I. DOS FATOS
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apegando-se à presunção de validade dos atos administrativos e à complexidade do cálculo,
visando assim manter por prazo indeterminado o injustificável aumento de 8,41% para os
consumidores residenciais e 9,90% (na média) para as indústrias no âmbito do Estado de
Pernambuco.
II. DO DIREITO
Inicialmente, há uma contradição (art. 1.022, inciso I, CPC), com a devida vênia, na
decisão embargada. A decisão agravada se baseou no “forte impacto sobre a sociedade
pernambucana” que o reajuste tarifário representaria. Por isso, determinou que o valor
pudesse ser elevado, porém limitado ao percentual da inflação de 2017, medida pelo índice
oficial apresentado pelo IBGE (IPCA).
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não a ANEEL, ou seja, quem está sustentando os prejuízos à sociedade sequer é a entidade
que realizou os cálculos.
Some-se este reajuste tarifário acima da inflação àquele já realizado em 2017, que
seguiu o mesmo parâmetro (dobro do percentual da inflação), e ao custo das bandeiras
tarifárias, e as consequências se mostrarão especialmente na cadeia produtiva. Não por
acaso estudos apontam que a tarifa de energia brasileira não é a mais cara do mundo, mas é
a que mais pesa no bolso do consumidor. A conta de luz consome 17% do salário mínimo
do brasileiro. 1
1 http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/conta-de-luz-consome-17-do-
salario-minimo-do-brasileiro-0xb9t8f7v27y7o45zminqdcaq
2 GRIFFITHS, Brians. Inflação: O Preço da Prosperidade. São Paulo: Novos Umbrais, 1981.
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A contradição a ser esclarecida, e novamente pede-se vênia, diz respeito então a
essa inversão de raciocínio em relação aos prejuízos à sociedade, única a arcar com o
aumento tarifária. Com a manutenção da decisão agravada, estar-se-ia garantindo um
aumento à CELPE baseado também em um índice oficial, com presunção de legitimidade
(o IPCA, medido pelo IBGE), e por isso não se pode alegar que a companhia estaria em
posição de suposta fragilidade.
Em segundo lugar, pode-se afirmar também que a decisão omite (art. 1.022, inciso
II, CPC) uma questão sobre a qual deveria ter se manifestado.
Não bastaria, por evidente, anexar relatórios técnicos em grande volume, em sede
de agravo, para justificar a urgência do pedido – será necessário examiná-los, avaliar os
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dados que são utilizados nos cálculos, etc., para saber se a ordem judicial foi realmente
cumprida.
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