Trilhos da Inclusão
De outubro de 2017 a …
EB 2,3 José Cardoso Pires
Trilhos da Inclusão
De outubro de 2017 a …
“Quando recebemos um ensinamento devemos receber
como um valioso presente e não como uma tarefa. Eis aqui
a diferença que transcende.”
Einstein
INDÍCE
Introdução …………………………………………………………………………………………………………………..2
Fases:
CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………………………………………….………….28
Face a isto, apesar de a INCLUSÃO ser uma palavra que entrou há muito no
vocabulário comum, continuamos a observar e, sobretudo, a sentir que ainda não faz
realmente parte do quotidiano de todas as comunidades, nomeadamente nas escolas.
Caso contrário, como poderemos explicar situações de alunos que estão desde logo
excluídos em salas de aula onde nada lhes faz sentido, professores que temem a
presença de alunos com NEE nas suas turmas, porque sentem ansiedade por falta de
formação específica e de recursos; pais que ao matricularem os filhos nas escolas,
“escondem” as suas problemáticas e escolas que “encaminham” alunos sem quaisquer
dados ou processos?
Por fim, traçaremos estratégias de melhoramento, não só para este ano letivo
2017/2018, mas para os subsequentes.
Correia (2005) refere que para uma escola inclusiva, é importante a atitude dos
profissionais, dos pais e da comunidade, os diferentes contextos que os alunos com
NEE frequentam e a sociedade em geral, pois todos são igualmente responsáveis pela
sua construção. A mesma perspetiva reforça Rodrigues (2006), ao considerar que a
colaboração entre os docentes do ensino regular e do ensino especial é fundamental,
no sentido de melhor compreender os alunos e de encontrar em comum as estratégias
Não podemos deixar de mostrar a nossa indignação acerca dos sentimentos que
tem prevalecido nas escolas que temos passado, havendo muitas vezes a sensação que
os alunos com NEE “pertencem” aos professores de educação especial, parecendo que
se desenvolvem dois currículos paralelos, o regular e o especial. No entanto, apraz
dizer que pelas escolas que vamos passando, tentamos sempre minorar estes
desajustes!
Para Katz e Chard (2009) é importante que o educador na seleção dos temas
para os projetos ajude “as crianças a tornarem-se participantes competentes na
sociedade democrática” (p.126). Os projetos devem, também, promover competências
a nível da formação pessoal e social, deste modo, “é importante que as crianças
aprendam a ser cidadãs através dos projetos que realizam: sentido de pertença, de
responsabilidade mútua e de solidariedade com os outros” (Vasconcelos, 2011b, p.18).
Assim, Vasconcelos (2011a) afirma que os projetos devem ser relevantes ética e
culturalmente: os projetos são significativos para as crianças, trabalham na sua “zona
de desenvolvimento proximal” (Vygotsky, 1978) e provocam pesquisas estimulantes,
não apenas para as crianças, mas para os adultos que com elas interagem. Estes
projetos têm relevância social e cultural, têm conteúdo ético e estético, promovem nas
crianças um sentido de responsabilidade social, criam dissonâncias cognitivas, educam
o sentido de pesquisa e de inovação (p.15).
Neste sentido, tentamos orientar com base nestas linhas de pensamento quer a
apresentação, quer a concretização deste projeto.
Deste modo, o nosso trabalho pauta-se por uma problemática que a professora
de educação especial tem como pertinente: Como trilhar caminhos para uma maior
inclusão escolar e social dos alunos que frequentam a Unidade de Apoio à
Multideficiência e consequentemente partilhar ferramentas de trabalho com os
docentes do conselho de turma, como forma de dar resposta ao Projeto “Escola
Alerta” 2017/2018.
Nesta primeira fase é importante “criar uma base de trabalho comum a todas
as crianças envolvidas a partir de informações, ideias e experiências que elas já
possuem sobre o tema” (Katz & Chard, 2009, p.102), de forma a encontrar um
caminho para o desenvolvimento do projeto. Este percurso é delineado pelas
interrogações, incógnitas e dificuldades encontradas, que as crianças têm acerca do
tema do projeto.
Para definir o tema é importante realizar uma pesquisa que poderá abrir novas
ideias e o percurso do projeto pode-se delimitar a partir desta, uma vez que
“partilham-se os saberes que já se possuem sobre o assunto; conversa-se em grande e
pequeno grupo; as crianças desenham, esquematizam, escrevem” (Vasconcelos,
2011b, p. 14).
A criação de, por exemplo, uma tabela ou esquema deve ser composta com as
seguintes questões: O que sabemos? O que queremos saber? Como vamos fazer? O
que vamos fazer? que ajudam na planificação do trabalho. “A planificação conjunta
surge… como um instrumento de trabalho que cria espaços de autonomia e de
decisão para as crianças” (Costa & Pequito, 2007, p.111).
Pretende-se nesta etapa também criar uma previsão do que será feito e
calendarizado para tornar mais claro para as crianças o caminho do projeto e ajudar o
professor a orientar-se acerca das atividades.
Nesta fase a planificação torna-se uma previsão do que se irá fazer, criando,
assim, flexibilidade no planeamento. “Planear, então, aponta-nos para a flexibilidade e
multiplicidade de possibilidades e não para a unidirecionalidade de uma planificação
tradicional e linear” (Vasconcelos, 2011b, p. 15). Assim, ao longo do decorrer do
projeto esta planificação pode ser alterada, por diversas razões – porque o interesse
dos discentes foi de encontro a outro caminho, porque as atividades planeadas não se
ajustam ao que os jovens procuram ou ambicionam, entre outras causas aleatórias.
- Divulgação do
projeto “Escola
Alerta” 2017/2018 em
suporte de livro, na
página do
Agrupamento de
Escolas e sua
divulgação numa ação
de sensibilização
aberta a toda a
comunidade escolar e
outros parceiros
educativos.
5- Escrita de sentimentos,
valores e atitudes para
melhorar o diagnóstico
3- Articulação Curricular
O projeto Escola Alerta 2018/2019, na EB2,3 José Cardoso Pires, poderá ser o
mote para a continuação da dinamização de aspetos a melhorar e de sugestões de
continuidade do projeto Escola Alerta 2017/2018, que o enriquecerão e lhe darão aso
de crescimento. Recomendamos o alargamento, deste Projeto, a todas as turmas do
Agrupamento de Escolas, a realização de Palestras, Workshops; Encontros; Debates;
Reuniões de articulação entre pares, docentes, não docentes, associações de pais e
outras, Blogue diário de docentes e alunos, Formação da temática nos docentes, não
docentes, encarregados de educação, família, parceiros educativos... de modo, a
enriquecer a Escola e a todos que diretamente e indiretamente dela fazem parte.
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(2ª edição revista e ampliada). Colecção Necessidades Educativas Especiais. Porto:
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