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Pais Presentes, Filhos Ricos

Autores

Conrado Navarro é sócio-fundador do Dinheirama.com, autor


Conrado de diversos livros sobre educação financeira e colunista de
importantes veículos. Foi eleito o “Guru Financeiro do Ano”,
NAVARRO em 2012, pela comunidade de investidores ADVFN.

Ricardo é sócio-fundador do Dinheirama.com, com vasta


Ricardo experiência em educação financeira e no mercado financeiro,
tendo passagens por bancos de investimento e também
PEREIRA grandes organizações com atuação mundial.
ÍNDICE Suas atitudes com o dinheiro refletem no futuro financeiro do seu filho ....................................... 04
Consumismo não é brincadeira (crianças não sabem disso!) ......................................................... 09
Muitos brinquedos, dívidas demais e pouca criatividade ............................................................... 12
A função da simplicidade no exercício criativo .............................................................................. 14
3 maneiras de prejudicar o futuro de seu filho (você não quer isso, quer?) ................................... 17
Erro 1: dê tudo o que seu filho quiser ............................................................................................... 19
Erro 2: fale uma coisa, mas faça outra ............................................................................................. 20
Erro 3: resolva todos os seus problemas ........................................................................................... 21
Pais precisam agir como pais (será que isso é bom?) ..................................................................... 22
Sim, você quer um filho que vá viver a própria vida (pode ser difícil de admitir, é verdade!) ........ 24
Dar mesada ajuda na formação dos filhos? ................................................................................... 26
Quando começar a preparar o filho para a independência? .......................................................... 29
Conheça 5 razões para praticar a educação financeira com os filhos ............................................ 32
Razão 1: a educação financeira é pouco (ou quase nada) ensinada nas escolas .............................. 33
Razão 2: os filhos precisam entender que dinheiro não nasce em árvore ........................................ 34
Razão 3: aprender a planejar é fundamental .................................................................................... 35
Razão 4: os filhos precisam saber controlar os gastos ..................................................................... 36
Razão 5: quem conhece os investimentos se planeja melhor ........................................................... 37
Mais do que ser pai ou mãe, seja você (é hora de agir!) ................................................................ 38
A educação financeira que transformou vidas ............................................................................... 40
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É comum ao encontrarmos amigos Ao longo dos últimos anos, temos conversado com
e familiares surgir aquela conversa sobre a muita gente que abriu mão de investir e criar a
importância de cuidar do futuro financeiro dos própria aposentadoria para desenhar e planejar o
filhos. Somos pais e sabemos que a partir da notícia futuro dos filhos nos mínimos detalhes, um erro
da gravidez até o nascimento, gradualmente a terrível.
vida vai mudando. Depois nossas vidas quase que
passam a ser secundárias, pois dali em diante tudo
passa a girar em torno do bem estar da criança. Ao deixar de construir e garantir o
próprio o futuro, abre-se a chance
Por mais que o amor de pais leve ao desejo de de os próprios pais se tornarem
oferecer tudo de melhor para os filhos, alguns erros mais para frente um problema
são comuns: esquecer de planejar o próprio financeiro para os filhos.
futuro pensando apenas no do filho é um
bom exemplo.

Isso é mais comum do que você imagina. Pense


rápido: quantos filhos você conhece que hoje
precisam ajudar a custear as despesas dos pais?

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A primeira lição desse eBook é simples: cuidar Quem começa cedo tem a possibilidade de
hoje do seu futuro financeiro significa encontrar boas soluções, tanto para os projetos
tirar do seu filho o peso de ter que arcar pessoais (como a aposentadoria), como também
com algumas de suas despesas mais pra para cuidar do futuro dos filhos (na proporção
frente. Você não gostaria de poupá-lo desta saudável).
responsabilidade? Então deve pensar um pouco
mais na construção do seu patrimônio, ajustar seu Muitas vezes, o cuidado financeiro vai além
orçamento e oferecer ao seu filho aquilo que existe do que a gente imagina, algumas atitudes e
de mais valioso: seu exemplo. Transformar-se para exemplos são mais valiosos do que dinheiro:
transformá-lo. o hábito de planejar e conversar sobre
finanças em casa sem tabus é um dos
exemplos que defendemos.
Entenda o seguinte: por mais que você
queira oferecer um futuro bom para Ao longo desse material vamos trazer a você
seus filhos, não pode abrir mão uma série de ideias e argumentos que colocamos
de programar e garantir o seu em prática em nossas vidas pessoais. Queremos
próprio futuro. compartilhar nossa experiência como pais, filhos
e também como pessoas que trabalham com
educação financeira.

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Somos, acima de tudo, otimistas e entusiastas em
relação ao tema. Sabemos o quanto famílias que Hoje temos a oportunidade de escolher
aprendem a lidar de forma natural com dinheiro e bons produtos financeiros e
planejamento são recompensadas com uma vida planejar como queremos estar em
mais tranquila e feliz. horizontes de mais longo prazo,
algo impossível no Brasil de 20 anos atrás.
Os bons exemplos precisam se perpetuar, pois só
assim poderemos mudar a cultura predominante
por aqui, de pessoas não acostumadas com a
possibilidade de construir sonhos a partir da Temos, inclusive, acesso a consultores de
priorização e também das boas escolhas na hora investimentos para nos auxiliar a encontrar as
de investir. melhores soluções para nossos objetivos.

Investir, aliás, é um habito que precisa ser adotado Sair da zona de conforto e conhecer um pouco
por todos no Brasil, principalmente por aqueles mais sobre investimentos e os diversos produtos
que já são pais e mães. disponíveis é fundamental, já que muitas
pessoas ainda investem apenas na poupança por
comodidade ou a partir de conselhos de pessoas
que nem sempre são as mais indicadas para tanto.

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Outros esperam demais dos seus investimentos
(por falta de informação) e a frustração por não
conquistar excelentes resultados de imediato cria
barreiras significativas para valorizar e repassar a
cultura da educação financeira.

Nossa preocupação em preparar cada vez mais


conteúdo de cunho educacional tem fundamento:
queremos disseminar a educação financeira porque
ela funciona e porque acreditamos nela.

Este eBook deve ser visto como uma oportunidade


de alavancar o debate das famílias e aproveitar a
chance de promover o consumo consciente desde
cedo, sempre ao lado do hábito de investir.

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Você provavelmente conhece Bernadette Vilhena, educadora financeira,
pedagoga e estudiosa do consumo infantil,


a realidade de amigos e familiares em que
crianças cheias de brinquedos e com suas garante que o brincar é fator essencial
vontades sempre atendidas contrastam com para o desenvolvimento infantil. Através das
um lar cheio de dívidas e discussões em torno brincadeiras, as crianças exploram o meio,
do dinheiro. desenvolvem competências, compreendem o
mundo, expressam sentimentos, estimulam
Brincar é importante, mas brincar com o os sentidos e descobrem inúmeras
dinheiro pode ser fatal! ”
possibilidades criativas .

Ela diz mais:

“ As brincadeiras também cumprem seu


papel dentro da socialização econômica
das crianças. Na infância, muitos de nós
brincávamos de banco, de farmácia ou
supermercado usando caixas vazias,
potes, papéis usados e cédulas de dinheiro
desenhadas à mão.

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A imaginação também montava posto de Algumas questões surgem:
gasolina, lava-jato e restaurante. Uma calculadora
virava a caixa registradora e passávamos horas Por que montar sua casinha
nos divertindo sozinhos ou com os amigos. de bonecas ou a sua pista
de corrida se existe a opção
Temos a alegria de acompanhar nossas filhas de adquirir algo pronto,
nas brincadeiras de lojinha, parque de diversão diretamente da fábrica?
e pet shop, onde o dinheirinho de brinquedo ou
um ‘inventado talão de cheques’ fazem parte do
cenário. Por que pegar o lençol da
cama para imitar a capa do
Com o passar dos anos, percebemos que surgem, super-herói se a fantasia
de modo crescente, as ‘brincadeiras prontas’. A completa está à venda?
grande quantidade de brinquedos que as crianças
possuem acabam diminuindo o espaço criativo
para a construção das brincadeiras. A brincadeira
começa a se confundir com o consumismo . ” Por que imitar o choro da boneca?
Ora, ela já tem uma boneca que faz
isso, basta colocar uma pilha.

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A grande quantidade de brinquedos, O resultado é trágico:
além de dificultar o entendimento de limites, colabora
para formação de um adulto consumista, de acordo
com os estudos do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Satisfação momentânea da criança
Brincar da PUC/SP. e pouco tempo depois o presente
é deixado de lado, aumentando o
Bernadette Vilhena alerta para o consumismo infantil: número de “coisas” espalhadas pela
casa ou guardadas em um baú colorido.

“ Há um consumo excessivo de
brinquedos, e o brincar está ficando de lado.
As campanhas publicitárias investem no
Em outras palavras, brinquedos acumulados, uma
público infantil, despertando o interesse das
sensação de ter pouco e as dívidas familiares
crianças para o consumismo.
crescendo.

Muitas famílias, pensando que estão no


caminho certo, aumentam consideravelmente
suas despesas para atender aos pedidos
dos filhos, comprando brinquedos que não
suprirão as necessidades do brincar .”
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Atenção, pais: crianças precisam A dica da especialista é clara: permita que as crianças
sonhar, brincar e criar! Não comprometam explorem o ambiente e usem elementos para dar
o universo de fantasia infantil com tantos vazão à criatividade, como caixas, tampas de panela,
brinquedos sofisticados, pois o fornecimento lençóis, almofadas, potes de plástico, colheres e por ai
de brincadeiras prontas compromete o vai. Claro que com os cuidados necessários para deixar
desenvolvimento de importantes habilidades, a disposição objetos que não coloquem a segurança
inclusive financeiras. delas em risco.

Segundo Bernadette, a criança precisa entrar


em contato com brinquedos de pano, madeira, Outro aspecto interessante acontece quando
rústicos, coisas simples mesmo. Brinquedos os brinquedos são desmontados
que incentivem a criatividade e a liberdade de pela criança: nesse momento, ela
expressão. está demonstrando sua curiosidade e
criatividade diante dele. Algo para pensar


“ Vão brincar de super-herói ou princesa?
Não precisa comprar as fantasias: deixe que
é que muitos pais infelizmente têm reações
negativas quando isso acontece. Como
seus filhos inventem suas roupas usando o que esperar que ele se mostre curioso

tem em casa! , completa. para buscar a melhor alternativa de
investimento quando crescer?

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A escolha dos brinquedos também é importante e o Vale destacar que o ato de brincar não pode
alerta da educadora financeira Bernadette Vilhena ficar restrito ao material. É preciso estimular as
merece destaque: brincadeiras ao ar livre, o artesanato, o teatro e a
dança. Todas essas condutas contribuirão para uma
infância cheia de lembranças agradáveis.

“ No que se refere à escolha dos


brinquedos, procure sempre pensar nas
Lembre-se que cada ato de brincar traz consigo
uma mensagem, por isso a infância precisa ser
possibilidades criativas que ele proporcionará
cuidada com carinho e atenção. O aprendizado
a seu filho, principalmente para crianças
em relação aos limites, à criatividade, imaginação
menores. Reserve somente as datas especiais
e esforço serão essenciais para formar um adulto
para brinquedos especiais. Assim, além
financeiramente consciente.
de estimular o desenvolvimento sadio da
criança, você também estará educando
financeiramente seu pequeno . ”

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Educar os filhos não é uma ciência As reflexões que colocamos aqui são
exata, nem tampouco uma daquelas atividades propositalmente fortes, mas também sinceras
repletas apenas de prazer e alegria. Dá orgulho, e com grande dose de humildade. Tratam-se de
mas dá trabalho, muito trabalho. Fórmulas, palavras de dois pais que certamente ainda errarão
manuais, livros, opiniões, são muitas as fontes de muito, mas não por negligência ou preguiça –
informação capazes de oferecer aos pais exemplos longe de nós querer passar a imagem de donos da
de como agir e do que (não) fazer. verdade (contamos com sua correta interpretação).
Pensando justamente nos desafios de educar,
Que não é fácil, isso todo mundo sabe, mas compartilhamos com você um pouco mais sobre o
as opções diante do desafio de criar que acreditamos.
os filhos são apenas duas: assumir a
responsabilidade ou fingir tê-la assumido. Propomos sair da ultrapassada discussão em torno
Os resultados estão por aí, sendo que alguns de quem deve educar um filho: a escola não tem
deixam a desejar. Há muita gente mal-educada, esse papel. Quem forma o caráter e permite o
acomodada, arrogante e, para completar, infeliz. desenvolvimento sadio da personalidade de uma
criança é a família e a qualidade de seu entorno – o
resto (descobertas pessoais, sucesso profissional,
carreira, entre outros) será por conta dele.

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Em relação ao valor do
dinheiro e da educação Erro 1:
financeira, a maioria Dê tudo o que seu filho quiser
concorda que mimar
demais, ser incoerente Brinquedos, viagens, mais dinheiro, tempo no computador, celular de última
e criar um filho geração, festas suntuosas, carro: dê tudo o que ele quiser e você só verá sorrisos
dependente não é nada e bajulação partindo de seu rebento. Desdobre-se, endivide-se, mas garanta que
interessante, certo? nada se coloque entre os sonhos de seu filho e ele.
Acompanhe então
os desdobramentos Logo ele se tornará um adulto incapaz de lidar com as frustrações que a vida
de agir assim e veja certamente irá lhe impor. Isso sem falar no constante quadro de angústia
se concorda com os e ansiedade que ele sentirá por não compreender que resultados são
nossos pontos de vista. consequências de persistência e trabalho. Até então, para ele persistência e birra
eram sinônimos. Ele se tornará alguém intransigente e com um ego inflado.

A única certeza depois de dar tudo o que ele pediu é que a vida vai tirar dele
outras coisas. E ai muitos pais seguem segurando a barra, por anos a fio,
impedindo o filho de enfrentar a vida e escreverem a própria história. É grande a
chance desse filho se tornar um adolescente de 40 anos (ou mais).

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Erro 2:
Fale uma coisa, mas faça outra

Fale sempre de modo doce com seu filho, ensine Tome muito cuidado com suas palavras e pense que
a ele que é preciso respeitar as pessoas, que você é o exemplo número um do seu filho. A gente
cidadania significa muito mais do que não jogar se surpreende com o quanto eles são capazes de
o lixo no chão (isso é básico), encha-o de lições, reproduzir o nosso comportamento.
mas ao sair de casa faça exatamente o oposto do
que pregou. Na presença do pequeno grite com os
outros, dirija como se só existisse você e seu carro,
além de deixar a sujeira de seu cachorro bem no
meio da calçada.

Logo ele se tornará um adulto pouco sensível ao


bem-estar dos outros e aos aspectos essenciais da
vida em conjunto (leia-se cidadania).

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Erro 3:
Resolva todos os seus problemas

Leve sempre seu filho para onde ele precisa ir, cuide de A única certeza depois de manter seu filho
todos os documentos que dizem respeito à vida dele, em uma “bolha” é que a vida dele vai ser
pague todas as suas contas sem impor limites, intimide marcada por dependência, desilusão e, quem
seus professores depois de conhecer suas notas e seu sabe, depressão. Dependência de elogios e
comportamento na escola e faça questão de lembrá-lo consentimento; desilusão por viver sempre a
de que ele é incapaz de fazer tudo isso sem sua ajuda. sensação de que não realizou tudo o que seria
capaz; e depressão porque deve ser muito
É muito provável que ele se tornará um adulto difícil precisar do consentimento dos outros
altamente inseguro, incapaz de tomar simples decisões para viver. Coloque dinheiro (ou a falta dele)
e dependente da aprovação dos outros. Com todas nessa equação toda e o quadro toma contornos
essas limitações, seu filho terá dificuldades em lidar ainda mais sérios.
com qualquer pequeno fracasso, evitando, assim,
riscos maiores – e, com isso, abrindo mão de viver
plenamente qualquer sonho (eles dependem de sermos
capazes de arriscar).

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O que percebemos é que tem Convenhamos, já é hora de parar com essa história de
muitos pais “brincando de educar” por aí. pais serem “amiguinhos” de seus filhos, um discurso raso
Isso para não mencionar aqueles que ainda e frequentemente usado como desculpa nas horas em
transferem essa responsabilidade para que é preciso ser mais presente como pai ou mãe.
educadores, babás e/ou parentes.
Educar, nós pensamos, é muito mais do que colocar
E não pense que estamos defendendo a na escola, encher o dia de atividades e ter alguém
presença constante dos pais como fator “olhando”. Educar é saber dizer “não” para muitos
crucial para a formação de uma pessoa por desejos do filho, é ser o exemplo para ele e valorizar sua
inteiro, com caráter e autossuficiente. Nada independência.
disso.
Educar é ser o cidadão que se deseja formar, sendo capaz
Defendemos que os pais participem de ser feliz com seus próprios defeitos e frustrações,
como pais, exercendo sua autoridade mas também ciente de que toda e qualquer conquista
com respeito, dedicação, limites, muito é fruto de nossas escolhas e de como lidamos com suas
amor e paciência. consequências. Entender que filhos são seres humanos, e
não projetos de vida, talvez seja um bom começo.

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Será que existe uma idade É fato que muitos filhos estão demorando
recomendada para os filhos deixarem a casa demais para buscarem sua independência e
dos pais? Esse é um tema que tira o sono de acabam morando com os pais até aos 24/30
muitas famílias, seja por insegurança, medo, anos, segundo dados do IBGE.
pouca informação e, principalmente, pelo
pouco diálogo em casa. São chamados de “geração canguru”, mas também
é comum encontrarmos muitos “adolescentes”
Bernadette Vilhena defende que a de 40 anos, como costumamos dizer (há quem já
independência do jovem acontece aos enxergue alguns com 50 anos ou mais).
poucos e é construída desde que ele aprende
a falar, andar e se alimentar. Antes da Os custos para morar sozinho são altos e isso
primeira oportunidade de morar sozinho, que talvez seja um motivo forte para continuar
geralmente acontece quando ele ingressa na vivendo na casa dos pais. Paralelamente, acontece
faculdade, os movimentos de independência uma acomodação por parte dos filhos e uma
devem ser estimulados e comemorados. “encantadora proteção excessiva” de papais e
mamães, que acabam retardando o processo de
maturidade desses jovens.

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A mesada é instrumento eficaz de Essa conduta será muito importante para a
educação financeira, mas para isso não basta entregar formação dele como consumidor consciente,
uma quantia de dinheiro aos filhos. Precisamos orientar entende? Com a mesada, a criança começa a
e acompanhar como ele faz o uso desse recurso. entender os limites, como trabalhar a tolerância
à frustração e aprenderá a gerir esse pequeno
Bernadette é taxativa: recurso. Pouco a pouco aprimorará sua
inteligência financeira e no futuro saberá lidar

“ Pense em como você orienta seu filho nesse


sentido. É importante conversar com ele sobre
com valores maiores .”
onde pretende gastar, sobre a importância de O fato é que você precisa aguentar firme e
guardar uma parte para realizar algum sonho, não ceder. Lembre-se que você está no
sobre a diferença entre querer, precisar e ter que comando da formação desse filho e
comprar agora. nossos pequenos precisam de limites! Ele
poderá ficar bravo, triste, bater porta,
Entendemos perfeitamente que como pais a mas quando estiver mais maduro será
emoção fala mais alto, mas nosso conselho é para capaz de compreender sua atitude e
que você conduza essa situação de outra maneira. será grato por isso. Tudo conduzido com
Quando for dar a mesada, combine com ele e deixe carinho, acompanhamento e clareza nas
claro que você não irá dar mais dinheiro caso ele explicações.
estoure o orçamento.

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Insistimos na questão dos limites e do não É importante você analisar a situação como um
pedagogicamente contextualizado. Explicações e todo. Será que ele sabe lidar bem com o tempo?
paciência são sempre as condutas mais adequadas Talvez um mês inteiro para administrar a mesada
nesses momentos. Conhecemos muitos adultos seja ainda difícil, perde-se a noção e gasta
com dificuldades em administrar seu salário e tudo. Uma sugestão da especialista é o uso da
frequentemente pedem adiantamento, os famosos semanada, assim, ele aprenderá a trabalhar com
“vales”. valores menores em tempos menores.

Outros extrapolam nas compras, usam mais de um Um ponto interessante é entender a diversidade
cartão de crédito ou entram no cheque especial. humana. Cada um de seus filhos já apresenta um
Aprender a lidar com essas questões na infância perfil e uma forma de lidar com o dinheiro. Uns
contribuirá para que na vida adulta se use o precisam ser acompanhados mais de perto, outros
dinheiro com mais equilíbrio e inteligência. uma explicação basta.

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Desde pequena a criança começa Falar sobre dinheiro e seus desdobramentos
a ser preparada para a independência. Todo o desde cedo é importante para que os
aprendizado que teve durante sua vida será filhos adquiram habilidades para cuidar
colocado em prática quando ela precisar cuidar com inteligência de suas contas e projetos
sozinha da sua vida. Que aprendizado foi esse? financeiros no futuro.
Essa criança teve bons exemplos e suporte
emocional? O viver por conta própria envolve o cuidado
integral com sua rotina, saúde e a gestão do seu
Dentro de toda a formação dada pela família, é
extremamente relevante a formação financeira dos
financeiro.
“ A idade ideal para morar sozinho
depende da maturidade de pais e filhos frente a
filhos. Junto aos pais, as crianças começam a ter essa nova etapa da vida. O conselho é que esse
as primeiras noções econômicas. Elas observam, processo não demore muito para acontecer, mas
absorvem e imitam o modelo financeiro familiar. que seja algo natural, construído ao longo da
trajetória e do relacionamento sincero entre pais

e filhos , escreve Bernadette Vilhena em um de
seus textos.

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Ela diz ainda que o fundamental é os pais saberem Os pais precisam de maturidade emocional para
que o “sair de casa” é um processo natural, compreender esse processo e perceber que os filhos
assim, terão condições de passar segurança para estão prontos para caminhar por conta própria.
seus filhos e vivenciarem essa nova etapa com A partir disso, a relação muda de nível! Explicamos:
mais tranquilidade. A desafiadora missão de pais e filhos se tornarão parceiros de vida.
educar acompanhará filhos e pais por toda vida,
a diferença é a abordagem de acordo com cada Mudança pessoal requer maturidade e
idade. comprometimento, sempre. Pais e filhos
precisam conversar sobre o futuro. Aceitar que a
Muitos pais infelizmente não sabem lidar independência é positiva e que faz parte da vida já
com o crescimento e a independência é um ótimo começo.
dos filhos. Esquecem que eles cresceram
e continuam tomando decisões que não
cabem mais a eles. Isso pode ser muito
perigoso e costuma terminar em uma
dependência financeira pesada.

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Você certamente se
pergunta em alguns momentos
Razão 1:
A educação financeira é pouco (ou quase
por que é importante praticar nada) ensinada nas escolas
educação financeira com os filhos.
Acreditamos que nesse momento, A maioria das escolas não disponibiliza educação financeira
ao acompanhar esse material, as em seus currículos. Assim, o melhor é que os pais conversem
dúvidas sejam poucas. Para acabar sobre finanças com os filhos. O ideal é começar cedo, antes
de vez com elas, conheça algumas dos cinco anos, pois, segundo a educadora financeira Cássia
razões apontadas pela Consultora D’ Aquino, é até esta idade que construímos as bases da
de Investimentos da Órama, nossa relação com o dinheiro.
Sandra Blanco:
Grande parte dos pais não se sente à vontade para falar
sobre dinheiro com os filhos, pois são inseguros com seus
próprios comportamentos em relação às suas situações
financeiras. Entretanto, não é preciso ser um mestre em
finanças para passar conhecimentos básicos para as crianças.
A tarefa deve ser leve e envolvente, caso contrário se torna
chata e pode acabar diminuindo o interesse da criança.

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Razão 2:
Os filhos precisam entender que dinheiro
não nasce em árvore

As crianças precisam desde cedo aprender que dinheiro A grande questão é que o que for combinado
é finito. Precisam compreender que o cartão de crédito deve ser mantido e os pagamentos realizados
e o caixa eletrônico não permitem ter acesso a quanto sempre na data combinada. Outro ponto que
dinheiro eles quiserem e que é preciso trabalhar para os pais devem estar atentos é que os valores
ter recursos financeiros. pagos precisam ser compatíveis com a idade
da criança.
Dar mesada é um assunto controverso entre os
especialistas. Alguns dizem que é válido, pois ensina as
crianças a planejar o uso do dinheiro, enquanto outros
argumentam que o melhor é remunerar a criança ou
adolescente por tarefas, desta forma, vão aprender o
seu valor.

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Razão 3:
Aprender a planejar é fundamental

As crianças devem aprender que a compra de Porém, os pais devem ficar atentos a dois pontos:
objetos de mais alto valor precisa ser planejada.
Uma boa maneira de ensinar isso é envolvê-los no • Não adianta nada incentivar a criança a
planejamento de uma viagem, por exemplo. economizar para adquirir o que deseja se este
comportamento não é praticado na família;
Aqueles que recebem mesada ou são remunerados • Os pais devem prestar atenção se os tios ou
por tarefas devem ser incentivados a guardar avós facilitam a vida das crianças.
dinheiro para adquirir seus pequenos sonhos de
consumo, como, por exemplo, o ingresso de um Aliás, envolver toda a família nessa tarefa também
show, um jogo ou um vídeo game. é importante. Eles precisam, pelo menos, conhecer
as suas iniciativas para não adotarem atitudes
contrárias ao trabalho de educação feito por você.

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Razão 4:
Os filhos precisam saber controlar os
gastos

Quem vive com o orçamento sob controle costuma Mas, para os pais que não se sentem confortáveis
ter uma vida financeira de qualidade, superior com a situação, organizar o orçamento do
àqueles com as contas desorganizadas e que supermercado, por exemplo, já é uma boa
gastam mais do que a renda recebida. Por isso é iniciativa.
tão importante ensinar os filhos a controlar seus
gastos também. O importante é que as crianças entendam
as consequências do uso incorreto
Famílias que não estão com a vida financeira do dinheiro. Portanto, se elas fizerem
saudável podem aproveitar a situação para mudar escolhas erradas, apenas oriente. Deixe
o cenário com a colaboração dos filhos. Envolvê-los que assumam as consequências de suas
nesta missão pode ser um grande aprendizado para escolhas.
todos.

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Razão 5:
Quem conhece os investimentos se planeja
melhor

Aos que têm filhos maiores, recomendo que comecem a


conversar sobre investimentos. Mostrar para eles que é
possível obter rendimentos e ganho de capital com aplicações
financeiras é importante. Por volta dos 15 anos, você já pode
apresentar algumas opções de investimento disponíveis no
mercado.

Ainda para quem tem filhos por volta dos 15 anos, é


interessante que os pais que dão mesada ou remuneram os
filhos por tarefas realizadas incentive-os a começar a investir.
Fazer depósitos regulares em bons fundos de ações (veja aqui
algumas opções) ou operar ações através de uma corretora a
fim de aprender como funciona esse mercado são boas opções
de investimentos para os adolescentes.

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Nesse espaço final é muito importante Então lembre-se: cuidar da própria vida e
lembrar que você, pai ou mãe, sempre será o exemplo do próprio dinheiro é a melhor maneira de
mais importante para os seus filhos. Mais do que o garantir que seu filho será capaz de definir
discurso, os exemplos possuem um potencial enorme e buscar os próprios sonhos. Isso é amor!
de transformação.
Obrigado pela companhia em mais este eBook.
É fundamental para os filhos enxergarem em você Esperamos ter colaborado com sua formação
alguém que age de acordo com o que prega, o que financeira e com o reflexo dessa consciência no
nem sempre é o que vemos quando o assunto é futuro de seus filhos. Ficamos à disposição.
dinheiro e planejamento financeiro. De acordo com
recente pesquisa do Instituto Ipsos/Fenaprevi, dois Abraços e até a próxima,
terços das famílias no Brasil não pensam em poupar.
Conrado Navarro e Ricardo Pereira
O dado é muito alarmante e reforça nosso argumento E-mail: contato@dinheirama.com
de que os pais precisam, antes de pensar apenas Twitter: @Dinheirama
no futuro dos filhos, assegurar a própria situação Site: www.dinheirama.com
financeira.

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O aspecto mais importante da
educação financeira familiar são os exemplos.
E nada mais interessante que observá-los para
aprender com eles.

Abrimos espaço para histórias reais de educação Reúna a família, conheça essas
financeira, relatos repletos de lições importantes histórias de vida e inspire-se
sobre o relacionamento das crianças com o
para que você e sua família
dinheiro, mensagens de pessoas como você, que
aceitaram compartilhar conosco o que fazem também alcancem uma
no dia a dia para ensinar aos filhos mais sobre vida mais feliz através da
cidadania e finanças pessoais. educação financeira.

Confira a seguir histórias que ilustram a


importância do assunto e lembre-se: educação Aproveite!
financeira é uma questão, sobretudo, humana,
que tem relação com nossas prioridades de vida
e, assim, com nossos hábitos e atitudes.

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Davis Kurt Zuchen Em termos econômicos, lembro bem
que durante a infância e adolescência
vivíamos o período da hiperinflação e
dos vários planos econômicos que nunca
davam certo até o advento do plano real
em 1994. Minha vida era feliz dentro das
restrições orçamentárias deles, mas os
dois sempre valorizam a educação e o
sonho de um futuro melhor para nós.

Um fato que nunca esqueço que


aconteceu durante o plano cruzado
do Presidente Sarney foi que minha
Minha história começa em 1968, ano de meu nascimento. mãe pediu para eu ir ao açougue para
Nasci num bairro de classe média pobre do subúrbio do comprar frango para fazer de almoço
Rio de Janeiro. Meus pais eram comerciantes e tinham e, chegando lá, o vendedor disse que
uma pequena loja na região da baixada fluminense. O não tinha frango, só a carcaça, e foi
nível de educação deles não era dos melhores: meu pai isso que almoçamos. Isso porque os
somente tinha o nível primário e minha mãe o científico. alimentos nesta época foram sumindo
das prateleiras.

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A educação financeira para mim começou Além disso, uma vez ao mês íamos com meu pai ao
nessa fase da infância e adolescência, nas centro do Rio de Janeiro na região do Saara fazer
quais víamos o sacrifício deles no trabalho compras para a loja. Lá aprendi com ele a negociar
para nos dar uma boa alimentação e uma valores de mercadorias, prazos de pagamentos, etc.
boa educação. Compartilhávamos em casa Em dezembro eu e minha irmã ajudávamos nossos
os problemas financeiros e eu minha irmã pais na loja com as vendas de Natal - ironicamente
ajudávamos nossos pais dentro do possível. meu pai me colocava no caixa. Com esses relatos
vocês podem ver que a educação financeira
Com 8 anos meu pai decidiu que a cada começou bem cedo em minha vida.
domingo eu ou minha irmã ajudaríamos na
loja até às 12h. Imagina um garoto dessa Com relação aos investimentos, os dois não
idade tendo que ir a cada 15 dias trabalhar possuíam nada além do imóvel próprio, pois como
e meus colegas me chamando para jogar vivíamos na hiperinflação, todo dinheiro ganho era
bola! Foi um tormento para mim na época, imediatamente consumido em contas, educação
mas depois vi que foi importante na minha e supermercado - as coisas aumentavam de preço
formação entender que a vida não era um todo dia. Na época a inflação chegava a 30% ao
conto de fadas e sim uma realidade bem mês!!! Como consequência, não viajávamos e os
diferente. brinquedos eram simples.

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Com relação à educação, estudei o Mas nem tudo são flores, pois logo aconteceriam
primário e o ginásio em escola pública, só as maiores perdas para mim. Há uma semana de
indo para um colégio privado no científico começar a faculdade meu pai faleceu e em 1994 foi a
- a escola era no bairro do Méier, ia e perda de minha mãe.
voltava de ônibus, pois não tínhamos
carro. No fim de 1986, prestei vestibular Tinha tudo para dar errado, certo? Errado. Graças a
para medicina. Não passei em nenhuma tudo que relatei a vocês nos parágrafos anteriores
faculdade pública e não tinha condições tive os alicerces para continuar minha vida. Trabalhei
de pagar faculdades privadas. muito. A organização e a educação financeira,
finanças e investimentos tornaram minha segunda
Foi aí que surgiu em minha mente a profissão. Fiz muitos cursos, congressos e assino
grande sacada, ou virada na minha vida, jornais e revistas especializadas no assunto – sempre
que permanece até hoje comigo e que na equilibrando minha vida particular e financeira.
minha opinião são os pilares fundamentais
na educação financeira: metas, disciplina Hoje, aos 46 anos, sou realizado na vida particular,
e planejamento aplicando. Foi assim que profissional e financeira (independência financeira).
passei para medicina na UERJ em 1987 e Tenho certeza que tudo foi graças aos fundamentos
na especialização em anestesia na UFF aprendidos em minha vida durante a infância e
em 1993. adolescência.

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Jorge Mauricio de Castro Seu então professor, certamente
buscando desenvolver o raciocínio
lógico e a relação de causa e efeito,
propôs o seguinte trabalho: a partir de
alguns parâmetros disponíveis - desde
o custo da maternidade até a última
mensalidade do colégio -, calcule
quanto cada um de vocês custou até
hoje para a sua família.

Foi um alvoroço na classe. Eram


muitos dados, muitos cálculos e uma
verdadeira incredulidade ao final
Um interessante exercício de matemática realizado por com os resultados: a grande maioria,
minha filha, quando cursava o ensino fundamental - hoje incluindo Renata, ficou assombrada
ela é uma feliz profissional de Jornalismo, atuando no RJ -, com o vulto do valor calculado. Uma
plantou a semente deste relato. exorbitância!

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Ao buscá-la no colégio, ouvi todo o detalhamento Percebi que a verdadeira dimensão da
do exercício no caminho de casa, que terminou com palavra “patrimônio”, geralmente tão
a singela e definitiva sentença: “Pai, como você vinculada às questões materiais, poderia
seria rico se não me tivesse!”. Na hora não pude ser reinterpretada e expandida. Passei
deixar de rir muito com sua franqueza e conclusão. então a prestar mais atenção a tudo aquilo
Não me recordo dos valores numéricos, mas eram que muitos classificam como custo e que
relevantes. prefiro contabilizar como investimento,
como formação de patrimônio, dentro deste
Mais tarde comecei a pensar mais seriamente particular conceito.
em toda aquela experiência e a refletir sobre a
tal “riqueza perdida”. Concluí que faria tudo
novamente, pois minha percepção de riqueza
estava muito mais ligada ao fato de vê-la se
desenvolvendo, caminhando pela vida e realizando
sonhos do que pelo possível tamanho da minha
conta poupança.

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Paulo Lima Eu e minha esposa Ingrid anteriormente
já havíamos iniciado a educação
financeira com ela e com o irmão Caio,
de 5 anos, explicando de onde vem o
dinheiro, como funcionam as relações de
trabalho, a importância de poupar, etc.

Aproveitamos esta oportunidade para


propor à Larissa algo mais do que
simplesmente dar a mesada: decidimos
incentivá-la a empreender.

Propusemos então que ela buscasse algo


Em setembro de 2013, minha filha Larissa - então com 9 que pudesse criar, negociar, vender e,
anos - me pediu, pela primeira vez, uma mesada. assim, ganhar o dinheiro da mesada na
forma de uma produção própria.

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Como ela e uma amiga já haviam criado um Como ela sempre teve uma alimentação
embrião de “empresa” no condomínio onde saudável - até hoje não toma refrigerantes e
moramos para vender pulseiras artesanais e consome muitas frutas - e percebe que muitos
bijuterias, pensei que a ideia dela viria desta de seus colegas não têm a mesma prática, ela
vertente. pensou em escrever um livro falando sobre a
importância de se alimentar bem.
Qual não foi nossa surpresa, após uma
semana de “pensamentos e meditações”, Assim nasceu O Espanta Tranqueiras. A
quando ela veio nos dizer que queria história se passa no sítio de um casal de avós,
escrever um livro! onde os netos passam as férias. Neste sítio,
no lugar de alimentos saudáveis e frutas, o
A Larissa é, desde pequena, uma ávida avô planta árvores de “tranqueiras”: balas,
leitora. Tanto no formato papel quanto refrigerantes, algodão-doce.
digital, os livros a encantam. Com base nisto
e sabendo que trabalho com livros digitais,
ela me apresentou sua ideia.

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Pensando em ampliar a plantação de O valor obtido com a venda do livro será
refrigerantes, pois o verão prometia ser convertido em uma poupança para a Larissa.
quente, o avô busca suas ferramentas no E é desta poupança que, mensalmente,
celeiro e lá descobre, empoeirado num pretendemos tirar (aos poucos, é claro!) a tão
canto, um robô. Este robô é o Espanta sonhada mesada.
Tranqueiras e revolucionará toda a lavoura
do sítio, substituindo as “tranqueiras” por
alimentos saudáveis.

O livro foi preparado de outubro/2013 a


março/2014. Fiz a revisão final, submissão
à loja, Larissa gravou a narração e a
publicação foi em julho deste ano, estando
disponível em 51 países. A repercussão na
mídia foi grande.

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Marcelo Rubles Quando conseguiram guardar uma
pequena quantia, ensinei-os a colocar
o dinheiro na poupança, pois ela daria
“filhotes” (juros) e o valor aumentaria.

Passados alguns meses, equiparei


o valor a ser recebido dos dois,
justificando que a menina tinha feito
aniversário e agora poderia ganhar
igual ao irmão.

Nesta mesma ocasião, firmamos um


compromisso de que toda semana
Tenho dois filhos, uma menina de 8 e um guri de 11 anos. iriam ler um livro ou um gibi e em
recompensa receberiam a semanada.
Fiz um acordo no início de 2014 que toda semana daria uma Esse seria o trabalho deles.
semanada, sendo que no início ela ganhava R$ 10,00 e ele
R$ 20,00. Eu orientei para que guardassem a metade no cofrinho e
o restante poderiam utilizar com seus gastos, a exemplo de lanches.

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Continuamos com a mesma proposta, guardar A experiência tem sido muito interessante, pois
R$ 10,00 e poder gastar R$ 10,00. Em paralelo, ensino que não devem comprar nada “fiado”
traçamos a meta de que deverão juntar e sempre pagar à vista. E os dois passaram por
R$ 100,00 até o final do ano de 2014, quando situações que precisaram de dinheiro e o tinham
eu completarei o valor para que possamos guardado.
comprar um tablet para cada, condicionando
ainda que tenham passado em todas as Em um certo dia minha filha queria comprar
matérias na escola. uma camiseta para pagar depois e não
conseguiu falar comigo pelo telefone.
Transcorridos mais uns meses, fizemos Posteriormente, quando foi me contar, eu falei
a contagem do dinheiro e verificamos que ela sabia a resposta e perguntei qual era.
quanto cada um tinha gastado. Fiz algumas Ela respondeu: “já sei papai, não posso comprar
orientações e uma minigincana sobre o que se não tiver o dinheiro”.
tinham aprendido das leituras dos livros, além
de algumas outras perguntas. Quem acertava
ou tinha poupado conforme o combinado eu
dava algumas notas de dinheiro como forma de
premiação.

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Ronaldo Antunes O João já está mais consciente sobre
o uso do dinheiro. Ele sempre me
pergunta: “pai, esse preço é caro ou
barato?; pai, posso comprar com minha
mesada ou não?”. A propósito, falando
em mesada, eu estipulei uma mesada
para eles com a proposta de que eles
guardassem uma parte.

Fui ao banco com eles, sentamos na


frente do gerente e pedi para abrir uma
caderneta de poupança pra cada um.
Eles ficaram muito “emocionados”.
Sempre estou lendo os artigos de toda a equipe do Cada um recebeu o seu cartão da
Dinheirama. Já tenho meus investimentos em tesouro direto, poupança e estão guardando um pouco
ações e poupança. E a partir de algumas leituras de artigos da mesada.
relacionados à educação financeira infantil, comecei a falar
com meus dois filhos sobre isso - João Vítor de 8 anos e
Henrique de 5 anos.

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A cada dois meses eu levo um extrato da
conta para eles acompanharem. Inclusive
o Henrique já tem mais dinheiro guardado
que o irmão. Já percebi que ele é mais
econômico. O João eu tenho que cuidar,
porque de vez em quando ele me pede
adiantamento da mesada para poder gastar.

Sempre que sai um artigo referente à


educação financeira infantil, converso com
eles e explico como funciona tal situação.

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Luiz Paulo Guimarães Compunha a grade curricular a disciplina
Financial Education, até então estranha aos
meus ouvidos. Foi meu primeiro contato com o
assunto e já se vão 23 anos.

Ainda nos EUA eu e minha esposa participamos


de diversos cursos sobre finanças pessoais
e investimentos e, desde então, passamos
a transmitir aos nossos filhos e, mais
recentemente, às nossas netas a importância
de realizar um planejamento financeiro, de
comprar o necessário, evitando o consumismo,
de poupar e investir para garantir um futuro
financeiro equilibrado.
Morei nos EUA de 1988 a 1990. Minha filha iniciou
o high school em Washington, D.C. e, no primeiro Buscamos, ainda, mostrar que a ausência da
mês de aula, fui surpreendindo. educação financeira é a grande responsável pelo alto
índice de endividamento da população brasileira.

A prática tem mostrado que valeu a pena.

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LEIA O PROSPECTO E O REGULAMENTO DO FUNDO ANTES DE INVESTIR.

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