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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO: PSICOLOGIA

DISCIPLINA: Psicologia da Personalidade


PROFESSORA: Dra. Cristianne Almeida carvalho
DISCENTES: Alexya Caroline E. R. Souza Batista, Josué Licar da Silva, Tiago B.
Passo Sousa, Vinicius R. Miranda Barros, Wanderson S. Montenegro Neves
4º PERÍODO – 2017.1

Teorias da personalidade – Abordagem Centrada na Pessoa


de Carl Rogers
Contexto histórico

No século XVII René Descartes marcou o pensamento ocidental com sua visão de
homem. Nesta nova forma de enxergar o homem, ele acaba sendo concebido com uma
dualidade entre mente e corpo, interatuantes entre si. Tal visão criou uma tendência nas
ciências, por conseguinte, cientistas e pesquisadores postularam suas teorias sobre essas
duas entidades separadamente, tal como o Freud com a psicanálise baseada no
inconsciente e Wundt que buscou o estudo do cérebro humano, reduzindo-o a partículas
elementares de sensações, sentimentos e imagens. No decorrer dos séculos, surgiram
teorias que contestaram essa visão e consideravam essa dualidade um desafio no
caminho para se entender e descrever os seres humanos. Dentre tantas teorias, uma que
adquiriu destaque e conquistou adeptos foi a teoria organísmica. A partir do ponto de
vista organísmico, o ser humano passa a ser visto com uma unidade, um todo unificado
e organizado.

História pessoal e criação da Abordagem Centrada na Pessoa

Carl Ransom Rogers nasceu em Oak Park, Illinois, em 8 de Janeiro de 1902. Frequentou
a Universidade de Wisconsin e depois transferiu-se para Universidade de Columbia
onde obteve grau de mestre e doutor em Psicologia. Seu primeiro contato com a
experiência prática em psicologia clínica e psicoterapia foi como interno no Institute for
Child Guidance , que tinha uma orientação fortemente freudiana. Depois de receber seu
grau de doutor em psicologia, Rogers reuniu-se à equipe do Rochester Guidance Center
e mais tarde tornou-se o diretor da instituição. Segundo palavras do próprio Rogers, a
equipe era eclética e ocorriam muitas discussões sobre métodos de tratamento na prática
cotidiana. Foi nessa instituição que surgiu nele um esforço para descobrir a ordem
existente na experiência de trabalho com pessoas (ROGERS, 1959, p. 186-187 apud
HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000).

Em 1945, Rogers foi para a Universidade de Chicago como professor de psicologia e


secretário-executivo do Counseling Center. Foi nessa universidade que ele elaborou seu
método de psicoterapia centrada no cliente, formulou uma teoria da personalidade e
realizou pesquisas sobre psicoterapia.

Para criação de sua abordagem e teoria da personalidade, Rogers tivera duas influências
principais. A primeira delas foi a psicologia humanista. Para Rogers, a psicologia
humanista se opõe ao pessimismo e desespero inerentes à visão psicanalista do ser
humano, por um lado, e à concepção robótica do ser humano da análise do
comportamento. A psicologia humanista é mais otimista e esperançosa com relação ao
ser humano, considerando que cada indivíduo possui em si um potencial para o
desenvolvimento saudável e criativo. O fracasso desse desenvolvimento se daria em
virtude de influências coercitivas e distorcedoras do contexto familiar, da educação e de
outras pressões sociais. E mesmo diante do fracasso, os efeitos prejudiciais podem ser
superados se o indivíduo estiver disposto a aceitar a responsabilidade por sua própria
vida. A segunda é a psicologia existencial, pois sua teoria é basicamente
fenomenológica, levando-se em conta que ele enfatiza a experiência das pessoas, seus
sentimentos e valores e quase tudo o que está contido na expressão “vida interior”.

A teoria da personalidade de Rogers, tais como a de Freud, Jung e Adler, foi concebida
a partir de suas experiências como terapeuta. A partir de suas influências, Rogers
formulou uma teoria que não evidencia construtos e sim a mudança e desenvolvimento
da personalidade. Porém, dois construtos são de importância fundamental para
compreensão de sua teoria: o organismo e o self.

O Organismo e o Self

A teoria de Rogers da personalidade refere-se ao organismo enquanto foco de toda


experiência; o organismo que experiencia as coisas do mundo e conecta significados a
elas, formando assim o sistema total de percepções e significados do indivíduo chamado
de campo fenomenal - sua realidade subjetiva - a partir da qual ele compreende e
interpreta o mundo. Segundo Rogers o campo fenomenal de uma pessoa não pode ser
acessado por outra, a não ser por meio da inferência empática, e ainda assim jamais
completa ou perfeitamente (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p.368).

Rogers coloca, entretanto, que uma questão decorre disso: como o sujeito pode, dessa
forma, discernir uma imagem subjetiva que é uma representação fiel da realidade de
uma que não é? Como ele pode diferenciar fato de ficção em sua realidade subjetiva?
Para responder a isso Rogers propõe que as percepções de uma pessoa não constituem a
realidade para ela, mas antes hipóteses sobre a realidade, que a pessoa irá testar,
verificando a exatidão da informação na qual a hipótese da pessoa se baseia,
comparando com outras fontes de informação. Apesar disso, muitas pessoas não tratam
suas subjetivações como hipóteses, mas como representações fieis da realidade, e
frequentemente acabam com várias ideias errôneas sobre o mundo e sobre si, que as
fazem agir de forma irrealista e por vezes prejudicial, inclusive para si mesmas (HALL
LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p.368)

O self por sua vez diz respeito a uma parte do campo fenomenal que se diferencia por
envolver aquelas percepções do organismo sobre si próprio, ou seja, seu autoconceito.
Do conceito de self deriva o conceito de self ideal, que seria o self que o indivíduo
gostaria de ter; colocado de outra forma, a pessoa que ele gostaria de ser (PERVIN &
JOHN, 2004).

A teoria da personalidade de Rogers não enfoca construtos estruturais, seus conceitos de


organismo e self fundamentam a compreensão de seu verdadeiro foco que é a mudança
e desenvolvimento da personalidade; (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p.367)
e por ter sido concebida no contexto da psicoterapia, especificamente como a
personalidade pode se desenvolver saudavelmente ou não, através dos conceitos de
autorealização e de congruência e incongruência.

Dinâmica da Personalidade

De acordo com Carl Rogers (1951), o organismo tem uma tendência e uma busca básica
– realizar, manter e melhorar o organismo que experiencia. Esta tendência é seletiva e
projeta o organismo em direção à realização e completude, baseando-se na suposição de
que os organismos têm um motivo fundamental para melhorar. Numa direção positiva e
progressiva, o organismo age motivado por um impulso auto realizador, e tem como
meta ser uma pessoa completa, por meio da ação. A ação, que constitui o fenômeno, é o
elemento central de percepção da existência do organismo como indivíduo, e tal busca
de experiência traz possibilidades formativas. Há assim um movimento para a frente na
vida de todas as pessoas, uma contínua tendência a atualização. Esta tendência nos
move como seres humanos e é a única força na qual o terapeuta pode realmente confiar
para conseguir melhoras no cliente. Para tal, Rogers recomenda que aja um
relacionamento funcional visando a melhora terapêutica, criando um clima de mudança
em que o cliente se senta livre para reconhecer e agir de acordo com sua tendência
atualizadora.

Rogers (1959) distingue e relaciona a tendência realizadora do organismo e a tendência


auto realizadora. Ele define como fundamental uma relação de congruência entre o self
e a experiência total do organismo para que a tendência realizadora permaneça
unificada. Caso haja incongruência entre o self e a experiência, a tendência a realizar
organismo pode funcionar em contradição a tendência a realizar o self.

Desenvolvimento da Personalidade

No estudo do desenvolvimento da personalidade do indivíduo, Carl Rogers não


estabeleceu estágio significativo até a pessoa chegar à maturidade. Ele procurou
investigar “como as avaliações de um indivíduo pelos outros, particularmente durante a
infância, tendem a favorecer o distanciamento entre as experiências do organismo e as
experiências do self” (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p. 371).
Dessa maneira, percebe-se então que a formação da personalidade, na
Abordagem Centrada na Pessa, recebe influência direta de como as pessoas tem suas
ações avaliadas pelas outras pessoas.
O autor entende que se recebêssemos sempre avaliação positiva das nossas
ações, a autoestima seria incondicional (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p.
371). A verdade é que nem sempre recebemos avaliação positiva ou aprovação das
nossas ações, seja em casa, na escola e na relação com outros de modo geral.
As avaliações das experiências podem ser positivas ou negativas. Essas
avaliações dos outros têm influência no desenvolvimento da personalidade, pois “a
criança aprende a diferenciar entre ações e sentimentos que são valiosos (positivos) e
ações e sentimentos indignos (desaprovados)”.
Surge, então, dois conceitos importantes na Abordagem Centrada na pessoa. Um
deles é a Consideração Positiva Incondicional, que é uma postura adotada,
principalmente pelo psicólogo, em aceitar o cliente, importa-se com ele e valorizá-lo; é
uma forma de apreciar o cliente tal como ele é (HALL, LINDZEY & CAMPBELL,
2000,p. 370).
O outro conceito relacionado ao desenvolvimento da personalidade é a
Congruência, este trata-se da capacidade de aceitar os sentimentos, as atitudes, as
experiências, de se ser genuíno e integrado na relação com o outro (ROGERS, 1985). É
uma forma de aceitar-se com seus defeitos e virtudes para manter uma boa relação com
os demais e consigo mesmo.
Aqui, há uma relação entre avaliação das experiências a formação do
autoconceito e o desenvolvimento da personalidade. Pois, as experiências “indignas”
são excluídas do autoconceito. Isso pode gerar um desajuste entre o autoconceito e a
experiência do organismo. Por que?
Para Rogers, “a criança tenta ser aquilo que os outros querem que ela seja em
vez de tentar ser aquilo que realmente é” (ROGERS, 1985 apud HALL, LINDZEY &
CAMPBELL,p. 371). Nesse caso, “As pessoas vão se sentir ameaçada por qualquer
experiência que entre em conflito com um falso auto-conceito”, podendo tornarem-se
pessoas infelizes (DAVIDOFF, 2001, p. 523).
Isso está ligado diretamente às condições de valor que absorveu dos outros. Ela
valoriza as experiências de acordo com as “condições de valor” que recebeu dos outros.
Surge um problema: “se cada vez mais dos valores “verdadeiros” da pessoa forem
substituídos por valores tirados ou tomados emprestados de outros, [...], o self tornar-se-
á uma casa dividida”. esse indivíduo poderá vir a ser uma pessoa tensa, desconfortável e
esquisita, (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, 371-372).
Na formação do autoconceito, dois mecanismos podem ser utilizados: a negação,
que é falsificar a realidade – “as pessoas podem negar seus sentimentos agressivos
porque eles são tão inconsistentes com a imagem que têm de si mesmas como pacíficas
e amigáveis” (HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p. 372). E também a projeção,
que “é atribuir a uma outra pessoa, sentimentos ou intenções que a pessoa recusa em
reconhecer em sí próprio” (VOLPI, 2008).
A incoerência (discordância) entre o self e o organismo poderá afetar as relações
da pessoa com outros, ou seja, as “pessoas defensivas podem ser hostis com aquelas
cujo comportamento, aos seus olhos, representa seus próprios sentimentos negados”
(HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p. 372).
Temos, então, dois grupos de indivíduos (em termos de desenvolvimento da
personalidade): Os indivíduos que foram expostos a uma Consideração Positiva
Condicional (p. 373): “O indivíduo responde com negação ou distorção, porque a
inconsciência da incongruência poria em risco a consideração positiva recebida do self e
dos outros. A meta da defesa é manter o autoconceito (artificial ou inexato)” (p. 373).
Além disso, temos os indivíduos que experienciam a Consideração Positiva
Incondicional: “tais indivíduos não precisam depender de defesas” (negação ou
distorção). Rogers afirmou que são pessoas que estão “fucionando plenamente”
(HALL, LINDZEY & CAMPBELL, 2000, p. 373-374).

Referências

DAVIDOFF, L. L. Introdução à Psicologia. Tradução Lenke Peres; Revisão técnica


José Fernando Bittencourt Lômaco. 3. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.

HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da Personalidade. Tradução


Maria Adriana Veríssimo Veronese. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

PERVIN, L. A.; JOHN, O. P. Personalidade: teoria e pesquisa. Tradução de Ronaldo


Cataldo Costa. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

ROGERS, C. R. Tornar-se pessoa. Tradução Manuel José do Carmo Ferreira e


Alvamar Lamfarellj; Revisão Técnica Claudia Berlíner. 5. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1997.

VOLPI, J. H. Mecanismos de defesa. Artigo do curso de especialização em Psicologia


Corporal. Curitiba: Centro Reichiano, 2008.

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