CURITIBA
2017
Resumo: Neste projeto de pesquisa pretende-se problematizar, dentro do cinema
documentário brasileiro da década de 60, as representações de grupos sociais propagados a
partir do discurso do narrador (diretor) com o intuito de identificar possíveis estereótipos
construídos ou criados por este discurso. Jean Claude Bernardet, em Cineastas e Imagens do
Povo, 1985, caracteriza como modelo sociológico filmes documentários em que o
narrador/diretor conduz o espectador de modo que as entrevistas e imagens no filme sirvam
para chancelar a opinião do diretor, tornando-o o real protagonista da obra. O modelo
sociológico teve seu ápice entre 1964 e 1965 e, para desenvolver o projeto, foram
selecionados como fontes três filmes documentários que se enquadram neste modelo e no seu
período de auge. São eles: Maioria Absoluta, de Leon Hirzman, 1964, Viramundo, de Geraldo
Sarno, de 1965 e Subterrâneos do Futebol, de Maurice Copovilla de 1965. Para realizar essa
investigação, partiremos da análise dos vários discursos dos filmes (narrador/diretor, classe
média e minorias) para tentar identificar a quem pertencem, se assemelham-se e afastam-se,
se constroem estereótipos e o modo como o discurso pode reforçar estes. Espera-se com o
estudo, identificar possíveis heterogeneidades de discursos e representações.
1
BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e Imagens do Povo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
2
Ibidem. Página 12
3
NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas: Papirus, 2016.
4
Embora Nichols utilize a expressão “excluído” e subalterno” em diversas passagens, os usa para referir-se à
“minorias”.
pode possuir. Na perspectiva de Shohat e Stam 5 , o problema é que “grupos historicamente
marginalizados não têm controle sobre sua própria representação” 6. Assim uma produção
audiovisual é, também, uma produção discursiva que remete às relações sociais e as disputas
ou articulações com os poderes hegemônicos 7. Sua capacidade de produção e reprodução de
sentidos e sua contribuição para a democratização das relações sociais, em sentido amplo,
deriva das maneiras como as narrativas repetem (ou não) papéis sociais e culturais associados
“naturalmente” aos diferentes grupos sociais 8.
Este projeto pretende problematizar as representações de grupos sociais propagadas a
partir do discurso do narrador (diretor) nos médias metragens brasileiros na década de 60 e
compreender como estereótipos são criados e reforçados por este discurso. Para Chartier "as
lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para compreender
os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo
social, os valores que são os seus, o seu domínio" 9. Segundo o historiador, pode pensar-se
uma história cultural do social que tome por objeto a compreensão das formas e dos motivos –
ou, por outras palavras, das representações do mundo social que, à revelia dos atores sociais,
traduzem as suas posições e interesses objetivamente confrontados e que paralelamente,
descrevem a sociedade tal como pensam que ela é, ou como gostariam que fosse 10. Esse
conceito dialoga com o "modelo sociológico" descrito por Bernardet. Como analisa o autor, as
entrevistas e as falas dos personagens incentivaram de tal modo o registro da interação entre
personagem e realizadores dos filmes que, em último caso, a entrevista deixou de ser uma
ferramenta para compreender melhor os protagonistas dos filmes e se tornou um modo de
auto-referência do próprio diretor, sendo este – por acidente – o verdadeiro protagonista das
narrativas 11.
Na visão de Shohat e Stam, esse modelo de narrativa pode reforçar (e criar)
estereótipos porque projetam os povos como “todos iguais” 12. Assim, qualquer
comportamento negativo de um membro da comunidade oprimida é imediatamente
generalizado como típico, algo que aponta para uma eterna essência negativa. As
5
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica: multiculturalismo e representação. São Paulo:
Cosac Naify, 2006
6
Ibidem. Página 248
7
. SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Loc.cit.
8
STAM, Robert. SPENCER, Louise. Racism, colonialism and representation. Página 32.
9
CHARTIER, Roger. História Cultural: entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo.
Aglés – Portugal: Difel, 2002. Página 17.
10
Ibidem. Página 23.
11
BERNARDET. Página 26.
12
SHOHAT, E. STAM, R. Página 244.
representações, portanto, se tornam alegóricas: no discurso hegemônico todo papel subalterno
é visto como sinédoque que resume uma comunidade vasta, mas homogênea 13. Por outro
lado, as representações dos grupos dominantes não são vistas como alegóricas, mas como
"naturalmente" diversas, exemplos de uma variedade que não pode ser generalizada. Esses
grupos não precisam se preocupar com "distorções e estereótipos", pois mesmo imagens
ocasionalmente negativas fazem pare de um amplo repertório de representações.
Para Bernardet, o contexto social do início da década de 60 foi marcado por diversas
tendências ideológicas e estéticas que queriam que as artes não só expressassem a
problemática social, mas ainda contribuísse à transformação da sociedade 14. Glauber Rocha,
no prefácio de Revolução do Cinema Novo 15, afirma que o movimento cinema novo resgatou
o cinema brasileiro de uma miséria econômica e cultural e diz que este cinema é marcado por
uma geração de intelectuais, na qual ele próprio se inclui. No livro de Bernardet, no eixo da
questão está a reafirmação da postura humilde do sujeito epistemológico que cerca o
pensamento dito pós-estruturalista no qual o livro está inserido. A validade ética das asserções
que a voz que enuncia o documentário estabelece sobre o povo é questionada em sua raiz, a
partir de uma análise da narrativa. Jean-Claude Bernardet põe em evidência o que chama de
"modelo sociológico", no qual, na representação do universo popular, a voz off seria
composta por enunciados que reafirmam o saber sobre o outro, reduzindo a nada a dimensão
da expressão desse outro 16. Essa abordagem, aplicando o raciocínio de Shohate e Stam, não
acaba por homogeneizar a representação desses grupos descritos nos documentários dentro do
modelo proposto por Bernardet? Esse modelo narrativo não reforça estereótipos negativos já
comumente associados a esses grupos? Problematizar e entender essas representações no
documentário na década de 60 poderá contribuir com os estudos de cinema que abordam o
Modelo Sociológico e representações de grupos sociais.
Refletindo sobre essas questões e considerando o contexto exposto acima, foi
selecionado três filmes documentários de média metragem que se enquadram no ápice do
“modelo sociológico” (entre 1964 e 1965) cujas características técnicas se assemelham, ainda
que a temática e os diretores sejam diferentes: Maioria Absoluta, de Leon Hirzman, 1964, que
trata da vida no campo no nordeste, Viramundo, de Geraldo Sarno, de1965 , que trata da
migração, trabalho na construção civil e aspectos religiosos e Subterrâneos do Futebol, de
Maurice Copovilla de 1965, que aborda os populares e sua relação com o futebol (distração da
13
Ibidem. Página 245 e 246.
14
BERNARDET.Op.cit.
15
ROCHA, Glauber. A revolução do Cinema Novo. São Paulo: Alhambra. 1981. Página 07.
16
RAMOS, F. P. Mas afinal...o que é mesmo documentário? São Paulo: Senac Ed., 2008. Página 73.
massas segundo a temática do documentário). Todos os filmes são médias metragens guiados
pela voz off e possuem depoimentos de populares.
Viramundo, 1965, possui muitas vozes. Falam pessoas entrevistadas, ora retirantes
nordestinos que chegam a São Paulo em busca de trabalho, ora operários e uma mãe de santo
que são entrevistados em suas casas. Fala dirigente de empresa e pregadores. Os entrevistados
só falam quando perguntados. O entrevistador, que não aparece na tela, lhes faz perguntas
sobre as suas condições de vida e de trabalho, e as respostas limitam-se ao perguntado. No
início há dizeres escritos que informam que o filme recebeu a colaboração de diversos
sociólogos, professores da Universidade de São Paulo. O locutor apoia-se nesta referencia e
na amostragem dos entrevistados para chancelar credibilidade através da narrativa 17. Há uma
clara diferença entre a representação dos mais abastados e dos menos abastados. A classe
média, os patrões, falam português correto, falam da falta de mão de obra especializada para
suprir o mercado. Há um único imigrante que aparentemente está mais estruturado e flerta
economicamente com a classe média, que não reclama de quaisquer mazelas. Diz ele: “gosto
muito de São Paulo, desse povo que adoro muito, um povo que olha pra frente, ajuda aqueles
que precisam e não me considero um nortista e sim um paulista e aqui eu quero morrer”. O
diretor adiciona essa voz para reforçar que o capital corrompe e o nortista imigrante se afasta
dos seus semelhantes e aproxima seu discurso ao da classe média. As minorias, os
trabalhadores, em suma reclamam da falta de emprego e da pobreza.
Em Maioria Absoluta, 1964, o locutor é uma voz do saber semelhante a que vemos em
Viramundo. Dá estatísticas, informações sobre a história do Brasil que explicam o latifúndio
da época, afirma que o analfabetismo não é apenas o fato de não ser alfabetizado, mas uma
das consequências da indigência e opressão. A narrativa inicia representando a classe média e
seu discurso. Os entrevistados estão na praia, sorrindo, relaxando. Uma mulher diz “não haver
crise” quando lhe perguntada a causa da crise brasileira. Um homem, que é representado de
maneira culta e politizado, diz: “a grande crise brasileira é uma crise moral. Parodiando um
escritor e político brasileiro do passado, diria que a nossa constituição deveria ter somente
um artigo e um parágrafo: todo brasileiro deve ter vergonha na cara!”. O narrador avisa que
nem todo mundo concorda que o problema seja simplesmente moral. Nesta hora surge outra
mulher, bem vestida, numa sala com móveis aparentemente caros, quadros na parede, roupas
elegantes e brada: “mas acontece que também é um povo muito indolente e que as vezes não
sabe receber quando a pessoa quer dar meios melhores para eles melhorarem”. Nestes três
17
Para maiores informações acerca dessa questão, consultar o livro de Bernardet,Cineastas e Imagens do Povo,
páginas 11 à 32.
casos é possível observar diferenças entre níveis sociais e de discursos entre os representantes
das classes favorecidas. Até este momento o filme não da voz as minorias. O plano se alterna
entre a voz do entrevistado e imagens das minorias sempre em bandos, muitos, calados.
Quando finalmente falam, todos estão em palhoças, no meio rural, todos reclamam das más
condições de vida, todos reclamam da falta de dinheiro e todos reclamam da fome 18.
Diferente dos dois filmes anteriores, em Subterrâneos do Futebol o locutor é o que
mais fala. O filme explora os jogadores já consagrados e os jogadores de várzea, amadores e
sonhadores. Há distinção entre três níveis de representação: os dirigentes, representantes da
classe média, os amadores, representantes das minorias e os jogadores profissionais, como
Pelé, que neste caso, é utópico: “ninguém jamais será igual Pelé”, diz o narrador. Os
jogadores não gostam da vida de jogadores, reclamam dos dirigentes, reclamam do pouco
reconhecimento. O foco do filme é diferente dos filmes anteriores, mas quando o jogador fala
é para reclamar das dificuldades de ser profissional ou dos cartolas que envolvem o futebol 19.
Esses direcionamentos apontam para qual significado? Por que um grupo é
representado com vozes e pensamentos distintos e o outro parece não ter essa
heterogeneidade? Qual a intenção deste ordenamento de discurso? Essas questões estão
contextualizadas nos objetivos e norteiam a construção deste trabalho.
II. JUSTIFICATIVA
18
Dos cercas de 20 minutos do filme, o primeiro depoimento de um representante das minorias só acontece aos
05:26 minutos.
19
Maiores informações em: HIRATA, Edson. A mercantilização do futebol e os Subterrâneos da Legislação
Esportiva Brasileira (1980-2010). Curitiba:UFPR, 2011.
agente que conduz o espectador às afirmações do diretor e acidentalmente pode criar/reforçar
estereótipos - pode possibilitar uma contribuição aos estudos de cinema e representações por
analisar, dentro do modelo sociológico, o discurso como possível condicionante à imagem e
não apenas as representações provocadas pela imagem fílmica.
Os próprios filmes enquanto objeto de estudo também podem servir como justificação.
Por serem do gênero documentário, trabalham com aspectos não ficcionais e revelam através
de suas imagens e discursos, representações de um contexto específico na história do país.
São objetos que permitem diversas aproximações e são freqüentemente visitados por serem
fontes de memória histórica.
Ademais, justifica-se a continuidade dessa investigação sobre o cinema documentário
em função da importância que a imagem, voz e o cinema em particular adquiriram nas
ciências humanas. O cinema já é contemporaneamente objeto das áreas de estudo das ciências
humanas, como a Psicologia, a História e a Antropologia, que buscam no conteúdo e na forma
do filme elementos para o aprofundamento nos temas, questões e contradições da condição
humana.
III. OBJETIVOS
20
Ver em ALMEIDA, J, N. Isto não é um filme de ficção: Bill Nichols e a introdução ao documentário. Revista
Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais da Unespar/Embap - Vol.01 - N°02.
21
NICHOLS. Op.cit., página 78.
22
RAMOS, F, P. Introdução em NICHOLS. op.cit., sem página.
entra em contato com o “mundo real”. Os autores atentam à visão simplista de construção de
estereótipos, visto que ao se pensar grupos subalternos como se todos fossem iguais,
possibilita que qualquer comportamento negativo de um membro dessa comunidade seja
tratado de forma generalizada, pois apenas reforça a imagem negativa pré-estabelecida de
todo o grupo. Entendem que o conceito de voz sugere uma metáfora de infiltração através de
fronteiras que, como o som no cinema, remodelam a própria espacialidade, ao passo que a
organização visual do espaço, com seus limites, cercas e policiamentos, forma uma metáfora
de exclusão e arranjos hierárquicos 23.
Em sua obra A Arqueologia do Saber (1969) o filósofo Francês Paul Michel Foucault
apresenta uma série de estudos que têm por objetivo estabelecer um método de investigação
que nos proporciona construção para um novo pensamento. Todo o seu trabalho foi
desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do
discurso: " A arqueologia busca definir não os pensamentos, as representações, as imagens,
os temas, as obsessões que se ocultam ou se manifestam nos discursos; mas os próprios
discursos, enquanto práticas que obedecem a regras" 24. O que Foucault indica nessa
passagem da Arqueologia do saber é como tradicionalmente ocorre a produção dos saberes
científicos e dos discursos que justificam esses saberes. Em sua concepção os saberes
científicos apresentam-se como válidos em si mesmo desprezando o importante papel que os
discursos desempenham na construção das imagens e práticas desenvolvidas pelas ciências.
Foucault se ocupou centralmente em analisar as gêneses e as transformações dos saberes no
campo das ciências humanas, o ser-saber, cujo método é a arqueologia 25. Em A Ordem do
Discurso 26, 2002, Foucault diz que as condições de produção do discurso estão diretamente
relacionadas às instâncias sociais e históricas de poder do sujeito do discurso (locutor) em seu
específico ambiente de discurso. As relações de poder e o lugar do sujeito do discurso, em
face dos seus interlocutores, é que determinará a força do discurso, o grau de verdade dele e
conseqüentemente sua aceitabilidade. Nessas instâncias, Foucault será base para analisarmos
os discursos nos filmes.
Em seu texto de 2008, José Barros afirmar que "o cinema não é apenas uma forma de
expressão cultural, mas também um ‘meio de representação’. Através de um filme,
23
Ibidem. Sem página.
24
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária,1997. Página 169.
25
FISCHER, R.M.B. Foucault e a análise do discurso em educação. Cad: 2001, n.114, páginas 197-223,
disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742001000300009&script=sci_abstract&tlng=pt.
Acessado em 01/09/2017.
26
FOUCAULT, Michael. A ordem do Discurso. São Paulo. Loyola: 2002, página 46.
representa-se algo, seja uma realidade percebida e interpretada, um mundo imaginário
livremente criado pelos autores de um filme" 27. A noção de representação surge
inadvertidamente pelo caráter figurativo que a imagem cinematográfica assume em sua
aparição social padrão. Filmes, em alguma medida, ‘representam’ algo. Em história, todavia,
o representar não é somente uma questão de ‘ocupar um lugar do ausente’, uma vez que a
representação se tornou um dos temas principais da pesquisa histórica. Nessa perspectiva, o
filme além (e antes) de representar o que mostra (o presente ocupando o ausente), contêm, em
si, os sistemas classificatórios formados a partir das hierarquias e jogos de poderes que
constituem as práticas sociais, ou seja, as representações coletivas 28. Sobre representação, o
historiador Roger Chartier escreve que as lutas de representações têm tanta importância como
as lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta
impor, a sua concepção do mundo social, os valores que são os seus, o seu domínio. Segundo
o próprio:
“pode pensar-se uma história cultural do social que tome por objeto a compreensão das formas
e dos motivos – ou, por outras palavras, das representações do mundo social – que, à revelia
dos atores sociais, traduzem as suas posições e interesses objetivamente confrontados e que
paralelamente, descrevem a sociedade tal como pensam que ela é, ou como gostariam que
fosse” 29.
VI. REFERÊNCIAS
FONTES
GOMES, Paulo Emilio Salles. Os Fenômenos propriamente políticos não conseguem mais
solicitar minha curiosidade. S.l., 1964. 3 p. Manuscrito.Acesso: BR CB PE/PI. 0208.
GOMES, Paulo Emilio Salles. O Brasileiro já gostou muito de cinema brasileiro. S.l., S.d. 1 p.
Datilografado.S/D.Acesso: BR CB PE/PI. 0658.
GOMES, Paulo Emilio Salles. Nota sobre cinema brasileiro. São Paulo, 1968.06.00. 2 p.
Datilografado.Acesso: BR CB PE/PI. 0762.
TEIXEIRA. Jaime Rodrigues, IANNI, Octávio, LIMA, Antonio. O desafio do Cinema Novo,
em Revista Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, nº8.
ESTUDOS
FISCHER, R.M.B. Foucault e a análise do discurso em educação. Cad: 2001, n.114, páginas
197-223, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
15742001000300009&script=sci_abstract&tlng=pt. Acessado em 01/09/2017.
RAMOS, Fernando Pessoa. Mas afinal...o que é mesmo documentário? São Paulo: Senac Ed.,
2008
STAM, Robert. SPENCER, Louise. Racism, colonialism and representation. Disponível em:
https://www.academia.edu/12180023/Colonialism_Racism_and_Representation?auto=downlo
ad. Acesso em 10/07/2017.