Comte-Sponville utiliza o referencial de Jean Paul Sartre, que já havia dito que "todos
somos responsáveis por todos" e de Dostoievsky, "somos todos responsáveis por tudo,
diante de todos".
1. “reflexão de saberes disponíveis”, bem por isso afirma Kant não se pode aprender
filosofia, mas apenas filosofar,
2. Dimensão Constitutiva da Existência Humana
a. Na medida que não é uma ciência, e por não possuir objeto definido, trabalha
com os objetos de ciências alheias tanto para interroga-las, coisa que a ciência
em si mesma não realiza.
3. Tem como tradição a filosofia Ocidental, ainda que reconheça a existência de outras
posições filosóficas no mundo oriental.
4. A filosofia como pressuposto pedagógico possui:
a. questionamento radical, busca da verdade global ou última.
b. Criação e utilização de conceitos
c. Reflexividade (pensamento do pensamento)
d. Meditação sobre sua própria história e da humanidade
e. Maior Coerência possível
f. Maior Racionalidade possível
g. Construção de artifícios da linguagem e do entendimento teórico como teses,
argumentos, teorias, sistemas.
h. Crítica das ilusões, dos preconceitos, das ideologias.
5. Tem como arma – Razão, Inimigos – Obscurantismo, aliados- Ciencias, objeto-o todo,
com o homem dentro, ou o homem mas no todo, finalidade-sabedoria.
A filosofia é para o homem esforço em direção à Sabedoria, esforço sempre não consumado”.
Kant traça o percurso da ideia de se pensar filosofia, somos por essências seres pensantes, e a
reflexão é um exercício individual que tende para a sabedoria, que não se alcança. Definimos a
utilidade da filosofia pelo simples expectro da felicidade vindoura? Tanto mais se pensa, tanto
mais se angustia, mesmo assim, entender a filosofia na pura compreensão de querer reflexão
não é uma fórmula imperiosa de felicidade terrena, compreender as mazelas da alma traz
consigo o desconforto. Instaura-se um conflito pela percepção da desordem, o caos, porém a
própria compreensão de tais fenômenos nos mergulha no seu contrario senso, por termos o
parâmetro da ordem, o exercício de buscar a eliminação do conflito é observar, como olhos do
espírito, as atitudes perante a desordem devem denunciar a ordem estabelecida pela reflexão
ativa, eis um pressuposto da filosofia como desnudamento do real.
Sponville traça o seu percurso na ideia de felicidade, o que se pode preestabelecer o porquê
filosofar, a busca nos limites do seu maior êxito (sabedoria, felicidade).
1º Parte - Moral
Moral – A moral é pressuposto individual, não se estabelece a moral sob a égide da coação,
“Agir moralmente é levar em conta os interesses do outro, por certo, mas, sem que os deuses
e os homens saibam”.
Moral para Sponville é o conjunto do que um indivíduo se impõe ou proíbe a si mesmo, não
para, antes de mais nada, aumentar sua felicidade ou seu bem-estar próprios, o que não
passaria de egoísmo. Nisso reside a diferença entre moral e moralismo, a moral é o olhar
individual, o moralismo é o olhar para o alheio. Os deveres dos outros é terreno do
moralizador e não de um ser moral. Dizer você tem de ser corajoso não é dar prova de
coragem, dizer você tem de ser piedoso não é dar prova de piedade. O saber de si para consigo
é o que se chama consciência, que é o único juiz, moralmente falando.
Embora a moral só valha individualmente deve ser aceita universalmente, para todo ser
humano. É esse um dos fundamentos da metafísica dos costumes, (Imperativo Categórico)
“Aja unicamente de acordo com uma máxima tal que você possa querer que ela se torne uma
lei universal.”
2º Parte – A política
“O apoliticismo é ao mesmo tempo um erro e uma culpa: é ir contra seus interesses e seus
deveres, não fazer política é renunciar a uma parte do seu poder, o que é sempre perigoso,
mas também a um parte das suas responsabilidades, o que é sempre condenável.”
O ponto culminante da divergência entre a moral e a politica, está em seus limites, não se
espera que a politica seja moralmente aceita, antes disso temos a moral superior aos
interesses, só se vislumbra indivíduos, na politica há nacionalidade, raças envolvidas. O
argumento moral para fundamentar uma ação politica é falacioso, pois a busca da politica é
dos interesses de um povo.
Podemos dizer que a política pode ser solidária, mas nunca ser cunhada de generosa. Essa não
supõe interesse, aquela ao contrário necessita da organização convergente de interesses.
“Pode-se falar que a generosidade, moralmente falando, é superior, e é por isso que a
solidariedade, social e politicamente falando é mais urgente”. Ao ser solidário a ação
pressupõe também um ganho particular, já a ação generosa, é pura e simplesmente em si
mesmo, sem contrapartida, a não ser o querer agir. A exemplo da seguridade social, ou os
impostos, somos todos solidários ao paga-los, agimos de maneira organizada e convergente no
fluxos de interesses coletivos.
3º Parte – Amor.
Não há interesse sem amor. “Só existe um problema filosófico verdadeiramente sério: é o
suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental
da filosofia.”
Partindo dessa máxima, a lógica que estabelecemos é que a vida que vale a pena ser vivida
tem em si um objeto amado, pois o interesse nos associa, nos liga e nos faz viver por esse
amor, mas quando não existe mais amor, ou tivermos um amor infeliz?
- Eros – o amor que falta ou que toma (Platão). “Eu te amo: tu me fazes falta, eu te quero”.
- philia – o amor que se regozija e que compartilha (Aristóteles). “Eu te amo: és a causa da
minha alegria, e isso me regozija”
- ágape – oriundo de agapan – que não tinha substantivo usual, o que deu agapé, que os
latinos traduziram para caritas. Os discípulos de jesus buscavam uma palavra diferente das
existentes para falar do amor de Deus em grego, como hoje se faria em inglês. O amor que
acolhe e dá. “Eu te amo como a mim mesmo, que não sou nada, ou quase nada, eu te amo
como Deus nos ama, se é que ele existe, eu te amo como qualquer um, ponho minha força a
serviço da tua fraqueza, minha pouca força a serviço da tua imensa fraqueza.
4º Parte – Morte
Pensar a morte é tentar dissolvê-la, para aqueles que sabem que vão morrer. “O homem é um
animal metafísico, é por isso que a morte, sempre, é um problema seu.
5º Parte – Conhecimento
O que é o conhecimento?
Conhecer é pensar o que é, já o conhecimento é uma certa relação de conformidade de
semelhança , de adequação, entre o espírito e o mundo, entre o sujeito e o objeto.
Embora não se pode conhecer tudo e do que se conhece, não se pode ter o conhecimento
absoluto, isso não significa dizer que não há verdade, e que sua busca está fadada à uma
demonstração infiel da verdade, ou que o conhecimento adquirido na história das ciências não
evoluiu sob a parcela de conhecimento adquirido, tão certo dizer que as teorias evoluídas,
postas a prova e ao rigor científico não possam ser refutadas, pelo contrário, não são verdades
absolutas, entretanto referem-se a uma parcela do progresso dos conhecimentos.