Aula 0
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
NOVO CPC
TEORIA E EXERCÍCIOS
Professor: Ricardo Gomes
Breve Apresentação
Ricardo Gomes
refaça quantos exercícios puder das matérias a ser estudadas, para que os
conhecimentos apreendidos sejam verdadeiramente solidificados, aperfeiçoados
e lapidados.
Prova disso é que, mesmo após ser realizada uma leitura atenta e
debruçada sobre determinado material, quando vamos responder às questões
ficamos com um “montão” de dúvidas. Parece até que não aprendemos direito,
e ai dizemos: “mas eu estudei isto? como não sei responder à questão?”
Nestes casos, o aluno aprende, mas às vezes a sua visão e
entendimento não foi pontual, não memorizou os pontos mais relevantes,
correndo o risco de errar questões relativamente fáceis pela ausência de prática
e por não ter visto o assunto com “outros olhos”, outro viés.
Desse modo, os exercícios propiciam exatamente isto aos alunos:
lapidarem seus conhecimentos teóricos para atentarem facetas não
percebidas ao longo do estudo teórico, além também de revisarem e
rememorarem a teoria.
Desse modo, teremos uma parte teórica, com destaques e dicas dos
pontos altos, e uma lista de várias questões comentadas!
Abarcaremos, ademais, os aspectos mais relevantes da legislação,
da Constituição Federal e da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, na
trilha do que tem cobrado as organizadoras, evitando-se as indesejáveis
discussões teórico-doutrinárias (ineficientes para provas!), pouco frutíferas para
o resultado almejado pelos concursandos, que é saber o necessário para
gabaritar as questões de Direitos Humanos.
Predisponho-me a ser um orientador dos estudos de cada um de
vocês, e não um Professor que passa o conhecimento eminentemente técnico.
Ao final de cada aula, farei um RESUMO do assunto abordado,
destacando os pontos mais relevantes.
Creio que, com a exaustiva resolução de questões e com uma metodologia mais
prática e didática, conseguiremos fechar a matéria de DIREITO
PROCESSUAL CIVIL! Na última prova nós conseguimos 100% das questões
1
Obs: o cronograma das Aulas poderá ser alterado a qualquer tempo mediante prévio aviso aos Alunos na parte aberta do
curso, no Campo AVISOS.
AULA DEMONSTRATIVA
1. Da Jurisdição.
Lei nº 9.307/1996
Conceito de Jurisdição.
A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional
(Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o direito
cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do direito
por meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, monopolista e
em última instância.
Finalidade da Jurisdição.
A jurisdição tem 3 (três) grandes objetivos:
1. Objetivo Jurídico – aplicar o direito previsto na Lei (nas
normas jurídicas) ao caso concreto.
2. Objetivo Social – pacificar a sociedade, promovendo o bem
comum e eliminando os conflitos existentes.
3. Objetivo Político – realizar a justiça, afirmar o poder
jurisdicional e preservar os direitos fundamentais do homem.
Princípios da Jurisdição:
1. Inevitabilidade – após as partes submeterem seu litígio à
jurisdição estatal, não poderão posteriormente furtar-se ao
cumprimento da decisão exarada (a execução da decisão
jurisdicional será inevitável para as partes do processo após a
deflagração do processo judicial).
2. Indeclinabilidade ou Inafastabilidade – é o princípio
processual constitucional da Jurisdição consistente na regra
de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser
afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas
partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao
poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o
monopólio da jurisdição e as partes possuem direito irrestrito
à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela
jurisdicional e não apenas simples faculdade.
Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo
para decisão do magistrado. Todos têm direito de Ação de
forma ampla, abstrata e irrestrita, mesmo que, ao final,
comprovem-se infundadas suas demandas. O direito de ação
é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do
mérito da questão.
CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
Peculiaridades relevantes acerca do Princípio da
Inafastabilidade/Indeclinabilidade, algumas das quais
destaco abaixo:
a. Não necessidade de esgotamento das instâncias
administrativas para pleitear apreciação da questão na
CPC - 2016
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
À regra da Inércia há exceções previstas em Lei, que
permitem o início excepcional do processo por provocação das
partes (Exemplo: Execução Trabalhista de verbas definidas;
Execução Penal; início do processo de inventário, se os
legitimados não o fizerem no prazo conferido pela Lei;
decretação da falência de empresa em recuperação judicial,
etc). Estas e outras exceções apenas confirmam a REGRA de
que o Juiz deve ser INERTE.
2. Da Ação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
QUESTÃO: 01. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: AGU. Prova: Advogado
da União.
Julgue o item a seguir, referente a jurisdição e competência no processo civil.
O procedimento em que o requerente manifesta sua pretensão de opção de
nacionalidade brasileira na condição de brasileiro nato, conforme os requisitos
previstos na CF, possui natureza de jurisdição voluntária e, nesse caso, a
sentença prolatada não faz coisa julgada material.
COMENTÁRIOS:
O procedimento de opção pela nacionalidade tem natureza jurídica de
jurisdição voluntária, daí a decisão não faz coisa julgada material.
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 02. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se
segue.
O processo de execução, cujo objetivo consiste em dar efetividade a um
provimento judicial de mérito, é uma espécie do gênero processo de
conhecimento.
COMENTÁRIOS:
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 03. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se
segue.
Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide
submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do processo
contencioso, a composição entre as partes.
COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.
Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/PadraoRespos
taDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
É admitida, mesmo após a instauração do processo contencioso, a
composição entre as partes (exemplos: art. 139, V e 269, III, ambos do CPC).
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 04. Ano: 2014. Banca: CESPE. Órgão: Câmara dos Deputados.
Prova: Analista Legislativo.
Com referência a jurisdição, ação e competência, julgue os itens que se
seguem.
Embora o princípio da inércia da jurisdição proclame que nenhum órgão
jurisdicional prestará a tutela jurisdicional senão quando provocado na forma da
lei, é permitido ao juiz, de ofício, mandar arrecadar os bens do ausente e
nomear-lhe curador.
COMENTÁRIOS:
Segundo o art. 1.160, do CPC: o juiz mandará arrecadar os bens do
ausente e nomear-lhe-á curador na forma estabelecida no Capítulo antecedente.
Segundo Rinaldo Mouzalas:
Inércia: a jurisdição não é prestada de ofício (“ne procedat iudex ex
officio”), pelo que a atividade jurisdicional só se desenvolve quando
provocada. O órgão jurisdicional só pode prestar tutela quando a parte
ou o interessado a requerer, porque o processo civil, conquanto se
desenvolva por impulso oficial, começa por iniciativa. A iniciativa das
partes, na movimentação da máquina judiciária, é garantia da
imparcialidade do juiz, que não promoverá por interesse pessoal o
deslinde da demanda. [...]
Há, porém, exceções à inércia, como, por exemplo, no caso dos
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 05. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: STF. Prova: Analista
Judiciário.
No que se refere a jurisdição, julgue o item abaixo.
A atividade jurisdicional é exclusiva do Estado-juiz.
COMENTÁRIOS:
Nas lições de Leonardo Greco, através da obra Instituições de Processo
Civil: Jurisdição conceitua-se como função preponderantemente estatal, exercida
por um órgão independente e imparcial, que atua a vontade concreta da lei na
justa composição da lide ou na proteção de interesses particulares.
O autor continua: No nosso tempo, no estágio de desenvolvimento das
relações Estado-cidadão a que os europeus chegaram após a Segunda Guerra e a
que nós chegamos com a Constituição de 1988, muitos entendem que a jurisdição
não precisa ser necessariamente uma função estatal, porque a composição de
litígios e a tutela de interesses particulares podem ser exercidas por outros meios,
por outros órgãos, e até por sujeitos privados, seja através da arbitragem, seja
através da justiça interna das associações.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 06. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT. Prova: Técnico
Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
A jurisdição compreende apenas dois poderes, o poder de coerção, que se
manifesta, por exemplo, quando o juiz ordena intimações de partes ou
COMENTÁRIOS:
É firme o entendimento doutrinário, segundo o qual: A jurisdição
abrange três poderes básicos: decisão, coerção e documentação. Pelo primeiro, o
Estado-juiz tem o poder de conhecer a lide, colher provas e decidir; pelo segundo,
o Estado-juiz pode compelir o vencido ao cumprimento da decisão; pelo terceiro, o
Estado-juiz pode documentar por escrito os atos processuais.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 07. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT. Prova: Técnico
Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
Na jurisdição voluntária não há processo, mas procedimento, ao contrário do
que ocorre em relação à jurisdição contenciosa.
COMENTÁRIOS:
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 08. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: TJ-RR. Prova: Analista
Processual.
A jurisdição, que tem por finalidade compor os conflitos de interesses,
resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei, constitui uma das funções
de soberania do Estado. A respeito dessa função estatal, julgue os itens
subsequentes.
COMENTÁRIOS:
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
Ensina o professor Leonardo Greco: a jurisdição voluntária é uma
modalidade de atividade estatal ou judicial, em que o órgão que a exerce tutela
assistencialmente interesses particulares, concorrendo com o seu conhecimento ou
com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficácia de um ato da vida
privada, para a formação, o desenvolvimento, a documentação ou a extinção de
uma relação jurídica ou para a eficácia de uma situação fática ou jurídica. [...] nos
atos da vida privada das pessoas, há situações fáticas ou relações jurídicas que,
independentemente da existência de uma lide, podem ser formadas, modificadas,
documentadas, extintas ou produzir efeitos, com a intervenção de uma autoridade
estatal. Quando essa autoridade é um juiz, costuma-se qualificar o procedimento
como um procedimento de jurisdição voluntária. (Instituições de Processo Civil).
Segundo Humberto Dalla B. de Pinho, conciliação é entendida como a
atuação do Estado-juiz em audiência ou no curso do processo, no sentido de
interagir com as partes, facilitando o entendimento entre elas, apresentando-lhes
soluções ainda não propostas por elas próprias e auxiliando-as na obtenção de um
acordo. A conciliação é gênero de que são espécies a imposição, a submissão e a
transação, que se diferenciam de acordo com a intensidade da disposição de
direitos efetivada pelas partes (Direito Processual Civil Contemporâneo).
Na jurisdição voluntária, a atuação do Estado, por opção legislativa, é
obrigatória. Prescreve o CPC, em relação ao procedimento de conciliação (art.
448): antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes. Chegando a
acordo, o juiz mandará tomá-lo por termo. A participação do juiz ou do conciliador
é obrigatória, embora prevaleça a vontade das partes.
O juízo de conciliação configura uma das categorias dos atos de
jurisdição voluntária, considerando: prevalência de interesse privado combinada
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 09. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-ES. Prova: Defensor
Público.
Acerca dos princípios da jurisdição, julgue o item abaixo.
O princípio da inafastabilidade diz respeito à vinculação obrigatória das partes ao
processo, que passam a integrar a relação processual em um estado de sujeição
aos efeitos da decisão jurisdicional.
COMENTÁRIOS:
O princípio da indeclinabilidade ou da inafastabilidade da jurisdição
(inafastabilidade do controle jurisdicional) está inscrito no inciso XXXV, da CF,
segundo o qual: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
Segundo o art. 4º, da Lei de Introdução as Normas do Direito
Brasileiro: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Portanto, órgão jurisdicional não poderá deixar de dirimir litígios
nem mesmo diante da existência de lacunas na lei.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 10. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista
Judiciário.
COMENTÁRIOS:
A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em
todo o território nacional. A jurisdição voluntária também denominada de jurisdição
graciosa ou de jurisdição administrativa.
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
Ensina o professor Leonardo Greco: a jurisdição voluntária é
uma modalidade de atividade estatal ou judicial, em que o órgão que a exerce
tutela assistencialmente interesses particulares, concorrendo com o seu
conhecimento ou com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficácia de
um ato da vida privada, para a formação, o desenvolvimento, a documentação ou a
extinção de uma relação jurídica ou para a eficácia de uma situação fática ou
jurídica. [...] nos atos da vida privada das pessoas, há situações fáticas ou relações
jurídicas que, independentemente da existência de uma lide, podem ser formadas,
modificadas, documentadas, extintas ou produzir efeitos, com a intervenção de
uma autoridade estatal. Quando essa autoridade é um juiz, costuma-se qualificar o
procedimento como um procedimento de jurisdição voluntária. (Instituições de
Processo Civil).
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 11. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista
Judiciário.
COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.
Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/P
adraoRespostaDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
Na lição de Leonardo Greco, jurisdição é: a função
preponderantemente estatal, exercida por um órgão independente e imparcial, que
atua a vontade concreta da lei na justa composição da lide ou na proteção de
interesses particulares" (Instituições de Processo Civil).
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 12. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES. Prova: Analista
Judiciário.
Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.
Considera-se relativa a incompetência do juízo em razão do território.
COMENTÁRIOS:
Critério TERRITORIAL ou de FORO – os órgãos jurisdicionais exercem
suas jurisdições nos limites dos respectivos territórios. Segundo o Princípio da
Aderência, o exercício da jurisdição é vinculado a determinado território (a
jurisdição adere ao território).
O Foro é a delimitação territorial específica onde o órgão jurisdicional
exercerá sua jurisdição.
Em regra, a Competência Territorial ou de Foro é Relativa, sendo
derrogável por vontade das partes.
RESPOSTA CERTA: C
QUESTÃO: 13. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES. Prova: Analista
Judiciário.
Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.
Uma das distinções entre a função jurisdicional e a administrativa é identificada
na imparcialidade do órgão estatal que exerce a função jurisdicional.
COMENTÁRIOS:
A imparcialidade é uma das características essenciais da atividade
jurisdicional, mas que nem sempre está presente na atividade administrativa.
A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional
(Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o direito
cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do direito por
meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, monopolista e em
última instância.
RESPOSTA CERTA: C
COMENTÁRIOS:
A Indeclinabilidade ou Inafastabilidade é o princípio processual
constitucional da Jurisdição consistente na regra de que nenhuma lesão ou ameaça
de lesão poderá ser afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas partes, que é
decorrência do direito fundamental de acesso ao poder judiciário (direito de ação).
Como o Estado detém o monopólio da jurisdição e as partes possuem direito
irrestrito à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela jurisdicional e
não apenas simples faculdade.
Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo para
decisão do magistrado. Todos têm direito de Ação de forma ampla, abstrata e
irrestrita, mesmo que, ao final, comprovem-se infundadas suas demandas. O
direito de ação é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do mérito
da questão.
RESPOSTA CERTA: C
COMENTÁRIOS:
RESPOSTA CERTA: E
COMENTÁRIOS:
Enrico Tullio Liebman é relacionado a teoria da ação. Liebman está
relacionado à teoria eclética da ação.
Nas lições de Rinaldo Mouzalas, Teoria Eclética: foi positivada pelo
sistema jurídico pátrio. Segundo ela, todos têm direito de ação, mesmo que não
exista violação ou ameaça ao direito material pleiteado. O direito de ação é,
portanto, autônomo como concepção abstrata. Não é totalmente abstrato na
concepção originária da Teoria Eclética, porque, antes de o juiz se pronunciar sobre
o direito material, ele deve constatar se o autor tem direito de ação. A existência
do direito de ação fica condicionada ao preenchimento de certos requisitos,
chamado de condições da ação. Se estiverem presentes, o juiz não apreciará o
mérito, pois o autor é carecedor do direito de ação, sendo o processo extinto sem
resolução de mérito. (grifo do original, página 62)
RESPOSTA CERTA: C
COMENTÁRIOS:
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil os menores de 16 anos (art. 3º Código Civil). Os absolutamente incapazes não
podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, motivo pelo qual a sua vontade
deve ser suprida pela vontade de um representante.
São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e
os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade; os pródigos (art. 4º do Código Civil).
Os relativamente incapazes apenas não podem exercer certos atos ou
não os pode exercer de determinada maneira, motivo pelo qual, precisam da
assistência de um terceiro. A vontade dos relativamente incapazes é auxiliada pela
vontade de um assistente, por meio da assistência.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 18. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Técnico
Judiciário.
Com relação à jurisdição, à competência e à capacidade de ser parte, julgue os
itens que se seguem.
A jurisdição, como função soberana do Estado, é regulada pelo direito
processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o
denominado direito privado.
COMENTÁRIOS:
O direito material regula a vida em sociedade, atribuindo direitos e
obrigações às pessoas. Surgindo conflito de interesses, não resolvido
consensualmente pelos próprios litigantes, o Estado é chamado a intervir,
determinando a quem cabe o bem da vida disputado. Essa intervenção estatal é
chamada de jurisdição. A atividade jurisdicional disciplina o exercício do poder. O
objeto do direito processual é disciplinar a jurisdição.
Direito processual não cria direitos, mas tem a função de declarar
direitos existentes; disciplina a jurisdição e institutos afins, daí inserido no ramo do
direito público, vez que disciplina o modo e os limites em que o poder é exercido.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 19. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Oficial de
Justiça.
Com referência a processos e procedimentos no âmbito do direito processual civil,
julgue os itens que se seguem.
Segundo o princípio da improrrogabilidade da jurisdição, é correto afirmar que
os órgãos judiciários superiores podem suprimir a competência do juiz natural.
COMENTÁRIOS:
Em regra, a jurisdição é improrrogável, cabendo ao juiz atuar dentro
dos limites de competência fixados pela lei. A jurisdição, exercida dentro de um
dado território, é una. Não se admite a prorrogação da jurisdição.
É admissível a prorrogação da competência, não da jurisdição.
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 20. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TST. Prova: Analista
Judiciário.
A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos
conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, julgue
os itens seguintes.
A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária.
COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.
Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/PadraoRespos
taDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
No Brasil, vigora o princípio da unidade da jurisdição – a jurisdição é
una, que indicar ser ela um poder único do Estado. Não se fala em jurisdição
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO: 02. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que
se segue.
O processo de execução, cujo objetivo consiste em dar efetividade a um
provimento judicial de mérito, é uma espécie do gênero processo de
conhecimento.
QUESTÃO: 03. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que
se segue.
Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide
submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do
processo contencioso, a composição entre as partes.
QUESTÃO: 05. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: STF. Prova: Analista
Judiciário.
No que se refere a jurisdição, julgue o item abaixo.
A atividade jurisdicional é exclusiva do Estado-juiz.
QUESTÃO: 18. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Técnico
Judiciário.
Com relação à jurisdição, à competência e à capacidade de ser parte, julgue os
itens que se seguem.
A jurisdição, como função soberana do Estado, é regulada pelo direito
processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o
denominado direito privado.
QUESTÃO: 19. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Oficial
de Justiça.
Com referência a processos e procedimentos no âmbito do direito processual
civil, julgue os itens que se seguem.
Segundo o princípio da improrrogabilidade da jurisdição, é correto afirmar
que os órgãos judiciários superiores podem suprimir a competência do juiz
natural.
QUESTÃO: 20. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TST. Prova: Analista
Judiciário.
A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são
resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse
tema, julgue os itens seguintes.
A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária.
GABARITOS OFICIAIS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E E C E E C C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C C C E C E E E E
RESUMO DA AULA
Princípios da Jurisdição:
1. Inevitabilidade – após as partes submeterem seu litígio à
jurisdição estatal, não poderão posteriormente furtar-se ao
cumprimento da decisão exarada (a execução da decisão
jurisdicional será inevitável para as partes do processo após a
deflagração do processo judicial).
2. Indeclinabilidade ou Inafastabilidade – é o princípio
processual constitucional da Jurisdição consistente na regra
de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser
afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas
partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao
poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o
monopólio da jurisdição e as partes possuem direito irrestrito