Anda di halaman 1dari 2

Revolução Francesa

O período compreendido entre os anos de 1789 e 1848 foi caracterizado como Era
das Revoluções ou, como diz Hobsbawm (1982), historiador britânico, a era da "dupla
revolução": a Revolução Francesa e a Revolução Industrial Inglesa.

Essas revoluções marcam e completam a transição de sistema feudal ao sistema


capitalista, com as mudanças provocadas no processo de produção e a emergência
do trabalho assalariado que impactam diretamente as relações sociais, reorganizam a
sociedade e consolidam a hegemonia da burguesia. Surgem as classes
socioeconômicas, que demonstram o caráter antagônico das relações capitalistas de
produção a permear todas as atividades humanas e esferas da vida social,
potencializando o processo de dominação econômica, política, social, ideológica e
cultural e a manutenção do mando e do poder. Nesta relação de classes antagônica e
contraditória, os movimentos sociais, a participação popular, as greves e as
reivindicações são formas de expressão na luta por melhores condições de existência
(MIRANDA; CASTILHO; CARDOSO, 2009).

As transformações sociais que o mundo sofreu a partir desses acontecimentos


singulares fizeram emergir personagens, que passaram a ter uma grande importância
na vida desses e de outros países e nas transformações políticas e sociais que
aconteceriam posteriormente. Esses novos atores são os trabalhadores e as massas
urbanas, que tiveram suas vidas diretamente afetadas pelas revoluções (GOMES,
2011).

O surgimento desses novos sujeitos políticos foi decisivo para que os efeitos
alcançados por essas duas revoluções pudessem progressivamente se estender a
maiores parcelas da população desses países. No século XIX, grande parte dos
avanços em termos de direitos, conquistados na Inglaterra e na França, é resultado
do empenho desses novos atores. A associação dos trabalhadores e também das
massas urbanas se tornou uma estratégia de luta fundamental para o século XIX
(GOMES, 2011).

Vamos falar um pouco mais da Revolução Francesa e a da sua ideologia: “Liberdade,


Igualdade e Fraternidade”. Elas modificaram a visão política e social do mundo ao
marcar o término do feudalismo e o início da era contemporânea, período no qual
ocorreu a abolição da servidão e dos direitos feudais e entraram em cena
personagens que marcaram a nossa história, como Robespierre, Danton e Marat
(MORIN, 2009). A propósito do nosso tema, cumpre lembrar que a atuação feminina
foi de extrema importância, o que deixou essa revolução conhecida como revolução
de saias.

Durante a revolução houve um grande envolvimento das mulheres com as questões


políticas. Elas fundaram clubes, atuaram em discursos na Assembleia Nacional e
participaram das jornadas revolucionárias. Durante o período revolucionário, surgiram
lideranças femininas, a maioria proveniente das classes populares: Olympe de
Gouges (1748-1793), que escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã,
dizia que, se a mulher tinha o direito de subir no cadafalso, também deveria ter o de
subir na tribuna. Foi guilhotinada em 1793, acusada de esquecer as virtudes de seu
sexo. A baronesa holandesa Etta Palm d'Aelders fez discursos em defesa dos direitos
políticos da mulher, da educação feminina e do divórcio. Considerada suspeita, fugiu
para a Holanda. Théroigne de Méricourt declarou que as mulheres se armariam para
mostrar aos homens que não tinham menos coragem que eles. Pronunciada louca em
1794, foi internada num hospício feminino até a morte (CORDEIRO, 2010).

Foi na marcha de Versalhes, de 5 a 6 de outubro de 1789, que as mulheres surgiram


como protagonistas políticas. Nessa marcha, 7000 mulheres do povo protagonizaram
um dos mais importantes eventos da revolução, ao percorreram 14 quilômetros, de
Paris a Versalhes, para manifestar contra a escassez de pão (CORDEIRO, 2010).
Elas foram motivo de escândalos na França e de medo para as autoridades, que
decretaram a lei marcial para pacificar a rebelião. “A marcha marcou o início do
ativismo das mulheres do povo e sua integração ao movimento de massa
revolucionário, coisa inédita na França e na Europa da época” (MORIN, 2009). O
objetivo, bem-sucedido, era trazer o Rei Luiz XVI para Paris.

As militantes participaram do ataque ao palácio das Tulherias, em Paris, onde estava


a família real. Quando acontecem a destituição e a prisão do rei Luiz XVI, chega-se
ao fim da monarquia e se inicia o regime republicano na França (CORDEIRO, 2010).
Embaladas pelos ideais de “liberdade, justiça e igualdade” contidos na Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, as mulheres, mesmo não tendo oficialmente as
prerrogativas da cidadania, como direito ao voto e às armas, lutaram lado a lado com
os revolucionários e se envolveram com o movimento e com as suas questões
políticas. O seu envolvimento “abriu espaços inéditos de expressão política a um
grupo social antes excluído deles: as mulheres do povo, que estavam mais
preparadas do que se imaginava para ocupá-los. Pressionadas pelas circunstâncias,
elas saltaram da política de bairro para a cena nacional ao se dirigirem às mais altas
instâncias de poder em outubro de 1789: a Assembleia Nacional e o rei” (CORDEIRO,
2010).

No entanto, as autoridades não concordavam com as ações de militância políticas das


mulheres e, em 1793, foi preconizado que “as patriotas de outubro" teriam lugar
especial nas cerimônias cívicas, durante as quais deveriam tricotar pacificamente na
companhia dos maridos e filhos. “A moral republicana exigia uma divisão clara entre
os papéis masculinos e femininos” (CORDEIRO, 2010). Por fim, as ações de
cidadania femininas foram reprimidas em meados do século XIX. E o exercício dos
direitos cívicos sonhados pelas patriotas só se concretizou na França após a Segunda
Guerra Mundial. As lutas pela cidadania do início da Revolução foram fonte de
inspiração para gerações futuras, e o legado das revolucionárias só foi resgatado pela
geração das feministas do pós-guerra (MORIN, 2009).

Anda mungkin juga menyukai