DE DESENVOLVIMENTO PARA A
FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA
DA UNIVERSIDADE DO PORTO
PROJECTO 2010-2014
3
13 Introdução
47 Análise SWOT
53 Objectivos operacionais
55 Plano de melhoria
75 Glossário
76 Agradecimentos
8
9
Nota prévia
[1] Citando o antigo Reitor da Universidade de Évora, Prof. Doutor Jorge Araújo.
12
Introdução 13
Também o novo ECDU sofreu alterações de monta que irão certamente contribuir
para repensar as acções gestionárias a breve prazo na FMDUP, algumas das
quais são de realçar:
- o doutoramento passou a ser o grau de entrada na carreira universitária;
- foram abolidas as categorias de assistente e assistente estagiário;
- adopta-se a dedicação exclusiva como regime-regra;
- promove-se a transparência nos concursos com a obrigatoriedade de
concursos internacionais para professores com júris maioritariamente externos;
- estabelece-se um período experimental na entrada na carreira de cinco anos; 17
- alargam-se os lugares de topo da carreira, devendo o conjunto de professores
catedráticos e associados representar entre 50 a 70% dos professores (no
prazo de cinco anos);
- obriga-se à definição dos critérios da avaliação do desempenho docente;
- definem-se de mecanismos de rejuvenescimento do corpo docente com base
no mérito;
Em boa verdade, não encaro tais condicionalismos com angústia nem como
agentes inibidores. Considero-os antes factores desafiantes e motivadores para
autorizar a imprescindível ponderação que consinta a construção de um plano
estratégico para os próximos quatro anos.
Como forma de ajuda e para tal propósito, recorremos ao método da análise
SWOT aplicada à FMDUP e a todos os exercícios de auto-avaliação que nos
derradeiros três anos foram sendo habituais e sucessivamente aperfeiçoados
na instituição.
18
A Faculdade de 19
[2] Estatutos da FMDUP, publicados no Diário da República 2.ª série - n.º 238 de 10 de Dezembro de 2009.
[3] Edifício que, apesar de novo, enferma de graves erros (desde o projecto, à escolha dos materiais, à própria
construção), os quais têm sido onerosos para a U.Porto e para a própria FMDUP.
20 Há aspectos que interessam valorizar para autorizar uma análise com incidência
em aspectos de gestão.
Figura 1
- Receita relativa
ao ano 2010.
OE - receitas relativas ao
orçamento de Estado;
RP - receitas próprias
(propinas/taxas/multas/juros
bancários/actividades
de saúde e outras receitas)
Figura 2
- Despesa relativa
ao ano 2010.
O teor que traduz a missão da FMDUP tem sido matéria de alterações diversas
ao longo do seu percurso, como se poderá verificar no trajecto evolutivo dos
estatutos ou nos planos de melhoria anunciados. Tal facto não deverá constituir
surpresa, já que é característica da universidade a permanente mutação na busca
da concretização dos seus ideais.
A missão da FMDUP que aqui se transcreve é adequada e oportuna às recentes
mudanças operadas no ensino superior. É, além disso, de grande contemporaneidade
pois teve a sua génese nos jovens estatutos divulgados no Diário da República,
2.ª série - N.º 238- 10 de Dezembro de 2009, elaborados pela então eleita Assembleia
Estatutária, à qual tive a honra de presidir.
Suporta o Artigo 2.º- que “A FMDUP é uma instituição que tem como missão a
educação universitária, a qual compreende a formação e a investigação na área
da saúde oral dentro de modelos internacionalmente reconhecidos, bem como a
preparação profissional e inserção social, dentro de padrões humanistas e culturais.
A FMDUP é um centro de criação, transmissão e difusão da cultura, da ciência e
da tecnologia, ao serviço do homem, com respeito por todos os seus direitos. Para
a prossecução dos seus objectivos, a FMDUP presta serviços à comunidade
regulada pelos seus interesses científico-pedagógicos.”
É do conhecimento mais elementar de todos os administradores que é o
conhecimento da missão e que norteia a instituição a superintender, tratando-se
de um ponto crucial para quem dirige e para quem é dirigido. A partir daí projectam-
se os objectivos a alcançar, os quais, à luz dos mesmos estatutos, se retratam com
a seguinte prioridade no Artigo 3.º:
Claro que há fundamentos que justificam esta selecção bem como a sua prioridade.
Desde logo e em lugar primeiro, advogo que a aposta e a defesa numa estratégia
de desenvolvimento da FMDUP, só terá sentido se ela visar uma UO da U.Porto
com auto-governo.
Na verdade, à luz dos estatutos da U.Porto, uma UO representa uma entidade do
modelo organizativo da universidade, dotada de pessoal próprio, que pode assumir
personalidade tributária e que tem uma relação hierárquica com o governo central
da U.Porto. Se a UO for contemplada de órgãos de auto-governo, significa que tem
um órgão colegial representativo com funções de estratégia e supervisão, um
Director eleito/demitido por esse órgão colegial perante o qual responde (Conselho
de Representantes). Além disso, continuando a citar o texto dos Estatutos da U.Porto,
existe forçosamente uma relação hierárquica entre o governo da UO e o governo
central da universidade garantindo a concertaçãode estratégias, a prestação
26 de contas e a intervenção do governo central em caso de degradação do seu
funcionamento.
Pois bem, a existência e/ou manutenção de uma UO dentro deste modelo
organizativo depende, entre outros a definir pelo Conselho Geral da U.Porto,
da satisfação de critérios definidos como sejam:
[4] Fundamentação baseada num parecer que solicitei ao Gabinete Jurídico da Ordem dos Médicos Dentistas
(autoria da Sr.ª Dr.ª Filipa Marques).
e o exercício está directamente subordinado, nos termos de disposições 27
legislativas, regulamentares e administrativas, à posse de uma qualificação
académica e profissional determinadas. Fica assim patente a necessidade de
diferenciação exigida pelo Estatuto da U.Porto para a constituição de uma UO
com autogoverno.
B - Em termos nacionais:
[7] Estatutos da U.Porto - Capítulo I, Artigo 3º (DR. 2ª. Série - n.º 93 - 14 de Maio de 2009.
30 3-Criar bases sólidas para a sustentabilidade financeira
[8] Alterar estruturalmente a forma de estar dos docentes da FMDUP, demonstrando-lhes que são obrigados
a cooperar com a instituição, abandonando e trocando o paradigma “estou aqui para ensinar” pela nova ordem
“sou professor universitário e estou aqui para investigar e ensinar”. A este nível as acções gestionárias a
implementar terão a ajuda da nova regulamentação da avaliação docente.
[9]O que não significa aumentar o número de estudantes do Mestrado Integrado, o qual deveria, isso sim, ser
reduzido tendo em vista a qualificação da formação. Terá que se compensar essa redução com o aumento de
estudantes do 2.º e 3.º ciclo de estudos.
[10]Terá que ser encarada uma política concertada com os diferentes cursos e unidades curriculares de forma
a não se renovarem muitos dos contratos e a substituírem-se muitos dos actuais docentes em tempo parcial,
por estudantes do 3.º ciclo, os quais terão que praticar esse serviço docente como parte integrante dos seus
objectivos curriculares do curso de doutoramento.
[11]A clínica da FMDUP é 14,6% dos dinheiros que entram na FMDUP e 22,9% dos dinheiros que saiem, ou
seja, não é rentável.
32 Mas a qualificação não passa só por esta mudança de paradigma. Colide
também com diversos aspectos ligados ao pessoal docente que terão que
mudar, para que se dê a competente resposta ao que a moderna exigência
universitária reclama e aos objectivos estatutários da FMDUP.
Com efeito, há hoje deveres no serviço docente que não eram característicos
dos dias de ontem, entre os quais poderemos salientar:
Por outro lado, os aspectos que se prendem com algumas das considerações
havidas, demonstram que se terá de adoptar um maior de exigência no que
se relaciona com a assiduidade e a pontualidade, única forma de se conseguir
uma clínica competitiva e rentável.
[13] Nomeadamente os cursos de 2.º e 3.º ciclo e os cursos de especialização, para tornar a nossa oferta
formativa mais apelativa aos estudantes estrangeiros;
Já relativamente à Clínica Prof. Doutor Fernando Peres, a perspectiva terá 33
que ser diversa dada a sua importância no orçamento da FMDUP. Como já
afirmamos a Clínica da FMDUP dá prejuízo (pag.31) e é capital que tal não
aconteça, pois a efectivação de projectos à escala institucional implica a
existência de dinheiro disponível. Impõe-se assim uma estratégia concertada
que passará também pela divulgação das nossas competências e dos nossos
serviços, através de uma representatividade distribuída pelos docentes mais
capazes do ponto de vista comunicacional.
A proveniência do dinheiro a gerir na FMDUP é diversa, se levarmos em linha
de conta as dotações orçamentais relativas ao OE em função dos ETIs, as
propinas relativas aos ensinos pré e pós-graduado, os honorários devidos a
serviços clínicos, proventos referentes a projectos científicos e receitas de
eventos científicos, bem como alguns poucos patrocínios.
Todavia e de acordo com o que já referimos, fácil será compreender que as
dotações do OE irão decrescer ao longo do tempo, donde se infere que será
então de vital importância implementar uma política educacional de excelência
que vise a atracção de mais estudantes e apostar no aumento de estudantes
na área da pós-graduação. Por outro lado, será do todo em todo razoável
pensar na rentabilização dos serviços para os quais estamos preparados para
agir, como seja a oferta de formação contínua e a prestação de cuidados
clínicos.
Porém, a “rentabilização” dos serviços não passa apenas por garantir formas
de gerar dinheiro, mas sim e também pelo correcto aproveitamento dos recursos
existentes e na perspicácia de certas compras que perspectivem uma utilização
de benefício institucional. Considerando o melhor rendimento dos recursos e
das existências muito há a perpetrar. Desde logo um aproveitamento pleno
da Clínica, com apenas um mês de férias em Agosto. Na verdade, a FMDUP
tem uma Clínica grande e bem apetrechada, mas que relativamente ao seu
investimento e à sua dignidade e amplitude apresenta poucas horas de
funcionamento, com desvantagens para os possíveis utentes e com prejuízos
evidentes para o ensino e para a instituição no seu todo.
Ainda a nível da Clínica da FMDUP, parece-nos importante implementar uma
política de incentivos para cativar mais utentes, onde não será demais encarar-
se a possibilidade de objectivar protocolos e convénios com instituições várias,
entre as quais associações sociais, autarquias, centros, etc.
Não podemos olvidar que a Clínica Prof. Doutor Fernando Peres é a área que
mais recursos humanos movimenta dentro da instituição, o que a torna num
34 pólo de interesse técnicoprofissional e científico extraordinário, já que a sua
actividade se exerce a três níveis educacionais: a pré graduação, a pós
graduação e um curso clínico experimental e tutelado para médicos dentistas.
Tem havido francas melhorias na organização e desempenho da Clínica da
FMDUP durante os últimos anos. Todavia ainda aquém do necessário e
seguramente que este será um dos aspectos mais importantes nas acções a
desenvolver em termos de gestão no próximo quadriénio.
[15] O 3.º ciclo direcciona-se a público mais reduzido e tendencialmente internacional, razão pela qual defendemos
que este tipo de curso deva ser ministrado em língua inglesa.
[16] Não se compreende que um país como Portugal tenha sete instituições de ensino superior a formar médicos
dentistas
36 no Mestrado Integrado para qualificar o ensino, analisada na perspectiva de
arrecadação de propinas, terá que ser compensada pela expansão dos 2.ºs
e 3.ºs ciclos.
Há, no entanto, significativas debilidades na oferta formativa. A grande maioria
os cursos de 2.º ciclo não foram estruturados para simplificarem aos diplomados
uma maior interface com o mercado de trabalho. Aliás citando o antigo Reitor
da Universidade de Évora Prof. Doutor Jorge Araújo, o carácter profissionalizante
ou tão-somente a empregabilidade dos formandos, não está presente, em
geral, nas preocupações dos proponentes dos cursos e dos órgãos que os
aprovam. Mais ainda, paradoxalmente, enquanto se registar desemprego de
licenciados, a frequência de um qualquer 2.º ciclo constitui um adiamento do
estatuto formal de desempregado e alimenta a expectativa de conquista de
um mais elevado grau de empregabilidade. Se o fizermos arriscamo-nos a
perder credibilidade num futuro próximo.
Relativamente ao Mestrado Integrado em Medicina Dentária (MIMD), enquanto
mestrado profissionalizante e verdadeiro, muito há a fazer para melhorarmos
a qualidade da formação que disponibilizamos. Dado que o MIMD é a principal
fonte de financiamento da FMDUP pela via da cobrança das propinas, interessa
analisar como se chegou a esta situação.
A avaliação do percurso da medicina dentária nos derradeiros trinta anos é
globalmente positiva, apesar de, pessoalmente, considerar que nem tudo
tenha sido no sentido do progresso. A ida Escola Superior de Medicina Dentária
do Porto, agora Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
(desde 1989) foi, na realidade, o embrião da formação pedagógica e
cientificamente estruturada do nosso mister. Enquanto estudante, tive a fortuna
de ter pertencido a um dos primeiros cursos, o que aliado à minha vivência
socioprofissional nos campos clínico, pedagógico e científico, me permite ter
hoje uma visão abrangente da medicina dentária desde o seu nascimento até
à actualidade.
A evolução passou por três fases distintas, que identifico e qualifico como:
c)Os cursos de especialização, os quais deverão sempre ser pensados como mais-
valias para a acreditação e creditação a nível de especialidade. É o que acontece
com o curso pós-graduado de especialização em ortodontia (3 anos “full time”), o
curso mais antigo do género no nosso país, por diversas vezes considerado idóneo
pela Ordem dos Médicos Dentistas.
d)O curso que respeita ao 3.º ciclo, onde se espera uma aposta marcante na produção
científica, sendo para tal necessário concertar estratégias e parcerias inter-institucionais
em projectos de monta.
É evidente que uma reforma com este impacto obriga a acções paralelas coadjuvantes
e várias, entre as quais salientamos a disponibilização completa de informação na
intranet referente:
- a cada curso;
- a cada unidade curricular;
- ao corpo docente responsável;
- ao horário.
[21]Veja-se a Faculdade de Medicina de Praga na República Checa que recebe tantos estudantes estrangeiros,
entre os quais portugueses.
[22] Pela sua actualização, alguns trechos deste objectivo foram retirados e adequados do projecto de candidatura
que apresentei no anterior mandato, denominado “Em prol de uma educação universitária - venha daí redesenhar
a nossa faculdade”.
44 9-Afirmar a instituição a nível nacional e internacional
[23] Cada UO fez uma avaliação externa a outra UO. A FMDUP fez a avaliação da Faculdade de Letras e a
Faculdade de Belas Artes fez a nossa avaliação externa.
[24] Em princípio creditada a Albert Humphrey (Universidade de Stanford, 1960-1970) e talvez idealizada pelos
professores Kenneth Andrews e Roland Christensen (Harvard Business School). Baseia-se no livro da Arte da
Guerra de Sun Tsu (500 a.C.). O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês e é um acrónimo de Forças
(Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
46 Os resultados têm sido analisados e debatidos com os intervenientes de forma
transparente, com a disponibilização de informação sempre que requerida.
Simultaneamente tem havido a preocupação de aferir esses inquéritos e de os
melhorar sistematicamente.
Os inquéritos representam ferramentas interessantes para serem utilizadas na
avaliação do desempenho individual, sectorial e institucional. Na FMDUP têm
sido usados com positividade, apesar de se fazerem sentir necessidades para
se obter uma maior conformidade dos existentes e de os utilizarmos também
nos cursos de 2.º e 3.º ciclo de estudos. Além disso, revela-se adequado inquirir
também os pacientes tratados na Clínica da FMDUP, o que pretendemos levar
a efeito desde já.
A análise SWOT 47
A1 - Ameaças:
[25] Não tem qualquer sentido que exista uma Faculdade de Medicina Dentária dentro da U.Porto, com o superior
atributo de formar e pós-graduar médicos dentistas no respeito pela diferenciação socioprofissional que o dentista
assume em toda a sociedade europeia e que a Faculdade de Medicina disponibilize cursos da área da medicina
dentária, nomeadamente no que se refere à ortodontia. O problema torna-se mais grave quando se sabe que no
espaço europeu o ensino dessa especialidade obriga a regras bem regulamentadas onde se exige, entre outras
demandas, que o corpo docente integre especialistas, o que não é o caso.
[26] Têm existido ao longo dos últimos três anos diversos sinais indicativos que há por parte de alguns órgãos
do governo central da U.Porto, a vontade de fundir algumas das UOs, lançando mão de inúmeros argumentos.
Segundo alguns dos defensores dessa tese, seria mais simples gerir a U.Porto se existissem menos UOs, existiriam
serviços comuns o que reduziria o despesismo e evitar-se-ia a duplicação de certos serviços nomeadamente o
serviço docente. Pelas razões apontadas anteriormente, demarcamo-nos dessa política, o que não quer dizer que
não estejamos abertos a negociar a partilha de serviços.
A2 - Oportunidades: 49
B1- Forças:
B1.4- Utilizar o ensino pós-graduado nas suas diversas valências clínicas para
a formação especializada dos médicos dentistas, nomeadamente no que se
refere à interdisciplinaridade enquanto meio indispensável à reabilitação da
saúde oral considerada nos seus planos estético dento-facial e anatomo-funcional;
B2- Fraquezas:
B2.7- Dificuldade de adaptação por parte dos professores aos novos paradigmas
da vida universitária, designadamente à centralidade da ciência e às
transformações que a Declaração de Bolonha impõe ao tipo de ensino.
[27] Objectivos estratégicos para a FMDUP: 1- Defender o auto-governo institucional com responsabilidade; 2-
Procurar a excelência com uma gestão moderna e eficaz; 3- Criar bases sólidas para a sustentabilidade financeira;
4- Qualificar os recursos humanos e os serviços; 5- Investir na investigação científica e na inovação; 6- Melhorar
a qualidade na oferta formativa; 7- Promover a articulação entre a investigação, os projectos educativos e a
prestação de serviços; 8- Valorizar, expandir e internacionalizar a oferta formativa; 9- Afirmar a instituição a nível
nacional e internacional; 10 - Reforçar os sistemas de avaliação e de gestão da qualidade.
54
Plano de melhoria 55
[28] Em termos de funcionamento a FMDUP irá ter os seguintes Directores: Director da FMDUP, Director da Clínica
Prof. Doutor Fernando Peres, Director do Departamento Clínico, Director do Departamento Pré-clínico; Director
do Departamento das Ciências Básicas Médicas e Dentárias, Director do 1.º Ciclo de Estudos, Director do 2.º
Ciclo de Estudos e Director do 3.º Ciclo de Estudos. Os Coordenadores assumirão a gestão dos Serviços (anexo1).
[30] O termo rentabilização poderá ser mal entendido (a FMDUP não tem por missão constituir-se numa empresa
de saúde, nem fazer concorrência aos seus próprios formandos). O que se pretende de facto é que a Clínica da
FMDUP não dê prejuízo. Alcançado este objectivo, as outras receitas próprias (propinas, projectos de investigação,
venda de Know How e de módulos de formação) permitiriam encarar um futuro francamente mais folgado e mais
próximo da auto-suficiência.
[31] A contabilidade analítica demonstrou que seria vantajoso optar por um preço fixo de consulta.
[32] O que permitirá mais eficiência na gestão dos materiais e certamente maior controlo da despesa;
58 3.6- Produzir novas actividades que visem a criação de valor.
- dinamizar a procura dos serviços médico dentários, através de um
conjunto de acções apelativas de índole informativa no campo da saúde,
proporcionando a todos os utentes, a possibilidade de medirem a tensão arterial,
o grau de glicemia e a massa corporal.
- estabelecer um sistema de urgências médico dentárias para a Cidade do
Porto [33].
- publicitar e incentivar os utentes fumadores a frequentar a consulta
antitabágica.
- promover uma consulta de apoio psicológico aos utentes, docentes, discentes
e funcionários.
- melhorar progressivamente as instalações das salas de espera, mormente no
que concerne à disponibilização de informação audiovisual [34] .
- aperfeiçoar as condições de atendimento dos utentes, sobrevalorizando a
gestão centrada no paciente:
- garantir o atendimento personalizado.
- simplificar e garantir a marcação de consultas.
- diminuir os tempos de espera.
- A este nível, acredito que só com a aplicação de um sistema controlador da
assiduidade e da pontualidade se poderá possibilitar que se possam consultar
dois doentes por box dentro do mesmo período lectivo, o que mantendo-se os
custos fixos da consulta permitiria diluir o prejuízo e, quiçá, rentabilizar a clínica.
A contabilidade analítica provou que o custo mínimo de uma consulta (sem os
consumíveis) é de 10.00 euros (o qual corresponde aos gastos com os
vencimentos do pessoal, água, luz, assistência técnica, seguros, etc. a dividir
pelo número de consultas promovidas pela FMDUP). Ora, a tabela de honorários
que a FMDUP pratica é extremamente acessível se comparada com a
habitualmente aplicada no mercado, mas é difícil encarar uma subida dada a
crise actual e a concorrência (temos a 300m uma faculdade privada de medicina
dentária da Universidade Fernando Pessoa).
[33] No anterior mandato nomeou-se uma Comissão para estudar a implementação de uma urgência 24 hora,
mas demonstrou-se inviável economicamente. Deverá estudar-se agora a mesma possibilidade com um sistema
de rotatividade na presença de binómios docente/discente nas horas em que a Clínica Prof. Doutor Fernando
Peres não funciona.
[34] Neste momento, está já orçamentada esta melhoria, a qual visa colocar linóleo no pavimento, pintar as
paredes, pintar e envernizar as escadas de acesso, forrar o balcão da recepção, colocar dois ecrãs plasma e
instalar máquina de comidas e bebidas.
Para facilitar a compreensão vejamos um exemplo prático: a extracção de um 59
dente está tabelada em cerca de 10.00 euros e custa à FMDUP 14.00 euros
(10.00 euros da consulta e 4.00 euros dos consumíveis). Em termos práticos,
a FMDUP paga 4.00 euros aos pacientes que vêm extrair um dente. Se na
mesma box, durante o mesmo período lectivo, fossem consultados dois pacientes
para extracção, os custos das duas consultas seria o mesmo, isto é, 10.00
euros, dos consumíveis seria de 8.00 euros (duas vezes 4.00 euros). O total
da despesa das duas consultas seria então de 18.00 euros e os honorários
devidos de 20.00 euros. A FMDUP não só não teia prejuízo como lucraria 2.00
euros.
[35] Como já referimos, a oferta formativa e a qualificação passa inexoravelmente pela internacionalização e,
para isso, é preciso que, pelo menos, as aulas do ensino pós-graduado possam ser ministradas em inglês.
60 4.3- Obter a certificação de qualidade da Clínica da FMDUP.
- A certificação de qualidade tem redobrado interesse, pois à parte a visibilidade
institucional que se granjeia, obriga a um trabalho conjuntural benéfico pois
responsabiliza os actores. Claro está que envolve custos. Por essa razão,
desenvolvemos uma candidatura com a chancela Reitoria da U.Porto aos
dinheiros do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), projecto
Sistemas de Apoio à Modernização Administrativa (SAMA). Denominamos por
ISAQ (Informatização, Simplificação Administrativa e Qualificação da Clínica
Dentária da FMDUP) este projecto de candidatura que está a decorrer e que
esperarmos nos seja favorável já que corresponderia a uma melhoria calculada
em 199 768.96 euros.
4.4- Estimular o convívio socioprofissional e sociocultural.
4.5- Dotar a Biblioteca com mais equipamentos informáticos.
4.6- Comprar um tomógrafo (tecnologia 3D - Cone Beam).
- Este aparelho demonstra ser uma mais-valia para a FMDUP, não só porque
qualificará sobremaneira os serviços clínicos, mas também porque poderá
ajudar a rentabilizar a Clínica. Além disso, irá certamente contribuir para estudos
clínicos de investigação.
4.7- Abrir e rentabilizar o parque de estacionamento aos pacientes da
Clínica da FMDUP [36] .
4.8- Remodelar a cantina.
- O problema da “cantina” constituiu e constitui um problema sério da FMDUP.
Em primeiro lugar, não tem dimensão nem condições para servir as refeições.
As instalações foram feitas para um bar de apoio, onde se servissem apenas
sandes e outros suplementos alimentares bem como bebidas. Além disso, é
fonte de cheiros extraordinariamente desagradáveis que se fazem sentir nas
salas de aulas, no auditório, etc. Lamentavelmente, a Direcção que me antecedeu
entregou à Associação de Estudantes a exploração do bar da FMDUP e quando
pretendi resolver a situação verifiquei que aquela Associação estabeleceu um
contrato longo e mal feito com a empresa que actualmente fornece as refeições.
Esse contrato só termina par o ano e se fosse denunciado antes traria problemas
sérios para a Associação de Estudantes e para a FMDUP. No futuro, o contrato
não será renovado tal como está. Far-se-á um projecto de Bar com supervisão
dos alimentos e das bebidas pela Faculdade de Nutrição e abrir-se-á um
consurso para exploração com garantias de qualidade.
[36] Acção que beneficiará os utentes da Clínica Prof. Doutor Fernando Peres e contribuirá para a própria
manutenção do parque.
5- Investir na investigação científica e na inovação. 61
[37] Assegurar um máximo de 40 estudantes por aula teórica e teórico-prática e de 25 por aula prática/clínica.
64 7- Promover a articulação entre a investigação, os projectos educativos e
a prestação de serviços.
[38] Importa que essa afirmação seja vista como uma acção no contexto do desenvolvimento da Região Norte;
66 adequação à modernidade das técnicas de ensino/aprendizagem.
Lamentavelmente a frequência tem sido desanimadora o que implica ter de se
instituir a obrigatoriedade da presença, caso queiramos de facto melhorar o
nosso protagonismo nas lides educacionais.
- Promover anualmente a Semana das Artes.
-A Semana das Artes (bem como o Fórum Pedagógico) são eventos que se
sucedem anualmente e que tiveram o seu início no último mandato de três anos
que tive o prazer de superintender. A Semana das Artes abre a FMDUP ao
público em geral e incentiva o convívio intra-escolar e inter-escolar (visto ser
uma realização em conjunto com a Faculdade de Belas Artes). Importa continuar
a desenvolver esta manifestação cultural, sendo as várias referências ao evento
no Plano de Actividades da U.Porto uma prova irrefutável disso mesmo.
9.9- Qualificar os serviços clínicos[39] .
9.10- Apostar numa representatividade forte.
Para uma ampla e eficaz afirmação da FMDUP bem como para se criar o sentido
de identidade institucional, será vital desenvolver mecanismos de divulgação,
os quais passarão inevitavelmente por uma representatividade forte. Apesar de
estatutariamente, o Director ter essa obrigação, será exígua para o que se
pretende num futuro próximo. Quer isto dizer que essa representatividade deverá
ser apanágio de todos quantos têm responsabilidades de gestão, de educação
e clínicas. Ao Director caberá tutelar essa representatividade, como agente
motivador de toda a comunidade que constitui a instituição e executor das
estratégias propostas e assumidas, sendo o factor de coesão e indutor da
coerência de funcionamento.
9.11- Acentuar a competitividade e a polaridade.
- A competitividade é a nova fórmula para o futuro universitário. Por isso, é
preciso projectar polaridades dentro da FMDUP, promovendo diálogos sectoriais,
criando objectivos por Departamentos e Serviços, estabelecendo autonomias
progressivas com delegação de autoridade e controlo da responsabilidade.
Claro está que paralelamente, interessará motivar. E, para isso, será de considerar
a atribuição de incentivos à produção científica (por exemplo, por cada artigo
científico publicado numa revista indexada, o respectivo Departamento adquire
o direito a uma determinada verba para melhorar o seu protagonismo.
9.12- Privilegiar o intercâmbio científico.
- O intercâmbio científico inter e intra-institucional, a nível nacional e internacional
deverá ser suporte de promoção da nossa instituição. Nessa base, importa
[39] Seguramente uma das melhores formas de marketing com interesse para a visibilidade da FMDUP.
enfatizar mais a proximidade entre os Departamentos e Serviços, bem como 67
entre as áreas científicas. Assim, dever-se-á aumentar a permuta científica e
promover as estratégias para incrementar os indicadores internacionais de
produção científica, através do incentivo à participação em projectos de
investigação, à publicação em revistas indexadas da especialidade, assim como
à participação activa em congressos nacionais e internacionais. Com efeito,
será de todo em todo essencial à FMDUP que se instaurem projectos de
investigação por áreas científicas (Serviços - ver anexo 1), em que a aferição
dos níveis e padrões de desempenho através de relatórios de actividade, sejam
fomento de uma competitividade salutar em termos institucionais. Nesse sentido,
deverão ser instituídos prémios anuais para os Departamentos e Serviços, assim
como para estudantes do ensino pré e pós-graduado e também para os docentes.
Claro está que para alcançarmos um patamar de excelência, devemos considerar
a motivação para a candidatura a programas de financiamento nacionais (como
por exemplo, a FCT) através de projectos de investigação interdisciplinares
dentro da instituição. A este nível terá também muito interesse a publicação
online da Revista da Faculdade, onde, também aí, os Departamentos terão
responsabilidades acrescidas na publicação de artigos com interesse científico,
clínico e pedagógico, constituindo-se num veículo de informação e de divulgação
por excelência.
9.13- Editar a Revista da Faculdade online.
- Publicar regularmente os resultados de desempenho [40].
- Valorizar antigos alunos que se notabilizaram.
- Qualquer instituição que se preze constrói a sua história não só com o passar
do tempo, mas também e sobretudo com a demonstração inequívoca que valeu
a pena a sua existência. Uma forma de o fazer é valorizar a sua matéria-prima,
os antigos formandos e mostrar que são pessoas de sucesso e que através da
formação obtida na FMDUP foi possível o desempenho socioprofissional com
êxito. Nessa base, interessará elogiar antigos alunos que se notabilizaram no
meio socioprofissional, convidando-os, por exemplo, a participar no Dia da
Faculdade e na apresentação da Faculdade aos novos estudantes.
- Apoiar o médico dentista e promover uma maior abertura aos antigos alunos.
[40] O rigor e a transparência de uma gestão que se quer afirmar pela eficácia das suas acções obrigará
certamente à publicação regular de relatórios de actividade e resultados obtidos.
68 10-Reforçar os sistemas de avaliação e de gestão da qualidade.
10.1- Fortalecer e aperfeiçoar o sistema permanente de auto-avaliação com o
auxílio do Gabinete de Metodologia Científica e Apoio à Investigação [41].
- Aplicar inquéritos de autoavaliação aos estudantes do 2º. e 3.º ciclo de
estudos.
- Instituir inquéritos na Clínica da FMDUP aos pacientes por UC.
- Estabelecer uma comparação anual dos resultados[42].
- Preparar a instituição para a avaliação externa.
10.2- Controlar a qualidade dos serviços clínicos.
[42] Só assim cada interveniente ou grupo de intervenientes poderá analisar a evolução do seu desempenho.
B- Acções sectoriais 69
B1 - Docentes
[43] Para isso, deverão o Director e o Conselho Executivo possuir a informação correcta do horário de permanência
dos docentes na instituição considerando as aulas e as horas de serviço docente afins.
- No que se refere quer ao aperfeiçoamento da sequência pedagógica das 71
matérias ministradas no curso, quer à obtenção de mais tempo livre disponível
por parte dos discentes e docentes. Penso que algumas UCs da FMDUP
apresentam creditações exageradas e outras deficitárias como por exemplo a
Monografia. Parece-me também que continua a existir uma sobreposição de
temas entre algumas UCs, situação que deveria ser definitivamente acertada
entre cada Departamento. Considero que a revisão curricular do MIMD uma
inevitabilidade.
B2 - Discentes
Agradecimentos
DEPARTAMENTO PRÉ-CLÍNICO
Grupo pré-clínico
- Introdução à Medicina Dentária e à Clínica
- Imagiologia Geral e Dentária I, II
- Cirurgia Oral I, II
- Periodontologia I
- Medicina Oral I, II
- Dentisteria Operatória I
- Prótese Fixa I, II, III
- Prótese Removível I, II, III
- Oclusão, ATM e Dor orofacial I, II
78 - Odontopediatria I
- Ortodontia I, II
- Medicina dentária preventiva e saúde oral comunitária I, II
- Especialidades médicas I, II