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ARTIGO ORIGINAL

Jogos Cooperativos numa


5ª série do Ensino Fundamental
Cooperative games in fifth grade
of the basic teaching

Resumo: O tema deste estudo está relacionado aos Jogos Cooperativos e o


Inácio Brandl Neto objetivo foi a análise deles e os seus processos de inclusão numa 5º série do Ensino
Mestre em Educação/Educação Fundamental de um Colégio Estadual de Guaíra/PR. Além disso, observou-se a
Motora (UNIMEP), doutorando pelo contribuição na transformação individual dos alunos quanto ao modo de participar
Programa de Pós-Graduação em e praticar os Jogos Cooperativos nas aulas, valorizando diversos aspectos e não
apenas o resultado, levando a reflexão sobre como os princípios Cooperativos
Educação Física da Universidade podem contribuir para a formação de um aluno mais ativo, autônomo, reflexivo e
São Judas Tadeu (USJT), Professor participativo – objetivos da Educação e da Educação Física. Outra meta indireta foi
do Colegiado de Educação Física da buscar amenizar os conflitos e aprimorar as habilidades de convivência,
possibilitando um ambiente favorável ao respeito pela singularidade de cada um. A
Universidade Estadual do Oeste do pesquisa foi realizada através de questionário com 06 questões para uma turma de
Paraná (UNIOESTE), membro do quinta série de 25 alunos, aplicado ao término da proposta de 10 aulas com
Grupo de Extensão e Pesquisa em atividades e jogos cooperativos. Os resultados encontrados nesta pesquisa
evidenciam um fato fundamental observado, os alunos perceberam a importância
Educação Física Escolar (GEPEFE).
de ajudar e serem ajudados nas atividades, entendendo que a cooperação, a união
e o trabalho em grupo tornam as atividades mais prazerosas e interessantes.
Jane Cristina do Palavras-chave: Cooperação; Jogos Cooperativos; Educação Física Escolar.
Nascimento Waldow
Especialista em Treinamento Abstract: The objective of this work was an analysis of the cooperative games and
them processes of inclusion in fifth grade of the Basic Teaching of a School from
Desportivo e Orientação
Guaíra/PR. Besides, the contribution was observed in the individual transformation
Educacional, Professora da Rede of the students as for the way of participating and playing the Cooperative games in
Estadual de Ensino do Paraná, the classrooms and, valuing several aspects and not only the result of the game,
taking for the reflection about as the beginnings of the Cooperative games can
integrante do Programa de
contribute to the formation of the student more active, autonomous, reflexive and
Desenvolvimento Educacional (PDE), participative – objectives of the Education and of the Physical Education. Looking to
Estado do Paraná. ease the conflicts and to perfect the skills of familiarity, making possible a favorable
environment in the respect for the peculiarity of each one. The research was done
through questionnaire with 06 questions for a group of fifth grade of 25 students,
applied to the end of the proposal of 10 classes with activities and cooperative
games. The results found in this research show a fundamental fact observed: the
students perceived the importance of helping and being helped in the activities,
understanding that the cooperation, the union and the work into group make the
activities more pleasurable and interesting.
Keywords: Cooperation; Cooperative Games; Physical School Education.

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1 INTRODUÇÃO 1986, p. 990). O jogo proporciona um ambiente


de aprendizagem (FREIRE, 1999). Quando as
Mudanças e transformações vêm pessoas estão em grupo compartilham mais
acontecendo em nossa sociedade e tudo precisa facilmente suas idéias. A confiança no grupo
ser imediato e prático, inclusive os estimula a enfrentar desafios. Como trabalhar
relacionamentos, que se tornam cada vez mais então em grupo sem vencer o adversário
distantes. A violência, o individualismo, a buscando uma transformação de pessoas e de
agressividade e a competição exacerbada geram sociedade?
exclusão e indisciplina em nossas escolas.
Os jogos são um dos elementos mais
A competição tornou-se um fenômeno utilizados pela Educação Física Escolar, seja como
social e está presente em diversas atividades do objetivo, conteúdo ou estratégia das aulas.
dia-a- dia. O homem já é competitivo Porém, seu caráter extremamente competitivo,
naturalmente ou aprende? influenciado pela pensamento existente na
sociedade, acaba por excluir alunos, desfocar o
Orlick (1989) cita o fato de existirem
sentido da atividade e afastá-los de uma relação
sociedades onde a competição e a agressão
significativa e positiva com a própria atividade
praticamente não existem, bem como outras em
física em geral.
que a competição cruel e a destrutividade são as
normas. Fornece relevantes indícios de que esses Na escola, o professor de Educação Física,
comportamentos são aprendidos e não naturais no seu papel de educador, precisa perceber a
ou instintivos. Ele afirma existirem evidências que necessidade de diminuir a ênfase dos
os povos pré-históricos, “que viviam juntos, participantes em relação à importância do
colhendo frutas e caçando, caracterizavam-se resultado numérico e da vitória, devendo
pelo mínimo de destrutividade e o máximo de proporcionar critérios diferentes de aceitação e
cooperação e partilha dos seus bens” (p. 20). sucesso. Ajudá-las a tomar consciência de que
todos os que estão jogando, toda a equipe, toda a
Conforme Orlick (1989), a antropóloga
classe, são partes integrantes do jogo. As
culturalista Margaret Mead acreditava que a
oportunidades de uma interação social
natureza humana seria caracterizada por
cooperativa, da auto-aceitação e da simples
componentes inatos e componentes aprendidos e
diversão devem ser cultivadas e orientadas, e não
transmitidos. De acordo com seus estudos, a
destruídas. Nesse sentido, buscaram-se
componente “competição”, poderia ser
alternativas de ações que poderiam ser realizadas
modificada, sendo reprimida ou alterada, pois é
nas aulas de Educação Física, além das já
um comportamento culturalmente apreendido.
existentes. A idéia é não descartar, por exemplo,
Logo sua afirmação de que “o cooperativismo em
as atividades de cunho competitivo, mas,
uma sociedade não depende do ambiente físico,
oportunizar aos discentes participarem de outras
do desenvolvimento tecnológico ou do
formas de jogar em que o ganhar não é o objetivo,
suprimento real dos bens desejados. É a estrutura
e obter suas opiniões. Nessa caminhada,
social que determina se os membros dessa
percebeu-se nos Jogos Cooperativos esta
sociedade irão cooperar ou competir entre si”
possibilidade.
(MEAD apud ORLICK, 1989, p. 19).
Os Jogos Cooperativos podem ser uma
O dicionário classifica jogo como
alternativa para uma proposta integrativa nas
brinquedo, divertimento, passatempo (AURÉLIO,
aulas de Educação Física, pois tem como

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princípios fundamentais a inclusão (participação atividades cooperativas.


de todos nas atividades realizadas) e a
cooperação. Também contribui para a
2 ORIENTAÇÕES LITERÁRIAS
revalorização dos valores humanos de respeito,
amizade, amor, solidariedade, união, e
responsabilidade individual e coletiva, tornando- A seguir se encontra uma revisão
se um estilo de vida, opondo-se a idéia de que a bibliográfica pautada nas atividades e jogos
competição é a única forma de sobrevivência. cooperativos, de maneira sintética, procurando-
se mostrar o porquê esta alternativa pedagógica
Considerando estas situações elencadas
deve fazer parte das aulas de Educação Física.
anteriormente, decidiu-se ministrar atividades e
jogos cooperativos para uma turma de 5ª série do O jogo cooperativo “começou a milhares de
Ensino Fundamental de um Colégio da dicade de anos atrás, quando membros das comunidades
Guaíra, Estado do Paraná, a fim de perceber quais tribais se uniam para celebrar a vida” (ORLICK
as respostas dos discentes diante dessa mudança apud BROTTO 2002, p.47).
de enfoque dos jogos, já que os mesmos estavam Algumas sociedades, conforme Orlick
acostumados com atividades e jogos competitivos (1989), como esquimós, tribos da África, e outras
nas séries anteriores. com influência socialista (interior da China, do
Logo, o objetivo deste estudo foi analisar os Japão e outros estados), até hoje mantém a idéia
jogos cooperativos e os seus processos de inclusão da cooperação no seu dia-a-dia (atividades de
na 5ª série do Ensino Fundamental (6º ano na casa, trabalho, jogos, brincadeiras, danças,
nova nomenclatura), procurando observar se as esportes, lutas).
atividades e jogos cooperativos poderiam Mesmo em sociedades capitalistas
contribuir efetivamente na transformação encontramos a idéia da cooperação, como no
individual e coletiva dos alunos, valorizando caso das cooperativas (de trabalho, agrícolas e
diversos aspectos e não apenas o resultado do outras - ou cartéis disfarçados?). No Paraná
jogo. O propósito foi o de proporcionar a reflexão podemos perceber ainda a existência de alguns
sobre como os princípios dos Jogos Cooperativos, “faxinais”, onde os habitantes constroem sua vida
a respeito de como estes tipos de jogos e e sua subsistência/sobrevivência em forma de
atividades podem contribuir para a formação de cooperação em todas as situações.
um aluno mais ativo, autônomo, reflexivo e Continuaremos o estudo mostrando algumas
participativo, possibilitando um ambiente de comparações entre competição e cooperação,
aprendizagem com menos conflitos e competição, segundo alguns autores.
respeitando as características e singularidades de
Existem muitas definições para cooperação
cada um.
e competição. Brotto (2001, p. 27) considera a
A pesquisa também verificou, de modo cooperação um processo onde os objetivos são
indireto, se o os jogos e atividades cooperativas comuns, as ações são compartilhadas e os
podem ser utilizados nas aulas de Educação Física resultados são benéficos para todos. A
na escola, observando a possibilidade de competição é caracterizada por ele como um
reestruturação da Educação Física. Em vista disso, processo onde os objetivos são mutuamente
buscou-se aprimorar os níveis de relacionamento exclusivos, as ações são individualistas e somente
interpessoal, por meio da vivência de jogos e alguns se beneficiam dos resultados.

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Mead (apud ORLICK, 1989) entende a Quadro 1 - Situação cooperativa e competitiva

competição como o ato de procurar ganhar o que Situação Cooperativa Situação Competitiva
outra pessoa está se esforçando para obter, ao
Percebem que o atingimento
mesmo tempo, [...] e a cooperação, como o ato de Percebem que o atingimento
de seus objetivos, é
de seus objetivos, é em
trabalhar em conjunto com um único objetivo. incompatível, com a
parte, conseqüência da
obtenção dos objetivos dos
ação dos outros membros.
Competir e cooperar são possibilidades de demais.
agir e ser no mundo. Cabe escolhermos, e acabar
São mais sensíveis às São menos sensíveis às
com o mito que é a competição que nos faz solicitações dos outros. solicitações dos outros.
evoluir. Amaral (2007, p. 35) afirma que “a
cooperação e a competição fazem parte do nosso Ajudam-se mutuamente Ajudam-se mutuamente
com freqüência. com menor freqüência.
cotidiano. Incentivar os jogos cooperativos
significa oferecer as pessoas opções de Há maior homogeneidade Há menor homogeneidade
participação”. Segundo ele, nessa sociedade em na quantidade de na quantidade de
contribuições e contribuições e
que se vive desde pequenos parece que só nos participações. participações.
mostram uma opção: competir, vencer alguém ou
ganhar algo. A produtividade em termos A produtividade em termos
qualitativos é maior. qualitativos é menor
O problema da competição, em nossa
A especialização de A especialização de
cultura dita civilizada, não é apenas estabelecer e
atividades é maior. atividades é menor.
reforçar uma relação de dominação entre
ganhadores e perdedores, mas também a Fonte: Brotto (2000, p. 45).
tentativa de justificar e banalizar essa relação
(MIRANDA, 2006). Deparamos-nos Amaral (2007, p. 27) afirma que “o jogo
constantemente com um exagero em relação à Cooperativo traz uma alternativa ao jogo de
competição que acarretam algumas situações de competição, onde, algumas vezes, o outro passa a
esquecimento dos valores morais, levando a falta ser o obstáculo ao qual tenho que passar a
de ética e tendo o outro simplesmente como qualquer custo para atingir o meu objetivo”.
adversário. A escola tem um papel social muito A Educação Física, como área de
importante nesse contexto, pois é um ambiente intervenção pedagógica, nas instituições de
onde aparecem as tensões e emoções, e pode ensino, não pode estar preocupada apenas com
tentar mudar essa situação. resultados. “Mais forte, mais alto, mais longe”,
Nessa perspectiva de ensinar o novo, temos são expressões que priorizam o vencer e perder,
Brotto (2001) afirmando que praticar os Jogos ao fazer isso direciona os objetivos ao resultado
Cooperativos como uma proposta Pedagógica é, final, deixando de lado as pessoas e as
antes de qualquer coisa, exercitar a Cooperação experiências extraordinárias que podem ser
na própria vida. É reaprender a lidar com os vivenciadas.
desafios cotidianos com base, não em um novo A relação entre aspectos trabalhados nos
paradigma – porque este, mais cedo ou mais jogos em grupo e os padrões de percepção/ação
tarde estará esgotado – mas sim, na consciência. desenvolvidos/modificados pelos alunos, são
O quadro 1, a seguir, mostra uma apresentados no quadro 2, a seguir, através da
comparação das situações desenvolvidas nas análise comparativa de atividades cooperativas e
atividades cooperativas e nas competitivas: competitivas:

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Quadro 2 - Padrões de percepção - ação


Os jogos cooperativos desenvolvem a
Aspectos Cooperação Competição capacidade de expressar deliberada e
autenticamente nosso estado de ânimo, nossas
Parece possível só
Visão de jogo Possível para todos percepções, nossos conhecimentos, nossas
para um
emoções e nossas perspectivas.
Objetivo Ganhar... Juntos Ganhar... Do outro
Desenvolver uma opinião positiva de si
O outro Parceiro, amigo Adversário, inimigo
mesmo, reconhecer e apreciar a importância do
Interdependência, Dependência, outro, também são aspectos das atividades
Relação
parceria rivalidade cooperativas. A auto-estima, a confiança e a
Ação Jogar... Com Jogar... Contra segurança em si mesmo, são elementos de
identidade vitais que fazem um importante papel
Clima de jogo Ativação, atenção Tensão, stress
na determinação de nossa conduta comunicativa.
Sucesso Ilusão de vitória O jogo cooperativo oferece ao jogador a ocasião
Resultado
compartilhado individual de apreciar-se, de valorizar-se, sentir-se
Vontade de Acabar logo com o respeitado em sua totalidade. Pouco importa as
Conseqüência
continuar jogando... jogo suas aptidões físicas, é sempre ganhador e nunca
eliminado. Respeitar-se envolve o respeito aos
Motivação Amor Medo
outros. Respeitar-se, traz a aceitação e o melhor
Sentimentos Alegria, comunhão Raiva, solidão de si. Quando alguém se ama, se transforma e
Símbolo Ponte Obstáculo melhora, formando pessoas felizes e fazendo com
que o medo do fracasso desapareça. Analisando
Fonte: Brotto (2000, p. 54).
essas afirmações concordamos com Amaral
(2007, p.29) ao afirmar ser o Jogo Cooperativo
Amaral (2007) cita diversos valores
educativos dos Jogos Cooperativos, como estes instrumento de articulação e promoção do
processo educativo, onde se destacam algumas
apresentados a seguir.
de suas principais características que é a alegria
A empatia, que é favorecida com os Jogos e a inclusão. Todos participam, todos ganham e
cooperativos, proporciona o colocar-se no lugar todos se divertem. É um jogo que tem como
fundamento levar em consideração as
do outro compreendendo seu ponto de vista, suas condições, as qualidades e as características
preocupações, suas expectativas, suas individuais de cada pessoa. O importante é a
necessidades e sua realidade. A construção de soma de esforços para, com eficiência,
relações sociais positivas acontece através da realizarmos e solucionarmos as tarefas
propostas através da cooperação.
mudança de atitude favorecendo a criação de um
ambiente agradável.
Os jogos e atividades cooperativas podem
Para resolução de tarefas e problemas e devem ser divertidos. Orlick (1989, p.123)
juntos, é necessária a cooperação, que deve ser afirma que “o objetivo primordial dos jogos
baseada na reciprocidade e não no poder e cooperativos é criar oportunidades para o
controle. As experiências cooperativas são as aprendizado cooperativo e a interação
melhores formas de aprender a compartilhar, a cooperativa prazerosa”, visando uma atividade
socializar-se, a preocupar-se pelos demais, e onde a cooperação, a aceitação, o envolvimento e
através da participação, vivenciamos um clima de a diversão devem ser primordiais, podendo ter
confiança.

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uma atitude cooperativa, amigável e prestativa e transmitir valores positivos nos alunos, como a
dentro de uma atividade competitiva, nunca solidariedade, o respeito mútuo, a compaixão e
permitindo que a busca pela vitória seja mais muitos outros, assim como suscitar o senso crítico
importante que a pessoa. para as questões sociais (CORREIA, 2006). Neste
Apesar de todos os esforços na procura de sentido, o professor, ao desenvolver um jogo, deve
alternativas para a inclusão e a cooperação nas mostrar a criança o conceito, o como fazer e os
aulas de Educação Física, ela ainda parece ser a valores e atitudes que estão sendo transformados
especialista em reforçar a competição. durante seu desenvolvimento (SOLER, 2006).
Normalmente nas atividades não se valoriza as As aulas de Educação Física foram
pessoas que jogam, e sim o jogo, tornando-o mais ministradas também com estas orientações
importante que as pessoas, quando deveria ser cooperativas, fazendo com que os alunos
justamente ao contrário (SOLER, 2002). percebessem, durante as atividades e através de
Todavia, as aulas são espaços privilegiados discussões, as diferenças (o que acontece)
para trabalhar as relações, para ensinar a existentes entre os dois aspectos (campetitivos e
cooperar. Ela tem que se preocupar com a cooperativos). Os debates foram enriquecidos
formação integral do ser humano, tornando um com textos, tabelas e quadros já existentes na
ser mais autônomo, livre, responsável, solidário e literatura sobre esses temas. Assim, puderam
cooperativo, pois excluindo e separando será emitir suas opiniões e responder um questionário
difícil melhorar alguma coisa (SOLER, 2002). com questões simples, pois se trata de uma 5ª
série, sobre o assunto.
Nesse sentido, Correia (2006) é de opinião
que os jogos cooperativos podem ser um aliado
muito importante nas aulas de Educação Física, 3 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
pois a cooperação pode ser aprendida e
desenvolvida assim como a competição o foi.
O palco desta pesquisa e dessas aulas foi um
Orlick (1989) afirma que se conseguirmos Colégio da cidade de Guairá/PR. O público alvo
fazer com que as crianças se sintam aceitas e que foram 25 alunos regularmente matriculados de
tem um papel significativo no desenvolver das quinta série do período vespertino. Foi escolhida
atividades, estaremos evitando problemas psico- esta série porque se acreditou ser mais fácil a
sociais que atualmente envolvem os jogos e aceitação ao novo do que as demais séries que já
esportes. Por isso, os jogos cooperativos se tornam teriam tido acesso a diversos conteúdos da
importantes para que ninguém se sinta um Educação Física onde a competição estaria já
perdedor, para evitar o isolamento social, facilitar inserida e associada a própria Educação Física,
a interação social positiva, promover a auto- conforme os alunos confirmaram durante as
aceitação e a diversão durante o aprendizado. As aulas.
vivências cooperativas durante a infância
ajudarão a enfatizar a busca pelas alternativas Os alunos participaram de 10 aulas de
cooperativas durante toda a vida. Portanto, se Educação física durante o mês de agosto, onde
torna mais fácil mudar os jogos de hoje, do que o foram propostas Atividades e Jogos Cooperativos.
adulto de amanhã (ORLICK, 1989). Não se conversou com os alunos
antecipadamente, preparando-os para atividades
Por tudo isso, podemos dizer que o cooperativas. Simplesmente se iniciou aulas com
compromisso dos educadores é tentar desenvolver

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caráter cooperativo. As atividades e jogos foram: sua natureza, composição e os processos que
pegadores e brincadeiras com versão cooperativa, constituem ou nele se realizam. No caso, foi
como pegador corrente, caçador individual (bola utilizado um questionário para verificar a
bomba), pegadores em grupo (duplas, trios, com aceitação dos alunos.
formas diferenciadas de organização) com e sem As questões elaboradas para o questionário
material; queimada cooperativa, voleibol gigante estão colocadas no próximo tópico, antes da
cooperativo, futpar, volençol e outros. Muitas apresentação de cada resultado e discussão do
brincadeiras e jogos podem ser encontrados nos mesmo.
livros colocados nas referências bibliográficas.
Durante as aulas foram observadas a participação
e a aceitação dos jogos e brincadeiras, as reações 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
e as mudanças atitudinais. No final das dez RESULTADOS
regências foi aplicado um questionário com seis
perguntas relacionadas ao tema, contendo
questões abertas e fechadas. Neste tópico serão mostrados e discutidos
os resultados do questionário realizado junto aos
O questionário foi elaborado em conjunto estudantes da 5ª série. Será apresentada a
pelos autores. Também houve sugestões de outros questão, depois os resultados numéricos e, logo
professores de Educação Física do Colégio. Para após, a discussão. Por fim, faz-se a análise geral
verificar sua consistência, o mesmo foi testado dos resultados.
com alunos de outra turma que não participaram
da pesquisa, mas que tiveram atividades e jogos
1. Houve diminuição das brigas quando foram
cooperativos em suas aulas. No dia em que os
aplicadas as atividades e jogos cooperativos?
alunos responderam as questões, a professora
pesquisadora ficou junto com a turma para dirimir Sim: 17 Não: 07 Às vezes: 01
qualquer dúvida. Após responderem os
questionários, a pesquisadora conversou com os
Pelo exposto, pode-se observar que a maior
discentes procurando saber do porque de algumas
parte (17) dos discentes respondeu
respostas. As alternativas para as respostas eram
afirmativamente. Em conversa com os mesmos,
simples: sim; não; às vezes. Somente na última
discutindo o porquê destas respostas, a maioria
pergunta eles tiveram que apontar algumas
observou que, com esta forma de jogar, houve
situações (questão aberta).
maior envolvimento deles e isso possibilitou uma
A análise das respostas foi por dados diminuição das brigas, dos conflitos e da falta de
numéricos (freqüência absoluta) e por verificação respeito com os colegas menos habilidosos.
de consistência das respostas (unidades Responderam também que eles se interessaram
significativas). Para a discussão das respostas foi por ter atividades diferentes e isso tornou a aula
usada análise baseada nos autores citados no mais “legal”, onde aconteceu mais participação e,
texto. brincando juntos, puderam se conhecer melhor e
Percebe-se uma orientação para a pesquisa brigar menos. Essas são afirmações clássicas dos
descritiva, que conforme Martins (2001), está autores que pesquisam e escrevem sobre jogos
interessada em descobrir e observar fenômenos, cooperativos, isto é, Brotto, Orlick, Soler, Amaral,
procurando descrevê-los, classificá-los e Correia e outros, sempre enfatizaram a
interpretá-los. Desejando conhecê-lo quanto à possibilidade da diminuição da violência e de

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intrigas, e da maior participação de todos (brincar realização das tarefas/atividades. Brotto (2001) e
juntos, segundo os próprios alunos) quando se Orlick (1989) já afirmavam sobre esta situação de
trata de atividades e jogos cooperativos, e foi o respeito quando explicavam que estes jogos
que houve nesta experiência. proporcionam a “aceitação” e o “envolvimento”
de todos, tanto que a idéia de “inclusão” e “para
todos”, aparecem como um dos elementos
2. Houve mudança no relacionamento da turma
durante a execução das atividades? Por quê? principais dos jogos cooperativos.
A idéia do pensar (refletir) é um elemento
Sim: 24 Não: 01
pedagógico normalmente pouco solicitado nas
aulas, que muitas vezes são comandadas. E esta
Vê-se que, praticamente para todos, houve reflexão nos remete ao pensamento construtivista
mudanças no relacionamento. Eles responderam da “ação-reflexão-ação”, também utilizada na
e perceberam nitidamente que as atividades e pedagogia cooperativa, conforme Soler (2002),
jogos cooperativos proporcionaram uma como “ação-reflexão-ação melhorada”, suscitada
mudança significativa nos relacionamentos da nas ações cooperativas, fazendo dos discentes
turma. Todos são colegas, porém, diante da atores, parceiros e criadores de soluções para os
proposta constataram que eles puderam se problemas, em vez de meros expectadores ou
conhecer melhor quando ajudavam e eram reprodutores de solicitações docentes.
ajudados. Jogando e brincando com os colegas
eles se comportaram melhor e as brigas deram 4. Houve colaboração entre os alunos durante as
lugar à união. Interessaram-se mais pela atividades? De que maneira?
variedade de brincadeiras onde todos
participavam vivenciando o trabalho em grupo Sim: 20 Não: 03 Às vezes: 01
com alegria, desmistificando a afirmação de que a
Obs: Um aluno não respondeu esta questão
brincadeira sem competição não tem graça.
Lembramos que Amaral (2007) já explicava
que no jogo cooperativo a empatia é favorecida e Os alunos destacaram várias maneiras de
que acontecem relações sociais positivas colaboração durante as atividades. As mais
(preocupação com os outros, compartilhamento, significativas foram: todos brincaram e
ajuda, confiança, e outras). E isso foi o que trabalharam juntos, ajudaram os que não sabiam
aconteceu nessas aulas, considerando as fazer a atividade, respeitaram o outro, houve mais
respostas dos alunos. união, participação e colaboração. Todos os
autores que escrevem sobre jogos cooperativos
são de opinião que estes fatores (maneiras de
3. Este tipo de aula com atividades e jogos
cooperativos leva a pensar sobre respeitar o colaborar) que os alunos apresentaram realmente
colega e em trabalho em grupo? acontecem durante as atividades e jogos
cooperativos. Se voltarmos aos quadros 1 e 2
Sim: 23 Não: 02 apresentados no item “orientações literárias”,
verificaremos que as respostas dos alunos estão
Nesta questão, como na anterior, quase foi alocadas nas situações cooperativas neles
unânime a resposta afirmativa, isto é, o respeito apresentadas, corroborando o que expressam os
aconteceu na relação entre os alunos na autores sobre esta forma de brincar e jogar.

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5. Você recebeu ajuda de alguém em algum Companheirismo


-
momento das atividades?
Participação de todos
-

Sim: 20 Não: 04 Diversão


-

Obs: Um aluno não respondeu esta questão Sem brigas


-

Amizade
-

Os alunos que menos participavam das Colaboração e ajuda de todos


-
aulas destacaram que foram muito ajudados nas Bom comportamento
-
atividades, inclusive, um aluno com problemas
cardíacos escreveu ter recebido ajuda de dois
colegas da sala, justamente os maiores e mais As expectativas dos autores e dos
indisciplinados, sendo protegido por eles durante professores que são adeptos da realização de
as aulas. Este acontecimento narrado pelo aluno é aulas com atividades e jogos cooperativos são
uma situação exemplar de mudança de estas indicadas pelos alunos. Por exemplo, se
comportamento que estas atividades podem gerar observarmos os quadros 1 e 2, encontraremos
nas pessoas. Pensamos que se pode perceber uma muito desses itens apontados pelos discentes.
mudança na auto-estima dos envolvidos, pois, o Afinal, pensamos que o desafio que parecia difícil
que aconteceu merece elogios. Podemos dizer que de ser implementado nas aulas e
este foi um fato marcante que fez a turma se absorvidos/incorporados pelos alunos não o foi.
direcionar para os valores cooperativos em suas Quando possibilitamos vivências de formas
aulas. A ajuda é o fundamento cooperativo, e alternativas, no caso, cooperativas, elas foram
normalmente é a primeira palavra que as crianças entendidas, pois foram ações, além de palavras. E
dizem quando pedimos o que significa estas foram percebidas por cada aluno. Notaram
cooperação. Não é necessário fazer mais nenhum que pode haver outras formas de convivência que
comentário sobre o fato, pois todos os autores (e não sejam violentas e competitivas. O desafio era
todas as pessoas) são unânimes em afirmar que a mostrar isto para eles e parece que foi conseguido.
ajuda é o fator básico da cooperação. Nossa felicidade foi maior quando vimos estas
palavras e frases colocadas na última pergunta,
pois foi escrito por eles e denota uma provável
6. O que você achou mais importante nas compreensão e ações sociais baseadas nestes
atividades e jogos cooperativos?
termos, pois se transformou em linguagens deles.
Podemos afirmar: consegue-se sim ministrar
Foram realmente muito significativas as atividades cooperativas (cada um em seu
respostas dos alunos. Alguns apontaram as contexto) e aspirar por mudanças sociais que
atividades de queimada cooperativa, voleibol levem a convivência em paz.
gigante, futpar e volençol, como as melhores.
Destacaram como mais importante: 5 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS
Aprender a respeitar uns aos outros
-

Brincar todos juntos


-
As aulas ministradas tinham como foco
Cooperação
- principal a atitude cooperativa. Era necessária a

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ajuda dos colegas em todas as atividades Brotto (2001, p.105) afirma que assim
propostas para se atingir um objetivo comum. “como na vida, uma das únicas garantias que
Houve, assim, uma colaboração e podemos ter em Jogos Cooperativos é a incerteza
companheirismo entre eles e, principalmente, a dos resultados, da ousadia das tentativas e da
conscientização de que ajudando o outro, aventura da descoberta de si mesmo e dos outros.
brincando junto e tendo maior união, a aula se Apenas uma certeza é possível: a certeza de
tornava mais prazerosa e divertida. estarmos todos no mesmo jogo... juntos”.
As respostas apresentadas pelos alunos A experiência foi muito significante, houve
corroboram a idéia de que as atividades e jogos um temor de como os alunos iriam reagir às
cooperativos não têm como objetivo principal atividades propostas e algumas iniciativas foram
ganhar, suprimindo o sentimento de fracasso para frustradas. Às vezes aparecia um sentimento de
aqueles que perdem. Assim, “todos cooperam e impotência, porém foi uma rica aprendizagem
ganham, eliminando-se o medo do fracasso e onde se pode observar a transformação de
aumentando-se a auto-estima e a confiança em si comportamentos e atitudes dos alunos
mesmo” (ORLICK, 1989, p.118). experimentando vivências onde a maioria
O início da aplicação das atividades foi um cooperou, compartilhou e se uniu para atingir o
tanto quanto tumultuado, pois eram atividades e bem comum.
jogos desconhecidos causando uma demora para Relembramos a frase de Brotto (2001), na
adaptação e entendimento da proposta. qual afirma que praticar jogos cooperativos como
Claramente, percebeu-se que a competição era uma proposta pedagógica é como exercitar a
muito forte e presente em suas atitudes cooperação na própria vida. Isto é, possivelmente
apresentando comportamentos individualizados e tudo o que os alunos da 5ª série vivenciaram
agressivos. O fato de que em algumas atividades nessas aulas, poderá influenciá-los em toda sua
nem existia vencedor, gerou certo conflito nos vida, no modo de ver o outro e nos valores
alunos. implícitos da cooperação. Acreditamos que pode
Freire (1999) acredita que negar a haver, sim, mudanças sociais onde aconteça o
competição é o mesmo que eliminar o esporte da respeito, o entendimento e a vivência em paz.
Educação Física e considera “ser mais educativo
reconhecer a importância do vencido e do 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
vencedor do que nunca competir”. Este artigo
visou ressignificar a competição e valorizar a
cooperação, reconhecendo ser possível esse Ser aceito parece ser uma condição para
desafio ser implementado e concretizado dentro e que a brincadeira seja divertida e para que isso se
fora da escola. efetive faz-se necessário a cooperação, união e
A principal característica dos Jogos ajuda mútua, não sendo necessário diferenciar
Cooperativos é o aperfeiçoamento das vencedores e perdedores. Orlick (1989, p.104)
habilidades de relacionamento e, com estas, a afirma que
possibilidade de afetar toda a sociedade, se fizermos com que cada criança se sinta
transformando atitudes, uma vez que a vida em aceita e dermos a cada uma um papel
sociedade representa um grande exercício de significativo a desempenhar no ambiente de
atividade, estaremos bem adiantados em nosso
solidariedade e de cooperação (ORLICK, 1989).
caminho para a solução da maioria dos sérios

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problemas psicossociais que atualmente conflitos e discussões.


permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma
das razões por que é tão importante criar jogos Quanto a introdução dos Jogos
e ambientes de aprendizado onde ninguém se Cooperativos, devido a experiência que tivemos,
sinta um perdedor.
sugerimos que, talvez iniciando com atividades
semi-cooperativas, depois ou em conjunto, com as
Em relação aos objetivos, os resultados de inclusão (para todos), e posteriormente, as de
mostram que as aulas de Educação Física com cooperação, os conflitos iniciais pudessem ser
atividades e jogos cooperativos conseguiram mais amenos, levando os alunos, aos poucos, a
mudar a visão dos discentes sobre os jogos, conhecer e aceitar as atividades e jogos
brincadeiras, esportes e outras atividades da cooperativos com mais facilidade. Conforme
Educação Física. Os alunos tiveram esse olhar Brotto (2001), atividade semi cooperativa é
observador de que um ambiente agradável, entendida como uma competição em que todos
descontraído e alegre incentiva a colaboração e a participam efetivamente, onde todos
participação de todos. Existiu respeito às jogam/brincam (inclusão), podendo ser: todos
diferenças e semelhanças contemplando a tocam ou passam (uma bola, por exemplo); todos
aprendizagem significativa entendendo que marcam pontos; todos passam por todas as
quando o grupo fica mais unido e cooperativo as posições; ou um misto dessas situações.
diferenças diminuem e o jogar e brincar fica mais
Para que ocorra uma mudança de
interessante (POZO, 2002).
comportamento é imprescindível a intervenção do
Na quantidade de aulas trabalhadas os professor de Educação Física, oferecendo
alunos puderam fazer várias observações, porém atividades diferenciadas onde o aluno possa
se fossem mais aulas o resultado poderia ser compartilhar novas experiências, e, para que isso
melhor. seja possível , é necessário que as sementes sejam
Mesmo assim, pode-se elencar muitas plantadas, podendo germinar e produzir frutos,
transformações, entre elas: o respeito mútuo mesmo que esse processo ocorra lentamente o
olhando o outro como alguém importante na importante é que ele ocorra, e a Educação Física
atividade, havendo mais paciência e menos pode colaborar muito. Esses resultados mostram
reclamação e empenho em resolver os que os Jogos Cooperativos podem (e devem) ser
imprevistos; a cooperação e união sempre utilizados nas aulas de Educação Física e que uma
presentes, diminuindo o individualismo dos mais reestruturação de conteúdos e metodologia de
habilidosos; uma grande participação nas aulas, ensino em favor dessas atividades é possível nos
com envolvimento total em quase todas as nossos Colégios e Escolas. Para isso sugerimos que
atividades, principalmente dos que se sentiam os docentes e pessoas interessadas busquem os
menos habilidosos ou capacitados levando a conhecimentos necessários para sua utilização.
melhora de sua auto-estima; maior concentração Finalizaremos o texto com frases do Prof.
e atenção no direcionamento das atividades com Orlick (1989, p.60) que chamam atenção sobre os
mais organização e responsabilidade; maior valores humanos. Para ele “a preservação dos
alegria e satisfação em fazer aula com todos valores humanos deveria ser a marca do sucesso
participando; ao jogar com e não contra a de um povo. A capacidade de viver de uma
contagem de pontos é desnecessária, pois o que maneira significativa e cooperativa deveria
menos importa é quem venceu ou quem perdeu, marcar o sucesso do homem”. O autor nos alerta
mas sim quem se divertiu; diminuição de brigas,

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ainda explicando que não podemos glorificar a KUNZ, E. Transformação didático pedagógica do
esporte. Ijuí: Unijuí,2000.
violência e a destrutividade humanas e ao mesmo
tempo esperar por comportamentos construtivos. MARTINS, J. A pesquisa qualitativa. In: FAZENDA, I. (org.).
Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez,
Se permitirmos a promoção da rivalidade e da 2001.
agressão nos jogos e brincadeiras das crianças,
ORLICK, T. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do
“devemos estar preparados para sofrer as Livro, 1989.
conseqüências óbvias disso na nossa via diária”.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Livro Didático
Ensino Médio: Educação Física. Curitiba: SEED, 2006.

7 REFERÊNCIAS PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes


Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do
AMARAL, J. D. do. Jogos Cooperativos. São Paulo: Phorte, Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.
2007.
POZO, J.I. Aprendizes e mestres. Porto Alegre: Artmed,
BROTTO, F. O. Jogos Cooperativos: o jogo e o esporte como 2002.
um exercício de convivência. Santos: Projeto Cooperação,
2001. SOLER, R. Jogos cooperativos. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: se o importante é SOLER, R. Educação Física: uma abordagem cooperativa.
competir, o fundamental é cooperar. Santos: Renovada, 2000 Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

CARNEIRO, S. C. I. Coletânea de Educação Física para o


Ensino Fundamental: jogos. Curitiba: Expoente,2003

CORREIA, M. M. Trabalhando com jogos cooperativos.


Campinas: Papirus, 2006. Correspondência:

DARIDO, S. C. Para ensinar Educação Física: Autor: Inácio Brandl Neto


possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus,
2007. Endereço: Rua Dom João VI, 1984. Marechal Cândido
Rondon-PR.
DEACOVE, J. Manual de jogos cooperativos. Santos:
Projeto Cooperação, 2002. CEP: 85960-000

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da E-mail: inaciobrandl@gmail.com


Educação Física. São Paulo:Scipione,1999.

Recebido em 29 de dezembro de 2009.


Aceito em 09 de julho de 2010.

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Expediente Caderno de Educação Física: Estudos e Reflexões
Periodicidade Semestral
O Caderno de Educação Física – Estudos e Reflexões é ISSN 1676-2533 | e-INSS 1983-8883
uma publicação do Colegiado de Educação Física da
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Estadual do Oeste do Paraná
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