ABSTRACT: The aim of this article is to provide a greater understanding on requirements for the Finishes and
Coatings Materials Control System (CMAR), featuring a comparison between the burning rate of the materials
and its influence on time required to leave the building with the safety of people within the compartment
involved in the fire. The methodologies used in this article were based on the standards adopted by Military Fire
Brigade of Mato Grosso, literature and related articles in order to show the importance of the CMAR system
versus your application in the Fire Safety Certificate. Bearing in mind that the behaviour of the materials in the
event of a fire is one of the main factors responsible for the growth and spread of fire, as well as the development
of smoke and toxic gases in the environment, the choice of finishing and coating materials which will make up
the building becomes fundamental in contributing for avoided critical conditions.
INTRODUÇÃO
tecnologias, por outro sempre gerou perda
O fogo é um dos quatro elementos de vidas e de propriedades devido a
naturais essenciais para a sobrevivência incêndios. Apenas após a Segunda Guerra
humana e muito venerada na antiguidade. Mundial o fogo começou a ser encarado
Há milhares de anos o homem descobriu como ciência, pois envolvia conhecimentos
como gerar e controlar a ignição, e esse de física, química, comportamento
domínio do fogo que por um lado permitiu humano, toxicologia, engenharia, etc. (Del
um grande avanço no conhecimento e nas Carlo, 2008).
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projeto e não apenas aos profissionais que presença de fogo indesejável, seja qual for
se especializam na área de segurança sua dimensão. Seu desenvolvimento
contra incêndio (Del Carlo, 2008). caracteriza-se por três fases: fase inicial,
fase de inflamação generalizada e fase de
extinção que, segundo Souza (2007),
Caracterização do fogo e níveis de risco de formam um conjunto de ações compõem o
incêndio Sistema Global de Segurança contra
Incêndio.
Segundo definição da Instrução A partir disso, pode-se compreender o
Técnica (IT) nº. 02/2011 de São Paulo: nível de segurança de uma edificação a
“O fogo pode ser partir da conceituação de cinco categorias
definido como um fenômeno de risco de incêndio:
físico-químico onde se tem
lugar uma reação de oxidação
com emissão de calor e luz. Risco de início de incêndio: Tem
Devem coexistir 4 relação principalmente com as
componentes para que ocorra atividades desenvolvidas no edifício,
o fenômeno do fogo: podendo ser controlada por meio da
a. combustível;
b. comburente (oxigênio); adoção de medidas de prevenção e
c. calor, combate a incêndio durante o processo
d. reação em cadeia. produtivo e uso do edifício (Souza,
O combustível pode ser 2007). Essa fase inicial tem origem, na
definido como qualquer
maioria das vezes, na ignição de
substância capaz de produzir
calor por meio da reação materiais contidos no interior do
química. edifício, ou seja, na interação dos
O comburente é a substância materiais combustíveis, e não nos
que alimenta a reação materiais incorporados ao sistema
química, sendo mais comum o
construtivo. Essa fase é muito
oxigênio. O calor pode ser
definido como uma forma de importante, pois nela as chances de
energia que se transfere de um controle são maiores, se detectados
sistema para outro em virtude precocemente.
de uma diferença de
temperatura. Ele se distingue
das outras formas de energia
Risco de crescimento de incêndio: É a
porque, como o trabalho, só se probabilidade do foco de incêndio
manifesta num processo de evoluir e passar da fase inicial para a
transformação.” fase de inflamação generalizada
(flashover), ou seja, o fogo começa a se
Figura 01 – Tetraedro do fogo. propagar para as adjacências,
envolvendo grande parte do material
combustível existente no ambiente
(Souza, 2007).
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Atualmente, a Diretoria de
Segurança Contra Incêndio e Pânico
(DSCIP), que faz parte do Corpo de
Bombeiros de Mato Grosso, é a
responsável, entre outras coisas, pela
análise, aprovação de projetos, vistoria e
fiscalização de edificações no âmbito
prevenção e combate a incêndio. Eles
adotam a Instrução Técnica nº 10 do Corpo
de Bombeiros Militar de São Paulo para
regulamentação do sistema de Controle de
Materiais de Acabamento e de
Revestimento e a Norma Técnica nº 13
(regional) para regulamentação dos Fonte: Martins, 2013.
requisitos mínimos de dimensionamento Onde:
das saídas de emergência. Q* - taxa de transferência de calor (W)
Porém, mesmo sendo o CMAR um A - área (m²)
dos sistemas exigidos para segurança L - espessura da parede (m)
contra incêndio de uma edificação, a ΔT- variação de temperaturas (ºC/m)
medida é considerada de responsabilidade k - constante de condutividade térmica
do responsável técnico pelo projeto, assim *Por ser unidade de potência, é a energia térmica
como a manutenção é de responsabilidade dividida pelo tempo que ela leva para atravessar o
do proprietário (item 6.2 da IT 10). A material/estrutura.
maior exigência e fiscalização do órgão
está com relação ao combate ao início de A figura 02 simula um ambiente
incêndio (extintor, hidrante, sprinkler, etc.) qualquer no qual pretende-se saber qual a
e abandono seguro da população (rotas de taxa de transferência de calor de uma
fuga, saídas de emergência, sinalização, extremidade da parede à outra. Se a
etc.). temperatura T¹, no lado interno do
O paradoxo dessa realidade se ambiente supostamente em chamas for
encontra na ligação direta entre a reação maior que T², lado externo, essa diferença
dos materiais frente ao fogo e o tempo de de temperatura gera uma taxa de
escape das pessoas em um ambiente em transferência de calor que movimenta da
chamas. Então, para entender melhor esse face onde a temperatura é maior para a
processo, usar-se-á a Lei de Fourier, que face onde é menor.
rege o processo de transmissão de calor Com isso, pode-se concluir que a
entre corpos, por meio da seguinte equação temperatura influencia na definição da taxa
e exemplo abaixo: de calor de um determinado material, ou
seja, na quantidade de calor que atravessa
Q = k . A . ΔT/L o material em um determinado tempo,
quando submetidos à uma determinada
variação de temperatura. Há, no entanto,
uma constante de condutividade térmica
Figura 02: Fluxo de calor (k), que é diferente para cada tipo de
material, e outras características do
material que também influenciam nesse
resultado final “Q”. São elas:
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- Espessura: quanto mais fina a parede ou o Figura 05: Materiais com áreas distintas
material (divisória, painel de madeira,
revestimento, etc.), mais rápido a energia
de calor atravessará de uma extremidade à
outra (ver figura 03);
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de ensaio” de cada tabela, que visam g) Manter o edifício íntegro, sem danos,
reproduzir determinados momentos de um sem ruína parcial e/ou total;
incêndio. Assim, a partir dos resultados h) Permitir operações de natureza de
obtidos deve-se evitar, sempre que combate ao fogo e de
possível, a seleção de materiais que resgate/salvamento de vítimas.
ignizem com facilidade e que possuam
capacidade de sustentar a combustão, a fim Nesse sentido, entende-se que a
de reduzir a probabilidade do incêndio ter precaução contra o incêndio é a
início nos materiais que compõem o implantação de medidas que previnam a
edifício. ocorrência do início de incêndio, enquanto
As consequências mais diretas a medida de proteção consiste em medidas
desse controle de materiais de acabamento que visam proteger a vida humana, a
e de revestimento através da escolha de um propriedade e os bens materiais. Sendo as
material adequado, são a minimização da medidas de proteção manifestadas quando
velocidade de propagação das chamas e a as medidas de prevenção falham,
restrição da propagação de fumaça em caso ocasionando incêndio.
de incêndio, proporcionando tempo Dentre as características de reação ao
necessário para que as pessoas possam fogo, a velocidade de propagação das
deixar o edifício com segurança. chamas sobre a superfície dos materiais é
Segundo Mitidieri (2008), para que um um dos fatores que mais contribuem para
edifício seja seguro contra incêndio, deve- ocorrência da inflamação generalizada,
se saber, primeiramente, quais os objetivos pois está relacionada com a velocidade
dessa segurança e os requisitos funcionais com que a chama avança sobre a superfície
que precisarão ser atendidos. Esses do material que ainda não se encontra em
requisitos funcionais estão ligados à combustão. Essa velocidade varia
sequência de etapas de um incêndio (início, conforme a posição do material, sendo
crescimento no local de origem, combate, menor na posição horizontal e maior na
propagação para outros ambientes, posição vertical, sendo de grande
evacuação do edifício, propagação para importância para a segurança da vida
outros edifícios e ruína parcial e/ou total do humana e da propriedade, pois interfere no
edifício), nas quais deve-se: tempo que se tem para um escape seguro
a) Dificultar a ocorrência do princípio de ou para extinção inicial do incêndio.
incêndio; Mitidieri (2008) afirma que, em um
b) Ocorrido o princípio de incêndio, ambiente com oxigênio em abundância, a
dificultar a ocorrência da inflamação inflamação generalizada ocorre em um
generalizada do ambiente; tempo máximo de 20 minutos após o início
c) Possibilitar a extinção do incêndio no do incêndio. Isso ocorre porque, de uma
ambiente de origem, antes que a maneira geral, o comportamento dos
inflamação generalizada ocorra; materiais frente ao fogo é complexo e não
d) Instalada a inflamação generalizada no depende apenas da composição física
ambiente de origem do incêndio, deles, pois quando submetidos a uma fonte
dificultar a propagação para outros de calor, fatores como sua forma física,
ambientes; área da superfície exposta, inércia térmica
e) Permitir a fuga dos usuários do e posição (horizontal ou vertical),
edifício; influenciam em seu desempenho.
f) Dificultar a propagação do incêndio Quando, porém, for imprescindível o
para edifícios adjacentes; uso de materiais combustíveis no interior
da edificação, deve-se procurar alternativas
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Classificação Classe D
Observações de ensaio:
- A carbonização superficial avançou por toda à
superfície dos corpos-de-prova;
- A propagação superficial avançou, em média, 85mm
(18% em média da superfície dos corpos de prova;
- Desenvolvimento de fumaça cinza.
Classificação Classe A
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fabricante, citando como método de classificação a muitos produtos não atendam aos padrões
NBR 9442. Possui linha No Fire, atóxico, anti- de segurança, pela não obrigatoriedade. E
alérgico e auto extinguível, na qual sem pintura se
enquadra na Classe II-A e com pintura Classe III-A.
essa não correspondência da indústria com
ᵉ Fabricante: Contract Revestimentos para relação aos materiais produzidos foi
Construção Ltda. Classificação de desempenho claramente percebida na dificuldade em
descrita no catálogo do produto, citando como encontrar, disponível na internet, materiais
método de classificação a NBR 9442. cujas especificações técnicas abordasse
ᵍ Fabricante: Knauf AMF. Classificação de suas características de resistência ao fogo e
desempenho descrita no site do fabricante, citando apresentasse os resultados obtidos por
como método de classificação a NBR 9442.
meio de ensaios laboratoriais.
ᵏ Fabricante: Vibrasom Tecnologia Acústica.
Classificação de desempenho descrita no site do
Mesmo diante de tantos fatores
fabricante, citando como método de classificação a negativos que permite-nos entender a
NBR 9442. dimensão do problema, pode-se concluir
também que o Brasil, mesmo que em
passos curtos, está caminhando para a
evolução da segurança contra incêndio no
país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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