CONFLITOS ÉTNICO-POLÍTICOS MUNDIAIS. conservando a sua língua, os seus usos e costumes.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Quando nos dispomos a pensar as transformações
sociais ocorridas há bem pouco tempo, somos forçados a encarar algumas conclusões assustadoras. A principio, imaginávamos que, com a queda do Muro de Berlim e o fim da bipolaridade, haveria um período de valorização dos preceitos democráticos e o início de uma era de paz no mundo. Mas isso não ocorreu. Uma das características do final do século XX é o excessivo número de conflitos internos aos Estados. O fim da Guerra Fria significou o início de conflitos isolados, motivados por rivalidades étnico-religiosas que haviam sido congeladas por regimes totalitários tanto na União Soviética quanto na Iugoslávia. Conflitos herdados da Guerra Fria, como a guerra civil em Angola, e a desigual distribuição das riquezas também resistem às portas do século XXI. A nova ordem mundial transformou-se numa grande incógnita quanto ao futuro de estabilidade e paz Na região basca destacam-se os seguintes partidos: mundial. PNV (Partido Nacionalista Basco), o Herri Batasuna (representante da ETA) e o Eukadino Ezkerra (partido de A QUESTÃO BASCA NA ESPANHA esquerda que não aceita a luta armada). Histórico A ditadura fascista do general Franco reprimiu com Os ancestrais bascos viviam na região desde 8000 grande violência todos os movimentos nacionalistas. No País a.C. Desde então, eles se mantêm como uma etnia à parte, Basco, o vasconço foi proibido assim como qualquer com pouca influência das ocupações romanas posteriores. manifestação política ou cultural dos bascos. O Estatuto de Anexadas pelo reino de Castela entre os séculos 13 e 15, as Autonomia que havia sido aprovado pelas Cortes em 1936 Províncias bascas passaram a integrar posteriormente a foi suprimido. A repressão sobre os bascos contribuiu de Espanha. O nome Euskadi foi criado no final do século 19, decisivamente para o radicalismo no interior da ETA e na com o surgimento do nacionalismo basco. A partir de 1979, a segunda metade dos anos 60 a organização passou a luta região adquire o estatuto de Comunidade Autônoma, com armada, tendo como alvo os membros do aparato de Parlamento próprio. A oposição mais radical ao governo de repressão. Porém a forte repressão franquista, que proibiu o Madri é feita pelo grupo terrorista ETA (Pátria basca e uso da Euskera e da bandeira basca, provocou a ação Liberdade), fundado em 1959. armada desencadeada a partir de 1966. Sua ação mais espetacular foi o atentado que matou o Primeiro Ministro, Nome: País Basco (Euskadi, em basco) Almirante Luiz Carrero Blanco, provável sucessor de Franco, Área: 7.620 km2 em 1973. Durante a ditadura certos assassinatos políticos População: 2,13 milhões tiveram grande apoio popular. Capital: Vitória Em 1978, o rei Juan Carlos promulgou a Constituição, Principais cidades: Bilbao e San Sebastián na qual se concedeu maior autonomia às províncias da Língua: Espanhol e basco (sem parentesco conhecido com Catalunha e da Andaluzia e ao próprio País Basco. A maior outras línguas européias) parte da população basca passou então a rechaçar a luta armada defendida pela ETA, pois estava satisfeita com a A nação basca apresenta uma característica liberdade étnica conquistada. Além disso, no final da década interessante: seu maior elo encontra-se em sua língua, a de 1990, influenciada pelo acordo de paz na Irlanda do Euskera, que não se identifica com nenhum ramo lingüístico Norte, começou a apoiar os partidos políticos desvinculados indo-europeu. da luta armada e a isolar cada vez mais a ala militarizada da Os bascos ocupam a região fronteiriça entre a França ETA, que, sem a sustentação popular, declarou oficialmente e a Espanha, formada o cessar-fogo em novembro de 1999. É importante salientar pelas províncias que, apesar disso e de não encontrar apoio para sua atuação espanholas de Biscaia, armada, a ala mais radical do movimento não assumiu Guipúscua, Alava e inteiramente o cessar-fogo, de modo que a possibilidade de Navarra e pelas províncias novos conflitos não está descartada, como os ocorridos no francesas de Labourd, final de 2000. Baixa Navarre e Soule. Em 2001 o IRA, cumprindo parte do acordo assinado Bandeira do País Basco anteriormente com o governo britânico, entregou parte do arsenal em troca da retirada parcial de tropas inglesas do Em 1959, surgiu a ETA — Euskadi Ta Askatasuna —, norte da ilha, assim como a formação de um governo de que significa “Pátria Basca e Liberdade”, movimento que coalisão (representantes de católicos e protestantes), fato buscava, a princípio, resgatar as tradições bascas, coincidente com o conflito do Afeganistão, a Doutrina Bush.
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conservador Partido Popular (PP, principal da oposição), respaldaram a moção nesse sentido apresentada pelo governante Partido Socialista. Em seu comunicado, o grupo terrorista lembra seu apoio a uma proposta de 2004 da esquerda independentista basca para dar uma saída à situação, que considera um "instrumento válido para alcançar um cenário democrático", e acrescenta que, "nesta linha, está tentando abrir um processo de negociação com os Governos.
ETA ANUNCIA FIM DE CESSAR-FOGO
France Presse (Modificado).
O grupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade)
anunciou o retorno à luta armada, em uma decisão qualificada de "equivocada" pelo governo espanhol. charge ironizando o atentado ocorrido na Espanha, após o O ETA anunciou o oficialmente o fim do cessar-fogo atentado de 11-09-2001. segundo os jornais internacionais, o permanente, que havia decretado no dia 22 de março de fato ocorreu devido o governo espanhol José Maria Aznar ter 2006, em comunicado enviado aos jornais separatistas enviado trapas espanholas ao Iraque , apoiando o Presidente bascos "Berria" e "Gara". No texto, o grupo diz que decidiu George W. Bush. "defender com as armas o povo, que é agredido com as armas". Observe o mapa onde ocorreram as explosões (atentados) No comunicado redigido em euskera (língua basca), o no território espanhol. ETA diz que irá "suspender o cessar-fogo por tempo indeterminado e atuar em todas as frentes em defesa da Euskal Herria". Segundo o grupo armado, "atualmente não há condições mínimas para seguir com o processo de negociação" promovido pelo governo socialista espanhol após o cessar- fogo do ETA, que em quase 40 anos de confrontos com o Estado, que mataram mais de 800. O anúncio representa o fim oficial da trégua, o que já havia acontecido na prática em 30 de dezembro de 2006, quando um atentado do ETA no aeroporto madrileno de Barajas matou duas pessoas. O chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que o ETA "voltou a se equivocar" tomando esta decisão. "A sociedade espanhola não vai ceder a nenhuma das ameaças ou aos desafios aos quais querem submeter", afirmou ele. "O governo usa e usará todos os meios para a defesa da convivência, da liberdade e da segurança de todos os cidadãos", acrescentou. "Teremos uma resposta baseada na defesa comum dos valores e instituições democráticas, na estrita aplicação do Estado de direito, na eficácia das Forças e corpos de segurança do Estado e na colaboração internacional", prosseguiu Zapatero, que fez do processo de paz no País Basco uma prioridade ao assumir o poder em abril de 2004. No comunicado, a organização armada acusa o governo Em Novembro de 2005, o grupo terrorista ETA pediu em um Zapatero de ter "respondido ao cessar-fogo com detenções, comunicado que "as organizações internacionais" adotem torturas e perseguições". "medidas que considerem adequadas" para obter uma "saída negociada" para o chamado "conflito basco". A ETA, no entanto, não anuncia uma trégua, e o Governo Fracasso espanhol reiterou que o único comunicado que espera é o que anunciará o fim definitivo da violência. Esta é a terceira vez que o ETA frustra as esperanças do A organização terrorista destaca que "a comunidade fim da violência depois de duas tentativas anteriores, em internacional não pode se abstrair" e apela "ao conjunto das 1989 e 1998, depois da qual o grupo retomou as ações organizações internacionais e, especialmente, àquelas que terroristas no início de 2000. ostentam responsabilidades de Governo, para que adotem Fontes policiais haviam alertado nos últimos dias o as medidas que considerem adequadas em prol de se governo sobre iminência de um atentado do ETA. encontrar uma saída negociada para este conflito", citando "A decisão do ETA vai radicalmente na direção contrária expressamente as instituições européias. ao caminho que deseja a sociedade basca e a espanhola, o O Congresso dos Deputados (câmara baixa do caminho da paz. Um caminho que só tem um final, o do Parlamento espanhol) autorizou o Governo de José Luis abandono definitivo das armas, um caminho que só pode ser Rodríguez Zapatero a abrir uma via de diálogo com a ETA, iniciado e percorrido com a renúncia completa à violência", se esta renunciasse às armas. concluiu Zapatero. Todos os grupos da Câmara, com exceção do Fonte: Folha Online/ Junho de 2007.