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TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0076/2018-SGCE

Porto Velho, 14 de março de 2018

À Senhora
lACIRA TEREZINHA RODRIGUES AZAMOR
Presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia.
NESTA

I Assunto; Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de
actimulação ilicita de cargos por servidores municipais.
Medidas a serem adotadas.

Senhora Presidente,

1. Com os nossos cumprimentos, levamos ao


conhecimento de Vossa Senhoria que o Tribunal de Contas do Estado
de Rondônia está realizando auditoria operacional em conjunto com
o Tribunal de Contas da União^, na área de pessoal, que tramita
nos autos do processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria ora mencionada se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acvimulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
rp lirg se^intes empregados :
Data 03 i ./S NOME DO SERVIDOR CPF

Horas. 1. Ismárcia Teles Ocimar 420.005.482-53

2. Rogério Gomes da Silva 483.645.922-20


J

i JLO - CAtRDí 3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


TFanscTrtos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

' Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
- TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto Rui
Barbosa - IRB.
^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf;
^ Idem.

Documanto de 6 pág(s) assinado sletronlcamant® por Edson E.S, Sena e/ou oulros em 14/03Í2018,
Autenticação: EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endsreço: http;/AwíiW.tce.ro.gov,biAral!dardoc,
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Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso^


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito
ã boa prestação do serviço público e, por outro
lado, se tenha precatado, também, a observância da
saúde fisica e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá ã Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais
responsabilidades dos servidores, bem como
informar as situações a este Tribunal para que
apure possiveis responsabilizações dos servidores,
o que pode redundar em eventuais aplicações de
multas previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de 07 a


08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia veiculada
no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Documento de 6 pág{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. Pag. 14866
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S®., por dever de oficio, que


a obstrução ao livre exercicio das fiscalizações, bem como a
sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar a
aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções previstas em
lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário Geral de Controle Externo em exercicio

Documento de 6 pág{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03Í2018.
Autenticação; EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endereço; htlp:/ANWw,tca,ro.gov.br/validaríiOG.
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Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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. ^
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I4( ^

ANEXO 1 REIiATÒS DOS INDÍCIOS DE IRREGULi^Da^


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

1. iSMARCIA TELES OCIMAR (item 4.63 do Relatório Preliminar


da Auditoria Operacional)

ISMARCIA TELES OCIMAR CPF r"4207005 . 482-


53
VINCULO 1 PREFEITURA DE PORTO VELHO MATRICULA 1172101

CARGO PRÕÍÍSSOÍR - DT ÃDM: ÕÍ7Õ'37Í'999 ch/semãnãl 40


VINCULO 2 COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DO MATRICULA 27605
ESTADO DE RONDÔNIA - CAERD
CARGO TÉCNICO DE SUPORTE, GESTÃO E CH/SEMANAL 44
NEGÓCIOS - DT ADM: 25/08/1997

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP e da RAIS, bem como a tabela de dados


encaminhada pela CAERD comprovam a existência de vínculos da titular com
as duas unidades acima arroladas^.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 84h/semana: um cargo de
professora (40h/semana) mais um cargo de técnico de suporte, gestão e
negócios (44h/semana), totalizando uma jornada de 84 h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou cientifico), porém, a
carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005, item
"c", que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos
ocupados.

Assim, necessária averiguação, por parte dos empregadores, da


possivel sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

Diligenciada a CAERD® esta compareceu aos autos informando que a


titular era ocupante do cargo de Técnico de Suporte, Gestão e Negócios
(Nivel Médio) e que até então aquela Companhia desconhecia as informações
sobre acumulação ilicita de cargos, mas que a servidora havia sido
notificada para prestar esclarecimentos"'.

Diligenciada a Prefeitura Municipal de Porto Velho^, esta, em


resposta^, limitou-se informar que a servidora era professora do segmento
noturno, trabalhando das 17h às 23h.

= ID=532150.
« Ofícios n°s 062 e 132/2017/SGCE, ID-s 405998 e 495895.
Documento eletrônico n. 2917/2017, ID=410080
' Ofícios n°s 114, 179 e 240/2017/SGCE - ID=49«320.
' Documentos n° 8199/2017 (ID=462136) e 8873/2017 (10=467315)

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S, Sôna e/ou outros em 1<í/03/S01S.
Autenticação: EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endereço: htlp:/Awww.tee,ro,gov,brAíalldar(ioc,
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Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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1.2. Achados

Comprovada a acumulação lícita de cargos, porém com carga


horária excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não prestados,
haja vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às
disposições do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item "c" do
Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a",
"b" e "c" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão
n° 165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

2. Rogério Gomes da Silva (item 4.116 Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

NOME ROGÉRIO GOMES DA SILVA CPF 483.645.922-


20
VINCULO 1 VÍNCULO COMPANHIA DE AGUAS E MATRÍCULA 93026835
ESGOTOS DO ESTADO DE
RONDÔNIA - CAERD
CARGO ANALISTA DE GESTÃO E CH/SEMANAL 40
NEGÓCIOS - DT ADM:
08/08/2014
VÍNCULO 2 VINCULO SECRETARIA DE ESTADO DE MATRICULA 300117894
JUSTIÇA - SEJUS
CARGO AGENTE PENÍTÊNCÍSIÍÕIO - CH/SEMANAL 40
DT. ADM. 11/04/2012

2.1. Relato:

Os extratos do da RAIS e do Sistema Governa comprovam a


existência de vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas^i.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, 2 (dois) vínculos com o serviço público, 1 (um) com a SEJUS, com
cargo de agente penitenciário e 1 (um) com a CAERD, com cargo de analista
de negócios, perfazendo uma carga horária de 8 0 h/semana.

A acumulação em tela é permitida no Estado de Rondônia graças à


aprovação da recente Emenda Constitucional n. 121/2017, que, alterando o
§14, do art. 20 da Constituição Estadual, passou a prever:

Art. 20. Os servidores da administração pública direta, das


autarquias e das fundações públicas terão regime jurídico único
e planos de carreira estabelecidos em lei.

(...) § 14. Aplica-se aos Agentes Penitenciários e


Socioeducadores a vedação constante do art. 37 da Constituição
Federal, exceto quando além da compatibilidade de horários a
acumulação com o cargo de Agente Penitenoiário e Socioeducador
for de um professor, um técnico ou cientifico ou um cargo
privativo de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas. (NR dada pela EC n° 121, de 05/04/2017 - DO-e-
AL.E. n° 55, de 06/04/2017)

"Ato de admissão apreciado no processo n. 3409/2012. Julgado legal. Acórdão AC2-TC 01273/16.
" ID=533899.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S, Sena e/ou outros em 14/03/2018,
Autenticação: EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endereço: ht^:/í«víw.teô,ra,g0v,bi/walidãrd0c.
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Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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A inovação introduzida, em confronto direto com as hipóteses de


acumulação previstas no art. 37, XVI, "a" a "c" da Constituição Federal,
foi no sentido de dar tratamento isonômico aos agentes penitenciários e
socioeducadores, que passaram a gozar dos mesmos privilégios concedidos às
carreiras de profissionais da saúde e de professores, no que concerne à
acumulação de cargos públicos.

Nesses termos, a acumulação de um cargo de sóocioeducador com


um cargo de professor passou a ter guarida no dispositivo citado,
adquirindo o primeiro, portanto, o status de cargo técnico ou cientifico,
nos termos do art. 37, XVI, "b", da Constituição Federal.

Não obstante, há dúvidas sobre a possibilidade de se exercer


ambos os cargos sem sobreposição de jornada, uma vez que o cargo mantido na
CAERD é de 40h/semana e o cargo de agente" penitenciário, mesmo que este
último possa ser exercido em regime de plantão, também é de 40h/semana.

A situação, portanto, alberga hipótese de não cumprimento


integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

Diligenciada a CAERD^^ esta assim informou^^:

Funcionário efetivo da Companhia, ocupando o cargo de Analista


de Gestão e Negócios (Nivel Superior - 40 horas). Considerando
que até a presente data, esta Companhia desconhecia as
informações ofertadas por esta Corte de Contas, foram tomada
medidas por esta Companhia, visando elucidar os fatos. Foi
expedida notificação para o servidor apresentar Declaração, se
possui vínculo funcional com outros Órgãos ou Esferas
Governamentais.

Não obstante, a CAERD não foi conclusiva sobre a efetiva ou não


contraprestaçâo dos serviços integrais, nem, tampouco, informou o resultado
da notificação ao servidor que teria sido emitida.

A SEJUS, sobre o assunto, limitou-se a informar que o vinculo


com a unidade estava regular e que o servidor encontrava-se amparado pela
Emenda Constitucional n. 121/20171^.

2.2. Achados

Comprovadas possíveis irregularidades, em face da acumulação de


cargos públicos com carga horário excessiva, agravadas pela possivel
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestaçâo
integral dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa não
liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
- 2® Câmara.

Ofícios n°s 062 e 132/2017/SGCE, ID's 405998 e 495895.


Documento eletrônico n. 2917/2017, ID=410080
" Ofício n°s 137/2017/SGCE e 389/2Q17/SGCE-GP, ID=497001. Documento eletrônico n. 7228/2017,
ID=451896.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: EEJD-BBEB-CAIB-GUKT no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14870
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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TRIBUNAL DE CONTASDO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0077/2018-SGCE

Porto Velho, 14 de março de 2018

À Sua Excelência, o Senhor


SÉRGIO ROBERTO BOUEZ DA SILVA
Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Guajará
Mirim.
Av. XV de Novembro, 1385 - Centro
76.850-000 - GUAJARÁ-MIRIM RO

Assunto: Processo Eletrônico . n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área dê Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilicita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Presidente,

1. Com os nossos cumprimentos, levo ao conhecimento


de Vossa Excelência que o Tribunal de Contas do Estado de
Rondônia está realizando auditoria operacional em conjunto com
o Tribunal de Contas da União^, na área de pessoal, que tramita
nos autos do processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indicios de
possiveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelo(s) seguinte(s) servidor(es :

NOME DO SERVIDOR CPF

r-; MILCÍADES NOBRE DO NASCIMENTO 078.977.662-68

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na

' Mediante|adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da


União - TCO, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto
Rui Barbosa - IRB.
' Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço;
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondânia CEP; 76801-327
Fone:(0xx69) 3211-9100

cgi/fijs-aop-apurações

Documento de 5 pág{s) assinado sistronicamant® por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14Í03Í2018,
Autenticação: BDAC-BBEB-CAIB-BHTW no endareço: hUp://ww«.tes,ro.sov.brAjalidartoo,
Pag. 14871
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14872
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vinculos trabalhistas que são de sua alçada;

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o periodo de


descanso^ do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde fisica e mental do
servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

^ Idem.
Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).
Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Poito Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce<g)tce.ro.Bov.br / www.tec m.Bnv.hr

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 5 pág(s) assinado slatronicamame por Edson E.S. Sena ®íou outros am 14/03/2018.
Autanticaçâo: BDAC-BBEB-CAIB-BHTW no endei^ço: htip:ífwww,tee,ro.gov,br/validaFdoc,
Pag. 14872
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14873
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários - em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais -aplicações de multas
previstas no art. 55, da 'LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


oficio, que a obstrução ao livre exercido das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos á disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do
telefone (69) 3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercido

Av. Presidente Dutra, n°4229, Bairro Olaria, Poito Velho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone; (0xx69) 3211-9100 iiiiee<S)tce.ro.Bov.hr/ wvvw.tce.ro.gov.hr

egi/fds-aop-apuraçòes

Documento de 5 pág{s) assinado ôistronioamants por Edson E.S, Ssna s/ou outros 6m 14/03/2018,
Autenticação: BDAC-BSEB-CAIB-BHTW no endereço: http://www,tca,ro.Qov,brA)alidardoo,
Pag. 14873
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14874
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ANEXO 1 RELATOS DOS IimfcíOS ÔE ÍRREGULARÍMdES ÃPTOADÒS NÕ


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os dociamentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

MILClJffiES NCBRE DO':NASCÍlffi;NTO' (item 4:_ -[05 -^0 Relatóricí


Preliminar da Auditoria Operacional)• _
MILCÍMDES NOBRE DO NASCIMENTO CPF 078.977.662-68
VÍNCULO 1 i GAMARA DE GDAJARA MIRIM MATRÍCULA 25
CARGO AGENTE LEGISLATIVO - DT ADM: CH/SEMANAL 44
28/09/1977
VINCULO 2 sicRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÂO - MATRICULA 300023757
SEDUC/RO
CARGO PROFESSOR CLASSE C - DT ADM: CH/SEMANAL 40
10/04/1997

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, e do Sistema Governa


comprovam a existência de vinculos do titular com as duas unidades acima
arroladas s.

A coleta de provas revelou que o titular recebeu, no ano de


2016, remunerações concomitantes por dois cargos inacumuláveis (cargo
administrativo mais cargo de professor), na forma do art. 37, XVI, "a" a
"c" da Constituição Federal.

Além disso, imprescindível a averiguação sobre possivel


sobreposição de jornadas, nos periodos anteriores ao da exoneração, uma
vez que a jornada semanal total de ambos os cargos soma 80h, gerando
sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente ambas as
cargas horárias.

Diligenciada a SEDUC®, esta, em reposta"', informou que "A


servidora se encontra lotada na EEEFM Alkindar Brasil de Arouca, docente
com 40 horas, no município de Guajará Mirim".

Oficiada», a Câmara Municipal de Guajará-Mirim, assim se


reportou: "a constatação da regularidade procede, o servidor ao tomar
conhecimento do Ofício n. 0030/2017-SCGE, arguida a
inconstitucionalidade, solicitou demissão do cargo da SEDUC; segue
requerimento em anexo. Obs.: Servidor com cargo horária de 30 (trinta)
horas semanais"^.

' ID=533516
® Ofício n. 073/2017/SGCE - ID=493626.
' Documento ID=493626.
® Ofício 030/2017/SGCE, ID=432183.
' Documentos ID=432183

Av. PresidenteDutra, n°4229, Bairro OlarÍQ, Porto Velho - RondôniaCEP; 76801-327


Fone; (0xx69) 3211-9100 .SRcetgltee.ro.Bov.hr / \vww.tee.ro.Bov.hr

egi/fds-aop-apuiaçõcs

Documantode 5 pág(s) assinado eieíronicamantepor Edson E.S. Sena «ou oulros em 'Híos/aois.
Autenticação; BDAC-BBEB-CAiS-BHTW no endsi-eço: Mlp:;/www.te9.ro,gov,brí¥aliíJardo<í. Pag. 14874
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14875
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

De fato, houve afastamento do cargo na SEDUC, a partir de


março/2 017 conforme extrato do Sistema Governa.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à
priori, implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, XVI, "a" a "c", da Constituição Federal c/c as
letras "a" e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo
Acórdão n° 165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do
Acórdão n° 246/2015 - 2^ Câmara c/c o os arts. 62 e 63 da Lei Federal n.
4320/1964.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de março/2017, com o afastamento do cargo na
SEDUC. Persiste, porém, a necessidade de apuração da efetiva
contraprestação integral dos serviços, no periodo anterior ao da
exoneração.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 8geefttee.ro.Bov.br/www.tee.ro.Bov.hr

cgVMs-aop-apuratõcs

Dooumanto de 5 pág(E) assinado sietranioaments por Edson E.S. Sena e/ou outros atn 14Í03/2018.
Autenticação; BDAC-BBEB-CAIB-BHTW no endereço: h8p:/#waw.tee.ro,gov.brA>alidardoo,
Pag. 14875
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14876
TCE-RO

Pag. 14876
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
AVISO DE
F Correios SIGEP RECEBIMENTO
CONTRATO 9912341233 Pag. 14877
TCE-RO
DESTINATÁRIO: ^ARMBO
TENTATIVAS DE ENTREGA:
I
SÉRGIO ROBERTO BOUEZ DA SILVA
cr Av. XV DE NOVEMBRO, 1385 1° / /
03
CENTRO
2° l_ I
O 76850000 Guajará-Mirim-RO
O 3° /
AR039647515BI

MOTIVO DE DEVOLUÇÃO:
REMETENTE: TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDONIA
1 Mudou-se 5 Recusado
ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO DO OBJETO:
2 Endereço Insuficiente 6 Não Procurado RUBRICA E MATRICULA DO CARTEIRO
Avenida Pre; idente Dutra, 4229
Olaria 3 Não Existe o Número 7 Ausente
76801326 Iforto Veiho-RO 4 Desconhecido 8 Falecido
3
CT
ro OBSERVAÇÃO ül-'.ôô7VaíMé-SâSÊ ® Outros
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o ASSINATURA DO RE
DATA DE ENTREGA
ü

NOME legível 00
N»OOC. DE IDENTIDADE

6 m'^0 3J
Pag. 14877
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14878
TCE-RO

Pag. 14878
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Pag. 14879
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Secretaria Geral de Controle Externo - SGCE

OFÍCIO N. 0079/2018-SGCE
Porto Velho, 14 de março de 2018

Ao Senhor
JOSÉ DE ALBUQUERQUE CAVALCANTE
Diretor Geral do Departamento Estadual de Trânsito.
NESTA

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de
acumulação ilicita de cargos por servidores municipais.
Medidas a serem adotadas.

Senhor Diretor Geral,


i
cá;
1. Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que ctí
Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizandoT
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas dájí
União^, na área de pessoal, que tramita nos autos do processoS
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase dei.


instrução complementar que visa a apurar indicios de possiveis'-
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelo(s)
seguinte(s) servidor(es):

i
NOME DO SERVIDOR CPF

1. ARLY DIAS CABRAL 622.128.692-15

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Juriadicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vinculos trabalhistas que são de sua alçada:

^ Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União - TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON
e Instituto Rui Barbosa - IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce,ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf;
^ Idem.

Documanto de 5 pág(s) assinado eletronicamante por Edson E.S. Sena e/ou outros stn 14/03/2018,
Autenticação; HBCC-BBEB-CAIB-XXSDno endereço: http;//wwv.tce.ro.gov,brtel\dardoc.
Pag. 14879
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14880
TCE-RO

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Secretaria Geral de Controle Externo - SGCE

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso^


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito
à boa prestação do serviço público e, por outro
lado, se tenha precatado, também, a observância da
saúde fisica e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais
responsabilidades dos servidores, bem como
informar as situações a este Tribunal para que

^ Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um


descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (noticia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015) .

Documento de 5 pág{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: HBCC-BBEB-CAIB-XXSD no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14880
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14881
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apure possíveis responsabilizações dos servidores,


o que pode redundar em eventuais aplicações de
multas previstas no art. 55, da LC n° 154/95.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S^., por dever de ofício, que


a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem como a
sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar a
aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas em
lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SJ^TO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercício
Matrícula 231

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: HBCC-BBEB-CAIB-XXSD no endereço: littp://www.tce.ro,gov.br/validardoc.
Pag. 14881
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14882
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ANEXO 1 REIATOS DOS IKroíciÒS DE IRREGÜIJ^ibMÍES ^ NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

1. ÁRLY DIAS CABIÃL (xtsm 4.17 do Relatório Preiaminar da


Auditoria Operacional)

ÃRLY DIAS CABRAL CPF 622.128.692-15


VINCULO 1 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO - MATRICULA 300085398
DETRAN/RO
CARGO ãxíxíliar em fisg^ízaçm de trSisítõ^ CH/SEMANAL 40
- DT ADM; 16/02/2009
VÍNCULO 2 p r e f e i t u r a DE BURITIS MATRÍCULA 3253
CARGO VÍGÍiÍlNTÊ - DT ÃDM; ÍÍ"/ÕÍ/2ÕÍÍ CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos da RAIS, do Sistema Governa, do SIGAP e do Portal


de Transparência da Prefeitura de Buritis confirmam a existência de
vínculos com as duas unidades acima mencionadas®.

Oficiados os empregadores'', estes, em síntese, confirmaram a


situação irregular, caracterizada pelo exercido de dois cargos públicos
remunerados, concomitantemente, sem que estes se enquadrassem nas hipóteses
previstas nos no art. 37, XVI, "a" a "c" da Constituição Federal.

Ambos encaminharam cópia do Decreto Municipal n.


7112/GAP/PM/2017, de 10/02/2017, que trata da exoneração, a pedido, do
servidor do cargo de vigilante, jornada de 40h/semana, no município de
Buritis®.

Coletamos o contracheque do servidor e informações adicionais


no Portal de Transparência do municipal, comprovando que este realmente
deixou de receber remunerações pela Prefeitura a partir de fevereiro/2017.

É de se destacar, no entanto, que Arly Dias Cabral foi admitido


no DETRAN/RO em 16/02/2009 e na Prefeitura de Buritis em 11/01/2011 e, ao
que consta, desde então - janeiro de 2011 -, até a exoneração -
fevereiro/2017 -, recebeu cumulativamente a remuneração de ambos os cargos.

Ainda, pois, que a situação, nos aspectos legais e formais,


tenha sido regularizada com a exoneração do titular em um dos cargos,
necessário que seja feita avaliação, pelos empregadores, sobre a efetiva
contraprestação de serviços, pois caso não tenha prestado a carga de
80h/semana (40h no DETRAN, 40h em Buritis), sujeita-se à devolução, no todo
ou em parte, das verbas recebidas indevidamente.

^Atode admissão apreciado noprocesso 01638/2009.


ID=530966.
' Departamento Estadual de Trânsito - Oficio n. 065/2017/SGCE, ID=416627; Prefeitura de Buritis - Ofícion. 082/2017/SGCE
ID=432193.
" Vide documentos eletrônicos n''s 1990/2017 (ID=407989) e 3093/2017 (ID=4162I7).

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação; HBCC-BBEB-CAIB-XXSD no endereço: littp://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14882
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14883
TCE-RO

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Secretaria Geral de Controle Externo - SGCE

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de dois cargos públicos de natureza
incompatíveis com as hipóteses previstas na Constituição Federal. A
situação, porém, é agravada pela possível realização de pagamentos
integrais de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à
priori, implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c o item Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015 - 2^
Câmara.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de fevereiro/2017, com a exoneração do titular do
cargo em comissão. Persiste, porém, a necessidade de apuração da efetiva
contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: HBCC-BBEB-CAIB-XXSD no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14883
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14884
TCE-RO

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

gepâífeíüsráo de Este de Rcsisp:-


ifitelfliíwa eServiços Puticos/ DER-í-,
PROTOCOLO GERAL
RaoeSic-m
OFÍCIO N. 0080/2018-SGCE AâS.

Porto Velho, 14 de março de 2018

Ao Senhor
JOSAFÁ MARE^IROS
I Diretor Geral do Departamento de Estradas, Rodagens,
Infraestrutura e Serviços Públicos.
NESTA

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Diretor,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União^, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indicios de
possiveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelo(s) seguinte(s) servidor(es):

NOME DO SERVIDOR CPF

1. HELI RODRIGUES DO NASCIMENTO 398.765.436-87

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC

' Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da
União - TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto
Rui Barbosa - IRB.
^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https : //pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Baiiro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone:(0xx69) 3211-9100

cgi/ltls-aop-apuroçõcs

Documento de S pág(s) assinado eletronicamsnte por Edson E.S. Sens e/ou outros etn 14j03/2018.
Autenticação; DBEC-BBEB-CAIB-EKHE no endereço: hMfi://www.lc9,ro.gov,brA)alidaKÍoc,
Pag. 14884
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14885
TCE-RO

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração periodo de


descanso^ do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde fisica e mental do
servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
< Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondãnia CEP; 76801-327
Fone: (Oxx69) 3211-9100 sueetgttce.ro.Bov.br/ www.lee.ro.gov.hr

cgi/fils-aop-apuraçõcs

Documanto de 5 pág(s) assinado eistronicamante por Edson E.S, Sena e.fououtros em 14/03/2018,
Autenticação: DBEC-BBEB-CAI8-EKHS no endereço: ht(p://www,t08.ro.gov.bníva!idardoc. Pag. 14885
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14886
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários - em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possiveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S®., por dever de oficio,


que a obstrução ao livre exercido das fiscalizações, bem como
a sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar
a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções previstas em
lei.

6. Ao tempo em que colocamos á disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone
(69) 3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercício
Matricula 231

Av, Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone; (0xx69) 3211-9100 sw:e@te<!.ro.Bov.br / www-tce.ro.gov.br

cgi/f<ls-aop-apuni;õcs

Documento de 5 pág{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação; DBEC-BBEB-CAIB-EKHE no endaraço: htlp://wwiM.lce.ro.gov,bnívalidardoc.
Pag. 14886
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


L PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. HELI RODRIGUES DÕ nascimento (item 4.57 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

HELI RODRIGUES DO NASCIMENTO rcpF 398.765.436-


87
VINCULO 1 DEPARTAMENTO DE ESTRADAS, MATRICULA 300007240
RODAGENS, INFRAESTRUTURA E
SERVIÇOS PÚBLICOS - DER
CARGO \ AUXILIAR ADMINISTRATIVO - DT ADM: 1 CH/SEMANAL 40
17/10/1983
VINCULO 2 PREFEITURA DE ARIQUEMES MATRÍCULA 330491
CARGO PROFESSOR® - DT ADM. 01/04/2002 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa e do


Portal de Transparência da Prefeitura de Ariquemes comprovam a
existência de vinculos do titular com as duas unidades acima arroladas

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no


exercicio de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana:
um cargo de auxiliar administrativo (4 0h/semana) mais um cargo de
professor (40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo administrativo


com outro de professor não é prevista no art. 37, XVI, "a" a "c" da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir
integralmente ambas as cargas horárias.

Diligenciado, o DER anuiu com a irregularidade e informou que


encaminharia a questão para parecer jurídico e demais providências''-.

Também o Município de Ariquemes, após diligenciado, confirmou


a situação irregular e disse que notificaria o servidor para apresentação
de justificativas®.

®Ato de admissão apreciado no Processo n. 3508/2003, Julgado legal, Dec. 27/2009 - 2°


Câmara.
® ID=532143.
' Oficio n. 066/2017/SGCE e resposta, ID=432184,

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100

cgi/ftls-aop-apuraçocs

Dooumanto de 5 pág{8)assinado eietronicamente por Edson E.S, Ssna e/ou outros em 14Í03Í2018.
Autenticação; DBEC-BBEB-CAIB-EKHE no enílersço: hltp://www.tce.ro,gov,brAíalidardoc,
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1.2. Achados

Comprovadas robustas , evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possivel realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à
priori, implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras
"a" e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão
n" 165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2® Câmara.

® Oficio n. 080/2017/SGCE e resposta, ID=432191.

Av. Presidente Dutra, n" 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone; (Oxx69)3211-9100 sgce@tee.ro.Bov.br! www.toe.ro.Bov.br

egiífas-aop-apurações

Documsnto de 5 pág(s) assinado sletronicamsnte por Edson E.S. Sâna e/ou outR3setn 14/03^018,
Autenticação: DBEC-BBEB-CAIB-EKHEno endereço: http;/íwww,tce.ro.gov,brA»alidãnioo,
Pag. 14888
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recebemos
vSlâziC
NATURA
OFÍCIO N. 0081/2018-S6CE
Porto Velho, 14 de março de 2018

Ao Senhor
SID ORLEANS CRUZ
Presidente da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado de
Rondônia - FHEMERON
PORTO VELHO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de
acumulação ilicita de cargos por servidores municipais.
Medidas a serem adotadas.

Senhor Presidente,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União^, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF

1. Arita Vieira Bezerra Rodrigues 913.134.904-82

2. Helder Silva Florêncio 220.279.712-20

3. Maria Alice Nicácio 299.049.002-72

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurlsdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
máis especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

' Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
- TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto Rui
Barbosa - IRB.
^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf;
^ Idem.

Documanío de 7 pág(s) assinado slstronlcamante por Edson E.S, Sena e/ou outros etn 14Í03/2018.
Autsnticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: hHp:/i'www,tes.ro,gov.bt/validardoc,
Pag. 14889
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3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso^


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito
à boa prestação do serviço público e, por outro
lado, se tenha precatado, também, a observância da
saúde fisica e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais
responsabilidades dos servidores, bem como
informar as situações a este Tribunal para que
apure possíveis responsabilizações dos servidores,

" Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de 07 a
08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia veiculada
no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14890
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14891
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o que pode redundar em eventuais aplicações de


multas previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S^., por dever de oficio, que


a obstrução ao livre exercido das fiscalizações, bem como a
sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar a
aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções previstas em
lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercido
Matricula 231

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/valldardoc.
Pag. 14891
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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• * it-Jü!

I ANEXO i : REIATÓS DOS INTOÍcios DÉ II®EGUIARÍDÍi^ES


PROCESSO N.0325/2017/TCE-RO ]
Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem
ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

^ITA VIEIRA bezerra'iODRIGUES (itãí 4 dto


Preliminar da Auditoria Operacional)

ARITA VIEIRA BEZERRA RODRIGUES CPF 913.134.904-82


VINCULO 1 FONDAÇAO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA MATRICULA 300055767
DO ESTADO DE RONDÔNIA - FHEMERON
CARGO ASSISTENTE SOCIAL - DT ADM: 08/09/2004 CH/SEMANAL 40

VINCULO 2 INSTITUTO NÃciÕNÃL DE ASSÍSTENcià MATRICULA 1708408


SOCIAL
CARGO ANALISTA DE SEGURO SOCIAL: DT ADM CH/SEMANAL 40
03/07/2009

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa comprovam a


existência de vinculos do titular com as duas unidades acima arroladas^.

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo possivelmente


técnico com outro de profissional de saúde® não é prevista no art. 37,
XVI, "a" a "c" da Constituição Federal, ainda que fossem jornadas
compatíveis. Porém, a jornada semanal total de ambos os cargos é de 80h,
gerando sérias dúvidas se a servidora conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Oficiada a FHEMERON'', esta informou que a servidora fora


aposentada por invalidez e anexou o Ato Concessório de Aposentadoria n°
555/IPERON/GOV-RO, de 17/11/2016 (DOE/RO, 2 6/12/2016)8.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c o item Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015 - 2^
Câmara.

^ ID=530953.
^ O assistente social é caracterizada como profissional da saúde, conforme Resolução
n. 383/99, do Conselho Federal de Serviço Social.
Oficio n. 103/2017/SGCE, ID=432185.
® Documentos 10=432185.

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Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. Pag. 14892
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Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade da


sobreposição de jornadas foi descontinuada a partir de dezeitibro/2016, com a
aposentadoria do cargo exercido no Estado de Rondônia. Persiste, no
entanto, a necessidade de apuração da efetiva contraprestação integral dos
serviços, no periodo anterior ao da aposentadoria.

2. HELDER SILVA FLORÊNCIO (item 4.55 do Relatório Preliminar)

helder SÍLÍi^ FLÕRENCÍO CPF 220.279.712-20

VÍNCULO 1 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATRICULA 100018450


RONDÔNIA - ALE/RO
CARGO ASsi ST. TÉCNICO LEGISLATÍTO - DT ADM: CH/SEMANAL 44

01/04/1990
VÍNCULO 2 FDÍÍdÃ^O dê HEMÂTOLÒgÍA il HEMOTERSiíà MATRICULA 300036202
DO ESTADO DE RONDÔNIA - FHEMERON
CARGO ÍÍÕMEd'ÍCÕ - DT ÃDM: Õl/ÔS/iÓÒl CH/SEMANAL 4Õ
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE PORTO VELHO (FUNDO DE MATRICULA 1227211
SAÚDE)
CARGO BÍOMEDÍCÕ - DT ADÍÍ: 01703/1999 CH/SEMANAL 30

2.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vinculos do titular com as três unidades acima arroladas®.

As provas coletadas demonstram que Helder Silva Florêncio


detinha, no exercício de 2016, 3 (três) vinculos com a Administração
Pública, situação que, por si só, já não encontra guarida na Constituição
Federal, uma vez que em seu art. 37, XVI, "a" a "c" está prevista a
possibilidade de acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Oficiados os empregadores^", estes assim se reportaram, em


sintese.

A FHEMERON informou que o servidor prestava sua carga horária


das 7 às 13h, diariamente^i.

A ALE/RO confirmou a acumulação ilicita e afirmou ter


encaminhado a questão para apuração na Corregedoria^^ _ Posteriormente, a
ALE/RO informou ter aberto sindicância administrativa para apurar a
situação^^.

A Prefeitura de Porto Velho limitou-se informar que o servidor


possui um único vinculo com o municipio^^.

Os dados coletados apontam para a irregularidade, pois não há


previsão constitucional para a acumulação de três cargos públicos
remunerados.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 114 h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

2.2. Achados

5 ID=532140.
" ALE/RO - Oficio n. 050/2017/SGCE, ID=432174; FHEMERON; Oficio n. 103/2017/SGCE, ID=432185;
Prefeitura de Porto Velho -Oficios n°s 114, 179 e 240/2017/SGCE - ID=494320.
Juntado no dossiê, ID=532140.
Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547.
Dociamento eletrônico n. 4396/2017, ID=428030.
" Documento n. 07163/2017, ID-s = 452011, 452012 e 452119.

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14893
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14894
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos e jornadas
incompatíveis. A situação é agravada pela possível realização de pagamentos
integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que
implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
-2® Câmara.

?V NIÇÁCÍO (item 4. 91 do Relatório Preli^tíar) !


MARIA ALICE NICÁCIO CPF 29904900272
VINCULO 1 FUNDAÇAO DE HEMATOLOGIA E MATRÍCULA 300034801
HEMOTERAPIA DO ESTADO DE RONDÔNIA
- FHEMERON
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - DT ADM: CH/SEMANAL 40
20/03/2001
VÍA7CC7Í,0 2 PREEEÍTLTRA DE OURO PRETO DO OESTE MATRÍCULÃ 5472Õ
CARGO SUPERVISOR ESCOLAR - DT ADM: CH/SEMANAL 40
08/05/2008

3.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa, bem como o


Portal de Transparência do Município de Ouro Preto comprovam a existência
de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas^^.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercido


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
supervisor escolar {40h/semana) mais um cargo de técnico em enfermagem
(40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou cientifico), porém, a
carga horária desborda das determinações do item "c" do Parecer Prévio n.
21/2005, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos
ocupados.

Necessária, portanto, averiguação, por parte dos empregadores,


da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

Oficiada a FHEMERON e^®, esta informou que a servidora estava


lotada na regional da FHEMERON em Ouro Preto do Oeste, desde de junho/2003,
trabalhando como plantonista das "07 as 19hs - 19 as 07hs"i''.

Oficiada a Prefeitura de Ouro Preto esta respondeu o seguintei®;

Quanto a essa possível acumulação de cargos, esse ente ficou


ciente do fato apenas agora com essa auditoria do TCE-RO, visto

" ID=533208.
" Oficio n. 103/2017/SGCE, ID=432185.
Inserido no dossiê, ID=533208.
Oficio n. 113/2017/SGCE e demais documentos reunidos sob o ID=504425.

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. Pag. 14894
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que o servidor informou que não havia acumulação de cargo,


conforme declaração em anexo. Vale ressaltar que trata de
profissional da área da saúde. Diante dos fatos, a partir de
30/03/2017, foi instaurado o processo administrativo 1085/2017
para averiguar se as horas semanais são parcialmente sob regime
de plantão, compatibilidade de horário entre os cargos.

Acrescente-se que tramita nesta Corte o processo n. 3012/2014


que aprecia a legalidade da admissão da servidora Prefeitura de Ouro Preto
do Oeste, no cargo de supervisor escolar, ainda não julgado.

De se destacar, ainda, que no processo n. 2342/2008, que


aprecia admissão de pessoal oriundo do Concurso Público n. 003/2006, o
Controle Interno da Prefeitura de Ouro Preto pronunciou-se pela ilegalidade
do ato de admissão, haja vista a acumulação ilicita de cargos praticada,
cfe. item III da Decisão n. 245/2014 - 1® Câmara.

3.2. Achados

Há indícios robustos de acumulação licita de cargos, porém com


carga horária excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não
prestados, haja vista a possivel sobreposição de jornadas com desrespeito
às disposições do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item "c" do
Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras
"a", "b" e "c" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo
Acórdão n° 165/2010 - Pleno) c/c o item Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S, Sena e/ou outros em 14/03/2018.
Autenticação: DBFC-BBEB-CAIB-LKDJ no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14895
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA ^


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE ^


OFÍCIO N. 0083/2018-SGCE

Porto Velho,.^l-é de março de 2018

Ao Senhor
ELISEU MÜLLER DE SIQUEIRA
Delegado Geral da Policia Civil do Estado de Rondônia
NESTA

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de
acumulação ilícita de cargos por servidores municipais.
Medidas a serem adotadas.

Senhor Delegado,

1. Levo ao conhecimento de Vossa Senhoria que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União^, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indicios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF

1. Elysson Danilo Moretto 259.534.668-70

2. Vicente de Paulo Batista


307.646.297-00
Rodrigues

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n®s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPÇN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vincules trabalhistas que são de sua alçada:

^ Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
- TCÜ, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto Rui
Barbosa - IRB..
^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
^ Idem.

Documento ds 6 pág{s) assinado elstronlcamante por Edson E.S. Sena e/ou outros em 1S/03/S018,
Autenticação: IFEE-ABFB-CAIB-GVKRno sndareço: ht)p://wv/w.tea,ro,gov.brfwalldare!oG,
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

p
3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o
objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso^


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito
à boa prestação do serviço público e, por outro
lado, se tenha precatado, também, a observância da
saúde fisica e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá ã Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais
responsabilidades dos servidores, bem como
informar as situações a este Tribunal para que
apure possiveis responsabilizações dos servidores,
o que pode redundar em eventuais aplicações de
multas previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

' Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de 07 a
08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia veiculada
no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: IFEE-ABFB-CAIB-GVKR no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
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4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S^., por dever de oficio, que


a obstrução ao livre exercicio das fiscalizações, bem como a
sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar a
aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas em
lei.

I 6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SJ^TO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercicio

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: IFEE-ABFB-CAIB-GVKRno endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
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ANEXO 1 RELATOS DOS INDÍCIOS DE IM^GUIJUIÍDÍÜDES APti^^


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os doctimentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

jl.ÈLYSSON DANILO MORETTÒ (item 4.38 do ÍReÍatório Preliminar


L;„ Operacional)

ELYSSON DANILO MORETTO CPF 259.534.668-70


VINCULO 1 PREFEITURA DE PORTO VELHO (FUNDO DE MATRÍCULA 2193541
SAÚDE)
CARGO ilOQUIMÍCÒ® - dt ADMISSÃO: 24/Õ8/2Ò"Õ5 CH/SEMÃNÃL 30
VÍNCULO 2 POLÍCIA CIVIL - PC/RO MATRÍCULA 300079066
CARGO PERÍTO CRIMINAL - DT ADM: 24/1072008 ~CH/SEMÃNÃL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e dos Portais de Transparência do


Estado de Rondônia e da Prefeitura de Porto Velho comprovam a existência de
vinculos do titular com as duas unidades acima arroladas. Agregamos ao
dossiê, cópia do documento n. 04737/2017, que é parte integrante do
processo eletrônico n. 1520/2017/TCE-RO, cujo escopo é a Representação
interposta pelo Ministério Público de Contas sobre a possível acumulação
ilícita de cargos, com sobreposição de jornadas, do servidor Elysson Danilo
Moretto®.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercido


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
perito criminal (40h/semana) mais um cargo de bioquímico (40h/semana).

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo técnico com outro


de profissional de saúde não é prevista no art. 37, XVI, "a" a "c" da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciada a Prefeitura Municipal de Porto Velho', esta


limitou-se informar que o servidor possuia vinculo com o município®.

Chamada aos autos, reiteradamente^, a Policia Civil não se


dignou responder as diligências realizadas por esta Corte.

5 Admissão apreciada no processo n. 00716/2008, Decisão n. 184/2011.


s ID=531680.
Oficios n°s 114, 179 e 240/2017/SGCE - ID=494320.
® Documento n. 07163/2017, ID's = 452011, 452012 e 452119.
9 Oficios n°s 225 e 272/2017/SGCE, ID=498617.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: IFEE-ABFB-CAIB-GVKR no endereço: tittp://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
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Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
- 2® Câmara.

2. VICENTE DE PAULO BATISTA RODRIGUES (item 4.128 do Relatório


Preliminar)

VICENTE DE PAULO BATISTA RODRIGUES CPF 307.646.297-00

VINCULO 1 PREFEITURA DE NOVA MRMORE (FUNDO DE MATRICULA 1279


SAÚDE)
CARGO DIRETOR DA DIV II DA DIREÇÃO CH/SEMANAL 40
CLINICA - DT ADM: 09/08/2006
VÍNCULO 2 SESDEC - POLÍCIA CIVIL/RO MATRÍCULA 300021523
CARGO MEDICO LEGISTA - DT ADM: 13/09/1993 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - MATRICULA 300021522
SESAU

CARGO \ MEDICO 20H - T ADM: 03/11/1983 CH/SEMANAL 20

2.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vinculos do titular, no exercido de 2016, com as três
unidades acima arroladas^".

Foi apurado que o servidor recebeu recursos de três fontes


diferentes. No que cabe a esta Corte, foram oficiados a Prefeitura
Municipal de Nova Mamoré^^, a Secretaria de Estado da Saúde^^, além da
Delegacia Geral de Policia Civili^.

A SESAU esclareceu através do Oficio n° 5222/GAB/CRH/SESAU, de


13 de julho de 2017, que o servidor não encaminhou justificativas
solicitadas por esta Corte, logo, foi aberto o processo administrativo por
meio do Oficio n° 5227/GAB/CRH/SESAU, em função do descumprimento do
solicitado pelo Tribunal de Contas do Estado, visando apurar, ainda,
possível omissão de informações^''.

A Prefeitura Municipal de Nova Mamoré posicionou-se acerca da


situação do servidor como "item 4 - Irregularidade NÃO procede, pois a
situação do servidor está amparada por outras normas e/ou decisões" e fez
citação ao artigo 37, inciso, XVI, da Constituição da República,

ID=534194.
" Ofícios n°s. 037 e 110/2017/SGCE, ID=493740.
Oficio n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Oficio n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525
" Oficio 225/2017/SGCE, reiterado pelo Oficio n. 272/2017/SGCE, ID=498617.
Documento eletrônico n. 9088/2017, ID=470525.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação; IFEE-ABFB-CAIB-GVKR no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14908
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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acrescentando cópia do Termo de posse do servidor como médico cirurgião -


40 horas^s.

Chamada aos autos, reiteradamente^®, a Policia Civil não se


dignou responder as diligências realizadas por esta Corte.

As provas coletadas demonstram que o titular detinha, no


exercido de 2016, 3 (três) vínculos com a Administração Pública, situação
que, por si só, já não encontra guarida na Constituição Federal, uma vez
que em seu art. 37, XVI, "a" a "c" está prevista a possibilidade de
acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma lOOh,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

4.128.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
-2® Câmara.

" Documento eletrônico n. 6682/2017, ID=447725.


Ofícios n°s 225 e 272/2017/SGCE, ID=498617.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: IFEE-ABFB-CAIB-GVKR no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14909
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14910
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.POLICIAMILITAR DE RONDÔNIA
i receado

OFÍCIO N. 0084/2018-SGCE
^ ás
PROTOCOLO H"30G
Porto Vçlho, 15 de março de 2018

Ao Senhor
Coronel PM ÊNEDY DIAS DE ARAÚJO RESPü_____
NbA v bL
Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Rondônia
NESTA

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de
acumulação ilicita de cargos por servidores municipais.
Medidas a serem adotadas.

Senhor Comandante,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União^, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPP

1. Jessé Nascimento Peixoto 746.148.272-68

2. J o a c i r Terto de Lima 497.509.092-91

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

^ Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
- TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto Rui
Barbosa - IRE.
^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço;
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/mair.jsf;
^ Idem.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamsnte por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03^2018.
Autenticação; HEFE-ASFB-CAIB-RNRB no sndsrsç»; htíp:/(*www.lca,ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14910
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14911
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3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso''


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito
à boa prestação do serviço público e, por outro
lado, se tenha precatado, também, a observância da
saúde fisica e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrãncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá ã Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais
responsabilidades dos servidores, bem como
informar as situações a este Tribunal para que
apure possíveis responsabilizações dos servidores,
o que pode redundar em eventuais aplicações de
multas previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

•" Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de 07 a
08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia veiculada
no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: HEFE-ABFB-CAIB-RNRB no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14911
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14912
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDONIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico V. S^., por dever de oficio, que


a obstrução ao livre exercicio das fiscalizações, bem como a
sonegação de processo, documento ou informação poderá ensejar a
aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da Lei
Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções previstas em
lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercicio
Matricula 231

Documento de 6 pàg{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: HEFE-ABFB-CAIB-RNRB no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14912
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

j ANEXO i : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES M>URAboS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf

1. JESSÊ "NASCIMENTO PEIXOTO . 69'dol^^


;_ Preliminar da Auditoria Operâcional)

JESSÉ NASCIMENTO PEIXOTO CPF 746.148.272-


68
VINCULO 1 POLICIA MILITAR - PM/RO MATRÍCULA 100094245
CARGO SOLDADO - DT ADM: 01/12/2010 CH/SEMANAL 40
VINCULO 2 PREFEITURA DE PORTO VELHO (FUNDO MATRÍCULA 100094245
DE SAÚDE)
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - DATA ADM. CH/SEMANAL 40
07/05/20075 - DT ADM: 07/05/2007

1.1. Relato:

Os extratos do da RAIS, do Sistema Governa e dos Portais de


Transparência da Prefeitura de Porto Velho e do Estado de Rondônia
comprovam a existência de vínculos do titular com as duas unidades acima
arroladas

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
técnico em enfermagem (40h/semana) mais um cargo de soldado da PM/RO
(40h/semana).

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo de profissional da


saúde com outro de natureza administrativa não é prevista no art. 37, XVI,
"a" a "c" da Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciada a Prefeitura Municipal de Porto Velho'', esta


limitou-se informar que o servidor possui vinculo com o município®.

Diligenciada a PM/RQS, esta limitou-se informar que o fato era


desconhecido daquela Corporaçãoi°

^ Ato de admissão apreciado no processo n. 00557/2008. Julgado legal, Decisão 156/2011 - 1=


Câmara.
« ID=532476
' Oficios n°s 114, 179 e 240/2017/SGCE - ID=494320.
® Documento n. 07163/2017, ID's = 452011, 452012 e 452119.
' Oficios n°s 228 e 273/2017/SGCE, ID=500029.
" Dcoumento eletrônico n. 8408/2017, ID=463883.

Documento de 6 pág{s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: HEFE-ABFB-CAIB-RNRB no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. Pag. 14913
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14914
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTASDO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori, implica em
pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
- 2® Câmara.

2. JOACIR TERTO DE LIMA, S (item 4.70 do Relatório Preliminar)

JOACIR TERTO DE LIMA CPF 497.509.092-


91
VÍNCULO 1 POLÍCIA MILITAR - PM/RO MATRÍCULA 100063741
CARGO CABO - DT ADM: 18/12/1998 CH/SEMANAL 40
VÍNCULÔ 2 PREFEITURA DE ARIQUEMES MATRICULA 234261
CARGO PROFESSOR - DT ADM: 06/05/1992 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do da RAIS, do Sistema Governa, do SIGAP e dos


Portais de Transparência da Prefeitura de Ariquemes e do Estado de Rondônia
comprovam a existência de vínculos do titular com as duas unidades acima
arroladas

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
professor (40h/semana) mais um cargo de cabo da PM/RO (40h/semana).

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo técnico com outro


de natureza administrativa não é prevista no art. 37, XVI, "a" a "c" da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciada a PM/RO^^^ esta limitou-se informar que o fato era


desconhecido daquela Corporação^^ _ Posteriormente^'', a PM comunicou que o
servidor teria pedido exoneração do cargo de professor, em Ariquemes, mas,
no entanto, a documentação encaminhada apenas comprovou que este pedira
afastamento por 2 (dois) anos.

Diligenciada a Prefeitura de Ariquemes^^, esta informou que a


irregularidade era procedente, e que notificaria o servidor para fazer
opção entre os cargos ou justificar-se^®. Não obstante, nenhum novo
comunicado sobre o assunto foi remetido, posteriormente.

ID=532546.
Ofícios n°s 228 e 273/2017/SGCE, ID=500029.
Dcoumento eletrônico n. 8408/2017, ID=463883.
i'' Documento eletrônico n. 15871/2017, ID=546373.
Oficio n. 080/2017/SGCE, ID=432191.
Documento ID=432191.

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S, Sena e/ou outros em 15/03/2018.
Autenticação: HEFE-ABFB-CAIB-RNRB no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
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Pag. 14915
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de jornadas incompatíveis,
agravadas pela possivel realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação total dos serviços, .que, à priori, implica em
pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c", da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras "a"
e "b" do Parecer Prévio n° 21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n°
165/2010 - Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015
- 2^ Câmara.

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0089/2018-SGCE

Porto Velho, 20 de março de 2018

À Sua Excelência o Senhor


HILDON DE LIMA CHAVES
Prefeito do Município de Porto Velho.
PORTO VELHO - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acijmulação ilicita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que


o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União^, na área de pessoal, que tramita .nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelos seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF

1. Ademilson Juvêncio da Silva 052.236.442-04

•2. Albaniza Batista de Oliveira 759.677.404-06

3. Célip Roberto da Silva Borges 740.687.762-53

4. Clicia Henriques de Souza 516.446.142-00

5. Daniel Pires de Carvalho 876.585.427-68

' Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da
União - TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto
Rui Barbosa - IRE.

Av. Presidente Dutra, n® 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327

I pi"as!eco!o-/GP^ Fone: (0xx69) 3211-9100 sgceStce.ro gov br / wtce.roqv,b

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 52 pág(s) assinado ©letranicamante por Edson E.S. Sana e/ou outros em 20/03Í2018.
Autenticação: ABFA-DBAD-CAIB-XPSG no endersço: hBp:/Aívww,tee.ro,gov.brAíalidardoo,
Pag. 14932
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14933
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, . TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

6. Deusilene Lima dos Santos 421.880.592-04

7. Eduardo Saint Clair Johnson


161.861.922-53

8 . Eleildon Mendes Ramos 183.504.532-49

9. Elisete Ortis da Rocha Ramos 578.547.342-91

10. Elysson Danilo Moretto 259.534.668-70

11. Fátima Lúcia Azevedo 019.412.948-98

12. Flávia Cristina Cantidio Aranha De Carvalho 007.778.364-67

13. Geremias Carmo Novais 220.339.122-72

14. Gilmar Neves da Silva 079.031.202-63

15. Helder Silva Florêncio 220.279.712-20

16. lolanda Rodrigues Moreira 251.021.922-72

17. Isabel Maria de Araújo 293.737.196-53

18. Ismárcia Teles Ocimar 420.005.482-53

19. Jânio de Oliveira 421.981.352-72

20. Jessé Nascimento Peixoto 746.148.272-68

21. Jorge Luis Guimarães Rodrigues 624.859.467-87

22. José Carlos Coutinho de Oliveira 951.794.708-97

23. José Pascual Teran Tapias 076.014.318-86

24. Luiz Mercado Valente 085.274.662-87

25. Magno Roberto Lopes Neves 585.685.062-91

26. Manoel Lourenço Neto 114.348.132-15

27 . Marconde Souza da Silva 786.441.432-04

28. Maria de Fátima dos Santos Garcia Souza 032.264.252-34

29. Maria de Nazaré Maia Santos 011.744.362-04

30. Maria Helena Morais Dias 139.309.312-49

31. Maria Sonja Saldanha Cordeiro 111.607.642-04

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Vslho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqceètce.ro.qov.br / www.tce.ro•qov.br
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Autenticação: ABFA-DBAD-CAIB-XPSG no endereço: hBp;//wiWW,toe.ro,gov,brAíalidattío!:, Pag. 14933
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Pag. 14934
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

32. Maurício de Oliveira Assunção Filho 464.473.003-30

33. Onilson Pereira Costa 407.663.497-72

34. Osmar Garcia Ribeiro 058.831.418-89

35. Pedro Aguiar dos Reis 106.867.892-53

36. Raimundo Nonato Lopes Freire 624.852.532-34

37 . Shyrles Correia Neves 723.329.052-00

38 . Sid Orleans Cruz 568.704.504-04

39. Sidrônio Timóteo e Silva 029.061.801-06

40. Tânia Guedes de Oliveira 377.664.302-15

41. Valba Tereza Oliveira Lopes da Silva 052.097.572-34

42. Valquira da Silva Lima 237.941.512-91

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vinculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:


https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf;
3 Idem.

Av. Presidente Dutra, n® 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqceÒt .ro g v br / w.tcerogvb

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Autenticação: ABFA-DBAD-CAIB-XPSG no endereço: hltp://w^vtee.ro.gov.brA/alidaídoc,
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b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de


descanso'' do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde fisica e mental do
servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários - em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 90 (noventa)


dias para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte
que adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do
presente Oficio.

^ Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de


07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015),

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqceatce•ro.qov•br / www.tce.ro.qov•br

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5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


oficio, que a obstrução ao livre exercido das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do telefone
(69) 3229-4285, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matricula 231

Rv. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqce@tce•ro.qov•br / vww.tce.ro.qov.br

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Dooumanto de 52 pág(s) assinado eletronioamante por Edson E.S, Sana e/ou outros em 20/03Í2018,
Autenticação: ABFA-DBAD-CAIB-XPSG no endereço; h«p:/AMWw,tce.ro.gov.brAreilidardoc,
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OFÍCIO N. 0104/2018-SGCE

Porto Velho , 05 de abril de 2018

À Sua Excelência , o Senhor


THIAGO LEITE FLORES PEREIRA
Prefeito do Município de Ariquemes
Av . Tancredo Neves , 2166 , Setor Institucional
CEP : 76870-021 ARIQUEMES-RO

Assunto : Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais . Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito ,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União 1 , na área de pessoal , que tramita nos autos do processo
eletrônico n . 0325/2017/TCE-RO .

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução comp lementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Geraldo Ma gela de Menezes
343 . 349 . 048 - 15
2. Heli Rodrigues do Nascimento
398 . 765 . 436 - 87
3. Joacir Terto de Lima
49 7 .509 . 092 - 91

4. Valteone Pereira Maulaz 300 . 623.572 - 04

1 Medi a nt e a de sã o ao Acordo de Cooperaçã o Técnica f irmado entre o Tribunal de Contas

da União - TCU , Associação do s Membros dos Tribunais de Contas do Brasi l - ATRICON


e Instituto Rui Barbosa - IRB .
Av. Presidente Dutra, n• 4229, Bairro Olar ia, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211 - 9100 sgce@tce.ro.gov.br I www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apuraçOes

Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente pol' Edson E.S. Sena e/ou outros em 05/0412018.
Autenticação: IECB·IAFA·EAIB·BVWO no endefeço: http://www.lce.ro.gov.bmalidardoc.
Pag. 14949
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Pag. 14950
TCE-RO

TRIBUNA L DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


S e c r etaria Geral de Controle Ex tern o - SGCE

3 . Os f atos apurados, até o momento , encontram - se


transcri t os nos Relatos anexos ao presente Ofício , caso a caso 2 ,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EUL ER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência Ja adotada no processo n . 4032/2012/TCE - RO , e ,
mais especificamente , nas Decisões Mo n ocrát i cas n°s DM - GCPCN - TC
00200/16 e DM- GCPCN- TC 00309/16 , proferidas naqueles autos 3 ,
adotar as seguintes medidas , r elacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3 . 1 . Entrar em contato com os aludidos serv i dores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações ,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos , e , caso afirmativas as respostas , que
comprovem a compatibilidade dos horários ;

3 . 2 . Aferir a compatibilidade dos horários baseando -


se nos seguintes critérios mínimos :

a) pe l a indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão o u comum) ;

b) pela aferição da compatib i lidade de ho r ários


nos dois cargos , com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas ;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho ;

d) levando em consideração o período de descanso 4


do servidor ;

e) de f i c ar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudica r o do outro , resta n do o
interesse público resguardado , mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e , por outro lado, se tenha precatado , também , a
observâ n cia da saúde f ísica e mental do servidor .

v. 3. 3. Caso , após apura ç ão realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fi que comprovada a
compatibilidade d e horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos

Documentos disponi v e i s para consulta e download no seguinte endere ç o:


h t t ps: //pce . tce.ro.gov .br / tramita / pages / main.js f ;
3 I dem.
4 Estu do realizado recentemente pe l a "Fundação Nac ional do Sono " recomenda um descanso de 07

a 08 hor as por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, t e r uma vida saudável (noti c ia
v e icul ada no site eletrôn ico da re v ista Ve j a em 16 de fev ere iro de 2 015 ) .
Av . Pr eside nte Dutra, n• 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP : 76801 - 327
Fone : (0xx69) 3211 - 9100 sgce@tce.ro.gov.br I www . tce.ro.gov.br

cg i /fds-aop- apurações

Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente JlOf Edson E.S. Sana e/ou outros em 05/0412018.
Autenticação: IECB·IAFA·EAIB-BVWO no endefeQo: http://www.tce.ro.gov.brlvalidardoc.
Pag. 14950
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Pag. 14951
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Cont role Exte rn o- SGCE

servidores que escolham um dos cargos ,


comprovando a exoneração do cargo não eleito ;

3 . 4 . Caso subsistam as situações de cumu la ções


irregulares constatadas sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários - em
decorrência de eventuais recalcitrãncias dos
servidores , mesmo após cie ntificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários , caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores , bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores , o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art . 55 , da LC no 154/96 .

4 . Isso posto , concede - se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5 . Por fim , cientifico Vossa Excelência , por dever de


ofício , que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações , bem
como a sonegação de processo , documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa , nos termos do art . 55 , IV , V e VI
da Lei Complementar n . 154/1996 c/c art . 103 , incisos IV , V e VI
do Regimento Intern o , sem prejuízo de out ras sanções previstas
em lei .

6 . Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pel os trabalhos em questão , para
dirimir eventuais dúvidas , por meio do do telefone (69) 3229 -
4286 , agradeço pela atenção dispensada .

Atenciosamente ,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, n• 4229, Bairro Olaria , Po rto Velho - Rondônia CEP: 76801 - 327
Fone: (0xx6 9) 3211 -9 100 sgce@tce .ro .gov.br I www.tce.ro . gov . br

cgi/fds-aop-apuraçOes

Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 0510412018.
Autenticação: IECB-IAFA·EAIB-BVWQ no endereço: http://www.tce.ro.gov.bi'Nalidardoc.
Pag. 14951
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Pag. 14952
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0108/2018-SGCE

Porto Velho, 12 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


LUIS LOPES IKENOHUCHI HERRERA
Prefeito do Município de Candeias do Jamari
Av. Tancredo Neves, 1788, União
7 68 60000 CANDEIAS DO JAMARI - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de acumulação
ilicita de cargos por servidores municipais. Medidas a
serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando auditoria
operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da União^, na área
de pessoal, que tramita nos autos do processo eletrônico n.
0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção de
remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF

1. Alex Rodrigues de Lima 921.285.052-91

2. Antônio Francisco Gomes da Silva 619.873.792-68

3. Célio Roberto da Silva Borges 740.687.762-53

4. Edimar de Sena Mesquita 191.860.612-91

5. Fernando Antônio Pereira Júnior 845.683.482-34

6. Raimundo Nonato Lopes Freire 624.852.532-34

7. Sidrônio Timóteo e Silva 029.061.801-06

^ Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União - TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e
Instituto Rui Barbosa - IRB.
Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqceQtce.ro.qov.br / www.tce.ro.qov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 13 pág(s) assinado eletronicamente por Bruno B. Piana e/ou outros em 12/04/2018.
Autenticação: JAFB-BBDB-EAIB-VRTR no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/vaiidardoc.
Pag. 14952
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14953
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e, mais
especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC 00200/16
e DM-GCPCN-TC 00309/15, proferidas naqueles autos^, adotar as
seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos vinculos
trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações, com
o escopo de saber se continuam acumulando cargos,
e, caso afirmativas as respostas, que comprovem a
compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho envolvidos


(plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários nos


dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo das
contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o periodo de descanso^


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito á
boa prestação do serviço público e, por outro lado,
se tenha precatado, também, a observância da saúde
fisica e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:


https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
^ Idem.
^ Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso
de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável
(noticia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).
flv. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqce0tce.ro.qov.br / www.tce.ro.qov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 13 pág(s) assinado eletronicamente por Bruno B. Piana e/ou outros em 12/04/2018.
Autenticação: JAFB-BBDB-EAIB-VRTR no endereço: htíp://www.tce.ro.gcv.br/validardoc.
Pag. 14953
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14954
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários - em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais responsabilidades
dos servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possiveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
oficio, que a obstrução ao livre exercido das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da
Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
BRUNO BOTELHO PIANA
Secretário-Geral de Controle Externo
Matricula 504

Av, Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sqcegtce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 13 pág(s) assinado eletronicamente por Bmno B. Piana e/ou outros em 12/04/2018.
Autenticação: JAFB-BBDB-EAIB-VRTR no endereço: http://www.tce.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14954
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
AVISO DE Pag. 14955
#^Gorreios RECEBIMENTO
CONTRATO 9912341233
TCE-RO
DESTINAIjARIO: TENTATIVAS DE ENTREGA:
CARIMBO
UNIDADE DE ENTREGA

LUIS LOPES IKENOHUCHI HERRERA

AV. TANCREDO NEVES, 1788 / I

UNIÃO
76860000 Candeias do Jamari-RO

AR078078060BI
n
18 m 201$ -
MOTIVO DE DEVOLUÇÃO:
REMETENTE: TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDONIA
) PARA DEVOUUÇAO DO OBJETO:
1 Mudou-se 5 Recusado ^PND^
2 Endereço Insuficiente S Não Procurado RUBRICA E MATRICULA ttO CARTEIRO
Avenida Presidente Dutra, 4229
Olaria 3 Não Existe o Número 7 Ausente
76801326 Porto Velho-RO 4 Desconhecido . 8 Falecido

OBSERVAÇÃO Òr. õiõè/èòié/éGü^ • Ptiòó. Óiis/2Ò17 Outros

ASSINATURA DO RECEBEDOR DATA DE ENT

NOME LEGiVÊl. DO
N» DOC. DE IDENTIDADE
costa

Pag. 14955
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14956
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Gabinete da Presidência

OFÍCIO N°. 0113/2018-6P


Porto Velho, 12 de março de 2018

A Sua Excelência o Senhor


Deputado Estadual MAURO DE CARVALHO
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia
Nesta

As Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


\Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
\práticas de acumulação ilicita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.
OCOl-O

Senhor Presidente,

1. Com os meus cumprimentos, levo ao conhecimento


Excelência que o Tribunal de Contas do Estado" de
'///•'^'íÇ^.^^Rondônia está realizando auditoria operacional em conjunto com
o Tribunal de Contas da União^, na área de pessoal, que tramita
nos autos do processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelos seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF

1. Aurita Cordeiro de Souza Donato 325.515.844-34

2. Fernando Antônio Pereira Júnior 845.683.482-34

3. Helder S i l v a Florêncio 220.279.712-20

4. S i l a s Tavares Vieira 220.193.322-72

5. Wiliam César Sestito Ribeiro 864.993.431-53

6. Zacarias B a t i s t a Donadon 090.543.242-87

' Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da
União - TCÜ, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON e Instituto
Rui Barbosa - IRB.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.br
I

Documento de 14 pág(s) assinado aletronloa mente porVaWhnno C, de Souza e/ou outros ®m12/03/2018,
Autenticação; DFBA-A3DB-CAÍB-W3NK no endsmço: htípi/ívíww.tce.ro.goíí.brívafidardoo.
Pag. 14956
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14957
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Oficio, caso a caso^,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas n°s DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos^,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vinculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se. continuam-
acumulando cargos, e, caso afirmativas' as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios minimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o periodo de


descanso^ do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde fisica e mental do
servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma

^ Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:


https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.j sf;
^ Idem.
^ Estudo realizado recentemente pela "Fundação Nacional do Sono" recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 25 a 64 anos, ter uma vida saudável (noticia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
www.tce.ro.gov.hr
2

Documento de 14 pág(s) assinado alstronicamsnte por ValdivinoC, de SoiEa a/oii ouUos sm 12/03/2018,
Autenticação; DFBA-A3DB-CAÍB-W3NK no ender&ço: hltp;/íVreíw,tc8,ro,go>í.|jrAia!idatttoc, Pag. 14957
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14958
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

constitucional, deverá ser oportunizado aos


servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas - sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários - em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possiveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


oficio, que a obstrução ao livre exercido das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuizo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que coloco á disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão,
para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69)
3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Respeitosamente,

(assinado eletronicamente)
Conselheiro VALDIVINO CRISPIM DE SCXJZA
Presidente em exercício

Av, Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
w\vw.tce.ro.gov.br
3

Documento de 14 pég(3) assinado eletronicamente por VaWivino C. de Sousa e/ou outros sm 12í'03a018.
Autenticação; DFBA-ABDB-CAIB-WBNK no sndersço; h«p;/íwww,tcQ,ro.gov,brA)alidattloo,
Pag. 14958
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14959
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

ANEXO 1 RELATOS DOS ííroícíòs DE II^èuIiARIDÃDES^^ NÒ'


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ÁURITA CORDEIRO DE SOUZA DONATO (Item4.19 do


Relatório Preliminar).

AURITA CORDEIRO DE SOUZA DONATO CPF 325.515.844-


34
VINCULO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATRICULA 100009268
1 ESTADO DE RONDÔNIA -
ALE/RO - DT. ADM.
02/07/1986
1CARGO TÉCNICO LÈGÍSLATÍVO -DT. CH/SEMANAL 44
ADM:

VÍNCULO SECRETARIA DE ESTADO DA MATRICULA | 300010790


2 SAÚDE - SESAU (HBAP)
CARGO FISIOTERAPEUTA -DT. ADM: CH/SEMANAL 40
03/07/1986

1.1. Relato;

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa


e dos Portais de Transparência do Estado de Rondônia e da
Assembleia Legislativa comprovam a existência de vinculos do
titular com as duas unidades acima arroladas^.

As evidências coletadas demonstraram que Aurita


Cordeiro de Souza Donato detinha, no exercido de 2016, 2
(dois) vinculos com o serviço público, sendo 1 (um) deles com
a ALE/RO, no cargo de técnico legislativo e o segundo com a
SESAU/HBAP, no cargo de fisioterapeuta.

A situação não se enquadra em nenhuma das regras


permissivas para acumulação de cargos públicos, previstas no
art. 37, XVI, a "c" da Constituição Federal.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os


cargos é de 80h, gerando sérias dúvidas se a servidora
conseguiria cumprir integralmente ambas as cargas horárias.

= ID=531017.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Dooumsnto de 14 pág(s) assinado aletronioamsnta por VaWivino G. de Souza s/ou outros em 1Zí03/2018.
Autentiaação: DFBA-A3DB-CAIB-WBNK no endêi-eço:htlpi/fwww.tee.ro.gov.br/validartioo.
Pag. 14959
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Pag. 14960
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,-v

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia foi


diligenciada®, para que informações fossem prestadas. Em
resposta, a ALE/RO posicionou-se sobre a situação da
servidora como "item 1 - Irregularidade procede e foram
adotadas medidas para regularizar a situação", e acrescentou
que o caso do servidor fora encaminhado para a Corregedoria"^.

Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto


sindicância administrativa para apurar a situação®.

Oficiada a SESAU^ esta limitou-se informar que a


servidora já se encontrava aposentada^^. E, de fato, o
Sistema Governa comprova que, a partir de dezembro/2016, a
servidora passou a receber proventos de aposentadoria através
do IPERON.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e
jornadas incompatíveis, agravadas pela possivel realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de
despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos


ditames previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c",
da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras do Parecer Prévio n°
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 -
Pleno) c/c o item VI.a.li e Vl.a.iii do Acórdão n° 246/2015 -
2® Câmara.
Conforme provas existentes nos autos, a
irregularidade da sobreposição de jornadas foi descontinuada
a partir de dezembro/2016, com a aposentadoria do cargo
exercido na SESAU. Persiste, no entanto, a necessidade de
apuração da efetiva contraprestação integral dos serviços, no
periodo anterior ao da aposentadoria.

« Ofício 050/2017/SGCE, ID=405547.


' Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547. Vide, também, processo n. 00696/2017, no
qual esta Corte apreciou o ato de concessão de aposentadoria pelo IPERON.
® Documento eletrônico n. 4396/2017, págs. 3754/3760.
' Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Oficio n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525.
" Documento n. 9088/2017, ID=470525.

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Documento de 14 pág(s) assinado eletronicamsnte por ValdivinoC. de Souza e/ou outros em 12/03/2018.
Autantioação; DFBA-ABDB-CAIB-WBNK no endereço: h«p:/íwww.tc9.ro,gov.brAfalidardoo,
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

2. FERNANDO ANTÔNIO PEREIIü^ MnÍOR U do


Relatório Preliminar).

Ü-JÜKNANDO ANTÔNIO PEREIRA JÚNIOR CPF 845.683.482-


34
VINCULO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATRICULA 200160466
1 ESTADO DE RONDÔNIA -
ALE/RO
CARGO ASSISTENTE PARLAMENTAR - CH/SEMANAL 44
DT ADM: 02/02/2015
VINCULO PREFEITURA DE CANDEIAS DO ííatrículã 300079066
2 JAMARI (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO MEDICO - DT ADM: CH/SEMANAL 40
13/03/2014

2.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Portal de


Transparência da ALE/RO comprovam a existência de vínculos do
titular com as duas unidades acima arroladas

A coleta de provas revelou que o titular detinha,


no exercido de 2016, dois cargos efetivos, com carga total
de 84h/semana: um cargo em comissão de assistente parlamentar
(44h/semana) mais um cargo de médico (40h/semana),
totalizando uma jornada de 84h/semanais.

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo em


comissão possivelmente técnico com outro de profissional de
saúde não é prevista no art. 37, XVI, "a" a "c" da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os


cargos é de 84h, gerando sérias dúvidas se o servidor
conseguiria cumprir integralmente ambas as cargas horárias.

A ALE/RO foi diligenciada^^, para que informações


fossem prestadas. Em resposta, posicionou-se sobre a situação
do servidor como ''item 1 - Irregularidade procede e foram
adotadas medidas para regularizar a situação", e acrescentou
que o caso do servidor fora encaminhado para a
Corregedoria^^,

ID=531764.
" Oficio 050/2017/SGCE, ID=405547.
" Documento eletrônico n. 1855/2017, pácrs. ID=405547.
Av. Presidente Dutra, n" 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gQv.hr
6

Documentode 14 pág(s) assinado aletronlcamente porValdivino C, de Souza b/ou outros em 12Í03/2018.


Autenticação; DFBA-A3DB-CAÍ3-WBNK no endereço: hllp:/í8vww.tee.ro,gov.br/va!ldareloo.
Pag. 14961
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14962
TCE-RO

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Gabinete da Presidência

Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto


sindicância administrativa para apurar a situação^^.

Diligenciada a Prefeitura Municipal de Candeias do


Jamari^s^ esta alegou ter contatado o servidor
(comissionado) e este informara acumular dois cargos com
carga horária não superior à 40hs, em cada contrato^®.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e
jornadas incompatíveis, agravadas pela possivel realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de
despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c",
da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras do Parecer Prévio n'
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 -
Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

3. HELDER SILVA FLORÊNCIO (item 4.55 do Relatório


Preliminar)

HELDER SILVA FLORÊNCIO CPF 220.279.712-


20
VÍNCULO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO 100018450
1 ESTADO DE RONDÔNIA -
ALE/RO
CARGO ASSIST. TÉCNICO CH/SEMANAL 44
LEGISLATIVO - DT ADM:
01/04/1990
VÍNCULO FUNDAÇAO DE HEMATOLOGIA E MATRÍCULA 300036202
2 HEMOTERAPIA DO ESTADO DE
RONDÔNIA - FHEMERON
CARGO BIOMEDICO - DT ADM: CH/SEMANAL 40
07/05/2001

Documento eletrônico n. 4396/2017, págs. 3754/3760.


" Oficio n° 118/2017/SGCE, ID=491951.
16 10=491951.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.br
7

Documento de 14 pág(s) assinado aletronicamsnta por VaWivino C, de Souza s/ou outros em 12/03/2018,
Autsntioaçâo: DFBA-ABDB-CAI3-WBNK no snsísreço; httpi/íwww.tcs.ro.gov.br/validardoc.
Pag. 14962
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14963
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Gabinete da Presidência

HELDER SILVA FLoMnCÍÒ CPF 220.279.712-


20
VINCULO PREFEITURA DE PORTO VELHO MATRICULA 1227211
3 (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO BIOMEDICO - DT ADM: CH/SEMANAL 30
01/03/1999 \

3.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vinculos do titular com as três
unidades acima arroladas^''.

As provas coletadas demonstram que Helder Silva


Florêncio detinha, no exercício de 2016, 3 (três) vinculos
com a Administração Pública, situação que, por si só, já não
encontra guarida na Constituição Federal, uma vez que em seu
art. 37, XVI, "a" a "c" está prevista a possibilidade de
acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Oficiados os empregadores^®, estes assim se


reportaram, em sintese.

A FHEMERON informou que o servidor prestava sua


carga horária das 7 às 13h, diariamente^^.

A ALE/RO confirmou a acumulação ilicita e afirmou


ter encaminhado a questão para apuração na Corregedoria2o.
Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto sindicância
administrativa para apurar a situação^i.

A Prefeitura de Porto Velho limitou-se informar que


o servidor possui um único vinculo com o municipio^z.

Os dados coletados apontam para a irregularidade,


pois não há previsão constitucional para a acumulação de três
cargos públicos remunerados.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos


soma 114 h, tratando-se, portanto, de carga horária

" ID=532140.
1= ALE/RO - Ofício n. 050/2017/SGCE, ID=432174; FHEMERON: Oficio n. 103/2Q17/SGCE,
ID=432185; Prefeitura de Porto Velho -Oficios n°s 114, 179 e 240/2017/SGCE - ID=494320.
" Juntado no dossiê, ID=532140.
Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547.
" Documento eletrônico n. 4396/2017, ID=428030.
" Documento n. 07163/2017, ID's = 452011, 452012 e 452119.

Av. Presidente Dutra, n" 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
wmv.tce.ro.gov.br
8

Documentods 14 pág(s) assinado aletronlcamenta porValdivino C, de Soisa e/ou outros em 12Í03/2018.


Autsntioação; DFBA-A3DB-CAI3-W3NK no et\dai-eço: htipÃSfww.tes.ro.gov.br/validardoo,
Pag. 14963
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14964
TCE-RO

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Gabinete da Presidência

excessiva, que alberga hipótese de não cumprimento integral


das cargas horárias de cada um dos cargos.

3.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos e
jornadas incompatíveis. A situação é agravada pela possivel
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a
contraprestação integral dos serviços, que implica em
realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos
cevistos no art. 37, caput e€ inciso XVI, "a" a "c",
da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras "a" e "b ' do Parecer Prévio n°
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 -
Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

4. SILAS TAVARES VIEIRA (item 4.121 do Relatório


Preliminar)

SILAS TAVARES VIEIRA CPF 220.193.322-


72
VÍNCULO 1 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATRÍCULA 100008583
ESTADO DE RONDÔNIA -
AT.F./T30
CARGO MOTORISTA - DT ADM: CH/SEMANAL 44
01/04/1986
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA MATRÍCULA 300037836
EDUCAÇÃO - SEDUC
CARGO PROFESSOR CLASSE C^^ - DT CH/SEMANAL 40
ADM: 15/10/2001

4.1. Relato

Os extratos da RAIS, do Sistema Governa e dos


Portais de Transparência do Estado de Rondônia e da ALE/RO
comprovam a existência de vínculos do titular com as duas
unidades acima arroladas .

" Admissão apreciada no proc. 5127/2004. Considerada legal, Dec. 122/2010 - 2' Câmara.
" ID=534100

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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9

Documento ds 14 pág(s) assinado aletronioamsnta por VaWMnoC, de Souza o/ou outros em 12Í03/2018.
Autenticação; DFBA-ABDB-CAIB-WBNK no endereço; hBp;//www,tC9.ro,8ov.brív)alidardoc,
Pag. 14964
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14965
TCE-RO

I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA
Gabinete da Presidência

A hipótese de acumulação de um cargo professor com


outro de natureza administrativa (motorista) não é prevista
no art. 37, XVI, "a" a "c" da Constituição Federal, ainda que
com jornadas compatíveis.

Além disso, imprescindível a averiguação sobre


possível sobreposição de jornadas, uma vez que a jornada
semanal total de ambos os cargos soma 80h, gerando sérias
dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente ambas
as cargas horárias.

No que cabe a esta Corte, foram oficiadas a


Secretaria de Estado da Educação - SEDUC25 e a Assembleia
Legislativa do Estado de Rondônia - ALE/RQSs, para que
informações fossem prestadas.

Em resposta, a ALE/RO posicionou-se sobre a


situação do servidor como item 1 - Irregularidade procede e
foram adotadas medidas para regularizar a situação", e
acrescentou que o caso do servidor fora encaminhado para a
Corregedoria^"?.

Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto


sindicância administrativa para apurar a situação^s.

Diligenciada a SEDUC29, esta, em reposta^o,


informou que que a situação do servidor pode ser descrita
como "item 3 - Irregularidade NÃO procede, pois o servidor
não se encontra nessa situação", e acrescentou que o servidor
é habilitado em Letras-Lingua Portuguesa, atuando na EEEFM
Jardim das Pedras, em Ariquemes.

4.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e
jornadas incompatíveis, agravadas pela possível realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de
despesa não liquidada.

" Ofício n. 073/2017/SGCE - ID=493626.


Oficio n. 050/2017/SGCE, ID=432174.
" Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547.
Documento eletrônico n. 4396/2017, ID=428030.
" Ofício n. 073/2017/SGCE - ID=493626.
Documento ID=493626.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.hr
10

Documentode 14 pág(s) assinado eletronicamente porValdivino G, de Souza s/ou outros sm 12/03/2018,


Autenticação: DFBA-ABDB-CAiB-WSNK no endereço: httpi/fwww.tee.ro.gov.br/tfalidardoc. Pag. 14965
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14966
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c",
da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras "a" e "b" do Parecer Prévio n°
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 -
Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

5. WILLIAN CÉSAR SESTITO RIBEIRO (item 4.130 do|


Relatório Preliminar)

WILLIAN CÉSAR SESTITO RIBEIRO CPF 864.993.431-


53
VÍNCULO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATRÍCULA 200160701
1 ESTADO DE RONDÔNIA
CARGO ASSISTENTE TÉCNICO CH/SEMANAL 44
ADMINISTRATIVO - DT ADM:
02/02/2015
VINCULO INSTITUTO FEDERAL DE MATRÍCULA 2239035
2 EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE RONDÔNIA -
IFRO

CARGO PROF ENS BAS TEC CH/SEMANAL 40


TECNOLÓGICO-SUBSTITUTO -
DT ADM: 06/07/2015
VÍNCULO RAIO INSTALAÇÕES ELETRICAS MATRÍCULA —

3 LTDA. EPP (PRIVADO)


CARGO ELETROTECNICO - DT ADM: CH/SEMANAL 44
01/09/2016

5.1. Relató

O extrato da RAIS e do Portal de Transparência da


ALE/RO comprovam a existência de vinculos da titular com as
duas unidades do setor público acima arroladas e, ainda, um
vinculo empregaticio na iniciativa privada (RAIS)3i.

Foi apurado que o servidor recebeu recursos de duas


fontes diferentes.

No que cabe a esta Corte, foi oficiada a ALE/RO^z,


para que informações fossem prestadas.

" ID=534196.
Oficio 050/2017/SGCE, ID=405547.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.br
11

Documento d© 14 pág(s) assinado eletronioaments por VaWivinoC. d®Souza a/ou outros em 12/03/2018,
Autantloação; DFBA-ABDB-CAIB-WBNK no endereço; htlp://www,tce,ro,gov,br/v!alidardoo.
Pag. 14966
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14967
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

Conforme alegações da ALE/RO, o servidor foi


nomeado em 02 de fevereiro de 2015 como assistente
parlamentar e permanece lotado como assistente técnico.
Consta na ficha cadastral da ALE/RO que o servidor tem
escolaridade de ensino médio, sem menção a curso técnico ou
formação superior especifica^s.

A ALE/RO também se posicionou sobre a situação do


servidor como "item 1 - Irregularidade procede e foram
adotadas medidas para regularizar a situação", e acrescentou
que o caso do servidor fora encaminhado para a Corregedoria.

Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto


sindicância administrativa para apurar a situação^^.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou
cientifico), porém, a carga horária desborda das
determinações do Parecer Prévio n. 21/2005, item "c", que
limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos
ocupados.

Outrossim, e além das jornadas dos cargos públicos


(84h/semana) o titular ainda detinha um vinculo privado com a
Raio Instalações Elétricas Ltda. EPP (40 h/semana),
totalizando 124h/semana.

Assim, necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possivel sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de
remunerações sem a contraprestação integral dos serviços,
implicando em despesa não liquidada.

5.2. Achados

Acumulação licita de cargos, porém com carga


horária excessiva, havendo risco de pagamento por serviços
não prestados, haja vista a possivel sobreposição de jornadas
com desrespeito às disposições do art. 37, XVI da
Constituição Federal c/c o item "c" do Parecer Prévio n.
21/2005.

Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547.


" Documento eletrônico n. 4396/2017, ID=428030.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP; 76801-327
www.tce.ro.gov.hr
12

Documentode 14 pág(s) assinado eleíronicaments porValdivino G, de Souza 9/ou outros em 12/03/2018,


Autenticação: DFBA-A3DB-CAIB-WSNK no endereço; http:/fwww,tee,ro,gov,bríval!dardoc.
Pag. 14967
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14968
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

6. ZACARIAS BATISTA DONADON (item 4.133 do


Relatório Preliminar)

ZACARIAS BATISTA DONADON CPF 090.543.242-


87
VÍNCULO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATRÍCULA 100006090
1 ESTADO DE RONDÔNIA
CARGO ASSISTENTE TÉCNICO CH/SEMANAL 44
ADMINISTRATIVO - DT ADM:
12/07/1985
VÍNCULO SECRETARIA DE ESTADO DA MATRICULA 300019419
2 EDUCAÇÃO - SEDUC
CARGO PROFESSOR - DT ADM: CH/SEMANAL 40
19/11/1990

6.1. Relató

Os extratos do da RAIS, do Sistema Governa e do


Portal de Transparência da ALE/RO comprovam a existência de
vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas

A coleta de provas revelou que a titular recebeu,


no exercido de 2016, remunerações concomitantes por dois
cargos inacumuláveis - cargo de professor mais cargo
administrativo -, na forma do art. 37, XVI, "a" a "c" da
Constituição Federal.

Somando as cargas horárias dos vínculos com o setor


público tem-se uma carga horária global de 84h/semana.

Assim, necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de
remunerações sem a contraprestação integral dos serviços,
implicando em despesa não liquidada.

Adicionalmente verificamos que o servidor se


domicilia em Vilhena-RO e tem seu cargo lotado na capital.
Porto Velho, no gsJsinete do Dep. José Euripedes
Clemente(Lebrão), conforme comprovam as evidências
coletadas^s.

" ID=534201

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.br
13

Documento de 14 pág(s) assinado eletronícamenta por Valdi>jino C, de Souza s/ou outros stn 12Í03/2018.
Autenticação; DFBA-ABDB-CAIB-W3NK no er\dareço: http;/íwww,tce,ro,gov,br/validardoc.
Pag. 14968
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TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Gabinete da Presidência

No que cabe a esta Corte, foram oficiadas a


ALE/RO^e e a SEDUC, para que estes jurisdicionados prestassem
informações.

Diligenciada a SEDUC3^ esta, em reposta^s, informou


que o servidor é habilitado em Pedagogia Séries Iniciais,
atuando na Biblioteca do CEEJA Vilhena, municipio de Vilhena.

A ALE/RO apresentou documentos correlatos ao


servidor, com destaque para a folha de ponto dos meses de
novembro de dezembro de 2016, onde consta a lotação no
gabinete do Dep. José Euripedes (Lebrão) , em Porto Velho^s.

A ALE/RO também se posicionou sobre a situação do


servidor como "item 1 - Irregularidade procede e foram
adotadas medidas para regularizar a situação", e acrescentou
que o caso do servidor fora encaminhado para a Corregedoria.

Posteriormente, a ALE/RO informou ter aberto


sindicância administrativa para apurar a situação^o.

6.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e
jornadas incompatíveis, agravadas pela possivel realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de
despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos no art. 37, caput e inciso XVI, "a" a "c",
da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras "a" e "b" do Parecer Prévio n°
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 -
Pleno) c/c os subitens Vl.a.ii e Vl.a.iii do Acórdão n°
246/2015 - 2^ Câmara.

" Oficio 050/2017/SGCE, ID=405547.


" Oficio n. 073/2017/SGCE - ID=493626.
Documento ID=493626.
" Documento eletrônico n. 1855/2017, ID=405547.
" Documento eletrônico n. 4396/2017, ID=428030.

Av. Presidente Dutra, n° 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
www.tce.ro.gov.hr
14

Documentode 14 pág(s) assinado sletronlcamonta porValdKino C, de Souza e/ou ou^s em 12/03/2018,


Autantloação; DFBA-A3DB-CAIB-W3NK no endereço: htlpi:í/www,tcs,ro,gov.brAfalidardoc, Pag. 14969
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0063/2018-SGCE

Porto Velho, 08 de março de 2018

A Sua Excelência a Senhora


ROSANI TEREZINA PIRES DA COSTA DONADON
Prefeita Municipal de Vilhena
Centro Administrativo Senador Dr. Teotônio Vilela
76980-000 VILHENA-RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhora Prefeita,

1. Com os nossos cumprimentos, levamos ao


conhecimento de Vossa Excelência que o Tribunal de Contas do
Estado de Rondônia está realizando auditoria operacional em
conjunto com o Tribunal de Contas da União1, na área de pessoal,
que tramita nos autos do processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-
RO.

2. A Auditoria ora mencionada se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelos seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Cyro Francisco dos Santos 110.203.421-53
2. Edna Batista Viana Neves 408.064.202-20
3. Edna Mara Salla Corrêa 314.318.441-87
4. Geralda de Aquino Rodrigues 220.765.572-53
5. Natalina Mitsue Tamashiro
120.977.668-54
Garcia

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da


União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto
Rui Barbosa – IRB.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de


descanso4 do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do
servidor.

2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:


https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf.

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma
vida saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de
fevereiro de 2015).
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3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que coloco à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão,
para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69)
3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
BRUNO BOTELHO PIANA
Secretário-Geral de Controle Externo

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. CYRO FRANCISCO DOS SANTOS (item 4.26 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

CYRO FRANCISCO DOS SANTOS CPF 110.203.421-


53
VÍNCULO 1 PREFEITURA DE VILHENA (FUNDO DE MATRÍCULA 8493
SAÚDE)
CARGO ASSISTENTE TÉC. HOSPITALAR – DT ADM: CH/SEMANAL 40
15/07/2011
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – MATRÍCULA 300004313
SEDUC
CARGO ANALISTA EDUCACIONAL – DT ADM: CH/SEMANAL 40
01/07/1983
VÍNCULO 3 GOVERNO DO EX-TERRITÓRIO (UNIÃO) MATRÍCULA 0698820
CARGO PROFESSOR BÁSICO TECNOLÓGICO – DT CH/SEMANAL 20
ADM? 28/09/1981

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos do titular com as três unidades acima
arroladas5.

As provas coletadas demonstram que Cyro Francisco dos Santos


detinha, no exercício de 2016, ao menos até o mês de outubro, 3 (três)
vínculos com a Administração Pública, situação que, por si só, já não
encontra guarida na Constituição Federal, uma vez que em seu art. 37,
XVI, “a” a “c” está prevista a possibilidade de acumulação de apenas dois
cargos remunerados.

Além disso, trata-se de situação em que o titular estaria


exercendo dois cargos técnicos e um cargo de professor, portanto, não
enquadráveis nas hipóteses de acumulação lícita previstas no art. 37,
XVI, “a” a “c” da Constituição Federal.

Acrescenta-se que a jornada semanal dos três cargos soma 100


h, tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga
hipótese de não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos
cargos.

5 ID=531172.

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Reportando-se sobre o assunto, a Prefeitura de Vilhena


limitou-se a informar que o servidor era cedido, e que a cedência havia
sido encerrada em 31/12/20166.

Diligenciada a SEDUC7, esta, em reposta8, alegou que “o


servidor se encontra lotado na EEEFM Cecília Meireles na função de
programa de alimentação escolar no município de Vilhena com a carga
horária de 40 horas”.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos e jornadas
incompatíveis. A situação é agravada pela possível realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação total dos
serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa sem a devida
liquidação.

2. EDNA BATISTA VIANA NEVES (item 4.26 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

EDNA BATISTA VIANA NEVES CPF 408.064.202-


20
VÍNCULO 1 PREFEITURA DE VILHENA (FUNDO DE MATRÍCULA 10456
SAÚDE)
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - DT ADM: CH/SEMANAL 40
15/09/20149
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE VILHENA MATRÍCULA 9843
CARGO PROFESSOR SÉRIES INICIAIS - DT ADM: CH/SEMANAL 30
15/09/2014

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


dois vínculos da titular com a Prefeitura de Vilhena10.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no


exercício de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 70h/semana:
um cargo de professora (30h/semana) mais um cargo de técnica de
enfermagem (40h/semana), totalizando uma jornada de 70h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico), porém,
a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005,
item “c”, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois
cargos ocupados.

Nesse sentido, torna-se necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria

6
Documento eletrônico n. 18692017, ID=432204
7 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
8 Documento ID=493626.
9 Ato de admissão analisado no processo n. 2572/2014. Considerado legal, Acórdão AC1-TC

00590/17
10 ID=531408.

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Documento ID=610328
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Pag. 14978
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realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação


integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

A Prefeitura de Vilhena informou que haveria, em tramitação o


processo administrativo n. 996/2016 constituído para redução de carga
horária do cargo de técnico em enfermagem11. Porém, não relatou ou
comprovou qualquer medida efetivada.

4.32.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária


excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não prestados, haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições
do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio
n. 21/2005.

3. EDNA MARA SALLA CORREA (item 4.33 do Relatório Preliminar


da Auditoria Operacional).

EDNA MARA SALLA CORREA CPF 314.318.441-


87
VÍNCULO 1 PREFEITURA DE VILHENA MATRÍCULA 4929

CARGO SUPERVISOR ESCOLAR – DT ADM: CH/SEMANAL 40


14/06/2004
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300046248
SEDUC
CARGO PROFESSOR CLASSE C- DT ADM: CH/SEMANAL 40
28/02/2003

3.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades acima
arroladas12.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no


exercício de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana:
um cargo de professora (40h/semana) mais um cargo de supervisor escolar
(40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico), porém,
a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005,
item “c”, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois
cargos ocupados.

Nesse sentido, torna-se necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

11 Documento eletrônico n. 1869/2017, ID=405446.


12 ID=531431.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente por Bruno B. Piana e/ou outros em 08/03/2018. Pag. 14978
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
DFFF-IAIA-CAIB-QRNE CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 14979
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

A Prefeitura de Vilhena informou que há processo


administrativo n. 1055/2017 constituído para apuração13. Porém, não
relatou ou comprovou qualquer medida efetivada.

A SEDUC, por sua vez, apenas informou que a servidora se


encontrava de licença médica no período de 01/02/2017 a 01/04/2017 e que
estava lotada na EEEFM Shirley Ceruti – Município de Vilhena14.

3.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária


excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não prestados, haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições
do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio
n. 21/2005.

4. GERALDA DE AQUINO RODRIGUES item 4.47 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

GERALDA DE AQUINO RODRIGUES CPF 220.765.572-


53
VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 30000100777
SEDUC

CARGO PROFESSOR - DT ADM: 03/03/1986 CH/SEMANAL 40


VÍNCULO 2 PREFEITURA DE VILHENA MATRÍCULA 4084
CARGO PEDAGOGO – ADM. 22/02/200215 CH/SEMANAL 40

4.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades acima
arroladas16.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no


exercício de 2016, dois cargos efetivos, um de pedagogo
(técnico/científico) e outro de professor com carga total de 80h/semana.

De se destacar que os dois cargos são acumuláveis


constitucionalmente, porém, a carga horária desborda das determinações do
Parecer Prévio n. 21/2005, item “c”, que limita em 65h/semanais a carga
horária global dos dois cargos ocupados.

Assim, necessária averiguação, por parte dos empregadores, da


possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

13 Documento eletrônico n. 1869/2017, ID=405446.


14 Documentos ID=432204.
15 Ato de admissão apreciado no processo n. 03563/2003. Julgado legal, Decisão n. 715/2009 –

2ª Câmara.
16 ID=531863.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente por Bruno B. Piana e/ou outros em 08/03/2018. Pag. 14979
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
DFFF-IAIA-CAIB-QRNE CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 14980
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Oficiada, a Prefeitura de Vilhena17 informou que a servidora


voltara a cumprir carga horária de 40h, em virtude do afastamento do
vínculo com a esfera estadual18.

A SEDUC foi oficiada19 e informou que a servidora encontrava-


se em casa, aguardando aposentadoria20.

4.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária


excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não prestados, haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições
do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio
n. 21/2005.

5. NATALINA MITSUE TAMASHIRO GARCIA item 4.106 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

NATALINA MITSUE TAMASHIRO GARCIA CPF 120.977.668-54


VÍNCULO 1 MINISTÉRIO DA SAÚDE – PROGRAMA MATRÍCULA N/LOCALIZADO
MAIS MÉDICOS
CARGO MÉDICO CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE VILHENA MATRÍCULA 4836
CARGO ENFERMEIRA – DT ADM: 17/05/2004 CH/SEMANAL 40

5.1. Relato:

O caso de Natalina Mitsue Tamashiro Garcia difere dos demais


abordados no presente trabalho por ser fato detectado além da amostragem
selecionada, mas foi inserido na AOP por estar perfeitamente
contextualizado com seu escopo.

Extratos do SIGAP, da RAIS, do CNES e do Portal de


Transparência da União e demais documentos coletados comprovam a
existência de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas,
com as peculiaridades que abaixo se descreve21.

A titular formou-se em medicina, na Universidade de Aquino da


Bolívia - UDABOL, no ano de 2016. Portanto, a priori, esteve fora do
Brasil nos anos de 2016 e anteriores, durante todo o tempo em que durou a
sua formação acadêmica (seis a sete anos). Não obstante, os extratos do
SIGAP, do Portal de Transparência do Município de Vilhena e da RAIS,
demonstram que a titular recebeu, ininterruptamente, remunerações pelo
Município de Vilhena durante todo o período de 2008/2017.

Porém, como poderia estar recebendo pelo cargo de enfermeira


se estava na Bolívia, cursando medicina?

Além disso, verificamos que a titular conseguiu, já no ano de


2017, a revalidação do diploma de médica por meio da Universidade Federal

17 Ofício n. 0084/2017/SGCE, ID=432204.


18 Documento eletrônico n. 18692017, ID=432204
19 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
20 Documentos ID=432204.
21 IDs 533544 e 533610.

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de Mato Grosso – UFMT e, após isso, foi contratada pelo Governo Federal
para atuar no Programa Mais Médicos, com designação para o município de
Jauru – MT, distante cerca de 400km de Vilhena.

Confirmamos que a servidora vem recebendo remunerações pelos


dois cargos (médica e enfermeira) havendo, porém, compreensíveis dúvidas
sobre se está cumprindo integralmente sua carga horária em Vilhena, haja
vista a distância entre as duas cidades (Vilhena/Jauru)22.

5.2. Achados:

5.2.1. Provável pagamento irregular de remunerações para a


servidora no período em que esta se encontrava na Bolívia, cursando
medicina, na Universidade de Aquino da Bolívia – UDABOL (curso encerrado
em 2016, com duração de seis a sete anos). Portanto, há possibilidade da
ocorrência de pagamentos sem contraprestação dos serviços, atentando
contra os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e
impessoalidade expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal c/c
arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964.

5.2.2. Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de
remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada. Destarte, os achados
configuram descumprimentos aos ditames previstos no art. 37, XVI, “a” e
“b”, da Constituição Federal c/c as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº
21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os
subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara c/c o os
arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964.

22 Apuração do cargo no Mais Médicos é de alçada do TCU.

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OFÍCIO N. 0063/20 18 - SGCE

Po rto Ve l ho , 08 de março de 2018

A Sua Exce l ência a Senhora


ROSANI TEREZINA PIRES DA COSTA DONADON
Prefeita Municipal de Vil hena
Centro Admi n istrativo Senador Dr . Teotônio Vilela
76980-000 VILHENA- RO

Assunt o : Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhora Prefeita ,

1. Com os nossos cumprimentos , levamos ao


conhecime nto de Vossa Excelência que o Tribunal de Contas do
Estado de Rondônia está realizando auditor ia operaciona l em
conjunto com o Tribunal de Con t as da União 1 , na área de pessoal ,
que tramita nos autos do processo e letrônico n . 0325/2017/TCE-
RO .

2. A Auditoria ora menc iona da se encontra em fas e


de ins t rução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos , empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelos seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Cyro Francisco dos Santos 110 . 203.421-53
2. Edna Batista Viana Neves 408.064.202-20
3. Edna Mara Salla Corrêa 314.318.441-87
4. Geralda de Aquino Rodrigues 220.765 . 572-53
5. Natalina ~tsue Tamashiro
120 . 977.668-54
Garcia

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técn i ca f i rmado ent re o Tribuna l de Contas da


União - TCU , Associação dos Membros dos Tr ibunais de Contas do Brasil - ATRICON e Ins tituto
Rui Barbosa - IRB.

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fone:(Oxx69)3211-9100 <gce '((•tcerooo' b1/""" JCHOI<QI br

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3 . Os fatos apurados , até o momento , encontram - se


transcritos nos Relatos anexo s ao pres ente Ofí c io , caso a caso 2 ,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada , por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
juri sprudênc i a já adotada no processo n . 4032/2012/TCE-RO , e,
mais especificamente , nas Decisões Monocrát i cas n°s DM- GCPCN-TC
00200/16 e DM- GCPCN- TC 00309/16 , proferidas naqueles autos 3 ,
ado t a r a s seguint e s medidas , r e lac i onadas e x clusiv amente aos
vínculos trabal h i stas que são de sua alçada :

3 . 1 . Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objet i vo de perquirir as suas atua i s
situações , com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos , e, caso afirmat i vas as
respostas , que comprovem a compatibilidade dos
horários ;

3 . 2 . Afer i r a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos :

a} pe l a indi cação dos regimes de trabal ho


envolvidos (plantão ou comum} ;

b} pela aferição da compat i bi l i dade de horários


nos do i s cargos , com vista ao cumprimento
efetivo das contrapart i das ;

c} pela aferi ção das distãncias entre os locais


de trabalho ;

d} levando em cons i de r ação o períod o de


descanso 4 do servidor ;

e} de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro , restando o
inte r esse públ i co resguardado , mormen te no que
d i z respe i to à boa prestação do serviço púb,. l•ícb.
e , por outro lado , se tenha precatado , tafnbém , : a
observãnc i a da saúde física e menê al•... ' ·dÔ'
·,
servidor . ' 1\ ' • • !'
1;, ; ·•

\ .. ·~. ~
Documentos disponiveis para consulta e download no seguinte endere.çd:
https : //pce . tce . ro .gov . br/tramita/pages/main . jsf . .'\
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela " Fundação Naci onal do Sono" recomenda um ~
descanso de 0 7 a 08 horas por d i a para um adulto , entre 26 a 64 anos, ter uma '\
vida saudável (noticia veiculada no s ite eletrônico da revista Veja em 16 de
fevere i ro de 20 1 5).
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3 . 3 . Caso , após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora , não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constituci onal, deverá ser oport unizado aos
se r vidores que esco l ham um dos cargos ,
comprovando a exoneração do cargo não eleito ;

3 . 4 . Caso subsistam as situações de cumulações


ir regulares cons t atadas sem a devida
comprovação da compatibil i dade de horários - em
decorrência de eventuais recalci trãnc i as dos
servidores , mesmo após c i enti fi cados da
necessidade de comprovar a compatibi l idade de
horár i os , cabe rá à Unidade Gestora instaurar
procedi mento administrativo discipl i nar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores , bem como informar as si t uações a
este Tri buna l para que apure possíve i s
responsabilizações dos serv i dores , o que pode
redundar em eventuais apli cações de multas
prev i stas no art . 55 , da LC n° 154/96 .

4. Isso posto , concede - se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Juri sdi cionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Oficio.

5 . Po r fim , c ient ifico Vossa Excelênc i a , por dever de


o fíci o, que a obstrução ao l i vre exercício das fisca l izações ,
bem como a sonegação de p rocesso , documento ou informa ção
poderá ensejar a apl i cação de multa , nos termos do a r t . 55, IV ,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/ c art . 103 , i ncisos
IV , V e VI do Regiment o Interno , sem pre j uízo de outras sanções
previstas em lei .

6 . Ao t empo em que coloco à disposição dessa Un i dade


equipe de Audi toria responsável pelos trabalhos em questão ,
para dirimir eventuais dúvidas , por meio do do telefone ( 69)
3229-4286 , agradeço pela atenção dispensada .

Atenciosamente ,

(assinado eletronicamente)
BRUNO BOTELHO PIANA
Secretário-Ger al de Con t role Exte rno

Av. Presidente Dutra, o• 4229, Bairro Olaria, Porto Velho- Rondônia CEP: 76801 -327
Fone: (Oxx69) 321 1-9100 sgcc(ttcc ro c"' bt I '"nqco.ro go' br

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ANEXO 1 RELATOS DOS INDÍCIOS DE I RREGULARIDADES APURADOS NO


PROCE SSO N. 0325 /2 0 17 / TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visual izados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https ://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. CYRO FRANCISCO DOS SANTOS (item 4 . 26 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

I CYRO FRANCISCO DOS SANTOS CPF 110.203.421- ~


53
I! VÍNCULO 1 I P~FEITURA DE VILHENA (FUNDO DE MATRÍCULA 8493 1
SAUDE)
CARGO ASSISTENTE TEC. HOSPITALAR - DT ADM: CH/SEMANAL 40 I
15/07/2011
VÍNCULO 2 • SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇAO - MATRÍCULA 300004313
SEDUC
CARGO ANALISTA EDUCACIONAL - DT ADM : CHISEMANAL 40
01/07/1983
VÍNCULO 3 GOVERNO DO EX-TERRITORIO (UNIAO) MATRÍCULA 0698820
CARGO IADM? PROFESSOR BASICO TECNOLOGICO - DT
28/09/1981
I CH/ SEMANAL 20

1.1 . Rala to :

Os extratos do SIGAP , da RAI S e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos do titular com as três unidades acima
arroladas5.

As provas col e t adas demonstram que Cyro Francisco dos Santos


detinha, no exercício de 20 1 6, ao menos até o mês de outubro, 3 (três)
vínculos com a Administração Pública , situação que , por si só , Ja não
encont r a guarida na Constituição Federal , uma vez que em seu art . 37,
XVI , " a " a " c " está prevista a possibilidade de acumulação de apenas dois
cargos remunerados.

Além d isso , t rata-se de situação em que o titular estaria


exercendo dois cargos técnicos e um cargo de pro fessor , portanto , não
enquadráveis na s hipóteses de acumulação líci ta previstas no art . 37 ,
XVI , "a" a "c" da Constituição Federal .

Acrescenta- se que a jornada semanal dos três cargos soma 100


h, tratando-se , portanto , de carga horária excessiva , que alberga
hipótese de não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos
cargos .

5 !0=531172 .

Av. Presidente Dutra, n• 4229, Bairro Olaria. Pono Velho· Rondônia CEP: 7680 1·327
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Pag. 14985
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Pag. 14986
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Report ando-se sobre o assunto , a Prefeitura de Vilhena


limitou-se a informar que o se r vidor era cedido , e que a cedência havia
sido e ncerrada em 31/12/20166 .

Diligenciada a SEDUC7 , esta , em repostas , alegou que "o


servidor se encontra lotado na EEEFM Cecília Meireles na função de
programa de alimentação escolar no município de Vilhena com a carga
horária de 40 horas" .

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades ,


materializadas na acumulação de três cargos públicos e jornadas
incompatíveis . A situação é agravada pela possível realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação total dos
serviços , que , à priori , implica em pagamento de despesa sem a devida
liquidação .

2. EDNA BATISTA VIANA NEVES (item 4.26 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional) .

EDNA BATISTA VIANA NEVES CPF 408 . 064.202-


20
-
VÍNCULO 1 PREFEITURA DE VILHENA (FUNDO DE MATRÍCULA 10456
SAÚDE) I
CARGO TECNICO EM ENFERMAGEM - DT ADM: CH/SEMANAL 40
15/09/2014 9
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE VILHENA MATRÍCULA 9843
CARGO PROFESSOR SERIES INICIAIS - DT ADM: CH/SEMANAL 30
15/09/2014

1.1. Relato :

Os extra t os do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


dois vínculos da titular com a Prefeitura de Vilhena lo .

A col eta de provas revelou que o titular detinha , no


exercício de 2016, dois cargos efetivos , com carga total de 70h/semana :
um cargo de professora (30h/semana) mais um cargo de técnica de
enfermagem (40h/semana ) , tota li zando uma jornada de ?Oh /semanais .

De se destacar que os cargos são acumuláveis


con stitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico) , porém,
a carga hor á r ia desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005 ,
i tem "c", que limita em 65h/semana is a carga horária global dos dois
cargos ocupados .

Nesse sentido , torna- se necessária averiguação , por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas , o que caracterizaria

6 Docume nto eletrôni co n . 18692017 , 1D=432204


7 Oficio n. 073/2017/SGCE - ID=493626 .
8 Documento 1D=493626 .

• Ato de admissão analisado no processo n . 2572/20 14. Considerado l egal , Acórdão AC1-TC
00590/17
10
1D=531408 .
Av. Presidente Dutra, n• 4229, Bairro Olaria, Porto Velho ·Rondônia CEP: 7680 1-327
Fone: (Oxx69) 32 11 ~ 9 1 00 !'uçç 'a tcc ro UO\ hr I \\ \\" IC\! ro.go\ br

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Pag. 14987
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação


integra l dos serviços , implicando em despesa não l iquidada .

A Prefeitura de Vilhena informou que haveria , em tramitação o


processo administrativo n . 996/2016 constituído para redução de carga
horária do cargo de técnico em enfermagemll . Porém, não relatou ou
comprovou qualquer medida efetivada .

4 .32.2. Achados

Acumulação li c ita de cargos , porém com carga horária


excessiva , havendo risco de pagamento por serviços niio prestados , haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições
do art . 37 , XVI da Constituição Federal c/c o item " c H do Parecer Prévio
n . 21/2005 .

3. EDNA MARA SALLA CORREA (item 4.33 do Relatório Preliminar


da Auditoria Operacional) .

EDNA t-QRA SALLA CORREA CPF 314.318.441-


87
ViNCULO 1 PREFEITURA DE VILBENA MATRiCULA 4929

CARGO SUPERVISOR ESCOLAR - DT ADM : CH/ SEMANAL 40


14/06/2004
ViNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇAO - MATRICULA 300046248
SEDU C
CARGO PROFESSOR CLASSE C- DT ADM : CH/SEMANAL 40
28/02/2003

3.1 . Relato:

Os e x tratos d o SIGAP , da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades acima
arroladas l2 .

A coleta de provas revelou que o titular detinha , no


exercício de 2016 , dois cargos efetivos, com carga total de 80h/ semana:
um cargo de professora (40h/semana) mais um cargo de supervisor escolar
(40h/semana) , totalizando uma jornada de 8 0h/semanais .

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente {professor mais cargo técnico ou científico ) , porém,
a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n . 21/2005 ,
item "cH, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois
cargos ocupados .

Nesse sentido , torna- se necessária averiguação , por parte dos


empregadores , da possível sobreposição de jornadas , o que caracteriza ria
realização de pagamentos int egrais de remunerações sem a contraprestação
i n tegral dos serviços , implicando em despesa não liquidada .

11 Documento e l etrônico n . 1869/2017 , 10~45 46.


12 10• 531431.
Av. Presidente Outra, n• 4229, Bairro Olaria, Pono Velho · Rondônia CEP: 76801·327
Fone: (Oxx69) 32 11·9100 I"'"'
; uçc " ts.c 111 uo• b1 J>c m ""' b1

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Documento de 9 pag(s) assmado eletronicamente por Bruno 8 P1ana e/ou outros em 08/03/2018
Auteni!Cação OFFF-IAIA-CAIB-ORNE no endereço http //Www tce ro gov br/val!dardoc
Pag. 14987
Documento ID=610328 inserido por JOÃO CARLOS MOURÃO em 07/05/2018 11:03. 00325/17
Pag. 14988
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

A Prefe i tura de Vilhena informou que há processo


administrativo n . 1055/2017 constituído para apuração lJ . Porém, não
relatou ou comprovou qualquer medi da efet i vada .

A SEDUC , por sua vez , apenas i nformou que a servidora se


encontrava de licença médica no período de 01 /02/2017 a 01/04/2017 e que
estava lotada na EEEFM Shirl ey Ceruti - Município de Vi l henal q.

3 . 2. Achados

Acumulação lícita de cargos , porém com carga horária


excessiva , havendo risco de pagamento por serviços não prestados , haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições
do art . 37 , XVI da Constituição Federal c/c o item "c" do Parecer Prévio
n . 21/2005 .

4. GERALDA DE AQUINO RODRIGUES item 4.47 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

GERALDA DE AQUINO RODRIGUES CPF 220.765.572- J


53
VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇAO - MATRÍCULA 30000100777 I

SEDUC
I
CARGO PROFESSOR - DT ADM: 03/03/1986 CHISEMANAL 40
i VÍNCULO 2 PREFEITURA DE VILBENA I MATRÍCULA 4084
! CARGO PEDAGOGO - ADM. 22/02/2002 15 I CH/ SEMANAL 40

4.1. Relato:

Os extratos do SIGAP , da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a exis t ência de vínculos da titul ar com as duas unidades acima
arroladas 1 6 .

A coleta de provas revelou que o t itular detinha , no


exercí c i o de 2016 , dois cargos efet i vos , um de pedagogo
( t écnico/científico) e outro de professor com carga total de 8 0 h/semana .

De se destacar que os dois cargos são acumuláveis


constitucionalmente , porém , a carga h orária desborda das determinações do
Parecer Prévio n . 21 /2005 , item " c ", que limita em 65h/semanais a carga
horári a global dos dois cargo s ocupados .

Assim, necessária averiguação , por par t e dos empregadores , da


possível sobreposição de jornadas , o que caracterizaria realização de
pagament os integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços , implicando em despesa não liquidada .

13 Documento elet rôn i co n. 1 869/2017 , 1D=405446 .


1' Documentos 1D=432204 .
15 Ato de admissão apreciado no processo n . 03563/ 2003 . J ulgado l egal, Decisão n. 715/2009 -
2• Câmara.
16
1D=53 1863.
Av. Presidente Dutra, n°4229, Bairro Olaria, Pono Velho· RondôniaCEP: 7680 1-327
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Oficiada , a Prefeitura de Vilhena 17 informou que a servidora


voltara a cumprir carga horária de 40h , em virtude do afastamento do
vínculo com a esfera estadual 18 .

A SEDUC foi oficiada 19 e informou que a servidora encontrava -


se em casa , aguardando apose ntadoria2o .

4.2. Achados

Acumulação lícita d e cargos , porém com carga horá ria


excessiva , havendo risco de p agamento por serviços não prestad os , haja
vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às d isposições
do art . 37 , XVI da Consti t uiç ã o Federal c/c o item " c u do Parecer Pré vio
n . 21/2005 .

S . NATALINA MITSUE TAMASHIRO GARCIA item 4.106 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

NATALINA MITSOE TAMASBIRO GARCIA CPF 120 .977.668-54


VINCULO 1 MINISTERIO DA SAUDE - PROGRAMA MATRiCULA N/LOCALIZADO
}9.15 MÉDICOS
CARGO MEDICO CH/ SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DO MUNICIPIO DE VILBENA MATRf_CULA 4836
CARGO ENFERMEIRA - DT ADM: 17/05/2004 CH/ SEMANAL 40

5.1. Relato:

O caso de Natalina Mi tsue Tamashiro Garcia difere dos demais


abordados no presente trabal ho por ser fato detectado além da amostragem
selecionada , mas foi inserido na AOP por estar perfei t ame nte
contextualizado com seu escopo .

Extratos do SIGAP , da RAIS , do CNES e do Por ta l de


Transparência da União e demais documentos coletados comp rovam a
existência de víncul os da t i t ular com as duas unidades acima arroladas ,
com as peculiaridades que aba i xo se descreve 21 •

A titular formou - se em medicina , na Universidade de Aquino da


Bolívia - UDABOL, no ano de 2016 . Portanto , a priori , esteve for a do
Brasil nos anos de 2016 e anteriores , durante todo o tempo em que durou a
sua formação acadêmica (seis a sete anos ) . Não obstante , os extratos do
SIGAP , do Portal de Transparência do Município de Vilhena e da RAIS ,
demonstram que a ti tu lar recebeu , ininterruptament e , remunerações pelo
Município de Vilhena durante todo o período de 2 0 08/2017 .

Porém, como poderia estar recebendo pelo cargo de enfermeira


se estava na Bolívia , cursando medicina?

Além disso , veri f i camos que a titul ar conseguiu , já no ano de


2017 , a revalidação do diploma de médica por meio da Universidade Federal

11
Oficio n. 0084/2017/SGCE , ID~4320 4.
11 Documento eletrônico n. 18692017 , r o~ 4 3204
19 Oficio n . 073/2017/SGCE - 1 0=493626 .
20 Documentos 10•432204 .
21
IDs 533544 e 533610 .
Av. Presidente Dutra, o• 4229. BairTO Olaria. Pono Velho· Rond6nia CEP: 76801-327
Fone: (Oxx69) 3211-9100 sgce (IM m "'" lu I 11 11" I• < m ym b1

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

d e Mato Grosso - UFMT e , após isso , foi contra tada pelo Governo Federal
para atuar no Programa Mais Médicos , com designação para o município de
Jauru - MT , distante cerca de 400km de Vilhena .

Confirmamos que a servidora vem recebendo remunerações pelos


dois cargos (médica e enfermeira ) havendo, porém, compreensíveis dúvidas
sobre se está cumprindo integralmente sua carga horária em Vilhena , haja
v i sta a distância entre as duas cidades (Vilhena/Jauru) 22 .

5.2. Achados:

5 . 2 . 1 . Provável pagamento irregular de remunerações p a ra a


servi dora no período em que esta se encontrava na Bolívia , cursando
medicina , na Universidade de Aquino da Bolívia - UDABOL (curso encerrado
em 2016 , com duração de seis a sete anos) . Portanto , há possibilidade da
ocorrência de pagamentos sem contraprestação dos serviços , atentando
contra os princípios constitucionais da legalidade , moralidade e
impessoalidade expressos no caput do art . 37 da Constituição Federal c/c
arts . 62 e 63 da Lei Federal n . 4320/1964 .

5.2.2 . Comprovadas robustas evidên cias de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos jornadas incompatíveis ,
agravadas pela possíve l realização de pagamentos integrais de
remunerações sem a contraprestação integral dos serviços , que , à priori ,
imp li ca em pagamento de despesa não liquidada . Destarte , os achados
configuram descumprimentos aos ditames previstos no art . 37 , XVI , "a" e
"b" , da Constituição Federal c/c as letras "a" e "b" do Parecer Prévio n°
21/2005 - Pleno (redação dada pelo Acórdão n° 165/2010 - Pleno ) c/c os
subitens VI . a . ii e VI . a . iii do Acórdão n° 246/2015 - 2• Câmara c/c o os
arts . 62 e 63 da Lei Federal n . 4320/1964 .

22 Apuração do cargo no Mais Médicos é de alçada do TCU .


Av. Presidente Dutra. n• 4229, Bairro Olaria. Pono Velho · Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (Oxx69) 321 1..9100 ...u.c a h.c ro go' br I "\\" .li..:~o· rd f.!O\ br

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BI039647538BR 76867000 0 SN N 0 1/1 CLEBERSON SILVIO DE CASTRO


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Carimbo e Assinatura / Matricula dos Correios

APRESENTAR ESTA LISTA EWI CASO DE PEDIDO DE INFORiVIAÇÕES

Estou ciente do disposto na cláusula terceira do contrato de prestação de Sen/iços.

ASSINATURA DO REMETENTE

Obs: via Unidade de Postagem e 2= via Cliente

Data de emissão: 15/03/2018


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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0078/2018-SGCE

Porto Velho, 14 de março de 2018

À Sua Excelência, o Senhor


GILMAR ALVES DE SOUZA
Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Theobroma
Av. 13 de fevereiro, 1358 – Centro
76866-000 THEOBROMA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Presidente,

1. Com os nossos cumprimentos, levo ao conhecimento


de Vossa Excelência que o Tribunal de Contas do Estado de
Rondônia está realizando auditoria operacional em conjunto com
o Tribunal de Contas da União1, na área de pessoal, que tramita
nos autos do processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria ora mencionada se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelo(s) seguinte(s) servidor(es):

NOME DO SERVIDOR CPF


1. JOANA APARECIDA DE SOUZA 952.976.696-34

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da


União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto
Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de


descanso4 do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do
servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do
telefone (69) 3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercício

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. JOANA APARECIDA DE SOUZA (item 4.71 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

JOANA APARECIDA DE SOUZA CPF 952.976.696-34


VÍNCULO 1 CÂMARA DE THEOBROMA MATRÍCULA 550
CARGO VEREADOR – 01/01/2013 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE THEOBROMA MATRÍCULA 470
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 01/03/2000 CH/SEMANAL 40 (red. para
20)
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300099162
SEDUC
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 21/06/2010 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos da titular com as três unidades acima
arroladas5.

As provas coletadas demonstram que Joana Aparecida de Souza


detinha, no exercício de 2016, 3 (três) vínculos com a Administração
Pública, situação que, por si só, já não encontra guarida na Constituição
Federal, uma vez que em seu art. 37, XVI, está prevista a possibilidade
de acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Além disso, trata-se de situação em que a titular estaria


exercendo dois cargos de professor, mais um cargo eletivo (vereador),
portanto, não enquadráveis nas hipóteses de acumulação lícita previstas
no art. 37, XVI, “a” a “c” ou no art. 38, III, da Constituição Federal.
Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 100h,
tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese
de não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

De se destacar que se trata de vereadora reeleita no pleito


de 2016.

Diligenciada a SEDUC6, esta, em reposta7, informou que “a


servidora se encontra lotada na EEEFM Primavera, docente habilitação
Geografia.”

Diligenciada a Câmara de Theobroma, esta informou que a


servidora haveria se afastado cargo de professora no município de

5 ID=532578.
6 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
7 Documento ID=493626.

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Pag. 14996
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Theobroma e que sua carga horária ali seria de 20h/semana. Também


esclareceu que o cargo de professora no Estado fora mantido, haja vista a
compatibilidade de horários. Acrescentou que já se encontraria
respondendo a processo nesta Corte, sob. n. 3239/20118. No entanto, no
que tange ao referido processo, verificamos tratar-se de outro caso
distinto de acumulação de cargos, no período de 2010 a 2012, sem
correlação com o ora tratado9.

Diligenciada a Prefeitura de Theobroma, esta comprovou que a


servidora obtivera redução da carga horária de 40h para 20h, a partir de
1/7/2010, por meio de Decreto Municipal da mesma data. Também comprovou
que a mesma solicitara afastamento do cargo exercido no município, a
partir de 1/2/2017, situação esta corroborada por extrato do SIGAP,
relativo ao ano de 201710.

As peças trazidas aos autos por meio das diligências


efetuadas corroboram uma jornada semanal de 100h, bem como a acumulação
ilícita de dois cargos de professor mais um de vereador, situação que foi
corrigida a partir de fevereiro/2017, com o afastamento do cargo de
professor vinculado ao município de Theobroma. Persiste, porém, a
necessidade de apuração da efetiva contraprestação integral dos serviços,
no período anterior ao do referido afastamento.

1.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não
liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, com


o afastamento do cargo de professor vinculado ao município de Theobroma,
persistindo, porém, a necessidade de apuração da efetiva contraprestação
integral dos serviços, no período anterior ao do referido afastamento.

8 Ofício n. 039/2017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503960.


9 Vide peças disponíveis no PCe, para os referidos autos.
10 Ofício n. 093/2017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503968.

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Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF.0166/2018/D1<'C-SPJ

B!0396475'i5BR 76850000 0 S N N 0 1/1 SÉRGIO ROBERTO BOÜEZ DA SILVA


Serviço; 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 0077/2018-SGCE ^ '
BI039647524BR 76866000 0 SN N 0 1/1 GILMAR ALVES DE SOUZA
Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 0078//2018-SGCE

BI039647538BR 76867000 0 SN N 0 1/1 CLEBERSON SILVIO DE CASTRO


Serviço;10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR ' Observações: OF. 0082/2018-SGCE.
B1039647541BR 76860000 0 SN N 0 1/1 ANDRÉ FELIPE DA SILVA ALMEIDA
Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 00232/2018/DP-SPJ

BÍ039647555BR 76930Ò00 / O SíN N 0 1/1 NEUCl ALMEIDA Da GOSTA :


Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATÜRAR Observações: OFICIO CIRCULAR N°0005/2018/GP

Totalizador: Ub817425260UE
Carimbo e Assinatura / Matricula dos Correios

APRESENTAR ESTA LISTA EWI CASO DE PEDIDO DE INFORiVIAÇÕES

Estou ciente do disposto na cláusula terceira do contrato de prestação de Sen/iços.

ASSINATURA DO REMETENTE

Obs: via Unidade de Postagem e 2= via Cliente

Data de emissão: 15/03/2018


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TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0082/2018-SGCE

Porto Velho, 14 de março de 2018

Ao Senhor
CLEBERSON SILVIO DE CASTRO
clebersonsilvio@hotmail.com
Superintendente do Instituto de Previdência de Vale do Anari
Av. Vereador Acir José Damasceno, n. 4118– Centro
78867-000

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Superintendente,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelo(s) seguinte(s) servidor(es):

NOME DO SERVIDOR CPF


Pedro Paixão dos Santos 505.319.999-04

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da


União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto
Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de


4
descanso do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do
servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Senhoria, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do
telefone (69) 3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercício

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. PEDRO PAIXÃO DOS SANTOS (item 4.111 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

PEDRO PAIXÃO DOS SANTOS CPF 505.319.999-04


VÍNCULO 1 INSTITUTO MUNICIPAL DE PREVIDÊNCIA MATRÍCULA 1059
SOCIAL DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
DE VALE DO ANARI – IMPRES –DT ADM:
01/02/2013
CARGO ASSESSOR JURÍDICO CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MATRÍCULA 1781
THEOBROMA
CARGO ADVOGADO – DT ADM: 01/07/2012 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

As fichas financeiras do SIGAP e extrato da RAIS coletados


demonstram que o servidor recebeu, entre os meses de janeiro a abril
2016, concomitantemente, as remunerações de dois vínculos com o serviço
público, a saber: assessor jurídico + advogado, totalizando uma jornada
de 80 h/semana, em dois municípios distantes 50 km um do outro: Vale do
Anari e Theobroma5.

A situação é de inconformidade com as regras permissivas para


acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c” da
Constituição Federal, pois se trata de um cargo em comissão e outro cargo
efetivo de advogado.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos soma


um mínimo de 80h – isso se não se considerar que o cargo em comissão de
Assessor Jurídico é, por natureza, em regime de dedicação exclusiva -, o
que torna improvável a integral contraprestação dos serviços.

Diligenciado o IMPRES, este, em reposta, informou que o


servidor fora exonerado em 02/05/2016, conforme Portaria n.
004/IMPRES/2016, encaminhada para a apreciação da Comissão]ao de
Auditoria e que efetivamente comprova a exoneração6.

Diligenciada a Prefeitura de Theobroma, esta limitou-se a


encaminhar o Termo de Posse e o Decreto de Lotação do servidor7.

1.2. Achados

5 ID=533720.
6 Ofício n. 158/2017/SGCE e demais documentos reunidos no ID=505186.
7 Ofício n. 0932017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503968.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Pag. 15002
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Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à
priori, implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras
“a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão
nº 165/2010 – Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de maio/2016, com a exoneração do titular do cargo
em comissão no IMPRES. Persiste, porém, a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento ID=610328
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Pag. 15003
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Correios EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

LISTA DE POSTAGEiVl
da Lista: 120053729 Remetente: TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDONIA
Contrato: 9912341233 Cliente: TCER

Cód Administrativo: 13516744 Endereço: Avenida Presidente Dutra, 4229 - Olaria


Cartão: 0068396856 Porto Velho/RO - CEP; 76801326
Telefone: 6932119008
N° do Objeto CEP Peso AR iVIP VD Valor Declarado Nota Fiscal Volume Destinatário

BI039647498BR 75907614 0 SN N 0 1/1 JESUALDOPIRESiFERREIRAaÚNIOR :


Serviço:10065 - CARTA CÓMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 0165/2018/D1''C-SPj '
BI039647507BR 76907614 0 SN N 0 1/1 JACKSON JÚNIOR DE SOUZA
Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF.0166/2018/D1<'C-SPJ

B!0396475'i5BR 76850000 0 S N N 0 1/1 SÉRGIO ROBERTO BOÜEZ DA SILVA


Serviço; 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 0077/2018-SGCE ^ '
BI039647524BR 76866000 0 SN N 0 1/1 GILMAR ALVES DE SOUZA
Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 0078//2018-SGCE

BI039647538BR 76867000 0 SN N 0 1/1 CLEBERSON SILVIO DE CASTRO


Serviço;10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR ' Observações: OF. 0082/2018-SGCE.
B1039647541BR 76860000 0 SN N 0 1/1 ANDRÉ FELIPE DA SILVA ALMEIDA
Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATURAR Observações: OF. 00232/2018/DP-SPJ

BÍ039647555BR 76930Ò00 / O SíN N 0 1/1 NEUCl ALMEIDA Da GOSTA :


Serviço: 10065 - CARTA COMERCIAL A FATÜRAR Observações: OFICIO CIRCULAR N°0005/2018/GP

Totalizador: Ub817425260UE
Carimbo e Assinatura / Matricula dos Correios

APRESENTAR ESTA LISTA EWI CASO DE PEDIDO DE INFORiVIAÇÕES

Estou ciente do disposto na cláusula terceira do contrato de prestação de Sen/iços.

ASSINATURA DO REMETENTE

Obs: via Unidade de Postagem e 2= via Cliente

Data de emissão: 15/03/2018


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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0085/2018-SGCE

Porto Velho, 16 de março de 2018

A Sua Excelência, o Senhor


MARCOS AURÉLIO MARQUES FLORES
Prefeito do Município de Alto Alegre dos Parecis
Av. Afonso Pena, 3370 – Setor 1
76952-000 ALTO ALEGRE DOS PARECIS - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de
práticas de acumulação ilícita de cargos por
servidores municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que


o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase


de instrução complementar que visa a apurar indícios de
possíveis práticas de irregularidades relativas a acumulação
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com
percepção de remunerações sem integral contraprestação de
serviços pelo(s) seguinte(s) servidor(es):

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Maria de Lourdes Dias Brunel 326.640.442-29

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da


União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto
Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 16/03/2018. Pag. 15004
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15005
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jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles
3
autos , adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente
aos vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais
situações, com o escopo de saber se continuam
acumulando cargos, e, caso afirmativas as
respostas, que comprovem a compatibilidade dos
horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento
efetivo das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de


descanso4 do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do
servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de
07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 16/03/2018. Pag. 15005
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
GAGB-IAGB-CAIB-VLEL CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15006
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comprovação da compatibilidade de horários – em


decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações,
bem como a sonegação de processo, documento ou informação
poderá ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV,
V e VI da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos
IV, V e VI do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do
telefone (69) 3229-4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Geral de Controle Externo em exercício

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 16/03/2018. Pag. 15006
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
GAGB-IAGB-CAIB-VLEL CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15007
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. MARIA DE LOURDES DIAS BRUNEL (item 4.94 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional).

MARIA DE LOURDES DIAS BRUNEL CPF 326.640.442-29


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE ALVORADA DO OESTE MATRÍCULA 2515
(FUNDO DE SAÚDE) – DT ADM:
01/08/2014
CARGO AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ALTO MATRÍCULA 1426
ALEGRE DOS PARECIS
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 13/02/2012 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS, bem como o do Portal de


Transparência da Prefeitura de Alto Alegre dos Parecis5 comprovam a
existência de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas
6.

Constamos que a servidora teve, no exercício de 2016, duas


fontes de rendimentos entre jurisdicionados desta Corte, a saber, Fundo
Municipal de Saúde de Alto Alegre dos Parecis, com o cargo de enfermeiro
e carga horária de 40 horas semanais e, também, pelo Fundo Municipal de
Saúde de Alvorada do Oeste, com o cargo de auxiliar de serviços gerais e
jornada de 40 horas semanais.

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo técnico com outro


de natureza administrativa não é prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se a servidora conseguiria cumprir
integralmente ambas as cargas horárias.

Aumenta o risco de não prestação integral dos serviços o fato


de que os municípios de Alto Alegre dos Parecis e Alvorada do Oeste
distantes cerca de 175 km um do outro.

Foi diligenciada a Prefeitura Municipal de Alto Alegre dos


Parecis7.

5 Informações sobre pessoal estava indisponíveis no Portal de Transparência de


Alvorada do Oeste.
6 ID=533242.
7 Ofício 013/2017/SGCE, ID=432190.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Em resposta, a Prefeitura de Alto Alegre dos Parecis alegou


ter aberto o processo administrativo nº 152/2017 para averiguação.
Declarou que a servidora inicialmente era lotada no município de Cacoal e
em regime de plantão começou a trabalhar em Alto Alegre dos Parecis.
Entre as alegações da Prefeitura de Alto Alegre dos Parecis, consta cópia
da declaração da servidora, datada de janeiro de 2012, onde consta que a
servidora era funcionária estatutária do quadro efetivo do Estado de
Rondônia, como Auxiliar de Serviços de Saúde, lotada, na ocasião, na II
Gerência Regional de Cacoal, cedida para o Hospital Municipal Materno
Infantil do Município de Cacoal, em regime de plantão8.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à
priori, implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras
“a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão
nº 165/2010 – Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara.

8 Documento eletrônico n. 3080/2017, ID=416101

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OFÍCIO N. 0104/2018-SGCE

Porto Velho, 05 de abril de 2018

À Sua Excelência, o Senhor


THIAGO LEITE FLORES PEREIRA
Prefeito do Município de Ariquemes
Av. Tancredo Neves, 2166, Setor Institucional
CEP: 76870-021 ARIQUEMES-RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Geraldo Magela de Menezes
343.349.048-15
2. Heli Rodrigues do Nascimento
398.765.436-87
3. Joacir Terto de Lima
497.509.092-91

4. Valteone Pereira Maulaz 300.623.572-04

1Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos

2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:


https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de 07

a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).
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servidores que escolham um dos cargos,


comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Pag. 15012
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. GERALDO MAGELA DE MENEZES (item 4.48 do Relatório Preliminar)

GERALDO MAGELA DE MENEZES CPF 343.349.048-15


VÍNCULO 1 INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS MATRÍCULA 300012227
SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE
RONDÔNIA - IPERON
CARGO APOSENTADO (PROFESSOR)5 CH/SEMANAL 0
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE ARIQUEMES MATRÍCULA 257631
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 01/03/1999 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – MATRÍCULA 300037842
SEDUC –DT ADM: 18/09/2001
CARGO PROFESSOR CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa e do Portal


de Transparência do Município de Ariquemes comprovam a existência de
vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas6.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos de professor, com carga total de 80h/semana
(Prefeitura de Ariquemes e SEDUC), mais um vínculo inativo de professor
aposentado (IPERON).

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma aposentadoria,
desde que o cargo que tenha originado o benefício da aposentadoria seja
acumulável com o cargo ativo, conforme estabelecem os seus arts. 37, XVI,
“a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez que o


servidor acumula dois cargos efetivos mais uma aposentadoria.

De se destacar, ainda, que os dois cargos da ativa, em si


considerados, são acumuláveis constitucionalmente, mas a carga horária
destes desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005, item “c”,
que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos ocupados.

Outrossim, sendo ambos os contratos com jornada semanal de 40h,


totalizando 80h/semana, necessária averiguação, por parte dos
empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

5 Ato de aposentadoria apreciado no processo n. 2765/2002.


6 ID=531902.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento ID=610328
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Pag. 15013
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Diligenciada a Prefeitura de Ariquemes7, esta informou que a


irregularidade era procedente, que contatara o servidor que a sua carga
horária no município era de 20h/semana e não 40h/semana8. Não demonstrou,
não obstante, a diminuição proporcional da remuneração.

Oficiado o IPERON9, este se limitou a informar dados sobre o


cargo que originara a aposentadoria10.

1.2. Achados

1.2.1. Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de cargos públicos com jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori, implica em
pagamento de despesa não liquidada. Enquadramento: art. 37, caput e inciso
XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal
n. 4320/1964 c/c as letras “a”, “b” e “c” do Parecer Prévio nº 21/2005 –
Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens
VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara;

1.2.2. Comprovada a acumulação ilícita de dois cargos efetivos


mais uma aposentadoria, contrariando os arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10 e
40, §6º da Constituição Federal.

2. HELI RODRIGUES DO NASCIMENTO (item 4.57 do Relatório


Preliminar)

HELI RODRIGUES DO NASCIMENTO CPF 398.765.436-87


VÍNCULO 1 DEPARTAMENTO DE ESTRADAS, RODAGENS, MATRÍCULA 300007240
INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS
- DER
CARGO AUXILIAR ADMINISTRATIVO – DT ADM: CH/SEMANAL 40
17/10/1983
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE ARIQUEMES MATRÍCULA 330491
CARGO PROFESSOR11 - DT ADM. 01/04/2002 CH/SEMANAL 40

2.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa e do Portal


de Transparência da Prefeitura de Ariquemes comprovam a existência de
vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas12.
A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício
de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
auxiliar administrativo (40h/semana) mais um cargo de professor
(40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

7 Ofício n. 080/2017/SGCE, ID=432191.


8 Documento ID=432191.
9 Ofício 223/2017/SGCE, ID=494502.
10 Documento eletrônico n. 7804/2017, ID=457561.
11 Ato de admissão apreciado no Processo n. 3508/2003. Julgado legal, Dec. 27/2009

– 2ª Câmara.
12 ID=532143.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 05/04/2018. Pag. 15013
Documento ID=610328
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15014
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo administrativo com


outro de professor não é prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição
Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciado, o DER anuiu com a irregularidade e informou que


encaminharia a questão para parecer jurídico e demais providências13.

Também o Município de Ariquemes, após diligenciado, confirmou


a situação irregular e disse que notificaria o servidor para apresentação
de justificativas14.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

3. JOACIR TERTO DE LIMA HELI RODRIGUES DO NASCIMENTO (item 4.70


do Relatório Preliminar)

JOACIR TERTO DE LIMA CPF 497.509.092-91


VÍNCULO 1 POLÍCIA MILITAR – PM/RO MATRÍCULA 100063741
CARGO CABO – DT ADM: 18/12/1998 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE ARIQUEMES MATRÍCULA 234261
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 06/05/1992 CH/SEMANAL 40

3.1. Relato:

Os extratos do da RAIS, do Sistema Governa, do SIGAP e dos


Portais de Transparência da Prefeitura de Ariquemes e do Estado de Rondônia
comprovam a existência de vínculos do titular com as duas unidades acima
arroladas 15.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
professor (40h/semana) mais um cargo de cabo da PM/RO (40h/semana).

13 Ofício n. 066/2017/SGCE e resposta, ID=432184.


14 Ofício n. 080/2017/SGCE e resposta, ID=432191.
15 ID=532546.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 9 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 05/04/2018. Pag. 15014
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
IECB-IAFA-EAIB-BVWQ CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15015
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo técnico com outro


de natureza administrativa não é prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” da
Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se o servidor conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciada a PM/RO16, esta limitou-se informar que o fato era


desconhecido daquela Corporação17. Posteriormente18, a PM comunicou que o
servidor teria pedido exoneração do cargo de professor, em Ariquemes, mas,
no entanto, a documentação encaminhada apenas comprovou que este pedira
afastamento por 2 (dois) anos.

Diligenciada a Prefeitura de Ariquemes19, esta informou que a


irregularidade era procedente, e que notificaria o servidor para fazer
opção entre os cargos ou justificar-se20. Não obstante, nenhum novo
comunicado sobre o assunto foi remetido, posteriormente.

3.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori, implica em
pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

4. VALTEONE PEREIRA MAULAZ (item 4.127 do Relatório Preliminar)

VALTEONE PEREIRA MAULAZ CPF 300.623.572-04


VÍNCULO 1 CÂMARA DE VEREADORES DO MUNICÍPIO MATRÍCULA 1104
DE URUPÁ
CARGO VEREADOR – DT ADM: 31/01/2016 CH/SEMANAL 32
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2250
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 05/05/2016 CH/SEMANAL 30
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE URUPÁ (FUNDO DE MATRÍCULA 6149
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 06/02/2007 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 4 PREFEITURA DE ARIQUEMES (FUNDO DE MATRÍCULA N/L
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 26/06/2016 CH/SEMANAL 40

16 Ofícios nºs 228 e 273/2017/SGCE, ID=500029.


17 Dcoumento eletrônico n. 8408/2017, ID=463883.
18 Documento eletrônico n. 15871/2017, ID=546373.
19 Ofício n. 080/2017/SGCE, ID=432191.
20 Documento ID=432191.
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Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

4.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


vínculos do titular, no exercício de 2016, com as três unidades acima
arroladas21, nos seguintes períodos (preenchimento em cinza significa
recebimento de remuneração):

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16
CAMURU X X X X X X X X X X X X
PMSARI X X X X X X
PMMSE X X X X X X
PMURU X X X X X X X X X X X X

Como se percebe, no período de janeiro a junho/2016, o servidor


ocupou três cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante
da Serra (enfermeiro) e Prefeitura de Urupá (enfermeiro).

Já no período de julho a dezembro/2016, o servidor ocupou três


cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante da Serra
(enfermeiro) e Prefeitura de Urupá (enfermeiro).

Ainda que a Constituição Federal preveja a possibilidade de


ocupação cumulativa do cargo eletivo de vereador com o cargo efetivo, desde
que comprovada a compatibilidade de horários (art. 38, III) tal
possibilidade limita-se a acumulação do cargo eletivo com um único cargo
efetivo, regra, aliás, já prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” do mesmo
dispositivo.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 102h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um deles.

Em resposta ao Oficio 044/2017-SGCE, a Câmara de Vereadores do


Município de Urupá informou, através do Ofício nº 027/GP de 10 de fevereiro
de 2017, que o servidor realmente acumulou ilicitamente, no período de
2013 a 2016, o cargo eletivo de Vereador do Município de Urupá,
conjuntamente com dois Cargos de Enfermeiro (Profissionais de Saúde) nos
Municípios de Urupá e de Mirante da Serra. Informa, ainda, que esse fato
não mais persista em virtude do término do mandato eletivo em 31/12/2016,
sendo que não fora constatada nenhuma devolução de valores à Câmara
Municipal22.

Em resposta ao Ofício 108/2017/SGCE23, a Prefeitura Municipal


de Mirante da Serra, através do Ofício nº 265/GPMMS/2017 de 17/03/2017, no
Anexo II, a respeito do servidor em questão assim se posiciona “item 0 -
A Irregularidade procede mas a situação foi regularizada”, e acrescentou
que o servidor foi exonerado a pedido em 14 de junho de 2016, conforme
Portaria nº 3494/201924.

21 ID=534193.
22 Documentos ID=432184.
23 Documentos ID=432199.
24 Documentos ID=417433.
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Em resposta ao Ofício n. 088/2017-SGCE, a Prefeitura Municipal


de Urupá, através do Ofício nº 010/2017, de 16 de fevereiro de 2017,
respondeu que o servidor exerce suas funções regularmente no Município de
Urupá, que existe a efetiva contraprestação de seus serviços, com o
cumprimento integral de sua carga horária de 40h como enfermeiro e exerceu
ainda o cargo eletivo de Vereador entre os anos de 2012 e 2016, recebendo
regularmente seus vencimentos, conforme se verifica na sua ficha financeira
de 2016 e folha de ponto de todo o ano de 2016, anexo ao oficio supra25.

4.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, quando


se encerrou o mandato eletivo, persistindo a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

25 Documentos ID=417433
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OFÍCIO N. 0105/2018-SGCE

Porto Velho, 05 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


RONALDI RODRIGUES DE OLIVEIRA
Prefeito do Município de Buritis
Av. Porto Velho, 1580, Setor 02
76880-000 BURITIS - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelo
seguinte servidor:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Arly Dias Cabral

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
– TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui
Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
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mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC


00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.

3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa


Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de 07
a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia
veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).
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decorrência de eventuais recalcitrâncias dos


servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ARLY DIAS CABRAL (item 4.17 do Relatório Preliminar)

ARLY DIAS CABRAL CPF 622.128.692-15


VÍNCULO 1 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO – MATRÍCULA 300085398
DETRAN/RO
CARGO AUXILIAR EM FISCALIZAÇÃO DE CH/SEMANAL 40
TRÂNSITO5 - DT ADM: 16/02/2009
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE BURITIS MATRÍCULA 3253
CARGO VIGILANTE - DT ADM: 11/01/2011 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos da RAIS, do Sistema Governa, do SIGAP e do Portal


de Transparência da Prefeitura de Buritis confirmam a existência de
vínculos com as duas unidades acima mencionadas6.

Oficiados os empregadores7, estes, em síntese, confirmaram a


situação irregular, caracterizada pelo exercício de dois cargos públicos
remunerados, concomitantemente, sem que estes se enquadrassem nas hipóteses
previstas nos no art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição Federal.

Ambos encaminharam cópia do Decreto Municipal n.


7112/GAP/PM/2017, de 10/02/2017, que trata da exoneração, a pedido, do
servidor do cargo de vigilante, jornada de 40h/semana, no município de
Buritis8.

Coletamos o contracheque do servidor e informações adicionais


no Portal de Transparência do municipal, comprovando que este realmente
deixou de receber remunerações pela Prefeitura a partir de fevereiro/2017.

É de se destacar, no entanto, que Arly Dias Cabral foi admitido


no DETRAN/RO em 16/02/2009 e na Prefeitura de Buritis em 11/01/2011 e, ao
que consta, desde então – janeiro de 2011 -, até a exoneração –
fevereiro/2017 -, recebeu cumulativamente a remuneração de ambos os cargos.

Ainda, pois, que a situação, nos aspectos legais e formais,


tenha sido regularizada com a exoneração do titular em um dos cargos,
necessário que seja feita avaliação, pelos empregadores, sobre a efetiva
contraprestação de serviços, pois caso não tenha prestado a carga de

5 Ato de admissão apreciado no processo 01638/2009.


6 ID=530966 .
7 Departamento Estadual de Trânsito – Ofício n. 065/2017/SGCE, ID=416627;
Prefeitura de Buritis – Ofício n. 082/2017/SGCE, ID=432193.
8 Vide documentos eletrônicos nºs 1990/2017 (ID=407989) e 3093/2017 (ID=416217).
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80h/semana (40h no DETRAN, 40h em Buritis), sujeita-se à devolução, no


todo ou em parte, das verbas recebidas indevidamente.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de dois cargos públicos de natureza
incompatíveis com as hipóteses previstas na Constituição Federal. A
situação, porém, é agravada pela possível realização de pagamentos
integrais de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que,
à priori, implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de fevereiro/2017, com a exoneração do titular do
cargo em comissão. Persiste, porém, a necessidade de apuração da efetiva
contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

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OFÍCIO N. 0109/2018-SGCE

Porto Velho, 12 de abril de 2018

A Sua Excelência a Senhora


GLAUCIONE MARIA RODRIGUES NERI
Prefeita do Município de Cacoal
Rua Anísio Serrão, 2100, Centro
76960000 CACOAL - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de acumulação
ilícita de cargos por servidores municipais. Medidas a
serem adotadas.

Senhora Prefeita,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando auditoria
operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da União1, na área
de pessoal, que tramita nos autos do processo eletrônico n.
0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção de
remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Antônio Marcos Siqueira 409.390.732-34

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e, mais
especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC 00200/16
e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3, adotar as

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e
Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
3 Idem.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos vínculos


trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações, com
o escopo de saber se continuam acumulando cargos,
e, caso afirmativas as respostas, que comprovem a
compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho envolvidos


(plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários nos


dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo das
contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito à
boa prestação do serviço público e, por outro lado,
se tenha precatado, também, a observância da saúde
física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários – em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais responsabilidades

4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso


de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável
(notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).
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dos servidores, bem como informar as situações a


este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da
Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
BRUNO BOTELHO PIANA
Secretário-Geral de Controle Externo
Matrícula 504

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de Processo
Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ANTÔNIO MARCOS SIQUEIRA (item 4.13 do Relatório Preliminar)

ANTÔNIO MARCOS SIQUEIRA CPF 409.390.732-34


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE CACOAL MATRÍCULA 58754
CARGO ASSESSOR ESPECIAL (COMISSIONADO) – CH/SEMANAL 44
PERÍODO: 03/01/2014 A 15/12/2016
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300058215
SEDUC
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 29/03/2005 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do Sistema Governa e do Portal


de Transparência da Prefeitura de Cacoal comprovam a existência de vínculos
do titular com as duas unidades acima arroladas5.

As provas coletadas demonstram que o servidor recebeu, no ano de


2016, concomitantemente, as remunerações de dois vínculos com o serviço
público, sendo um cargo em comissão de assessor (Cacoal) e outro de professor
(SEDUC), totalizando uma jornada semanal de 84h.

A situação está em conformidade com as regras permissivas para


acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c” da
Constituição Federal, pois se trata de um cargo em comissão de natureza
técnica e outro cargo efetivo de professor.

De se destacar, porém, que o Parecer Prévio n. 21/2005, em seu


item “c” estabelece: “observada a compatibilidade de horários, é possível o
exercício de dois cargos de professor; ou um cargo de professor com outro,
técnico ou científico, com jornada de trabalho de 25 (ou 20) e 40 horas
semanais, sem que haja ofensa ao princípio da eficiência”.

Portanto, ainda que se considere que o cargo em comissão de


“assessor” tenha natureza técnica, a sua acumulação com o cargo de professor
implica em uma extrapolação de 15h semanais em relação ao limite estabelecido
Parecer Prévio n. 21/2005.

Nesse sentido, torna-se necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

5 ID=530904.
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Oficiada6, a Prefeitura de Cacoal limitou-se a informar que


“segundo RH, o Professor foi designado para o cargo de livre nomeação e
exoneração de Assessor Especial – Nível III, conforme Portaria n. 030/PMC-
2016 e exonerado conforme Port. N. 538/PMC/2016”7. De fato, consta que o
servidor em questão foi exonerado do cargo de assessor especial em 15/12/2016,
conforme págs. 4, 17 e 83 do documento eletrônico n. 02609/2017 (anexado).

Diligenciada a SEDUC8, esta, em reposta9, informou que “o


servidor encontra-se lotado na escola EEEFM Paulo Freire com a carga Horária
de 40 horas na função de docente, no município de Cacoal”.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de cargos públicos de jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento
de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a”, “b” e
“c” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de janeiro/2016, com a exoneração do titular do cargo
em comissão. Persiste, porém, a necessidade de apuração da efetiva
contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da exoneração.

6 Ofício n. 081/2017/SGCE, ID=411103.


7 Documento eletrônico n. 2609/2017, ID=411103.
8 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
9 Documento ID=493626.
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OFÍCIO N. 0117/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


À Sua Excelência o Senhor
HELIO DA SILVA
Prefeito do Município de Nova Brasilândia do Oeste
NOVA BRASILÂNDIA DO OESTE - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Marcia Pereira 592.959.102-49

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento ID=610328
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15029
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00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15029
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
AAGC-JAFD-EAIB-YGKF CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15030
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servidores, mesmo após cientificados da


necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15030
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
AAGC-JAFD-EAIB-YGKF CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15031
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. MARCIA PEREIRA (item 4.89 do Relatório Preliminar)

MÁRCIA PEREIRA CPF 592.959.102-


49
VÍNCULO 1 PREFEITURA DE ROLIM DE MOURA (FUNDO MATRÍCULA 4217
DE SAÚDE)
CARGO ZELADORA5 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE NOVA BRASILÂNDIA MATRÍCULA 2669
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRA CH/SEMANAL 32

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e dos Portais de


Transparência das Prefeituras de Nova Brasilândia e Rolim de Moura
comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades
acima arroladas 6.
A coleta de provas revelou que a titular detinha, no
exercício de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de
72h/semana: um cargo de enfermeira (40h/semana) mais um cargo de
zeladora (40h/semana), totalizando uma jornada de 72h/semanais.

De se destacar que os cargos não são acumuláveis


constitucionalmente (profissional de saúde mais cargo
administrativo).

Outrossim, há necessidade de averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação integral dos serviços, implicando em despesa
não liquidada.

Acrescente-se às evidências que os cargos eram


supostamente exercidos em cidades distantes entre si 58 km.

5 Admissão apreciada no processo n. 3587/2003 (proc. 00642/2004, apenso).


Considerada legal, Dec. 289/2008 – 1ª Câmara.
6 ID=533167.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15031
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
AAGC-JAFD-EAIB-YGKF CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15032
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Diligenciada7 a Prefeitura de Rolim de Moura respondeu


que “Márcia pediu exoneração do cargo em 26/11/2016, exonerada pela
Portaria n. 502/2016. Em sua posse declarou não acumular cargo
público. Pelos dados da pasta funcional cumpria a contento o horário
de trabalho”8. De fato, o SIGAP registra a rescisão contratual em
dezembro/2016.

A Prefeitura de Nova Brasilândia não foi oficiada no


presente caso, sem prejuízos para os achados, haja vista a robustez
das provas já produzidas.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e
jornadas incompatíveis, agravadas pela possível realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral
dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa não
liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos no art. 37, XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação
dada pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e
VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara c/c o os arts. 62 e 63
da Lei Federal n. 4320/1964.

A irregularidade foi estancada a partir de dezembro/2016,


quando ocorreu a exoneração do cargo na Prefeitura de Rolim de Moura,
persistindo a necessidade de apuração da efetiva contraprestação
integral dos serviços, no período anterior ao da exoneração.

7 Ofício n. 95/2017/SGCE, ID=500164 .


8 Documento eletrônico n. 2050/2017, ID=407507.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15032
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
AAGC-JAFD-EAIB-YGKF CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15033
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OFÍCIO N. 0118/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


CHARLES LUIS PINHEIRO GOMES
Prefeito do Município de Vale do Paraíso
VALE DO PARAÍSO – RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao levo ao conhecimento de Vossa


Excelência que o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está
realizando auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de
Contas da União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do
processo eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Zenilda do Carmo Alves Fernandes 115.651.102-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15033
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
CAGC-JAFD-EAIB-PHSC CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15034
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mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC


00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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decorrência de eventuais recalcitrâncias dos


servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ZENILDA DO CARMO ALVES FERNANDES (item 4.134 do Relatório


Preliminar)

ZENILDA DO CARMO ALVES FERNANDES CPF 115.651.102-


00
VÍNCULO 1 IPERON MATRÍCULA 300013168
CARGO APOSENTADO (PROFESSOR)5 CH/SEMANAL 0
VÍNCULO 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE VALE DO MATRÍCULA 305
PARAÍSO
CARGO PROFESSOR NS 25 HS – DT ADM: CH/SEMANAL 20
30/04/1998
VÍNCULO 3 GOVERNO DO EX-TERRITÓRIO MATRÍCULA 0699075

CARGO APOSENTADO CH/SEMANAL 0

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa, bem


como tabela de dados compartilhada pelo TCU, comprovam a existência
de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas6.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três


fontes diferentes, sendo duas aposentadorias (IPERON e União) e uma
de profissional de educação (Prefeitura de Vale do Paraíso).

O IPERON, em resposta a diligência efetuada7, respondeu8


que a servidora fora contratada em 22/06/1988 em regime CLT e, após,
tivera o Termo de Reconhecimento de Mudança de Emprego de Celetista
para Estatutário, em 03/09/2010, alcançando a aposentadoria em
25/03/2015.

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma
aposentadoria, desde que o cargo que tenha originado o benefício da
aposentadoria seja acumulável com o cargo ativo, conforme
estabelecem os seus arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

5 Ato de aposentadoria apreciado no processo n. 00416/2016. Considerado legal,


Acórdão AC2-TC 01876/16.
6 ID=534202.
7 Ofício 223/2017/SGCE, ID=494502.
8 Documento eletrônico n. 7804/2017, ID=457561.
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Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez


que a servidora, ao final do exercício de 2016, acumulava duas
aposentadorias mais um cargo efetivo.

1.2. Achados

Comprovada a acumulação ilícita de um cargo efetivo mais


duas aposentadorias, em desacordo com os arts. 37, XVI, “a” a “c”,
§ 10 e 40, §6º da Constituição Federal.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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OFÍCIO N. 0119/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


ANILDO ALBERTON
Prefeito do Município de Vale do Anari
VALE DO ANARI – RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Roberto Carlos Tomaz Filho 272.181.042-15

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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servidores, mesmo após cientificados da


necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ROBERTO CARLOS TOMAZ FILHO (item 4.115 do Relatório


Preliminar)

ROBERTO CARLOS TOMAZ FILHO CPF 272.181.042-15


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE VALE DO ANARI MATRÍCULA 12591
CARGO VICE-PREFEITO – DT ADM: CH/SEMANAL 40
01/01/2013
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO MATRÍCULA 300012691
- SEDUC
CARGO PROFESSOR CLASSE A – DT ADM: CH/SEMANAL 40
22/06/1988

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas 5.

Verificamos que o Sr. Roberto Carlos Tomaz Filho, durante o


exercício de 2016, acumulou ilegalmente as remunerações de dois cargos
públicos: vice-prefeito na Prefeitura de Vale do Anari e professor na
Secretaria de Estado da Educação - SEDUC.

A acumulação de cargo eletivo de vice-prefeito com o de


professor não encontra respaldo nas exceções previstas no art. 37, XVI,
“a” a “c” da Constituição Federal.

Tampouco encontra excludente para o caso no art. 38, II, da


Constituição Federal, que assim prevê:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta,


autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
aplicam-se as seguintes disposições: (Redação da EC 19/1998):

(...) II - investido no mandato de Prefeito, será afastado


cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração (...).

A jurisprudência é concorde em termos de que a mesma vedação


prevista no art. 38, II, da CF para prefeito também é aplicável ao vice-
prefeito. Senão, vejamos:

5 ID=533895.
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Pag. 15042
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Lei estadual 5.729/1995. (...) Elegibilidade do policial


militar. Violação ao art. 38 da CF. (...) A autorização, ao
militar eleito, de optar pela fonte de pagamento, qualquer que
seja a natureza do mandato, destoa do regramento constitucional
disposto no art. 38 da CF, que somente permite o direito de
opção nas estritas hipóteses de vereador e de prefeito
municipal. [ADI 1.381, rel. min. Dias Toffoli, j. 21-8-2014,
P, DJE de 9-10-2014.]

Servidor público investido no mandato de vice-prefeito.


Aplicam-se lhe, por analogia, as disposições contidas no inciso
II do art. 38 da CF. [ADI 199, rel. min. Maurício Corrêa, j.
22-4-1998, P DJ de 7-8-1998. ]

Não pode o vice-prefeito acumular a remuneração decorrente de


emprego em empresa pública estadual com a representação
estabelecida para o exercício do mandato eletivo (...). O que
a Constituição excepcionou, no art. 38, III, no âmbito
municipal, foi apenas a situação do vereador, ao possibilitar-
lhe, se servidor público, no exercício do mandato, perceber as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, quando houver compatibilidade de
horários; se não se comprovar a compatibilidade de horários,
será aplicada a norma relativa ao prefeito (CF, art. 38, II).
[RE 140.269, rel. min. Néri da Silveira, j. 1º-10-1996, 2ª T,
DJ de 9-5-1997.]
= ARE 659.543 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-10-2012, 2ª
T, DJE de 20-11-2012

Suspensão cautelar da eficácia do § 2º do art. 38 da


Constituição do Ceará, que autoriza o afastamento do cargo,
sem prejuízo dos salários, vencimentos e demais vantagens, de
servidor público eleito vice-prefeito. [ADI 143 MC-MC, rel.
min. Carlos Velloso, j. 2-9-1993, P, DJ de 30-3-2001.]
Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de
80h, gerando sérias dúvidas se o titular conseguiria cumprir integralmente
ambas as cargas horárias.

Diligenciada a SEDUC6, esta, em reposta7, informou que o


servidor foi admitido “no cargo de PNI Magistério, docente na EEEFM
Bartolomeu de Gusmão com 40 horas, em Machadinho do Oeste”.

Diligenciada a Prefeitura de Vale do Anari8, esta, em reposta,


informou que que a irregularidade não se confirmara, tendo em vista que
no período em que o titular estivera como Secretário Municipal de Educação
(02/01 a 04/07/2013), afastara-se do cargo de vice-prefeito. Não foi,
porém, esta a situação apontada pela Corte, correlata à acumulação do cargo
de vice-prefeito com o de professor, no exercício de 2016 9.

2.2. Achados

6 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.


7 Documento ID=493626.
8 Ofício n. 086/2017/SGCE – ID=501877.
9 Documentos ID=501877.
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Pag. 15043
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Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38, II, da Constituição Federal
c/c o os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964, c/c as letras “a” e
“b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara.

Irregularidade foi estancada com o término do mandato, em


31/12/2016. Persiste, porém, a necessidade de apuração da efetiva
contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao do
encerramento do mandato.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15043
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OFÍCIO N. 0120/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


CÉLIO DE JESUS LANG
Prefeito do Município de Urupá
URUPÁ- RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Marlete Ferreira Soares 070.994.777-14
2. Valteone Pereira Maulaz 300.623.572-04

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
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jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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comprovação da compatibilidade de horários – em


decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que coloco à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. MARLETE FERREIRA SOARES (item 4.101 do Relatório Preliminar)

MARLETE FERREIRA SOARES CPF 070.994.777-14


VÍNCULO 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE URUPÁ MATRÍCULA 5860
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO AG. DE SAÚDE (PACS) 40 HORAS – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 04/02/2004
VÍNCULO 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE ALVORADA MATRÍCULA 1709
DO OESTE
CARGO PROFESSOR N2 25H5 - ADMISSÃO CH/SEMANAL 25
12/05/2008

1.1. Relato

Os extratos da RAIS, do SIGAP e do Sistema Governa, bem como


as informações contidas nos Portais de Transparência de Alvorada do Oeste
e Urupá comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades
acima arroladas6.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de duas fontes


diferentes, sendo uma de profissional de educação e outra de profissional
de saúde. Assim, foram oficiados os jurisdicionados desta Corte, com
solicitações de informações à Prefeitura Municipal de Urupá7 e, também, à
Prefeitura Municipal de Alvorada do Oeste8.

Em resposta, a Prefeitura de Alvorada do Oeste informou que


conforme observado nas folhas de ponto da servidora, não há indícios de
irregularidades. Acrescenta, ainda, imagens digitalizadas das folhas de
ponto, onde se observa a jornada das 07h00min às 11h15min e, das 13h00min
às 17h15min, ao longo do exercício de 2016, observado o calendário escolar 9.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de Alvorada


do Oeste remunerou a servidora regularmente ao longo do exercício de 2016.
Constatamos, no Portal de Transparência do Município de
Alvorada do Oeste, que a servidora continua a exercer suas atividades, com

5Admissão apreciada no processo n. 01656/2008. Considerada legal, Acórdão


321/2015 – 2ª Câmara.
6 ID=533471.
7 Ofício 088/2017/SGCE, ID=432204.
8 Ofício n. 079/2017/SGCE, ID=432191.
9 9 A Prefeitura de Alvorada do Oeste encaminhou, via correio eletrônico,

a documentação contida no ID=432191.


Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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remuneração regular, divulgada até maio de 2017, com o cargo de Professor


N2 – 25H.

Entre as alegações da Prefeitura de Urupá10, através do Ofício


nº 010/2017PGM de 16/02/2017, esta informa que foi instaurado processo
administrativo para apurar o acúmulo ilegal de cargos, ocasião em que a
referida servidora fez a opção por um dos cargos, pedindo exoneração na
data de 01/03/2016 do seu cargo de Agente Comunitária de Saúde que ocupava
no Município de Urupá, conforme processo nº 612/2015 e termo de exoneração
em anexo ao aludido ofício.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de Urupá


remunerou a servidora regularmente até fevereiro de 2016, com verbas
rescisórias em março de 2016, ratificando as informações prestadas na cópia
dos autos do processo administrativo nº 612/2015, da Secretaria Municipal
de Administração e Planejamento de Urupá.

Verificamos que a distância rodoviária entre os municípios de


Urupá e Alvorada do Oeste é de 30,2 Km e pode ser percorrida em tempo médio
de 29 minutos por veículo automotor. Constatamos, também, que a residência
da servidora, conforme declarado à Receita Federal com dados atualizados
até 2014, fica no município de Urupá.

Não consta, nos autos do processo administrativo nº 612/2015,


as folhas de ponto da servidora ou mesmo declaração do chefe imediato de
que a mesma cumpre regularmente sua jornada contratada de 40h ou mesmo os
horários em que ela exercia suas atividades.

Do mesmo modo, a Prefeitura de Alvorada do Oeste não apresentou


folhas de ponto da servidora ao longo do exercício de 2015, para comprovar
o cumprimento da jornada laboral, restringindo apenas ao período de 2016,
onde se evidencia cumprimento de jornada superior a 25 horas semanais,
excedendo o contrato.

Mas os indícios mais preocupantes estão explícitos nos autos


do processo nº 612/2015, da municipalidade de Urupá, onde as evidências de
acumulação foram acolhidas e, mesmo assim, ao arrepio do entendimento, o
Gestor concedeu a solicitação da servidora e continuou realizando
pagamentos integrais, de outubro de 2015 até fevereiro de 2016.

Pelas alegações e documentos pesquisados, há indícios de


acumulação indevida de cargos, uma vez que a servidora cumpria jornada
matutina e vespertina no município de Alvorada e, de outro modo, não foram
divulgados quaisquer documentos probatórios ou declarações de que a mesma
cumpria a sua jornada laboral no Município de Urupá (40h), recebendo
integralmente das duas fontes até março de 2016, o que caracteriza
claramente acúmulo ilegal de cargos e demanda providências saneadoras.

1.2. Achados

Comprovados robustos indícios da existência de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais

10 ID=432204.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento ID=610328
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de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,


implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

Regularidade estancada a partir de março/2016.

2. VALTEONE PEREIRA MAULAZ (item 4.127 do Relatório Preliminar)

VALTEONE PEREIRA MAULAZ CPF 300.623.572-04


VÍNCULO 1 CÂMARA DE VEREADORES DO MUNICÍPIO MATRÍCULA 1104
DE URUPÁ
CARGO VEREADOR – DT ADM: 31/01/2016 CH/SEMANAL 32
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2250
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 05/05/2016 CH/SEMANAL 30
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE URUPÁ (FUNDO DE MATRÍCULA 6149
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 06/02/2007 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 4 PREFEITURA DE ARIQUEMES (FUNDO DE MATRÍCULA N/L
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 26/06/2016 CH/SEMANAL 40

2.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


vínculos do titular, no exercício de 2016, com as três unidades acima
arroladas11, nos seguintes períodos (preenchimento em amarelo significa
recebimento de remuneração):

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16

CAMURU X X X X X X X X X X X X

PMSARI X X X X X X

PMMSE X X X X X X

PMURU X X X X X X X X X X X X

Como se percebe, no período de janeiro a junho/2016, o servidor


ocupou três cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante
da Serra (enfermeiro) e Prefeitura de Urupá (enfermeiro).

Já no período de julho a dezembro/2016, o servidor ocupou três


cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante da Serra
(enfermeiro) e Prefeitura de Ariquemes (enfermeiro).

Ainda que a Constituição Federal preveja a possibilidade de


ocupação cumulativa do cargo eletivo de vereador com o cargo efetivo, desde
11 ID=534193.
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Pag. 15050
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que comprovada a compatibilidade de horários (art. 38, III) tal


possibilidade limita-se a acumulação do cargo eletivo com um único cargo
efetivo, regra, aliás, já prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” do mesmo
dispositivo.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 102h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um deles.

Em resposta ao Oficio 044/2017-SGCE, a Câmara de Vereadores do


Município de Urupá informou, através do Ofício nº 027/GP de 10 de fevereiro
de 2017, que o servidor realmente acumulou ilicitamente, no período de
2013 a 2016, o cargo eletivo de Vereador do Município de Urupá,
conjuntamente com dois Cargos de Enfermeiro (Profissionais de Saúde) nos
Municípios de Urupá e de Mirante da Serra. Informa, ainda, que esse fato
não mais persista em virtude do término do mandato eletivo em 31/12/2016,
sendo que não fora constatada nenhuma devolução de valores à Câmara
Municipal12.

Em resposta ao Ofício 108/2017/SGCE13, a Prefeitura Municipal


de Mirante da Serra, através do Ofício nº 265/GPMMS/2017 de 17/03/2017, no
Anexo II, a respeito do servidor em questão assim se posiciona “item 0 -
A Irregularidade procede mas a situação foi regularizada”, e acrescentou
que o servidor foi exonerado a pedido em 14 de junho de 2016, conforme
Portaria nº 3494/201914.

Em resposta ao Ofício n. 088/2017-SGCE, a Prefeitura Municipal


de Urupá, através do Ofício nº 010/2017, de 16 de fevereiro de 2017,
respondeu que o servidor exerce suas funções regularmente no Município de
Urupá, que existe a efetiva contraprestação de seus serviços, com o
cumprimento integral de sua carga horária de 40h como enfermeiro e exerceu
ainda o cargo eletivo de Vereador entre os anos de 2012 e 2016, recebendo
regularmente seus vencimentos, conforme se verifica na sua ficha financeira
de 2016 e folha de ponto de todo o ano de 2016, anexo ao oficio supra15.

2.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.
12 Documentos ID=432184.
13 Documentos ID=432199.
14 Documentos ID=417433.
15 Documentos ID=417433
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A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, quando


se encerrou o mandato eletivo, persistindo a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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OFÍCIO N. 0121/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

A Sua Excelência o Senhor


CLAUDIOMIRO ALVES DOS SANTOS
Prefeito do Município de Theobroma
THEOBROMA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Joana Aparecida de Souza 952.976.696-34
2. Marta Mendonça 772.798.087-00
3. Pedro Paixão dos Santos 505.319.999-04

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na


jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. JOANA APARECIDA DE SOUZA (item 4.71 do Relatório Preliminar)

JOANA APARECIDA DE SOUZA CPF 952.976.696-34


VÍNCULO 1 CÂMARA DE THEOBROMA MATRÍCULA 550
CARGO VEREADOR – 01/01/2013 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE THEOBROMA MATRÍCULA 470
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 01/03/2000 CH/SEMANAL 40 (red. para
20)
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300099162
SEDUC
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 21/06/2010 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas 5.

As provas coletadas demonstram que Joana Aparecida de Souza


detinha, no exercício de 2016, 3 (três) vínculos com a Administração
Pública, situação que, por si só, já não encontra guarida na Constituição
Federal, uma vez que em seu art. 37, XVI, está prevista a possibilidade de
acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Além disso, trata-se de situação em que a titular estaria


exercendo dois cargos de professor, mais um cargo eletivo (vereador),
portanto, não enquadráveis nas hipóteses de acumulação lícita previstas no
art. 37, XVI, “a” a “c” ou no art. 38, III, da Constituição Federal.
Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 100h,
tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

De se destacar que se trata de vereadora reeleita no pleito de


2016.

Diligenciada a SEDUC6, esta, em reposta7, informou que “a


servidora se encontra lotada na EEEFM Primavera, docente habilitação
Geografia.”

Diligenciada a Câmara de Theobroma, esta informou que a


servidora haveria se afastado cargo de professora no município de Theobroma

5 ID=532578.
6 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
7 Documento ID=493626.
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e que sua carga horária ali seria de 20h/semana. Também esclareceu que o
cargo de professora no Estado fora mantido, haja vista a compatibilidade
de horários. Acrescentou que já se encontraria respondendo a processo nesta
Corte, sob. n. 3239/20118. No entanto, no que tange ao referido processo,
verificamos tratar-se de outro caso distinto de acumulação de cargos, no
período de 2010 a 2012, sem correlação com o ora tratado9.

Diligenciada a Prefeitura de Theobroma, esta comprovou que a


servidora obtivera redução da carga horária de 40h para 20h, a partir de
1/7/2010, por meio de Decreto Municipal da mesma data. Também comprovou
que a mesma solicitara afastamento do cargo exercido no município, a partir
de 1/2/2017, situação esta corroborada por extrato do SIGAP, relativo ao
ano de 201710.

As peças trazidas aos autos por meio das diligências efetuadas


corroboram uma jornada semanal de 100h, bem como a acumulação ilícita de
dois cargos de professor mais um de vereador, situação que foi corrigida
a partir de fevereiro/2017, com o afastamento do cargo de professor
vinculado ao município de Theobroma. Persiste, porém, a necessidade de
apuração da efetiva contraprestação integral dos serviços, no período
anterior ao do referido afastamento.

1.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, com o


afastamento do cargo de professor vinculado ao município de Theobroma,
persistindo, porém, a necessidade de apuração da efetiva contraprestação
integral dos serviços, no período anterior ao do referido afastamento.

2. MARTA MENDONÇA (item 4.102 do Relatório Preliminar)

MARTA MENDONÇA CPF 772.798.087-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1095
TEIXEIRA (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
26/04/2006

8 Ofício n. 039/2017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503960.


9 Vide peças disponíveis no PCe, para os referidos autos.
10 Ofício n. 093/2017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503968.
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VÍNCULO 2 PREFEITURA DE JARU (FUNDO DE MATRÍCULA 897


SAÚDE)
CARGO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 06/04/1999
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE THEOBROMA (FUNDO MATRÍCULA 735
DE SAÚDE)
CARGO AUXILIAR DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
27/03/2003

2.1. Relato

Os extratos da RAIS e do SIGAP comprovam a existência de três


vínculos da titular com as unidades acima arroladas11.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três fontes


diferentes, sendo duas de profissional de saúde e uma de cargo não técnico
e nem científico (assistente administrativo).

Assim, foram oficiados os jurisdicionados desta Corte, com


solicitações de informações à Prefeitura Municipal de Governador Jorge
Teixeira12, à Prefeitura Municipal de Jaru13 e Prefeitura Municipal de
Theobroma14.

Em resposta, a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira, em suas


alegações, apresentou cópia do Decreto nº 6.573/GP/2017, de 1º de fevereiro
de 2017, que “dispõe sobre exoneração de servidor de cargo efetivo, e
contém outras providências”, onde foi decretada a exoneração da servidora
Marta Mendonça, formalizada por requerimento e livre vontade15.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de


Governador Jorge Teixeira remunerou a servidora com proventos integrais
até janeiro de 2017, sem apresentar pagamentos posteriores a este período.

A Prefeitura de Theobroma, através do Ofício nº


070/GP/PMT/2017, de 23 de fevereiro de 2017, comunicou que o caso da
servidora se enquadra como “3. Irregularidade NÃO procede, pois, o servidor
não se encontra nessa situação” no Anexo II - Planilha de Apuração e,
ainda, que “servidora com carga horária, presença e folha de ponto em dia”.
Enviou, também, os seguintes documentos da servidora Marta Mendonça: i)
cópia do Termo de Posse ao Quadro Permanente de Pessoal Civil do Município
de Theobroma, no cargo de Auxiliar de Enfermagem; ii) cópia do Decreto de
Lotação da servidora; e iii) cópias das 3 (três) últimas folhas de ponto
da servidora, onde se observa o cumprimento da jornada em regime de
plantão16.

A Prefeitura de Jaru, em resposta, através do Oficio nº


173/SEGAP/2017 de 23/02/2017, informa no Anexo II, que a servidora em
questão incorreu na tipificação indicada no item "1", a qual seja: “a

11 ID=533485.
12 Ofício 091/2017/SGCE, ID=496437.
13 Ofício 097/2017/SGCE, ID=432196
14 Ofício 093/2017/SGCE, ID=432184.
15 Documento eletrônico n. 7841/2017, ID=457817.
16 Documentos ID=432204.
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irregularidade procede e foram adotadas medidas para regularizar a


situação”, informa ainda no campo de destinado a observações adicionais
que a servidora em questão encontra-se ativa no quadro de pessoal da PMJAR,
no FMS17.

Ora, as provas coletadas indicam que a servidora recebeu, no


ano de 2016, as remunerações dos três cargos mantidos com três municípios
diferentes, em hipótese de acumulação não prevista pela Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal, entre as hipóteses


permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art. 37, XVI,
“a” a “c”, limita a 2 (dois) o número de cargos, sendo que, automaticamente,
a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas referidas
hipóteses.

Ainda que assim não o fosse, a servidora ocupou três cargos


inacumuláveis entre si (um cargo administrativo + dois cargos de
profissional de saúde), conforme art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição
Federal.

Além disso, há que se considerar a impossibilidade do


cumprimento integral da jornada de 120 horas semanais, o que é um sério
indicativo de possível percepção integral de remunerações, sem a
contraprestação integral dos serviços contratados.

Tal situação persistiu até dezembro/2016.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

3. PEDRO PAIXÃO DOS SANTOS (item 4.111 do Relatório Preliminar)

PEDRO PAIXÃO DOS SANTOS CPF 505.319.999-04


VÍNCULO 1 INSTITUTO MUNICIPAL DE MATRÍCULA 1059
PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES
MUNICIPAIS DE VALE DO ANARI –
IMPRES –DT ADM: 01/02/2013
CARGO ASSESSOR JURÍDICO CH/SEMANAL 40

17Documentos ID=432196.
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VÍNCULO 2 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MATRÍCULA 1781


THEOBROMA
CARGO ADVOGADO – DT ADM: 01/07/2012 CH/SEMANAL 40

3.1. Relato:

As fichas financeiras do SIGAP e extrato da RAIS coletados


demonstram que o servidor recebeu, entre os meses de janeiro a abril 2016,
concomitantemente, as remunerações de dois vínculos com o serviço público,
a saber: assessor jurídico + advogado, totalizando uma jornada de 80
h/semana, em dois municípios distantes 50 km um do outro: Vale do Anari e
Theobroma18.

A situação é de inconformidade com as regras permissivas para


acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c” da
Constituição Federal, pois se trata de um cargo em comissão e outro cargo
efetivo de advogado.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos soma um


mínimo de 80h – isso se não se considerar que o cargo em comissão de
Assessor Jurídico é, por natureza, em regime de dedicação exclusiva -, o
que torna improvável a integral contraprestação dos serviços.

Diligenciado o IMPRES, este, em reposta, informou que o


servidor fora exonerado em 02/05/2016, conforme Portaria n.
004/IMPRES/2016, encaminhada para a apreciação da Comissão]ao de Auditoria
e que efetivamente comprova a exoneração19.

Diligenciada a Prefeitura de Theobroma, esta limitou-se a


encaminhar o Termo de Posse e o Decreto de Lotação do servidor20.

3.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

Conforme provas existentes nos autos, a irregularidade foi


descontinuada a partir de maio/2016, com a exoneração do titular do cargo
em comissão no IMPRES. Persiste, porém, a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

18 ID=533720.
19 Ofício n. 158/2017/SGCE e demais documentos reunidos no ID=505186.
20 Ofício n. 0932017/SGCE e demais peças que compõem o documento ID=503968.
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OFÍCIO N. 0122/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência a Senhora
GISLAINE CLEMENTE
Prefeita do Município de São Francisco do Guaporé
SÃO FRANCISCO DO GUAPORÉ - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhora Prefeita,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Francisco de Assis Fernandes 302.345.904-59

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
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mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC


00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
3 Idem.
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decorrência de eventuais recalcitrâncias dos


servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. FRANCISCO DE ASSIS FERNANDES (item 4.44 do Relatório Preliminar)

FRANCISCO DE ASSIS FERNANDES CPF 302.345.904-


59
VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300023859
SEDUC

CARGO PROFESSOR CLASSE C – DT ADM: CH/SEMANAL 40


10/04/1997
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO DO MATRÍCULA 6029
GUAPORÉ
CARGO ASSESSOR JURÍDICO (EFETIVO) – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 04/06/2004

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa


comprovam a existência de vínculos do titular com as duas unidades
acima arroladas5.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no


exercício de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de
80h/semana: um cargo de professor (40h/semana) mais um cargo de
assessor jurídico (40h/semana), totalizando uma jornada de
80h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico),
porém, a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio
n. 21/2005, item “c”, que limita em 65h/semanais a carga horária
global dos dois cargos ocupados.

Assim, necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação integral dos serviços, implicando em despesa
não liquidada.

5 ID=531831.
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Diligenciada a SEDUC6, esta, em reposta7, não se reportou


a este caso.

Diligenciada a Prefeitura de São Francisco do Guaporé8


esta informou que a situação do servidor era regular e apresentou
Declaração da Diretora da EEEFM Campos Sales, em São Francisco do
Guaporé, onde o servidor encontrava-se lotado, na qual consta que
este prestava 20h/semana no local (período vespertino). Também
apresentou Declaração do CEEJA Sílvio Viana Louro, em São Francisco
do Guaporé, onde o servidor encontrava-se lotado, na qual consta
que este prestava 20h/semana no local (período noturno)9. Estando
corretas tais Declarações, porém, é de supor que o servidor não
cumpria, integralmente, a jornada de 40h pelo cargo de assessor
jurídico, na Prefeitura de São Francisco do Guaporé.

1.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária


excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não prestados,
haja vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às
disposições do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c”
do Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos


ditames previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964
c/c as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação
dada pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e
VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

6 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.


7 Documento ID=493626.
8 Ofício n. 106/2017/SGCE, ID=432202.
9 Documentos ID=432202.

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OFÍCIO N. 0123/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
MARCICRENIO DA SILVA FERREIRA
Prefeito do Município de São Felipe do Oeste
SÃO FELIPE DO OESTE - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Marilene Tassaro de Morais 386.903.222-72
2. Marineis Alves Toledo 748.853.752-15

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro


Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).

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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço

1. MARILENE TASSARO DE MORAIS (item 4.98 do Relatório Preliminar)

MARILENE TASSARO DE MORAIS CPF 386.903.222-72


VÍNCULO 1 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE MATRÍCULA 103653
PIMENTA BUENO
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 30
18/01/2012
VÍNCULO 2 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO MATRÍCULA 285
FELIPE DO OESTE
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM5 – ADMISSÃO CH/SEMANAL 40
16/11/2009 – DT ADM: 20/11/2009
VÍNCULO 3 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO MATRÍCULA N/C6
FELIPE DO OESTE
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
20/11/2009
VÍNCULO 4 INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS MATRÍCULA 300025050
SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE
RONDÔNIA - IPERON
CARGO APOSENTADA (AUXILIAR DE SERVIÇOS CH/SEMANAL 0
GERAIS)

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas 7.
De se destacar, inclusive, que a RAIS acusa dois vínculos da servidora com
o município de São Felipe do Oeste, enquanto o SIGAP registra apenas 1
(um) vínculo.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, 3 (três) cargos efetivos de técnico de enfermagem, com carga total
de 110/semana, mais um vínculo de auxiliar de serviços gerais, aposentado
pelo IPERON.

Esta Corte solicitou informações através de ofícios para a


Prefeitura Municipal de Pimenta Bueno8, Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Rondônia – IPERON9, e Prefeitura Municipal de São
Felipe do Oeste10.

5 Admissão apreciada no processo n. 0655/2009. Considerada legal, Acórdão AC2-TC


01637/2016.
6 Informação contida na RAIS.
7 ID=533255
8 Ofício 112/2017/SGCE,ID=432200.
9 Ofício 223/2017/SGCE, ID=494502.
10 Ofício 107/2017/SGCE, reiterado pelo Ofício n. 245/207/SGCE, ID=533265.

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Em resposta11, a Prefeitura de São Felipe do Oeste alegou que


a servidora cumpre regularmente suas funções de técnico de enfermagem em
regime de plantão. De se destacar que informou apenas um vínculo de
auxiliar de enfermagem, embora na RAIS constem dois vínculos.

Em resposta12, a Prefeitura de Pimenta Bueno alegou que a


servidora ocupa cargo público municipal de Técnico em Enfermagem. Quando
de sua posse em 18/01/2012 apresentou declaração de acumulo de cargo,
emprego, função ou proventos, declarando que possuía apenas o cargo de
Técnica em enfermagem no município de São Felipe D’Oeste, tal acumulação
foi considerada regular pois tratam-se de dois cargos da área da saúde,
nos termos do art. 37, XVI, “c” da CF/88. Contudo, até o recebimento do
Oficio nº 0112/2017-SGCE, a Prefeitura de Pimenta Bueno não tinha
conhecimento de que a servidora tinha provento junto ao Instituto de
Previdência dos Servidores do Estado de Rondônia.

O IPERON13, em suas alegações, descreveu que a servidora ocupava


o cargo de auxiliar de serviços gerais na SESAU, com ingresso em 02/05/1997
e admitiu aposentadoria em 15/04/2004, sendo afastada por invalidez.

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma aposentadoria,
desde que o cargo que tenha originado o benefício da aposentadoria seja
acumulável com o cargo ativo, conforme estabelecem os seus arts. 37, XVI,
“a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez que a


servidora acumula três cargos efetivos mais uma aposentadoria.

Notamos, também, que o cargo em que se aposentou - auxiliar de


serviços gerais - não é acumulável em nenhuma das hipóteses previstas no
art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição Federal.

Outrossim, sendo que a jornada dos 3 (três) contratos ativos


somam jornada semanal de trabalho de 110h, necessária averiguação, por
parte dos empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de remunerações sem a
contraprestação integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

Destacamos que no processo n. 771/2017, em que é apreciada a


admissão da servidora pela Prefeitura de Pimenta Bueno, foi emitida
determinação de apresentação de provas de compatibilidade de jornadas de
outros cargos exercidos, cfe. Decisão Monocrática n. 169/
GCSFJFS/2017/TCE/RO.

1.2. Achados

1.2.1. Comprovada a acumulação ilícita de três cargos efetivos


mais uma aposentadoria, em desacordo com os arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10
e 40, §6º da Constituição Federal.

11 Documento n. 7129/2017, ID=450433.


12 Documento ID=432200.
13 Documento eletrônico n. 7804/2017, ID=457561.

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1.2.2. Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos de natureza
incompatíveis com as hipóteses previstas na Constituição Federal. A
situação, porém, é agravada pela possível realização de pagamentos
integrais de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que,
à priori, implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

2. MARINEIS ALVES TOLEDO (item 4.100 do Relatório Preliminar)

MARINEIS ALVES TOLEDO CPF 748.853.752-15


VÍNCULO 1 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE MATRÍCULA 2928
PRESIDENTE MÉDICI
CARGO AUXILIAR DE SERVIÇO ODONTOLÓGICO CH/SEMANAL 37
– DT ADM: 01/11/2010
VÍNCULO 2 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE MATRÍCULA 1459
PRESIDENTE MÉDICI
CARGO ZELADOR14 - DT ADM: 11/06/2002. CH/SEMANAL 37
VÍNCULO 3 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE MATRÍCULA 3130
PRESIDENTE MÉDICI
CARGO ZELADOR – DT ADM: 01/12/2012 CH/SEMANAL 37

2.1. Relato

Os extratos da RAIS, do SIGAP e do Portal de Transparência de


Presidente Médici comprovam a existência de três vínculos da titular com
a Prefeitura de Presidente Médici15.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três cargos


diferentes, sendo um cargo de auxiliar de serviços odontológicos, e dois
cargos de zelador (não técnico e não científico), com matrículas diferentes
e remunerações diferentes. O que chama a atenção é que os três cargos estão
sob o mesmo jurisdicionado, a saber, Prefeitura Municipal de Presidente
Médici, que foi oficiado por esta Corte para prestar esclarecimentos16.

Em resposta, a Prefeitura de Presidente Médici, através do


Ofício nº 203/GAB/PMPM/2017, de 08 de março de 2017, fez menção ao Ofício
nº 115/2017/SGCE, mas citou apenas a enfermeira Creunice Alves Dantas da
Silva, que sequer consta no rol de servidores que foram alvo de indícios
de acumulação irregular17.

14 Admissão apreciada no processo n. 3721/2006. Considerada legal, Dec. 509/2008 –


2ª Câmara.
15 ID=533272.
16 Ofício 115/2017/SGCE, ID=432200.
17 Documento eletrônico n. 2668/2017, ID=411645.
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Pag. 15071
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de


Presidente Médici remunerou a servidora com proventos para três cargos
diferentes, com valores diferentes, ao longo de todo o exercício de 2016.

No Portal de Transparência do Município, encontramos


detalhadamente as seguintes remunerações correlatas a três matrículas
diferentes, no período de março/2016, como segue:

- Matrícula 1459 – Zelador(a) – F. Mun. de Saúde – Vencimento


R$ 748,57;
- Matrícula 2928 – Aux. S. Odontológico – F. Mun. de Saúde –
Gratificação Lei 1277/2006 R$ 600,00;
- Matrícula 3130 – Zelador(a) – F. Mun. de Saúde – Grat. PMAQ
Lei Mun. 1810/2012 R$ 354,00.

Ora, as provas coletadas indicam que a servidora recebeu as


remunerações dos três cargos mantidos com o município de Presidente Médici,
incorrendo em hipótese de acumulação não prevista pela Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal, entre as hipóteses


permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art. 37, XVI,
“a” a “c”, limita a 2 (dois) o número de cargos, sendo que, automaticamente,
a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas referidas
hipóteses.

Além disso, há que se considerar a impossibilidade do


cumprimento integral da jornada de 111 horas semanais, o que é um sério
indicativo de possível percepção integral de remunerações, sem a
contraprestação integral dos serviços contratados.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades, no âmbito


da Prefeitura de Presidente Médici, materializadas na acumulação de 3
(três) cargos públicos com jornadas incompatíveis, agravadas pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa sem a
devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0124/2018-SGCE

Porto Velho, 25 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
LUIZ ADEMIR SCHOCK
Prefeito do Município de Rolim de Moura
ROLIM DE MOURA – RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de acumulação
ilícita de cargos por servidores municipais. Medidas a
serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando auditoria
operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da União1, na área
de pessoal, que tramita nos autos do processo eletrônico n.
0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção de
remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Márcia Pereira 592.959.102-49

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e, mais

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e
Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
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especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC 00200/16


e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3, adotar as
seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos vínculos
trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações, com
o escopo de saber se continuam acumulando cargos,
e, caso afirmativas as respostas, que comprovem a
compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho envolvidos


(plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários nos


dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo das
contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito à
boa prestação do serviço público e, por outro lado,
se tenha precatado, também, a observância da saúde
física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários – em decorrência de

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso
de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável
(notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Pag. 15074
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo


após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais responsabilidades
dos servidores, bem como informar as situações a
este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da
Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-4286,
agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de Processo
Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço

1. MÁRCIA PEREIRA (item 4.89 do Relatório Preliminar)

MÁRCIA PEREIRA CPF 592.959.102-49


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE ROLIM DE MOURA (FUNDO MATRÍCULA 4217
DE SAÚDE)
CARGO ZELADORA5 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE NOVA BRASILÂNDIA MATRÍCULA 2669
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRA CH/SEMANAL 32

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e dos Portais de Transparência das


Prefeituras de Nova Brasilândia e Rolim de Moura comprovam a existência de
vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas 6.
A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício
de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 72h/semana: um cargo de
enfermeira (40h/semana) mais um cargo de zeladora (40h/semana), totalizando
uma jornada de 72h/semanais.

De se destacar que os cargos não são acumuláveis


constitucionalmente (profissional de saúde mais cargo administrativo).

Outrossim, há necessidade de averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

Acrescente-se às evidências que os cargos eram supostamente


exercidos em cidades distantes entre si 58 km.

Diligenciada7 a Prefeitura de Rolim de Moura respondeu que “Márcia


pediu exoneração do cargo em 26/11/2016, exonerada pela Portaria n. 502/2016.
Em sua posse declarou não acumular cargo público. Pelos dados da pasta
funcional cumpria a contento o horário de trabalho”8. De fato, o SIGAP
registra a rescisão contratual em dezembro/2016.

5 Admissão apreciada no processo n. 3587/2003 (proc. 00642/2004, apenso).


Considerada legal, Dec. 289/2008 – 1ª Câmara.
6 ID=533167.
7 Ofício n. 95/2017/SGCE, ID=500164 .
8 Documento eletrônico n. 2050/2017, ID=407507.

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A Prefeitura de Nova Brasilândia não foi oficiada no presente


caso, sem prejuízos para os achados, haja vista a robustez das provas já
produzidas.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades materializadas


na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori, implica em
pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal c/c as letras
“a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara c/c o os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964.

A irregularidade foi estancada a partir de dezembro/2016, quando


ocorreu a exoneração do cargo na Prefeitura de Rolim de Moura, persistindo a
necessidade de apuração da efetiva contraprestação integral dos serviços, no
período anterior ao da exoneração.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 25/04/2018. Pag. 15076
Documento ID=610328
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BDGC-JAFD-EAIB-RWTJ CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15077
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0125/2018-SGCE

Porto Velho, 26 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
ADINAEL DE AZEVEDO
Prefeito do Município de Nova União.
NOVA UNIÃO - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Marilse Guidi Feitosa 342.626.447-15

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
– TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui
Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15077
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15078
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jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15078
Documento ID=610328
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Pag. 15079
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15079
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
JDHF-IAGD-EAIB-IXHD CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15080
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. MARILSE GUIDI FEITOSA (item 4.99 do Relatório


Preliminar)

MARILSE GUIDI FEITOSA CPF 342.626.447-


15
VÍNCULO 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA MATRÍCULA 889
UNIÃO / IPREV NOVA UNIÃO
CARGO PROFESSOR / APOSENTADA CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO MATRÍCULA 300050912
CARGO PROFESSOR CLASSE C5 - DT ADM: CH/SEMANAL 40
10/03/2004
VÍNCULO 3 GOVERNO DO EX-TERRITÓRIO MATRÍCULA 697576
CARGO APOSENTADA CH/SEMANAL 0

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa bem


como tabela de dados compartilhada pelo TCU comprovam a existência
de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas6.
Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três
fontes diferentes, sendo duas aposentadorias (esfera municipal e
União) e uma de profissional de educação (esfera estadual).

Foi diligenciada a Prefeitura Municipal de Nova União.


Em resposta, a Prefeitura, através do Ofício nº 136/Gabinete de
17/03/2017, no Anexo II, a respeito da servidora Marilse Guidi
Feitosa, informou que: a) não há acúmulo irregular de cargo público
no âmbito do município, b) não houve a efetiva contraprestação de
serviços, e c) não ocorreu o cumprimento integral de suas jornadas,
conforme demonstrado nas folhas de ponto, anexas ao ofício de
resposta, uma vez que a servidora trabalhou apenas seis horas diárias
entre janeiro e agosto de 2016. Em função do que foi apurado pelo
município, foi determinada a abertura de um processo administrativo
de sindicância, conforme portaria anexa ao oficio, a saber, Portaria
nº 055, de 15 de março de 2017. Foi alegado, ainda, que a servidora,

5 Admissão apreciada no processo n. 04665/2005. Considerada legal, Dec.


164/2010 – 1ª Câmara.
6 ID=533261.
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Pag. 15081
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em janeiro de 2016, estava em gozo de férias regulares e entre


fevereiro/2016 a abril /2016 no gozo de licença prêmio7.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de


Nova União remunerou a servidora com proventos integrais de janeiro
de 2016 até setembro de 2016, após, ratificamos a informação de que
a servidora passou a receber proventos de aposentadoria do RPPS de
Nova União, também em pesquisa no SIGAP.

Em pesquisa no Portal de Transparência do Estado,


constatamos que a servidora consta, também, como ocupante do cargo
de efetivo-professor Classe C, lotada na SEDUC, com remuneração
durante todo o exercício de 2016.

E temos, também, a informação prestada pelo TCU de que a


servidora já goza de aposentadoria concedida pela União, do Governo
do Ex-Território.

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma
aposentadoria, desde que o cargo que tenha originado o benefício da
aposentadoria seja acumulável com o cargo ativo, conforme
estabelecem os seus arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez


que a servidora, ao final do exercício de 2016, acumulava duas
aposentadorias mais um cargo efetivo.

1.2. Achados

Comprovada a acumulação ilícita de um cargo efetivo mais


duas aposentadorias, em desacordo com os arts. 37, XVI, “a” a “c”,
§ 10 e 40, §6º da Constituição Federal.

7 Ofício n. 111/2017/SGCE e demais documentos reunidos sobre o ID=432200.


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OFÍCIO N. 0127/2018-SGCE

Porto Velho, 26 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
EDILSON FERREIRA DE ALENCAR
Prefeito do Município de Presidente Médici
PRESIDENTE MÉDICI - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Claudiomiro Schuvartzhaupt Dutra 516.446.142-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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Pag. 15083
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00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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Pag. 15084
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servidores, mesmo após cientificados da


necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. CLAUDIOMIRO SCHUVARTZHAUPT DUTRA (item 4.23 do Relatório


Preliminar)

CLAUDIOMIRO SCHUVARTZHAUPT DUTRA CPF 516.446.142-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE PRESIDENTE MÉDICI MATRÍCULA 482
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 01/04/1996 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE PRESIDENTE MÉDICI MATRÍCULA 1457
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 11/06/2002 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Portal de Transparência da


Prefeitura de Presidente Médici comprovam a existência de dois vínculos do
titular com aquela unidade5.

A coleta de provas revelou que o titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos de professor, com carga total de 80h/semana.

Oficiada, a Prefeitura de Presidente Médici não se pronunciou


sobre o presente caso6.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente, porém, a carga horária desborda das determinações do
Parecer Prévio n. 21/2005, item “c”, que limita em 65h/semanais a carga
horária global dos dois cargos de professor

Nesse sentido, torna-se necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

1.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária excessiva,


havendo, porém, risco de pagamento por serviços não prestados, haja vista
a possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições do art.
37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio n. 21/2005.

5 ID=531123.
6 Ofício n. 115/2017/SGCE e documentos reunidos no ID=432220.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 4 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15085
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
GCBB-IAGD-EAIB-KMHL CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15086
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OFÍCIO N. 0128/2018-SGCE

Porto Velho, 26 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência a Senhora
JULIANA ARAUJO VICENTE ROQUE
Prefeita do Município de Pimenta Bueno
PIMENTA BUENO - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhora Prefeita,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Marilene Tassaro de Morais 386.903.222-72

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15086
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,


mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Pag. 15088
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comprovação da compatibilidade de horários – em


decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15088
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
FFBB-IAGD-EAIB-LLGE CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15089
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço

1. MARILENE TASSARO DE MORAIS (item 4.98 do Relatório Preliminar)

MARILENE TASSARO DE MORAIS CPF 386.903.222-72


VÍNCULO 1 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE MATRÍCULA 103653
PIMENTA BUENO
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 30
18/01/2012
VÍNCULO 2 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO MATRÍCULA 285
FELIPE DO OESTE
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM5 – ADMISSÃO CH/SEMANAL 40
16/11/2009 – DT ADM: 20/11/2009
VÍNCULO 3 FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO MATRÍCULA N/C6
FELIPE DO OESTE
CARGO TÉCNICO DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
20/11/2009
VÍNCULO 4 INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS MATRÍCULA 300025050
SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE
RONDÔNIA - IPERON
CARGO APOSENTADA (AUXILIAR DE SERVIÇOS CH/SEMANAL 0
GERAIS)

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas7.
De se destacar, inclusive, que a RAIS acusa dois vínculos da servidora com
o município de São Felipe do Oeste, enquanto o SIGAP registra apenas 1
(um) vínculo.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, 3 (três) cargos efetivos de técnico de enfermagem, com carga total
de 110/semana, mais um vínculo de auxiliar de serviços gerais, aposentado
pelo IPERON.

Esta Corte solicitou informações através de ofícios para a


Prefeitura Municipal de Pimenta Bueno8, Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Rondônia – IPERON9, e Prefeitura Municipal de São
Felipe do Oeste10.

5 Admissão apreciada no processo n. 0655/2009. Considerada legal, Acórdão AC2-TC


01637/2016.
6 Informação contida na RAIS.
7 ID=533255
8 Ofício 112/2017/SGCE,ID=432200.
9 Ofício 223/2017/SGCE, ID=494502.
10 Ofício 107/2017/SGCE, reiterado pelo Ofício n. 245/207/SGCE, ID=533265.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 6 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15089
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
FFBB-IAGD-EAIB-LLGE CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15090
TCE-RO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Em resposta11, a Prefeitura de São Felipe do Oeste alegou que


a servidora cumpre regularmente suas funções de técnico de enfermagem em
regime de plantão. De se destacar que informou apenas um vínculo de
auxiliar de enfermagem, embora na RAIS constem dois vínculos.

Em resposta12, a Prefeitura de Pimenta Bueno alegou que a


servidora ocupa cargo público municipal de Técnico em Enfermagem. Quando
de sua posse em 18/01/2012 apresentou declaração de acumulo de cargo,
emprego, função ou proventos, declarando que possuía apenas o cargo de
Técnica em enfermagem no município de São Felipe D’Oeste, tal acumulação
foi considerada regular pois tratam-se de dois cargos da área da saúde,
nos termos do art. 37, XVI, “c” da CF/88. Contudo, até o recebimento do
Oficio nº 0112/2017-SGCE, a Prefeitura de Pimenta Bueno não tinha
conhecimento de que a servidora tinha provento junto ao Instituto de
Previdência dos Servidores do Estado de Rondônia.

O IPERON13, em suas alegações, descreveu que a servidora ocupava


o cargo de auxiliar de serviços gerais na SESAU, com ingresso em 02/05/1997
e admitiu aposentadoria em 15/04/2004, sendo afastada por invalidez.

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma aposentadoria,
desde que o cargo que tenha originado o benefício da aposentadoria seja
acumulável com o cargo ativo, conforme estabelecem os seus arts. 37, XVI,
“a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez que a


servidora acumula três cargos efetivos mais uma aposentadoria.

Notamos, também, que o cargo em que se aposentou - auxiliar de


serviços gerais - não é acumulável em nenhuma das hipóteses previstas no
art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição Federal.

Outrossim, sendo que a jornada dos 3 (três) contratos ativos


somam jornada semanal de trabalho de 110h, necessária averiguação, por
parte dos empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que
caracterizaria realização de pagamentos integrais de remunerações sem a
contraprestação integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.

Destacamos que no processo n. 771/2017, em que é apreciada a


admissão da servidora pela Prefeitura de Pimenta Bueno, foi emitida
determinação de apresentação de provas de compatibilidade de jornadas de
outros cargos exercidos, cfe. Decisão Monocrática n. 169/
GCSFJFS/2017/TCE/RO.

1.2. Achados

1.2.1. Comprovada a acumulação ilícita de três cargos efetivos


mais uma aposentadoria, em desacordo com os arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10
e 40, §6º da Constituição Federal.

11 Documento n. 7129/2017, ID=450433.


12 Documento ID=432200.
13 Documento eletrônico n. 7804/2017, ID=457561.
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1.2.2. Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos de natureza
incompatíveis com as hipóteses previstas na Constituição Federal. A
situação, porém, é agravada pela possível realização de pagamentos
integrais de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que,
à priori, implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

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OFÍCIO N. 0129/2018-SGCE

Porto Velho, 26 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
VAGNO GONÇALVES BARROS
Prefeito do Município de Ouro Preto do Oeste
OURO PRETO DO OESTE - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Maria Alice Nicácio 299.049.002-72
2. Mauro de Almeida Soares Filho 041.175.176-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro


Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que coloco à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradeço pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço

1. MARIA ALICE NICÁCIO (item 4.91 do Relatório Preliminar)

MARIA ALICE NICÁCIO CPF 29904900272


VÍNCULO 1 FUNDAÇÃO DE HEMATOLOGIA E MATRÍCULA 300034801
HEMOTERAPIA DO ESTADO DE RONDÔNIA -
FHEMERON
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
20/03/2001
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE OURO PRETO DO OESTE MATRÍCULA 54720
CARGO SUPERVISOR ESCOLAR – DT ADM: CH/SEMANAL 40
08/05/2008

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa, bem como


o Portal de Transparência do Município de Ouro Preto comprovam a existência
de vínculos da titular com as três unidades acima arroladas5.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
supervisor escolar (40h/semana) mais um cargo de técnico em enfermagem
(40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico), porém,
a carga horária desborda das determinações do item “c” do Parecer Prévio
n. 21/2005, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois
cargos ocupados.

Necessária, portanto, averiguação, por parte dos empregadores,


da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

Oficiada a FHEMERON e6, esta informou que a servidora estava


lotada na regional da FHEMERON em Ouro Preto do Oeste, desde de junho/2003,
trabalhando como plantonista das “07 as 19hs – 19 as 07hs”7.

Oficiada a Prefeitura de Ouro Preto esta respondeu o seguinte8:

Quanto a essa possível acumulação de cargos, esse ente ficou


ciente do fato apenas agora com essa auditoria do TCE-RO, visto

5 ID=533208.
6 Ofício n. 103/2017/SGCE, ID=432185.
7 Inserido no dossiê, ID=533208.
8 Ofício n. 113/2017/SGCE e demais documentos reunidos sob o ID=504426.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Pag. 15096
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que o servidor informou que não havia acumulação de cargo,


conforme declaração em anexo. Vale ressaltar que trata de
profissional da área da saúde. Diante dos fatos, a partir de
30/03/2017, foi instaurado o processo administrativo 1085/2017
para averiguar se as horas semanais são parcialmente sob regime
de plantão, compatibilidade de horário entre os cargos.

Acrescente-se que tramita nesta Corte o processo n. 3012/2014


que aprecia a legalidade da admissão da servidora Prefeitura de Ouro Preto
do Oeste, no cargo de supervisor escolar, ainda não julgado.

De se destacar, ainda, que no processo n. 2342/2008, que


aprecia admissão de pessoal oriundo do Concurso Público n. 003/2006, o
Controle Interno da Prefeitura de Ouro Preto pronunciou-se pela ilegalidade
do ato de admissão, haja vista a acumulação ilícita de cargos praticada,
cfe. item III da Decisão n. 245/2014 – 1ª Câmara.

1.2. Achados

Há indícios robustos de acumulação lícita de cargos, porém com


carga horária excessiva, havendo risco de pagamento por serviços não
prestados, haja vista a possível sobreposição de jornadas com desrespeito
às disposições do art. 37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do
Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a”, “b”
e “c” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 –
2ª Câmara.

2. Mauro de Almeida Soares Filho (item 4.104 do Relatório


Preliminar)

MAURO DE ALMEIDA SOARES FILHO CPF 041.175.176-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE OURO PRETO DO OESTE MATRÍCULA 1617031
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO FISIOTERAPEUTA9 - DT ADM: CH/SEMANAL 36
05/07/2006
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2306
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO FISIOTERAPEUTA – DT ADM: CH/SEMANAL 40
27/01/2009

2.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas10.

9Admissão apreciada no processo n. 0636/2008. Considerada legal, Dec. 25/2009 –


2ª Câmara.
10 ID=533507 .
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Pag. 15097
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Os dois cargos na área de profissional da saúde são


acumuláveis, nos termos do art. 37, XVI, “c”, da Constituição Federal e a
carga horária total – 76h/semana – estaria compatível com o limite de 80h
semanais, desde que prestadas pelo menos parcialmente sob o regime de
plantão, devendo para tanto, ser observada a compatibilidade de horários
entre os cargos (Parecer Prévio n. 21/2005, item “d”).

Ocorre que as pesquisas empreendidas pela Comissão de Auditoria


culminaram na localização de Ação Civil Pública, originária de delação
anônima, impetrada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia - MPRO,
que tramita nos autos do processo judicial n. 7006698-43.2016.8.22.0004
cuja peça exordial e extrato processual anexamos ao presente processo11.

Em linhas gerais, de acordo com o que consta na peça preliminar


elaborada pelo MP/RO, o Sr. Mauro de Almeida Soares Filho descumpria,
regularmente, a sua carga horária de fisioterapeuta no município de Mirante
da Serra, pois trabalhava, semanalmente, apenas 10 (dez) das 30 (trinta)
horas pelas quais devia prestar serviços àquele município.

Nesse sentido, o MP/RO calculou um prejuízo ocasionado ao


erário de Mirante da Serra, oriundo de remunerações pagas sem a integral
contraprestação de serviços, entre os anos de 2009 e 2015, no valor de R$
251.514,58 (duzentos e cinquenta e um mil e quinhentos e quatorze reais e
cinquenta e oito centavos). Destaque-se que o MP/RO requereu e obteve o
bloqueio de bens dos responsáveis, até o citado limite.

Oficiada a Prefeitura de Ouro Preto esta respondeu o seguinte


12:

Quanto a essa possível acumulação de cargos, esse ente ficou


ciente do fato apenas agora com essa auditoria do TCE-RO, visto
que o servidor informou que não havia acumulação de cargo,
conforme declaração em anexo. Vale ressaltar que trata de
profissional da área da saúde. Diante dos fatos, a partir de
30/03/2017, foi instaurado o processo administrativo 1085/2017
para averiguar se as horas semanais são parcialmente sob regime
de plantão, compatibilidade de horário entre os cargos.

Oficiada a Prefeitura de Mirantes da Serra13 esta declarou que


a irregularidade não procedia pois o servidor ocupava o cargo de cargo de
Fisioterapeuta - NS I, 30h/semana, regulamentado pela Lei Municipal nº
296/200414. Aparentemente, a Prefeitura desconhecia a existência da Ação
Civil Pública acima citada.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na percepção de remunerações, sem a devida contraprestação
de serviços à Prefeitura de Mirante da Serra, conforme consta nos autos do
processo judicial n. 7006698-43.2016.8.22.0004

11 Idem.
12 Ofício n. 113/2017/SGCE e demais documentos reunidos sob o ID=504426.
13 Ofício n. 108/2017/SGCE ID=432199.
14 Conforme documento eletrônico n. 3199/2017, ID=417433.
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 26/04/2018. Pag. 15098
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
IFBB-IAGD-EAIB-EXJL CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15099
TCE-RO

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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

OFÍCIO N. 0131/2018-SGCE

Porto Velho, 27 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
CLAUDIONOR LEME DA ROCHA
Prefeito do Município de Nova Mamoré
NOVA MAMORÉ - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. José Ribamar Inácio Aguiar 312.188.812-91
2. Vicente de Paulo Batista Rodrigues 307.646.297-00
3. Zenira Luiza de Carvalho 040.920.151-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
– TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui
Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro


Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).

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servidores que escolham um dos cargos,


comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. JOSÉ RIBAMAR INÁCIO AGUIAR (item 4.80 do Relatório Preliminar)

JOSÉ RIBAMAR INÁCIO AGUIAR CPF 312.188.812-91


VÍNCULO 1 CÂMARA DE NOVA MAMORÉ MATRÍCULA 57
CARGO VEREADOR – 01/01/2005 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE NOVA MAMORÉ (FUNDO DE MATRÍCULA 4271
SAÚDE)5
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – ADM. CH/SEMANAL 40
30/04/2015
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – MATRÍCULA 300017130
SESAU
CARGO TÉCNICO EM EQUIPAMENTOS MÉDICOS – CH/SEMANAL 40
DT ADM: 03/07/1990

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos do titular com as três unidades acima arroladas 6.

As provas coletadas demonstram que José Ribamar Inácio Aguiar


possuía, em 2016, 3 (três) vínculos com a Administração Pública, sendo 1
(um) cargo eletivo de vereador na Câmara de Nova Mamoré, 1 (um) cargo de
técnico em enfermagem na Prefeitura de Nova Mamoré e 1 (um) cargo de técnico
em Equipamentos e Aparelhos Médicos no Estado de Rondônia (SESAU).

Ainda que a Constituição Federal preveja a possibilidade de


ocupação cumulativa do cargo eletivo de vereador com o cargo efetivo, desde
que comprovada a compatibilidade de horários (art. 38, III) tal
possibilidade limita-se a acumulação do cargo eletivo com um único cargo
efetivo, regra, aliás, já prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” do mesmo
dispositivo.

Destarte, entende-se não haver respaldo legal para a acumulação


do cargo eletivo mais dois cargos efetivos.

Diligenciada7, a Câmara de Nova Mamoré informou que o Vereador


participava das sessões sempre às segundas-feiras às 19h, e que o seu
mandado já havia se encerrado em dezembro/20168.

5 Ato de admissão apreciado no processo mn. 4500/2012. Julgado legal, Acórdão


AC1-TC 01043/17
6 ID=532716.
7 Ofício n. 036/2017/SGCE, ID=432183.
8 Documentos ID=431183.
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Diligenciada9, a Prefeitura de Nova Mamoré informou que o


servidor exercia o cargo de técnico em enfermagem (40 h)10.

Diligenciada11, a SESAU declarou que o servidor não atendera ao


pedido de informações12.

No presente caso, além da ilicitude da acumulação, há que se


considerar a impossibilidade do cumprimento integral da jornada de 120
horas semanais, o que é um sério indicativo de possível percepção integral
de remunerações, sem a contraprestação integral dos serviços contratados.
Assim, necessária averiguação, por parte dos empregadores, da possível
sobreposição de jornadas.

1.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, quando


se encerrou o mandato eletivo, persistindo a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao do
encerramento do mandato.

2. VICENTE DE PAULO BATISTA RODRIGUES (item 4.128 do Relatório


Preliminar)

VICENTE DE PAULO BATISTA RODRIGUES CPF 307.646.297-00

VÍNCULO 1 PREFEITURA DE NOVA MAMORÉ (FUNDO MATRÍCULA 1279


DE SAÚDE)
CARGO DIRETOR DA DIV II DA DIREÇÃO CH/SEMANAL 40
CLINICA – DT ADM: 09/08/2006
VÍNCULO 2 SESDEC – POLÍCIA CIVIL/RO MATRÍCULA 300021523
CARGO MEDICO LEGISTA – DT ADM: CH/SEMANAL 40
13/09/1993
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - MATRÍCULA 300021522
SESAU
CARGO MEDICO 20H – T ADM: 03/11/1983 CH/SEMANAL 20

9 Ofícios nºs. 037 e 110/2017/SGCE, ID=493740.


10 Documento eletrônico n. 6682/2017, ID=447725.
11 Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Ofício n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525.
12 Documento eletrônico n. 9088/2017, ID=470525.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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2.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos do titular, no exercício de 2016, com as três
unidades acima arroladas13.

Foi apurado que o servidor recebeu recursos de três fontes


diferentes. No que cabe a esta Corte, foram oficiados a Prefeitura
Municipal de Nova Mamoré14, a Secretaria de Estado da Saúde15, além da
Delegacia Geral de Polícia Civil16.

A SESAU esclareceu através do Ofício nº 5222/GAB/CRH/SESAU, de


13 de julho de 2017, que o servidor não encaminhou justificativas
solicitadas por esta Corte, logo, foi aberto o processo administrativo por
meio do Ofício nº 5227/GAB/CRH/SESAU, em função do descumprimento do
solicitado pelo Tribunal de Contas do Estado, visando apurar, ainda,
possível omissão de informações17.

A Prefeitura Municipal de Nova Mamoré posicionou-se acerca da


situação do servidor como “item 4 - Irregularidade NÃO procede, pois a
situação do servidor está amparada por outras normas e/ou decisões” e fez
citação ao artigo 37, inciso, XVI, da Constituição da República,
acrescentando cópia do Termo de posse do servidor como médico cirurgião –
40 horas18.

Chamada aos autos, reiteradamente19, a Polícia Civil não se


dignou responder as diligências realizadas por esta Corte.

As provas coletadas demonstram que o titular detinha, no


exercício de 2016, 3 (três) vínculos com a Administração Pública, situação
que, por si só, já não encontra guarida na Constituição Federal, uma vez
que em seu art. 37, XVI, “a” a “c” está prevista a possibilidade de
acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 100h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

13 ID=534194.
14 Ofícios nºs. 037 e 110/2017/SGCE, ID=493740.
15 Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Ofício n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525
16 Ofício 225/2017/SGCE, reiterado pelo Ofício n. 272/2017/SGCE, ID=498617.
17 Documento eletrônico n. 9088/2017, ID=470525.
18 Documento eletrônico n. 6682/2017, ID=447725.
19 Ofícios nºs 225 e 272/2017/SGCE, ID=498617.
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Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição
Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras
“a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão
nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº
246/2015 – 2ª Câmara.

3. ZENIRA LUIZA DE CARVALHO (item 4.135 do Relatório


Preliminar)

ZENIRA LUIZA DE CARVALHO CPF 040.920.151-00


VÍNCULO PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA MAMORÉ MATRÍCULA 1160
CARGO PROFESSOR II (PEDAGOGO) 20 HORAS20 - DT CH/SEMANAL 20
ADM: 16/06/2006
VÍNCULO PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA MAMORÉ MATRÍCULA 132
CARGO PROFESSOR I NÍVEL I 20 HORAS – DT ADM: CH/SEMANAL 20
07/08/1991
VÍNCULO GOVERNO DO EX-TERRITÓRIO MATRÍCULA 0697586
CARGO APOSENTADA (PROFESSOR) CH/SEMANAL 0

3.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS e do Sistema Governa, bem


como tabela de dados compartilhada pelo TCU, comprovam a existência de
vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas21.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três vínculos


diferentes, sendo dois deles com a Prefeitura de Nova Mamoré. A servidora
recebeu, também, recursos da União como professora aposentada.

No que cabe a esta Corte, foi oficiada a Prefeitura Municipal


de Nova Mamoré22.

A Prefeitura Municipal de Nova Mamoré, em resposta 23,


posicionou-se sobre a servidora como a “situação 4 - Irregularidade NÃO
procede, pois a situação do servidor está amparada por outras normas e/ou
decisões”, baseando-se no artigo 37, inciso XVI, alínea “a”, da
Constituição da República e, ainda, com o Parecer Prévio nº 21/2005/TCE/RO,
(letra “c”), apresentando, ainda, cópia dos Termos de Posse da servidora
como professora.

A Prefeitura de Nova Mamoré apresentou dois Termos de Posse,


sendo o primeiro para o cargo de professor de 1º grau com data de 08 de
agosto de 1991, e o segundo para o cargo de professor pedagogo séries
iniciais, com carga horária de 20 horas, com data de 16 de junho de 2006.

De se ressaltar que a Constituição Federal prevê a


possibilidade de acumulação de um cargo efetivo mais uma aposentadoria,
desde que o cargo que tenha originado o benefício da aposentadoria seja
20 Ato de admissão apreciado no processo n. 0169/2008, julgado legal, Dec. 91/2011
– 2ª Câmara.
21 ID=534204.
22 Ofícios nºs 037 e 110/2017/SGCE, ID=493740
23 Documento n. 6682/2017, ID=447725.
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acumulável com o cargo ativo, conforme estabelecem os seus arts. 37, XVI,
“a” a “c”, § 10 e 40, §6º.

Tal hipótese não é aplicável ao presente caso, uma vez que a


servidora acumulava dois cargos efetivos mais uma aposentadoria.

De se destacar, porém, que, no decorrer da auditoria, a


servidora requereu e obteve aposentadoria do cargo de professor, matrícula
1160, na Prefeitura do Município de Nova Mamoré. O ato, isoladamente
considerado, foi julgado legal por esta Corte, nos autos do processo n.
00303/2017/TCE/RO, Acórdão AC1-TC 00463/17.

A situação passou a ser, assim, de um cargo efetivo ativo e


duas aposentadorias, também irregular, levando em conta os regramentos dos
arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10 e 40, §6º da Constituição Federal.

3.2. Achados

Comprovada a acumulação ilícita de um cargo efetivo ativo mais


duas aposentadorias, contrariando os arts. 37, XVI, “a” a “c”, § 10 e 40,
§6º da Constituição Federal.

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OFÍCIO N. 0132/2018-SGCE

Porto Velho, 27 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
ADINALDO DE ANDRADE
Prefeito do Município de Mirante da Serra
MIRANTE DA SERRA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Mauro de Almeida Soares Filho 041.175.176-00
2. Valteone Pereira Maulaz 300.623.572-04

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
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Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na


jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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comprovação da compatibilidade de horários – em


decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
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1. MAURO DE ALMEIDA SOARES FILHO (item 4.104 do Relatório


Preliminar)

MAURO DE ALMEIDA SOARES FILHO CPF 041.175.176-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE OURO PRETO DO OESTE MATRÍCULA 1617031
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO FISIOTERAPEUTA5 - DT ADM: CH/SEMANAL 36
05/07/2006
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2306
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO FISIOTERAPEUTA – DT ADM: CH/SEMANAL 40
27/01/2009

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas6.

Os dois cargos na área de profissional da saúde são


acumuláveis, nos termos do art. 37, XVI, “c”, da Constituição Federal e a
carga horária total – 76h/semana – estaria compatível com o limite de 80h
semanais, desde que prestadas pelo menos parcialmente sob o regime de
plantão, devendo para tanto, ser observada a compatibilidade de horários
entre os cargos (Parecer Prévio n. 21/2005, item “d”).

Ocorre que as pesquisas empreendidas pela Comissão de Auditoria


culminaram na localização de Ação Civil Pública, originária de delação
anônima, impetrada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia - MPRO,
que tramita nos autos do processo judicial n. 7006698-43.2016.8.22.0004
cuja peça exordial e extrato processual anexamos ao presente processo7.

Em linhas gerais, de acordo com o que consta na peça preliminar


elaborada pelo MP/RO, o Sr. Mauro de Almeida Soares Filho descumpria,
regularmente, a sua carga horária de fisioterapeuta no município de Mirante
da Serra, pois trabalhava, semanalmente, apenas 10 (dez) das 30 (trinta)
horas pelas quais devia prestar serviços àquele município.

Nesse sentido, o MP/RO calculou um prejuízo ocasionado ao


erário de Mirante da Serra, oriundo de remunerações pagas sem a integral
contraprestação de serviços, entre os anos de 2009 e 2015, no valor de R$
251.514,58 (duzentos e cinquenta e um mil e quinhentos e quatorze reais e
cinquenta e oito centavos). Destaque-se que o MP/RO requereu e obteve o
bloqueio de bens dos responsáveis, até o citado limite.

5Admissão apreciada no processo n. 0636/2008. Considerada legal, Dec. 25/2009 –


2ª Câmara.
6 ID=533507 .
7 Idem.
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Oficiada a Prefeitura de Ouro Preto esta respondeu o seguinte


8:

Quanto a essa possível acumulação de cargos, esse ente ficou


ciente do fato apenas agora com essa auditoria do TCE-RO, visto
que o servidor informou que não havia acumulação de cargo,
conforme declaração em anexo. Vale ressaltar que trata de
profissional da área da saúde. Diante dos fatos, a partir de
30/03/2017, foi instaurado o processo administrativo 1085/2017
para averiguar se as horas semanais são parcialmente sob regime
de plantão, compatibilidade de horário entre os cargos.

Oficiada a Prefeitura de Mirantes da Serra9 esta declarou que


a irregularidade não procedia pois o servidor ocupava o cargo de cargo de
Fisioterapeuta - NS I, 30h/semana, regulamentado pela Lei Municipal nº
296/200410. Aparentemente, a Prefeitura desconhecia a existência da Ação
Civil Pública acima citada.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na percepção de remunerações, sem a devida contraprestação
de serviços à Prefeitura de Mirante da Serra, conforme consta nos autos do
processo judicial n. 7006698-43.2016.8.22.0004

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

2. VALTEONE PEREIRA MAULAZ (item 4.127 do Relatório Preliminar)

VALTEONE PEREIRA MAULAZ CPF 300.623.572-04


VÍNCULO 1 CÂMARA DE VEREADORES DO MUNICÍPIO MATRÍCULA 1104
DE URUPÁ
CARGO VEREADOR – DT ADM: 31/01/2016 CH/SEMANAL 32
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2250
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 05/05/2016 CH/SEMANAL 30
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE URUPÁ (FUNDO DE MATRÍCULA 6149
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 06/02/2007 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 4 PREFEITURA DE ARIQUEMES (FUNDO DE MATRÍCULA N/L
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 26/06/2016 CH/SEMANAL 40

2.1. Relato

8 Ofício n. 113/2017/SGCE e demais documentos reunidos sob o ID=504426.


9 Ofício n. 108/2017/SGCE ID=432199.
10 Conforme documento eletrônico n. 3199/2017, ID=417433.
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Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de


vínculos do titular, no exercício de 2016, com as três unidades acima
arroladas11, nos seguintes períodos (preenchimento em amarelo significa
recebimento de remuneração):

jan/ fev/ mar/ abr/ mai/ jun/ jul/ ago/ set/ out/ nov/ dez/
16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
CAMU
RU X X X X X X X X X X X X
PMSA
RI X X X X X X
PMMS
E X X X X X X
PMUR
U X X X X X X X X X X X X

Como se percebe, no período de janeiro a junho/2016, o servidor


ocupou três cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante
da Serra (enfermeiro) e Prefeitura de Urupá (enfermeiro).

Já no período de julho a dezembro/2016, o servidor ocupou três


cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante da Serra
(enfermeiro) e Prefeitura de Ariquemes (enfermeiro).

Ainda que a Constituição Federal preveja a possibilidade de


ocupação cumulativa do cargo eletivo de vereador com o cargo efetivo, desde
que comprovada a compatibilidade de horários (art. 38, III) tal
possibilidade limita-se a acumulação do cargo eletivo com um único cargo
efetivo, regra, aliás, já prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” do mesmo
dispositivo.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 102h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um deles.

Em resposta ao Oficio 044/2017-SGCE, a Câmara de Vereadores do


Município de Urupá informou, através do Ofício nº 027/GP de 10 de fevereiro
de 2017, que o servidor realmente acumulou ilicitamente, no período de
2013 a 2016, o cargo eletivo de Vereador do Município de Urupá,
conjuntamente com dois Cargos de Enfermeiro (Profissionais de Saúde) nos
Municípios de Urupá e de Mirante da Serra. Informa, ainda, que esse fato
não mais persista em virtude do término do mandato eletivo em 31/12/2016,
sendo que não fora constatada nenhuma devolução de valores à Câmara
Municipal12.

Em resposta ao Ofício 108/2017/SGCE13, a Prefeitura Municipal


de Mirante da Serra, através do Ofício nº 265/GPMMS/2017 de 17/03/2017, no
Anexo II, a respeito do servidor em questão assim se posiciona “item 0 -
A Irregularidade procede mas a situação foi regularizada”, e acrescentou
que o servidor foi exonerado a pedido em 14 de junho de 2016, conforme
Portaria nº 3494/201914.

11 ID=534193.
12 Documentos ID=432184.
13 Documentos ID=432199.
14 Documentos ID=417433.
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Em resposta ao Ofício n. 088/2017-SGCE, a Prefeitura Municipal


de Urupá, através do Ofício nº 010/2017, de 16 de fevereiro de 2017,
respondeu que o servidor exerce suas funções regularmente no Município de
Urupá, que existe a efetiva contraprestação de seus serviços, com o
cumprimento integral de sua carga horária de 40h como enfermeiro e exerceu
ainda o cargo eletivo de Vereador entre os anos de 2012 e 2016, recebendo
regularmente seus vencimentos, conforme se verifica na sua ficha financeira
de 2016 e folha de ponto de todo o ano de 2016, anexo ao oficio supra15.

2.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38,
III, da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c
as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada
pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do
Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, quando


se encerrou o mandato eletivo, persistindo a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

15 Documentos ID=417433
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OFÍCIO N. 0133/2018-SGCE

Porto Velho, 27 de abril de 2018

A Sua Excelência, a Senhora


ROSANI TEREZINHA PIRES DA COSTA DONADON
Prefeita do Município de Vilhena
VILHENA – RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Necessidade de
informações adicionais.

Senhora Prefeita,

1. Reportando-nos ao vosso Ofício n. 299/2018/GAB1,


expedido em resposta ao Ofício n. 063/2018/SGCE, desta Corte,
vimos solicitar informações adicionais a respeito da situação
funcional da servidora Natalina Mitsue Tamashiro Garcia (CPF n.
120.977.668-54).

2. Ocorre que essa Prefeitura não se manifestou sobre


as seguintes situações expostas no item “5” do Anexo do já
Ofício n. 063/2018/SGCE:

a) Que a servidora Natalina Mitsue Tamashiro Garcia


se formou em medicina, na Universidade de Aquino
da Bolívia - UDABOL, no ano de 2016. Portanto, a
priori, esteve fora do Brasil nos anos de 2016 e
anteriores, durante todo o tempo em que durou a
sua formação acadêmica (seis a sete anos). Não
obstante, os extratos do SIGAP, do Portal de
Transparência do Município de Vilhena e da RAIS,
demonstram que a titular recebeu,
ininterruptamente, remunerações pelo Município de
Vilhena durante todo o período de 2008/2017. Porém,
como poderia estar recebendo pelo cargo de
enfermeira se estava na Bolívia, cursando
medicina?

b) Que, em assim sendo, há indícios de provável


pagamento irregular de remunerações para a
servidora no período em que esta se encontrava na

1 Autuado nesta Corte como documento eletrônico n. 4910/2018


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Bolívia, cursando medicina, na Universidade de


Aquino da Bolívia – UDABOL (curso encerrado em
2016, com duração de seis a sete anos). Portanto,
há possibilidade da ocorrência de pagamentos sem
contraprestação dos serviços, atentando contra os
princípios constitucionais da legalidade,
moralidade e impessoalidade expressos no caput do
art. 37 da Constituição Federal c/c arts. 62 e 63
da Lei Federal n. 4320/1964.

3. Para maiores detalhes, encaminhamos, novamente,


agora anexo ao presente Ofício, o relato original sobre
assunto, conforme tratado no processo eletrônico n.
325/2018/TCE-RO.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 15 (quinze) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada se reporte aos fatos
expostos nos itens “a” e “b”, acima, bem como no Anexo do
presente Ofício, e, em caso de comprovada a veracidade dos
indícios apresentados, demonstre a esta Corte a adoção das
medidas cabíveis para apuração dos possíveis ilícitos e
ressarcimento do dano, se houver, nos termos do art. 8º, da Lei
Complementar n. 154/1996.

5. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa


Unidade equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em
questão, para dirimir eventuais dúvidas, por meio do do
telefone (69) 3229-4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos


podem ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema
de Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
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1. NATALINA MITSUE TAMASHIRO GARCIA item 4.106 do Relatório


Preliminar da Auditoria Operacional)

NATALINA MITSUE TAMASHIRO GARCIA CPF 120.977.668-54


VÍNCULO 1 MINISTÉRIO DA SAÚDE – PROGRAMA MATRÍCULA N/LOCALIZADO
MAIS MÉDICOS
CARGO MÉDICO CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE VILHENA MATRÍCULA 4836
CARGO ENFERMEIRA – DT ADM: 17/05/2004 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

O caso de Natalina Mitsue Tamashiro Garcia difere dos demais


abordados no presente trabalho por ser fato detectado além da amostragem
selecionada, mas foi inserido na AOP por estar perfeitamente
contextualizado com seu escopo.

Extratos do SIGAP, da RAIS, do CNES e do Portal de


Transparência da União e demais documentos coletados comprovam a
existência de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas,
com as peculiaridades que abaixo se descreve2.

A titular formou-se em medicina, na Universidade de Aquino da


Bolívia - UDABOL, no ano de 2016. Portanto, a priori, esteve fora do
Brasil nos anos de 2016 e anteriores, durante todo o tempo em que durou a
sua formação acadêmica (seis a sete anos). Não obstante, os extratos do
SIGAP, do Portal de Transparência do Município de Vilhena e da RAIS,
demonstram que a titular recebeu, ininterruptamente, remunerações pelo
Município de Vilhena durante todo o período de 2008/2017.

Porém, como poderia estar recebendo pelo cargo de enfermeira


se estava na Bolívia, cursando medicina?

Além disso, verificamos que a titular conseguiu, já no ano de


2017, a revalidação do diploma de médica por meio da Universidade Federal
de Mato Grosso – UFMT e, após isso, foi contratada pelo Governo Federal
para atuar no Programa Mais Médicos, com designação para o município de
Jauru – MT, distante cerca de 400km de Vilhena.

Confirmamos que a servidora vem recebendo remunerações pelos


dois cargos (médica e enfermeira) havendo, porém, compreensíveis dúvidas
sobre se está cumprindo integralmente sua carga horária em Vilhena, haja
vista a distância entre as duas cidades (Vilhena/Jauru)3.

2 IDs 533544 e 533610.


3 Apuração do cargo no Mais Médicos é de alçada do TCU.
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1.2. Achados:

1.2.1. Provável pagamento irregular de remunerações para a


servidora no período em que esta se encontrava na Bolívia, cursando
medicina, na Universidade de Aquino da Bolívia – UDABOL (curso encerrado
em 2016, com duração de seis a sete anos). Portanto, há possibilidade da
ocorrência de pagamentos sem contraprestação dos serviços, atentando
contra os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e
impessoalidade expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal c/c
arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964.

1.2.2. Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos jornadas incompatíveis,
agravadas pela possível realização de pagamentos integrais de
remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada. Destarte, os achados
configuram descumprimentos aos ditames previstos no art. 37, XVI, “a” e
“b”, da Constituição Federal c/c as letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº
21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os
subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara c/c o os
arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964.

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OFÍCIO N. 0134/2018-SGCE

Porto Velho, 27 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
ARNALDO STRELLOW
Prefeito do Município de Ministro Andreazza
MINISTRO ANDREAZZA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Israel Campos Souza 408.197.019-04
2. Josefa Josenilda Pereira de Carvalho 176.892.364-72

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro


Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ISRAEL CAMPOS SOUZA (item 4.64 do Relatório Preliminar)

ISRAEL CAMPOS SOUZA CPF 408.197.019-04


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA MATRÍCULA 1332
CARGO PROFESSOR – DATA ADM. 18/03/20095 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - MATRÍCULA 300018494
SEDUC
CARGO TÉCNICO EDUCACIONAL – DT ADM: CH/SEMANAL 40
21/09/1990
VÍNCULO 3 SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE MATRÍCULA 300127706
SUPRIMENTOS, LOGÍSTICA E GASTOS
PÚBLICOS ESSENCIAIS – SUGESPE
CARGO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO I – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 02/12/2013

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos do titular com as três unidades acima arroladas6.

As provas coletadas demonstram que Israel Campos Souza detinha,


no exercício de 2016, 3 (três) vínculos com a Administração Pública,
situação que, por si só, já não encontra guarida na Constituição Federal,
uma vez que em seu art. 37, XVI, “a” a “c” está prevista a possibilidade
de acumulação de apenas dois cargos remunerados.

Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 120 h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um dos cargos.

Diligenciada7, a SUGESPE informou que ao saber da


irregularidade promoveu imediata exoneração do servidor do cargo em
comissão que exercia naquela Unidade8, situação por nós comprovada,
conforme Decreto publicado no DOE-RO n. 37, de 23/02/2017, pág.4. Ainda
assim, persiste a irregularidade cometida entre os meses de janeiro a
dezembro/2016, com a tríplice acumulação.

5 Ato De admissão analisado no processo n. 2621/2008. Julgado legal,


Acórdão 301/2015 – 1ª Câmara.
6 ID=532153.
7 Ofício n. 120/2017/SGCE
8 Documento eletrônico n. 2102/2017, ID=407486.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Diligenciada9, a Prefeitura de Ministro Andreazza comunicou que


o servidor teria entregue documentação em que expressara a intenção de
solicitar exoneração do cargo exercido na SEDUC10.

Diligenciada a SEDUC11, esta, em reposta12, limitou-se a


informar que “o servidor se encontra lotado na EEEFM Clodoaldo Nunes de
Almeida como TAE-N1”.

De se destacar que ainda que o titular decida permanecer nos


dois cargos de professor e técnico, tal situação só é admitida para uma
jornada que some, no máximo, 65h/semana conforme estabelece o item “c” do
Parecer Prévio n. 21/2005.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades, no âmbito


da Prefeitura de Ministro Andreazza, SUGESPE e SEDUC, materializadas na
acumulação de três cargos públicos e jornadas incompatíveis. A situação é
agravada pela possível realização de pagamentos integrais de remunerações
sem a contraprestação integral dos serviços, que implica em realização de
despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a”, “b”
e “c” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara.

A tríplice acumulação foi sanada em fevereiro/2017, persistindo


a necessidade de apuração da efetiva contraprestação integral dos serviços,
no período anterior ao da exoneração.

2. JOSEFA JOSENILDA PEREIRA DE CARVALHO ((item 4.81 do


Relatório Preliminar)

JOSEFA JOSENILDA PEREIRA DE CARVALHO CPF 176.892.364-72


VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - MATRÍCULA 300020525
SESAU
CARGO FISIOTERAPEUTA – DT ADM: 13/04/1992 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA MATRÍCULA 808
PROFESSOR – DT ADM: 25/07/2002 CH/SEMANAL 40

2.1. Relato:

O extrato da RAIS, do SIGAP e do Sistema Governa comprovam a


existência de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas13.

9 Ofício n. 099/2017/SGCE, ID=432199.


10 Documento ID=432199.
11 Ofício n. 073/2017/SGCE – ID=493626.
12 Documento ID=493626.
13 ID=532870.
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Pag. 15123
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A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
professora (40h/semana) mais um cargo de fisioterapeuta (40h/semana),
totalizando uma jornada de 80 h/semanais.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico), porém,
a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005,
item “c”, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos
ocupados.

Assim, necessária averiguação, por parte dos empregadores, da


possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

A Prefeitura de Ministro Mário Andreazza, ao ser diligenciada14,


declarou que a irregularidade procedia, mas que a servidora, ao assumir o
cargo de professora no município, fizera declaração de não acumulação
indevida de cargos15.

Já a SESAU, ao ser diligenciada16,informou que a servidora


encontrava-se lotada no município de Cacoal, no Centro de Referência
Regional em Saúde do Trabalhador, cumprindo a jornada de 30h/semana, de
acordo com a Lei n. 8856/199417.

De se destacar que a distância entre as cidades de Cacoal e


Ministro Mário Andreazza, por terra, é de 44 km.

2.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária excessiva,


havendo risco de pagamento por serviços não prestados, haja vista a
possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições do art.
37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a”, “b” e
“c” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº
165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015
– 2ª Câmara.

14 Ofício n. 99/2017/SGCE, ID=432199.


15 ID=432199
16 Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Ofício n. 388/2017/SGCE-GP,
ID=470525.
17 Documento n. 4963/2017, ID=431616.
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OFÍCIO N. 0135/2018-SGCE

Porto Velho, 27 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
ELIOMAR PATRICIO
Prefeito do Município de Machadinho do Oeste
MACHADINHO DO OESTE - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Conceição Aparecida Baena dos Santos Oliveira 420.347.282-20

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
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mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC


00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

decorrência de eventuais recalcitrâncias dos


servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. CONCEIÇÃO APARECIDA BAENA DOS SANTOS OLIVEIRA (item 4.25 do


Relatório Preliminar)

CONCEIÇÃO APARECIDA BAENA DOS SANTOS OLIVEIRA CPF 42034728220


VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – MATRÍCULA 3000171527
SESAU/RO
CARGO TÉCNICA EM ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
05/07/1990
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MACHADINHO MATRÍCULA 4998
CARGO PROFESSOR5 - DT ADM: 03/07/2012 CH/SEMANAL 44

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos da titular com as duas unidades acima arroladas 6.

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 84h/semana: um cargo de
professora (40h/semana) mais um cargo de técnica em enfermagem
(40h/semana), totalizando uma jornada de 84 h/semanais.

A Prefeitura de Machadinho declarou que a carga horária de


professora estava sendo cumprida, uma vez que esta desempenharia o cargo
de técnica em enfermagem em regime de plantão7.

Já a SESAU limitou-se a encaminhar o registro de presença com


os plantões da servidora na Cínica da Mulher, em Machadinho do Oeste,
referente a maio/20178.

De se destacar que os cargos são acumuláveis


constitucionalmente (professor mais cargo técnico ou científico), porém,
a carga horária desborda das determinações do Parecer Prévio n. 21/2005,
item “c”, que limita em 65h/semanais a carga horária global dos dois cargos
ocupados.

Nesse sentido, torna-se necessária averiguação, por parte dos


empregadores, da possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
integral dos serviços, implicando em despesa não liquidada.
5 Ato de admissão apreciado no processo 3970/2012.
6 ID=531159.
7 Documento eletrônico n. 7726/2017, ID=456844
8 Documento eletrônico n. 9882/2017, ID=476613
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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1.2. Achados

Acumulação lícita de cargos, porém com carga horária excessiva,


havendo risco de pagamento por serviços não prestados, haja vista a
possível sobreposição de jornadas com desrespeito às disposições do art.
37, XVI da Constituição Federal c/c o item “c” do Parecer Prévio n. 21/2005.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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OFÍCIO N. 0136/2018-SGCE

Porto Velho, 30 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
CICERO NORONHA FILHO
Prefeito do Município de Guajará Mirim
GUAJARÁ MIRIM - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Wenceslau Ruiz Linhares Neto 385.709.982-87

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas
da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
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00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,


adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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servidores, mesmo após cientificados da


necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 30/04/2018. Pag. 15131
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. WENCESLAU RUIZ LINHARES NETO (item 4.129 do Relatório


Preliminar)

WENCESLAU RUIZ LINHARES NETO CPF 385.709.982-87


VÍNCULO 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE GUAJARÁ- MATRÍCULA 3738
MIRIM (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO MÉDICO CIRURGIÃO – DT ADM: CH/SEMANAL 44
10/07/2007
VÍNCULO 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE GUAJARÁ- MATRÍCULA 5119
MIRIM
CARGO MEMBRO JUNTA MÉDICA – DT ADM: CH/SEMANAL 44
07/01/2013
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - MATRÍCULA 300055992
SESAU
CARGO MEDICO 40H – DT ADM: 24/09/2004 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 4 SOC PESQ E C DR. APARÍCIO CAR DE MATRÍCULA -
MORAES LTDA. (VÍNCULO PRIVADO)
CARGO PROFESSOR – DT ADM: 16/02/2009 CH/SEMANAL 21

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de três vínculos do titular, no exercício de 2016, com as
duas unidades acima arroladas5.

Reiteradamente oficiada6, a Prefeitura Municipal de Guajará-


Mirim, não encaminhou resposta sobre o assunto. No entanto, em pesquisa no
SIGAP, foi confirmada a informação de que na Prefeitura Municipal de
Guajará-Mirim o servidor é médico cirurgião e, ainda, membro da junta
médica.

Oficiada a SESAU7, esta posicionou-se acerca da situação do


servidor como “item 3 - Irregularidade NÃO procede, pois o servidor não se
encontra nessa situação” e acrescenta, ainda, através do C.I. nº
632/GM/HEPSJP-II, de 21 de junho de 2017, que o servidor está lotado no
Hospital João Paulo II e que cumpre sua jornada em regime de plantão,
conforme folha de ponto do mês de junho de 2017, anexa ao documento8.

5 ID=534195.
6 OfícioS 033/2017/SGCE, 096/2017/SGCE e 246/2017/SGCE, ID=498627.
7 Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Ofício n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525
8 Documento eletrônico n. 9088/2017, ID=470525.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 30/04/2018. Pag. 15132
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GBDE-HAAC-EAIB-HTTJ CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15133
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Incorreu o servidor em hipótese de acumulação não prevista pela


Constituição Federal. Isso porque a Constituição Federal prevê apenas as
hipóteses permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art.
37, XVI, “a” a “c”, limitando a 2 (dois) o número de cargos, sendo que,
automaticamente, a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas
referidas hipóteses.

De se destacar que além das jornadas dos cargos públicos


(128h/semana) o titular ainda detinha um vínculo privado com a Sociedade
de Pesquisa, Educação e Cultura, Dr. Aparício Carvalho de Moraes Ltda. (21
h/semana), totalizando 150h/semana.

Assim, necessária averiguação, por parte dos empregadores, da


possível sobreposição de jornadas, o que caracterizaria realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, implicando em despesa não liquidada.

De se destacar que a admissão do servidor no cargo de médico,


no município de Guajará Mirim é objeto de apreciação nos autos do processo
de n. 000088/2008TCE/RO, encontrando-se pendente a comprovação de que não
há superposição de jornada com o cargo ocupado na SESAU, cfe. Decisão
Monocrática n. N° 16/GCSFJFS/2017/TCE/RO, que agregamos ao conjunto das
provas coletadas para o presente caso.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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Documento de 5 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 30/04/2018. Pag. 15133
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
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no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
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Pag. 15134
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OFÍCIO N. 0137/2018-SGCE

Porto Velho, 30 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
JOÃO ALVES SIQUEIRA
Prefeito do Município de Governador Jorge Teixeira
GOVERNARDOR JORGE TEIXEIRA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Arnaldo Adriano Peixoto Amorim 946.034.802-54
2. Marta Mendonça 772.798.087-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas


da União – TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON
e Instituto Rui Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 7 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 30/04/2018. Pag. 15134
Documento ID=610328
Autenticação: inserido por JOÃO
JBDE-HAAC-EAIB-PEQK CARLOS
no endereço: MOURÃO em 07/05/2018 11:03.
http://www.tce.ro.gov.br/validardoc. 00325/17
Pag. 15135
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Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na


jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM (item 4.18 do Relatório


Preliminar)

ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM CPF 946.034.802-53


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE CAMPO NOVO DE MATRÍCULA 24354
RONDÔNIA
CARGO GERENTE DE ATIVIDADE ESPECÍFICA –DT CH/SEMANAL 40
ADM: 25/03/2013
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1847
TEIXEIRA
CARGO ASSESSOR DE ENGENHARIA CIVIL – DTR CH/SEMANAL 40
ADM: 05/01/2015
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE JARU MATRÍCULA 14272
CARGO COORDENADOR ESPECIAL DE SERVIÇOS DE CH/SEMANAL 40
ENGENHARIA – DT ADM: 18/01/2016

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do CAGED comprovam a existência


de vínculos do titular com as três unidades acima arroladas5.

A coleta de provas revelou que o titular deteve, no exercício


de 2016, entre dois e três cargos comissionados exercidos cumulativamente,
nos municípios de Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge Teixeira e Jaru.

Oficiada a Prefeitura de Jaru6, esta informou e comprovou que


o servidor fora exonerado em 25/03/2016, por meio do Decreto de Exoneração
n. 114/GP/20167.

Oficiada a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira 8, esta


informou e comprovou que o servidor fora exonerado em 07/06/2017, por meio
do Decreto de Exoneração n. 6781/GP/20169.

Diligenciada10, a Prefeitura de Campo Novo de Rondônia informou


que o servidor prestava apenas 20h semanais de serviços11.

5 ID=530978.
6 Ofício n. Ofício n. 097/2017/SGCE, ID=432196.
7 ID=432196.
8 Ofícios nºs. Ofício n. 091 e 243/2017/SGCE, ID=432196, ID=496437.
9 Documento n. 7841/2017, ID=457817.
10 Ofício n. 117/2017/SGCE, ID=496513.
11 Documento eletrônico n. 2236/2017, ID=408287.
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Comparando os dados coletados na RAIS e no SIGAP, verificamos


que os exercícios nos cargos em questão ocorreram nos seguintes meses do
ano de 2016:

MUNICÍPI jan/ fev/ mar/ abr/ mai/ jun/ jul/ ago/ set/ out/ nov/ dez/
O 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
CAMPO
NOVO X X X X X X X X X X X X
JARU X X X X
GOV. J.
TEIXEIRA X X X X X X X X X X X X

A situação não se enquadra em nenhuma das regras permissivas


para acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c”
da Constituição Federal.

Além disso, a jornada semanal total dos cargos foi de 120h no


período de janeiro a abril (três cargos comissionados) e de 80h entre os
meses de maio e dezembro (dois cargos comissionados), gerando sérias
dúvidas se o contratado conseguiria cumprir integralmente as referidas
cargas horárias, ainda mais considerando as distâncias a serem percorridas,
diariamente, por estrada, entre as cidades, conforme se demonstra abaixo:

TRECHO DISTÂNCIA POR ESTRADA


Campo Novo/Jaru ou Jaru/Campo Novo 192 km
Campo Novo/ Governador ou Governador/Campo Novo 219 km
Governador/Jaru ou Jaru/Governador 40 km

De se considerar, ainda, que cargos em comissão são, por


natureza, de regime de dedicação exclusiva, o que torna ainda mais
esdrúxula a situação encontrada.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de cargos comissionados e jornadas
incompatíveis, em municípios distintos. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa sem a
devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi descontinuada após a exoneração ocorrida


em dois dos três vínculos, devendo, ainda assim, os gestores responsáveis
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procederem à apuração para averiguar a efetiva contraprestação dos serviços


remunerados, nos períodos que antecederam os desligamentos.

2. MARTA MENDONÇA (item 4.102 do Relatório Preliminar)

MARTA MENDONÇA CPF 772.798.087-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1095
TEIXEIRA (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
26/04/2006
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE JARU (FUNDO DE MATRÍCULA 897
SAÚDE)
CARGO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 06/04/1999
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE THEOBROMA (FUNDO DE MATRÍCULA 735
SAÚDE)
CARGO AUXILIAR DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
27/03/2003

2.1. Relato

Os extratos da RAIS e do SIGAP comprovam a existência de três


vínculos da titular com as unidades acima arroladas12.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três fontes


diferentes, sendo duas de profissional de saúde e uma de cargo não técnico
e nem científico (assistente administrativo).

Assim, foram oficiados os jurisdicionados desta Corte, com


solicitações de informações à Prefeitura Municipal de Governador Jorge
Teixeira13, à Prefeitura Municipal de Jaru14 e Prefeitura Municipal de
Theobroma15.

Em resposta, a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira, em suas


alegações, apresentou cópia do Decreto nº 6.573/GP/2017, de 1º de fevereiro
de 2017, que “dispõe sobre exoneração de servidor de cargo efetivo, e
contém outras providências”, onde foi decretada a exoneração da servidora
Marta Mendonça, formalizada por requerimento e livre vontade16.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de


Governador Jorge Teixeira remunerou a servidora com proventos integrais
até janeiro de 2017, sem apresentar pagamentos posteriores a este período.

A Prefeitura de Theobroma, através do Ofício nº


070/GP/PMT/2017, de 23 de fevereiro de 2017, comunicou que o caso da
servidora se enquadra como “3. Irregularidade NÃO procede, pois, o servidor
não se encontra nessa situação” no Anexo II - Planilha de Apuração e,
ainda, que “servidora com carga horária, presença e folha de ponto em dia”.

12 ID=533485.
13 Ofício 091/2017/SGCE, ID=496437.
14 Ofício 097/2017/SGCE, ID=432196
15 Ofício 093/2017/SGCE, ID=432184.
16 Documento eletrônico n. 7841/2017, ID=457817.
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Enviou, também, os seguintes documentos da servidora Marta Mendonça: i)


cópia do Termo de Posse ao Quadro Permanente de Pessoal Civil do Município
de Theobroma, no cargo de Auxiliar de Enfermagem; ii) cópia do Decreto de
Lotação da servidora; e iii) cópias das 3 (três) últimas folhas de ponto
da servidora, onde se observa o cumprimento da jornada em regime de
plantão17.

A Prefeitura de Jaru, em resposta, através do Oficio nº


173/SEGAP/2017 de 23/02/2017, informa no Anexo II, que a servidora em
questão incorreu na tipificação indicada no item "1", a qual seja: “a
irregularidade procede e foram adotadas medidas para regularizar a
situação”, informa ainda no campo de destinado a observações adicionais
que a servidora em questão encontra-se ativa no quadro de pessoal da PMJAR,
no FMS18.

Ora, as provas coletadas indicam que a servidora recebeu, no


ano de 2016, as remunerações dos três cargos mantidos com três municípios
diferentes, em hipótese de acumulação não prevista pela Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal, entre as hipóteses


permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art. 37, XVI,
“a” a “c”, limita a 2 (dois) o número de cargos, sendo que, automaticamente,
a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas referidas
hipóteses.

Ainda que assim não o fosse, a servidora ocupou três cargos


inacumuláveis entre si (um cargo administrativo + dois cargos de
profissional de saúde), conforme art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição
Federal.

Além disso, há que se considerar a impossibilidade do


cumprimento integral da jornada de 120 horas semanais, o que é um sério
indicativo de possível percepção integral de remunerações, sem a
contraprestação integral dos serviços contratados.

Tal situação persistiu até dezembro/2016.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

17 Documentos ID=432204.
18Documentos ID=432196.
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OFÍCIO N. 0138/2018-SGCE

Porto Velho, 30 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
OSCIMAR APARECIDO FERREIRA
Prefeito do Município de Campo Novo de Rondônia
CAMPO NOVO DE RONDÔNIA - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Arnaldo Adriano Peixoto Amorim 946.034.802-53

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
– TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui
Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
3 Idem.

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adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos


vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
comprovação da compatibilidade de horários – em
decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar

4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um


descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
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procedimento administrativo disciplinar para


apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.

5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de


ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
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1. ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM (item 4.18 do Relatório
Preliminar)

ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM CPF 946.034.802-53


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE CAMPO NOVO DE MATRÍCULA 24354
RONDÔNIA
CARGO GERENTE DE ATIVIDADE ESPECÍFICA –DT CH/SEMANAL 40
ADM: 25/03/2013
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1847
TEIXEIRA
CARGO ASSESSOR DE ENGENHARIA CIVIL – DTR CH/SEMANAL 40
ADM: 05/01/2015
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE JARU MATRÍCULA 14272
CARGO COORDENADOR ESPECIAL DE SERVIÇOS DE CH/SEMANAL 40
ENGENHARIA – DT ADM: 18/01/2016

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do CAGED comprovam a existência


de vínculos do titular com as três unidades acima arroladas5.

A coleta de provas revelou que o titular deteve, no exercício


de 2016, entre dois e três cargos comissionados exercidos cumulativamente,
nos municípios de Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge Teixeira e Jaru.

Oficiada a Prefeitura de Jaru6, esta informou e comprovou que


o servidor fora exonerado em 25/03/2016, por meio do Decreto de Exoneração
n. 114/GP/20167.

Oficiada a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira 8, esta


informou e comprovou que o servidor fora exonerado em 07/06/2017, por meio
do Decreto de Exoneração n. 6781/GP/20169.

Diligenciada10, a Prefeitura de Campo Novo de Rondônia informou


que o servidor prestava apenas 20h semanais de serviços11.

Comparando os dados coletados na RAIS e no SIGAP, verificamos


que os exercícios nos cargos em questão ocorreram nos seguintes meses do
ano de 2016:

5 ID=530978.
6 Ofício n. Ofício n. 097/2017/SGCE, ID=432196.
7 ID=432196.
8 Ofícios nºs. Ofício n. 091 e 243/2017/SGCE, ID=432196, ID=496437.
9 Documento n. 7841/2017, ID=457817.
10 Ofício n. 117/2017/SGCE, ID=496513.
11 Documento eletrônico n. 2236/2017, ID=408287.
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MUNICÍPI jan/ fev/ mar/ abr/ mai/ jun/ jul/ ago/ set/ out/ nov/ dez/
O 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
CAMPO
NOVO X X X X X X X X X X X X
JARU X X X X
GOV. J.
TEIXEIRA X X X X X X X X X X X X

A situação não se enquadra em nenhuma das regras permissivas


para acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c”
da Constituição Federal.

Além disso, a jornada semanal total dos cargos foi de 120h no


período de janeiro a abril (três cargos comissionados) e de 80h entre os
meses de maio e dezembro (dois cargos comissionados), gerando sérias
dúvidas se o contratado conseguiria cumprir integralmente as referidas
cargas horárias, ainda mais considerando as distâncias a serem percorridas,
diariamente, por estrada, entre as cidades, conforme se demonstra abaixo:

TRECHO DISTÂNCIA POR ESTRADA


Campo Novo/Jaru ou Jaru/Campo Novo 192 km
Campo Novo/ Governador ou Governador/Campo Novo 219 km
Governador/Jaru ou Jaru/Governador 40 km

De se considerar, ainda, que cargos em comissão são, por


natureza, de regime de dedicação exclusiva, o que torna ainda mais
esdrúxula a situação encontrada.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de cargos comissionados e jornadas
incompatíveis, em municípios distintos. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa sem a
devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi descontinuada após a exoneração ocorrida


em dois dos três vínculos, devendo, ainda assim, os gestores responsáveis
procederem à apuração para averiguar a efetiva contraprestação dos serviços
remunerados, nos períodos que antecederam os desligamentos.

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OFÍCIO N. 0139/2018-SGCE

Porto Velho, 30 de abril de 2018

LOPES IKENOHUCHI HERRERA


A Sua Excelência o Senhor
JOÃO GONÇALVES SILVA JUNIOR
Prefeito do Município de Jaru
JARU - RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria


Operacional na Área de Pessoal. Evidências de práticas
de acumulação ilícita de cargos por servidores
municipais. Medidas a serem adotadas.

Senhor Prefeito,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando
auditoria operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da
União1, na área de pessoal, que tramita nos autos do processo
eletrônico n. 0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção
de remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Antônio Henrique de Lima Nascimento 055.964.743-00
2. Arnaldo Adriano Peixoto Amorim 946.034.802-53
3. Ilza Gonçalves Siqueira de Araújo 325.548.692-00
4. José Pascual Teran Tapias 076.014.318-86
5. Marta Mendonça 772.798.087-00

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União
– TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui
Barbosa – IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;

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cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro


Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e,
mais especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC
00200/16 e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3,
adotar as seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos
vínculos trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com


o objetivo de perquirir as suas atuais situações,
com o escopo de saber se continuam acumulando
cargos, e, caso afirmativas as respostas, que
comprovem a compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-


se nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho


envolvidos (plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários


nos dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo
das contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais


de trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo


não pode prejudicar o do outro, restando o
interesse público resguardado, mormente no que
diz respeito à boa prestação do serviço público
e, por outro lado, se tenha precatado, também, a
observância da saúde física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos,
comprovando a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida
3 Idem.
4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um
descanso de 07 a 08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida
saudável (notícia veiculada no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro
de 2015).
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comprovação da compatibilidade de horários – em


decorrência de eventuais recalcitrâncias dos
servidores, mesmo após cientificados da
necessidade de comprovar a compatibilidade de
horários, caberá à Unidade Gestora instaurar
procedimento administrativo disciplinar para
apurar eventuais responsabilidades dos
servidores, bem como informar as situações a este
Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI
da Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI
do Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-
4286, agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de
Processo Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. ANTÔNIO HENRIQUE DE LIMA NASCIMENTO (item 4.12 do Relatório


Preliminar)

ANTÔNIO HENRIQUE DE LIMA NASCIMENTO CPF 055.964.743-00


VÍNCULO 1 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – MATRÍCULA 300011139
SESAU (HBAP)
CARGO MÉDICO – DT ADM: 13/06/1986 CH/SEMANAL 20
VÍNCULO 2 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – MATRÍCULA 300011140
SESAU (HBAP)
CARGO MÉDICO – DT ADM: 13/06/1986 CH/SEMANAL 20
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE JARU MATRÍCULA 13766
CARGO MÉDICO – DT ADM: 01/04/2014 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa comprovam


a existência de vínculos do titular com as duas unidades acima arroladas 5.

Oficiados os empregadores6, estes se reportaram conforme segue.

A Prefeitura de Jaru informou que não havia acumulação ilícita


de cargos, uma vez que o trabalho se dava através de prestação de serviços,
conforme cópia de documentos apresentados e, ainda, cópia do Parecer nº
07/2017/SEGEP/SUEST-RO, correlato ao Proc. Adm. nº 25275.000.066/2017-57,
que tratou de analisar o acúmulo de cargos, apontado pela AOP/TCU e que
reconheceu que não houve acúmulo, pois haviam dois vínculos com entes
públicos e um vínculo como prestador de serviços contratado em regime
temporário.

Também alegou não haver acumulação ilícita, e que o servidor


primeiro trabalhara como cargo comissionado, depois como contrato
temporário, e, por fim, como servidor efetivo com jornada de 40h/semana.
Tais informações são consentâneas com as extraídas da RAIS e do SIGAP7.

Há, porém, dois fatos relevantes que foram mantidos à margem


das informações tanto das processadas pelo TCU e como pelas justificativas
preliminares encaminhadas pelas fontes empregadoras.

O primeiro fato é que nas informações processadas via TCU


consta que o titular era detentor de apenas um vínculo com o Estado de

5 ID=530882.
6 Secretaria de Estado da Saúde – Ofício n. 072/2017/GP/SGCE, ID=431616 ; Prefeitura
de Jaru – Ofício n. Ofício n. 097/2017/SGCE, ID=432196.
7 ID=432196.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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Rondônia, com n. de matrícula 300011140, relativo ao cargo de médico


20h/semana.

Nossas verificações (Transparência/Sistema Governa)


demonstraram que o servidor detém dois contratos com o Estado, um com o
número de matrícula anteriormente mencionado e outro com o número de
matrícula 300011139, relativo ao cargo de médico 20h/semana.

Essa informação foi omitida nos dados encaminhados para o


TCE/RO e não consta sequer da RAIS, o que levanta suspeita de possível
manipulação dos dados para ocultação de ilícito.

Ora, as provas coletadas indicam que o servidor recebeu as


remunerações dos dois cargos mantidos com o Estado concomitantemente com
aquele mantido com o município de Jaru, portanto, três cargos de médico,
incorrendo em hipótese de acumulação não prevista pela Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal, entre as hipóteses


permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art. 37, XVI,
“a” a “c”, limita a 2 (dois) o número de cargos, sendo que, automaticamente,
a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas referidas
hipóteses.

O segundo fato importante é que, de acordo com as informações


coletadas (Transparência/Sistema Governa), o servidor está lotado, em ambos
os contratos de médico mantidos com o Estado, no Hospital de Base Ary
Pinheiro – HBAP, localizado no município de Porto Velho. O terceiro
contrato de médico refere-se a serviços supostamente prestados ao município
de Jaru, que fica distante de Porto Velho cerca de 292 km.

Assim há grande possibilidade de que os pagamentos de


remunerações tenham sido efetuados sem que tenha havido a integral
contraprestação dos serviços.

1.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de três cargos públicos e jornadas
incompatíveis, haja vista que os locais de prestação de serviços (Porto
Velho/Jaru) distantes entre si cerca de 292 km. A situação é agravada pela
possível realização de pagamentos integrais de remunerações sem a
contraprestação total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de
despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

2. ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM (item 4.18 do Relatório


Preliminar)

ARNALDO ADRIANO PEIXOTO AMORIM CPF 946.034.802-53

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
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VÍNCULO 1 PREFEITURA DE CAMPO NOVO DE MATRÍCULA 24354


RONDÔNIA
CARGO GERENTE DE ATIVIDADE ESPECÍFICA –DT CH/SEMANAL 40
ADM: 25/03/2013
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1847
TEIXEIRA
CARGO ASSESSOR DE ENGENHARIA CIVIL – DTR CH/SEMANAL 40
ADM: 05/01/2015
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE JARU MATRÍCULA 14272
CARGO COORDENADOR ESPECIAL DE SERVIÇOS DE CH/SEMANAL 40
ENGENHARIA – DT ADM: 18/01/2016

2.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS, do CAGED comprovam a existência


de vínculos do titular com as três unidades acima arroladas8.

A coleta de provas revelou que o titular deteve, no exercício


de 2016, entre dois e três cargos comissionados exercidos cumulativamente,
nos municípios de Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge Teixeira e Jaru.

Oficiada a Prefeitura de Jaru9, esta informou e comprovou que


o servidor fora exonerado em 25/03/2016, por meio do Decreto de Exoneração
n. 114/GP/201610.

Oficiada a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira 11, esta


informou e comprovou que o servidor fora exonerado em 07/06/2017, por meio
do Decreto de Exoneração n. 6781/GP/201612.

Diligenciada13, a Prefeitura de Campo Novo de Rondônia informou


que o servidor prestava apenas 20h semanais de serviços14.

Comparando os dados coletados na RAIS e no SIGAP, verificamos


que os exercícios nos cargos em questão ocorreram nos seguintes meses do
ano de 2016:

MUNICÍPI jan/ fev/ mar/ abr/ mai/ jun/ jul/ ago/ set/ out/ nov/ dez/
O 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
CAMPO
NOVO X X X X X X X X X X X X
JARU X X X X
GOV. J.
TEIXEIRA X X X X X X X X X X X X

A situação não se enquadra em nenhuma das regras permissivas


para acumulação de cargos públicos, previstas no art. 37, XVI, “a” a “c”
da Constituição Federal.

Além disso, a jornada semanal total dos cargos foi de 120h no


período de janeiro a abril (três cargos comissionados) e de 80h entre os

8 ID=530978.
9 Ofício n. Ofício n. 097/2017/SGCE, ID=432196.
10 ID=432196.
11 Ofícios nºs. Ofício n. 091 e 243/2017/SGCE, ID=432196, ID=496437.
12 Documento n. 7841/2017, ID=457817.
13 Ofício n. 117/2017/SGCE, ID=496513.
14 Documento eletrônico n. 2236/2017, ID=408287.
Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

cgi/fds-aop-apurações

Documento de 11 pág(s) assinado eletronicamente por Edson E.S. Sena e/ou outros em 30/04/2018. Pag. 15151
Documento ID=610328
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

meses de maio e dezembro (dois cargos comissionados), gerando sérias


dúvidas se o contratado conseguiria cumprir integralmente as referidas
cargas horárias, ainda mais considerando as distâncias a serem percorridas,
diariamente, por estrada, entre as cidades, conforme se demonstra abaixo:

TRECHO DISTÂNCIA POR ESTRADA


Campo Novo/Jaru ou Jaru/Campo Novo 192 km
Campo Novo/ Governador ou Governador/Campo Novo 219 km
Governador/Jaru ou Jaru/Governador 40 km

De se considerar, ainda, que cargos em comissão são, por


natureza, de regime de dedicação exclusiva, o que torna ainda mais
esdrúxula a situação encontrada.

2.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de cargos comissionados e jornadas
incompatíveis, em municípios distintos. A situação é agravada pela possível
realização de pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação
total dos serviços, que, à priori, implica em pagamento de despesa sem a
devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi descontinuada após a exoneração ocorrida


em dois dos três vínculos, devendo, ainda assim, os gestores responsáveis
procederem à apuração para averiguar a efetiva contraprestação dos serviços
remunerados, nos períodos que antecederam os desligamentos.

3. ILZA GONÇALVES SIQUEIRA DE ARAÚJO (item 4.59 do Relatório


Preliminar)

ILZA GONCALVES SIQUEIRA DE ARAÚJO CPF 325.548.692-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE JARU (FUNDO DE SAÚDE) MATRÍCULA 2490
CARGO AUXILIAR DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
02/09/2004
VÍNCULO 2 GOVERNO DO EX-TERRITÓRIO MATRÍCULA 330491
CARGO AUXILIAR OP. SERVIÇOS DIV. – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 21/12/1981

3.1. Relato:

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Portal de Transparência da


União comprovam a existência de vínculos da titular com as duas unidades
acima arroladas 15.

15 ID=532146.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA


Secretaria Geral de Controle Externo- SGCE

A coleta de provas revelou que a titular detinha, no exercício


de 2016, dois cargos efetivos, com carga total de 80h/semana: um cargo de
auxiliar de enfermagem (40h/semana) mais um cargo de auxiliar operacional
de serviços diversos (40h/semana), totalizando uma jornada de 80h/semanais.

Porém, a hipótese de acumulação de um cargo de profissional de


saúde com outro administrativo não é prevista no art. 37, XVI, “a” a “c”
da Constituição Federal, ainda que com jornadas compatíveis.

Além disso, a jornada semanal total de ambos os cargos é de


80h, gerando sérias dúvidas se a servidora conseguiria cumprir
integralmente ambas as cargas horárias.

Diligenciado o Município de Jaru, este limitou-se a informar


que a servidora encontrava-se ativa no quadro16.

3.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades


materializadas na acumulação de cargos públicos de natureza e jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação integral dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª
Câmara.

4. JOSÉ PASCUAL TERAN TAPIAS (item 4.78 do Relatório


Preliminar)

JOSÉ PASCUAL TERAN TAPIA CPF 076.014.318-86


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE CANDEIAS DO JAMARI MATRÍCULA 5120
CARGO MÉDICO – DT ADM: 01/11/2007 CH/SEMANAL 20
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE PORTO VELHO (FUNDO DE MATRÍCULA 39231
SAÚDE)
CARGO MÉDICO – DT ADM: 25/08/2008 CH/SEMANAL 20
VÍNCULO 3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - MATRÍCULA 300104842
SESAU/RO
CARGO MÉDICO – DT ADM: 13/01/2011 CH/SEMANAL 40

4.1. Relato

Os extratos do SIGAP, da RAIS e do Sistema Governa, bem como


dos Portais de Transparência dos Municípios de Candeias do Jamari e de
Porto Velho, além do Portal de Transparência do Estado de Rondônia
comprovam a existência de vínculos do titular com as três unidades acima
arroladas17.

A coleta de provas revelou que a titular deteve, no exercício


de 2016, três cargos efetivos de médico: 1 (um) no município de Candeias

16 Ofício n. 097/2017/SGCE e resposta, ID=432196.


17 ID=532691.
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do Jamari, 1 (um) no município de Porto Velho e 1 (um) no Estado de


Rondônia, totalizando a jornada semanal de 80h.

Embora se vislumbre a possibilidade do cumprimento das cargas


horárias que totalizam 80h/semana, em regime de plantão18, a acumulação de
3 (três) cargos efetivos desborda das hipóteses de acumulação previstas no
art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição Federal.

A Prefeitura de Candeias não foi oficiada sobre este caso, sem


prejuízos para os achados, haja vista a robustez das provas já produzidas.

Oficiada a SESAU19 esta não trouxe informações adicionais sobre


o caso.

Diligenciada a Prefeitura Municipal de Porto Velho 20, esta


limitou-se informar que o servidor havia tirado recorrentes licenças
médicas21.

4.2. Achados

Comprovada a acumulação ilícita de três cargos efetivos,


contrariando o 37, XVI, “a” a “c” da Constituição Federal

5. MARTA MENDONÇA (item 4.102 do Relatório Preliminar)

MARTA MENDONÇA CPF 772.798.087-00


VÍNCULO 1 PREFEITURA DE GOVERNADOR JORGE MATRÍCULA 1095
TEIXEIRA (FUNDO DE SAÚDE)
CARGO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
26/04/2006
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE JARU (FUNDO DE MATRÍCULA 897
SAÚDE)
CARGO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – DT CH/SEMANAL 40
ADM: 06/04/1999
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE THEOBROMA (FUNDO DE MATRÍCULA 735
SAÚDE)
CARGO AUXILIAR DE ENFERMAGEM – DT ADM: CH/SEMANAL 40
27/03/2003

5.1. Relato

Os extratos da RAIS e do SIGAP comprovam a existência de três


vínculos da titular com as unidades acima arroladas22.

Foi apurado que a servidora recebeu recursos de três fontes


diferentes, sendo duas de profissional de saúde e uma de cargo não técnico
e nem científico (assistente administrativo).

18 Vide, por analogia, o limite de carga horária previsto no item “d” do parecer
Prévio n. 21/2005.
19 Ofício n. 072/2017/SGCE-GP, ID=431616 e Ofício n. 388/2017/SGCE-GP, ID=470525.
20 Ofícios nºs 114, 179 e 240/2017/SGCE – ID=494320.
21 Documento n. 07163/2017, ID´s = 452011, 452012 e 452119.
22 ID=533485.
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Assim, foram oficiados os jurisdicionados desta Corte, com


solicitações de informações à Prefeitura Municipal de Governador Jorge
Teixeira23, à Prefeitura Municipal de Jaru24 e Prefeitura Municipal de
Theobroma25.

Em resposta, a Prefeitura de Governador Jorge Teixeira, em suas


alegações, apresentou cópia do Decreto nº 6.573/GP/2017, de 1º de fevereiro
de 2017, que “dispõe sobre exoneração de servidor de cargo efetivo, e
contém outras providências”, onde foi decretada a exoneração da servidora
Marta Mendonça, formalizada por requerimento e livre vontade26.

Em pesquisa no SIGAP, verificamos que a Prefeitura de


Governador Jorge Teixeira remunerou a servidora com proventos integrais
até janeiro de 2017, sem apresentar pagamentos posteriores a este período.

A Prefeitura de Theobroma, através do Ofício nº


070/GP/PMT/2017, de 23 de fevereiro de 2017, comunicou que o caso da
servidora se enquadra como “3. Irregularidade NÃO procede, pois, o servidor
não se encontra nessa situação” no Anexo II - Planilha de Apuração e,
ainda, que “servidora com carga horária, presença e folha de ponto em dia”.
Enviou, também, os seguintes documentos da servidora Marta Mendonça: i)
cópia do Termo de Posse ao Quadro Permanente de Pessoal Civil do Município
de Theobroma, no cargo de Auxiliar de Enfermagem; ii) cópia do Decreto de
Lotação da servidora; e iii) cópias das 3 (três) últimas folhas de ponto
da servidora, onde se observa o cumprimento da jornada em regime de
plantão27.

A Prefeitura de Jaru, em resposta, através do Oficio nº


173/SEGAP/2017 de 23/02/2017, informa no Anexo II, que a servidora em
questão incorreu na tipificação indicada no item "1", a qual seja: “a
irregularidade procede e foram adotadas medidas para regularizar a
situação”, informa ainda no campo de destinado a observações adicionais
que a servidora em questão encontra-se ativa no quadro de pessoal da PMJAR,
no FMS28.

Ora, as provas coletadas indicam que a servidora recebeu, no


ano de 2016, as remunerações dos três cargos mantidos com três municípios
diferentes, em hipótese de acumulação não prevista pela Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal, entre as hipóteses


permissivas para acumulação de cargos públicos descritas no art. 37, XVI,
“a” a “c”, limita a 2 (dois) o número de cargos, sendo que, automaticamente,
a acumulação de 3 (três) cargos não encontra respaldo nas referidas
hipóteses.

Ainda que assim não o fosse, a servidora ocupou três cargos


inacumuláveis entre si (um cargo administrativo + dois cargos de
profissional de saúde), conforme art. 37, XVI, “a” a “c” da Constituição
Federal.

23 Ofício 091/2017/SGCE, ID=496437.


24 Ofício 097/2017/SGCE, ID=432196
25 Ofício 093/2017/SGCE, ID=432184.
26 Documento eletrônico n. 7841/2017, ID=457817.
27 Documentos ID=432204.
28Documentos ID=432196.
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Além disso, há que se considerar a impossibilidade do


cumprimento integral da jornada de 120 horas semanais, o que é um sério
indicativo de possível percepção integral de remunerações, sem a
contraprestação integral dos serviços contratados.

Tal situação persistiu até dezembro/2016.

5.2. Achados

Comprovadas robustas evidências de irregularidades,


materializadas na acumulação de 3 (três) cargos públicos com jornadas
incompatíveis, agravadas pela possível realização de pagamentos integrais
de remunerações sem a contraprestação total dos serviços, que, à priori,
implica em pagamento de despesa sem a devida liquidação.

Destarte, os achados configuram descumprimento aos ditames


previstos no art. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c”, da Constituição Federal
c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as letras “a” e “b”
do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo Acórdão nº 165/2010
– Pleno) c/c o item VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão nº 246/2015 – 2ª Câmara.

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OFÍCIO N. 0143/2018-SGCE

Porto Velho, 03 de maio de 2018

A Sua Excelência o Senhor


ELIANAI MARTINS
Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Urupá
URUPÁ- RO

Assunto: Processo Eletrônico n. 0325/2017. Auditoria Operacional


na Área de Pessoal. Evidências de práticas de acumulação
ilícita de cargos por servidores municipais. Medidas a
serem adotadas.

Senhor Presidente,

1. Levamos ao conhecimento de Vossa Excelência que o


Tribunal de Contas do Estado de Rondônia está realizando auditoria
operacional em conjunto com o Tribunal de Contas da União1, na área
de pessoal, que tramita nos autos do processo eletrônico n.
0325/2017/TCE-RO.

2. A Auditoria mencionada ora se encontra em fase de


instrução complementar que visa a apurar indícios de possíveis
práticas de irregularidades relativas a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas remuneradas, com percepção de
remunerações sem integral contraprestação de serviços pelos
seguintes servidores:

NOME DO SERVIDOR CPF


1. Valteone Pereira Maulaz 300.623.572-04

3. Os fatos apurados, até o momento, encontram-se


transcritos nos Relatos anexos ao presente Ofício, caso a caso2,
cabendo a essa Unidade Jurisdicionada, por ordem do Conselheiro
Relator JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO e com base na
jurisprudência já adotada no processo n. 4032/2012/TCE-RO, e, mais
especificamente, nas Decisões Monocráticas nºs DM-GCPCN-TC 00200/16
e DM-GCPCN-TC 00309/16, proferidas naqueles autos3, adotar as

1 Mediante adesão ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Contas da União –
TCU, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – ATRICON e Instituto Rui Barbosa
– IRB.
2 Documentos disponíveis para consulta e download no seguinte endereço:
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf;
3 Idem.

Av. Presidente Dutra, nº 4229, Bairro Olaria, Porto Velho - Rondônia CEP: 76801-327
Fone: (0xx69) 3211-9100 sgce@tce.ro.gov.br / www.tce.ro.gov.br

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seguintes medidas, relacionadas exclusivamente aos vínculos


trabalhistas que são de sua alçada:

3.1. Entrar em contato com os aludidos servidores com o


objetivo de perquirir as suas atuais situações, com
o escopo de saber se continuam acumulando cargos,
e, caso afirmativas as respostas, que comprovem a
compatibilidade dos horários;

3.2. Aferir a compatibilidade dos horários baseando-se


nos seguintes critérios mínimos:

a) pela indicação dos regimes de trabalho envolvidos


(plantão ou comum);

b) pela aferição da compatibilidade de horários nos


dois cargos, com vista ao cumprimento efetivo das
contrapartidas;

c) pela aferição das distâncias entre os locais de


trabalho;

d) levando em consideração o período de descanso4


do servidor;

e) de ficar claro que o desempenho de um cargo não


pode prejudicar o do outro, restando o interesse
público resguardado, mormente no que diz respeito à
boa prestação do serviço público e, por outro lado,
se tenha precatado, também, a observância da saúde
física e mental do servidor.
3.3. Caso, após apuração realizada no âmbito dessa
Unidade Gestora, não fique comprovada a
compatibilidade de horários exigida na forma
constitucional, deverá ser oportunizado aos
servidores que escolham um dos cargos, comprovando
a exoneração do cargo não eleito;

3.4. Caso subsistam as situações de cumulações


irregulares constatadas – sem a devida comprovação
da compatibilidade de horários – em decorrência de
eventuais recalcitrâncias dos servidores, mesmo
após cientificados da necessidade de comprovar a
compatibilidade de horários, caberá à Unidade
Gestora instaurar procedimento administrativo
disciplinar para apurar eventuais responsabilidades

4 Estudo realizado recentemente pela “Fundação Nacional do Sono” recomenda um descanso de 07 a


08 horas por dia para um adulto, entre 26 a 64 anos, ter uma vida saudável (notícia veiculada
no site eletrônico da revista Veja em 16 de fevereiro de 2015).

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dos servidores, bem como informar as situações a


este Tribunal para que apure possíveis
responsabilizações dos servidores, o que pode
redundar em eventuais aplicações de multas
previstas no art. 55, da LC n° 154/96.

4. Isso posto, concede-se o prazo de 30 (trinta) dias


para que essa Unidade Jurisdicionada comprove a esta Corte que
adotou as medidas determinadas nos itens 3.1 a 3.4 do presente
Ofício.
5. Por fim, cientifico Vossa Excelência, por dever de
ofício, que a obstrução ao livre exercício das fiscalizações, bem
como a sonegação de processo, documento ou informação poderá
ensejar a aplicação de multa, nos termos do art. 55, IV, V e VI da
Lei Complementar n. 154/1996 c/c art. 103, incisos IV, V e VI do
Regimento Interno, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

6. Ao tempo em que colocamos à disposição dessa Unidade


equipe de Auditoria responsável pelos trabalhos em questão, para
dirimir eventuais dúvidas, por meio do do telefone (69) 3229-4286,
agradecemos pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

(assinado eletronicamente)
EDSON ESPIRITO SANTO SENA
Secretário-Executivo de Controle Externo
Matrícula 231

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ANEXO 1 : RELATOS DOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES APURADOS NO


PROCESSO N. 0325/2017/TCE-RO

Observação importante: todos os documentos citados nos Relatos podem


ser visualizados ou baixados, mediante consulta ao Sistema de Processo
Eletrônico - PCE desta Corte de Contas, no endereço
https://pce.tce.ro.gov.br/tramita/pages/main.jsf

1. VALTEONE PEREIRA MAULAZ (item 4.127 do Relatório Preliminar)

VALTEONE PEREIRA MAULAZ CPF 300.623.572-04


VÍNCULO 1 CÂMARA DE VEREADORES DO MUNICÍPIO MATRÍCULA 1104
DE URUPÁ
CARGO VEREADOR – DT ADM: 31/01/2016 CH/SEMANAL 32
VÍNCULO 2 PREFEITURA DE MIRANTE DA SERRA MATRÍCULA 2250
(FUNDO DE SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 05/05/2016 CH/SEMANAL 30
VÍNCULO 3 PREFEITURA DE URUPÁ (FUNDO DE MATRÍCULA 6149
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 06/02/2007 CH/SEMANAL 40
VÍNCULO 4 PREFEITURA DE ARIQUEMES (FUNDO DE MATRÍCULA N/L
SAÚDE)
CARGO ENFERMEIRO – DT ADM: 26/06/2016 CH/SEMANAL 40

1.1. Relato

Os extratos do SIGAP e da RAIS comprovam a existência de vínculos


do titular, no exercício de 2016, com as três unidades acima arroladas5, nos
seguintes períodos (preenchimento em amarelo significa recebimento de
remuneração):

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16

CAMURU X X X X X X X X X X X X

PMSARI X X X X X X

PMMSE X X X X X X

PMURU X X X X X X X X X X X X

Como se percebe, no período de janeiro a junho/2016, o servidor


ocupou três cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante
da Serra (enfermeiro) e Prefeitura de Urupá (enfermeiro).

Já no período de julho a dezembro/2016, o servidor ocupou três


cargos com a Câmara de Urupá (vereador), Prefeitura de Mirante da Serra
(enfermeiro) e Prefeitura de Ariquemes (enfermeiro).

Ainda que a Constituição Federal preveja a possibilidade de


ocupação cumulativa do cargo eletivo de vereador com o cargo efetivo, desde
que comprovada a compatibilidade de horários (art. 38, III) tal possibilidade
limita-se a acumulação do cargo eletivo com um único cargo efetivo, regra,
aliás, já prevista no art. 37, XVI, “a” a “c” do mesmo dispositivo.

5 ID=534193.
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Além do mais, a jornada semanal dos três cargos soma 102h,


tratando-se, portanto, de carga horária excessiva, que alberga hipótese de
não cumprimento integral das cargas horárias de cada um deles.

Em resposta ao Oficio 044/2017-SGCE, a Câmara de Vereadores do


Município de Urupá informou, através do Ofício nº 027/GP de 10 de fevereiro
de 2017, que o servidor realmente acumulou ilicitamente, no período de 2013
a 2016, o cargo eletivo de Vereador do Município de Urupá, conjuntamente com
dois Cargos de Enfermeiro (Profissionais de Saúde) nos Municípios de Urupá e
de Mirante da Serra. Informa, ainda, que esse fato não mais persista em
virtude do término do mandato eletivo em 31/12/2016, sendo que não fora
constatada nenhuma devolução de valores à Câmara Municipal6.

Em resposta ao Ofício 108/2017/SGCE7, a Prefeitura Municipal de


Mirante da Serra, através do Ofício nº 265/GPMMS/2017 de 17/03/2017, no Anexo
II, a respeito do servidor em questão assim se posiciona “item 0 - A
Irregularidade procede mas a situação foi regularizada”, e acrescentou que o
servidor foi exonerado a pedido em 14 de junho de 2016, conforme Portaria nº
3494/20198.

Em resposta ao Ofício n. 088/2017-SGCE, a Prefeitura Municipal


de Urupá, através do Ofício nº 010/2017, de 16 de fevereiro de 2017, respondeu
que o servidor exerce suas funções regularmente no Município de Urupá, que
existe a efetiva contraprestação de seus serviços, com o cumprimento integral
de sua carga horária de 40h como enfermeiro e exerceu ainda o cargo eletivo
de Vereador entre os anos de 2012 e 2016, recebendo regularmente seus
vencimentos, conforme se verifica na sua ficha financeira de 2016 e folha de
ponto de todo o ano de 2016, anexo ao oficio supra9.

1.2. Achados

Comprovada a prática de irregularidades tendo em vista a


acumulação ilícita de dois cargos efetivos mais um cargo eletivo, em
desconformidade com o que estabelecem os arts. 37, XVI, “a” a “c” e 38, III,
da Constituição Federal. A situação é agravada pela possível realização de
pagamentos integrais de remunerações sem a contraprestação integral dos
serviços, que implica em realização de despesa não liquidada.

Destarte, os achados configuram descumprimentos aos ditames


previstos nos arts. 37, caput e inciso XVI, “a” a “c” e 38, III, da
Constituição Federal c/c os arts. 62 e 63 da Lei Federal n. 4320/1964 c/c as
letras “a” e “b” do Parecer Prévio nº 21/2005 – Pleno (redação dada pelo
Acórdão nº 165/2010 – Pleno) c/c os subitens VI.a.ii e VI.a.iii do Acórdão
nº 246/2015 – 2ª Câmara.

A irregularidade foi estancada a partir de janeiro/2017, quando


se encerrou o mandato eletivo, persistindo a necessidade de apuração da
efetiva contraprestação integral dos serviços, no período anterior ao da
exoneração.

6 Documentos ID=432184.
7 Documentos ID=432199.
8 Documentos ID=417433.
9 Documentos ID=417433
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