Nietzsche entende a arte como superação do niilismo

Num primeiro momento, Lovecraft parece considerar o niilismo impossível de ser superado

Nietzsche utiliza a mitologia greco-romana, através dos conceitos de apolínio e dionisíaco para
fundamentar a superação da tragicidade humana. Nietzsche vivencia o final do século XVIII e
início do XIX onde as ideias ilustradas proporcionavam um atmosfera otimista quanto aos
avanços da razão, porém argumenta a necessidade de se buscar na arte a base cultural da
sociedade para sua própria transcendência.

Lovecraft utiliza uma mitologia contemporânea baseada no sentimento mais antigo e intrínseco
ao ser humano, a saber o medo, para justificar que o homem jamais irá superar a sua própria
existência insatisfatória. No caso, nem a mitologia (o saber primevo do homem para explicar os
fenômenos da natureza) tampouco a tecnologia salvariam a raça humana de si mesma.
Notoriamente, a filosofia de Lovecraft fora bastante influenciada pelo ethos pessimista pós
primeira guerra mundial (1920th).

Todavia, analisando o corpo literário dentro dos chamados Mythos de Cthulhu, percebe-se que
Lovecraft não busca a superação do niilismo – mas a dissolução deste “niilismo” através da não-
consciência, isto é, a loucura ou o cinismo.