Roberto F. Ausas
Equilibrio de Estruturas
Vamos estudar métodos numéricos para resolver o problema de achar
a configuração de equilibrio de uma treliça:
Lei constitutiva para uma barra elástica
A partir de um ensaio experimental se determina o comporta-
mento elástico de uma amostra. Medindo a deformação axial
resultante de uma força aplicada, calculamos:
T ∆` ` − `0
τ= =E =E
A `0 `0
E tem unidades de pressão (Pascal no sistema internacional
SI) e se chama o módulo de Young (Young’s modulus).
A partir deste ensaio construimos curvas do tipo:
Vamos trabalhar no chamado regime linear, quando as deformações
são pequenas em comparação ao comprimento da barra. Neste
caso, a força uniaxial é dada por
EA
T = (` − `0 )
`0
ub
b
Xb
`0
x2
xa
ua
x1 a
Xa
a a a
x1 X1 u1
xa = = Xa + ua = +
x2a X2a u2a
b b b
x1 X1 u1
xb = = Xb + ub = +
x2b X2b u2b
E usando a definição de xa e xb
xb − xa Xb + ub − (Xa + ua )
eab = =
kxb − xa k `
` = kXb + ub − (Xa + ua )k
Tb
xb
ub
b
eab
Xb
`0
x2
xa
eab
0
Ta
ua
x1 a
Xa
Vamos supor que na configuração deformada a barra está
em equilibrio. Então, queremos ver qual é a força que tem
que ser aplicada nos seus extremos a e b para conseguir-lo.
Escrevemos:
X
forças = 0
X
forças = Ta + Tb = 0
e portanto
EA
Ta = −Tb = (` − `0 ) eab
`0
Exo. 1: Fazer uma função de Octave que calcule a magnitude
de Ta numa barra, com a seguinte estrutura:
Desenvolvimentos de Taylor
Para praticar, começamos com uma função de uma variável
f (u):
df
f (u) = f (u0 ) + (u − u0 ) + T.O.S.
du u0
em u0 = 0, fica
df
f (u) = f (0) + u + T.O.S.
du 0
Agora, complicamos um pouco e passamos para uma função
escalar que dependa de quatro variáveis, f (u1 , u2 , u3 , u4 )
∂f ∂f
f (u1 , u2 , u3 , u4 ) = f (0) + u1 + u2 +
∂u1 0 ∂u2 0
∂f ∂f
+ u3 + u4 + ...
∂u3 0 ∂u4 0
∂f ∂f ∂f ∂f
f(u) = f(0) + u 1 + u2 + u3 + u4
∂u1 0 ∂u2 0 ∂u3 0 ∂u4 0
Então, voltando ao nosso caso teriamos
EA
Ta = Ta (ua , ub ) = Ta (u1a , u2a , u1b , u2b ) = (` − `0 ) eab
`0
mas lembremos:
Xb + ub − (Xa + ua )
eab =
`
e
` = kXb + ub − (Xa + ua )k
Vamos fazer o desenvolvimento de Taylor de Ta , que é uma
função vetorial que depende de quatro variáveis (ua , ub ) =
(u1a , u2a , u1b , u2b ), ao redor do ponto (ua , ub ) = (0, 0, 0, 0) = 0
(i.e., ao redor da configuração não deformada ou de zero
deslocamento):
∂Ta a ∂Ta a ∂Ta b ∂Ta b
a a b a
T (u , u ) = T (0) + u + u + u + u
∂u1a 0 1 ∂u2a 0 2 ∂u1b 0 1 ∂u2b 0 2
∂Ta ∂eab
E A ∂` ab EA
= e + (` − `0 ) a
∂u1a 0 `0 ∂u1a 0 `0 ∂u1 0
Agora, já que
` = kXb + ub − (Xa + ua )k =
q
= (X1b + u1b − X1a − u1a )2 + (X2b + u2b − X2a − u2a )2
(` − `0 )0 = `0 − `0 = 0
∂`
Agora, só precisamos calcular ∂u1a e avaliar em 0 = (0, 0, 0, 0):
" #
−(X1b + u1b − X1a − u1a )
∂`
= =
∂u1a
p
0 (X1b + u1b − X1a − u1a )2 + (X2b + u2b − X2a − u2a )2 0
(X1b − X1a )
= −p
(X1b − X1a )2 + (X2b − X2a )2
(X1b − X1a )
= −
`0
Concluindo que
EA d EA
Ta (ua , ub ) = 2 d · (ub − ua ) = 3 dT (ub − ua ) d
`0 `0 `0
EA
e chamando k = `30
, isto pode ser escrito como:
u1a
a a
−d12 d12
T1 −d1 d2 d1 d2 u2
a a b
T (u , u ) = = k
b
T2a −d1 d2 −d22 d1 d2 d22 u1
u2b
Lembremos que Ta = −Tb , i.e.,
u1a
b 2 a
T1 d1 d1 d2 −d12 −d1 d2 u2
Tb (ua , ub ) = = k
b
T2b d1 d2 d22 −d1 d2 −d22 u1
u2b
Então poderiamos colocar tudo junto:
T = −K(n) u
em que n é o ı́ndice que identifica a barra e K(n) é chamada a
sua matriz de rigidez.
Exo. 3: Considerar uma barra que vai do ponto Xa = (1, 0) ao
ponto Xb = (0, 1). Considerar E = 2 × 1011 Pa e A = 10−6 m2 .
Mostrar que a sua matriz de rigidez é:
√ 1 −1 −1 1
2 −1 1 1 −1
K= × 105 ×
2 −1 1 1 −1
1 −1 −1 1
X
Tji + Eji = 0,
i = 1, ... , nv , j = 1, 2
Todas as barras que tem o nó i
Agora temos uma treliça com nv nós, então, para descrever
os deslocamentos e as forças de todos os nós precisamos:
• Um vetor u ∈ R2 nv
• Um vetor T ∈ R2 nv
• Uma matriz global de rigidez Kglob ∈ R2 nv ×2 nv
(6) (7)
E4
3 4
(1) (4)
(2) (3)
1 2
Neste temos nv = 5, nb = 7 e a matriz de conectividades na
sequência:
1 3
1 4
3 2
conec = 2 4
3 4
3 5
4 5
Para o exemplo teriamos:
T = −Kglob u
A questão é, como construir essa matriz global
A matriz global é construida somando as contribuções de cada
barra e lembremos que cada barra tem uma matriz de rigidez
de 4 × 4
d12 −d12
d1 d2 −d1 d2
d1 d2 d22 −d1 d2 −d22
K(n)
=k
,
n = 1, ... , nb
−d12 −d1 d2 d12 d1 d2
−d1 d2 −d22 d1 d2 d22
T + E = −Kglob u + E = 0
Já que a forças externas E são conchecidas, então, resolver-
emos o sistema linear na sequência:
Kglob u = E
O código que faz isto é:
end
• Duas traslações
• Uma rotação (infinitessimal)
iden = eye(2*nv);
Ktilde(1:4,:) = iden(1:4,:);
e as restantes são a linhas da matriz original:
Ktilde(5:10,:) = Kglo(5:10,:);
e glob u = E
K
Neste sistema, os movimentos rı́gidos (i.e., a indeterminação)
tem sido eliminados.
Exo. 4: Baseados nos códigos fornecidos, calcular a deformação
da treliça disponı́vel nos arquivos conec.txt e coord.txt que
se mostra na figura
4
x2
4 4 9 6 14 8 19 10 24 12 29 14 34 16 39 18 44 20 49 22
2
3 7 12 17 22 27 32 37 42 47
2 6 11 21 26 31 36
16 41 46 50
8 18 28
13 23 33 38 43 48 51
1
1 3 5 5 10 7 15 9 20 11 25 13 30 15 35 17 40 19 45 21