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Direito Processual Civil – Novo CPC – Analista e Técnico

Aula 00 - Aula Demonstrativa


Prof. Ricardo Gomes

Aula 0
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
NOVO CPC
TEORIA E EXERCÍCIOS
Professor: Ricardo Gomes

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Direito Processual Civil – Novo CPC – Analista e Técnico
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Breve Apresentação

Prezado(as) Concurseiros(as) de Plantão,


É com muito prazer que inicio o Curso de Teoria e Exercícios de
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – REGULAR!
Obs: este curso já é de acordo com o NOVO CPC! Em vigor a
partir de 17 de MARÇO de 2016!
Para quem ainda não me conhece, segue a minha breve
apresentação:
Meu nome é RICARDO GOMES, sou Bacharel em Direito pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA), formado no ano de 2007. Dei o primeiro
passo na caminhada pelos concursos públicos no mesmo ano, quando fui
aprovado exatamente no concurso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). nos
anos de 2006/2007. Após isso, fui aprovado nos concursos do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), do Tribunal Superior do
Trabalho (TST) e da Controladoria-Geral da União (CGU), no ano de 2008. Por
último, logrei êxito no concurso para o cargo de Procurador do Banco Central do
Brasil (BACEN), em 2009/2010.
Assim, também sou concurseiro igual a vocês! Atire a primeira
pedra quem não é ou não foi! Rsrs.
Trabalhei por mais de 1 ano no TSE. Posteriormente, trabalhei no
TJDFT e, desde 2008, atuo como Analista de Finanças e Controle da
Controladoria-Geral da União (CGU).
Por derradeiro, fui aprovado em 7º lugar para Consultor da
Câmara dos Deputados – Área 2 (Direito Processual Civil, Civil e
Internacional) em 2014.
Registro que também fui aprovado e nomeado no Concurso do
MPU de 2006, como Analista Judiciário – Área Judiciária.

Ricardo Gomes

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Por sua aprovação!

Metodologia e Conteúdo do Curso

Registro que nos Cursos de Legislação Específica de concursos


pretéritos (TJDFT, CNJ, STJ, TST, TSE, MP/RJ, MP/PI, TREs, TRTs e TJs
Estaduais) nós abarcamos, em todos eles, 100% das questões cobradas na
prova! A nossa intenção é repetir a mesma experiência nos concursos futuros!!
Portanto, aos estudos!
Com o estudo desse material, você, Aluno, não precisará preocupar-
se com a aquisição de outros materiais adicionais ou Livros de Legislação. A
dica é estudar as Aulas Teóricas, fazer os Exercícios Comentados, ler a lei seca
e repetir os exercícios com gabarito.
Aconselho a ler o material pelo menos 3 VEZES, deixando 1 delas
para a última semana antes da prova.
Uma das grandes vantagens dos Cursos do Ponto dos Concursos
elaborados para determinados concursos é a abordagem específica de CADA
PONTO DO EDITAL, fechando todas as lacunas possíveis de matérias e
questões a serem cobradas pelo examinador.
Os livros (doutrina), a despeito de trazerem uma maior vastidão de
assuntos, são muito pouco específicos, objetivos e direcionados para a sua
prova. Por outro lado, os Cursos do Ponto, de uma maneira geral, tentam levar
ao aluno os principais tópicos a serem cobrados na prova, com base em cada
item do edital, com comentários teóricos e por meio de exercícios de fixação
dos assuntos especificamente estudados nas aulas.
Seguindo a linha de nossos Cursos ministrados no Ponto dos
Concursos, este Curso para terá um CARÁTER PRÁTICO, voltado para o que,
efetivamente, vem sendo cobrado nas últimas provas de concursos.
Além do conhecimento e embasamento teórico que o aluno tem que
dominar, é fundamental na preparação para concursos que o aluno faça e

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refaça quantos exercícios puder das matérias a ser estudadas, para que os
conhecimentos apreendidos sejam verdadeiramente solidificados, aperfeiçoados
e lapidados.
Prova disso é que, mesmo após ser realizada uma leitura atenta e
debruçada sobre determinado material, quando vamos responder às questões
ficamos com um “montão” de dúvidas. Parece até que não aprendemos direito,
e ai dizemos: “mas eu estudei isto? como não sei responder à questão?”
Nestes casos, o aluno aprende, mas às vezes a sua visão e
entendimento não foi pontual, não memorizou os pontos mais relevantes,
correndo o risco de errar questões relativamente fáceis pela ausência de prática
e por não ter visto o assunto com “outros olhos”, outro viés.
Desse modo, os exercícios propiciam exatamente isto aos alunos:
lapidarem seus conhecimentos teóricos para atentarem facetas não
percebidas ao longo do estudo teórico, além também de revisarem e
rememorarem a teoria.
Desse modo, teremos uma parte teórica, com destaques e dicas dos
pontos altos, e uma lista de várias questões comentadas!
Abarcaremos, ademais, os aspectos mais relevantes da legislação,
da Constituição Federal e da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, na
trilha do que tem cobrado as organizadoras, evitando-se as indesejáveis
discussões teórico-doutrinárias (ineficientes para provas!), pouco frutíferas para
o resultado almejado pelos concursandos, que é saber o necessário para
gabaritar as questões de Direitos Humanos.
Predisponho-me a ser um orientador dos estudos de cada um de
vocês, e não um Professor que passa o conhecimento eminentemente técnico.
Ao final de cada aula, farei um RESUMO do assunto abordado,
destacando os pontos mais relevantes.
Creio que, com a exaustiva resolução de questões e com uma metodologia mais
prática e didática, conseguiremos fechar a matéria de DIREITO
PROCESSUAL CIVIL! Na última prova nós conseguimos 100% das questões

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dentro do curso!! Até porque comentaremos exaustivamente todos os pontos


do Edital listados abaixo, sem qualquer lacuna.
Obs: O Curso tem por foco estudar os tópicos do Edital com base em
Editais de Analista e Técnico de Tribunais, Ministério Público,
Defensorias Públicas, etc. Nessas provas conseguimos 100% das
questões ao longo do Curso.
Com isso, o foco do estudo é para esse nível de Concursos, não sendo
adequado para Advocacia Pública, Defensor Público, Magistratura e
Ministério Público.
Obs 2: o Curso será estudado com Questões do antigo CPC, posto que
até o momento temos poucas questões do CPC novo. Contudo, até a
finalização do Curso, comentaremos em arquivos extras as questões já
disponibilizadas pelas bancas examinadoras abarcando o novo CPC.

Gente, é assunto “pra caramba”!! Portanto, aos estudos!


Conteúdo do Curso:
AULA 0 – Da Jurisdição.
AULA 1 – Da Ação. – Parte 1.
AULA 2 – Da Ação. – Parte 2.
AULA 3 – Das Normas Processuais Civis. – Parte 1.
AULA 4 – Das Normas Processuais Civis. – Parte 2.
AULA 5 – Dos Limites da Jurisdição Nacional; Da Cooperação
Internacional; Da Competência Interna; Da Cooperação Nacional. –
Parte 1.
AULA 6 – Dos Limites da Jurisdição Nacional; Da Cooperação
Internacional; Da Competência Interna; Da Cooperação Nacional. –
Parte 2.
AULA 7 – Dos Sujeitos do Processo: Das Partes e dos Procuradores. –
Parte 1.
AULA 8 – Dos Sujeitos do Processo: Das Partes e dos Procuradores. –
Parte 2.

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AULA 9 – Dos Sujeitos do Processo: Do Litisconsórcio e da Intervenção


de Terceiros. – Parte 1.
AULA 10 – Dos Sujeitos do Processo: Do Litisconsórcio e da Intervenção
de Terceiros. – Parte 2.
AULA 11 - Dos Sujeitos do Processo: Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça.
– Parte 1.
AULA 12 - Dos Sujeitos do Processo: Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça.
– Parte 2.
AULA 13 - Dos Sujeitos do Processo: Do Ministério Público, Da
Advocacia Pública e Da Defensoria Pública. – Parte 1.
AULA 14 - Dos Sujeitos do Processo: Do Ministério Público, Da
Advocacia Pública e Da Defensoria Pública. – Parte 2.
AULA 15 – Dos Atos Processuais: Da Forma, do Tempo e do Lugar dos
Atos Processuais. – Parte 1.
AULA 16 – Dos Atos Processuais: Da Forma, do Tempo e do Lugar dos
Atos Processuais. – Parte 2.
AULA 17 - Dos Atos Processuais: Dos Prazos, Da Comunicação dos Atos
Processuais, Das Nulidades, Da Distribuição e do Registro, Do Valor da
Causa. – Parte 1.
AULA 18 - Dos Atos Processuais: Dos Prazos, Da Comunicação dos Atos
Processuais, Das Nulidades, Da Distribuição e do Registro, Do Valor da
Causa. – Parte 2.
AULA 19 – Da Tutela Provisória: Das Disposições Gerais, Da Tutela de
Urgência, Da Tutela da Evidência. – Parte 1.
AULA 20 – Da Tutela Provisória: Das Disposições Gerais, Da Tutela de
Urgência, Da Tutela da Evidência. – Parte 2.
AULA 21 – Formação, Suspensão e extinção do processo. Procedimento
Comum: Das Disposições Gerais, Da Petição Inicial, Da Improcedência
Liminar do Pedido, Da Audiência de Conciliação ou de Mediação. – Parte
1.

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AULA 22 – Formação, Suspensão e extinção do processo. Procedimento


Comum: Das Disposições Gerais, Da Petição Inicial, Da Improcedência
Liminar do Pedido, Da Audiência de Conciliação ou de Mediação. – Parte
2.
AULA 23 – Procedimento Comum: Da Contestação, Da Reconvenção, Da
Revelia, Das Providências Preliminares e do Saneamento, Do
Julgamento Conforme o Estado do Processo, Da Audiência de Instrução
e Julgamento. – Parte 1.
AULA 24 – Procedimento Comum: Da Contestação, Da Reconvenção, Da
Revelia, Das Providências Preliminares e do Saneamento, Do
Julgamento Conforme o Estado do Processo, Da Audiência de Instrução
e Julgamento. – Parte 2.
AULA 25 - Procedimento Comum: Das Provas (Teoria Geral da Prova e
Provas em Espécie). – Parte 1.
AULA 26 - Procedimento Comum: Das Provas (Teoria Geral da Prova e
Provas em Espécie). – Parte 2.
AULA 27 – Procedimento Comum: Da Sentença e Da Coisa Julgada. Da
Liquidação de Sentença. – Parte 1.
AULA 28 – Procedimento Comum: Da Sentença e Da Coisa Julgada. Da
Liquidação de Sentença. – Parte 2.
AULA 29 – Do Cumprimento da Sentença. – Parte 1.
AULA 30 – Do Cumprimento da Sentença. – Parte 2.
AULA 31 – Dos Procedimentos de Jurisdição Voluntária. Das
Disposições Gerais.
Do Processo de Execução. Da Execução em Geral: Disposições Gerais.
Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões
judiciais. – Parte 1.
AULA 32 – Dos Procedimentos de Jurisdição Voluntária. Das
Disposições Gerais.

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Do Processo de Execução. Da Execução em Geral: Disposições Gerais.


Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões
judiciais. – Parte 2.

Obs: Sempre aconselho aos alunos a acompanharem a parte aberta


do Curso, no Campo AVISOS, espaço onde postamos eventuais recados e
informes durante a vigência do Curso, inclusive de possíveis alterações nas
datas das aulas. 1

1
Obs: o cronograma das Aulas poderá ser alterado a qualquer tempo mediante prévio aviso aos Alunos na parte aberta do
curso, no Campo AVISOS.

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AULA DEMONSTRATIVA

1. Da Jurisdição.

Os conflitos do homem são inerentes à sociedade humana. Desde os


primórdios, nas primeiras civilizações, o homem buscou formas de solução dos
conflitos e contendas existentes, sejam individuais, sejam coletivas.
O conflito de interesses surge quando alguém deseja satisfazer
determinada necessidade e outro não atende àquela demanda, formando a
chamada LIDE (conflito de interesses qualificado por uma pretensão de uma
parte resistida pela outra).
Para por fim aos conflitos humanos foram criados diversos
mecanismos pacificadores no seio social, desde a figura do líder religioso da
comunidade, o pajé na tribo indígena, mãe e pai de santo nas religiões afro,
autotutela ou autodefesa, etc. Com a evolução social, modernamente foram
instituídos outros instrumentos tão ou mais eficazes para a pacificação social,
entre eles a Arbitragem e a Jurisdição (esta com a participação poderosa do
Estado na solução definitiva dos conflitos).
Destaca-se abaixo as formas mais conhecidas para composição dos
litígios:
1. AUTOTUTELA – a solução do conflito é realizada por simples
imposição de uma vontade sobre a outra. Esta forma de
resolução das contendas sociais remonta aos tempos antigos,
quando o Estado não se mostrava presente, obrigando ao lesado

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a defender-se pessoalmente contra eventual ofensor. Nos tempos


atuais ainda temos resquícios dessa espécie primária de
composição dos litígios, como por exemplo: Legítima Defesa
Penal (art. 23 do Código Penal); Desforço imediato nas ações
possessórias; Estado de Necessidade Penal, entre outros
tantos casos.
Vale registrar que o exercício da Autotutela fora das hipóteses
expressamente previstas em lei, pelo particular, é considerado
Crime de Exercício Arbitrário das próprias razões, se for pelo
Estado, será considerado abuso de poder. Isto porque, hoje, a
regra é que os litígios sejam levados ao Poder Judiciário para sua
solução.
2. AUTOCOMPOSIÇÃO – é a busca amigável entre as partes
inicialmente conflitantes, sem a imposição de vontades de um
parte sobre a outra, para por fim ao combate de interesses. É
uma forma de solução do conflito pelo consentimento dos
litigantes em sacrificar suas intenções parciais em prol de uma
solução final para o embate. São 3 Formas de Autocomposição:
a. Transação – na transação ambas as partes renunciam a
parcela de suas pretensões (autor renuncia de parte de
seus pedidos e réu reconhece parcialmente a procedência
das alegações do autor). Resumo: concessões mútuas na
busca de uma solução comum para ambas as partes.
b. Submissão – é o reconhecimento jurídico do pedido do
autor pelo réu, isto é, o réu reconhece de forma livre as
alegações do autor, entregando sem resistência o quanto
por ele solicitado. Exemplo: locador e locatário de imóvel
em conflito, por inadimplência deste, assinam contrato em
que o locatário obriga-se a desocupar o imóvel em um
determinado período de tempo (o conflito foi resolvido por
submissão do locatário às pretensões do locador –

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reconheceu o pedido do autor).


c. Renúncia – é a desistência do autor, lesado em seu
direito, de continuar na busca da efetivação de sua
pretensão. Neste caso o autor é que abre mão de seu
direito.
Em todo caso, a Autocomposição instrumentaliza-se por
meio de um negócio jurídico entre as partes (Ex: Contrato;
termo de consentimento ou qualquer outra forma de
manifestação de vontade das partes concordantes).

3. ARBITRAGEM – é uma técnica de solução dos litígios por meio


da participação de um TERCEIRO não interessado na causa
(imparcial), que decidirá, a pedido das partes, o conflito entre
elas estabelecido. A Arbitragem é regulada pela Lei nº
9.307/1996, sendo por natureza voluntária (escolha das partes,
nunca por imposição) e somente poderá ser contratada por
pessoas capazes para solução de direitos patrimoniais
disponíveis.
Para firmarem o acordo pela Arbitragem como forma de
solucionar o conflito, as partes podem estabelecer de forma
prévia e abstrata que qualquer divergência entre elas poderá ser
resolvida por arbitragem (Cláusula compromissória), ou
estabelecer posteriormente e de forma concreta que o litígio já
existente e específico será resolvido pela arbitragem
(Compromisso arbitral).
 Cláusula Compromissória – prévia e abstrata
definição de arbitragem futura.
 Compromisso Arbitral – posterior e concreta
definição de arbitragem atual.

Lei nº 9.307/1996

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Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da


arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
O Novo CPC permite expressamente a arbitragem e promove a
solução consensual dos conflitos por meio de qualquer procedimento alternativo
(conciliação, mediação, e outros métodos).
CPC – 2016
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão
a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.

4. JURISDIÇÃO – etimologicamente, significa “dizer o direito”, pois


vem de “juris” (direito) e “dictio” (dizer). Em linguagem simples,
a jurisdição é a forma do ESTADO, por meio da autoridade
judicial, de dizer o direito ao caso posto. Veremos à frente em
maiores detalhes a Jurisdição e suas peculiaridades.

Conceito de Jurisdição.
A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional
(Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o direito
cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do direito
por meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, monopolista e
em última instância.

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Segundo Ada Pelegrine Grinover, em clássica definição, a jurisdição


é a “função do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos
interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito
que os envolve com justiça”.
O conceito de jurisdição guarda 3 (três) vertentes diversas, que vale
detalhar para melhor entendimento:
o Jurisdição como Poder – a jurisdição é exercido de forma
monopolista, ou seja, o Estado chama para si a
responsabilidade de solucionar os conflitos sociais que a ele
são reclamados, transformando-se em Poder Estatal de decidir
os conflitos a ele apresentados. A jurisdição como poder é
manifestação da capacidade do Estado de impor suas decisões
jurisdicionais sobre o caso concreto das partes. Aqui é o
Estado com sua “mão de ferro”.
o Jurisdição como Função Estatal – a jurisdição é uma das
funções ou finalidades do Estado, a de pacificação social e
realização da justiça no caso concreto.
o Jurisdição como Atividade – a jurisdição também pode ser
conceituada como os atos materiais e visíveis (atos do
processo judicial no plano prático) desenvolvidos pelos Juízes,
investidos pelo Estado no poder de julgar.

Finalidade da Jurisdição.
A jurisdição tem 3 (três) grandes objetivos:
1. Objetivo Jurídico – aplicar o direito previsto na Lei (nas
normas jurídicas) ao caso concreto.
2. Objetivo Social – pacificar a sociedade, promovendo o bem
comum e eliminando os conflitos existentes.
3. Objetivo Político – realizar a justiça, afirmar o poder
jurisdicional e preservar os direitos fundamentais do homem.

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Princípios da Jurisdição:
1. Inevitabilidade – após as partes submeterem seu litígio à
jurisdição estatal, não poderão posteriormente furtar-se ao
cumprimento da decisão exarada (a execução da decisão
jurisdicional será inevitável para as partes do processo após a
deflagração do processo judicial).
2. Indeclinabilidade ou Inafastabilidade – é o princípio
processual constitucional da Jurisdição consistente na regra
de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser
afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas
partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao
poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o
monopólio da jurisdição e as partes possuem direito irrestrito
à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela
jurisdicional e não apenas simples faculdade.
Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo
para decisão do magistrado. Todos têm direito de Ação de
forma ampla, abstrata e irrestrita, mesmo que, ao final,
comprovem-se infundadas suas demandas. O direito de ação
é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do
mérito da questão.
CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
Peculiaridades relevantes acerca do Princípio da
Inafastabilidade/Indeclinabilidade, algumas das quais
destaco abaixo:
a. Não necessidade de esgotamento das instâncias
administrativas para pleitear apreciação da questão na

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esfera judicial – No Brasil vige o sistema de jurisdição


UNA, isto é, apenas um único Poder Estatal detém a
capacidade de decidir os conflitos, não havendo a
chamada Jurisdição Administrativa independente.
Exemplo: se um contribuinte de imposto entende como
indevida a cobrança Receita Federal, poderá recorrer
administrativa da cobrança, mas não ficará vinculado ao
término do processo administrativo para que possa,
eventualmente, apresentar a mesma celeuma no âmbito
judicial; decisões administrativas do Conselho de Defesa
Econômica (CADE) são plenamente controláveis
mediante acionamento do Poder Judiciário (lembrar que
tudo pode ser apreciado pelo Poder Judiciário);
b. Questões Esportivas – é a única exceção
constitucional ao Princípio da Inafastabilidade. Assim,
para que seja submetido ao Poder Judiciário alguma
questão tormentosa na esfera da justiça desportiva,
será necessário o prévio esgotamento daquela instância
para que sejam posteriormente remetidas ao Poder
Judiciário.
CF-88
Art. 217
§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e
às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da
justiça desportiva, regulada em lei.
c. Impossibilidade de definição legal de condicionantes
ao acesso ao Poder Judiciário.

3. Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida


pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na
função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a

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jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder


jurisdicional.
Para ser investido regularmente na condição de Juiz
(Magistrado), a pessoa tem que ser aprovada em concurso
público de provas e títulos ou terá que ser nomeada para
Tribunais de Justiça, Tribunais Federais e Tribunais
Superiores, nas diversas formas previstas na Constituição
Federal (todas são formas de investidura regular na atividade
jurisdicional, que legitimam sua atuação funcional). Assim,
um Delegado de Polícia jamais poderá praticar atos exclusivos
da esfera judicial, posto não ter sido investido regularmente
no cargo de Juiz.

4. Indelegabilidade – o Juiz não pode delegar suas funções,


pois as exerce de forma exclusiva. É possível, contudo,
delegações da prática de atos por outros Juízes (ex: cartas de
ordem; cartas precatórias, etc), mas jamais para outros
órgãos diversos da atividade judicante (Exemplo: o mesmo
caso do Delegado de Polícia).

5. Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a


jurisdição não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende
de provocação das partes para início do processo). Este
princípio decorre do Princípio da Imparcialidade, tendo em
vista que se um Juiz iniciasse um processo, certamente desde
já teria uma posição que adotaria em sua decisão. Este
princípio guarda exceções legais. Exemplo: execução
trabalhista pode ser deflagrada pelo Juiz, de ofício;
procedimentos de jurisdição voluntária, etc.
A Inércia foi insculpida no próprio texto do Código de
Processo Civil, nos termos abaixo:

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CPC - 2016
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
À regra da Inércia há exceções previstas em Lei, que
permitem o início excepcional do processo por provocação das
partes (Exemplo: Execução Trabalhista de verbas definidas;
Execução Penal; início do processo de inventário, se os
legitimados não o fizerem no prazo conferido pela Lei;
decretação da falência de empresa em recuperação judicial,
etc). Estas e outras exceções apenas confirmam a REGRA de
que o Juiz deve ser INERTE.

6. Aderência ou Territorialidade – o exercício da jurisdição


deve estar previamente vinculado a uma determinada zona
territorial, isto é, os Juízes têm autoridade jurisdicional tão
somente no território específico que exercem suas funções, o
chamado FORO. Na Justiça Estadual o Foro é a Comarca. Na
Justiça Federal, é a Seção Judiciária; Na Justiça Eleitoral é a
Zona Eleitoral. Este é o chamado Princípio da Aderência – a
jurisdição está aderente apenas à região geográfica de seu
exercício. Exemplo: o Juiz do STF tem jurisdição em todo o
país; o Juiz da capital de um determinado Estado tem
competência somente naquela região.
7. Unicidade – a jurisdição é UNA, não havendo divisões
internas da própria jurisdição, mas tão somente de seu
exercício. Assim, as classificações das Justiças (Comum e
Especial, entre outras) são apenas para caracterização e
definição de competências, não se tratando de diversas
jurisdições.
8. Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império,
substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto.

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Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não


conseguem por si próprias com seus litígios.
9. Definitividade – aptidão para formação da coisa julgada. A
jurisdição tem o condão de tornar suas decisões imutáveis.
10. Improrrogabilidade – a jurisdição não pode ser
exercida por Juiz incompetente, sendo os limites da jurisdição
estabelecidos na Constituição Federal.
11. Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do
Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois
específicos dispositivos do art. 5º da Constituição Federal
(incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido
regularmente na jurisdição (investidura) e com competência
constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos.
É aquele previsto antecedentemente, com competência
abstrata e geral, para julgar matéria específica prevista em
lei.
A CF-88, ao instituir o Princípio visa coibir a criação de órgãos
judicantes para julgamento de questões depois do fato (ex
post facto) ou de determinadas pessoas (ad personam).
O Princípio do Juiz Natural pode ser visualizado sob 2 (dois)
prismas diversos:
1. Juiz Natural em sentido Formal – consagra 2
(duas) garantias básicas:
a. proibição de Tribunal de Exceção (art. 5º,
XXXVII)
b. respeito às regras objetivas de determinação de
competência jurisdicional (art. 5º, LIII).
Proibição de Tribunal de Exceção - O Tribunal de Exceção
é um órgão jurisdicional criado excepcionalmente para julgar
determinada causa, consistindo em um juízo extraordinário. É
o caso de criar um órgão judicial para julgar um específico

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conflito. Exemplo: Tribunal Penal que julgou Saddan Russen


(apesar das barbáries que ele cometeu, vocês acham que ele
seria julgado de forma imparcial?); Tribunal de Nuremberg,
criado para julgar os crimes dos nazistas após a 2ª Guerra
Mundial.
O Tribunal de Exceção é o chamado de Juízo, Tribunal ad hoc
(para o caso), ou ex post facto (juízo designado após o fato)
ou ad personam (para determinada pessoa).
O Princípio do Juiz Natural garante a imparcialidade das
decisões judiciais. Portanto, é uma garantia constitucional ser
julgado por um juiz que já está posto. O Juiz Natural é o único
que pode ser imparcial.
No Processo Civil poderá ser atentado contra o Princípio
quando o Presidente do Tribunal designa unilateralmente um
Juiz para julgar determinada causa, sem passar o processo
pela distribuição eletrônica (critério objetivo e abstrato de
distribuição das ações entre os juízes disponíveis).
Respeito às regras objetivas de determinação de
competência jurisdicional.
Além da proibição de Tribunal de Exceção, o Juiz Natural em
sentido Formal garante que o Juízo seja competente para
julgar a causa. Essa competência tem que ser fixada de
acordo com as regras legais processuais de determinação de
competência (critérios objetivos de fixação de competência). É
a lei que atribui a competência para o Juiz (ele não escolhe a
causa, nem a causa escolhe o juiz).
As regras gerais de determinação de competência,
previamente estabelecidas, fixam a competência do Juiz. Uma
ação não pode ser distribuída deliberadamente para um Juiz
específico sem um motivo legal para tanto. A distribuição
objetiva e imparcial dos processos é uma forma de garantir o

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Juiz Natural. Por isso, violar a distribuição eletrônica de


processos é violar o Juiz Natural.
Frise-se que é a lei é quem cria as regras de competência,
bem como os modos de sua alteração. O que é vedado é o
próprio Juiz pleitear a alteração das regras que fixaram a sua
competência. Assim, a garantia do Juiz Natural veda o Poder
de Avocação de processos por parte de Magistrado.
CF-88
Art. 5
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente;
2. Juiz Natural em sentido Material – é a garantia da
imparcialidade do Juiz. Todo magistrado deve exercer
sua função de forma imparcial, equidistante das
partes. É garantia da Justiça Material (independência
e imparcialidade dos Magistrados).
Portanto, Juiz Natural é o Juiz Competente (dimensão Formal) e
Imparcial (dimensão Material).

Jurisdição Contenciosa e Voluntária.


O novo Código de Processo Civil (CPC) classifica a Jurisdição em
Contenciosa e Voluntária. A jurisdição voluntária é assunto específico
estudado em detalhes em aula específica. O Novo CPC prevê a partir do art.
719 e seguintes.
CPC
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em
todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Portanto, a Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais
espécies, que passamos a detalhar:

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o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita,


sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário,
consistente no poder de dizer o direito no caso concreto,
solucionando as lides em substituição aos interesses das
partes.
o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e
fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há
muita discussão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição
Voluntária, se também seria ou não propriamente uma
Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de
interesses privados).

Como estudamos, a Jurisdição Contenciosa é a própria jurisdição


do Estado, com todas as suas características, princípios e finalidades descritas.
De outro lado, cabe definir a natureza jurídica da Jurisdição Voluntária (se
seria jurisdição ou administração pública de interesses privados).
A Jurisdição Voluntária foi definida pelo legislador para os casos em
que o Juiz é chamado para atuar perante o particular como forma de
integração de sua vontade e de fiscalização de seus atos. Isto é, sem a
participação do Magistrado o interesse do particular não seria tutelado. Com
isso, o exercício dessa jurisdição tem uma finalidade clara: fiscalizar a atuação
do particular em hipóteses específicas em que haja interesse público envolvido.
O Juiz atua como um assistente das partes para a formalização
do ato. Exemplo: solicitação de notificação ou interpelação judicial do estado de
inadimplente perante o particular; procedimentos de justificação (produção de
prova antecipada, antes da instauração do processo); processo de interdição de
incapaz; processo de emancipação; homologação de acordo ou transação;
alienação de coisas; nomeação e destituição de tutores e curadores, etc, entre
tantos outros.
Para a chamada Doutrina CLÁSSICA, a Jurisdição Voluntária NÃO
é Jurisdição! Isto porque o Juiz figura como simples integrador e fiscalizador

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dos atos praticados pelos particulares, agindo como um Administrador Público


(não como um Juiz) de interesses privados. Para esta Doutrina Clássica, a
Jurisdição Voluntária seria materialmente Administrativa e
subjetivamente/formalmente Judiciária.
Elenco abaixo as características da Jurisdição Voluntária para a
Doutrina Clássica:
1. não há LIDE - por não haver brigas e conflitos, mas
apenas concurso ou convergência de vontades;
2. não há PARTES – por não haver lide, não há partes
parciais, mas apenas interessados;
3. o Juiz é um Administrador Público e não um Juiz;
4. não há a Substitutividade, tendo em vista que o Estado
não substitui a vontade das partes, mas a integra para
formalizar o ato (o Juiz se insere entre os participantes do
negócio jurídico);
5. não há Ação e nem Processo, mas apenas um simples
Procedimento;
6. não há Sentença de mérito, mas mera homologação de
acordo de vontades;
7. não há formação da Coisa Julgada (Definitividade) e
nem possibilidade de Ação Rescisória, tendo em vista ser a
jurisdição voluntária negócio jurídico consensual;

Para uma Doutrina mais Moderna, que vem crescendo em


aceitação no Brasil, a Jurisdição Voluntária é Jurisdição, pelos seguintes motivos
principais:
1. A não configuração de LIDE no início do processo não
significa que no processo de jurisdição voluntária não seja
possível o surgimento de conflito de interesses. Por isso, o
fato não haver Lide inicial não descaracterizaria a
Jurisdição Voluntária;

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2. Apesar de não existir conflito entre partes, o conceito de


PARTES do processo é aquela que postula e não
necessariamente quem seja litigante;
3. A função jurisdicional abrange a tutela de interesses
particulares sem litigiosidade, desde que exercida por
órgãos investidos das garantias necessárias de
impessoalidade e independência. Ou seja, a atuação da
jurisdição não está cingida à conformação do direito às
situações concretas, a solucionar conflitos, mas também a
tutelar também interesses de particulares, como órgão do
Estado;
4. O Juiz é uma autoridade imparcial e desinteressada, como
em qualquer atividade jurisdicional, diferentemente da
Administração Pública, que visa seus interesses parciais
(defesa legal dos interesses do Estado);
5. A Jurisdição Voluntária possui natureza Preventiva e não a
apenas de solucionar conflitos já existentes;
6. Existe um Processo Judicial de Jurisdição Voluntária
(Ação, Sentença, Apelação, etc). Note-se que os processos
de Jurisdição Voluntária são encerrados por Sentença, de
que cabe o Recurso de Apelação para o Tribunal, e não
por decisão administrativa;
CPC - 2016
Art. 724. Da sentença caberá apelação.
7. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade
estrita, podendo adotar em cada caso a solução que
considerar mais conveniente ou oportuna.
CPC - 2016
Art. 724.

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Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de


legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que
considerar mais conveniente ou oportuna.

Deve-se ressaltar que predomina ainda no Brasil (posição


majoritária) o entendimento da Doutrina Clássica, o de que a Jurisdição
Voluntária tem natureza de Administração Pública de interesses privadas,
isto é, que NÃO é jurisdição.
Resumo do entendimento acerca da Natureza Jurídica da
Jurisdição Voluntária:
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA
É atividade ADMINISTRATIVA É atividade JURISDICIONAL
NÃO há Jurisdição Há Jurisdição
NÃO há Processo, mas mero Há Processo
Procedimento
NÃO há Partes, mas Interessados Há Partes
Não há Coisa Julgada Há Coisa Julgada
NÃO há LIDE Pode haver LIDE
Juiz é Administrador Público Juiz é Juiz

Peculiaridades do Processo de Jurisdição Voluntária:


o São legitimados para dar início ao Processo de Jurisdição
Voluntária o INTERESSADO, do Ministério Público ou da
Defensoria Pública;
CPC NOVO
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes
formular o pedido devidamente instruído com os documentos
necessários e com a indicação da providência judicial.
o O CPC determina a INTERVENÇÃO obrigatória do

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Ministério Público em TODOS os procedimentos de


Jurisdição Voluntária. Todos os interessados devem ser
citados para manifestação em até 15 DIAS. A doutrina e a
jurisprudência defendem que o MP não intervirá em todo caso,
mas somente nos processos que versem sobre direitos
indisponíveis. Assim, o MP estaria autorizado a não intervir
nos procedimentos em que não ficasse caracterizada a
indisponibilidade dos direitos. De todo modo, devemos ter em
mente o que prevê o CPC.
CPC
Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento
especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as
disposições constantes desta Seção.
Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o
Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se manifestem,
querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.
o Há uma relativização do princípio da legalidade estrita no
âmbito dos procedimentos de Jurisdição Voluntária. O art. 724
do CPC que o Juiz não é obrigado a observar o critério da
legalidade estrita, podendo pautar seus atos na equidade e na
solução mais conveniente e oportuna ao caso.
O objetivo da norma é conferir ao Juiz em Jurisdição
Voluntária uma margem de discricionariedade maior para
decisão. Esta discricionariedade é maior tanto na condução do
processo, quanto em sua decisão, afastando um apego
exagerado às formalidades da lei. A intenção do legislador era
conferir uma decisão mais justa, mais oportuna e mais
adequada no âmbito da Jurisdição Voluntária, dando uma
maior elasticidade aos seus procedimentos. Com isso, fala-se
da utilização de um juízo de equidade e
discricionariedade.

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2. Da Ação.

Cena dos próximos capítulos, a ser estudada na próxima Aula


de nosso Curso de Processo Civil.

Pessoal, este foi apenas um aperitivo, tão-somente uma


demonstração de como serão as Aulas deste Curso. Na próxima Aula
continuaremos nosso estudo!
De todo modo, curtam alguns exercícios!!!!

Abaixo 2 listas de Exercícios: 1ª com comentários e a 2ª apenas


com gabarito.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO: 01. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: AGU. Prova: Advogado
da União.
Julgue o item a seguir, referente a jurisdição e competência no processo civil.
O procedimento em que o requerente manifesta sua pretensão de opção de
nacionalidade brasileira na condição de brasileiro nato, conforme os requisitos
previstos na CF, possui natureza de jurisdição voluntária e, nesse caso, a
sentença prolatada não faz coisa julgada material.

COMENTÁRIOS:
O procedimento de opção pela nacionalidade tem natureza jurídica de
jurisdição voluntária, daí a decisão não faz coisa julgada material.
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 02. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se
segue.
O processo de execução, cujo objetivo consiste em dar efetividade a um
provimento judicial de mérito, é uma espécie do gênero processo de
conhecimento.

COMENTÁRIOS:

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A Lei n. 11.232/05 alterou a Lei n. 5.869/73 – Código de Processo


Civil, para estabelecer a fase de cumprimento das sentenças no processo de
conhecimento e revogou dispositivos relativos à execução fundada em título
judicial.
A Lei n. 11.232/05 uniu, no mesmo processo, as fases de
conhecimento e de execução, que antes eram processadas em autos apartados.
Atualmente, a denominação usada é “processo sincrético” ou “sincretismo
processual”. Não se fala mais “processo de conhecimento” e em “processo de
execução”, mas sim em “fase de conhecimento” e “fase de execução”.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 03. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se
segue.
Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide
submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do processo
contencioso, a composição entre as partes.

COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.

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Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/PadraoRespos
taDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
É admitida, mesmo após a instauração do processo contencioso, a
composição entre as partes (exemplos: art. 139, V e 269, III, ambos do CPC).

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 04. Ano: 2014. Banca: CESPE. Órgão: Câmara dos Deputados.
Prova: Analista Legislativo.
Com referência a jurisdição, ação e competência, julgue os itens que se
seguem.
Embora o princípio da inércia da jurisdição proclame que nenhum órgão
jurisdicional prestará a tutela jurisdicional senão quando provocado na forma da
lei, é permitido ao juiz, de ofício, mandar arrecadar os bens do ausente e
nomear-lhe curador.

COMENTÁRIOS:
Segundo o art. 1.160, do CPC: o juiz mandará arrecadar os bens do
ausente e nomear-lhe-á curador na forma estabelecida no Capítulo antecedente.
Segundo Rinaldo Mouzalas:
Inércia: a jurisdição não é prestada de ofício (“ne procedat iudex ex
officio”), pelo que a atividade jurisdicional só se desenvolve quando
provocada. O órgão jurisdicional só pode prestar tutela quando a parte
ou o interessado a requerer, porque o processo civil, conquanto se
desenvolva por impulso oficial, começa por iniciativa. A iniciativa das
partes, na movimentação da máquina judiciária, é garantia da
imparcialidade do juiz, que não promoverá por interesse pessoal o
deslinde da demanda. [...]
Há, porém, exceções à inércia, como, por exemplo, no caso dos

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processos de inventário, onde o juiz tem o dever de ofício de iniciar o


inventário, caso nenhuma das partes que a lei confere legitimidade e
interesse processual o requerer no prazo legal. (Processo Civil, volume
único, 7ª edição).

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 05. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: STF. Prova: Analista
Judiciário.
No que se refere a jurisdição, julgue o item abaixo.
A atividade jurisdicional é exclusiva do Estado-juiz.

COMENTÁRIOS:
Nas lições de Leonardo Greco, através da obra Instituições de Processo
Civil: Jurisdição conceitua-se como função preponderantemente estatal, exercida
por um órgão independente e imparcial, que atua a vontade concreta da lei na
justa composição da lide ou na proteção de interesses particulares.
O autor continua: No nosso tempo, no estágio de desenvolvimento das
relações Estado-cidadão a que os europeus chegaram após a Segunda Guerra e a
que nós chegamos com a Constituição de 1988, muitos entendem que a jurisdição
não precisa ser necessariamente uma função estatal, porque a composição de
litígios e a tutela de interesses particulares podem ser exercidas por outros meios,
por outros órgãos, e até por sujeitos privados, seja através da arbitragem, seja
através da justiça interna das associações.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 06. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT. Prova: Técnico
Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
A jurisdição compreende apenas dois poderes, o poder de coerção, que se
manifesta, por exemplo, quando o juiz ordena intimações de partes ou

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testemunhas, e o poder de decisão, que se manifesta, por exemplo, quando o


juiz redige a sentença.

COMENTÁRIOS:
É firme o entendimento doutrinário, segundo o qual: A jurisdição
abrange três poderes básicos: decisão, coerção e documentação. Pelo primeiro, o
Estado-juiz tem o poder de conhecer a lide, colher provas e decidir; pelo segundo,
o Estado-juiz pode compelir o vencido ao cumprimento da decisão; pelo terceiro, o
Estado-juiz pode documentar por escrito os atos processuais.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 07. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT. Prova: Técnico
Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
Na jurisdição voluntária não há processo, mas procedimento, ao contrário do
que ocorre em relação à jurisdição contenciosa.

COMENTÁRIOS:
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 08. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: TJ-RR. Prova: Analista
Processual.
A jurisdição, que tem por finalidade compor os conflitos de interesses,
resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei, constitui uma das funções
de soberania do Estado. A respeito dessa função estatal, julgue os itens
subsequentes.

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Segundo a doutrina, o juízo de conciliação configura uma das categorias dos


atos de jurisdição voluntária.

COMENTÁRIOS:
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
Ensina o professor Leonardo Greco: a jurisdição voluntária é uma
modalidade de atividade estatal ou judicial, em que o órgão que a exerce tutela
assistencialmente interesses particulares, concorrendo com o seu conhecimento ou
com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficácia de um ato da vida
privada, para a formação, o desenvolvimento, a documentação ou a extinção de
uma relação jurídica ou para a eficácia de uma situação fática ou jurídica. [...] nos
atos da vida privada das pessoas, há situações fáticas ou relações jurídicas que,
independentemente da existência de uma lide, podem ser formadas, modificadas,
documentadas, extintas ou produzir efeitos, com a intervenção de uma autoridade
estatal. Quando essa autoridade é um juiz, costuma-se qualificar o procedimento
como um procedimento de jurisdição voluntária. (Instituições de Processo Civil).
Segundo Humberto Dalla B. de Pinho, conciliação é entendida como a
atuação do Estado-juiz em audiência ou no curso do processo, no sentido de
interagir com as partes, facilitando o entendimento entre elas, apresentando-lhes
soluções ainda não propostas por elas próprias e auxiliando-as na obtenção de um
acordo. A conciliação é gênero de que são espécies a imposição, a submissão e a
transação, que se diferenciam de acordo com a intensidade da disposição de
direitos efetivada pelas partes (Direito Processual Civil Contemporâneo).
Na jurisdição voluntária, a atuação do Estado, por opção legislativa, é
obrigatória. Prescreve o CPC, em relação ao procedimento de conciliação (art.
448): antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes. Chegando a
acordo, o juiz mandará tomá-lo por termo. A participação do juiz ou do conciliador
é obrigatória, embora prevaleça a vontade das partes.
O juízo de conciliação configura uma das categorias dos atos de
jurisdição voluntária, considerando: prevalência de interesse privado combinada

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com a exigência de intermediação do Estado-juiz na resolução do conflito pelas


partes.
Embora a questão tenha sido considerada como correta, a doutrina
mais moderna considera a conciliação como um equivalente jurisdicional (forma
não-jurisdicional de solução de conflitos), não como procedimento de jurisdição
voluntária.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 09. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-ES. Prova: Defensor
Público.
Acerca dos princípios da jurisdição, julgue o item abaixo.
O princípio da inafastabilidade diz respeito à vinculação obrigatória das partes ao
processo, que passam a integrar a relação processual em um estado de sujeição
aos efeitos da decisão jurisdicional.

COMENTÁRIOS:
O princípio da indeclinabilidade ou da inafastabilidade da jurisdição
(inafastabilidade do controle jurisdicional) está inscrito no inciso XXXV, da CF,
segundo o qual: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
Segundo o art. 4º, da Lei de Introdução as Normas do Direito
Brasileiro: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Portanto, órgão jurisdicional não poderá deixar de dirimir litígios
nem mesmo diante da existência de lacunas na lei.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 10. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista
Judiciário.

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Julgue os itens de 33 a 40, relativos a direito processual civil.


A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também denominada
graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por juízes, cuja
atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a jurisdição
voluntária se caracterize pela administração de interesses privados pelos órgãos
jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente.

COMENTÁRIOS:
A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em
todo o território nacional. A jurisdição voluntária também denominada de jurisdição
graciosa ou de jurisdição administrativa.
A jurisdição voluntária distingue-se da contenciosa por algumas
características, a saber: na voluntária não há ação, mas pedido; não há processo,
mas apenas procedimento; não há partes, mas interessados; não produz coisa
julgada, nem há lide. (STJ. REsp 238573/SE. DJU 09.10.00)
Ensina o professor Leonardo Greco: a jurisdição voluntária é
uma modalidade de atividade estatal ou judicial, em que o órgão que a exerce
tutela assistencialmente interesses particulares, concorrendo com o seu
conhecimento ou com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficácia de
um ato da vida privada, para a formação, o desenvolvimento, a documentação ou a
extinção de uma relação jurídica ou para a eficácia de uma situação fática ou
jurídica. [...] nos atos da vida privada das pessoas, há situações fáticas ou relações
jurídicas que, independentemente da existência de uma lide, podem ser formadas,
modificadas, documentadas, extintas ou produzir efeitos, com a intervenção de
uma autoridade estatal. Quando essa autoridade é um juiz, costuma-se qualificar o
procedimento como um procedimento de jurisdição voluntária. (Instituições de
Processo Civil).

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 11. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES. Prova: Analista
Judiciário.

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Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue os itens


seguintes.
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui -se a
vontade privada por uma atividade pública.

COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.
Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/P
adraoRespostaDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
Na lição de Leonardo Greco, jurisdição é: a função
preponderantemente estatal, exercida por um órgão independente e imparcial, que
atua a vontade concreta da lei na justa composição da lide ou na proteção de
interesses particulares" (Instituições de Processo Civil).

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 12. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES. Prova: Analista
Judiciário.
Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.
Considera-se relativa a incompetência do juízo em razão do território.

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COMENTÁRIOS:
Critério TERRITORIAL ou de FORO – os órgãos jurisdicionais exercem
suas jurisdições nos limites dos respectivos territórios. Segundo o Princípio da
Aderência, o exercício da jurisdição é vinculado a determinado território (a
jurisdição adere ao território).
O Foro é a delimitação territorial específica onde o órgão jurisdicional
exercerá sua jurisdição.
Em regra, a Competência Territorial ou de Foro é Relativa, sendo
derrogável por vontade das partes.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 13. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES. Prova: Analista
Judiciário.
Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.
Uma das distinções entre a função jurisdicional e a administrativa é identificada
na imparcialidade do órgão estatal que exerce a função jurisdicional.

COMENTÁRIOS:
A imparcialidade é uma das características essenciais da atividade
jurisdicional, mas que nem sempre está presente na atividade administrativa.
A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional
(Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o direito
cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do direito por
meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, monopolista e em
última instância.

RESPOSTA CERTA: C

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QUESTÃO: 14. Ano: 2009. Banca: CESPE. Órgão: Detran- DF.


Prova: Analista - Advocacia.
A respeito do direito processual civil, julgue os seguintes itens.
O direito de ação é exercido contra o Estado-juiz e não contra quem, na
perspectiva de quem o exercita, lesiona ou ameaça direito seu.

COMENTÁRIOS:
A Indeclinabilidade ou Inafastabilidade é o princípio processual
constitucional da Jurisdição consistente na regra de que nenhuma lesão ou ameaça
de lesão poderá ser afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas partes, que é
decorrência do direito fundamental de acesso ao poder judiciário (direito de ação).
Como o Estado detém o monopólio da jurisdição e as partes possuem direito
irrestrito à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela jurisdicional e
não apenas simples faculdade.
Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo para
decisão do magistrado. Todos têm direito de Ação de forma ampla, abstrata e
irrestrita, mesmo que, ao final, comprovem-se infundadas suas demandas. O
direito de ação é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do mérito
da questão.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 15. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Analista Judiciário.
Sobre jurisdição, partes, procuradores, intervenção de terceiros e Ministério
Público, julgue os seguintes itens.
O contraditório, a eventualidade e a oralidade são princípios informadores e
fundamentais inerentes à jurisdição.

COMENTÁRIOS:

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Segue abaixo transcrito, o padrão de resposta do concurso do TJ/DFT,


realizado pelo CESPE: São princípios inerentes à jurisdição: investidura,
territorialidade, indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade e juiz natural.
Princípio da investidura: necessidade da pessoa que exercerá a
jurisdição estar regularmente investida no cargo de juiz e em pleno exercício, de
acordo com o que prescreve a lei;
Princípio da territorialidade: a jurisdição é exercida em um dado
território;
Princípio da indelegabilidade: a competência atribuída a um órgão
jurisdicional para analisar uma demanda não poderá ser delegada a outro;
Princípio da inevitabilidade: as partes devem se submeter à decisão
do órgão jurisdicional;
Princípio da inafastabilidade: não se pode excluir da apreciação do
Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de direito;
Princípio do juiz natural: deve haver regras objetivas de
competência jurisdicional, garantindo-se a independência e a imparcialidade do
órgão julgador.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 16. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Técnico Judiciário.
Acerca da jurisdição, da ação, das partes e procuradores, do litisconsórcio e da
assistência, julgue os itens seguintes.
Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), adotada pelo CPC
brasileiro, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas
também não está completamente independente do direito material.

COMENTÁRIOS:
Enrico Tullio Liebman é relacionado a teoria da ação. Liebman está
relacionado à teoria eclética da ação.
Nas lições de Rinaldo Mouzalas, Teoria Eclética: foi positivada pelo

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sistema jurídico pátrio. Segundo ela, todos têm direito de ação, mesmo que não
exista violação ou ameaça ao direito material pleiteado. O direito de ação é,
portanto, autônomo como concepção abstrata. Não é totalmente abstrato na
concepção originária da Teoria Eclética, porque, antes de o juiz se pronunciar sobre
o direito material, ele deve constatar se o autor tem direito de ação. A existência
do direito de ação fica condicionada ao preenchimento de certos requisitos,
chamado de condições da ação. Se estiverem presentes, o juiz não apreciará o
mérito, pois o autor é carecedor do direito de ação, sendo o processo extinto sem
resolução de mérito. (grifo do original, página 62)

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO: 17. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Técnico Judiciário.
Acerca da jurisdição, da ação, das partes e procuradores, do litisconsórcio e da
assistência, julgue os itens seguintes.
Supre-se a incapacidade processual relativa da parte por meio da intervenção
do representante legal do incapaz.

COMENTÁRIOS:
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil os menores de 16 anos (art. 3º Código Civil). Os absolutamente incapazes não
podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, motivo pelo qual a sua vontade
deve ser suprida pela vontade de um representante.
São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e
os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade; os pródigos (art. 4º do Código Civil).
Os relativamente incapazes apenas não podem exercer certos atos ou
não os pode exercer de determinada maneira, motivo pelo qual, precisam da
assistência de um terceiro. A vontade dos relativamente incapazes é auxiliada pela
vontade de um assistente, por meio da assistência.

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RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 18. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Técnico
Judiciário.
Com relação à jurisdição, à competência e à capacidade de ser parte, julgue os
itens que se seguem.
A jurisdição, como função soberana do Estado, é regulada pelo direito
processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o
denominado direito privado.

COMENTÁRIOS:
O direito material regula a vida em sociedade, atribuindo direitos e
obrigações às pessoas. Surgindo conflito de interesses, não resolvido
consensualmente pelos próprios litigantes, o Estado é chamado a intervir,
determinando a quem cabe o bem da vida disputado. Essa intervenção estatal é
chamada de jurisdição. A atividade jurisdicional disciplina o exercício do poder. O
objeto do direito processual é disciplinar a jurisdição.
Direito processual não cria direitos, mas tem a função de declarar
direitos existentes; disciplina a jurisdição e institutos afins, daí inserido no ramo do
direito público, vez que disciplina o modo e os limites em que o poder é exercido.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 19. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Oficial de
Justiça.
Com referência a processos e procedimentos no âmbito do direito processual civil,
julgue os itens que se seguem.
Segundo o princípio da improrrogabilidade da jurisdição, é correto afirmar que
os órgãos judiciários superiores podem suprimir a competência do juiz natural.

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COMENTÁRIOS:
Em regra, a jurisdição é improrrogável, cabendo ao juiz atuar dentro
dos limites de competência fixados pela lei. A jurisdição, exercida dentro de um
dado território, é una. Não se admite a prorrogação da jurisdição.
É admissível a prorrogação da competência, não da jurisdição.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO: 20. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TST. Prova: Analista
Judiciário.
A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos
conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, julgue
os itens seguintes.
A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária.

COMENTÁRIOS:
Conceito de jurisdição adotado pelo CESPE (concurso TJ/DFT, prova
discursiva, aplicação 20.12.2015):
É de se pontuar que, segundo a obra mais atualizada de Antônio Carlos
de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Teoria geral
do processo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2008, p. 147), “ a jurisdição é, ao
mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder, é manifestação do poder
estatal, conceituando como capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Como função, expressa o encargo que os órgãos estatais têm de
promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do
direito justo e através do processo. E como atividade ela é o complexo de atos do
juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete”.
Disponível em:
(http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_15_SERVIDOR/arquivos/PadraoRespos
taDefinitivo_TJDFTSER_013A10_E1713_Cargo%2013.pdf)
No Brasil, vigora o princípio da unidade da jurisdição – a jurisdição é
una, que indicar ser ela um poder único do Estado. Não se fala em jurisdição

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ordinária e extraordinária, apesar da distribuição das regras de competência.

RESPOSTA CERTA: E

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EXERCÍCIOS COM GABARITO

QUESTÃO: 01. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: AGU.


Prova: Advogado da União.
Julgue o item a seguir, referente a jurisdição e competência no processo civil.
O procedimento em que o requerente manifesta sua pretensão de opção de
nacionalidade brasileira na condição de brasileiro nato, conforme os
requisitos previstos na CF, possui natureza de jurisdição voluntária e, nesse
caso, a sentença prolatada não faz coisa julgada material.

QUESTÃO: 02. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que
se segue.
O processo de execução, cujo objetivo consiste em dar efetividade a um
provimento judicial de mérito, é uma espécie do gênero processo de
conhecimento.

QUESTÃO: 03. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TCU. Prova: Auditor
Federal de Controle Externo.
No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que
se segue.
Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide
submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do
processo contencioso, a composição entre as partes.

QUESTÃO: 04. Ano: 2014. Banca: CESPE. Órgão: Câmara dos


Deputados. Prova: Analista Legislativo.

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Com referência a jurisdição, ação e competência, julgue os itens que se


seguem.
Embora o princípio da inércia da jurisdição proclame que nenhum órgão
jurisdicional prestará a tutela jurisdicional senão quando provocado na forma
da lei, é permitido ao juiz, de ofício, mandar arrecadar os bens do ausente e
nomear-lhe curador.

QUESTÃO: 05. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: STF. Prova: Analista
Judiciário.
No que se refere a jurisdição, julgue o item abaixo.
A atividade jurisdicional é exclusiva do Estado-juiz.

QUESTÃO: 06. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT.


Prova: Técnico Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
A jurisdição compreende apenas dois poderes, o poder de coerção, que se
manifesta, por exemplo, quando o juiz ordena intimações de partes ou
testemunhas, e o poder de decisão, que se manifesta, por exemplo, quando
o juiz redige a sentença.

QUESTÃO: 07. Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT.


Prova: Técnico Judiciário.
Acerca de jurisdição e ação no processo civil, julgue os itens subsecutivos.
Na jurisdição voluntária não há processo, mas procedimento, ao contrário do
que ocorre em relação à jurisdição contenciosa.

QUESTÃO: 08. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: TJ-RR.


Prova: Analista Processual.
A jurisdição, que tem por finalidade compor os conflitos de interesses,
resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei, constitui uma das

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funções de soberania do Estado. A respeito dessa função estatal, julgue os


itens subsequentes.
Segundo a doutrina, o juízo de conciliação configura uma das categorias dos
atos de jurisdição voluntária.

QUESTÃO: 09. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-ES.


Prova: Defensor Público.
Acerca dos princípios da jurisdição, julgue o item abaixo.
O princípio da inafastabilidade diz respeito à vinculação obrigatória das
partes ao processo, que passam a integrar a relação processual em um
estado de sujeição aos efeitos da decisão jurisdicional.

QUESTÃO: 10. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES.


Prova: Analista Judiciário.
Julgue os itens de 33 a 40, relativos a direito processual civil.
A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também
denominada graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas
por juízes, cuja atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito
embora a jurisdição voluntária se caracterize pela administração de
interesses privados pelos órgãos jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou
litígio a ser dirimido judicialmente.

QUESTÃO: 11. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TJ-ES.


Prova: Analista Judiciário.
Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue os itens
seguintes.
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui -
se a vontade privada por uma atividade pública.

QUESTÃO: 12. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES.


Prova: Analista Judiciário.

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Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.


Considera-se relativa a incompetência do juízo em razão do território.
QUESTÃO: 13. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: TRE-ES. Prova: Analista
Judiciário.
Acerca de jurisdição e competência, julgue os itens que se seguem.
Uma das distinções entre a função jurisdicional e a administrativa é identificada
na imparcialidade do órgão estatal que exerce a função jurisdicional.

QUESTÃO: 14. Ano: 2009. Banca: CESPE. Órgão: Detran- DF.


Prova: Analista - Advocacia.
A respeito do direito processual civil, julgue os seguintes itens.
O direito de ação é exercido contra o Estado-juiz e não contra quem, na
perspectiva de quem o exercita, lesiona ou ameaça direito seu.

QUESTÃO: 15. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Analista Judiciário.
Sobre jurisdição, partes, procuradores, intervenção de terceiros e Ministério
Público, julgue os seguintes itens.
O contraditório, a eventualidade e a oralidade são princípios informadores e
fundamentais inerentes à jurisdição.

QUESTÃO: 16. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Técnico Judiciário.
Acerca da jurisdição, da ação, das partes e procuradores, do litisconsórcio e da
assistência, julgue os itens seguintes.
Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), adotada pelo CPC
brasileiro, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas
também não está completamente independente do direito material.

QUESTÃO: 17. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TRT 5ª Região.


Prova: Técnico Judiciário.

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Acerca da jurisdição, da ação, das partes e procuradores, do litisconsórcio e da


assistência, julgue os itens seguintes.
Supre-se a incapacidade processual relativa da parte por meio da
intervenção do representante legal do incapaz.

QUESTÃO: 18. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Técnico
Judiciário.
Com relação à jurisdição, à competência e à capacidade de ser parte, julgue os
itens que se seguem.
A jurisdição, como função soberana do Estado, é regulada pelo direito
processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o
denominado direito privado.

QUESTÃO: 19. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TJ-CE. Prova: Oficial
de Justiça.
Com referência a processos e procedimentos no âmbito do direito processual
civil, julgue os itens que se seguem.
Segundo o princípio da improrrogabilidade da jurisdição, é correto afirmar
que os órgãos judiciários superiores podem suprimir a competência do juiz
natural.

QUESTÃO: 20. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: TST. Prova: Analista
Judiciário.
A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são
resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse
tema, julgue os itens seguintes.
A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária.

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GABARITOS OFICIAIS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E E C E E C C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C C C E C E E E E

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RESUMO DA AULA

Destacam-se abaixo as formas mais conhecidas para composição


dos litígios:
1. AUTOTUTELA – a solução do conflito é realizada por simples
imposição de uma vontade sobre a outra. Esta forma de
resolução das contendas sociais remonta aos tempos antigos,
quando o Estado não se mostrava presente, obrigando ao lesado
a defender-se pessoalmente contra eventual ofensor. Nos tempos
atuais ainda temos resquícios dessa espécie primária de
composição dos litígios, como por exemplo: Legítima Defesa
Penal (art. 23 do Código Penal); Desforço imediato nas ações
possessórias (arts. 1.210 e 1.467-1471); Estado de
Necessidade Penal, entre outros tantos casos.
2. AUTOCOMPOSIÇÃO – é a busca amigável entre as partes
inicialmente conflitantes, sem a imposição de vontades de um
parte sobre a outra, para por fim ao combate de interesses. É
uma forma de solução do conflito pelo consentimento dos
litigantes em sacrificar suas intenções parciais em prol de uma
solução final para o embate. São 3 Formas de Autocomposição:
a. Transação – na transação ambas as partes renunciam a
parcela de suas pretensões (autor renuncia de parte de
seus pedidos e réu reconhece parcialmente a procedência
das alegações do autor). Resumo: concessões mútuas na
busca de uma solução comum para ambas as partes.
b. Submissão – é o reconhecimento jurídico do pedido do
autor pelo réu, isto é, o réu reconhece de forma livre as

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alegações do autor, entregando sem resistência o quanto


por ele solicitado.
c. Renúncia – é a desistência do autor, lesado em seu
direito, de continuar na busca da efetivação de sua
pretensão. Neste caso o autor é que abre mão de seu
direito.
3. ARBITRAGEM – é uma técnica de solução dos litígios por meio
da participação de um TERCEIRO não interessado na causa
(imparcial), que decidirá, a pedido das partes, o conflito entre
elas estabelecido. A Arbitragem é regulada pela Lei nº
9.307/1996, sendo por natureza voluntária (escolha das partes,
nunca por imposição) e somente poderá ser contratada por
pessoas capazes para solução de direitos patrimoniais
disponíveis.
 Cláusula Compromissória – prévia e abstrata
definição de arbitragem futura.
 Compromisso Arbitral – posterior e concreta
definição de arbitragem atual.
4. JURISDIÇÃO – etimologicamente, significa “dizer o direito”, pois
vem de “juris” (direito) e “dictio” (dizer). Em linguagem simples,
a jurisdição é a forma do ESTADO, por meio da autoridade
judicial, de dizer o direito ao caso posto.
O conceito de jurisdição guarda 3 (três) vertentes diversas, que vale
detalhar para melhor entendimento:
o Jurisdição como Poder – a jurisdição é exercido de forma
monopolista, ou seja, o Estado chama para si a
responsabilidade de solucionar os conflitos sociais que a ele
são reclamados, transformando-se em Poder Estatal de decidir
os conflitos a ele apresentados. A jurisdição como poder é
manifestação da capacidade do Estado de impor suas decisões
jurisdicionais sobre o caso concreto das partes. Aqui é o

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Estado com sua “mão de ferro”.


o Jurisdição como Função Estatal – a jurisdição é uma das
funções ou finalidades do Estado, a de pacificação social e
realização da justiça no caso concreto.
o Jurisdição como Atividade – a jurisdição também pode ser
conceituada como os atos materiais e visíveis (atos do
processo judicial no plano prático) desenvolvidos pelos Juízes,
investidos pelo Estado no poder de julgar.

A jurisdição tem 3 (três) grandes objetivos:


1. Objetivo Jurídico – aplicar o direito previsto na Lei (nas
normas jurídicas) ao caso concreto.
2. Objetivo Social – pacificar a sociedade, promovendo o bem
comum e eliminando os conflitos existentes.
3. Objetivo Político – realizar a justiça, afirmar o poder
jurisdicional e preservar os direitos fundamentais do homem.

Princípios da Jurisdição:
1. Inevitabilidade – após as partes submeterem seu litígio à
jurisdição estatal, não poderão posteriormente furtar-se ao
cumprimento da decisão exarada (a execução da decisão
jurisdicional será inevitável para as partes do processo após a
deflagração do processo judicial).
2. Indeclinabilidade ou Inafastabilidade – é o princípio
processual constitucional da Jurisdição consistente na regra
de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser
afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever
do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas
partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao
poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o
monopólio da jurisdição e as partes possuem direito irrestrito

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à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela


jurisdicional e não apenas simples faculdade.
3. Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida
pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na
função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a
jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder
jurisdicional.
4. Indelegabilidade – o Juiz não pode delegar suas funções,
pois as exerce de forma exclusiva. É possível, contudo,
delegações da prática de atos por outros Juízes (ex: cartas de
ordem; cartas precatórias, etc), mas jamais para outros
órgãos diversos da atividade judicante (Exemplo: o mesmo
caso do Delegado de Polícia).
5. Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a
jurisdição não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende
de provocação das partes para início do processo). À regra da
Inércia há exceções previstas em Lei, que permitem o início
excepcional do processo por provocação das partes (Exemplo:
Execução Trabalhista de verbas definidas; Execução Penal;
início do processo de inventário, se os legitimados não o
fizerem no prazo conferido pela Lei; decretação da falência de
empresa em recuperação judicial, etc).
6. Aderência ou Territorialidade – o exercício da jurisdição
deve estar previamente vinculado a uma determinada zona
territorial, isto é, os Juízes têm autoridade jurisdicional tão
somente no território específico que exercem suas funções, o
chamado FORO.
7. Unicidade – a jurisdição é UNA, não havendo divisões
internas da própria jurisdição, mas tão somente de seu
exercício. Assim, as classificações das Justiças (Comum e
Especial, entre outras) são apenas para caracterização e

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definição de competências, não se tratando de diversas


jurisdições.
8. Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império,
substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto.
Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não
conseguem por si próprias com seus litígios.
9. Definitividade – aptidão para formação da coisa julgada. A
jurisdição tem o condão de tornar suas decisões imutáveis.
10. Improrrogabilidade – a jurisdição não pode ser
exercida por Juiz incompetente, sendo os limites da jurisdição
estabelecidos na Constituição Federal.
11. Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do
Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois
específicos dispositivos do art. 5º da Constituição Federal
(incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido
regularmente na jurisdição (investidura) e com competência
constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos.
É aquele previsto antecedentemente, com competência
abstrata e geral, para julgar matéria específica prevista em
lei.
A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais espécies,
que passamos a detalhar:
o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita,
sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário,
consistente no poder de dizer o direito no caso concreto,
solucionando as lides em substituição aos interesses das
partes.
o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e
fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há
muita discussão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição
Voluntária, se também seria ou não propriamente uma

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Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de


interesses privados).
Características da Jurisdição Voluntária para a Doutrina
Clássica:
1. não há LIDE - por não haver brigas e conflitos, mas
apenas concurso ou convergência de vontades;
2. não há PARTES – por não haver lide, não há partes
parciais, mas apenas interessados;
3. o Juiz é um Administrador Público e não um Juiz;
4. não há a Substitutividade, tendo em vista que o Estado
não substitui a vontade das partes, mas a integra para
formalizar o ato (o Juiz se insere entre os participantes do
negócio jurídico);
5. não há Ação e nem Processo, mas apenas um simples
Procedimento;
6. não há Sentença de mérito, mas mera homologação de
acordo de vontades;
7. não há formação da Coisa Julgada (Definitividade) e
nem possibilidade de Ação Rescisória, tendo em vista ser a
jurisdição voluntária negócio jurídico consensual;
Para uma Doutrina mais Moderna, a Jurisdição Voluntária é
Jurisdição, pelos seguintes motivos principais:
1. A não configuração de LIDE no início do processo não
significa que no processo de jurisdição voluntária não seja
possível o surgimento de conflito de interesses. Por isso, o
fato não haver Lide inicial não descaracterizaria a
Jurisdição Voluntária;
2. Apesar de não existir conflito entre partes, o conceito de
PARTES do processo é aquela que postula e não
necessariamente quem seja litigante;
3. A função jurisdicional abrange a tutela de interesses

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particulares sem litigiosidade, desde que exercida por


órgãos investidos das garantias necessárias de
impessoalidade e independência. Ou seja, a atuação da
jurisdição não está cingida à conformação do direito às
situações concretas, a solucionar conflitos, mas também a
tutelar também interesses de particulares, como órgão do
Estado;
4. O Juiz é uma autoridade imparcial e desinteressada, como
em qualquer atividade jurisdicional, diferentemente da
Administração Pública, que visa seus interesses parciais
(defesa legal dos interesses do Estado);
5. A Jurisdição Voluntária possui natureza Preventiva e não a
apenas de solucionar conflitos já existentes;
6. Existe um Processo Judicial de Jurisdição Voluntária
(Ação, Sentença, Apelação, etc). Note-se que os processos
de Jurisdição Voluntária são encerrados por Sentença, de
que cabe o Recurso de Apelação para o Tribunal, e não
por decisão administrativa;
7. Apesar da permissão de modificação das decisões por fato
superveniente, a regra é pela possibilidade de constituição
de coisa julgada. Ademais, da mesma forma em que há
processos de Jurisdição Contenciosa sem coisa julgada
(exceção), o mesmo pode ocorrer com os processos de
Jurisdição Voluntária.
Predomina ainda no Brasil (posição majoritária) o entendimento
da Doutrina Clássica, o de que a Jurisdição Voluntária tem natureza de
Administração Pública de interesses privadas, isto é, que NÃO é jurisdição.
Resumo do entendimento acerca da Natureza Jurídica da
Jurisdição Voluntária:
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA

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É atividade ADMINISTRATIVA É atividade JURISDICIONAL


NÃO há Jurisdição Há Jurisdição
NÃO há Processo, mas mero Há Processo
Procedimento
NÃO há Partes, mas Interessados Há Partes
Não há Coisa Julgada Há Coisa Julgada
NÃO há LIDE Pode haver LIDE
Juiz é Administrador Público Juiz é Juiz

Peculiaridades do Processo de Jurisdição Voluntária:


o São legitimados para dar início ao Processo de Jurisdição
Voluntária o INTERESSADO e o Ministério Público;
o O CPC determina a INTERVENÇÃO obrigatória do
Ministério Público em TODOS os procedimentos de
Jurisdição Voluntária.
o Há uma relativização do princípio da legalidade estrita no
âmbito dos procedimentos de Jurisdição Voluntária. O art.
1109 do CPC que o Juiz não é obrigado a observar o critério
da legalidade estrita, podendo pautar seus atos na equidade e
na solução mais conveniente e oportuna ao caso.

Finalizo aqui os meus comentários desta pequena Aula


Demonstrativa, convidando a todos para a próxima aula (AULA 1), que dará
continuidade ao estudo do Direito Processual Civil.
Espero a todos na AULA 1!
Fraterno Abraço e até a próxima!
Ricardo Gomes
Por sua aprovação!

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