INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Aprovada por:
____________________________________________
Orientadora Prof.ª Dr.ª Márcia Denise Pletsch
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ
____________________________________________
Prof.º Dr.º Carlos Roberto Carvalho
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ
____________________________________________
Prof.ª Ms. Mariana Corrêa Pitanga de Oliveira
ObEE – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Introdução.............................................................................................................................8
3.3. Os sujeitos.................................................................................................33
Conclusão............................................................................................................................44
Referências bibliográficas..................................................................................................46
Anexos..................................................................................................................................53
8
INTRODUÇÃO
A história revela que durante muito tempo as pessoas com deficiência conviveram
com a discriminação e a segregação social, sendo privadas de seus direitos. Contudo,
gradativamente emergiu uma nova concepção que ainda é recente em nosso país: a
educação inclusiva. Esta parte do princípio de que todos são diferentes e esse processo
começa com a capacidade de entender e reconhecer o outro. É na diferença que o cenário
se configura em um ambiente rico e diverso.
Nessa perspectiva, todos tem direito a educação. E, isso vai além de uma inclusão
escolar, propagando-se também para a vida social. Sendo assim, adotamos o seguinte
conceito no que diz respeito à educação inclusiva que é entendida como um:
Capítulo 1
3
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
4
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
13
escolas (SIQUEIRA & AGUILLENA, 2015). Em face disso, a educação inclusiva está
garantida por lei, mas nota-se a dificuldade das instituições de ensino regular em se
adequarem para receber os educandos e suas especificidades. E a educação especial como
ficaria nesse contexto?
Sem dúvidas, na história se registram práticas segregadoras que colocavam o
diferente como problema, tentando adaptá-lo à “normalidade”, e quando o indivíduo não se
adequava era privado do acesso ao saber. Sobre tal questão podemos dizer que:
5
Nessa pesquisa adotaremos o termo Necessidades Educacionais Especiais (NEE).
15
Nesse mesmo ano, foi instituído o Decreto 6.571 (2008a), que estabelece apoio
técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino que prestassem atendimento
educacional especializado aos alunos da educação especial dos estados, do Distrito Federal
e municípios. O mesmo foi revogado pelo Decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011.
Em 2 de outubro de 2009 foi exposta a Resolução nº 4 que institui as Diretrizes
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
modalidade educação especial.
Desta forma, é sabido que diferentemente do que se registra anteriormente na
história da educação especial, atualmente existem políticas, leis, documentos nacionais e
6
Com o Decreto nº 7.480 de 2011, posteriormente revogado pelo Decreto nº 7.690, de 2012, essa secretaria
foi extinta, sendo seus programas vinculados à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão (SECADI). Esta implementa políticas educacionais, contemplando áreas de
alfabetização e educação de jovens e adultos, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação
especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais.
Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-especial-sp-598129159> Acesso em: 09 de
junho de 2016.
17
internacionais que garantem o acesso das crianças com NEE nas instituições escolares.
Conforme se pode verificar:
possam garantir ao educando acesso ao currículo. À medida que isso acontece, trata-se de
necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2001).
Em suma, ter uma escola que de fato atue em consonância com as políticas públicas
de educação inclusiva não é uma tarefa fácil. Isso adentra em outra dimensão, conforme se
precisa avaliar ou reavaliar o currículo da formação de professores, na intenção de
capacitá-los, pois, “essa é uma questão bastante preocupante, uma vez que o processo de
inclusão escolar está sendo gradativamente (às vezes, bruscamente) implementado em todo
o país” (GLAT & PLETSCH, 2010, p.349) e os atuais sistemas de ensino não estão
preparados para comtemplar essa nova realidade.
Diante dessas considerações, no capítulo seguinte atuaremos de forma específica,
focalizando a educação de surdos.
19
Capítulo 2
devido a isso criaram uma linguagem gestual para poderem se comunicar. Em função
disso, a igreja católica fez de alguns monges preceptores de surdo, oferecendo-lhes
fortunas.
Uma linguagem de sinais manuais se constituiu nos mosteiros, pois estes eram
ambientes de meditação e rezas assim como também de trabalho, o que acarretou em uma
comunicação silenciosa entres os monges, necessária para a realização de várias atividades
para subsistência (REILY, 2007).
O primeiro professor de surdos reconhecido é o monge beneditino Pedro Ponce de
León que viveu no século XVI, responsável por um trabalho para filhos surdos da
aristocracia espanhola. Sua atuação posteriormente teve visibilidade nacional, existindo
outros nobres com filhos surdos que deveriam ser educados para serem herdeiros (REILY,
2007).
Diante desse cenário discriminatório, sem dúvidas o trabalho de León surtiu efeitos
significativos. Influenciou metodologias e também desconstruiu argumentos médicos,
filosóficos e crenças religiosas da época que pregavam a incapacidade dos surdos quanto
ao desenvolvimento da linguagem e, por conseguinte, da aprendizagem. Em sua proposta
verifica-se o ensino da fala aos surdos, mas o foco de sua educação diz respeito à
linguagem escrita, uma vez que ela está atrelada a chave do conhecimento, sendo
concebida como a primeira natureza da linguagem. E, a fala seria apenas uma ferramenta
que a traduziria (LODI, 2005).
Conforme lembra Fernandes (2012), embora León seja considerado o primeiro
docente na área, a primeira experiência de ensino da fala para surdos traz à alusão Juan
Pablo Bonet (1579 – 1629), soldado e filólogo, com o tratado “Reduccíon de las letras y
arte para enseñar a hablar a los mudos”, de 1620. A autora ainda informa que todas as
iniciativas de oralização ocorridas entre o século XVI e princípio do século XVIII, foram
realizadas por preceptores para educarem filhos de nobres surdos e tinham caráter
individual.
Ao se analisar a literatura especializada, notam-se inquietações quanto ao emprego
do oralismo ou língua de sinais no ensino para pessoas surdas. E, esse é um fator que deve
ser considerado na história da educação de surdos. Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780),
educador português de surdos que vivia na França, assim como outros, apesar de conhecer
a língua de sinais, era a favor da oralização. Críticos justificavam que ele selecionava
21
alunos parcialmente surdos, pois assim poderia oralizá-los. Chegou a ter doze discentes
que ganharam destaque devido ao uso da língua oral (HONORA, 2014).
Johann Conrad Amman foi o defensor do movimento oralista alemão. Ele pregava
que a humanidade se localizava na possibilidade da fala do sujeito. Em seu atendimento,
fazia uso dos sinais e do alfabeto digital como mecanismo para alcançar a fala, contudo
abandonava-os quando não os julgava mais necessários. Embora não tenha fundado
nenhuma escola, o seu livro que foi publicado em 1704, influenciou a formação do modelo
alemão para a educação institucionalizada do surdo, começada por Samuel Heinicke (1723
– 1790) (MOURA; LODI; HARRISON, 2005).
O abade Charles Michel de L’Épée (1712 –1789) também destacou-se no século
XVIII. Contribuiu bastante com a história da educação dos surdos em 1750, à medida que
promoveu uma aproximação com sujeitos surdos que viviam como subalternos nas ruas de
Paris. Devido a esse contato, logo, aprendeu sua língua de sinais e criou os “Sinais
Metódicos”, que consistia em uma combinação de língua de sinais com a gramática
sinalizada da França (GOLDFELD, 2003).
Em oposição aos seus contemporâneos, L’Épée criou um método diferenciado,
baseado no uso de sinais, cujo ápice foi na década de 1780, se propagando por toda
Europa. Oriundo da ideia de mímica como linguagem natural dos surdos-mudos, termo
utilizado na época, o sistema evidenciou profissionais envolvidos e defensores dos sinais,
agregando visibilidade ao Instituto Nacional de surdos-mudos de Paris, fundado em 1775
(FERNANDES, 2012). Luchesi (2012) esclarece que L’Épée objetivava alfabetizar os
sujeitos surdos e, para tanto, começou a usar uma linguagem de sinais a fim de ensinar a
língua francesa. Desta forma, os “Sinais Metódicos” possibilitavam associar a gramática
francesa à comunicação gestual.
O cenário já estava favorável à promoção de uma linha de sinais e começou a se
estender pela Europa, chegando inclusive nos Estados Unidos das Américas – EUA. Neste
país, destacaram-se o americano Thomas Gallaudet (1787-1851) e o francês Laurent Clerc
(1785-1869). O primeiro interessou-se pela educação de surdos e seguiu para a Europa a
fim de se especializar, mas isso não foi possível na Inglaterra, seguindo então para a
França em 1816. Estagiou no Instituto Nacional para Surdos-Mudos, tendo como instrutor
o ex-aluno (surdo) da instituição, Clerc, sendo assim, aprendeu os sinais e o Sistema de
22
Sinais Metódicos de L’Epée. Gallaudet e Clerc retornaram para os EUA no mesmo ano
(MOURA; LODI; HARRISON, 2005).
A primeira escola pública para surdos nos EUA foi fundada em 1817, em Hartford.
Até os dias atuais, a Língua de Sinais Americana se assemelha com a francesa. Em 1864,
foi aprovado pelo Congresso Americano a primeira faculdade para surdos, situada em
Washington (MOURA; LODI; HARRISON, 2005).
O II Congresso Mundial de Surdos-Mudos realizado em 1880, em Milão, na Itália,
revela-se como um marco na história da educação em questão. Participaram dele 54 países
que enviaram representantes especializados em surdez, sendo apenas um deles surdo,
visando escolher a forma mais eficaz de educar esses indivíduos. No momento da escolha,
convidaram o participante surdo a se retirar e optaram pelo oralismo. A língua de sinais
passou a ser aceita novamente somente em 1970, quando a Comunicação Total aparece
como uma metodologia que tinha como característica o uso da língua oral e a de sinais
concomitantemente (HONORA, 2014).
Como o maior princípio educacional oralista era possibilitar o desenvolvimento da
linguagem e como não obteve efetivamente sucesso, tornou-se bastante atrativa a ideia de
alcançar esse objetivo mesmo que fosse utilizando outra filosofia educacional, incluindo os
próprios sinais. A Comunicação Total então emerge advogando o emprego de um ou mais
sistemas, agregado com a língua falada, com a meta de permitir meios de comunicação
adicionais (CAPOVILLA, 2000).
Para fechar esse tópico trouxemos as considerações de Luchesi (2012, p. 21) que
adverte:
É sabido que os fatos ocorridos em uma dada sociedade não ocorrem de forma
isolada. Não seria diferente com o Brasil. A história da educação de surdos brasileira, em
seu momento inicial, é marcada pelo cenário internacional, inclusive as inquietações
referentes à melhor forma de ensinar essa população.
Conforme se verifica com Levy e Miguel (2015), a educação dos surdos no Brasil
começou com a vinda da família real. A convite de D. Pedro II, o docente francês Hernest
Huet, (surdo, seguidor de L’Épée e adepto do método combinado) veio ao Brasil. E, em
1857 funda a primeira escola para meninos surdos – o Imperial Instituto de Surdos-Mudos,
o atual Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Na história “[...] não há
referência explícita ao método utilizado por Huet, mas acredita-se que tenha sido o mesmo
utilizado naquela época pelo Instituto de Paris, fundado pelo Abbé de L’Épée” (MOURA;
LODI; HARRISON, 2005). Vale lembrar que Huet fazia uso do alfabeto manual e da
Língua de Sinais Francesa que, em contato com os surdos brasileiros, iniciou o processo de
criação da Língua Brasileira de Sinais (HONORA, 2014).
Embora a história do INES tenha sido tumultuada em sua fase inicial, visto que teve
constantes trocas de direção, até 1901 o Instituto esforçou-se em manter a proposta de
Huet. A cadeira de linguagem articulada e leitura sobre lábios ficou desocupada durante
anos, sendo ocupada por um professor que foi enviado à Europa para aprender os
benefícios da linguagem articulada. Sendo assim, de 1901 a 1911 essa se torna a linha do
INES. Fazia uso da linguagem articulada em consonância com a escrita e o alfabeto digital
(MOURA; LODI; HARRISON, 2005).
Em 1911 o INES, conforme padrões mundiais, estabelece o oralismo puro no
interior das salas, porém o uso de sinais continuou até 1957, ano que foi oficialmente
proibido. Entretanto, os surdos permaneciam usando os sinais pelos corredores da
instituição. Constatou-se que, durante bastante tempo, o Instituto possuiu um caráter
oralista, objetivando integrar o surdo na sociedade de ouvintes. Mas, como era de se
esperar, resultou no fracasso escolar. Diante desse cenário, teve início na década de 70,
mesmo que tenha durado pouco, a Comunicação Total que associava sinais e fala. No ano
de 1980 começou a ser discutido no Brasil o Bilinguismo (LEVY; MIGUEL, 2015). Essa
perspectiva tem como:
24
Então, visando dar condições para a educação nessa perspectiva, é publicada a Lei
n º 12.319, de 1º de setembro de 2010, que “regulamenta o exercício da profissão de
Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – Libras” (BRASIL, 2010, Art. 1o).
Esclarece acerca da formação desse profissional que deverá acontecer através de cursos de
educação profissional reconhecidos pelo sistema credenciado, cursos de extensão
universitária e cursos formativos realizados por instituições de ensino superior ou unidades
credenciadas por Secretarias de Educação (BRASIL, 2010). A mesma também expõe as
atribuições, mostrando que “o intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico,
zelando pelos valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do
surdo [...]” (BRASIL, 2010, Art. 7o). Sendo assim, a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002,
o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 e a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de
2010, constituem a legislação vigente específica para a educação dos surdos.
Entretanto, conforme destaca Honora (2014), essas legislações brasileiras são ainda
recentes e outras medidas podem ser tomadas, visando à garantia de direitos à pessoa
surda, para que possa ser tratada, atendida e respeitada na sua língua oficial de maneira
mais adequada.
Atualmente, o cenário está mais favorável à garantia de direitos para o aluno surdo.
No entanto, quando a análise se encaminha para além do que está nos registros escritos e se
projeta para a prática percebe-se que ainda há muito a ser superado. Como evidencia
Dorziat (2015), diante desse contexto, as questões ao serem problematizadas dizem
26
Capítulo 3
7
Quadro com nomes fictícios para garantia e preservação das identidades dos entrevistados.
30
8
“Compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de
assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino
fundamental”.
Disponível em: <http://pacto.mec.gov.br/o-pacto> Acesso em 28 de maio de 2016.
32
quadra segue o cronograma da escola, contudo também depende da rotina planejada pelos
educadores. As turmas do 2º ao 5º ano de escolaridade vão à quadra esportiva
semanalmente, visto que, possuem aula de Educação Física com professor específico.
Como já exposto, a escola possui uma classe especial e uma sala de recursos
multifuncionais. É sabido que a instituição de ensino regular, independente do nível ou
modalidade de ensino, ao promover a inclusão de alunos com NEE deve garantir a
organização de classes de modo a receber a diversidade, além de proporcionar serviços de
apoio pedagógico especializado. Podendo também, extraordinariamente, organizar classes
especiais, para atendimento em caráter transitório (BRASIL, 2001).
Damázio (2007), em consonância com tal colocação, porém de forma específica,
coloca que o aluno com surdez ao ser incluído desde cedo deve ter garantido o acesso aos
recursos de que necessita para ultrapassar dificuldades no processo educacional e gozar de
seus direitos, sendo o AEE um importante agente desse processo.
O AEE na unidade vem sendo realizado através da sala de recursos multifuncionais.
Embora na Resolução nº 4/2009 em seu Art. 5º revele que esse atendimento deva ocorrer
“no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns”, na
instituição analisada, alguns alunos são atendidos no turno em que estudam, sendo
retirados da classe comum duas vezes na semana em tempos de 50 minutos. Isso se deu,
segundo relatos, a partir da dificuldade dos familiares em estarem levando as crianças para
permanecerem apenas 50 minutos no contraturno, sendo grande o espaço de tempo entre o
atendimento especializado e a aula na classe regular.
A unidade conta com um quadro de funcionários bastante diversificado: professores
da classe regular e especial; funcionários de apoio – geralmente terceirizados, sendo
comum atuarem como mediadores de alunos com NEE; funcionários administrativos;
orientadores pedagógicos e educacionais; profissionais da sala de recursos multifuncionais;
psicopedagoga e fonoaudióloga – presentes uma vez por semana.
Cabe mencionar que a escola também conta com uma professora de Libras. Esta é
surda e ministra aulas de capacitação na área em questão, visto que o estabelecimento é
polo, recebendo docentes de toda rede semanalmente. Por conseguinte, se revela que esses
ensinamentos são direcionados aos docentes, mas não para os alunos.
33
3.3. Os sujeitos
9
Nome fictício para preservar a identidade da criança.
34
De acordo com os relatos da professora Maria, ele faz leitura labial e possui uma
boa compreensão, mas em determinados casos ela precisa recorrer para recursos visuais. A
criança não faz uso de Libras, sendo esta uma opção familiar.
Danilo chegou a ter contato com sua língua materna anteriormente. Frequentava,
em outra unidade, a classe especial, mas a família decidiu interromper os ensinamentos e o
transferiu para a atual escola.
Ele chegou à unidade em agosto de 2015, frequentando a classe regular na turma da
professora Sandra, 1º ano de escolaridade. Na época, já estava fazendo terapia com uma
fonoaudióloga particular. Esta se encarregava em oralizá-lo e alfabetizá-lo, tanto que no
final do ano letivo já era capaz de decodificar os códigos e emitir pequenas frases.
Hoje, o educando tem oito anos e encontra-se no 2º ano de escolaridade, estudando
com a professora Maria, no segundo turno. Entra às 13h e sai às 17h e não possui
mediador. Continua a terapia com a fonoaudióloga. E, devido a isso às terças-feiras não vai
às aulas.
Recentemente, começou a frequentar a sala de recursos multifuncionais no
contraturno, sendo o atendimento às segundas e quartas-feiras de 9h30min às 10h20min.
É notável que Danilo interage bem tanto com os colegas quanto com os
funcionários. A turma é pequena e compreende que ele é surdo, tendo o cuidado, em
alguns casos, de fazer o contato visual para que possa realizar a leitura labial. Isso ocorre
em função de ser o mesmo grupo do ano anterior, segundo verifico nas observações.
Percebe-se que durante as tarefas diárias, o discente as executa (dentro de suas
especificidades) acompanhando o ritmo dos demais. Quanto à leitura e escrita, Danilo já é
capaz de decodificar os códigos, escrever palavras e transcrever do quadro, mas uma das
maiores dificuldades enfrentadas é fazê-lo compreender o que lê, aspecto este destacado
pelas professoras.
Durante as brincadeiras participa ativamente. Quando algo não lhe agrada recorre à
educadora e busca meios para fazer suas queijas. Verbaliza algumas palavras e aquilo que
não sabe como falar, gesticula ou aponta.
Expostas as caracterizarmos dos sujeitos da pesquisa, a seguir evidenciaremos os
resultados da mesma.
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que atribuiu importância ao contato com o outro. Vejamos alguns trechos dos depoimentos
para ilustrar tais aspectos:
Como o foco dessa pesquisa é a inclusão da criança surda, vale destacar que
conhecer o educando com surdez no que se refere a suas características biológicas, sociais,
culturais e linguísticas se faz necessário, para assim atuar pensando nas singularidades
(HONORA, 2014). Então, pedimos para Maria e Sandra que falassem sobre a experiência
de ter um aluno surdo em classe de modo a abordar a interação deste com a turma e a
maneira que elas mediavam essa relação.
Maria, atual professora de Danilo, evidenciou que para ela está sendo uma
experiência excelente, na qual despertou muita curiosidade para a descoberta de métodos
pedagógicos e a realização de um trabalho efetivo. Disse ainda que, através da interação
sempre acontecem novas descobertas proporcionando uma melhor forma de compreensão e
desenvolvimento da aprendizagem. A mesma ainda pontuou que a interação do discente
com as demais crianças acontece de forma natural e aceitável. Vejamos:
10
Termo utilizado pela entrevistada ao se referir ao aluno surdo.
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Nesse momento foi possível notar que sua colega de turma compreendeu que
Danilo é diferente dela e o respeita, estabelecendo relações de afeto. Maria durante a
entrevista colocou que busca promover a interação alertando aos colegas sobre os cuidados
de falar sempre de frente para o aluno, de forma que ele faça a leitura labial e interaja em
todos os momentos da aula, inclusive de músicas e brincadeiras.
Sandra, professora anterior, pontuou que foi uma experiência nova ter um aluno
com surdez em sua classe, mas que serviu como aprendizado. Disse ainda que às vezes
esquecia que Danilo era surdo, devido ser uma criança muito esperta. E, quando este estava
de costas chamava-o, lembrando posteriormente que ele não iria ouvi-la.
Maria também pontuou o que Sandra expôs, nos levando a especular que o fato de
Danilo não se comunicar através da língua de sinais, faz com que as docentes tenham esse
entendimento, pois, à medida que se instituiu a Libras nas escolas, além da presença de
38
Tal informação se verifica com Honora (2014) quando afirma que o educando com
surdez deve se sentar no meio e na frente, pois assim ficará distante de barreiras
arquitetônicas.
Dando continuidade à pesquisa, perguntamos a Lurdes se ela se sentia preparada
em receber um aluno surdo em sua classe. E, a mesma apontou que seria difícil, pois ela
não possuía Libras, a não ser que o discente fizesse leitura labial. Para tanto, questionamos
os quatro docentes se eles tinham formação em Libras e com a exceção de Rodolfo, que
está ainda concluindo, ninguém possuía. Vale ressaltar que Maria, Sandra e Lurdes pouco
conhecem ou mesmo desconhecem a legislação vigente específica para a educação de
surdos. Vejamos nos trechos abaixo:
Para minha sorte ou salvação, agora não tenho palavras corretas para
falar, mas como foi a critério da família do aluno Danilo ser oralizado,
39
fiquei até feliz, porque do jeito que eu sou iria ficar desesperada e dar
um jeito de fazer esse curso (Sandra).
Aqui vale nos reportar ao segundo capítulo desse estudo e destacar que de acordo
com Honora (2014) a metodologia mais utilizada na educação de surdos é o Bilinguismo,
sendo as leis nº 10.436/2002 e nº 12.319/2010 e o decreto nº 5.626/2005 a legislação
vigente.
A este respeito, Sales e Lacerda (2015) pontuam que com essa abordagem
educacional bilíngue é dada prioridade à língua de sinais e, através dela se expõe ao ensino
da Língua Portuguesa na modalidade escrita, como a segunda língua. Sendo assim, o
aprendizado desta se dará fundamentado pelos conhecimentos em Libras.
Conforme já mencionado, Danilo não faz uso de Libras por uma opção familiar.
Mas, nesse momento paremos para pensar nas condições oferecidas pela escola para
receber um aluno que se expressa por meio da Libras. O mesmo não possui mediador, sua
professora não tem formação em Libras e o docente da sala de recursos ainda está
concluindo o curso.
Neste contexto, perguntamos aos docentes se a Secretaria de Educação
disponibilizava formação continuada voltada para a inclusão escolar. Maria respondeu que
não tinha conhecimento. Sandra e Lurdes disseram que a prefeitura oferece o curso de
Libras, mas é ofertado no contraturno, o que as impossibilitam de participar, visto que se
ocupam de outras tarefas nesse horário. Lurdes chegou a comentar que é mais direcionado
para quem trabalha com a educação especial e estes, por vezes participam de aulas no
próprio turno em que trabalham.
Durante a entrevista com Rodolfo, ele revelou que mantém uma relação agradável
com a Gerência de Educação Especial do Município, estando sempre em contato para
trocas de experiências e aplicação das práticas aprendidas nos cursos de aperfeiçoamento.
Contudo, o mesmo não ocorre com os docentes das classes comuns que têm alunos
incluídos. Ao ser questionado acerca do atendimento realizado com Danilo, explicitou:
40
Damázio (2007) aponta que a inclusão de indivíduos com surdez na escola comum
carece que se viabilizem meios para favorecer sua participação e aprendizagem, visto que
discentes com surdez podem se prejudicar devido à ausência estímulos cognitivo, sociais,
linguísticos, político e cultural, comprometendo o processo de aprendizagem. Nessa
mesma linha, Lodi (2013) evidencia que ao se falar em processo de ensino e aprendizagem
torna-se impossível não abordar a linguagem, uma vez que esta é base para o
desenvolvimento de todas as funções mentais superiores. E, ressalta que a linguagem se
desenvolve nas relações estabelecidas juntamente com o outro, devendo o sujeito estar em
contato com aqueles que usem uma língua que lhe é acessível. Para a criança surda seria a
língua de sinais.
Como aponta Vygotsky (2001), linguagem e pensamento não se separam e para
isso é preciso o uso de signos. Tratando-se de ouvintes e falantes tal signo se constitui com
a fala que emite a palavra. Sendo assim, concebe-se que no caso de crianças surdas as
imagens e os sinais constituirão o signo linguístico.
Visando encaminhar o entendimento do que ocorre com a criança que não ouve, e
desta forma dialogando com Vygotsky (2001), Moura (2013, p. 15) expõe que “aquilo que
se passa de forma natural com a criança ouvinte não ocorre da mesma maneira com a
criança surda. Ela percebe o mundo e entende o que está acontecendo nele de forma muito
concreta”.
Como Danilo faz leitura labial e está sendo oralizado, não tem acesso a Libras e
uma das preocupações está exatamente nos estímulos linguísticos que vem sendo
oferecidos ao aluno. Frente a isso, Maria explicitou que trabalha a oralidade por meio de
leitura labial e simboliza através de desenhos ou materiais concretos, quando Danilo não
reconhece certos significados. Mencionou ainda que o posiciona sempre a sentar-se à
frente para facilitar a leitura labial. Vejamos:
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Um fato importante a ser abordado é que Maria foi comunicada pela direção que
Danilo, a pedido da família, iniciaria o AEE. Notamos que ao ser entrevistada, a mesmo
revelou que o aluno ainda não tinha iniciado o atendimento, existindo somente o
encaminhamento. Contudo, o educando já estava frequentando a sala de recursos
multifuncionais no contraturno. Isso evidencia que não existe comunicação entre o docente
da classe regular e o profissional do AEE. Entretanto, as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais da Educação Básica (2013), destacam que:
A docente Lurdes embora não tivesse aluno com surdez em sua sala possuía um
discente cadeirante e revelou que sentia falta de um retorno para saber se o que ela estava
fazendo era o correto. Então, mencionou que o professor da sala de recursos
multifuncionais que fazia o AEE precisou passar para o outro turno, havendo uma troca
entre profissionais. Foi então que começou a ter mudanças, visto que a nova docente se
fazia bastante presente, participando de momentos da classe comum, enviando sugestões
de atividades e adaptações de recursos e materiais. Entretanto, se difere ao AEE oferecido
a Danilo, revelando que essa articulação entre os profissionais também é atravessada pelo
comprometimento de cada profissional. Vejamos trechos do discurso:
Esse ano está sendo diferente [...] a professora da sala de recursos, ela
veio e me mostrou atividades que eu poderia fazer com o aluno que é
cadeirante. E, ela eu acho que também dá apoio [...]. Trouxe fotos, me
mandou até pelo zap [refere-se ao WhatsApp] de tudo que eu poderia
fazer, adaptação de lápis e essas coisas.
42
Nota-se que a instituição trata os alunos com NEE com respeito, mas ainda falta
conhecimento. Isso pode decorrer em função da falta de articulação entre os componentes
da inclusão escolar.
Como vimos a Gerência de Educação Especial promove encontros com os
professores especialistas, porém isso não ocorre com os educadores da classe comum.
Subentende-se, então, que os docentes especializados seriam a ponte entre a Gerência de
Educação Especial e os demais professores das classes regulares. Ainda é preciso repensar
a oferta do curso de Libras, visto que a atual realidade de nossos professores não permite
que estes estudem no contraturno, já que grande parte atua em outras escolas, visando
aumentar a sua renda.
Os professores especializados conseguem fazer o curso, pois participam da
capacitação dentro de suas cargas horárias. É preciso viabilizar o curso para os demais
docentes, visto que o aluno incluído passa a maior parte do tempo com o professor da
classe comum. Caso Danilo se comunicasse através de Libras, as chances de ele ter seus
direitos negados seriam grandes, já que sua atual professora não tem formação em Libras, e
ele não possui mediador. Sendo que na escola observada alguns mediadores são
funcionários terceirizados desviados de função sem critérios de grau de escolarização.
Podemos verificar esse aspecto no depoimento abaixo:
Danilo interage bem com seu grupo escolar. Mas, o que gera preocupações são os
signos linguísticos. Embora seja uma opção familiar, reconhecemos a importância da
Libras para o educando, visto que, embora esteja sendo oralizado, se expressa através de
gestos, desenvolvendo uma linguagem própria. Sobre tal questão Moura (2013, p. 16-17)
evidencia que:
A criança ouvinte está cercada pela linguagem. É pela linguagem que ela
constrói um mundo de significados que a acompanharão por toda a vida.
Mesmo aquilo que não é dirigido diretamente a ela, chega a seus ouvidos
de formal incidental, fazendo com ela aprenda tudo à sua volta [...]. É
muito importante que a Libras esteja presente em seu universo da mesma
forma que a língua oral está no universo das crianças ouvintes para que
ela possa ser adquirida de forma completa, para que a criança surda possa
dominá-la e se constituir como ser da linguagem.
Ele é uma criança bem assistida, contudo a família optou em oralizá-lo, o que nos
leva a pensar nos motivos para essa escolha. A este respeito, Moura (2013) explicita que as
famílias podem procurar auxílio médico ou fonoaudiológico, contudo mesmo com recursos
modernos da medicina reabilitadora, a linguagem da criança surda não se desenvolverá de
forma natural. Muitas vezes o contato com a Libras ocorre posteriormente, seja porque os
pais, pelo diagnóstico tardio, não reconhecem a língua de sinais como uma proposta
adequada a seus filhos, seja porque não conseguiram encontrar um lugar adequado para
que a criança fosse exposta à Libras, entre outros motivos.
A nossa pesquisa evidenciou ainda que Danilo vem avançando consideravelmente
em seu processo de escolarização, embora não esteja imerso na proposta expressa nos
documentos oficiais quanto à educação de surdos.
44
CONCLUSÃO
nas escolas, pois a ausência desse profissional compromete a aprendizagem do aluno com
surdez.
Em suma, a educação de surdos nos remete a viabilização de meios para que seja
garantido o direito desses sujeitos receberem um ensino que considere a sua língua
materna. A abordagem bilíngue possibilita uma efetiva aprendizagem. Contudo, para que a
mesma ocorra é preciso mudanças tanto nos sistemas de ensino quanto nas unidades
escolares. Para assim, possibilitar a disseminação de Libras entre os docentes, presença de
intérpretes, articulação entre profissionais especialistas e da classe comum. E,
principalmente transmitir às famílias segurança quanto à metodologia vigente.
Por fim, diante dessas considerações, concluímos que a partir desse trabalho
monográfico foi possível revelar os enfoques e concepções ao longo da história da
educação de surdos, evidenciando que, embora recentes, foram grandes os avanços quanto
à garantia de direitos expressos em nossa legislação. O cenário está favorável para a
inclusão, entretanto ainda é preciso viabilizar meios para que esta seja efetivada. Para
tanto, a educação não pode ser pensada de forma desarticulada. Consequentemente, nossa
pesquisa traz análises que possibilitam ao leitor refletir acerca do processo de escolarização
do sujeito surdo assim como evidencia possibilidades.
46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Lei n° 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o Ensino de 1°
e 2º graus, e dá outras providências. Casa Civil. Brasília, DF, 1971. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em 20 de junho de 2015.
______. Decreto nº 72.425 de 03de julho de 1973. Cria o Centro Nacional de Educação
Especial (CENESP), e da outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF,
1973. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-
72425-3-julho-1973-420888-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em 27 de junho de
2015.
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras e dá outras providências. Casa Civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm>. Acesso em 26 de maio de
2015.
______. Ensino da língua portuguesa como segunda língua para surdos: impacto na
educação básica. In: LACERDA, C. B. F.; SANTOS, L. F. (orgs.). Tenho um aluno
surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar ,
2013. p. 165-183.
______. Práticas de leitura desenvolvidas por alunos surdos: um diálogo entre línguas. In:
ALMEIDA, M. A.; MENDES, E. G. M. (orgs.). A escola e o público-alvo da educação
especial: apontamentos atuais. São Carlos: Marquezine & Manzini: ABPEE, 2014. p.
123-139.
REILY, L. O papel da igreja nos primórdios da educação dos surdos. Revista Brasileira
de Educação, v. 12, n. 35, p. 308-326, 2007.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. São Paulo: Bookman, 2015.
53
ANEXOS
54
Eu,______________________________________________________________________
declaro estar devidamente informado (a) dos objetivos da pesquisa “A criança surda e a
escola: Condições e contradições no ambiente escolar para efetivar a inclusão”, que
corresponde ao Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso, requisito parcial à obtenção
da Licenciatura em Pedagogia da UFRRJ/ Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu, sob a
orientação da Prof.ª Dra. Márcia Denise Pletsch. Nesta ocasião, concordei em conceder os
direitos autorais de relatos e informações prestadas à Roberta dos Santos Oliveira,
graduanda do Curso de Pedagogia do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, para eventual
publicação em trabalhos acadêmicos, na íntegra ou em parte, bem como a utilização dos
materiais obtidos para os mesmos fins. Outrossim, declaro estar ciente de que todos os
participantes foram devidamente informados sobre a preservação de sua identidade em
todos os trabalhos acadêmicos provenientes desta pesquisa.
________________________________________
RG nº_____________________________
Eu_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
(preencher o espaço com nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão, endereço,
RG), estou sendo convidado (a) a participar da pesquisa que embasará parte do estudo de
caso do Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso, e diz respeito “A criança surda e a
escola: condições e contradições no ambiente escolar para efetivar a inclusão”, cujo
objetivo, em linhas gerais, é analisar a legislação e políticas de inclusão, pedagogias e
outros aspectos que circulam na escola, de modo a colocar em questão as particularidades
do sujeito surdo e se elas vêm sendo respeitadas. Destina-se a requisito parcial para
obtenção da Licenciatura em Pedagogia da UFRRJ/ Instituto Multidisciplinar de Nova
Iguaçu, sob a orientação da Prof.ª Dra. Márcia Denise Pletsch. Minha participação neste
estudo envolverá ser entrevistado (a) pela pesquisadora. Tal entrevista poderá ser gravada
em áudio e vídeo. Fico ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome
ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será
mantido em sigilo. Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo,
ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e de que, por
desejar sair da pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo. A pesquisadora envolvida com a
referida pesquisa é a Graduanda Roberta dos Santos Oliveira e com ela poderei manter
contato pelo telefone (21) 973131165. É garantido o livre acesso a todas as informações e
esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências, enfim, tudo o que eu
queira saber antes, durante e depois da minha participação. Portanto, tendo sido orientado
56
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura da pesquisadora responsável
57
Nome:_______________________________________________________________
Idade:_______________________________________________________________
Turma e horário:_______________________________________________________
Tempo de atuação:_____________________________________________________
Formação:____________________________________________________________
B) ROTEIRO DA ENTREVISTA*
* Entrevista realizada com docente que tem ou teve aluno surdo em classe.
58
5- De que forma você busca promover a interação dessa criança com os demais alunos?
6- Você possui formação em Língua Brasileira de Sinais – Libras?
7- A Secretaria de Educação disponibiliza formação continuada voltada para a inclusão
escolar?
8- Você conhece a legislação vigente específica para a educação dos surdos?
9- A criança faz uso da Libras?
10- O aluno possui mediador?
11- Comente como é a relação de trabalho com a sala de recursos na escolarização do
aluno surdo.
12- Gostaria que você falasse sobre a sua prática pedagógica em sala de aula com esse
aluno.
13- Como é o trabalho da unidade escolar com a inclusão dessa criança?
59
Nome:_______________________________________________________________
Idade:_______________________________________________________________
Turma e horário:_______________________________________________________
Tempo de atuação:_____________________________________________________
Formação:____________________________________________________________
B) ROTEIRO DA ENTREVISTA*
*Entrevista realizada com docente que não possui aluno surdo em classe.
60
Nome:_______________________________________________________________
Idade:_______________________________________________________________
Turma e horário:_______________________________________________________
Tempo de atuação:_____________________________________________________
Formação:____________________________________________________________
B) ROTEIRO DA ENTREVISTA*