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BREVE DISCUSSÃO SOBRE SISTEMAS DEPOSICIONAIS FLUVIAIS

Silas Samuel dos Santos Costa¹; Mércio John Pereira Nunes Segundo¹; Keven Igor Liborio da Silva¹
¹Curso de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Av. Salgado Filho, s/n - Lagoa Nova, Natal - RN, 59078-970
Campus Universitário, RN, Natal

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho parte da proposta da disciplina de Estratigrafia (GEO0312) ofertada no Curso de
Bacharelado em Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de realizar um Workshop sobre
os sistemas deposicionais a nível local no Departamento de Geologia e para público convidado dos dois dias
de apresentação no mês de março de 2018. Nele serão apresentados os mais diversos sistemas deposicionais
com seus modelos de fácies, importância numa bacia sedimentar e também aplicações.
Como aqui serão abordadas discussões e explanações a respeito de ambientes e sistemas deposicionais,
bem como de fácies sedimentares, faz-se necessário uma conceituação que defina os termos aqui utilizados.
A terminologia para fácies está relacionada com “aparência de algo”, na realidade características
descritivas primárias incluindo litologia, estruturas sedimentares e propriedades biológicas. As fácies
sedimentares também podem ser agrupadas em associações para constituir elementos arquitetônicos básicos
de um ambiente deposicional. Em suma, pode-se resumir esquematicamente fácies como elementos essenciais
para entender os elementos arquiteturais, que por sua vez constroem modelos de fácies caracterizadores de
sistemas deposicionais que remetem a ambientes deposicionais (noção fisiográfica dos sistemas e seus
processos) (Walker & James, 1992).
Galloway (1979) define a concepção de sistemas deposicionais como unidade estratigráfica física em
três dimensões que tem gênese definida, consistindo de uma somatória de fácies sedimentares relacionadas
por processos, ainda fala que os sistemas deposicionais são equivalentes estratigráficos a unidades
fisiogeográficas maiores (denotando ambientes como sinônimo de sistemas), formam tijolos essenciais no
preenchimento de uma bacia sedimentar e que sua identificação e mapeamento integral são obtidos onde os
limites entre os sistemas estão bem preservados.
A meta desta produção é de apresentar o modelo de fácies dos sistemas fluviais conforme a
bibliografia, mostrando algumas de suas aplicações em estudos de bacias sedimentares nacionais e locais.

2. METODOLOGIA
Os procedimentos para realização deste trabalho foram num primeiro momento a revisão de quatro
textos-base (Walker & James, 1992; Selley, 2000; Nichols, 2009; Reading, 2009) para fundamentar uma
discussão acerca dos modelos de fácies fluviais, concentrando-se nas duas principais morfologias de canal,
meandrante e entrelaçado. Em sequência foi feita uma rápida revisão bibliográfica em algumas bases de
pesquisa para evidenciar o que foi referenciado na discussão sobre os processos e produtos sedimentares dos
depósitos fluviais em exemplos de bacias sedimentares nacionais.

3. DISCUSSÕES
Os ambientes deposicionais em sua classificação mais geral pode se dividir em três grandes porções,
sendo elas: continental, costeiro e marinho. O sistema fluvial está relacionado com o ambiente continental
juntamente com o sistema de leques aluviais, lacustres e eólicos.
Três zonas geomorfológicas são responsáveis por atuar juntamente com os sistemas fluviais: zona
erosional (escava as rochas do vale e remove sedimentos de forma descendente), zona de transferência (baixo
gradiente, mas não há erosão e deposição de forma contundente) e zona de deposição (o sedimento é
depositado nos canais e nas planícies de inundação). É possível perceber na Figura 1 que conforme diminui o
gradiente do terreno, a energia também vai conferindo diferentes morfologias aos canais do rio, no alto curso
com um poder erosivo mais significativo tem-se canais retilíneos, no médio-alto curso entrelaçados e
anastomosados, no baixo curso ou na zona de deposição meandrantes. No entanto, o contínuo suplemento de
água é uma variável a ser analisada no ambiente fluvial, em rios perenes há a apenas uma variação moderada
do volume de água, já em rios efêmeros existe uma variação mais significativa nesse volume, o que implica
também em diferentes intensidades de recargas de sedimento.

Figura 1. Zonas geomorfológicas em sistemas aluviais e fluviais. Retirado de Selley (2000).

Um rio com padrão entrelaçado contém barras intracanal que são cobertas no fluxo total do canal,
enquanto que rios anastomosados consistem em múltiplos canais interconectados separados por áreas de
planícies de inundação, ambos os canais de rios podem ser sinuosos dispondo barras em curvas, daí podem
levar o nome de meandrantes. Aqui neste trabalho serão discutidos os dois padrões que melhores estão
definidos nas bibliografias-base, entrelaçado e meandrante. Os elementos arquiteturais nos depósitos fluviais
que aqui serão discutidos são: canais (CH), acreção lateral (LA), fluxos gravitacionais de sedimentos (SG),
barra de cascalhos e formas acamadadas (BC), forma acamadada arenosa (SB), acréscimo a jusante (DA),
areias laminadas (LS) e finos de inundação (OF). Enquanto que as fácies estão colocadas em Walker & James
(1992).

3.1 Padrão entrelaçado


Caracterizado por rede de baixa sinuosidade em constante mudança de cursos, os principais e mais
modernos ocorrem associados a leques aluviais em climas semiáridos e áridos ou ainda em frentes de
montanhas. Por estarem associados a descargas sazonais e gradiente altos e de sedimentos mais grosseiros têm
sobrecarga de sedimentos que levam a formação contínua de barras de canais que por sua vez levam os
talvegues a divergirem para outros cursos por bloqueio. Resultando também na deposição da carga em
suspensão somente em canais abandonados e em planícies de canais ativos. A erosão de cabeças de canais
pode levar a captura da drenagem de um canal ativo.
As barras intracanal podem ser longitudinais (alongadas) ou transversais (alargadas) ou ainda
linguóides apontando para jusante, podendo ter granulometrias de areia a cascalho, podendo formar depósitos
arenosos e conglomeráticos. A migração de barras longitudinais origina estratificações cruzadas de baixo-
ângulo em direção a jusante, no momento em que as demais barras geram estratificações cruzadas bem
definidas que mergulham a jusante. As barras continuam migrando até o canal se mover para outro curso, logo
após há a deposição de overbank (finos ou material suspenso, inundação) ou de barras de outro canal, nesse
último caso gerando sucessão de estratificações cruzadas, enquanto que areias finas ou siltes no topo de um
depósito de barra representa o fim da migração da mesma, finalizando a sucessão de preenchimento de canais.
Por vezes, em climas úmidos ou em locais de pouca vegetação, quando há a mudança excessiva da posição
dos canais podem se formar barras com cascalhos mais extensas que os próprios canais, existindo a sucessão
desses depósitos são formados conglomerados com estratificação cruzada. De modo geral são esses os
elementos arquiteturais desse sistema, podem ser visualizados no bloco-diagrama e na seção colunar da Figura
2.

Figura 2. Seção colunar com fácies e bloco diagrama de elementos arquiteturais do sistema fluvial
entrelaçado. Adaptado de Nichols (2009).

3.2 Padrão meandrante


A vegetação é importante no controle do estilo do canal, no Pré-Cambriano até o Paleozoico Inferior
a água da chuva drenou rapidamente através de canais de rios efêmeros com padrão entrelaçado, a descarga
constante necessária para os canais meandrantes só ocorreu após a colonização da Terra pelas vegetações.
Como a vegetação é dependente do clima o controle dos estilos de canais pela vegetação inicia no Siluriano
ou Devoniano quando as plantas passam a ser importantes componentes subaéreos da paisagem
Os meandros se desenvolvem pela erosão do banco mais próximo da linha do talvegue acompanhado
da deposição no lado oposto do canal onde o fluxo é mais lento e o sedimento tende a se depositar. Com a
erosão contínua do banco externo e a deposição de carga sedimentar no interno o canal se desenvolve com
uma espécie de curva e consequentes loops de meandro são formados. É importante ressaltar a distinção entre
a sinuosidade de um rio e a forma sinuosa, essa está associada com a acumulação de sedimentos no interior
das curvas.
Os rios meandrantes transportam e depositam uma mistura de material de carga de fundo e de
suspensão. A parte mais grossa é transportada nas partes mais fundas do canal, por outro lado a parte é
transportada nas partes rasas do fluxo e depositada ao longo da curva interna de um loop de meandro, essa
deposição apresenta gradação normal característica e também laminações cruzadas. O fluxo trativo nas partes
mais profundas gera ripples que podem gerar estratificações planas ou cruzadas dependendo do regime de
velocidade do fluxo e das características do fluido.
Um canal que se move lateralmente pela erosão do banco externo e deposição no banco interno é
chamado de barra de pontal, nele está caracterizada gradação inversa e pode apresentar estratificações
cruzadas na base e laminações no topo (sendo a escala da estratificação proporcional a profundidade do canal
e ortogonal ao indicador de paleocorrente). Em cheias as barras de pontal podem ficar proeminentes, sendo
chamadas de diques marginais. Na proporção que o canal migra lateralmente o topo da barra de pontal se torna
a borda da planície de inundação, e é o depósito dessa que marca o fim da evolução da sua acreção. Na curva
externa as sucessões de deposição dos finos de inundação formam os levee ou margem, ocasionalmente em
inundações esse material é transportado pelo fluxo do rio em forma de clastos de lama que serão depositados
na parte mais profunda do canal. Quando há um rompimento de um levee são criados espaços para deposição
em leque de sedimentos do canal, isso é denominado de crevasse splays.
Um corte entre loops de meandro quando o rio inunda resulta muitas vezes no desenvolvimento de
uma nova seção de canal, produzindo um loop mais longo e abandonando um meandro, que permanece como
local de deposição em uma nova inundação ou ainda sufocada pela vegetação, frequentemente ocorre a
deposição de finos da planície de inundação e até mesmo de carbonatos. Os elementos arquiteturais do sistema
fluvial meandrante estão nos esquemas dispostos na Figura 3.

Figura 3. Seção colunar com fácies e bloco diagrama de elementos arquiteturais do sistema fluvial
meandrante. Adaptado de Nichols (2009).

3.3 Alguns exemplos em bacias sedimentares brasileiras


Podem ser citados facilmente exemplos de fácies de sistemas fluviais entrelaçados em algumas
formações paleozoicas de bacias, a Formação Cariri da Bacia do Araripe de idade paleozoica conforme
sumariza Assine (2007) é constituída por arenitos imaturos de granulação média a grossa interpretados como
parte de sistemas entrelaçados, enquanto que a Formação Furnas da Bacia do Paraná também paleozoica
(eodevoniano) colocada por Assine (2017) tem litofácies de arenitos grossos a muito grossos com presença de
estratificações cruzadas e níveis conglomeráticos, no entanto a sugestão do sistema entrelaçado deve-se a
presença dos elementos arquiteturais de fácies, geometria de litossomas caracterizada pela tabularidade das
camadas, também pela presença de formas canalizadas e estruturas de cut e fill.
Uma situação interessante para a definição de um sistema fluvial por meio de interpretações está na
Formação Barreiras, de idade , que em outros trabalhos Alheiros e Lima-Filho (1991) e Morais et al. (2005)
seus litotipos foram interpretados como de leque aluvial e sistema fluvial entrelaçado provavelmente
associados a porções mais proximais, os sistemas meandrantes tem sua presença associada a microclimas ou
mesmo outras condições específicas, que envolvam rios com baixo gradiente, no trabalho de Araújo et al.
(2006) o que caracterizou os litotipos da Formação Barreiras de idade cenozoica na porção da Barreira do
Inferno, inserida na Bacia Potiguar, foram a presença de depósitos de planície de inundação com lamitos
bioturbados e de depósitos de abandono de canal que favorecem a colonização de organismos bioturbadores.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento a respeito dos sistemas fluviais é importante na compreensão da dinâmica de
deposição de estratos em bacias sedimentares. Não obstante vê-se aplicações também na exploração de
recursos minerais em rochas originadas a partir dos seus processos, preenchimentos de paleovales por exemplo
formam reservatórios lineares, os hidrocarbonetos são trapeados estratigraficamente por lençóis de areia
isoladas por finos de planície de inundação. Outros recursos minerais aluvionares como o ouro e urânio estão
associados a esses sistemas, de igual forma no entendimento no fluxo de aquíferos.

REFERÊNCIAS
Alheiros M. M.; Lima Filho M. F. A. 1991. Formação Barreiras. Revisão geológica da Faixa Sedimentar
Costeira de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Estudos Geológicos, Série B Estudos e Pesquisas,
10:77-88.
Araújo V. D., Reyes-Peres Y. A., Oliveira Lima R., Pelosi A. P. D. M. R., Menezes L., Córdoba, V. C. &
Lima-Filho F. P. 2006. Fácies e sistema deposicional da Formação Barreiras na região da Barreira do Inferno,
litoral oriental do Rio Grande do Norte. Geologia USP. Série Científica, 6(2): 43-49.
Assine M. L. 2007. Bacia do Araripe. Boletim de Geociências da PETROBRAS, 15(2):371-389.
Assine M. L. 2017. Fácies, icnofósseis, paleocorrentes e sistemas deposicionais da Formação Furnas no flanco
sudeste da Bacia do Paraná. Revista Brasileira de Geociências, 29(3):357-370.
Galloway W. E. 1979. Introduction: the concept of natural systems. In: Galloway, W. E.; Kreitler, C. W.;
McGowen, J. H. eds. Depositional and Ground Water Flow Sistems in the Exploration for Uranium. Austin,
Bureau of Econ. Geol., The Univ. of Texas, p. 1-2.
Morais R. M. O. et al. 2005. Fácies sedimentares e ambientes deposicionais associados a depósitos da Fm
Barreiras no Estado do Rio de Janeiro. In: Congresso da Associação Brasileira de Estudos Do Quaternário,
10, Guarapari, ABEQUA, Anais.
Nichols, G. 2009. Sedimentology and stratigraphy. John Wiley & Sons, 432 p.
Reading H. G. (ed.). 2009. Sedimentary environments: processes, facies and stratigraphy. John Wiley &
Sons 704 p.
Selley R. C. 2000. Applied sedimentology. Elsevier, 543 p.
Walker R. G., James N. P. 1992. Facies, facies models and modern stratigraphic concepts. Facies models
response to sea-level change, 407 p.

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