Um dos elementos que será identificado com o artigo aqui apresentado é perceber o
quanto está presente nas empresas as diferenças entre os discursos com as práticas
organizacionais.
Uma pergunta deve nortear esta leitura, qual destes discursos este gestor utiliza ou
segue?
Quanto ao primeiro aspecto temos uma diversidade absurda de termos e conceitos que
se confundem no dia-a-dia das empresas e até em produções acadêmicas.
Apesar da diversidade conceitual três linhas se destacam pelas suas grandes diferenças
ou como o artigo irá tratar três “ondas”.
A primeira onda é a filantropia, conceituada como ações sociais externas que a empresa
realiza e/ou apóia; situações, causas, projetos, comunidades e/ou movimentos sociais,
geralmente através da doação de recursos financeiros, produtos, serviços, como
também da cessão de instalações da empresa. Esta primeira linha conceitual e/ou onda
apresenta quase sempre as seguintes características:
Ë perfeitamente compreensível que existem empresas, e não são poucas, nas quais
estas três ondas podem estar presentes, talvez não em uma mesma unidade de
negócio, mas, na empresa como um todo ou até no grupo empresarial.
Devemos ressaltar também que existem áreas de “sombras” entre uma linha conceitual
e outra, ou seja, encontram-se modelos de gestão socialmente responsável que
mesclam características de mais de uma onda.
Em que onda encontra-se sua empresa?
Essa é a primeira distinção que os gestores de responsabilidade social devem ser capaz
de fazer e que serão balizadores das suas tomadas de decisão e da sua estratégia de
atuação.
Vale destacar, que a gestão socialmente responsável abrange temas que vão desde
códigos de ética, práticas de boa governança corporativa, compromissos públicos
assumidos pela empresa, gestão e prevenção de riscos, até mecanismos anticorrupção,
diversidade, apoio às mulheres e aos não-brancos, bem como a extensão desses
compromissos por toda a cadeia produtiva envolvida na relação com os fornecedores.
Responsabilidade social empresarial (RSE), segundo conceito adotado por uma série
de instituições, como Business for Social Responsibility (BSR), Corporate Social
Responsibility (CSR-Europe), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social,
International Finance Corporation (IFC), Sustainability Institute, Institute of Social and
Ethical Accountability, organizações pelo desenvolvimento sustentável etc., é definida
pela relação que a empresa estabelece com todos os seus públicos (stakeholders) no
curto e no longo prazo. Os públicos de relacionamento da empresa envolvem inúmeras
organizações de interesse civil/social/ ambiental, além daqueles usualmente
reconhecidos pelos gestores — público interno, acionistas e consumidores/clientes.
Portanto cabe uma última reflexão, o quanto estas linhas conceituais (ondas) afetam ou
direcionam a atuação da empresa e/ou do gestor da responsabilidade social?
FÁBIO ROCHA