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Embriologia

GAMETOGÊNESE
É o processo de formação e desenvolvimento de células geradoras
especializadas denominadas gametas ou células germinativas. Durante a
gametogênese, o número de cromossomos é reduzido à metade, e a forma da
célula é modificada. Essa redução se dá durante a meiose, um tipo de divisão
celular que ocorre durante a gametogênese. Esse processo de maturação é
chamado de espermatogênese, nos homens, e ovogênese nas mulheres.
Desenvolvimento Embrionário Dos Sistemas Reprodutores
O desenvolvimento dos órgãos reprodutores antes do nascimento pode ser
dividido em duas etapas. Na primeira, o sexo genético do feto, determinado pelos
cromossomos sexuais e o fator determinante testicular (TDF), causa o
desenvolvimento das gônadas indiferenciadas em testículo ou ovário. A segunda
etapa é a formação dos órgãos sexuais acessórios, o que inclui a genitália
externa e a interna. As gônadas indiferenciadas do embrião têm três tipos
celulares:
1. Células que vão originar gametas (oogônias ou espermatogônias); 2.
Precursoras de células que nutrem os gametas em desenvolvimento (células
granulosas no ovário; células de Sertoli no testículo); 3. Precursoras de células
que secretam hormônios sexuais (células tecais no ovário; células de Leydig no
testículo).
Gametogênese Masculina (Espermatogênese)
A espermatogênese compreende o processo pelo qual a espermatogônia é
transformada em espermatozoide. Esse processo tem início com a puberdade.
As espermatogônias tipo A se dividem por mitose, mantendo assim a população
de espermatogônias. As espermatogônias do tipo B se dividem por meiose
originando os gametas. O processo da espermatogênese no homem é contínuo,
não obedecendo a nenhum ciclo específico, e continua até a velhice. Etapas da
Espermatogênese:
1. Espermatogônia cresce e sua cromatina se condensa transformando-se nos
espermatócitos primários.
2. Os espermatócitos primários sofrem então uma divisão reducional, a primeira
divisão meiótica, gerando dois espermatócitos secundários. Células que têm
aproximadamente a metade do tamanho dos espermatócitos primários.
3. Os espermatócitos secundários passam pela segunda divisão meiótica
originando
4. Cada espermátide transforma-se gradualmente em quatro espermatozoides
através de um processo denominado Espermiogênese.
Espermiogênese:
É um processo pelo qual a espermátide perde a maior parte do seu citoplasma
e organelas, transformando-se em uma célula contendo: núcleo (com metade do
número de cromossomos), e uma organela especial denominada acrossomo. O
acrossomo consiste em uma organela derivada do Aparelho de Golgi e que
contém no seu interior enzimas que têm uma função importante para o processo
de fertilização.
Um proeminente flagelo surge da região centriolar. As mitocôndrias se arranjam
circundando a parte inicial do flagelo denominada peça intermediária, e têm
importante função no fornecimento de energia para a movimentação do flagelo
e consequentemente condução do espermatozoide através do trato genital
feminino.
Gônada masculina (testículo):
 O processo da gametogênese masculina ocorre na gônada masculina,
denominada testículo. Este é constituído por túbulos seminíferos, entre os
quais existe um tecido intersticial constituído por tecido conjuntivo frouxo.
 É no interior dos túbulos seminíferos que ocorre o processo da
espermatogênese.
 Um dos principais componentes do túbulo seminífero é uma célula
denominada Célula de Sertoli.
 As células de Sertoli são as responsáveis pela estrutura do túbulo, além
de servirem de proteção e fonte de nutrição para as células germinativas.
 Constituem o principal elemento da chamada barreira Hemato-testicular,
pois qualquer substância para chegar até as células germinativas passam
primeiro pelas células de Sertoli.
 Todo o material que é eliminado pelas células da linhagem germinativa
durante o processo da espermatogênese é absorvido e digerido pelas
células de Sertoli.
 Dessa forma este material não atingirá a circulação sanguínea e não
constituirá fonte contínua de antígenos.
 As espermatogônias localizam-se na periferia do túbulo seminífero e à
medida que o processo da gametogênese ocorre elas se localizam mais
próximo à luz dos túbulos.
 Durante o processo da Espermiogênese, todo o material desprendido das
espermátides é então absorvido e digerido pelas células de Sertoli.
 Quando prontos, os espermatozoides são liberados e caem na luz dos
túbulos seminíferos indo em direção ao epidídimo. Lá ficam armazenados
por um tempo variável, amadurecem e ganham mobilidade até serem
eliminados através das vias genitais masculinas durante a ejaculação.
 Como consequência do processo de gametogênese masculina temos: a
partir de uma espermatogônia que é uma célula 2n, ou seja, com 46
cromossomos, originam-se 4 células com 23 cromossomos, ou haploides
(n).
 No tecido intersticial do testículo, um tipo especial de células, a célula de
Leydig tem a função de produzir o hormônio masculino, ou testosterona.
Controle hormonal da gametogênese masculina
 As Gonadotrofinas hipofisárias, mais especificamente o LH, estimula as
células de Leydig tem a produzirem a testosterona. FSH estimula as
células de Sertoli a produzirem uma proteína que se liga à testosterona e
a transporta para o interior dos túbulos seminíferos estimulando o
processo da gametogênese.
Gametogênese Feminina (Ovogênese).
A ovogênese refere-se a toda sequência de eventos pela qual as ovogônias
transformamse em óvulos maduros. Esse processo de maturação começa antes
do nascimento, mas só é completada na puberdade. Os ovócitos primários
permanecem em prófase I suspensa, por vários anos até que a maturidade
sexual seja alcançada na puberdade e comecem os ciclos reprodutivos.
Diferentemente do sexo masculino, a maturação do gameta feminino inicia-se
ainda no período pré-natal e termina depois do fim da maturação sexual
(puberdade).
Maturação pré-natal
 A ovogônia tem origem também a partir das células germinativas
primordiais que migram da parede posterior do saco vitelino e, quando a
gônada se diferencia em ovário, as células germinativas primordiais se
diferenciam em ovogônias.
 No início da vida fetal, as ovogônias proliferam por divisão mitótica e ao
nascer, todas crescem formando os ovócitos primários e iniciam a
primeira divisão meiótica. Esta, porém não vai se concluir neste período.
As células permanecem em prófase I suspensa da primeira divisão
meiótica até o início dos períodos reprodutivos na puberdade.
Maturação pós-natal
 Na puberdade, a cada período reprodutivo, vários ovócitos reiniciam a
divisão meiótica, porém apenas um vai ser eliminado a cada mês na
ovulação.
 O ovócito primário aumenta de tamanho e termina a primeira divisão
meiótica pouco antes da ovulação (48 a 72 horas antes), porém a divisão
gera duas células de tamanhos desiguais: o ovócito secundário fica com
quase todo o citoplasma e a maioria das organelas, a outra célula, bem
menor, é chamada de corpúsculo polar e logo degenera.
 Durante o processo de ovulação (eliminação do ovócito do ovário), o
ovócito inicia a segunda divisão meiótica, porém esta é novamente
suspensa, desta vez na metáfase II, e só será completada no momento
da fecundação com a entrada do espermatozoide no interior da célula.
 Ocorrendo a fecundação, antes da fusão dos dois pró-núcleos, o
masculino e o feminino, o ovócito secundário termina a segunda divisão
meiótica, novamente eliminando outro corpúsculo polar.
Formação do folículo ovariano
 Folículo ovariano é a estrutura no interior do ovário, localizada no córtex
da gônada e é constituído pela célula germinativa, o ovócito, envolta pelas
células foliculares, que são células derivadas do estroma do ovário.
 No momento em que é formado o ovócito primário a partir da ovogônia,
ele é envolvido por uma camada de células foliculares, que têm forma
achatada. O folículo é denominado folículo primordial
 Na puberdade, quando o ovócito primário cresce, as células epiteliais
tornam-se cuboides e depois colunares, tendo o seu núcleo forma
esférica, constituindo assim o folículo primário.
 Nessa fase, ovócito é envolvido por uma camada de material amorfo,
acelular, chamada de zona pelúcida, constituída por glicoproteínas e
glicosamininoglicanos.
 As células foliculares proliferam e constituem várias camadas envolvendo
o ovócito. Nessa fase o folículo é chamado folículo em crescimento
 Essa proliferação das células foliculares é estimulada pelas
Gonadotrofinas hipofisárias, principalmente o FSH.
 O folículo aumenta de tamanho e, devido ao crescimento desigual das
células foliculares, assume uma forma oval surgindo em um dos polos
uma cavidade entre as células foliculares, cheia de líquido, denominada
antro folicular. O ovócito rodeado por um grupo de células fica localizado
em um dos polos da estrutura, o cumulus oophorus.
 Com o desenvolvimento do folículo, uma nova camada de células
derivada do estroma ovariano passa a envolver o folículo e logo se
organiza em duas camadas: Teca externa, responsável pelo envoltório do
folículo e teca interna, responsável pela produção dos hormônios
femininos, estrógeno e progesterona.
 Aproximadamente, na metade do ciclo ovariano, o folículo encontra-se
pronto para eliminar o ovócito, e é chamado de folículo maduro ou folículo
de Graaf.
Ovulação
 Durante o processo de ovulação, determinado pela produção hormonal
(pico de LH), é eliminado do ovário através de uma região ligeiramente
protusa.
 O estigma, o ovócito secundário, circundado pela zona pelúcida e
rodeado por uma ou mais camadas de células foliculares que se dispõem
radialmente formando a coroa radiata, além do líquido folicular, sendo
então captado pelas tubas uterinas.
 A parede do folículo ovariano que permanece no ovário se diferencia em
uma estrutura conhecida como corpo lúteo e que produz hormônios,
principalmente progesterona que mantêm o endométrio preparado para
receber o embrião.
Principais diferenças entre os processos da espermatogênese e
ovogênese.
1. A espermatogênese é um processo contínuo, enquanto a ovogênese está
relacionada ao ciclo reprodutivo da mulher.
2. Na espermatogênese, cada espermatogônia produz 4 espermatozoides. Na
ovogênese, cada ovogônia dá origem a apenas um ovócito e células inviáveis
denominadas corpúsculos polares.
3. A produção de gametas masculinos é um processo que se continua até a
velhice, enquanto que a produção de gametas femininos cessa com a
menopausa.
4. O espermatozoide é uma célula pequena e móvel, enquanto que o ovócito é
uma célula grande e sem mobilidade. 5. Quanto à constituição cromossômica,
existem dois tipos de espermatozoides: 23 X ou 23 Y. A mulher só produz um
tipo de gameta quanto à constituição cromossômica: 23 X.
Fecundação
 Espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar ovócitos
secundários. Eles precisam passar por um processo de ativação, um
período de sete horas de condicionamento conhecido como capacitação.
 Durante esse processo, as glicoproteínas são removidas da superfícies
do acrossomo.
 Após a capacitação, os espermatozoides não exibem mudança
morfológica, mas mostram-se mais ativados e capazes de penetrar na
Corona Radiata e zona pelúcida que envolve o ovócito secundário.
 Em geral, os espermatozoides são capacitados no útero e nas tubas
uterinas, por substâncias contidas nas secreções destas partes do trato
genital feminino.
 Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a
Corona Radiata, envolvem o ovócito secundário. Este sofre mudanças
que resultam no desenvolvimento de perfurações nos seus acrossomos.
Essas mudanças conhecidas como reações acrossômicas estão
associadas à liberação de enzimas.
 A fertilização numa sequência de eventos que começam com o contato
de um espermatozoide e um ovócito secundário, terminando com a fusão
dos núcleos do espermatozoide e do óvulo e a consequente mistura dos
cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão
mitótica do zigoto.
Fases da Fertilização
 O espermatozoide passa pela corona radiata formada pelas células
foliculares. A dispersão destas células resulta principalmente da ação de
enzimas, em especial a hialuronidase, liberadas do acrossomo do
espermatozoide;
 O espermatozoide penetra na zona pelúcida seguindo o caminho formado
por outras enzimas liberadas do acrossomo;
 A cabeça do espermatozoide entra em contato com a superfície do ovócito
e as membranas plasmáticas de ambas as células se fundem. As
membranas rompemse na área de fusão, criando um defeito através do
qual o espermatozoide pode penetrar no ovócito;
 O ovócito reage ao contato com o espermatozoide de duas maneiras:
1. A zona pelúcida e a membrana plasmática do ovócito se alteram de modo a
impedir a entrada a outros espermatozoides (poliespermia);
2. O ovócito completa a segunda divisão meiótica liberando o segundo corpo
polar; os pronúcleos masculinos e femininos aproximam-se um do outro, perdem
suas membranas nucleares e se fundem formando uma nova célula diploide, o
zigoto.
Clivagem do Zigoto
 Consiste em repetidas divisões do zigoto. A divisão mitótica do zigoto em
duas células-filhas chamadas BLASTÔMEROS começa poucos dias
depois da fertilização.
 Por volta do terceiro dia, uma bola sólida de dezesseis ou mais
blastômeros está constituída a mórula. A MÓRULA cai no útero; entre
suas células penetra um líquido proveniente da cavidade uterina. Com o
aumento do líquido há a separação das células em duas partes:
1. Camada externa: trofoblasto
2. Grupo de células centrais: massa celular interna - Camada interna -
embrioblasto.
 No quarto dia os espaços repletos de líquidos fundem-se para formar um
único e grande espaço conhecido como cavidade blastocística, o que
converte a mórula em um blastocisto.
 No quinto dia a zona pelúcida degenera e desaparece, o blastocisto
prende ao epitélio do endométrio em torno do sexto dia, geralmente pelo
polo embrionário. Com o progresso da invasão do trofoblasto este forma
duas camadas:
1. Um CITOTROFOBLASTO interno (trofoblasto celular);
2. SINCICIOTROFOBLASTO externo - produzem substâncias que invadem o
tecido materno, permitindo que blastocisto penetre no endométrio.
 Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente
implantado na camada compacta do endométrio, nutrindo-se do sangue
materno e dos tecidos endometriais erudidos.
 No oitavo dia, células migram do hipoblasto e formam uma fina
membrana exoceloma que envolve a cavidade exocelômica, formando o
saco vitelino primário.
 Nono dia: espaços isolados ou lacunas aparecem no sinciciotrofoblasto,
que logo é preenchido por uma mistura de sangue dos capilares maternos
rompidos e secreções das glândulas endometriais erodidas. Algumas
células, provavelmente provenientes do hipoblasto, dão origem ao
mesoderma extra-embrionário, uma camada de tecido mesenquimal
frouxo em torno do âmnio e do saco vitelínico primário.
 No décimo dia, o blastocisto implanta-se lentamente no endométrio. Por
volta do décimo dia são visíveis espaços isolados no interior do
mesoderma extraembrionário, estes espaços fundem-se rapidamente
para formar grandes cavidades isoladas de celoma extra-embrionário.
 Pelo décimo primeiro dia as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentes se
fundiram para formar redes lacunares intercomunicantes. Com a
formação do celoma extra-embrionário, o saco vitelino primitivo diminui
de tamanho resultando num saco vitelino secundário menor.
 No décimo segundo dia o sangue materno infiltra-se nas redes lacunares
e logo começa a fluir através do sistema lacunar, estabelecendo uma
circulação úteroplacentário primitiva. Enquanto a cavidade amniótica
aumenta, forma-se a partir de amnioblastos que se diferencia de células
citotrofoblásticas, uma membrana fina, o âmnio.
 No décimo terceiro dia a superfície endometrial se degenera e recobre o
coágulo. Ocorre a implantação intersticial. Enquanto a cavidade
amniótica vai sendo formada, acontece na massa celular interna
mudanças internas que vão resultar na formação de um disco
embrionário achatado e essencialmente circular, composto por duas
camadas: o epiblasto formado por células colunares altas voltadas para
a cavidade amniótica, e hipoblasto, formado por pequenas células
cuboides voltadas para a cavidade blastocística.
 No décimo quarto dia forma-se o mesoderma somático extra-embrionário
e as duas camadas de trofoblasto que constituem o córion. Formam-se
as vilosidades coriônicas primárias. Surge um espessamento no
hipoblasto chamado placa précordal (futura região cranial do embrião e
boca, ou seja, organizador da cabeça).
O período pré-natal pode ser dividido em três etapas:
1. Implantação do blastocisto: o que corresponde às três primeiras semanas do
desenvolvimento, quando ficam diferenciados os epitélios germinativos e
esboçadas as membranas extra-embrionárias;
2. Fase embrionária (da quarta à oitava semana): quando os processos de
diferenciação e crescimento são muito rápidos e se constituem os principais
sistemas de órgãos;
3. Fase fetal (do terceiro ao nono mês de gestação), quando há uma
complementação parcial do crescimento e alterações na forma externa.
 O ovo humano, fecundado na trompa de Falópio, é transportado para o
útero, onde se implanta. O embrião implantado é formado pelo blastocisto,
que contém uma massa de células chamada de embrioblasto.
 Num blastocisto com menos de duas semanas de idade, destaca a bolsa
amniótica (saco que rodeia o embrião), o cório (membrana que envolve o
embrião e que está contíguo à parede uterina), o saco vitelino e diferentes
camadas embrionárias.
 Na terceira semana, aparece uma estrutura tubular fechada na qual se
desenvolverão o cérebro e a medula espinhal. Outro tubo se diferencia
dando origem ao coração. Neste estado, aproximadamente, uma porção
da bolsa amniótica fica incluída no interior do corpo do embrião, para
formar uma parte de seu tubo digestivo.
 No começo da quarta semana, observam-se traços dos olhos e dos
ouvidos no embrião.
 No princípio do segundo mês, aparecem os traços dos braços e das
pernas.
 Por volta da sexta semana, ossos e músculos começam a formar-se.
 No terceiro mês, o embrião tem um rosto definido, com boca, orifícios
nasais e um ouvido externo que ainda está se formando.
 Na décima primeira e décima segunda semana, os órgãos genitais
externos tornam-se visíveis.
 Por volta do quarto mês, o embrião pode ser reconhecido claramente
como um ser humano.
Implantação do blastocisto:
 Numa ejaculação normal, é lançado sêmen, que contêm
espermatozoides. Depois de liberados dos túbulos seminíferos, os
espermatozoides tornam-se ativos e, depositados na vagina, espalham-
se por todo o útero e trompas, chegando ao infundíbulo. Se tiver ocorrido
ovulação, o óvulo cai no infundíbulo, onde é fecundado. Graças aos
movimentos conjugados dos cílios existentes na camada epitelial e às
contrações rítmicas da trompa, o ovo é deslocado para o útero.
 No sexto dia depois da fecundação, o blastocisto "se fixa" no endométrio
do útero, iniciando a fase de implantação. Nessa fase, o embrião vive à
custa do material difusível através do endométrio, uma vez que suas
reservas nutritivas (vitelo) são mínimas.
 Não é raro, porém, o blastocisto implantar-se em locais anormais, fora do
corpo do útero. Em geral isso leva à morte do embrião, e a mãe sofre
severa hemorragia durante o primeiro ou segundo mês de gestação.
Fase Embrionária:
 Durante o segundo mês de gestação, ou seja, da terceira à oitava semana
do desenvolvimento.
 As partes da cabeça e do tronco podem facilmente ser reconhecidas.
 Dobrado sobre si mesmo, o embrião mantém a parte superior da cabeça
voltada para baixo, em direção à cauda.
 Aparecem os rudimentos dos membros (quarta a quinta semana).
Fases do Desenvolvimento
 SEGMENTAÇÃO: aumento do número de células (blastômeros);
 MÓRULA: grupo de células agregadas. Lembra uma amora;
 BLÁSTULA: esfera oca onde a camada de células denominada
blastoderma envolve a blastocela (cavidade);
 GÁSTRULA: forma o endoderma, a mesoderme e o ectoderme;
 NÊURULA: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior;
 ORGANOGÊNESE: formação dos órgãos.
Anexos Embrionários:
 Saco vitelínico: todos os vertebrados. Formado pela esplancnopleura.
Função de armazenamento de vitelo (nutrição) e formação das primeiras
células sanguíneas nos mamíferos.
 Âmnio: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura.
Função de excreção e respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos
vasos umbilicais.
 Alantóide: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura.
Função de excreção e respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos
vasos umbilicais.
 Placenta: em mamíferos eutérios. Formado pelas vilosidades coriônicas.
Realiza as trocas com o embrião através do cordão umbilical, dotado de
uma veia e duas artérias.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
A ativação do óvulo pela fecundação inicia divisões mitóticas, denominada
clivagem. A clivagem frequentemente conduz a um estágio multicelular
conhecido como blástula, contendo uma cavidade interior, a blastocele.
A gastrulação converte a blástula em um embrião bilateral (gástrula), que possui
o plano básico do adulto. A conversão ocorre através de movimentos
morfogenéticos das células embrionárias. Os folhetos germinativos - ectoderma,
mesoderma e endoderma tornaram-se evidentes durante a gastrulação.
Seguindo-se à gastrulação, os rudimentos de órgãos derivados de um ou mais
folhetos germinativos são logo estabelecidos.
Em todos os animais, o sistema nervoso, a camada epidérmica da pele e as
regiões bucal e anal são derivados do ectoderma; o revestimento do intestino e
as diversas regiões associadas ao intestino tais como o fígado e o pâncreas, são
derivados do endoderma as camadas musculares, os vasos sanguíneos e o
tecido conjuntivo são derivados do mesoderma.
Ectoderma
Epiderme e seus anexos Encéfalo e medula espinhal
Mesoderme
Notocorda (posteriormente é substituída por vértebras)
Epímero
Dermátono - derme Miótomo - musculatura estriada Esclerótomo - esqueleto
axial (coluna) Mesômero - aparelho urogenital
Hipômero
Sistema circulatório Musculatura lisa Peritônio e mesentérios Esqueleto
apendicular (membros)
Endoderme
Aparelho respiratório Tubo digestivo e glândulas anexas
Primeira Semana Do Desenvolvimento
 Quando um ovócito secundário entra em contato com um
espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Em
consequência, é formado um óvulo maduro e um segundo corpo polar. O
núcleo do óvulo maduro constitui o pronúcleo feminino.
 Após a penetração do espermatozoide no citoplasma do óvulo, sua
cabeça se separa da cauda, aumenta de tamanho e torna-se o pronúcleo
masculino. A fertilização completa-se quando os cromossomos paternos
e maternos se misturam durante a metáfase da primeira divisão mitótica
do zigoto, a célula que dá origem ao ser humano.
 Enquanto percorre a tuba uterina, o zigoto sofre uma clivagem (uma série
de divisões mitóticas), em certo número de células pequenas chamadas
blastômeros.
 Cerca de três dias depois da fertilização, uma esfera de 12 a 16
blastômeros, chamada mórula, penetra no útero.
 Logo se forma uma cavidade na mórula, convertendo-a em um
blastocisto que consiste em uma massa celular interna, ou embrioblasto,
que vai originar o embrião, uma cavidade blastocística e uma camada
externa de células, o TROFOBLASTO, que envolve a massa celular
interna e a cavidade blastocística, e forma depois a parte embrionária da
placenta.
 De quatro a cinco dias após a fertilização, a zona pelúcida desaparece, e
o blastocisto prende-se ao epitélio endometrial. As células do
sinciciotrofoblasto invadem, então, o epitélio endometrial e o seu estroma
subjacente. Simultaneamente, o HIPOBLASTO começa a formar-se na
superfície profunda
da massa celular interna. Ao final da primeira semana, o blastocisto está
superficialmente implantado no endométrio.
Segunda Semana Do Desenvolvimento Humano
 A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto são características
importantes da segunda semana do desenvolvimento. Estes processos
ocorrem durante a implantação do blastocisto. Ao mesmo tempo, forma-
se o saco vitelino primário, e o mesoderma extra-embrionário cresce a
partir do citotrofoblasto.
 O celoma extra-embrionário se forma a partir dos espaços que se
desenvolvem no mesoderma extra-embrionário. Esse celoma torna-se a
cavidade coriônica. O saco vitelino primário vai diminuindo
gradativamente, enquanto o saco vitelino secundário cresce.
 Enquanto essas mudanças extra-embrionárias ocorrem, os seguintes
desenvolvimentos são reconhecíveis:
1. Aparece a cavidade amniótica como um espaço entre o citotrofoblasto e a
massa celular interna;
2. A massa celular interna diferencia-se num disco embrionário bilaminar,
consistindo no epiblasto, relacionado com a cavidade amniótica, e no hipoblasto,
adjacente à cavidade blastocística; o embrião, na segunda semana, é didérmico,
ou seja, composto por duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto. Entre o
epiblasto e o hipoblasto, uma lâmina basal se forma.
3. A placa pré-cordial desenvolve-se como um espessamento localizado do
hipoblasto, indicando a futura região cranial do embrião e o futuro sítio da boca.
Terceira Semana Do Desenvolvimento Humano
Grandes mudanças ocorrem no embrião com a sua passagem do disco
embrionário bilaminar para um disco embrionário trilaminar ou tridérmico,
composto de três camadas germinativas - o ectoderma, o mesoderma e o
endoderma Todas essas camadas se originaram do epiblasto. Este processo de
formação de camadas germinativas é denominado gastrulação.
Linha Primitiva
 Aparece no início da terceira semana como um espessamento na linha
média do epiblasto embrionário na extremidade caudal do disco
embrionário.
 Ela dá origem a células mesenquimais que migram entre o epiblasto e o
hipoblasto.
 Tão logo a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, a
camada epiblástica passa a chamar-se ectoderma embrionário, e o
hipoblasto, endoderma embrionário.
 As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se
organizam numa terceira camada germinativa, o mesoderma intra-
embrionário.
 As células migram da linha primitiva para as bordas do disco embrionário,
onde se juntam ao mesoderma extra-embrionário que recobre o âmnio e
o saco vitelino. Ao final da terceira semana, existe mesoderma entre o
ectoderma e o endoderma em toda a extensão, exceto na membrana
orofaríngea, na linha média ocupada pela notocorda (derivada do
processo notocordal) e da membrana cloacal.
 Há duas regiões onde o ectoderma se mantém aderido ao endoderma: a
membrana bucofaríngea e a membrana cloacal. Como não há
mesoderma interposto, a falta de irrigação sanguínea levará à
degeneração dessas membranas, resultando na boca e no ânus,
respectivamente.
Formação da Notocorda
 Ainda no começo da terceira semana, o nó primitivo produz células
mesenquimais que formam o processo notocordal.
 Este se estende cefalicamente, a partir do nó-primitivo, como um bastão
de células entre o ectoderma e o endoderma.
 A fosseta primitiva penetra no processo notocordal para formar o canal
notocordal.
 Quando totalmente formado, o processo notocordal vai do nó primitivo à
placa procordal.
 Surgem aberturas no soalho do canal notocordal que logo coalescem,
deixando uma placa notocordal.
 A placa notocordal dobra-se para formar a notocorda.
 A notocorda forma o eixo primitivo do embrião em torno do qual se
constituirá o esqueleto axial.
Formação do Tubo Neural (Neurulação)
 A placa neural aparece como um espessamento na linha média do
ectoderma embrionário, em posição cefálica ao nó-primitivo.
 A placa neural é induzida a formar-se pelo desenvolvimento da notocorda
e do mesênquima que lhe é adjacente.
 Um sulco neural, longitudinal forma-se na placa neural; o sulco neural é
lateralizado pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para
originarem o tubo neural.
 O desenvolvimento da placa neural e o seu dobramento para formar o
tubo neural é chamado neurulação.
Formação da Crista Neural
 Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células
neuroectodérmicas migram para constituírem a crista neural, entre o
ectoderma superficial e o tubo neural.
 A crista neural logo se divide em duas massas que dão origem aos
gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhais.
 As células da crista neural dão origem a várias outras estruturas.
Diferenciação do mesoderma
 O mesoderma diferencia-se em: paraxial (ao lado do eixo do embrião, ou
seja, do tubo neural e da notocorda), intermediário e lateral. O mesoderma
paraxial possui uma série de pares regulares de segmentos, os
somitômeros.
 No mesoderma intermediário, são encontrados os túbulos nefrogênicos,
precursores do sistema urinário e do sistema reprodutor.
 O mesoderma lateral delamina-se em somático (ou parietal) e esplâncnico
(ou visceral) 1.O mesoderma lateral somático é adjacente ao ectoderma
e é contínuo com o mesoderma extraembrionário somático. Originará o
tecido conjuntivo (inclusive os tipos especiais, como cartilagem, osso e
sangue) dos membros e das paredes laterais e ventral do corpo. 2.O
mesoderma lateral esplâncnico é vizinho ao endoderma e continua-se
com o mesoderma extraembrionário esplâncnico. Derivará o conjuntivo e
os músculos do sistema cardiovascular, do sistema respiratório e do
sistema digestório.
Formação dos Somitos
 O mesoderma de cada lado da notocorda se espessa para formar as
colunas longitudinais do mesoderma paraxial.
 A divisão dessas colunas mesodérmicas paraxiais em pares de somitos
começa cefalicamente, no final da terceira semana.
 Os somitos são agregados compactos de células mesenquimais, de onde
migram células que darão origem às vértebras, costelas e musculatura
axial.
Formação do Celoma
 O celoma intra-embrionário surge como espaços isolados no mesoderma
lateral e no mesoderma cardiogênico.
 Estes espaços celômicos coalescem em seguida para formarem uma
cavidade única em forma de ferradura, que, no final, dará origem às
cavidades corporais (cavidade peritoneal).
 Formação do sangue e vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos
aparecem primeiro no saco vitelino em torno da alantóide e no cório.
Desenvolvem-se no embrião pouco depois.
 Aparecem espaços no interior de agregados do mesênquima (ilhotas
sanguíneas), que logo ficam forradas por endotélio derivado das células
mesenquimais. Estes vasos primitivos unem-se a outros para constituírem
um sistema cardiovascular primitivo.
Ao final da terceira semana, o coração está representado por um par de tubos
endocárdicos ligados aos vasos sanguíneos do embrião e das membranas
extraembrionárias (saco vitelino, cordão umbilical e saco coriônico).
 As células do sangue primitivas derivam sobretudo das células endoteliais
dos vasos sanguíneos das paredes do saco vitelino e da alantóide.
 Formação das vilosidades coriônicas: As vilosidades coriônicas primárias
tornam-se vilosidades coriônicas secundárias, ao adquirirem um eixo
central do mesênquima. Antes do fim da terceira semana, ocorre a
formação de capilares nas vilosidades, transformando-as em vilosidades
coriônicas terciárias. Prolongamentos citotrofoblasto que saem das
vilosidades juntam-se para formarem um revestimento citotrofoblástico
externo que ancora as vilosidades pedunculares e o saco coriônico ao
endométrio. O rápido desenvolvimento das vilosidades coriônicas durante
terceira semana aumenta muito a área da superfície do cório disponível
para troca de nutrientes e outras substâncias entre as circulações
materna e embrionária.
Quarta A Oitava Semanas (Dobramento do embrião)
 Estas cinco semanas são chamadas com frequência de período
embrionário, porque é um tempo de desenvolvimento rápido do embrião.
Todos os principais órgãos e sistemas do corpo são formados durante
este período.
 No começo da quarta semana, as dobras nos planos mediano e
horizontal convertem o disco embrionário achatado em um embrião
cilíndrico em forma de "C".
 A formação da cabeça, da cauda e as dobras laterais é uma sequência
contínua de eventos que resulta numa constrição entre o embrião e o saco
vitelino.
 Durante a flexão, a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao
embrião, e dá origem ao intestino primitivo.
 Com a flexão ventral da região cefálica, a cabeça embrionária em
desenvolvimento incorpora parte do saco vitelino como intestino anterior.
 A flexão da região cefálica também resulta na membrana orofaríngea e
no posicionamento ventral do coração, além de colocar o encéfalo em
formação na parte mais cefálica do embrião.
 Enquanto a região caudal "flete" ou dobra-se ventralmente, uma parte do
saco vitelino é incorporada à extremidade caudal do embrião, formando o
intestino posterior.
 A porção terminal do intestino posterior expande-se para constituir a
cloaca. O dobramento da região caudal também resulta na membrana
cloaca, na alantóide e na mudança do pedículo do embrião para a
superfície ventral deste.
 O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco
vitelino como intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao
intestino médio por um estreito ducto vitelino. Durante o dobramento no
plano horizontal, são formadas as paredes laterais e ventral do corpo.
 Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e
a alantóide, formando então um revestimento epitelial para a nova
estrutura chamada cordão umbilical.
 As três camadas germinativas, derivadas da massa celular interna
durante a terceira semana, diferenciam-se nos vários tecidos e órgãos, de
modo que, ao final do período embrionário, os primórdios de todos os
principais sistemas de órgãos já foram estabelecidos.
 O aspecto externo do embrião é muito afetado pela formação do
encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos.
 Como os primórdios de todas as estruturas internas e externas essenciais
são formados durante o período embrionário, a fase compreendida entre
a quarta e a oitava semanas constitui o período mais crítico do
desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento neste período podem
originar grandes malformações congênitas do embrião.
ANEXOS EMBRIONÁRIOS
Saco Vitelino
 Corresponde a uma estrutura em forma de saco ligada a região ventral do
embrião.
 Sua principal função é armazenar reservas nutritivas. Nos mamíferos
placentários é reduzida, visto que a nutrição ocorre via placentária.
Nesses, é responsável pela produção das hemácias (vasculogênese e
angiogênese).
 Formação do intestino primitivo;
 Origina células germinativas primordiais.
Âmnion
 É uma fina membrana que delimita uma bolsa repleta de líquido - o líquido
amniótico que tem a responsabilidade de evitar o ressecamento do
embrião e proteger contra choques mecânicos.
Alantóide
 Surge de uma evaginação da parte posterior do intestino do embrião.
 Associa-se ao córion para formar a placenta e o cordão umbilical.
Córion
 Película delgada que envolve os outros anexos embrionários.
 Nos mamíferos vai formar as vilosidades coriônicas (primárias,
secundárias e terciárias), que formará mucosa uterina, participando junto
com o alantóide para a formação da placenta.
 Cório frondoso: decídua basal
 Cório liso: decídua parietal
Placenta
 É uma estrutura de origem mista, exclusiva dos mamíferos.
 Permite a troca de substâncias entre o organismo materno e o fetal.
 Nos primeiros meses de gestação, a placenta trabalha produzindo
hormônios, além de substâncias de defesa, nutrição, respiração e
excreção.
 Na espécie humana é eliminada durante o parto.
Além do embrião, as membranas fetais e a maior parte da placenta originam-se
do zigoto. A placenta consiste em duas partes. As duas partes são mantidas
juntas pelas vilosidades de ancoragem e pelo revestimento citotrofoblástico.
A circulação fetal é separada da circulação materna por uma fina camada de
tecidos conhecidos como membrana placentária (barreira placentária). Trata-se
de uma membrana permeável que permite que a água, o oxigênio, substâncias
nutritivas, hormônios e agentes nocivos passem da mãe para o embrião ou feto.
Produtos de excreção passam pela membrana placentária do embrião ou feto
para a mãe. As principais atividades da placenta são:
1. Metabolismo
2. Transferência
3. Secreção endócrina.
O saco vitelino e a alantóide são estruturas vestigiais, mas sua presença é
essencial ao desenvolvimento normal do embrião. Ambos são sítios precoces de
formação do sangue, e a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião
na forma de intestino primitivo.
Células germinativas primordiais também se originam no saco vitelino. O âmnio
forma um saco que contém o líquido amniótico e fornece o revestimento do
cordão umbilical. O líquido amniótico possui três funções principais:
1. Anteparo protetor para o embrião ou feto
2. Espaço para os movimentos fetais
3. Contribui para a manutenção da temperatura corporal do feto.
Cordão umbilical
É proveniente do pedúnculo embrionário. Atua como estrutura de comunicação
entre o embrião e a placenta. Longo, mais ou menos cilíndrico, encerra três
grossos vasos: uma veia e duas artérias, embora nas artérias corra sangue
venoso (com dióxido de carbono) e na veia corra sangue oxigenado. A estrutura
do cordão é preenchida por um tecido conjuntivo gelatinoso conhecido como
gelatina de Wharton.
Decídua
É uma membrana delgada, indistinta do córion liso e do âmnio (as três juntas
delimitam a bolsa amniótica). Origina-se a partir da camada de endométrio
(mucosa uterina) que ficou recobrindo o ovo após a nidação deste. A decídua
tem, também função protetora.
Quando o blastocistos chega ao útero, penetra na mucosa uterina, incrustando-
se nela à custa de enzimas proteolíticas eliminadas pelo trofoblasto. Essa
mucosa – o endométrio – cicatriza em seguida, recobrindo o ovo. Esse fenômeno
é chamado de “nidação do ovo”. A camada de mucosa que reveste o ovo
continuará cobrindo todo o concepto durante a gestação inteira. E não só a ele,
mas aos demais anexos embrionários.
Essa fina camada de mucosa que se apresenta como uma delgada membrana,
grudada à face externa do âmnio, é a decídua. Praticamente é inseparável no
âmnio, e com ele será eliminada, após o parto. Tem obviamente função de
proteção.
Fases da Gestação:
1º mês : O embrião: logo após a fecundação, o ovo começa a se dividir em mais
células. Na terceira semana, apresenta forma tubular, com esboço da cabeça,
coração, tubo neural e uma cauda. Na quarta semana, o embrião é formado por
milhões de células, com esboço da maioria dos sistemas vitais. Seu tamanho
nesta etapa é de 6mm.
2º mês: O embrião: na oitava semana, o embrião transforma-se em feto. Os
principais órgãos estão desenvolvidos. Pode-se perceber o esboço de um rosto.
As narinas estão formadas e os ouvidos, em formação. Os dedos, mais nítidos,
ainda estão ligados por membranas. Braços e pernas aumentaram. Nesta fase,
o feto tem 2,5 cm, o equivalente a um morango.
3º mês: O feto: apesar de a cabeça ainda ser grande em relação ao corpo, e os
membros, curtos, o feto começa a se parecer mais com um bebê. Na 12º
semana, já movimenta os lábios, faz biquinho e beicinho. Os dedos das mãos e
dos pés apresentam unhas. O intestino é capaz de absorver glicose. A calota
craniana completa sua ossificação. Seu peso é em torno de 13 gramas e altura
entre 7 e 9 centímetros.
4º mês: O feto: a partir da décima quarta semana, está sendo nutrido pela
placenta - que equivale ao “enraizamento” do feto. Por isso diminuem os riscos
de aborto espontâneo. Sobrancelhas e cílios estão crescendo e a pele é bem
fina, deixando ver as redes de vasos sanguíneos. Na décima sexta semana já
chupa os polegares, mede 14 centímetros e pesa 100 gramas.
5º mês: O feto: é o período de maior crescimento. Mede em torno de 22
centímetros e pesa 300 gramas. Na vigésima semana nascem cabelos. Braços
e pernas estão bem desenvolvidos. O feto é bastante ativo (até reage a ruídos
externos), mas passa por períodos de quietude.
6º mês: O feto: ainda não acumulou gorduras e está magrinho. As glândulas
sudoríparas estão em formação. Com os músculos dos braços e das pernas
desenvolvidos, exercitase bastante, mas passa por períodos de calmaria. Na
vigésima quarta semana pesa cerca de 600 gramas e mede em torno de 32
centímetros.
7º mês: O feto: a pele está vermelha e enrugada. Possui mais papilas gustativas
do que terá ao nascer - seu paladar é muito aguçado. Ainda não tem surfactante,
substância importante para o funcionamento respiratório. É por isso que os
prematuros necessitam de cuidados especiais. Na vigésima oitava semana o
feto já pesa um quilo e mede 36 centímetros.
8º mês: O feto: na trigésima segunda semana, o bebê é praticamente igual ao
que será ao nascer. Já diferencia claro e escuro. Por falta de espaço, pode
permanecer sempre com a cabeça para baixo, em posição para o parto. Este
período, onde o feto mede 41 centímetros, é onde ganha mais peso e chega a
1,8 quilos.
9º mês: O feto: está pronto para vir ao mundo. Um bebê saudável pesa em média
3,4 quilos e mede cerca de 51 cm.
Nascimento: a data é calculada levando-se em conta uma gestação normal de
40 semanas, ou 280 dias, tendo como referencial o primeiro dia da última
menstruação. Há variações clinicamente aceitáveis de 37 semanas completas a
42 incompletas.
DESENVOLVIMENTO DOS OLHOS
 Na 4a semana do desenvolvimento humano, aparecem no prosencéfalo,
dilatações laterais denominadas vesículas ópticas. Na 5a semana as
vesículas ópticas sofrem uma invaginação e se tornam estruturas de
paredes duplas (já presas ao diencéfalo) denominadas cálices ópticos. As
duas paredes resultantes deste processo de invaginação acabam se
juntando para constituir a retina na porção dilatada do cálice óptico,
enquanto, na porção estreitada (haste que liga o cálice ao diencéfalo),
forma o pedúnculo óptico que contém nervos e vasos para a inervação e
irrigação do futuro olho. As bordas do cálice óptico delimitam a abertura
da futura pupila.
 As vesículas ópticas induzem o ectoderma de revestimento que as
recobre a se espessar e formar os placódios ópticos, mas, por sua vez,
são os placódios que promovem a modificação das vesículas ópticas em
cálices ópticos. Os placódios ópticos sofrem um processo de invaginação
no seu centro, dando origem às fossetas ópticas. As bordas das fossetas
se aproximam e fundem-se formando as vesículas da lente ou cristalinos
que se alojam no interior dos cálices ópticos.
 Uma vez formados os cristalinos (lentes), o ectoderma acima delas é
induzido a formar a córnea, com o auxílio do mesênquima imediatamente
abaixo.
 A íris (responsável pela cor dos olhos) é constituída por um tecido
muscular que se desenvolve a partir do neuro ectoderma das bordas do
cálice óptico, diferentemente da maioria dos músculos, que se origina do
mesoderma.
 As pálpebras se formam a partir de duas pregas do ectoderma de
revestimento com um eixo mesenquimal, recobrindo o globo ocular. Elas
permanecem fechadas sobre a córnea até a 26a semana de
desenvolvimento humano. Após este tempo as pálpebras são capazes de
realizar movimentos para abrir e fechar os olhos.
OS PLACÓDIOS OLFATÓRIOS E AUDITIVOS
 Os placódios são espessamentos de ectoderma de revestimento
envolvidos na formação de órgãos sensitivos da região da cabeça. Além
do placódio óptico que origina os cristalinos, existem os placódios
olfatórios, que originam as fossetas olfatórias e os placódios auditivos
(óticos), que originam o ouvido interno.
 O placódio auditivo aparece no início da 4a semana no ectoderma no
mielencéfalo. Logo este espessamento se invagina no mesênquima
subjacente, formando a vesícula ótica ou auditiva, primórdio do labirinto
membranoso (ouvido interno).
 Os placódios olfatórios surgem no telencéfalo (final da 4a semana). Eles
também se invaginam determinando a formação das fossetas olfatórias,
futuras narinas e cavidades nasais. O mesênquima prolifera em torno das
fossetas produzindo elevações que determinarão a formação do nariz.
Portanto, as fossetas olfatórias, ao contrário das fossetas óticas e ópticas,
não se destacam do ectoderma de revestimento.
MORFOGÊNESE EXTERNA DO EMBRIÃO
Embriologia Da Cabeça E Pescoço
Arcos branquiais
 Os arcos branquiais são proliferações do ectoderma de revestimento com
o eixo mesenquimal e o revestimento interno do endoderma, com exceção
do 1o, que é revestido internamente de ectoderma oral. São formados 6
arcos de cada lado; são separados por 5 sulcos branquiais e são
numerados no sentido crânio-caudal. O 5o arco normalmente sofre
regressão.
 Um arco branquial típico contém no interior de seu mesênquima,
cartilagem, artéria, nervo e músculo. O primeiro arco branquial origina por
ossificação endocondral (a partir da extremidade dorsal da cartilagem de
Meckel, presente em seu mesênquima), dois ossículos do ouvido médio:
o martelo e a bigorna. A porção ventral desta cartilagem desaparece e é
ocupada pela mandíbula que não se forma do esboço cartilaginoso e sim,
se origina por ossificação intermembranosa do mesênquima que circunda
esta cartilagem. O 1o arco, também origina por ossificação
intermembranosa, a maxila, a pré-maxila, osso zigomático e parte do osso
temporal.
 A cartilagem do 2o arco branquial é denominada cartilagem de Reichert,
que origina, por ossificação endocondral, o osso estribo do ouvido médio
e parte do osso temporal. Além de originar (sua extremidade ventral) a
parte superior do corpo do osso hióide com seus cornos menores.
 A cartilagem do 3o arco branquial forma a porção inferior do corpo do osso
hióide e seus grandes cornos.
 As cartilagens do 4o e 6o arcos fundem-se para formar as cartilagens da
laringe.
 Dos quatro sulcos branquiais, apenas o 1o persiste, dando origem ao
conduto auditivo externo (meato acústico externo). Os outros sulcos
branquiais são recobertos pelo 2o arco branquial, que se desenvolve
muito e recobre também o 3o, 4o arco e 6o arcos branquiais, em uma
depressão denominada seio cervical.
 Abaixo segue um quadro esquemático dos derivados esqueléticos dos
arcos branquiais:
1ª - arco branquial: Processo Maxilar e Processo Mandibular, Ossículos do
ouvido médio (Martelo e Bigorna). 2ª - arco branquial: Parte superior do osso
hióide e seu corno menor, Estribo (ossículo do ouvido médio). 3ª - arco branquial:
Parte inferior do osso hióide e seu corno maior. 4ª - arco branquial: Cartilagens
da laringe.
Bolsas faríngeas
As bolsas faríngeas são formações endodérmicas em correspondência com os
sulcos branquiais. Nos peixes existem comunicações entre sulcos e bolsas
faríngeas, pois o peixe ao nadar, ingere água que passa pela faringe, segue para
as guelras (derivadas dos arcos branquiais), onde há as trocas gasosas, e é em
seguida liberada. Nos vertebrados superiores não existem comunicações entre
bolsas faríngeas e sulcos branquiais, mas apenas uma correspondência
guardada durante o processo evolutivo. Os derivados das bolsas faríngeas são:
 1ª bolsa faríngea: tuba auditiva e cavidade timpânica (cavidade do ouvido
médio). O epitélio endodérmico que reveste a cavidade do tímpano forma,
mais tarde, a membrana do tímpano.
 2ª bolsa faríngea: criptas das tonsilas palatinas.
 3ª bolsa faríngea: células principais das glândulas paratireoides inferiores
(responsáveis pela produção de paratormônio que regula os níveis de
cálcio no sangue), e células retículo-epiteliais do timo (que mais tarde
abrigam os linfócitos T). Estes dois primórdios perdem a conexão com a
parede da faringe e o timo migra em direção caudal e medial, puxando a
glândula paratireoide inferior junto a ele.
 4ª bolsa faríngea: seu endoderma forma os cordões de células principais
das paratireoides superiores.
 5ª bolsa faríngea: é rudimentar e geralmente torna-se parte do 4o par de
bolsas faríngeas. Origina o corpo último branquial, que mais tarde é
incorporado à glândula tireóide. As células C da tireóide, derivadas da
crista neural, ao migrarem, se alojam neste corpo. Estas células C
secretam calcitonina e são juntamente com o paratormônio, responsáveis
pela regulação da calcemia.
Morfogênese Da Face
As estruturas primordiais para a morfogênese da face são:
 1o par de arcos branquiais: crescem em torno do estomodeu e se
subdividem em dois processos (processo maxilar e processo mandibular).
 Processo frontonasal: Formado pela proliferação do mesênquima que
recobre frontalmente o telencéfalo. É uma proliferação ímpar e mediana
que se divide apenas na área onde estão se formando as fossetas
olfatórias, a partir dos placódios olfatórios. Assim, a partir do processo
frontonasal, surgem nesta área, os processos nasais mediais e os
processos nasais laterais (estruturas pares que ladeiam as fossetas
olfatórias).
As estruturas primordiais para a morfogênese da face tornam-se distintas já na
4a semana do desenvolvimento embrionário.
Os estudos têm demonstrado que todo o mesênquima das estruturas primordiais
na morfogênese da face é derivado de células da crista neural
(ectomesênquima). No tecido mesenquimal dos processos (frontonasal, nasais
mediais, nasais laterais, maxilares e mandibulares) não há separações e apenas
depressões do ectoderma de revestimento demarcam suas superfícies externas.
Assim, o crescimento dos processos faciais pode ser entendido como uma
proliferação contínua de células mesenquimais direcionada de dentro para fora.
Os derivados dos processos da face são:
 Processo frontonasal: Responsável pela formação da testa (osso frontal)
e ápice do nariz (osso nasal).
 Processo nasal medial: Participa da formação do septo nasal, da
formação da porção média do lábio superior (filtro, tubérculo e frênulo
labiais), porção prémaxilar da maxila e gengiva associada a ela. Os
processos nasais mediais se associam aos processos maxilares.
 Processos maxilares: É responsável pela formação das porções laterais
do lábio e gengiva superiores, região superior das bochechas, incluindo
os ossos maxilares e zigomático, bem como a maior parte do palato.
 Processos mandibulares: Originam a mandíbula, lábio e gengiva
inferiores, queixo e região inferior das bochechas.
OBS: Os processos nasais mediais, maxilares e mandibulares delimitam a
cavidade do estomodeu ou boca primitiva.
 Processos nasais laterais: Não participam da formação do lábio superior,
mas estão envolvidos na formação das paredes laterais e asas do nariz.
 Inicialmente, o processo maxilar e o processo nasal lateral de cada lado
são separados por um profundo sulco (sulco nasolacrimal). Sua
extremidade superior dilata-se formando o saco lacrimal que através de
seu ducto comunicase com o meato inferior da cavidade nasal. Quando
existe fusão anormal entre os processos nasais laterais e maxilares
geralmente, há acometimento na formação do ducto nasolacrimal,
ocasionando uma fenda oblíqua que se estende da margem medial da
órbita até o lábio superior.
As fusões dos processos faciais podem ocorrer de forma excessiva ou podem
não acontecer ou então, ser apenas parciais, determinando as malformações
faciais; algumas delas são:
 Lábio leporino: Decorre da não fusão dos processos nasais mediais entre
si (lábio leporino medial), ou da não fusão dos processos nasais mediais
e maxilares (lábio leporino uni ou bilateral).
 Microstomia: Fusão exagerada dos processos maxilares e mandibulares.
 Astomia: Fusão total dos processos maxilares e mandibulares
determinando uma falta da abertura bucal.
 Macrostomia: Ausência de fusão dos processos maxilares e
mandibulares, determinando uma abertura bucal exagerada.
 Fenda medial do mento ou fenda labial inferior: Falta ou deficiência de
fusão entre os processos mandibulares.
Ainda fazendo parte da face, devemos salientar a origem e formação do pavilhão
auricular (orelha). Esta estrutura surge, inicialmente, como pequenos tubérculos
auriculares resultantes de uma associação entre os processos mandibulares e o
2o arco branquial. As orelhas começam a crescer na porção superior da futura
região do pescoço do embrião, na 6a semana de vida embrionária na espécie
humana. À medida que a mandíbula se desenvolve, as orelhas deslocam-se para
os lados da cabeça e finalmente nivelam-se aos olhos.
Desenvolvimento Do Palato (Final Da 5a Semana À 12a Semana)
Os processos faciais envolvidos na formação do palato são os nasais mediais e
os maxilares. Os processos nasais mediais proliferam em direção ao estomodeu,
formando a porção anterior e mediana do palato, denominada palato primário.
Os processos maxilares se estendem lateralmente, como processos palatinos
laterais, fundindo-se na linha mediana e formando o palato secundário. O local
da fusão dos processos palatinos laterais é marcado pela rafe palatina. Após a
7a semana do desenvolvimento, o palato secundário se funde ao primário
determinando o aparecimento do palato definitivo, que separa a cavidade nasal
da oral.
Desenvolvimento Da Língua
No final da 4a semana do desenvolvimento na espécie humana, surge, na área
de junção entre 1o e 2o pares de arcos branquiais, uma estrutura denominada
tubérculo ímpar, resultante de uma proliferação mesenquimal do 1o arco
branquial. Anteriormente ao tubérculo ímpar, o 1o arco branquial também origina
brotamentos pares denominados brotos linguais laterais. Posteriormente, em
posição caudal ao tubérculo ímpar, aparece um broto na linha mediana,
denominado eminência hipobranquial (resultante da proliferação mesenquimal
do 2o, 3o e parte do 4o arcos branquiais).
Todos estes brotos linguais têm eixo mesenquimal (ectomesênquima da crista
neural), mas o revestimento externo é diferente. O corpo da língua é resultante
das fusões do tubérculo ímpar com os brotos linguais laterais, com revestimento
de ectoderma (como na cavidade bucal). Já a raiz da língua, formada por
expansões da eminência hipobranquial, tem revestimento endodérmico, idêntico
ao da faringe.
Corpo e raiz da língua são separados pela região do V lingual. No ápice do V
lingual o endoderma prolifera internamente originando o ducto tireoglosso, cuja
extremidade distal origina a glândula tireóide. Posteriormente, o restante do
ducto tireoglosso desintegra-se, permanecendo apenas uma depressão na
região do V lingual, denominada forame cego.
Morfogênese Dos Membros
Espessamentos referentes à formação dos membros aparecem na parede
ventro-lateral do corpo do embrião, no final da 4a semana na espécie humana.
Estes brotamentos são constituídos de um núcleo de mesênquima (derivado da
lâmina lateral somática) recobertos por ectoderma de revestimento. O tecido
mesenquimal induz a formação de um espessamento do ectoderma de
revestimento nas extremidades dos brotamentos, a crista apical.
A crista apical influencia, por sua vez, o mesênquima, de maneira que suas
células se organizam em duas populações celulares distintas: aquelas
adjacentes à crista mantémse indiferenciadas e proliferam rapidamente; já
aquelas afastadas da crista e próximas da parede corporal se diferenciam em
cartilagem e músculo. Desta forma, o desenvolvimento normal dos membros
depende de interações entre o mesênquima e as células da crista apical.
Na 6a semana pode-se distinguir o segmento proximal, responsável pela
formação do braço e antebraço (membro superior) e coxa e perna (membro
superior), e o segmento distal, responsável pela formação das mãos e pés.
Mais tarde, uma segunda constrição divide a porção proximal em dois segmentos
originando a região dos cotovelos e joelhos. O desenvolvimento de membro
superior ou inferior é semelhante, mas vale a pena ressaltar que a morfogênese
do membro superior é mais adiantada que o inferior por aproximadamente 1 a 2
dias na espécie humana.
As anomalias de membros podem ser ocasionadas por teratógenos ambientais
e/ou genéticos. A Talidomida, que em 1957 - 1962, foi utilizada como droga
antiemética e como sonífero em gestantes e que, atualmente é utilizada para o
tratamento da hanseníase, pode provocar não só malformações nos membros,
mas também, atresia intestinal e anomalias cardíacas. As alterações mais
drásticas com o uso deste teratógeno ocorrem entre a 4a e 5a semanas e
aparecem devido a destruição da crista apical.
Podemos também ressaltar anomalias de membros, que estão associados à
fatores genéticos: a polidactilia (dedos supranumerários) é um exemplo destas
malformações. Outras anomalias podem ser citadas:
 Amelia: ausência completa de membro.
 Meromelia: ausência parcial de membro
Sistema digestório

Intestino primitivo se forma na quarta semana a partir das pregas cefálicas que
envolvem o saco vitelinico. O endoderma do intestino primitivo origina maior
parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo enquanto o ectoderma origina
o epitélio das extremidades - estomodeu e proctodeu - . Os tecidos muscular,
conjuntivo e outras camadas da parede do trato digestivo são originadas a partir
do mesênquima esplâncnico. Didaticamente, o intestino primitivo é dividido em
anterior, médio e posterior.

Intestino anterior: origina a faringe primitiva e seus derivados, o sistema


respiratório inferior, o esôfago, o estômago, o duodeno na região próxima ao
ducto biliar, o fígado, o aparelho biliar, e o pâncreas.

Desenvolvimento do esôfago: é separado da traqueia pelo septo


traqueoesofágico. Inicialmente é curto,mas alonga-se devido a proliferação
celular e atinge seu comprimento normal na sétima semana de desenvolvimento.
ATRESIA ESOFÁGICA: desvio do septo traqueoesofágico levando a uma
separação incompleta do esôfago e tubo laringotraqueal e uma obstrução do
canal esofágico. Correção é realizada cirurgicamente.
ESTENOSE ESOFÁGICA: estreitamento da luz do esôfago, frequentemente no
terço distal.

Desenvolvimento do estômago: a porção final do intestino anterior é uma


estrutura simples tubular. Na quarta semana,inicia-se um processo de dilatação
dessa região e a face dorsal dilata-se mais rapidamente que a face ventral,
demarcando a grande curvatura do estômago. Durante o crescimento dessa
estrutura, o estômago faz uma movimentação de 90º em sentido horário,
ocupando a sua posição final. O estômago está suspenso na parede dorsal da
cavidade abdominal pelo mesentério dorsal e o mesentério ventral prende
estômago e duodeno ao fígado e à parede abdominal ventral.

Bolsa omental:

Desenvolvimento do duodeno: desenvolve-se a partir da porção caudal do


intestino anterior e da porção cranial do intestino médio. A junção dessas
porções se dá logo após a origem do ducto biliar e cresce rapidamente em uma
alça em forma de C. Com a rotação do estômago,o duodeno posiciona-se
retroperitonealmente. Na quinta e sexta semana o duodeno é obliterado pela
proliferação celular e sua vacuolização ocorre no final do período embrionário.
ESTENOSE DUODENAL: oclusão parcial da luz do duodeno.
ATRESIA DUODENAL: oclusão completa da luz do duodeno.
Desenvolvimento do fígado e do aparelho biliar: forma-se um brotamento
ventral, o divertículo hepático, que cresce rapidamente e divide-se em duas
porções. A parte cranial,maior, é o primórdio do fígado. O fígado cresce
rapidamente e a quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para
essa estrutura é que determina seu desenvolvimento e segmentação funcional.
A hematopoiese inicia-se na sexta semana, dando o aspecto avermelhado e
brilhante do órgão. A produção de bile inicia-se na 12ª semana.
A porção caudal do divertículo forma a vesícula biliar, e o pedículo do divertículo
origina o ducto cistico, que quando ligado aos ductos hepáticos e ao
duodeno,torna-se ducto biliar.

Desenvolvimento do pâncreas: o pâncreas origina-se dos brotos pancreáticos


ventral (forma processo uncinado e cabeça do pâncreas) e dorsal (ducto
pancreático - sendo que o broto ventral também contribui na formação dessa
estrutura).

Desenvolvimento do baço: não origina-se do intestino anterior mas é descrito


no sistema digestório por se formar a partir de uma massa de células
mesenquimais provenientes do mesogástrio dorsal. O baço é lobulado no feto
mas ocorre a fusão durante a gestação. É o principal órgão hematopoiético na
vida fetal, mantém seu potencial na vida adulta mas atua efetivamente como
órgão linfóide.

Intestino médio: origina o intestino delgado, o ceco, o apêndice, o colo


ascendente e a metade a dois terços do colo transverso.

Desenvolvimento dos intestinos: Há o alongamento do intestino


médio,formando a alça intestinal média, que se projeta para o remanescente
celoma extraembrionário, na porção inicial do cordão umbilical. Esse movimento
do intestino é uma hérnia umbilical fisiológica que ocorre na sexta semana. A
alça intestinal média comunica-se com o saco vitelínico via pedículo vitelínico até
a décima semana. A hérnia umbilical ocorre pela insuficiência de espaço
abdominal para o crescimento do intestino. Enquanto está dentro do cordão
umbilical, a alça intestinal média roda 90º no sentido horário e durante essa
rotação o intestino médio se alonga e forma as alças intestinais. Na décima
semana, o intestino retorna para a cavidade abdominal devido ao maior espaço
disponível após redução do tamanho do fígado e dos rins. O intestino delgado
retorna primeiro e ocupa parte central do abdômen. Quando o intestino grosso
retorna, ele sofre mais uma rotação (180º graus sentido anti horário) e mais tarde
ocupa o lado direito do abdomên. O colo ascendente se torna reconhecível a
medida que a parede abdominal posterior cresce. Quando os intestinos se
dilatam, se alongam e assumem suas posições finais, seus mesentérios são
pressionados contra a parede abdominal posterior. O mesentério do colo
ascendente se funde com o peritônio parietal e desaparece. Outros derivados
da alça intestinal média retêm seus mesentérios.

Desenvolvimento ceco e apêndice: na sexta semana aparece o primórdio do


ceco e do apêndice, o divertículo cecal. O apêndice cresce rapidamente em
comprimento. Após o nascimento, a parede do ceco cresce de maneira desigual
e de acordo com esse crescimento e com o alongamento de outras
estruturas,como o colo ascendente,por exemplo, o apêndice fica sujeito a
diversas variações anatômicas de posição. Na maior parte das pessoas ele
apresenta-se em posição retrocecal.

MUITO IMPORTANTE:

ONFALOCELE CONGÊNITA: é a persistência de componentes intestinais na


porção inicial do cordão umbilical. A correção é feita cirurgicamente mas
geralmente é adiada pois na maior parte dos casos, bebês com onfalocele
sofrem de hipoplasia pulmonar ou torácica.

HÉRNIA UMBILICAL: ocorre quando os intestinos retornam para a cavidade


abdominal na décima semana mas herniam devido a um fechamento imperfeito
do umbigo. Distoa da onfalecele pois a massa protusa é geralmente o omento
maior e pequena parte do intestino delgado,sendo eles recobertos por camada
subcutânea e pele. Só é corrigida cirurgicamente se não desaparecer até entre
3-5 anos de idade.

GASTROQUISE: extrusão das vísceras abdominais sem envolvimento do


cordão umbilical. As vísceras saem para a vesícula amniótica e são banhadas
pelo líquido amniótico.

VÔLVULO DO INTESTINO MÉDIO: posicionamento errôneo do intestino médio


devido a uma má rotação ou rotação incompleta, o que leva a uma deformação
da estrutura. O intestino delgado fica 'pendurado' por um estreito pedúnculo que
contém a veia e artéria mesentérica superior. Quando ocorre o vôlvulo, artéria
pode ser obstruída, resultando em infarto e gangrena do intestino.

Intestino posterior: origina terço esquerdo até a metade do colo transverso, o


colo descendente e o colo sigmóide, o reto e parte superior do canal anal, o
epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra.

Desenvolvimento do intestino: o mesentério do colo descendente se funde à


parede abdominal posterior e ele se torna retroperitoneal. O mesentério do cólon
sigmóide é mantido.

Cloaca: é uma câmara na porção terminal do intestino posterior e é revestida


por endoderma que entra em contato com o ectorderma superficial na membrana
cloacal. A cloaca recebe o alantoide ventralmente,que é um divertículo
digitiforme.
A cloca é septada em porções dorsal e ventral pelo septo urorretal. Quando esse
septo cresce em direção à membrana cloacal, desenvolve extensões bifurcadas
que produzem pregas nas paredes laterais da cloaca. Essas pregas crescem
uma em direção a outra e se fundem formando um novo septo que divide a
cloaca em duas partes : 1) reto e porção cranial do canal anal,dorsalmente. 2)
seio urogenital,ventralmente. Na sétima semana o septo urorretal já se fundiu
com a membrana cloacal, dividindo-a em membrana anal e membrana
urogenital. A membrana anal geralmente se rompe na oitava semana,levando a
porção final do trato digestório a se comunicar com a vesícula amniótica.

Canal anal: Os dois terços superiores do canal anal são derivados do intestino
posterior e o terço inferior se desenvolve do proctodeu.

ÂNUS IMPERFURADO E ANOMALIAS ANORRETAIS: Maior parte das


anomalias anorretais decorrem de desenvolvimento anormal do septo urorretal
e consequente divisão anormal das porções urogenital e anorretal.

AGENESIA ANAL: canal anal terminando em fundo cego ou pode haver um


ânus ectópico, ou ainda, uma fístula anoperineal que se abre no períneo.

ESTENOSE ANAL: estreitamento do canal anal.

Glândulas Anexas ao Tubo Digestório

Glândulas Salivares
Responsáveis pela produção de saliva (700 ml a 1100 ml / dia).
Saliva:
 Facilita a mastigação e deglutição dos alimentos
 Contribui para a digestão dos carboidratos (amilase salivar) e lipídeos
(lipase lingual)
 Lubrifica os alimentos e tecidos bucais
 Auxilia na limpeza da cavidade oral
 Bactericida
Toda gl. possui parte secretora e parte de ductos.
Parte secretora:
●Célula serosa: Produz e armazena proteínas e uma quantidade pequena de
sacarídeos.
●Célula mucosa: Produz, armazena e secreta glicoproteínas (mucina).

Glândula Sublingual Gl. Tubulosa acinosa composta mucosserosa


Localizada entre o soalho da boca e o músculo hilo-hioideo, anterior as gl.
submandibulares. É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas.
Possui células mucosas (predomínio) e serosas (formando semiluas serosas
secretoras de lisoenzimas).
Delimitada por cápsula de tecido conjuntivo interlobar com vasos e fibras
nervosas, além de muitos plasmócitos (secretam anticorpos, defesa
imunológica) e linfócitos.

Glândula Submandibular Gl. Tubulosa acinosa composta seromucosa


Localizada no soalho da boca, no triângulo submandibular. É irrigada por ramos
das artérias facial e lingual.
Possui células serosas (predomínio) e mucosas
(Submaxilar): Predominam ácinos serosos (com núcleos esféricos e citoplasma
basófilo). É classificada como glândula tubuloacinosa composta seromucosa, os
ductos estriados também são visíveis (há muitos ductos) em humanos, 90% da
glândula são ácinos serosos e 10% são mucosos com semiluas serosas
(secretam lisozima, que destrói a parede celular de certas bactérias).
O tecido conjuntivo contém muitos plasmócitos (secretam anticorpos, defesa
imunológica) e linfócitos.

Glândula Parótida Gl acinosa composta serosa


Localizada na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha, entre
o músculo masseter e a cútis. É irrigada por ramos da artéria carótida externa.
Possui apenas células serosas, contendo grânulos de secreção ricos em
proteínas e elevada atividade da amilase, que inicia a digestão dos carboidratos.
O tecido conjuntivo contém muitos plasmócitos (secretam anticorpos, defesa
imunológica) e linfócitos.

Pâncreas:
Localizado na região abdominal
3 regiões:
 Cabeça ( lado direito, na curvatura do duodeno)
 Corpo ( região central)
 Cauda ( extremidade afilada)
Revestido por cápsula de tecido conjuntivo denso que lança projeções/septos
para o interior do órgão dividindo-o em lóbulos de tamanhos e formas variáveis.
Funções:
 Produção de insulina, glucagon, somatostatina e polipeptídeo pancreático
(Ilhotas de Langherans)
 Produção do suco pancreático (amilase pancreática, lipase, nuclease,
tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase).
PÂNCREAS ENDÓCRINO: Glândula endócrina cordonal. Apresenta as Ilhotas
de Langherans que regula o metabolismo da glicose e capilares fenestrados
sustentados por rede de fibras reticulares.
Principais células: Beta – produtoras de insulina e Alfa – produtoras de glucagon.
PÂNCREAS EXÓCRINO: Glândula exócrina acinosa composta merócrica.
Apresenta ácinos serosos que secretam enzimas digestivas (zimógenos),
bicarbonato e secretina. Sustentados por uma lâmina basal apoiado em tec.
conjuntivo com fibras reticulares e capilares. Ducto intralobular (simples cúbico
e simples cilíndrico ), ducto interlobular ou excretor (simples cilíndrico), ducto
pancreático.

FÍGADO
Localizado na região abdominal, abaixo do diafragma.
 Face anterior: lobo direito ( maior) e lobo esquerdo( menor)
 Face posterior: lobo direito, lobo esquerdo, lobo caudado (entre dir/esq) e
lobo quadrado (abaixo do dir.). Veias hepáticas, vesícula biliar (aderido ao
fígado, perto do lobo caudado) e Porta hepática ( veia porta ( irriga com
sg venoso – 70%), artéria hepática (irriga com sg arterial – 30%)).
Funções:
 Desintoxicação do organismo (inativa substâncias tóxicas)
 Armazena metabólitos (glicogênio, lipídios, vitaminas A,D,E,K)
 Realiza neoglicogenese (aa → glicose)
 Produz proteínas plasmáticas ( fibrinogênio, protombina, albuminas,...)
 Realiza hemocatarese (destruição de hemácias velhas)
 Produz bile (secreção exócrina – emulsifica gordura)
 Produz eritropoietina (secreção endógena – estimula hematopoese)

LÓBULO HEPÁTICO: Unidade funcional do fígado delimitado por tec. conjuntivo


frouxo. Polígono de 6 faces com fileira de hepatócitos intercalados por capilares
sinusóides (irriga hepatócitos, contém macrófagos), no centro há a veia centro
lobular (drenagem).
ESPAÇO PORTA: região entre os lóbulos, separadas por tecido conjuntivo
frouxo.
 Ramo da Veia porta (vênula): possui parede delgada e luz ampla, fornece
sg venoso ao lóbulo
 Ramo da Artéria hepática (arteríola):Possui parede espessa e luz
estreita, fornece sg arterial para o lóbulo
 Ducto biliar ( epitélio simples cilíndrico ou simples cúbico): drena a bile
do lóbulo
 Vasos linfáticos: drenam a linfa do líquido intersticial
HEPATÓCITOS: Célula poligonal com 1 ou 2 núcleos, muitas mitocôndrias, com
grânulos de glicogênio e lipídios armazenados no citoplasma. Mantidos por uma
rede de fibras reticulares possuem microvilosidades (lado em que está o capilar
sinusóide), entre 2 hepatócitos há canalículo biliar (drena a bile). Realizam todos
as funções do fígado (exceto hemocaterese).
 Região Apical: produz bile (exócrino).
 Região Basolateral: absorção e secreção (albumina, fatores de
coagulação, fibrinogênio, protrombina),
 Espaço de Disse (trocas entre capilares e hepatócitos, células de Ito que
armazenam vitamina A).

Célula de Kupffer: células dendríticas (fagócitos), eliminam hemácias velhas,


hemoglobina, bactérias, síntese de citocinas e células apresentadoras de
antígeno (sistema imune), presentes na parede dos capilares sinusóides.

CIRCULAÇÃO HEPÁTICA: Artéria hepática (chegam ao espaço porta e ramifica-


se em) → ramos interlobulares → capilares sinusóides // Veia porta (chegam e
ramificam-se em) → ramos interlobulares → capilares sinusóides → veia
centrolobular → veias sublobulares (anastomosam-se para formar as) → veias
hepáticas → veia cava inferior

DRENAGEM DA BILE: Hepatócitos → canalículos biliares → canais de Hering


→ ductos biliares (transição) → ducto biliar (anastomosa-se para formar os) →
ductos hepáticos (dir/esq que se juntam para formar o) → canal hepático (lança
a bile no) → ducto cístico ↔ vesícula biliar (armazena) // ducto cístico → ducto
colédoco → duodeno

VESÍCULA BILIAR: Aderida a fase posterior do fígado, órgão oco com 3


camadas em sua parede:
 Mucosa ( apresenta dobras): Epitélio simples cilíndrico + tec. conjuntivo
frouxo
 Muscular (camada delgada): musculo liso
 Adventícia (prende a vesícula ao fígado) ou Serosa (superfície livre)
Função: Armazena e concentra a bili (retira água), quando comemos há
contração, a bile volta para o ducto cístico.
Presença de glândulas mucosas próximas ao ducto cístico.
Embriologia do Sistema Respiratório

FORMAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

APARELHO FARÍNGEO

 Caudal ao quarto par de bolsas faríngeas surge um sulco mediano, o


SULCO LARINGOTRAQUEAL. Ele é o marco inicial de onde começa o
sistema respiratório.
 O sulco vai se evaginar, gerando o DIVERTÍCULO LARINGOTRAQUEAL
(OU RESPIRATÓRIO), formado por ENDODERMA.
 Conforme o divertículo se alonga ele é envolvido pelo mesoderma
esplâncnico e sua extremidade distal dilata, formando o BROTO
RESPIRATÓRIO.

DESENVOLVIMENTO DA LARINGE

 O epitélio de revestimento da laringe origina-se do endoderma.


 As cartilagens laríngeas desenvolvem-se a partir do mesênquima
derivado de células da crista neural.
 A EMINÊNCIA HIPOFARÍNGEA, uma proliferação de mesoderma
revestida de endoderma entre o terceiro e o quarto arco faríngeos,
apresenta uma porção cefálica e uma caudal. A CEFÁLICA ascende para
formar a parte posterior da língua e a CAUDAL descende, alterando o
formato do sulco laringotraqueal para semelhante a um T e formando a
epiglote.
 OBS: As partes laterais desse T vão gerar as cartilagens laríngeas.

FORMAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

 O divertículo respiratório brota ventralmente e o tubo que sobra


posteriormente dará origem ao esôfago e à nasofaringe.
 No início dessa divisão há um compartilhamento de estruturas, o que não
pode ser mantido. É preciso ter duas estruturas separadas.
 O endoderma vai se proliferando, formando as PREGAS
TRAQUEOESOFÁGICAS, que vão crescendo em direção ao centro para
separar as estruturas tubulares.
 Quando as pregas se fundem, as luzes se separam, porém as estruturas
ainda estão unidas.
 OBS: A união das pregas forma um septo, que vai crescendo
longitudinalmente, o SEPTO TRAQUEOESOFÁGICO. O mesoderma
também se prolifera, junto com o endoderma, para a formação do septo.
Dessa forma o mesoderma de um lado entra em contato com o
mesoderma do outro lado e os tubos são finalmente separados. OBS2:
A parte ventral, respiratória recebe o nome de TUBO
LARINGOTRAQUEAL.
DESENVOLVIMENTO DA TRAQUÉIA

A partir da interação endoderma-mesenquimal. O ENDODERMA do tubo


laringotraqueal origina o epitélio e as glândulas da traquéia, da laringe e dos
brônquios e o epitélio pulmonar. O MESODERMA ESPLÂNCNICO que envolve
o tubo origina a cartilagem, o tecido conjuntivo e os músculos.

DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E DOS PULMÕES

As ramificações dos brotos que vão gerar os brônquios geralmente são


dicotômicas. O TUBO LARINGOTRAQUEAL se divide inicialmente em DOIS
BROTOS BRÔNQUICOS PRIMITIVOS. Esses brotos crescem lateralmente
para os canais pericardioperitoneais (que se tornarão as cavidades pleurais). Os
brotos brônquicos se dividem originando brônquios secundários e terciários. A
conexão dos brotos brônquicos com a traquéia cresce para formar os
BRÔNQUIOS PRINCIPAIS. O brônquio principal se divide em brônquios
secundários, que formam os ramos LOBARES, SEGMENTARES E INTRA-
SEGMENTARES. OBS: No lado direito o brônquio lobar inferior se subdivide em
2, havendo a formação de TRÊS LOBOS. OBS2: Conforme os brônquios vão
se dividindo, o mesoderma esplâncnico que os envolve também se expande.

DESENVOLVIMENTO DA PLEURA

Continua havendo mesoderma somático e mesoderma esplâncnico (em contato


com o endoderma) e o celoma entre eles. O celoma na região respiratória é o
CELOMA ou CAVIDADE PLEURAL. Conforme os pulmões se desenvolvem,
adquirem uma camada de PLEURA VISCERAL derivada do MESODERMA
ESPLÂNCNICO. A parede torácica do corpo ganha uma camada de PLEURA
PARIETAL derivada do MESODERMA SOMÁTICO.

FATORES IMPORTANTES PARA O CRESCIMENTO PULMONAR


Primeiramente os pulmões precisam de espaço para crescer dentro do celoma.
OBS: HÉRNIA DIAFRAGMÉTICA, com crescimento das vísceras para o interior
da cavidade pleural e causando agenesia geralmente unilateral dos pulmões.
Movimentos respiratórios fetais, que condicionam os músculos respiratórios
fetais. Volume adequado de líquido amniótico. No início os pulmões apresentam
contribuição para a formação do líquido amniótico. Além disso, o embrião tanto
inspira quanto deglute o líquido amniótico, o que dilata essas vias e ajuda no
desenvolvimento das mesmas. OBS: Pouco líquido amniótico é ruim, causaria
estenose dessas vias e prejudicaria o desenvolvimento das mesmas.

PERÍODO DE MATURAÇÃO DOS PULMÕES

PERÍODO PSEUDOGLANDULAR (6ª A 16ª SEMANA)

Estrutura do pulmão nesse estágio se assemelha a uma glândula exócrina.


Principais elementos já estão formados, exceto os envolvidos nas trocas
gasosas.

PERÍODO CANALICULAR (16ª A 26ª SEMANA)

A PROLIFERAÇÃO MESODÉRMICA é mais intensa, o que torna o tecido


pulmonar altamente VASCULARIZADO. Começam a surgir alguns
BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS e alguns SACOS TERMINAIS (alvéolos
primitivos) no final desse período. OBS: Já começa a haver alguma produção
de SURFACTANTE na 20ª semana, mas ainda muito pequena.

PERÍODO DO SACO TERMINAL (26ª SEMANA AO NASCIMENTO)

Desenvolvem-se mais sacos terminais e suas células se tornam muito delgadas.


Os capilares começam a fazer protuberâncias para o interior desses alvéolos em
desenvolvimento. Os sacos terminais se tornam revestidos por células epiteliais
pavimentosas do endoderma, os PNEUMÓCITOS I, pelos quais ocorrem as
trocas gasosas.

Entre os pneumócitos I encontram-se células epiteliais globosas e secretoras,


os PNEUMÓCITOS II, que secretam o SURFACTANTE PULMONAR. Esse
surfactante forma uma película sobre as paredes internas dos sacos terminais,
diminuindo a tensão superficial e facilitando a expansão dos sacos.

PERÍODO ALVEOLAR (38ª SEMANA AOS 8 ANOS)

Pneumócitos I ficam tão finos que os capilares realizam protrusão para o interior
dos sacos terminais. A MEMBRANA ALVÉOLOCAPILAR já é suficientemente
fina para que ocorram trocas gasosas no final do período fetal embora os
pulmões ainda não tenham essa função. OBS: O maior crescimento dos
pulmões em tamanho após o nascimento resulta do aumento do número de
bronquíolos respiratórios e de alvéolos primitivos e não do aumento do tamanho
dessas estruturas.

FÍSTULAS TRAQUEOESOFÁGICAS

PROBLEMAS DE SEPTAÇÃO INADEQUADA. NA MAIORIA DOS CASOS


ESTÁ ASSOCIADA A ATRESIA ESOFÁGICA (esôfago termina em um fundo
cego), perceptível por acúmulo de líquido no fundo cego do esôfago.

O esôfago pode também estar contínuo, porém com comunicação


traqueoesofágica, em alguns casos. O alimento pode vir a atingir as porções
inferiores do trato respiratório.

AGENESIA PULMONAR GERALMENTE É UNILATERAL (se for bilateral é


incompatível com a vida). Resulta da falta do desenvolvimento do broto
brônquico. Acompanhada de DESLOCAMENTO DO MEDIASTINO para o lado
afetado e o PULMÃO EXISTENTE É HIPEREXPANDIDO.

HIPOPLASIA PULMONAR

Associada à HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA. O pulmão é incapaz de


se desenvolver normalmente porque é comprimido pelas vísceras abdominais
anormalmente posicionadas. Caracterizada por um pulmão com volume
bastante reduzido e hipertrofia do músculo liso nas artérias pulmonares.
APLASIA PULMONAR

Ocorre a formação de brônquios rudimentares, porém esses terminam em fundo


cego, sem que haja a formação do pulmão.

Embriologia do sistema urogenital

Inicia-se no mesoderma intermediário do embrião

Tem início com a formação de um par alongado de órgãos excretores


semelhantes aos rins de vertebrados inferiores, depois são substituídos pelos
rins metanéfricos definitivos.

Possui 3 estádios sucessivos:

Pronefro- conjuntos com arranjo segmentar de cordões epiteliaisque se


diferenciam a partir do mesoderma intermediário anterior (nefrótomos) que se
conectam lateralmente com um par de ductos néfricos primários, que crescem
em direção a coacla.

Túbulos mesonéfricos- os ductos néfricos ao se estenderem caudalmente


parecem estimular o mesoderma intermediário a formar conjuntos segmentares
adicionais de túbulos (túbulos mesonéfricos). Uma unidade típica consiste em
um glomérulo vascular, que se apresenta parcialmente envolvido por uma
capsula glomerular epitelial que é contínua ao túbulo mesonéfrico e desemboca
separadamente na continuação do ducto néfrico primário (ducto mesonéfrico).
No final da 4 semana, os ductos mesonéfricos prendem-se a coacla. Bem
próximo ao local de inserção da coacla, o dcto mesonefrico forma ma salencia
pitlil denominada broto uretérico.

Metanefro- (rim definitivo) no início da quinta semana o broto uretérico


começa a crescer na região posterior do mesoderma e células mesenquimais do
mesoderma se condensam em volta do divertículo metanéfrico para formar o
blastema metanéfrico.

A base morfológica para o desenvolvimento de um rim metanéfrico é o


alongamento e ramificação do divertículo metanéfrico que se transforma no
sistema de ductos coletores do metanefro, e a formação dos túbulos renais a
partir de condensações mesenquimais situado em volta ds extremidades dos
ramos. O mecanismo subjacente a estes eventos é constituído por uma série de
interações indutoras recíprocas entre as extremidades dos ramos dos ductos
metanéfricos e as células do blastema metanéfrogênico circulante.

A formação de unidades funcionais individuais (néfrons) nos metanéfros em


desenvolvimento envolve 3 linhagens de células mesodérmicas

 Células epiteliais- derivadas do divertículo metanéfrico


 Células mesenquimais do blastema metanefrico
 Invaginações de células endoteliais vasculares.

O mesenquima pré-induzido contém várias ptns intersticiais como a


fibronectina e o colágeno do tipo 1 e 3. Com a condensação das células
mesenquimais após um evento indutor, estas ptns se perdem e são substituídas
por ptns do tipo epitelial (colágeno tipo 4 e lamina e a proteolítica sulfatada da
heparina).

Com a ramificação do broto terminal dos ramos do ducto metanéfrico, o


mesenquima circulante se divide em 2 partes. Após a fase de crescimento, a
atividade mitótica no interior do mesênquima blastêmico arredondado diminui, e
o primórdio do túbulo adquire a forma de virgula. No interior da vírgula, um grupo
de células mais afastado da extremidade do ducto metanéfrico torna-se
polarizado, formando uma luz central e uma lâmina basal na superfície externa
(transformação das células mesenquimais em um epitélio, podócitos).

Uma consequência desta transformação epitelial é a formação de uma fenda


logo abaixo dos percursores do podócito em transformação no primeiro túbulo
(os precursores das células endoteliais vasculares, que acabarão formando
glomérulo). A células endoteliais estão ligadas aos ramos da aorta dorsal e
formam uma estrutura em alça complexa que termina se transformando no
glomérulo renal. Células do endotélio glomerular e o epitélio do podócito contíguo
formam uma membrana basal espessa entre eles (importante para a filtração
renal).

A diferenciação do túbulo renal avança do glomérulo para a porção proximal


e a proção distal do túbulo contorcido. Durante esta diferenciação do néfron, uma
porção do túbulo transforma-se numa alça de Hele (estende para a medula do
rim).
Enquanto vários conjuntos de néfrons estão se diferenciando, o rim vai se
tornando cada vez maior. O sistema ramificado de ductos também se torna- se
maior e mais complexo, formando a pelve e o sistema de cálices dos rins.
Durante boa parte do período fetal os rins apresentam –se divididos em lobos
visíveis macroscopicamente. Quando do nascimento, esta lobação torna-se bem
menos evidente e desaparece no período perinatal.
Quando se formam, os rins metanéfricos localizam-se profundamente na região
pélvica. Durante a fase final do período embrionário e o início do período fetal,
passam por uma acentuada mudança de posição, quando se deslocam para a
região abdominal. Dois componentes simultâneos ocorrem na migração. Um é a
mudança no sentido caudocefálico da quarta para a primeira vértebra lombar, ou
mesmo até a 12° vertebra lombar, ou mesmo a 11° vertebra torácica. O outro
componente é um deslocamento lateral. Estas mudanças põem os rins em
contato com as glândulas adrenais. Ao migrarem para fora da cavidade pélvica,
eles passam por cima das grandes artérias umbilicais, que se ramificam a partir
da extremidade caudal da aorta. Todas estas mudanças acontecem atrás do
peritônio (retroperitôneais). Durante as fases iniciais da migração dos rins
metanéfricos, os rins mesonéfricos sofrem regressão. Os ductos mesonéfricos,
porém, são preservados ao se associarem intimamente às gônodas em
formação.
Formação da bexiga
O seio urogenital é contínuo com o alantoide, que possui uma base
expandida contínua com o seio urogenital e um processo tubular delgado que se
estende pelo pedúnculo do embrião, na outra extremidade. A base dilatada do
alantoide continua a se expandir para formar a bexiga, ao crescer a bexiga
incorpora a sua parede os ductos mesonéfricos e brotos uretéricos.
Fertilização
É a fusão do óvulo com o espermatozoide, resultando um zigoto com dois pró-
núcleos.
- Preparação do espermatozoide:
Maturação Epedidimária: aquisição de movimento e capacidade de ligação.
Capacitação: é o momento em que o espermatozoide adquire capacidade
fertilizadora; ocorre através de estímulos de substâncias presentes no útero; a
hiperatividade (movimentos rápidos e lineares) é a primeira evidência de que ele
está capacitado. Nos casos de reprodução assistida, a capacitação é simulada
in-vitro.
Reação Acrossômica (RA): o contato do espermatozoide com a corona radiata
produz perfurações na membrana plasmática do acrossoma. Desse modo, é
possível liberar as enzimas hidrolíticas hialuronidase (contra a corona radiata) e
acrosina (age contra a zona pelúcida).
- Sinais de Ca+2: São liberados quando o espermatozoide toca a zona pelúcida.
O cálcio, armazenado no REL do oócito, é então liberado por estímulo da
proteína PLC-zeta, presente no espermatozoide. Um dos efeitos dessas ondas
de Ca+2 é a retirada do oócito da metáfase II, transformando-se em óvulo. Outro
efeito é a exocitose dos grânulos corticais, responsáveis por desencadear uma
“reação de zona”, que evita a penetração de outro espermatozoide (evita a
polispermia) através de modificações nas características físicas e químicas da
zona pelúcida.
- Etapas da fertilização:
Passagem pela Corona Radiata: ação da hialuronidase
Passagem pela Zona Pelúcida: ação da acrosina; a penetração através da zona
pelúcida ocorre pela proteína ZP3 (receptora primária) e pela ligação do
espermatozóide à proteína ZP2.
Fusão das membranas plasmáticas do oócito II e espermatozoide: a fusão ocorre
de lado, através da peça intermediária. Em seguida, o espermatozoide gira 90º
e entra no oócito com a cabeça e cauda (ele não entra em forma de kamikaze).
Com a entrada do espermatozoide, o oócito completa a segunda divisão
meiótica. Forma-se, então, o óvulo, cujo núcleo passa a se chamar pró-núcleo
feminino. Formação do pró-núcleo masculino. Fusão dos pró-núcleos.
PS.: O alinhamento dos nucleoli influencia na escolha do embrião para a
implantação. Nos mamíferos, não chega a ocorrer singamia (fusão dos pró-
núcleos), já que a condensação dos cromossomos e a formação da placa
metafásica acontecem antes.
- Entre 24h e 48h após a fertilização, surge na corrente sanguínea da mulher o
FPG (Fator Precoce de Gravidez).

Infertilidade
 Causas masculinas Baixa contagem de espermatozoides (oligospermia)
 Deficiência de mobilidade (astenospermia)
 Danos no material genético, espermatozoides anormais (teratospermia)
 Ausência de espermatozoides (azoospermia)
Causas Femininas
 Obstrução das trompas (como, por exemplo, a causada pela Clamídia)
 Endometriose (tecido uterino implantado na pelve)
 Disfunção Hormonal Idade da mulher
Exames Preliminares
- Análise de FSH: a diminuição do “pool” ovariano faz com que o organismo
secrete um nível maior de FSH para amadurecer os folículos. Desse modo,
baseado na análise do FSH, dá pra ser ter uma ideia da quantidade de folículos
remanescentes.
- Análise do AMH: altos níveis de AMH indicam alta quantidade de folículos, já
que esse hormônio é produzido pelas células foliculares. É mais preciso que a
técnica do FSH.
Fertilização In-Vitro (FIV)
1ª ETAPA – PREPARAÇÃO DOS GAMETAS
- Superovulação: Inibição das atividades da hipófise, por meio da inibição dos
(GnRH) > Interrupção dos ciclos hormonais da mulher > Análise do AMH, a fim
de administrar a dose correta de FSH sintético > Injeção de HCG, que estimula
a maturação pré-ovulatória do LH > Punção dos folículos via transvaginal, 36
horas após administrar HCG. É necessário controlar a dose de FSH administrada
à mulher, já que os folículos produzem estrógeno. O número ideal de folículos
para a punção é de 10 a 12. Uma situação patológica seria a Síndrome do
Hiperestímulo.
- Preparação dos espermatozoides: Os gametas masculinos são recolhidos de
uma ejaculação e, os que apresentarem maior mobilidade e funcionalidade, são
escolhidos. Dois métodos são empregados para o processamento do sêmen:
método swin-up (sem centrifugação) e método com centrifugação (os
espermatozoides mais viáveis ficam depositados no fundo e formam o pellet).
- Ambos os gametas passam por uma lavagem: os espermatozoides precisam
da remoção do líquido seminal para que ocorra a capacitação (remoção de
glicoproteínas na membrana do acrossoma). Já do oócito, são removidas
algumas células do cúmulus, através do tratamento com hialuronidase. Vale
ressaltar que a ICSI é mais agressiva que a FIV nesse aspecto, pois os gametas
passam por um processamento mais rigoroso.
- Os gametas são armazenados em um meio de cultura, em uma incubadora, a
5% de CO2 e 37ºC. Esses métodos de tratamento de gametas e superovulação
são utilizados tanto na FIV quanto na ICSI.

2ª ETAPA – INSEMINAÇÃO
- A concentração de espermatozoides no meio de fertilização deverá ser entre
50 mil e 1 milhão. Valor maiores que 1 milhão aumentam significativamente a
chance de polispermia.
- Em geral, a inseminação é realizada de 4 a 6 horas após a coleta.
3ª ETAPA – ANÁLISE DO EMBRIÃO
- Deve haver 2 pró-núcleos após cerca de 20 horas, o que indica a fertilização.
Embriões haploides, poliploides ou sem pró-núcleos são descartados.
- Antes da implantação, analisam-se as clivagens até a fase de blastocisto.
Assim, pode-se escolher o embrião mais saudável. A formação de embriões
saudáveis segue a estimativa de 1 para 4 fertilizações.
ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides)
- Um espermatozoide é selecionado, imobilizado sob microscópio (através da
quebra da cauda), aspirado em uma agulha injetora e depositado diretamente no
interior do ooplasma.
- A ICSI é recomendada para casos de infertilidade por fator masculino, quando
a contagem ou a motilidade dos espermatozoides é muito reduzida ou, até
mesmo, quando eles são inexistentes no ejaculado e devem ser capturados dos
epidídimos ou dos testículos por aspiração percutânea (PESA) ou por biópsia
(TESE). Ainda, a execução da ICSI é aconselhada quando os parâmetros
seminais são normais, isto é, boa contagem e motilidade dos espermatozoides
no ejaculado, mas houve uma falha de fertilização em tentativas anteriores de
FIV. Neste caso, a ICSI é empregada como um recurso para contornar possíveis
alterações ao nível da zona pelúcida ou do oolema - como, por exemplo, após
criopreservação - ou ainda uma incapacidade de interação do espermatozoide
com o oócito, para que ocorra sua penetração e fertilização.
- Na ICSI, o preparo dos oócitos é mais elaborado. Após passarem pelas
lavagens como na FIV, eles devem ser desnudados, o que significa que as
células do cumulus oophorus, que normalmente acompanham os oócitos após a
coleta, devem ser removidas até quase sua totalidade de forma a expor a zona
pelúcida. O desnudamento dos oócitos é realizado a partir da incubação dos
gametas em uma enzima, a hialuronidase.
- Com auxílio do microscópio, um espermatozoide de boa morfologia e móvel é
detectado, imobilizado com a agulha injetora e aspirado para o seu interior. Esta
agulha é levada até a gota contendo o oócito a ser injetado, o qual é mantido
imóvel por sucção efetuada pela segunda pipeta do manipulador. O oócito é
acomodado no campo de visão de maneira que seu primeiro corpúsculo polar
esteja às 12h ou às 6h. Esta disposição do oócito é muito importante, visto que
a placa metafásica do oócito em geral encontra-se logo abaixo do primeiro
corpúsculo polar e poderia ser danificada se a injeção fosse realizada ao acaso
no citoplasma do gameta. A agulha injetora perfura a zona pelúcida e o oolema
de maneira a depositar o espermatozóide no interior do oócito em poucos
segundos.
- A presença de 2 pró-núcleos é a confirmação de fertilização normal e os
zigotos são transferidos para um novo meio de cultivo para desenvolvimento até
o dia da transferência. Os critérios de seleção para transferência também são os
mesmos daqueles descritos na FIV.
SUPER ICSI
- Mesmo que a fertilização pós-inseminação por ICSI possa chegar a índices
entre 90-100% em mãos experientes, as taxas de implantação e gestação não
correspondem a este sucesso técnico laboratorial. Tal é verdade especialmente
em casos de oligospermia severa (“quase” azoospermia) ou teratospermia,
condição em que os espermatozóides apresentam índice de anomalias
morfológicas próximo aos 100%. A escolha criteriosa dos espermatozóides
humanos segundo a integridade morfológica do núcleo está positivamente
associada com taxas de gestação mais elevadas após ICSI, quando comparado
com a ICSI convencional.
- Nesta nova metodologia, os espermatozóides passam por uma criteriosa
análise de suas organelas, especialmente a presença de vacúolos nucleares, e
somente o espermatozoide portador de um núcleo estritamente definido como
morfologicamente normal é selecionado para inseminação, ou seja, com
configuração nuclear oval, simétrica e plana. O conteúdo de cromatina nuclear é
considerado normal se ele contém não mais do que um vacúolo, o qual ocupa
não mais do que 4% da área nuclear.
- O processo de preparo da amostra seminal para super-ICSI não difere do
descrito anteriormente, em que o sêmen é depositado em um gradiente de
densidade, centrifugado e o pellet final, contendo a porção mais móvel dos
espermatozoides, é re-suspendido em um pequeno volume de meio de cultivo
ou meio especialmente designado aos gametas masculinos.
PGD (Diagnóstico Genético Pré-Implantacional)
- É uma técnica utilizada para analisar o genoma do embrião, principalmente em
casos de suspeita de hemofilia, fibrose cística, entre outras doenças
cromossômicas.
- Nesse procedimento, a zona pelúcida do embrião é perfurada através de raios
laser e, em seguida, uma micropipeta aspira um ou dois blastômeros para
análise do genoma. A coleta dos blastômeros se faz em um estágio de 6 a 8
células, quando ainda não houve diferenciação celular, sendo todas as células
totipotentes.
Criopreservação
- Congelamento lento: método clássico. Utiliza baixas taxas de crioprotetores,
agentes nos quais os embriões são imersos para criopreservação e que
diminuem os danos causados pelo procedimento. O criprotetor mais utilizado é
o 1,2 propanodiol. O resfriamento é lento até a temperatura do nitrogênio líquido
(-196ºC). Durante o processo, ocorrem pausas para a indução da formação de
cristais de gelo, processo chamado de seeding.
- O número de embriões a serem descongelados em um ciclo de transferência
depende do número e da qualidade deles, quando do congelamento. Em geral,
descongela-se um embrião por vez acessando-se a cada passo a ausência de
lise dos blastômeros e degeneração dos mesmos até a última etapa do processo.
Um embrião que sobreviveu bem ao congelamento apresenta pelo menos 50%
de seus blastômeros intactos e assim deve-se constituir um grupo de embriões
com características de viabilidade morfológicas satisfatórias para transferência
imediata ou cultivo pra transferência posterior.
- Vitrificação: método rápido que utiliza altas doses de crioprotetores, o que pode
ser prejudicial ao desenvolvimento embrionário. A vitrificação consiste na
conversão de um sistema do estado fluido ao estado sólido, unicamente pelo
aumento de viscosidade, sem qualquer alteração de fase ou cristalização da
água e, portanto, em completa ausência de gelo. Os crioprotetores que vem
sendo utilizados são o dimetil-sulfóxido (DMSO) e o etilenoglicol, além da
sacarose e um sistema de cryotop para acomodar o embrião a ser vitrificado.
Variações mínimas de poucos segundos de exposição além da adequada podem
afetar a viabilidade do material e serem a maior causa de maus resultados
alcançados em muitos laboratórios, em termos de sobrevivência do embrião, seu
potencial de fertilização, implantação e gestação. Para o reaquecimento são
também necessárias soluções de reaquecimento contendo concentrações
decrescentes de crioprotetor.
- Criopreservação de oócitos: existe uma tendência a crer-se que a melhor
maneira de criopreservar o gameta feminino humano é a vitrificação. A mesma
seqüência metodológica descrita anteriormente para vitrificação de embriões é
a que vem apresentando resultados mais animadores em termos de
sobrevivência do oócito pós-aquecimento, capacidade de fertilizar, de
desenvolvimento embrionário, implantação e gestação.
- Para os oócitos, a integridade do oolema e do ooplasma pós-criopreservação
são determinantes para decidir-se se eles serão ou não encaminhados à
inseminação por ICSI. Alterações na zona pelúcida e no oolema causadas pelos
processos de congelamento/descongelamento ou vitrificaçao/reaquecimento
desaconselham o uso da FIV para inseminação de oócitos pós-criopreservação,
sendo, portanto, a ICSI o procedimento mais adequado para inseminação. Após
a inseminação, o cultivo embrionário e seleção para transferência são idênticos
aos apresentados anteriormente.
PB Biopsy (Biopsia do Corpúsculo Polar)
- É a análise da carga genética materna, através do estudo do genoma do
corpúsculo polar. Desse modo, não há perturbações no embrião. Entretanto, só
se tem ideia do genótipo materno.

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