos e só não
pagam se este beneficio for estendido a todas as demais
empresas do ramo. Deve haver o mesmo tratamento tributaria
das empresas do setor privado.

Ex.: Em regime de monopólio pode haver beneficio! O STF


reconheceu a imunidade tributaria e a impenhorabilidade no
caso dos Correios!

6) Estão obrigadas a licitar nas atividades meio e


dispensadas nas atividades fim. Nas atividades tipicamente
empresariais não é necessária a licitação (Ex.: venda de selo
nos Correios, Petrobras não vai fazer licitação para vender
gasolina etc.)

7) Finalidades: essa divisão é importante por conta da


responsabilidade civil do Estado - art. 37, § 6º, CF (§ 6º As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causaram a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa) – Quem responde segundo o CC são as
empresas que exploram atividades econômicas.

a) Exploração de atividades econômicas – é


atividade de indústria e comércio. Normalmente paga
ICMS. Ex.: Petrobrás, Indel (armamentos), a Embraer
era, a Vale era e for privatizada.

b) Prestação de Serviços Públicos – Trata de


serviços. Normalmente pagam ISS. Os bancos são
prestadores de serviço! Ex.: Correio (serviço de
entrega de correspondências e encomendas), Banco
do Brasil, Furnas, Radiobrás, Eletrobrás etc.

8) Não estão sujeitas a falência. Art. 1º, Lei n


11.101/05.

9) Os bens são penhoráveis e oneráveis.

DIFERENÇAS

EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADES DE


ECONOMIA MISTA

CAPITAL - 100% público - Particulares na


formação do Capital
- Controle da União
- Controle da União (a
União tem que ter a
maioria do capital
votante)
FORMA SOCIETÁRIA - Pode adotar qualquer - Sempre SA
forma admitida em
Direito
FORO - Justiça Federal - Justiça Estadual ou do
DF

c) Fundações públicas – A Fundação é de bens


(destinação de patrimônio para uma atividade que o fundador
considera relevante) e a Associação é de pessoas (pessoas que
possuem um fundamentação e finalidade em comum – é a
forma mais comum de se juntar pessoas com um mesmo
objetivo). Se a fundação for extinta, o patrimônio não volta para
o fundador, vai para outra instituição.

Conceito: “Fundação é um patrimônio destinado a um


fim”.

Existem fundações públicas e fundações privadas (criadas


com recursos dos particulares. Ex.: Fundação Roberto Marinho,
Ayrton Senna etc.).

Existem 3 tipos de fundações:

1. Fundações Públicas Públicas


2. Fundações Públicas Privadas

3. Fundações Privadas Privadas – Essa não é importante


agora!

CAPITAL REGIME JURÍDICO

Fundações Públicas Públicas

Fundações Públicas Privadas

Fundações Privadas Privadas

 Fundações com Regime Jurídico de Direito


Público

Ex.: UNB (Súmula vinculante 12 – universidades Públicas)

- Não pode cobrar pelos seus serviços

- Não pode mudar sua finalidade social

- Não pode determinar sua auto-extinção

• É extremamente dependente do orçamento público

• O STF decidiu que a Fundação pub. com regime de


direito público possui as mesmas características
das autarquias!

• Criada por Lei

• Servidores públicos

• Imunidade Recíproca

• Justiça Federal

 Fundações com Regime Jurídico de Direito


Privado

Ex.: CESPE, FINATEC


- Pode cobrar pelos serviços

- Pode mudar sua finalidade social

- Pode se auto-extinguir

• É auto-suficiente

• As características não são todas iguais as da


empresas estatais (as iguais marca C e as
diferentes E)

• Autorizado por lei C

• Empregado Público C

• Imunidade/Isenção E

• Justiça Estadual ou DF MEIO C

AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Estas agências nada mais são do que uma forma de


reestruturar uma entidade pré-existente, mas que não funciona
bem. Tem tudo a ver com o conceito de Adm. Pub. gerencial. As
agências executivas nada mais são do que contratos para que
estas entidades atuem de modo adequado. Ex.: INMETRO foi um
exemplo, mas nunca passou por crise nenhuma, por isso estas
agências estão totalmente fora de moda.

 São autarquias ou fundações publicas pré-existentes;

 Diplomadas por meio de um Decreto do Chefe do Poder


Executivo (Decreto é ato administrativo e, portanto, é
imperativo. A entidade não tem que concordar);

 Com a finalidade de celebrarem Contratos de Gestão


(Contrato é bilateral e nesse momento a entidade tem que estar
de acordo - este contrato estabelece metas e quem fiscaliza o
alcance destas metas e o ministério respectivo);
 Que visem a melhoria da prestação de seus serviços;

 Em troca de maior autonomia orçamentária e financeira.

AGÊNCIAS REGULADORAS

 São autarquias especiais;

 Criadas com a finalidade de exercerem atividade de


fiscalização de alguns setores do mercado tidos por
estratégicos.

Elas surgem com o Plano Diretor da Reforma do aparelho


do Estado e com as privatizações no governo de Fernando
Henrique.

Ex.: ANEEL, ANATEL, ANP, ANVISA, ANS, ANA, ANCINE, ADA,


ADENE, ANTT, ANTAQ, ANAC

 Seus dirigentes têm mandato fixo de 4 ou 5 anos (Cada uma


destas agencias reguladoras são criadas por lei e estas podem
determinar mandatos de prazos diferentes), são escolhidos pelo
presidente e sabatinados pelo Senado.

Para a consagração da legitimidade da diretoria das agências,


seus membros devem ser indicados pelo Chefe do Poder
Executivo, devendo ser aprovados pelo Poder Legislativo,
oportunidade em que serão nomeados com mandato fixo.

Nos EUA as AR são quase como um quarto poder porque


são independentes do executivo e do judiciário. No Brasil o p. da
legalidade é muito rígido e por isso só a lei pode inovar a ordem
jurídica. Portanto, este poder normativo das agências acaba
sendo mitigado. Acabam sendo mais agências fiscalizadoras do
que agências reguladoras.

 Deveriam possuir poder normativo e fiscalizatório muito


maior, mas ficam presas por conta do p. da legalidade.
Entidades Paraestatais

Entidades paraestatais não integram a estrutura do


Estado – estão no terceiro setor. A maioria da EP vão ser a vida
inteira EP. Algumas ganham o status de OS ou OSCIPs.

O Poder público pode diplomar alguma destas entidades


devido a sua relevância social e transformá-las em OS.

1. Entidade privada – não precisa fazer concurso


público, não faz licitação – possui regulamento de
compras, que é muito mais simples que a lei nº
8.666.

2. Sem fins lucrativos;

3. Que desempenha finalidades sociais.

1. Associações Civis sem fins lucrativos

2. Fundações Privadas

3. Serviços Sociais Autônomos (Sistema S)

4. Sindicatos

5. Partidos Políticos

Organizações Sociais – OS

Toda OS é uma entidade Paraestatal, mas nem toda


entidade Paraestatal é OS! O poder público pode ceder
servidores para as OS, mas isso não dá certo.

4. Diplomadas por meio de um Decreto do Chefe


do Poder Executivo;

5. Com a finalidade de celebrarem Contratos de


Gestão – nesse contrato se estabelecem a
quantidade de procedimentos e a qualidade dos
procedimentos – o poder público fica mais
preocupado com o resultado e menos com o
procedimento! No entanto, estas entidades utilizam
recursos públicos e precisam prestar contas;

6. Visando a substituição do Estado na gestão e


na prestação de serviços públicos com o
dinheiro do próprio Estado.

Ex.: Hospital Sarah

• Qual a diferença do Convênio e do Contrato de


Gestão? No Convênio ninguém quer o lugar do outro! O
Contrato de Gestão é uma política pública agressiva de
substituição do Estado – consta no Programa Nacional de
Publicização!

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público -


OSCIPs

São entidades filantrópicas. Podem entrar em qualquer


área social: saúde, educação (biblioteca) etc.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público


ou OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do
Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e
convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos
(federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas
por empresas possam ser descontadas no imposto de renda.
OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um
certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o
cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles
derivados de normas de transparência administrativas.

4. Diplomadas por meio de portaria do Ministro da


Justiça;

5. Com a finalidade celebrarem Termos de Parceria;


- podem celebrar com o poder público os chamados
termos de parceria, que são uma alternativa interessante
aos convênios para ter maior agilidade e razoabilidade em
prestar contas.

6. Visando ao desenvolvimento de projetos


específicos na área social – A OSCIP não toma o lugar
do Estado, não pretende substituí-lo.

A OSCIP pode fazer isso por meio de recursos próprios ou


por meio de recursos de Termo de Parceria em diversas áreas
de atuação.

Exercícios página 31.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) VERSUS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE


INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

PONTOS EM COMUM
1. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.
2. Prestam serviços sociais não exclusivos do Estado.
3. Recebem qualificação pelo Poder Público.
4. Contam com incentivo do Estado.
5. Submetem-se ao controle da Administração, tanto internamente, feito por algum
órgão do Poder Executivo, quanto externamente, pelo Poder Legislativo, com o
auxílio do TCU.
6. Estão obrigadas a realizar licitação pública para contratações de bens e serviços, e,
quando for o caso, obrigatoriamente por pregão.
7. Estão sujeitas ao controle judicial, inclusive com a possibilidade de decretação de
indisponibilidade e seqüestro dos bens da entidade, de seus dirigentes e de
agentes públicos envolvidos.
8. A perda da qualificação (como entidade paraestatal) pode se dar por pedido ou
mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, assegurados a
ampla defesa e o devido contraditório.
DIFERENÇAS

ORGANIZAÇÃO SOCIAL OSCIP

Vínculo Jurídico Contrato de Gestão Termo de Parceria

Entidade Em regra ad hoc (criada para aquele Preexistente à qualificação


fim)

Objetivo Privatizar a Administração (substitui Parceria para prestação de


o Estado na prestação do serviço) serviço social

Qualificação Ato Discricionário Ato Vinculado


Participação na Exigência de Representantes do Não há exigência de
Entidade Poder Público no Conselho de representantes do Poder
Administração Público.

ATOS ADMINISTRATIVOS

Atos – manifestações de vontade

Fatos – acontecimentos. Se um funcionário público morre, eu


não posso revogar a morte!

Atos e fatos naturais não trazem conseqüências para o direito,


se trouxerem, são considerados jurídicos.

O ato administrativo é um ato jurídico que traz conseqüência


para a Administração Pública.

“Ato administrativo é toda (1) manifestação prescritiva


(determinar, ordenar condutas) de direitos, editada sob (2)
regime de direito público (um dos atributos dos atos
administrativos é a imperatividade, ou seja, vem do
poder de império da adm. Pub.) e em (3) observância à
legalidade, capaz de (4) criar, modificar, extinguir, resguardar,
restringir ou declarar direitos”.

Para ser ato administrativo é necessário que se enquadre


perfeitamente neste conceito. Ao contrario, teremos os Atos da
Administração.

Atos da Administração:

1. Atos meramente materiais: são os atos de rotina da


Administração Pública. Seriam os atos de gestão segundo
Hely Lopes Meirelles. Ex.: atender telefone, servir café,
varrer e limpar, cortar grama etc.

2. Atos de direito privado: são os atos praticados com


fundamento nos direitos civil, comercial e do trabalho.
Estes atos não são dotados de imperatividade.
3. Atos políticos ou de governo: Programas, projetos, metas,
orçamentos etc.

“latu sensu”= atividade


gerencial + atividade política

“strictu sensu”= atividade


gerencial – *O Direito
ADMINISTRAÇÃO Administrativo só estuda a
PÚBLICA Administração Pública em
sentido estrito, sem se ater
à atividade política!*

Aula 3

Continuação – Atos Administrativos (CO FI FO M OB)

a) Requisitos (ou elementos)

Todo ato administrativo para ser válido precisa contemplar


necessariamente a presença de pelo menos 5 requisitos. No
direito civil só estão presentes a competência/sujeito, o objeto e
a forma.

 Competência/Sujeito: É a pessoa designada pela lei como


responsável pela edição do ato. Existem servidores que não
possuem competência para editar nenhum ato administrativo?
Todo servidor publico tem competência para editar pelo menos
um ato? A maioria dos agentes públicos não tem competência
para praticar nenhum ato adm. Eles passam a vida funcional
toda praticando os atos da administração.

Características:

1. A competência decorre da lei.

2. E se a lei não fala de quem é a competência? A lei seria


ineficaz tecnicamente. A doutrina arrumou uma solução
que a jurisprudência acatou – Se a lei for omissa, a
competência será sempre do Chefe do Poder, sendo que
este poderá delegar esta competência para outros
funcionários se não for algo muito importante.

3. A competência pode ser objeto de Delegação (transmitir,


passar para outro) ou Avocação (chamar para si). Na
esfera federal, segundo a lei nº 9.784 (regula
procedimento adm. na esfera federal), é possível a
delegação para órgãos inferiores ou de mesma hierarquia.

Existem 3 competências indelegáveis segundo a lei nº 9.784:


(a) competência exclusiva do órgão ou autoridade; (b)
edição de atos normativos; (c) decisão de recurso
administrativo. A competência privativa às vezes é
delegável e às vezes não (arts. 51, 52, 84, CF), na maioria
das vezes é indelegável.

4. É inderrogável – não é possível renunciar à competência.

 Motivo: São os fundamentos de fato e de direito que


justificam a edição de um ato. Art. 50 da lei nº 9.784/99.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com


indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II –


imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III –
decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública; IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de
processo licitatório; V – decidam recursos administrativos; VI –
decorram de reexame de ofício; VII – deixem de aplicar
jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII – importem
anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode


ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e


comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
termo escrito.

Subsunção do fato ao direito  seria a incidência


normativa.

 Fundamento de fato = Acontecimento

 Fundamento de Direito = Lei

Obs.: Diferença entre motivo e motivação. “Motivar é o ato


de expor os motivos”. Em regra, praticamente todo ato adm.
tem motivo e motivação, ou seja, o agente público deve dizer o
porquê de seus comportamentos. Exceção.: nomeação e
exoneração de cargo em comissão; quando existem diversos
processos iguais etc.– não precisa motivar.

Teoria dos motivos determinantes – Helly Lopes Meirelles:


Os motivos alegados integram a validade do ato. Uma vez
comprovado que estes motivos são falsos ou frágeis, o ato será
nulo. Isso vale para os atos administrativos que precisam de
motivação ou os que não precisam (mas, no caso, houve
motivação mesmo assim)!

No esteio das diferenças estabelecidas entre motivo e


motivação, surge a teoria dos motivos determinantes, segundo
a qual o motivo é um requisito tão necessário à prática de um
ato, que fica “umbilicalmente” ligado a ele, de modo que se for
provado que o motivo é falso ou inexistente, por exemplo, é
possível anular-se totalmente o ato, ou seja, os motivos se
integram à validade do ato.

Desta forma, uma vez enunciados os motivos pelo seu agente,


mesmo que a lei não tenha estipulado a necessidade de
enunciá-los, o ato somente terá validade se os motivos
efetivamente ocorreram e justificam o ato.

Arts. 17 e 24 da Lei nº 8.666 – licitação dispensada (não


haverá licitação – ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO) e
licitação dispensável (pode ser que haja licitação – ATO
ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO), respectivamente. A regra é
a realização de licitação. Deve haver motivação para não fazer a
licitação. Se não houver, o ato será declarado nulo devido à
teoria dos motivos determinantes.

 Objeto/Conteúdo: É aquilo que o ato prescreve ou dispõe. É


a própria obrigação, proibição ou permissão que surge em
virtude da edição do ato. Esta é a parte mais importante do ato
administrativo do ponto de vista do particular administrado.

 Finalidade: É o bem jurídico tutelado pela Adm. Púb. É o que


a Administração quer preservar em virtude da edição do ato.
Esta é a parte mais importante do ato administrativo do ponto
de vista da Administração. A finalidade do ato administrativo
estará ligado ao bem comum e ao bom convívio social.
“Preservação da segurança pública, da paz social, do meio
ambiente, do bem comum etc.”

 Forma: É o revestimento exteriorizador do ato. O ato


administrativo pode ter forma escrita, verbal, em sinais (O ato
do policial de fazer sinal para parar o carro é ato administrativo.
Semáforo produz ato administrativo. A faixa de pedestre
também. O pardal não produz ato administrativo – ele apenas
registra um fato, pois a multa não sai automaticamente. Por
isso, nem todos os atos administrativos são manifestações de
vontade.). A grande maioria tem forma escrita.

Obs.: Não confundir forma do ato com forma de


manifestação do ato (Decreto, Portaria, Circular, Alvará,
Ordem de serviço, Ofício, Memorando, Visto, Edital, Aviso, Auto
de infração – multa - etc.). Só os atos manifestados de forma
escrita terão forma de manifestação! Atos verbais e por sinais
não tem forma de manifestação!

b) Atributos: A Maria Silva inclui a tipicidade e o Celso


Antonio Bandeira de Mello fala em exigibilidade.

• Presunção de legitimidade: Todo ato administrativo é


válido (bom, firme e valioso) até prova em contrário. Se
provar, o ato será anulado.

Presunção Relativa de legitimidade – “juris tantun”.

É uma inversão do ônus da prova.

Ex.: estou com cinto de segurança e o guarda me multa


mesmo assim. O ônus da prova é meu! Tenho que
desconstituir a validade do ato administrativo.

Exceção: (1) Se o guardar multar por excesso de


velocidade, tem que provar por fotografia. Nesse caso, o
ônus da prova é do guarda e não do cidadão; (2) O servidor
está roubando recurso e o chefe vê. O Chefe que tem provar
a subtração de recursos.

• Imperatividade: Unilateralidade – só leva em conta a


vontade da Administração.

Todo ato administrativo é imperativo? Não.


Exceções: Atos administrativos negociais: Licenças,
Autorizações e Permissões.

• Auto-Executoriedade: Possibilidade da Administração


impor o cumprimento imediato do objeto do ato
administrativo independentemente de prévio
procedimento administrativo.

Obs.: Multas não possuem auto-executoriedade. A


apreensão do veículo tem auto-executoriedade. A interdição
de uma fábrica poluidora possui auto-executoriedade. A
auto-executoriedade dos atos administrativos é
exceção, ou seja, é medida extrema que só se justifica
quando:

(a) há risco de perecimento do interesse público ou

(b) quando a lei expressamente autoriza

c) Discricionariedade e Vinculação

Hely Lopes Meirelles trata deste tema dentro de Poderes da


Administração. No entanto, a doutrina mais moderna inclui este
tópico em Atos Administrativos.

VINCULAÇÃO: O ato administrativo é vinculado quando a lei


confere ao agente público uma única possibilidade de atuação.
Não há margem para escolhas.

Ex.: Aposentadoria compulsória do servidor é um ato adm.


vinculado. A Aposentadoria por invalidez é um ato vinculado. A
Aposentadoria voluntária (por idade e tempo de contribuição) é
ato adm. vinculado. A emissão da Licença para dirigir é ato
administrativo vinculado. Licença para edificar é ato vinculado.
Autorização de Porte de armas é ato adm. discricionário.

DISCRICIONARIEDADE: O ato administrativo é


discricionário quando a lei confere ao agente público duas ou
mais possibilidades ou lhe dá uma margem de atuação.

A escolha será realizada em observância ao mérito


administrativo:

- Conveniência – a aptidão do ato para atender o


interesse público.

- Oportunidade- é o momento da edição do ato.

A lei 9.784 diz que os atos discricionários serão realizados


sob o binômio Conveniência e Oportunidade, ou seja, deve-se
respeitar a observância do mérito administrativo. Se não for
assim, o ato será ilegal. Pode haver a revogação do ato
quando ele deixar de ser conveniente e oportuno. (art.53)

O juiz não pode subtrair esta competência do administrador


público ao julgar, ou seja, não pode interferir no mérito
administrativo – O juiz só analisa a escolha que o administrador
fez (que pode ser ilegal), sem adentrar no mérito desta escolha.
Neste caso, o juiz pode anular o ato, mas não pode dizer o que o
agente público deve fazer. Art. 21, Lei nº 8.666.

Questão: Ato discricionário pode ser praticado pela


administração com liberdade de escolha de seu conteúdo, de
seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do
modo de sua realização. verdadeiro

d) Extinção: Não é só pela anulação e revogação.


Convalidação não é forma de extinção de ato!

Tipos de invalidade
a)Inexistentes: vício muito grave, absurdo jurídico. Não admite
convalidação.
b) Nulos: os que a lei assim determina. Não admitem
convalidação.
c) Anuláveis: os que a lei assim declara. Admitem convalidação.
Ver arts. 54 e 55, Lei 9.784/99.
d) Irregulares: o vício é irrelevante.
1. Cumprimento regular dos seus efeitos: forma natural
de extinção:

a) Pelo cumprimento do objeto – Ex.: O


pagamento da multa extingue o ato
administrativo.

b) Pelo decurso de prazo – Ex.: Porte de arma


válido por 2 anos.

2. Desaparição de elemento infungível (insubstituível)


da relação jurídica: Toda relação jurídica possui duas
partes (Administração e Destinatário) que se ligam a um
objeto. Desaparecendo um dos três (o objeto tem que ser
infungível), o ato administrativo desaparece também.

A Adm. Púb. Direta (União, Estados e Município e DF)


desaparece? A União não pode desaparecer. Um Estado
pode ser incorporado ou pode se fundir a outro. O DF não é
indissolúvel (art. 18, CF), ou seja, pode desaparecer. Um
Município pode desaparecer.

A Adm. Púb. Indireta desaparece? Podem se extinguir


com mais freqüência. É mais comum.

Obs.: Os atos administrativos destas entidades


desaparecem junto com elas!

Pessoa Física: Desaparece quando morre.

Pessoa Jurídica: Falência, Dissolução forçada ou


consensual.

Obs.: Extinta a pessoa, extingui-se o ato jurídico.

3. Retirada:

a) Cassação: ocorre quando o destinatário descumpre


um requisito indispensável que justificou a edição do
ato. Ocorre quando o Particular não cumpriu com os
seus deveres.

b) Caducidade: ocorre quando a lei que dava


fundamento de validade ao ato é retirada do sistema
jurídico. Incompatibilidade vertical.

c) Contraposição ou Derrubada: ocorre quando é


editado um novo ato, absolutamente incompatível com
outro anterior, acarretando a extinção do primeiro.
Incompatibilidade horizontal.

d) Revogação – Quando o ato é válido, mas deixa de ser


interessante para atender ao interesse público.
Revoga-se um ato lícito e válido.

e) Anulação – Anula-se um ato ilícito e inválido.

Revogação Anulação

Motivos Motivos de Motivos de ilegalidade.


conveniência e
oportunidade (mérito
administrativo. O ato
é válido e eficaz).

Tipos Só os discricionários. Discricionários/Vinculad


os.

Quem Só a Administração Ou Administração (de


(Quem editou – A ofício ou provocada), Ou
Administração está Poder Judiciário
presente nos três (provocado).
poderes, assim, por
exemplo, o Judiciário
pode revogar os seus
atos).

Efeitos Efeitos “ex nunc” () Efeitos “ex tunc” ()


retroativos

Direitos Preservam-se Nunca existiram. Ato


Adquiridos nulo não origina direito.

Obs1.: Ver súmula 473, STF

A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS,


QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS,
PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS,
POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE,
RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM
TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

Obs2.: A prerrogativa da Administração Pública de rever


ser próprios atos, para revogá-los ou anulá-los,
denomina-se AUTOTUTELA.

Obs3.: Quando se anula um ato administrativo, retira-se


do ordenamento jurídico apenas seus efeitos próprios,
mantendo-se os impróprios (que vieram em
conseqüência do ato que se está anulando) por razões de
segurança jurídica.

Obs4.: Art. 54, Lei nº 9.784/99 – O direito da


Administração Pública de anular atos dos quais decorram
efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos
(prazo decadencial – não se suspende, não se prorroga,
não se interrompe), salvo má-fé (do beneficiário e não de
quem editou). Princípio da Segurança Jurídica.

e) Convalidação (ou Sanatória): É a forma de se reparar


um ato administrativo editado com vício sanável.

CO. FO. (Competência ou Forma) = anulável ou convalidável


(vício sanável)
FI. M. OB. (Finalidade, Motivo ou Objeto) = nulo (vicio
insanável)

Obs1.: Convalidar o ato é uma faculdade, ou seja, a Adm. Púb.


pode convalidar ou anular.

Obs2.: A convalidação produz efeitos “ex tunc”, ou seja, é como


se o ato desde o começo tivesse sido editado da maneira
correta.

Obs3.: Só é possível a convalidação caso não acarrete prejuízo


a Adm. ou a terceiros (Art. 55, Lei nº 9.784/99).

Obs4.: Adota-se a Teoria dualista (existem atos adm. nulos e


anuláveis – admite-se a convalidação) e não a monista (só
existem atos adm. nulos) no Brasil.

Formação e efeitos dos atos administrativos

Perfeição

Ato administrativo perfeito é aquele existente, ou seja, que já


passou por todas as suas fases de formação. Ex.: decreto já
assinado pelo Presidente da República e pelo Ministro da área.
Perfeição não significa ausência de vícios (o ato pode ser
perfeito e inválido), mas simplesmente "consumação",
"conclusão". O ato administrativo perfeito é uma espécie de ato
jurídico perfeito. Portanto, não pode ser atingido por uma norma
de efeitos retroativos.

Ato imperfeito é aquele que ainda não existe juridicamente, pois


a sua formação está incompleta. Exemplo: a simples indicação
de Ministro do STF pelo Presidente da República, sem a
necessária aprovação do Senado, é um ato imperfeito.

Um ato perfeito e eficaz pode tanto ser anulado, quanto


revogado, conforme o caso.

Validade

Ato válido é aquele praticado de acordo com a lei ou com outra


norma de hierarquia mais elevada que o ato administrativo. Ato
inválido ou nulo é aquele que é contrária à lei ou à moral.

Eficácia

Ato eficaz é aquele que tem aptidão para produzir seus efeitos.
Todo ato perfeito é eficaz, mesmo que sua execução dependa
de termo ou de condição futura. Ato ineficaz é aquele que ainda
não tem possibilidade de produzir efeitos.

Exeqüibilidade

Ato exeqüível é aquele que pode ser executado inteiramente e


de modo imediato. Um ato administrativo pode ser eficaz, mas
não ter exeqüibilidade. Ex.: autorização dada em dezembro que
começa a ter efeitos em janeiro. Um ato pode ser inválido e
exeqüível, pois seus efeitos só desapareceram com a declaração
de nulidade.

Classificação dos Atos Administrativos


4.1. Quanto aos efeitos
Internos: seus efeitos incidem apenas na entidade que editou o ato. Ex: portaria que regulamenta
o processo administrativo no âmbito do Banco Central.
Externos: seus efeitos jurídicos afetam pessoas de fora da entidade que o produziu. Ex.: multa
aplicada pelo INSS a empresa que deixou de repassar as contribuições previdenciárias. Uma das
características das autarquias de regime especial, como as agências reguladoras, é o poder de
editar normas técnicas, que têm efeitos externos.
4.2. Quanto aos destinatários
Gerais ou normativos: servem para regular determina situação, por isso têm destinatários
indeterminados. Exemplo: o regulamento do imposto de renda.
Individuais: regulam situações concretas e destinam-se a pessoas específicas. Exemplo: portaria
de nomeação para cargo em comissão.
4.3 Quanto à liberdade de ação
Vinculados: a lei determina todos os elementos desses atos administrativos, por isso não há
liberdade para o administrador. Se ocorrer determinado fato, o ato terá de ser realizado da
maneira exigida pela lei. Ex.: se alguém é aprovado no exame de trânsito, o Detran é obrigado a
emitir a permissão para dirigir, na forma especificada em lei. Assim, a função do administrador é
apenas verificar a ocorrência do fato que deve dar origem ao ato.
Os atos vinculados podem ser, em todos os seus elementos, controlados pelo Poder Judiciário.
Não é possível revogar atos vinculados, pois eles constituem direitos adquiridos para o
administrado.
Discricionários: os administradores públicos têm liberdade para determinar se, quando e como o
ato administrativo deve ser realizado. Somente há discricionariedade quanto ao mérito do ato
(motivo e objeto). Mesmo nesses aspectos, a discricionariedade não significa liberdade absoluta
do administrador, posto que é limitada pelos modernos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade (previstos no art. 2° da Lei 9.784/99), além do princípio constitucional da
moralidade e da teoria dos motivos determinantes.
Portanto, não se pode dizer que o ato discricionário é imune ao controle judicial, pois a
Constituição adotou o sistema da unidade da jurisdição, segundo o qual qualquer lesão ou
ameaça de lesão pode ser analisada pelo Judiciário (art. 5°, XXXV). Apenas existe o
abrandamento desse controle no tocante ao mérito do ato administrativo. Os elementos
"competência, forma e finalidade" são sempre vinculados, estando submetidos de forma plena ao
controle judiciário. Não se pode confundir ato discricionário com ato arbitrário, que é aquele
praticado de forma contrária à lei.
4.4. Quanto à intervenção da vontade administrativa
Simples: tem apenas uma manifestação de vontade, mesmo que seja emitida por um órgão
coletivo. Ex.: regimento interno de um tribunal, que é aprovado pela maioria absoluta dos
desembargadores. A decisão é coletiva, mas expressa uma vontade única.
Complexos: são formados por duas ou mais manifestações de vontade, provenientes de órgãos
diversos. Exemplo: investidura em cargo público, que depende da nomeação realizada pelo Chefe
do Poder Executivo e da posse, feita pelo chefe da repartição.
Os atos complexos não se confundem com os processos administrativos. Apesar de ambos serem
um conjunto de atos realizados com o objetivo de praticar um ato final, os atos complexos são
praticados por diferentes órgãos, enquanto que os processos administrativos são praticados,
geralmente, no interior do mesmo órgão.
Compostos: são os que resultam da "vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte
de outro, para se tornar exeqüível. Exemplo: uma autorização que dependa do visto de uma
autoridade superior. Em tal caso a autorização é o ato principal e o visto é complementar que lhe
dá exeqüibilidade. O ato composto distingue-se do complexo porque este só se forma com a
conjugação de vontades de órgãos diversos, ao passo que aquele é formado pela manifestação de
vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade" (Meirelles, 2007, p.
173). O segundo ato pode ser aprovação, autorização, ratificação, visto ou homologação. Ex.: os
Ministros do STF são indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado para que
possam ser finalmente nomeados pelo Presidente.
O ato complexo é apenas um ato administrativo, formado por duas mais ou mais vontades
independentes entre si. Ele somente existe depois da manifestação dessas vontades. O ato
composto, ao contrário, é único, pois passa a existir com a realização do ato principal, mas
somente adquire exeqüibilidade com a realização do ato acessório, cujo conteúdo é somente a
aprovação do primeiro ato.
4.5. Quanto ao conteúdo
Constitutivos: criam uma situação jurídica, ou seja, passa a existir um direito para os
administrados ou para a própria Administração Pública. Ex.: posse, pela qual passa a existir para
o beneficiário a situação jurídica de servidor.
Atos desconstitutivos ou extintivos: extinguem determinada situação jurídica. Ex.: revogação,
que faz desaparecer um ato administrativo lícito e eficaz.
Declaratórios: reconhecem uma situação jurídica anterior, possibilitando que ela tenha efeitos.
Ex.: anulação de um ato administrativo, que reconhece sua nulidade, ou seja, sua
incompatibilidade com a lei; declaração de prescrição de uma ação ou de decadência de um
direito.
Alienativos: transfere bens ou direitos de um titular a outro. Em determinados casos, requer
autorização legislativa, como na alienação de bens imóveis da Administração Direta e das
autarquias e fundações (Lei 8.666/93, art 17, I).
Modificativos: alteram situações preexistentes, sem extinguir direitos nem obrigações. Ex.:
mudança do horário de uma reunião.
Abdicativos: aqueles em que o titular abre mão de um direito. São incondicionais, irretratáveis,
imodificáveis e irreversíveis. Formalizam-se normalmente por meio de renúncia. De acordo com
Meirelles (2007, p. 174), a Administração Pública somente pode renunciar a direito se houver
autorização legislativa. Essa restrição é decorrente do princípio da indisponibilidade do interesse
público pela Administração.
4.6. Quanto à retratabilidade
Revogáveis: é o caso da maioria dos atos administrativos, que podem ser extintos pela própria
Administração Pública por motivos de conveniência e de oportunidade.
Irrevogáveis: são atos que não podem ser revogados. Ocorrem nas seguintes hipóteses:
a) "atos administrativos declarados por lei como irrevogáveis" (Gasparini, 2007, p. 109);
b) atos consumados, ou seja, que já exauriram seus efeitos, pois não há mais efeitos para serem
extintos (ex.: férias já gozadas);
c) atos vinculados, que não comportam juízo de conveniência e oportunidade. Além disso, a
revogação é um ato discricionário e somente incide sobre outros atos discricionários (ex.: licença
para dirigir veículos);
d) atos que geraram direitos adquiridos, considerados imodificáveis pela Constituição;
e) atos enunciativos (meros atos administrativos), pois não produzem efeitos jurídicos, mas
apenas expõem uma informação ou uma opinião (ex.: atestado de tempo de serviço);
f) "atos que integram um procedimento, porque, sendo o procedimento administrativo uma
sucessão ordenada de atos, a cada ato praticado passa-se a uma nova etapa do procedimento,
ocorrendo a preclusão administrativa com relação à etapa anterior, ou seja, torna-se incabível
uma nova apreciação do ato anterior quanto ao seu mérito. Por exemplo, no procedimento de
licitação, o ato de adjudicação do objeto ao vencedor não pode ser revogado quando já celebrado
o respectivo contrato." (Paulo e Alexandrino, 2008, p. 399);
g) ato em que já foi exaurida a competência do agente que o produziu (ex.: decisão que foi objeto
de recurso, sendo apreciada pelo superior hierárquico);
h) atos complexos, que somente existem pela vontade de dois ou mais órgãos, não podendo ser
revogados por apenas um deles. Sua extinção somente pode ser feita pelo Poder Judiciário.
4.7. Quanto à existência da auto-executoriedade
Auto-executáveis: podem ser realizados sem a necessidade da intervenção do Judiciário. É o
caso de quase todos os atos administrativos. Ex: interdição de um prédio que contraria as normas
urbanísticas.
Não auto-executáveis: requerem a intervenção do Poder Judiciário para sua execução. O único
caso é a execução da multa.
4.8 Quanto à delegabilidade
Delegáveis: a competência é irrenunciável, porém, a execução do ato administrativo pode ser
atribuída, de forma discricionária e precária, a agentes públicos de igual ou inferior hierarquia
(art. 11 e 12 da Lei 9.784/99);
Indelegáveis: são aqueles que não podem ser exercidos por agentes diversos daqueles que têm a
competência legal (art. 13 da Lei 9.784/99):
a) edição de atos de caráter normativo;
b) decisão de recursos administrativos;
c) matérias de competência exclusiva [4] do órgão ou autoridade;
4.9 Quanto às prerrogativas da Administração Pública
Atos de império: são aqueles em que a Administração Pública tem supremacia sobre o
particular, sendo disciplinados pelo Direito Público. São unilaterais, pois a vontade do particular
é irrelevante. Ex.: desapropriação.
Atos de gestão: são aqueles em que a Administração atua em situação de igualdade com o
particular. São regidos pelo Direito Privado. São atos bilaterais, pois seus efeitos dependem da
concordância do particular. Na verdade, não configuram atos administrativos, mas apenas atos da
Administração. Ex.: locação de um imóvel.
Atos de expediente: são simples atos de tramitação interna de papéis, não tendo efeitos diretos
sobre os administrados. Ex.: protocolo de documentos recebidos na repartição.

Poderes Administrativos

Hely Lopes dizia que existem 6 poderes, incluindo a


vinculação e a discricionariedade.

Efetivos Poderes da Administração Pública (são


quatro):

1) Pode Hierárquico: É a prerrogativa do “Chefe” de


ordenar a execução do serviço público.

“Chefe” Cargo em Comissão ou Função de Confiança.


(Nem todo mundo que tem CC e FC é chefe, mas todo
chefe tem CC e FC).

 O limite do “jus variandi” do Chefe é a lei.

 O abuso na utilização do Poder hierárquico acarreta o Desvio


de Função (desvio de finalidade no Poder Hierárquico).

 Prerrogativa de Delegar (passar pra outro) ou Avocar


(chamar pra si)

 Rever os atos dos Subordinados

2) Poder disciplinar: É a prerrogativa da Administração


Pública de apurar a responsabilidade administrativa do
servidor.

O Servidor Público possui 3 tipos de


responsabilidade:

 Civil: Penas: Ressarcimento ao erário; a perda dos


bens ou valores ilicitamente acrescidos; multa civil etc.
– Lei de Improbidade Administrativa. Corre na Vara
Cível.

 Penal: Responde por peculato  pode ir para a


prisão.

 Administrativa: Penas de advertência, suspensão,


demissão. Este último processo se realiza na própria
Administração, fruto do Poder Disciplinar.

Obs.: Como regra, não existe comunicabilidade de


instâncias (penal, civil e administrativa).

Exceção: Absolvição no Penal, por negativa de fato ou


negativa de autoria. Isso porque fica comprovado
cabalmente no Processo penal que aquilo que aconteceu,
não aconteceu ou que quem fez, não foi o acusado.

3) Poder normativo/regulamentar: É a prerrogativa da


Administração Pública de editar os regulamentos. Existem
dois tipos de regulamentos:

regulamento executivo (serve para pormenorizar uma lei e


possibilitar a fiel execução da lei – Art. 84, IV, CF – este
regulamente serve para possibilitar a fiel execução das leis.)
e

regulamento autônomo (não está preso a nenhuma lei e


existe independentemente dela. Segundo boa parte da
doutrina, estes regulamentos não existem no nosso
ordenamento jurídico, porque só as leis possuem caráter
inovador. Obs.: No entanto, a EC nº 32 alterou o inciso VI do
art. 84 da CF e inseriu dois tipos de regulamentos
autônomos).

Art. 84 – Compete privativamente ao presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem Regulament
criação ou extinção de órgãos públicos; os
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos
(Para criar cargo e extinguir cargo preenchido sempre
por Lei! Para extinguir cargo vago, sempre por Decreto –
competência privativa do Presidente);

4) Poder de Polícia: Art. 78, CTN – Por que isto está


disciplinado no Código Tributário? Porque o exercício
regular do Poder de policia é uma das hipóteses de
incidência das taxas (exercício regular do poder de
polícia).

art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de


polícia quando [1] desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de [2] atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.

“O poder de polícia é a atividade negativa (impõe restrição ao


direito) prestada pelo Estado que visa a regular o exercício das
liberdades individuais, adequando-as ao interesse público”.

Sinônimo de “Fiscal, Alvará e Multa”.

Direitos e interesses tutelados pelo Poder de Polícia:


Saúde, Higiene, Ordem, Disciplina da Produção e do Mercado,
Meio Ambiente, Segurança, Trânsito, Costumes etc.

Atributos do poder de polícia:

a) Discricionariedade: Ex.: O estabelecimento pode ser


interditado pelo fiscal quando não houver condições de
higiene. “Condições de higiene” é um conceito subjetivo.
Multa é ato vinculado. Então, se achar uma barata, deve
aplicar a multa.

b) Auto-executoriedade: Possibilidade da Administração


Pública impor o cumprimento imediato do objeto do ato
administrativo. Ex.: Multa não tem auto-executoriedade
porque não sou obrigado a pagar na hr. Se eu não pagar,
o policial não pode usar da coercibilidade, porque não há
auto-executoriedade.

c) Coercibilidade: Possibilidade de requisição de força


policial para impor o cumprimento da medida. É atributo
indissociável da auto-executoriedade.

Crítica: Nem sempre vão estar presentes estes três atributos


nos atos de Poder de Polícia.

Polícia Polícia Judiciária


Administrativa

Regula o exercício de Lida com o ilícito penal.


direitos

Caráter Ex.: Polícia Militar, Ex.: Polícia Civil, Polícia


Ambivalente Corpo de Bombeiro Federal, Polícia Legislativa
destes Militar, Forças
Exemplos! Armadas, Polícia
Legislativa

Possuem apenas Polícia Rodoviária Se referem ao Inquérito!


caráter ou de P. Federal, IBAMA, Fiscal
Administrativa ou da Prefeitura,
de P. Judiciária. Departamento de
obras, Vigilância
Sanitária,
Departamento de
Posturas etc.

Obs.: Caráter Ambivalente: Na tabela acima estão


estabelecidas o que seriam as atividades principais, mas estas
Polícia também praticam atos de Polícia Administrativa e Polícia
Judiciária ao mesmo tempo.

Aula 4

Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado


Delimitação do tema:

Contratual: Surge do Contrato,


Responsabilidade
Pacto.
Civil

A responsabilidade civil contratual do Estado é estudada


no tema de Licitações!

Obs.: Concessionária de serviço público agora responde


objetivamente perante o usuário e perante terceiros.

Evolução Histórica:

1) Teoria da Irresponsabilidade: O Estado nunca era


obrigado a indenizar pelos prejuízos que causasse.

Esta teoria vai do surgimento do Estado Moderno ao início


do declínio do Absolutismo Monárquico.

2) Teorias Civilistas:

Atos de Império: Atos praticados pelo rei = Teoria da


Estado Irresponsabilidade.

Atos de Gestão: Atos praticados pelos demais agentes


= Teoria da Responsabilidade Subjetiva (está
fundada na demonstração da culpa)

3)
Teorias Publicistas:

(a) Teoria da Responsabilidade por risco integral –


1873, França, Bourdeaux, “Caso Blanco” – menina é
atropelada por veículo do Estado. É a partir daí que
surge o Direito Administrativo e os tribunais
Administrativos.
“O Estado respondia sempre, na ação ou na omissão,
independentemente de culpa”. Esta teoria era OBJETIVA.
O Estado respondia Objetivamente em todos os casos, na
ação ou na omissão. O Estado se tornou garantidor
universal, pois era responsabilizado por tudo. Estes países
quebraram, pois utilizavam todo o dinheiro para pagar
indenizações.

(b) Teoria da Responsabilidade por risco


administrativo – art. 37, §6º, CF

§ 6o As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causaram a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

Quando o Estado comporta-se com:

- Ação: Responsabilidade Objetiva = Basta o nexo de


causalidade entre a ação do Estado e o resultado.

- Omissão: Responsabilidade Subjetiva = Nexo causal +


Culpa

Exceção: Ele responde objetivamente por omissão em caso


de danos nucleares (art. 21, XXIII, CF - d) a responsabilidade
civil por danos nucleares independe da existência de culpa;)

Obs.: Não existe responsabilidade do Estado por ato legislativo,


porque a lei é geral e abstrata e atinge a todos indistintamente.

Culpa - Tem que responder afirmativamente a estas três


perguntas para que haja responsabilidade civil subjetiva do
Estado:

1) O Estado tinha o dever de evitar o resultado? SIM

2) Havia previsibilidade do resultado? SIM


3) O Estado tinha condições materiais e econômicos
de evitar o resultado? SIM

Art. 37, § 6º, CF

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causaram a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

I. A Responsabilidade é das Pessoas Jurídicas de


Direito Público e das de Direito Privado
prestadoras de serviços públicos. (Não processa o
“Estado” exatamente – não abrange todas as pessoas
que integram a estrutura do Estado, abrangendo
também pessoas que não integram o Estado)

 Pessoas Jurídica de direito Público: Adm. Direta;


Autarquias e Fundações Públicas.

 Pessoa Jurídica de direito Privado prestadoras de serviços


públicos: Algumas Empresas Públicas e Sociedades de
Economia Mista (as prestadoras de serviços públicos);
Concessionários, Permissionários e Autorizatários de serviços
públicos  Obs.: O STF entende que, neste caso, a
responsabilidade só é objetiva em relação aos usuários do
serviço, ou seja, estas prestadoras de serviço público não são
responsáveis por terceiros. Entretanto, há tendência atual do
STF mudar este posicionamento.

II. Agentes, nesta qualidade, que causarem danos a


terceiros – A CF quer dizer que o agente só é agente público
quando estiver agindo em nome do Estado. Agente público não
é sinônimo de servidor público, pois é mais abrangente (todo
mundo que exerce prerrogativas estatais, enquanto as
exercita).
III. Reservado ao Estado o direito a ação regressiva
contra o agente causador do dano, em caso de dolo ou
culpa

Obs.: STF possui 2 decisões importantes relacionadas a este


tópico:

1. Antes, a vítima tinha a prerrogativa de escolher sobre


quem entrar com a ação: contra o agente (Direito civil) ou
contra Estado. O STF, no entanto, disse que não há esta
possibilidade de entrar diretamente contra o agente,
respeitando, assim, a literalidade da lei! Ou seja, a ação
deve ser proposta sempre contra o Poder Público.

2. O STF diz que não cabe denunciação da lide, ou seja, se


eu entrar contra o Estado, ele não pode chamar o agente
para ingressar como parte no mesmo processo. Isso
porque pode haver culpa concorrente entre Estado e
agente e isto só será discutido e resolvido na Ação
Regressiva.

Excludentes de responsabilidade do Estado:

1) Culpa exclusiva da vítima/particular (não pode


ser culpa concorrente);

2) Força Maior – são os eventos da natureza


absolutamente imprevisíveis ou incontroláveis (Ex.:
enchentes, vulcões, tempestades, tsunamis etc.).

3) Caso Fortuito – eventos provocados por terceiros


(Ex.: seria um caso de azar).

Responsabilidade do Estado por Atos Legislativos

Como regra, não se admite, porque a lei é geral e abstrata,


atingindo indistintamente a todos.

Exceções:
1. Leis de efeito concreto – leis que não são gerais e
abstratas, ou seja, são feitas para pessoas e eventos
específicos. Ex.: Lei que dá nome de rua; Lei que autoriza
desmembramento do Lote X; Lei que dá o título de cidadão
araraquarense a determinada pessoa etc. Os municípios são
os que mais editam este tipo de lei.

2. Leis flagrantemente inconstitucionais – Lei que


estabelecesse pena de morte, sei lá... Algo muito absurdo. O
professor não sabe explicar o que o STF quis dizer com isso!

Responsabilidade do Estado por Atos Jurisdicionais

Como regra, não se admite. Salvo em dois casos previstos


na CF.

Exceções:

1. Erro judiciário – Condenar um inocente ou absolver um


culpado é erro judiciário? Não! Deve ser um erro in
Art. 5º, procedendo e não um erro in judicando. Erro de
LXXV, procedimento seria pular etapas, por exemplo. O Estado
indeniza o condenado por erro judiciário e não o absolvido!

2. Preso por tempo superior ao determinado em


sentença

Passa-se a analisar, desde pronto, os dispositivos que


enumeram as condições em que o magistrado,
subsidiariamente, responderá pelos danos que causou, após a
efetivação da indenização já ter sido concretizada pelo Estado.

Neste esteio, observemos a redação do art. 133 do Código de


Processo Civil, que assim preconiza:

Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:

I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;


II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses


previstas no nº II só depois que a parte, por intermédio do
escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este
não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.

Serviços Públicos

É a atividade prestada direta ou indiretamente pelo Estado, que


visa a satisfação de necessidades essenciais (serviços próprios
do Estado) ou secundárias (serviços de utilidade pública) da
coletividade.

Classificação dos Serviços Públicos em sentido amplo


Serviços Públicos em sentido estrito Serviços de Utilidade Pública
ou ou
Serviços Próprios do Estado Serviço Impróprios do Estado
 Atividades Essenciais  Atividades Secundárias
Saúde; Energia Elétrica; Correios; Manutenção de
Segurança (em sentido amplo, o que engloba Rodovias; Gás Canalizado;
a segurança nacional e a segurança interna); Telecomunicações etc.
Educação; Jurisdição; Moradia; Previdência Pública e
Saneamento Básico; Assistência Social  Para a doutrina mais
Diplomacia. moderna estes são serviços próprios, mas
para Hely Lopes Meirelles , são serviços
impróprios.

- “uti singuli = pode ser


Serviços individualizado
Públicos

Princípios: CO MO E CO GE

1) Continuidade/Permanência – Em razão de sua


essencialidade para a vida em sociedade, o serviço deve
ser prestado de forma ininterrupta. Obs.: Direito de
greve; Corte de energia elétrica por falta de pagamento,
MP do racionamento de energia – nestes casos, não foi
aplicado este princípio.

2) Modicidade – O serviço público tem que ser remunerado


por preços módicos/baratos/acessíveis.

3) Eficiência – “Fazer mais e melhor, com menos e em


menor tempo”.

4) Cortesia – Educação; solicitude; respeito ao usuário.

5) Generalidade/Universalidade – Serviços iguais para


todos.

Execução dos Serviços Públicos:

I. Direta – Quando o serviço é prestado pelos próprios


órgãos da Administração Pública Direta ou Centralizada.

Outorga – Quando o Estado, por lei, cria ou


autoriza a criação de uma entidade e lhe
transfere a titularidade do serviço. Esta entidade
II. Indireta faz parte da Adm. Indireta e do próprio Estado
(Ex.: Sociedades de economia mista e empresa
pública prestadoras de serviço público.)
Delegação – Quando o Estado, por ato ou
contrato, transfere a um particular a
responsabilidade pela execução do serviço.
 Concessão
 Permissão

Outorga Delegação
Lei cria ou autoriza a Ato ou Contrato
criação
Entidade Particular
Detém a Titularidade Responsabilidade
Prazo indeterminado Prazo determinado

Aula 5

EXECUÇÃO INDIRETA POR DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS


Concessão Permissão Autorização Delegação
“stricto sensu”
1) É Contrato 1)É ato administrativo 1)É ato 1)É ato
Administrativo (Que se formaliza por administrativo administrativo
2) É Estável “Contrato de 2)É precário 2)É estável
3) Depende de Licitação adesão”- Lei 8.987, 3)Não depende de 3)Depende de
(Art. 175, caput, CF) – art.40 – é um contrato Licitação (ninguém concurso público
modalidade precário) quer ou todo mundo 4)Pessoa física
CONCORRÊNCIA 2)É precário (pode ser pode) 5)É “intuitu
4) Só pessoa jurídica revogável a qualquer 4)Pessoa física e personae”
5) É “intuitu personae” tempo) Pessoa jurídica (personalíssimo,
(em razão da pessoa) 3)Depende de 5)É “intuitu ou seja, não pode
6) Negócios de grande Licitação personae” passar pra
vulto 4)Pessoa jurídica e 6)Negócios de ninguém da
7) Tipos e Exemplos: Pessoa física pequeno vulto ou família)
a) Concessão de 5) é “intuitu para atividades que 6)Prática de atos
serviço público personae” serão que exijam fé-
Ex.: energia elétrica, 6)Negócios de médio desempenhadas sem pública
comunicações, vulto ou para exclusividade 7)Exemplos:
manutenção de rodovias, atividades que 7)Tipos e Exemplos: Tabelião,
gás canalizado ... necessitam de a)Autorização de intérprete, o
b) Concessão de uso de atualização constante Serviço Público tradutor
bem público (é quase (podem ser de grande Ex.: Escolas, juramentado, o
uma locação. Só não é vulto) hospitais e leiloeiro,
porque locação é regido 7)Tipos e Exemplos: faculdades pregoeiro ...
pelas regras de direito a)Permissão de particulares;
privado – não haveriam as Serviço Público despachantes,
cláusulas exorbitantes) Ex.: Transporte crematórios
Ex.: Lojas e hangares em coletivo, coleta de b)Autorização de
aeroportos, autódromo lixo, lotéricas ... uso de bem
Nelson Piquet ... b)Permissão de uso público
c) Contratos de de bem público Ex.: Bancas de
Concessão de Obra Ex.: Restaurantes em revistas de piri-piri,
Pública: o particular prédios Públicos, circos, quermesses,
realiza a obra (edificação Banca de revista em parque de
nova) e o usuário paga. SP (lugares diversões ...
Ex.: Pontão do Lago movimentados),
Sul,Terceira Ponte de quiosques em lugares
Vitória,Rodovia do Sol ... movimentados ...
Lei das PPPs:
d) Concessão
patrocinada: particular
realiza a obra com
recursos públicos e
privados. Os usuários
pagam a parte do
concessionário.
Ex.: Infraestrutura.
e) Concessão
administrativa: O
particular realiza a obra,
instala equipamentos e
presta o serviço. Quem
paga para o
concessionário é o poder
Público Ex.:Presídios
Particulares ...
Extinção da Concessão (Lei nº 8987) – Isso porque apenas a
concessão é contrato administrativo e as outras formas de
delegação são atos administrativos.

Art. 35. Extingue-se a concessão por:


I – advento do termo contratual; II – encampação; III – caducidade; IV –
rescisão; V – anulação; e VI – falência ou extinção da empresa concessionária
e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

a) Reversão (ou advento do termo contratual) – É


a forma natural de extinção da concessão.

Ao término da concessão o patrimônio reversível (bens


diretamente relacionados à prestação do serviço) retornam ao
Poder Público.

b) Encampação – É a extinção antes do prazo por


razões de conveniência e oportunidade.
Muito
cobrad É necessária lei autorizativa específica para ocorrer
os em a encampação.
prova
É necessária prévia indenização.

c) Caducidade – É a extinção da concessão por culpa


do concessionário. O concessionário do serviço não
esta cumprindo as metas do contrato de concessão.
Inexecução total ou parcial do contrato.

d) Rescisão – É a extinção da concessão por culpa do


Poder Público por meio de ação judicial da concessionária
intentada justamente para este fim.

É necessária indenização.
e) Anulação

f) Falência do concessionário

Remuneração dos Serviços Públicos

É possível a cobrança, desde que:

 Não haja vedação legal

 O serviço seja específico (serviço prestado para mim) e


divisível (mensurável a quantidade de serviço prestado para
cada um). Ex.: Energia elétrica.

Taxa: natureza tributária. Será cobrada quando a


natureza do serviço for obrigatória. Paga-se pela
utilização potencial do serviço. Ex.: Limpeza pública,
coleta de lixo, energia elétrica etc.

Tarifa (ou preço público): Quando a utilização do


serviço for facultativo.

Licitações

Conceito – Licitação é um procedimento administrativo


preparatório para a celebração de um contrato. Procedimento é
um conjunto de atos ordenado formando uma seqüência lógica,
ou seja, formando um rito. Existem 5 atos: edital, habilitação,
julgamento, homologação, adjudicação.

Obrigatoriedade:

Art. 37, XXI, CF – nos termos da legislação especifica, a


licitação é obrigatória para obras, compras, serviços e
alienações. É norma de eficácia contida/restringível porque, a
princípio, a licitação é obrigatória, mas a lei pode vir a restringir
isto (Arts. 17, 24 e 25 da Lei nº 8.666).
“XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;”

Art. 175, caput, CF – Compete ao Poder Público, sempre


através de licitação, realizar concessões e permissões de
serviços públicos. Norma constitucional de eficácia plena
(?? Acho que é contida).

“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,


diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos”

Competência Legislativa

Art. 22, XXVII, CF – Compete privativamente à União


elaborar normas gerais sobre licitações e contratações públicas.
As normas especificas podem ser elaboradas por todos os entes
da federação. Se estivesse no artigo 24, seria competência
concorrente.

União  Normas Gerais

União, Estados, DF, Municípios  Normas Especiais

Lei Federal nº 8.666/93 - Art. 1º, p.u. – “Esta lei aplica-se


integralmente às administrações direta e indireta de União,
Estados, DF e Municípios”.

Este artigo foi objeto de diversas ADINs (ADIN 927-3/RS – O STF,


em medida cautelar, suspendeu a aplicabilidade de diversos
dispositivos para os Estados, DF e Municípios)

Finalidades (Art. 3º)


• Prestigiar a isonomia

• Encontrar a melhor proposta para a celebração de um


contrato

Art. 3º [finalidades] A licitação destina-se a garantir a


observância do princípio constitucional da isonomia e a
selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e
[princípios] será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Princípios (são três específicos sobre a licitação):

 Princípio da vinculação ao instrumentos


convocatório: “O Edital é a lei interna das licitações”-
Hely Lopes Meirelles.

Tudo que a Administração quiser exigir em uma


licitação (preços, prazos, condições, amostras, garantias
etc.) deve constar expressamente do edital.

 Princípio do julgamento objetivo: o julgamento das


propostas deverá ser realizado de acordo com critérios
objetivamente definidos em edital. Não se admite
subjetivismos na escolha da melhor proposta. Em caso de
empate, deve-se respeitar critérios objetivos.

Critérios de desempate:

a) Preferência por produtos de empresa de capital nacional;

b) Preferência por produtos produzidos no Brasil;

c) Preferência por produto de empresas que invistam no


desenvolvimento cientifico e tecnológico do país;
d) Sorteio.

Lei Complementar nº 123/2006 – Estatuto das microempresas e


empresas de pequeno porte. Considera-se empate, para fins de
licitação, as propostas das microempresas e empresas de
pequeno porte que estejam até 10% do valor da melhor
proposta. Nesse caso, a EPP deverá reformular sua proposta e,
se for o menor preço, a Adm. deve contratar com ela.

Isto não ofende o princípio da isonomia.

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de


desempate, preferência de contratação para as micro-empresas
e empresas de pequeno porte.

§ 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as


propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de
pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual


estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco por
cento) superior ao melhor preço.

 Princípio da Adjudicação Compulsória: Se a Adm.


Pública realmente vier a contratar, deverá fazê-lo com o
vencedor da licitação.

O vencedor da licitação tem apenas expectativa de direito


ao contrato. As partes só vinculam definitivamente quando
assinam o contrato! Não há, neste caso, direito adquirido à
contratação.

Hipóteses de não-realização da Licitação

Arts. 17, 24 e 25, lei nº 8.666

1) Dispensa de licitação – art. 17 (rol taxativo)–


licitação dispensada. Ex.: licitação deserta

Todos os casos do art. 17 tratam de alienação de bens.


✓ Ato administrativo vinculado de não licitar.

Bens Imóveis – inciso I – Venda de casa populares

Bens Móveis – inciso II – Venda de títulos e ações de bolsa de


valores

Diferença entre Licitação dispensada (Ato


administrativo vinculado - a licitação não será realizada
porque se apresenta incompatível com o alcance do
interesse público.) e Licitação dispensável (Ato
administrativo discricionário - poderá deixar de ser
realizada em razão de critérios de conveniência e
oportunidade)

2) Dispensabilidade de Licitação – art. 24 (Rol


taxativo)

A licitação poderá deixar de ser realizada por razões de


conveniência e oportunidade.

✓ Ato discricionário de não licitar.

Ex.: Caiu o teto do prédio do INSS por conta da chuva. Deve-se


consertar antes que a chuva estrague tudo o que está dentro do
prédio. Isto ocorre sem licitação por conta de um critério de
conveniência e oportunidade.

A licitação é obrigatória, podendo ser dispensável.

Objetivo:
Requisitos
Enquadramento legal

Subjetivo: Conveniência
e oportunidade

3) Inexigibilidade de licitação – art. 25

É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial (Rol exemplificativo):
I- Compra de objeto singular (objeto único – obra de arte ou
objetos históricos) ou fornecedor exclusivo (existem vários
objetos, mas todos pertencem a um só fornecedor).

II- Contratação de profissional ou empresa de notória


especialização (não é o único nem o melhor), vedada a
inexigibilidade para profissionais de publicidade e
divulgação.

III- Contratação de artistas consagrados

Modalidades de Licitação – Arts. 22 e 23, Lei nº 8.666

Obras e Serviços de Compras,


engenharia Alienações e outros
serviços

I - Concorrência R$ + 1.500.000,00 R$ + 650.000,00

II- Tomada de R$ +150.000,00 até R$ +80.000,00 até


preços 1.500.000,00 650.000,00

III - Convite Até R$ 150.000,00 Até R$ 80.000,00

Art. 22. São modalidades de licitação (≠ tipos de licitação do art. 45):


I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
c Lei no 10.520, de 17-7-2002, institui, no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns.
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
apresentação das propostas.
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima
de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja


aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação
em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
concorrência ou leilão.

§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)


possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes
exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente
justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação
das referidas neste artigo.
§ 9o Na hipótese do § 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir
do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que
comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do
edital.

Aula 6

Licitações

Modalidades de licitação: Concorrência, tomada de preço,


Convite, Concurso e Leilão.

IV – Concurso: Escolha de trabalho técnico, artístico ou


científico.

 Não há, necessariamente, a celebração de um


contrato ao final.

 É obrigatória a entrega de um prêmio ou


remuneração em dinheiro.

 todos executam o objeto antes de se conhecer o


vencedor.

V – Leilão

Alienação de bens:

 imóveis recebidos em pagamento (dação em


pagamento) ou derivado de procedimento judicial (art.
19, Lei nº 8666)

 móveis legalmente apreendidos

 móveis inservíveis para a Administração Pública

 para atender ao programa nacional de


desestatização (privatizações)

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos


seguintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação
dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados,
contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou
após sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes
habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou
tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos
interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de
registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e
adjudicação do objeto da licitação.
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e
as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes
presentes e pela Comissão.
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a
complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de
documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. c § 4o com a redação
dada pela Lei no 8.883, de 8-6-1994.
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e
abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo
relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por
motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Fases:

1) Edital (arts. 21 e 40 da Lei nº 8.666): O edital é a lei


interna das licitações.

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual,


o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como
para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:
I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos
instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato
e para entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os arts.
27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,
permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1o e 2o do art. 48;
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;
XII – VETADO;
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de
obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV – condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a
disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data
final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e
descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e
assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de
licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
divulgação e fornecimento aos interessados.
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução pertinentes
à licitação.
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da
obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega
do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a
cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da
proposta, poderão ser dispensados:
I – o disposto no inciso XI deste artigo;
II – a atualização financeira a que se refere a alínea c do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do
adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a
quinze dias.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local
da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez:
I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão
ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais;
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se
houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será
realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem,
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de
outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a
licitação.
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I – quarenta e cinco dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”;
II – trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea b do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”;
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea b do inciso anterior, ou leilão;
IV – cinco dias úteis para convite.
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da
última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos,
prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,
exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação
das propostas.

a) O “Aviso de licitação”deverá ser publicado pelo


menos uma vez:

- em diário oficial

- em jornal de grande circulação


Exceção: Na modalidade convite – nesse caso, a
Administração envia uma carta convite aos
participantes da licitação.

b) Prazos mínimos entre a publicação dos avisos e a


data prevista para a entrega das propostas:

 Concorrência:

45 dias = “técnica”, “técnica e preço” ou em


empreitada integral

30 dias = demais casos

 Tomada de preço:

30 dias = “técnica”ou “técnica e preço”

15 dias = demais casos

 Convite: 5 dias úteis

 Concurso: 45 dias

2) Habilitação (Arts. 27 a 31 da Lei nº 8.666): é a fase


da comprovação das exigências necessárias para
contratar com o Poder Público.

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,


exclusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição
Federal.

a) habilitação jurídica = art. 28 = comprovação da


identidade do participante.

b) Regularidade fiscal = art. 29 = comprovação de


inscrição nas receitas e prova de quitação dos tributos (5
certidões negativas tem que ser apresentadas).
c) Qualificação técnica = art. 30 = comprovação das
habilidades necessárias para a execução da obra ou
serviço.

d) Qualificação econômica-financeira = art. 31 =


“Econômica” se refere à patrimônio e “Financeira” se
refere à liquidez.

e) Comprovação de respeito ao art. 7º, XXXIII, CF

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além


de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;

3) Julgamento (Arts. 45 e seguintes): é a fase da escolha


da melhor proposta.

Tipos de Licitação:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de


licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação (≠ de
modalidades de licitação: concorrência, convite, leilão, concurso e
tomada de preço), exceto na modalidade concurso:
I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e
ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço;
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou
concessão de direito real de uso (Leilão).
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará,
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes
serão convocados, vedado qualquer outro processo.
§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes
considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos
preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
critério previsto no parágrafo anterior.
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando
obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego
de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste
artigo.
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7o, serão selecionadas tantas
propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação.

a) Menor preço: 2 envelopes (habilitação e proposta) 


fator preponderante é o preço.

b) Melhor técnica: 3 envelopes (habilitação, técnica e


proposta)  fator preponderante, ou seja, mais
importante, é a técnica.

c) Melhor técnica e preço: 3 envelopes (habilitação,


técnica e proposta)  técnica e preço serão considerados
de acordo com proporções previamente estabelecidas em
edital.

d) Maior lance ou oferta: é usada na modalidade “leilão”.

4) Homologação (art. 56): é o ato pelo qual a Autoridade


competente (seria um ordenador de despesas e quem
deflagra o processo com o edital e adjudica ao vencedor
da licitação) confirma o resultado final proferido pela
Comissão de Licitação (esta comissão lida com os
envelopes – fase de habilitação e julgamento).

A Comissão de Licitação é formada por, no mínimo, 3 pessoas,


sendo 2 servidores ocupantes de cargos do quadro permanente.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros,
sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos
quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela
licitação.

 exige a publicação no Diário Oficial.

5) Adjudicação: é a declaração formal de vencedor da


licitação e a convocação para a assinatura do contrato.

 exige a publicação no Diário Oficial.

Modalidade de licitação: Pregão:

Medida Provisória 2026/2000  convertida na Lei Federal


10.520/2002

Características:

1. Aplica-se a União, Estados, DF e Municípios. Todos os entes


da Federação podem se utilizar dessa modalidade de licitação.

2. Poderá ser utilizado para “aquisição de bens e serviços


comuns”, independente de valor.

Art. 1o Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a


licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
*Dec. no 5.450, de 31-5-2005, regulamenta o pregão, na forma eletrônica,
para aquisição de bens e serviços comuns.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e
efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.

 Decreto Federal 5.450/05 e 5504/05 = obrigam a utilização


do pregão eletrônico na esfera federal.

Bens e serviços cuja aceitabilidade da proposta possa ser


definida com facilidade pelo pregoeiro.

3. Tipo de licitação: “Menor preço”


Art. 4º […] X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o
critério de menor preço, observados os prazos máximos para
fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
desempenho e qualidade definidos no edital;

4. É vedado para obras e serviços de engenharia e para locação


de imóveis.

* 5. A fase de julgamento é realizada antes da habilitação e a


adjudicação é feita antes da homologação

Comissão de Licitação

Tradicional  Edital – Habilitação – Julgamento – Homologação


– Adjudicação

Pregão  Edital – Julgamento – Habilitação – Adjudicação –


Homologação

Pregoeiro

6. Quem prestar informações falsas ou, se vencedor, for


inabilitado, poderá ficar impedido de contratar por até 5 anos.

Art. 7o Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não


celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa
exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto,
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido
de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios e, será descredenciado no SICAF, ou nos sistemas de
cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art.
4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas
previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

7. É vedada a exigência de garantia de proposta (caução).

8. Prazo mínimo entre a publicação dos avisos e a data


prevista para a entrega das propostas: 8 dias úteis.

Art. 4º […] V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a


partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

9. A Comissão de Licitação é substituída pelo Pregoeiro.

* 10. Rito de julgamento:

Abrem-se os envelopes de propostas.

Pega-se o autor da melhor proposta e os que estiverem até 10%


acima dela (em número mínimo de 3) que partirão para a fase
de oferecimento de lances verbais, sucessivos e decrescentes

Pregão Eletrônico:

 Realizado com base nos recursos da tecnologia da


informação.

 Segurança da Informação:

- MP 2.200/00 = Cria o sistema de criptografia


assimétrica.

 É necessário cadastramento prévio para que o licitante tenha


a chave púbica, que é tipo uma senha.

 www.comprasnet.gov.br

 Ao final do horário estabelecido no edital, abre-se um tempo


aleatório de até 30 minutos.

Vantagens: 1) Possibilita a participação de licitantes de todo


o país.

2) Possibilita licitar item por item.

Contratos Administrativos

Conceito:

É o ajuste celebrado entre a Administração Pública e, em regra,


o vencedor de uma licitação. O contrato administrativo pode ser
celebrado com quem não foi vencedor quando não há licitação
(dispensa, dispensabilidade e inexigibilidade de licitação).

Características: bilateral, estável, oneroso, comutativo,


“intuitu personae” e formal.

a) Bilateralidade (diferente do ato administrativo, que é


unilateral – vontade da Administração Pública).

b) Estabilidade (o ato administrativo é unilateral e precário –


pode ser revogado a qualquer momento).

c) Oneroso

* d) Comutatividade (o oposto é aleatório, e não existe


contrato administrativo aleatório. Significa que os direitos e as
obrigações das partes contratantes são equivalentes. A
comutatividade reflete o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato. A manutenção deste equilíbrio é um dos poucos
direitos que o particular possui em um contrato administrativo).

e) “Intuitu personae”

f) Formal: forma escrita.

Exceção: Art. 60, Parágrafo único, Lei nº 8.666 – Antecipações


de compra de até R$ 4.000,00 (5% de R$ 80.000,00)

Art. 60. [...]


Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a
5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II,
alínea a desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Execução dos contratos administrativos:

Cláusulas exorbitantes: cláusulas exorbitantes nos contrato


administrativos são entendidas segundo DI PIETRO como “aquelas que não
seriam comuns ou que seriam ilícitas em contratos celebrados entre
particulares, por conferirem prerrogativas a uma das partes (Administração) em
relação à outra”. Há, portanto, supremacia de posição da Administração Pública
em relação ao particular que com ela contratou, já que a Administração deverá se
submeter ao contrato objetivando a realização do interesse público.

1) Direito de acompanhamento: é a prerrogativa da


Administração Pública de designar um servidor que será
responsável por acompanhar a execução do contrato.

 Gestor ou Executor do contrato.

2) Reajustamento unilateral de preços e tarifas para


compensar a corrosão inflacionária
independentemente de previsão contratual
expressa

3) Cláusula “rebus sic stantibus”: O Contrato


Administrativo é assim “enquanto as coisas estiverem
como estão”.

Rebus Sic Stantibus pode ser lido como "estando as coisas assim" ou
"enquanto as coisas estão assim".
Esta expressão tem origem no Direito Canônico e é empregada para designar
o princípio da imprevisão, segundo o qual a ocorrência de fato imprevisto
e imprevisível posterior à celebração do contrato diferido ou de cumprimento
sucessivo implica alteração nas condições da sua execução.
A cláusula de mesmo nome seria aquela que garantiria a adoção deste
princípio pelos contratantes, o que leva a crer que, havendo esta opção como
cláusula, seu emprego constitui exceção; a imutabilidade é a regra geral.

 Teoria da imprevisão: Se sobrevier um fator externo,


absolutamente imprevisível, que torne a execução do
contrato excessivamente onerosa para uma parte e benéfica
para a outra, o contrato deverá ser revisto.

4) Inaplicabilidade da “exceptio non adimpleti


contractus” –

Exceptio non adimpleti contractus "é uma forma de justa recusa ao


cumprimento de uma prestação dependente do concomitante cumprimento
da que toca à outra parte contratante, oriunda, geneticamente, do mesmo
contrato e funcionalmente vinculadas as prestações uma à outra". É um ato
passivo, de defesa, pelo qual o excipiente visa a paralisar a ação do excepto
faltoso.

Não se aplica a “exceção defesa do contrato não cumprido”


nos contratos administrativos.

Art. 78, da Lei nº 8666. Constituem motivo para rescisão do contrato:


XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;
Art. 39 da Lei nº 8987 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por
iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas
contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,
até a decisão judicial transitada em julgado.

Se a Administração não faz sua parte do contrato, o


contratado é obrigado a suportar os atrasos por até 90 dias.
Após isso, poderá propor medida judicial visando a se liberar
da execução do contrato, sem, no entanto, interromper a
prestação do serviço até o transito em julgado.

Um particular jamais suspende um contrato administrativo de


forma unilateral.

5) Acréscimos ou supressões: O particular fica obrigado a


suportar os acréscimos ou supressões de até 25% do valor
inicial do objeto do contrato.

Exceção: até 50% para os acréscimos nos contratos de


reforma de equipamentos ou edifícios.

Art. 65, Lei nº 8666 - § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas


mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de
edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para
os seus acréscimos.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:


I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou
prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos
e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e
prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma
do § 1o do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por
prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por
repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do
pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado
ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;
XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
comprovada, impeditiva da execução do contrato;
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla
defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – VETADO.
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de
autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos
prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito
a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§§ 3o e 4o VETADOS.
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o
cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Extinção dos Contratos Administrativos (Art. 78 e 79,


Lei nº 8.666)
I – Por acordo entre as partes (Distrato) – Rescisão do
contrato amigável

 Ninguém paga indenização para ninguém.

II – Por ato unilateral escrito da Administração nas hipóteses dos


incisos I a XII e XVII do artigo 78. Resumidamente:

✔ inadimplência do particular – Particular indeniza


a Administração.

✔ razões de conveniência e oportunidade


(discricionariedade administrativa) –
Administração indeniza o particular.

✔ ilegalidade – Quem deu causa a ilegalidade deve


pagar indenização.

III – Por decisão judicial.

 Quem deu causa a ilegalidade que vai pagar a indenização.

Aula 7

Intervenção do Estado na propriedade

A propriedade, desde a CF 1946, possui função social.


Antes disso, o direito de propriedade era absoluto (CC 16). Na
década de 40, surge a questão da função social. Década de 60,
lei geral da desapropriação. A CF de 88 passa a contemplar
algumas hipóteses de intervenção do Estado na propriedade.

Existem duas intervenções que estão previstas na CF:

 Desapropriação (art. 5º, XXIV, CF)

 Requisições Administrativas (art. 5º, XXV, CF)

O ordenamento jurídico prevê 6 formas de intervenção:

1) Limitações Administrativas: impõem


obrigações de fazer, não fazer ou tolerar que se
faça. Estas limitações derivam da lei e, por isso,
tem caráter geral e abstrato.

 Fazer: construir calçada, manter terreno limpo

 Não fazer: não exceder o gabarito

 Tolerar: fiscalizações; uso de sanitários

Como regra, não acarretam direito de indenização. Apenas na


hipótese de as limitações esvaziarem totalmente o direito de
propriedade.

2) Requisições Administrativas: art, 5º, XXV, CF -


XXV – “no caso de iminente perigo público, a
autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver
dano”.

 Perigo Público iminente

 Indenização: ulterior, se houver dano.

3) Ocupação temporária: Possibilidade do Poder


Público utilizar imóvel urbano não edificado
lindeiro/vizinho ao local onde será realizada a
obra pública para a guarda de máquinas e
equipamentos durante a realização da obra.

 Acarreta a indenização pelos prejuízos emergentes e


pelos lucros cessantes.

A partir daqui, há intervenção permanente na propriedade


do indivíduo!

4) Servidões Administrativas:

 É ônus real sobre a propriedade privada! Incide muito


sobre área rural.
 Direito de passagem de instalações administrativas.

Ex.: Gasodutos, Oleodutos, Linhas de transmissão, gancho para


ônibus elétrico etc.

 Indenizações:

- Pelo prejuízo (instalação da servidão)

- Pelos Lucros cessantes (diminuição da


potencialidade econômica)

5) Tombamento: Imodificabilidade das


características originais de um bem por valor
histórico, cultural, artístico, arqueológico ou
paisagístico.

 É ônus real sobre a propriedade privada (tombado o


bem, isto vai permanecer na matrícula do imóvel para
sempre).

 É Crime previsto no Código Penal: art. 165, CP =


destruir, deteriorar ou inutilizar bem tombado. Pena: 2
meses a 2 anos.

 Inscrição no Instituto de Patrimônio Histórico feita nos


Livros de Tombo.

 Indenizações:

- Pelo Prejuízo (diminuição do valor do imóvel)

- Pelo Lucro cessante (diminuição da


potencialidade econômica)

Obs.: O tombamento e a servidão podem ser desconstituídos


quando o bem perece!!
6) Desapropriações:

Tipos Modalidades Artigo Fundamentos Indenização

O Estado irá utilizar o


a)Necessidade
imóvel para o Justa – paga
pública desempenho de uma o valor de
atividade essencial. Obs.: mercado da
O Poder Público fica com propriedade.
o bem nesse caso.
Ordinárias Art. 5º, O Poder Público utilizará o Prévia – O
b) Utilidade
imóvel no desempenho Estado indeniza
pública XXIV, CF de uma atividade antes de entrar
secundária. Obs.: O Poder na propriedade
Público fica com o bem.
O Poder Público destinará Em dinheiro
c) Interesse Social
o imóvel a outro – porque é à
particular que o utilizará vista.
em uma atividade de
indústria, comércio ou
serviço.
Área urbana incluída em  Justa
plano diretor para a qual
d) Plano diretor não está sendo dada a Prévia
Art. 182, destinação prevista.
(Municípios) Medidas sucessivas:  Em títulos
CF
a) Parcelamento ou da dívida
edificação pública com
compulsórios resgate em
Extraordinári b) IPTU progressivo no até 10 anos.
tempo
as c) Desapropriação
 Justa
 Prévia
e) Reforma Agrária Art. 184, Área rural não utilizada  Em títulos
CF ou subutilizada. da dívida
agrária com
resgate em
até 20 anos.
Glebas utilizadas para
f) Confisco Art. 243, plantio de psicotrópicos Sem
CF ou substancias indenização
entorpecentes.
Art. 5º […] XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
§ 1o O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2o A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3o As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro.
§ 4o É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para
área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate
de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida
em lei.
§ 1o As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2o O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3o Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório
especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4o O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de
reforma agrária no exercício.
§ 5o São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e
especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de
produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado
e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no
tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de
atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de
tráfico dessas substâncias.

Desapropriação Indireta – Ocorre quando o Estado é


esbulhador e não paga indenização prévia.

A desapropriação indireta decorre da atitude do Poder Público


ter se apropriado de bem particular, sem a observância dos
requisitos da declaração e da indenização prévia.

O fundamento legal para a desapropriação indireta, decorre da


leitura do art. 35 do Decreto-Lei no 3.365/41:

“Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não
podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do
processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-
á em perdas e danos.”.

Observa-se, pois, que a desapropriação indireta se consuma


quando o bem se incorpora definitivamente ao patrimônio
público.

O professor Celso Ribeiro Bastos conceitua a desapropriação


indireta como “O apossamento irregular do bem imóvel
particular pelo Poder Público, uma vez que não obedeceu ao
procedimento previsto pela lei. Esta desapropriação pode ser
impedida por meio de ação possessória, sob a alegação de
esbulho. Entretanto, a partir do momento em que a
Administração Pública der destinação ao imóvel, este passa a
integrar o patrimônio público, tornando-se insuscetível de
reintegração ou reivindicação.”
Desapropriação por Zona ou Extensiva - Ocorre quando o
Poder Público faz uma obra pública e ocorre uma valorização
dos imóveis ao redor. Nesse caso, o Poder Público compra os
imóveis pelo preço anterior e os vende por valor maior. Outra
opção é cobrar uma contribuição de melhoria.

O instituto está previsto no artigo 4º do Decreto-lei 3.365/41,


segundo o qual "a desapropriação poderá abranger a área
contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se
destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em
conseqüência da realização do serviço. Em qualquer caso, a
declaração de utilidade pública deverá compreendê-las,
mencionando-se quais as indispensáveis à construção da obra e
as que se destinam à revenda".

A regra geral é que a desapropriação atinja o objeto certo, ou


seja, o bem que sairá do patrimônio do particular para integrar o
patrimônio público. No entanto, em casos específicos, admite-se
que a desapropriação alcance área maior que a necessária. É
nessa hipótese que se fala em desapropriação por zona, ou
extensiva.

Concluindo: desapropriação por zona nada mais é que a


ampliação da expropriação às áreas que se valorizem
extraordinariamente em conseqüência da obra ou do serviço
público.

Tredestinação – Desvio de finalidade na desapropriação.

Observa-se o direito à retrocessão pelo expropriado quando ao


bem objeto da desapropriação não é conferido o destino
estipulado no ato declaratório da utilidade ou necessidade
pública, ou de interesse social, ou por ter cessado o motivo que
a ensejou ou, ainda, por ter ocorrido desvio de finalidade.

Em havendo ocorrido uma das hipóteses antes mencionadas,


vislumbrar-se-á que a desapropriação terá se revelado
desarrazoada, motivo pelo qual, o ordenamento jurídico prevê a
possibilidade do expropriado reaver a propriedade do bem que
lhe pertencia anteriormente.

Haverá direito a retrocessão (É o direito do dono do imóvel de


reaver sua propriedade)? Não. A jurisprudência diz que não, Se
a outra destinação também for de utilidade pública (Ex.: O
Poder Público ia fazer uma escola, mas fez um Hospital –
Tredestinação lícita – desvio de finalidade que o direito
tolera).

Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429/92)

 O fundamento constitucional está no art. 37, §§ 4º e


5º da CF.

§ 4o Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Art. 15, V, desta Constituição.
Arts. 312 a 327 do CP.
Lei no 8.026, de 12-4-1990, dispõe sobre a aplicação de pena de demissão a
funcionário publico.
Lei no 8.027, de 12-4-1990, dispõe sobre normas de conduta dos servidores
públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas.
Lei no 8.112, de 11-12-1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União,
Autarquias e Fundações Públicas Federais).
Art. 3o da Lei no 8.137, de 27-12-1990 (Lei dos Crimes Contra a Ordem
Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo).
Lei no 8.429, de 2-6-1992 (Lei da Improbidade Administrativa).
Dec.-lei no 3.240, de 8-5-1941 sujeita a seqüestro os bens de pessoas
indiciadas por crimes de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública.
Dec. no 4.410, de 7-10-2002, promulga a Convenção Interamericana contra a
Corrupção.
§ 5o A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Lei no 8.112, de 11-12-1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União,
Autarquias e Fundações Públicas Federais).
Lei no 8.429, de 2-6-1992 (Lei da Improbidade Administrativa).

Obs.: Resp –1069779 STJ – STJ declara imprescritível


ação de ressarcimento ao erário por improbidade
administrativa

 Natureza Jurídica da Lei de improbidade: Não possui


natureza penal! Não existe crime de improbidade
administrativa. No art. 19 há o crime de denunciação caluniosa,
mas apenas esse artigo tipifica um crime. A Natureza é Cível
“lato sensu”.

Arts. 1º a 13 = Direito
material

Arts. 14 a 24 = Direito
processual

 Sujeito Passivo: Administração Direta e Indireta +


Empresa incorporada ao patrimônio público + Entidades para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de 50 % do patrimônio ou da receita anual

Entidades que tenham menos de 50% da receita ou


patrimônio oriundos do Poder Público aplica-se a lei de
improbidade apenas para ressarcimento ao erário (a sanção se
limita à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos)

 Sujeito Ativo: Agentes público (pega os servidores


públicos, empregados, temporários, militares etc – todo aquele
que, em qualquer tipo de vínculo, represente o Estado) + Sujeito
que induza, concorra ou se beneficie

 Declaração de Bens – quando ingressa, anualmente, e


quando sai.

Pena: demissão a bem do servidor público (nunca mais


pode voltar ao serviço público).
Cópia IRPF (Imposto de renda de Pessoa Física)

Tipologia da Improbidade Administrativa


Proibição
de
O de cima é contratar
sempre mais Perda dos com o
gravoso e o
sujeito bens ou Ressarcimen Perda Suspen Multa civil Poder
responderá por Artigo valores to Integral da são Público ou
ele quando
acontecerem
ilicitament do dano função dos de receber
duas ou mais e pública direito benefício
situações de acrescidos s ainda que
improbidade! polític por meio
os de pessoa
jurídica da
qual seja
sócio
controlado
r ou
diretor
Atos de Art. 9º SIM SIM, quando SIM 8-10 Até 3X o 10 anos
improbidade houver anos valor
que causam acrescido
enriqueciment indevidame
o ilícito nte
Atos de Art. 10 NÃO, se SIM SIM 5-8 Até 2X o 5 anos
improbidade não seria anos valor do
que causam ato que dano
prejuízo ao causa
erário enriquecim
ento ilícito.
Atos de Art. 11 NÃO, se NÃO, se não SIM 3–5anos Até 100X o 3 anos
improbidade não seria seria ato que valor da
que violam os ato que causa prejuízo remuneraçã
princípios da causa ao erário. o
Administração enriquecim
Pública ento ilícito.

Art. 14 = Representação
Art. 15 = Processo
administrativo
Art. 16 = Cautelar
Art. 17 = Ação principal

Representação
Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a
apurar a prática de ato de improbidade

A representação deve ser:

 Escrita ou reduzida a termo

 Assinada

 Identificação do representante

 informações sobre o fato e sua autoria

 Indicação das provas e dos fatos de que tem


conhecimento

Processo Administrativo

 Para apurar os fatos e recolher as provas

 Rito: Arts. 148 a 182 – Lei nº 8112/90 (Lei que dispõe


sobre o regime jurídico dos Servidores Públicos)

 Instaurado o processo, a Administração dará ciência


ao MP e ao Tribunal de Contas que, se quiserem, poderão
designar representantes para acompanharem o processo
administrativo.

 Havendo fundados indícios do ato de improbidade, a


Administração dará ciência ao MP para que promova a
cautelar.

Cautelar

 Proposta de cautelar de arresto (bens não


identificáveis) e não de seqüestro.

 A Ação Principal deverá ser proposta em 30 dias.

Ação Principal

 Autor: MP ou Entidade Lesada.

Se for proposta pelo MP a entidade interessada pode


participar do processo? Sim, participa como terceiro
interessado.

Se for proposta pela entidade lesada, o MP agirá no


processo sempre como “custos legis” (fiscal da lei).

 Rito: ordinário, com as peculiaridades da lei de


improbidade:

✜ É vedado acordo, conciliação ou transação


nas ações de que tratem esta lei.

 Antes de receber a inicial: notificará o acusado para


que se manifeste por escrito em 15 dias

 Em 30 dias o juiz decidirá se recebe a inicial

 Se receber, cita para contestar.

 Não há foro por prerrogativa de função!

 A propositura da ação prevenirá o juízo. O juízo se


tornará prevento – todas as ações que forem propostas
contra o mesmo agente com a mesma causa de pedir ou
o mesmo objeto irão para a mesma Vara cível.

 A sentença que julgar procedente a ação determinará


a reversão dos bens em favor da pessoa jurídica lesada.

Obs.: A perda da função pública e a suspensão dos direitos


políticos só se efetivam com o trânsito em julgado.

A aplicação das sanções previstas nesta Lei independe:


✜ da efetiva ocorrência do dano ao patrimônio público,
salvo quanto ao ressarcimento integral do dano.

✜ aprovação ou rejeição das contas pelo TC

Prescrição

 Para os agentes políticos e para os ocupantes de cargo em


comissão ou de função de confiança: 5 anos a partir do término
do mandato ou exercício.

 Para os servidores públicos: prazo previsto na lei 8.112 (art.


141) – 5 anos a partir da data em que o fato se tornou
conhecido.

 Para o terceiro/particular: mesmo prazo dos servidores


público (5 anos).

Obs.: O ressarcimento ao erário é imprescritível – art. 37, §5º,


CF

Direito administrativo LFG

Supremacia do interesse publico sobre o privado


(interesse publico primeiro – da sociedade). O interesse
publico secundário não possui supremacia.

Indisponibilidade do interesse publico – OS INTERESSES DA


COLETIVIDADE NAO SAO DE PROPRIEDADE DO AGENTE
PUBLICO.

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