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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

DE JANEIRO

PROCESSOS INDUSTRIAIS INORGÂNICOS

DIEGO RAMALHO

EDIVANE CARDOSO

GABRIELA ARAUJO DE SOUZA

KARINE BELO

MAÍRA HADDAD

RAÍSSA FIGUEIREDO MARIANO

Nilópolis

2018
1. INTRODUÇÃO

Descoberto no século IX pelo alquimista islâmico Jabir Ibn Hayyan, considerado o


pai da alquímica árabe, o ácido clorídrico é um composto inorgânico que foi obtido ao
misturar o sal de cozinha (cloreto de sódio) com vitríolo (ácido sulfúrico) (Equação 1):

2 NaCl(aq) + H2SO4(aq) ↔ Na2SO4(aq) + 2 HCl(g) (Equação 1):

Já no século XVII, Johann Rudolf Glauber utilizou estes mesmos reagentes para
obter sulfato de sódio, Na2SO4, e como subproduto gerou cloreto de hidrogênio.
Somente no século XV que começou a sua fabricação em larga escala por Basilius
Valentinius, atingindo seu auge na Revolução Industrial na Inglaterra, logo foi
promulgado novas leis que determinavam a proibição da descarga de cloreto de
hidrogênio de forma indiscriminada na atmosfera. Dessa forma, os fabricantes
começaram a diluir o cloreto de hidrogênio em água criando assim um novo produto,
assim foi criada fábricas visando somente a sua produção em solução.

O cloreto de hidrogênio (HCl) trata-se de um gás em temperatura igual a 25°C e


pressão a 1 atm, em soluções aquosas é conhecido como ácido clorídrico, já em
soluções de grau industrial denomina-se ácido muriático. É um ácido inorgânico forte e
sua ionização ocorre em grande extensão o que pode ser evidenciado pelo pKa de -6,3.
Isso significa que, em solução aquosa, o H+ presente em sua molécula é facilmente
ionizável ficando livre na solução, fazendo com que o pH destas soluções seja muito
baixo

É vendido em concentrações de no mínimo 33% e sua aparência é de um líquido


incolor ou levemente amarelado e altamente higroscópico. Absorve facilmente água da
atmosfera e por isso deve ser acondicionado em frasco bem vedado evitando-se variar
a sua concentração. Outro motivo de cuidados com seu acondicionamento é que, em
altas concentrações, o ácido clorídrico é volátil e exala vapores altamente irritantes para
as mucosas, olhos e trato respiratório. Apesar de não ser fabricado em larga escala,
como ácido sulfúrico por exemplo, possui uma grande importância como produto
química na indústria. Nos últimos anos, as técnicas de fabricação deste produto foram
modificadas e aperfeiçoadas.
2. PROCESSO DE PRODUÇÃO
2.1. Métodos de obtenção do ácido clorídrico
2.1.1. A partir da reação do cloreto de sódio com ácido sulfúrico –
Processo Mannheim
O processo Mannheim (Figura 1) é normalmente integrado a processos que
consomem HCl. O ácido e o cloreto de sódio são aquecidos em um forno, levando com
formação de cloreto de hidrogênio e o sulfato de sódio. O gás produzido passa por
resfriado subindo por uma torre de coque para eliminação das partículas em suspensão
e, então, é absorvido em água num absorvedor de tântalo ou de Karbate. Traços de gás
que saiam pelo topo do absorvedor são lavados com água em uma torre de absorção
recheada. O forno Mannheim opera a 538°C. A reação entre o sal comum e o ácido
sulfúrico é um processo muito endotérmico. Os equilíbrios deslocam-se no sentido da
formação dos produtos com a retirada de ácido clorídrico do meio, segundo o princípio
de Le Châtellier.

Figura 1: Processo Mannheim

Fonte: elaboração própria

As equações envolvidas neste processo são (Equações 2, 3, 4 e 5):

NaCl(aq) + H2SO4(aq) → HCl(aq) + NaHSO4(aq) (Equação 2):

NaCl(aq) + NaHSO4(aq) → HCl(aq) + Na2SO4(aq) (Equação 3):

2 NaCl(s) + H2SO4(l) → 2 HCl(g) + Na2SO4(s) ΔH25°C = +15,7 kcal (Equação 4):

4 NaCl(aq) + 2SO2(g) + O2(g) + 2H2O(l) → 2Na2SO4(aq) + 4HCl(g) (Equação 5):

2.1.2. Subproduto da cloração de hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos

Neste método, o ácido clorídrico é um subproduto que ocorre após a remoção


do hidrocarboneto não clorado, o cloreto de hidrogênio é absorvido pela água. A etapas
básicas desse método incluem remoção dos reagentes não clorados, seguida pela
absorção do HCl pela água. Como a cloração de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticas
é altamente exotérmica é necessário um controle rigoroso da temperatura. Nesse caso,
a reação é feita em presença de um ácido de Lewis como catalisador. Sob a ótica da
teoria do estado de transição, o catalisador reduz a barreira de energia potencial
necessária à formação de produtos. Exemplo (Figura 1):

Figura 1: Cloração do tolueno.

Fonte: elaboração própria.

2.1.3. Combustão do hidrogênio no cloro – síntese direta

Nesse processo industrial, também conhecido como síntese direta, o ácido


clorídrico é obtido pela combustão do hidrogênio na presença de cloro (Equação 6).

 n H2O
H2 + Cl2 2 HCl (100 % gás) 2 HCl (33% líquido) (Equação 6)

A pureza do ácido irá depender da pureza do hidrogênio e do cloro utilizados no


processo. Uma solução de sal do tipo cloreto de metal alcalino ou um cloreto fundido
sofrem eletrólise produzindo gás cloro, gás hidrogênio e hidróxido. Para a produção de
ácido clorídrico por eletrólise de salmouras é necessária sua purificação prévia. São
eliminados da solução diversos íons, como os de cálcio, ferro e magnésio, mediante
adição de carbonato de sódio e hidróxido de sódio, formando-se os carbonatos e
hidróxidos sólidos destes metais indesejados.

As reações de precipitação estão expressas a seguir (Equações 7, 8, 9, 10 e 11).

Ca²+ + CO3²+ → CaCO3 (s) (Equação 7)

Mg²+ + CO3²+ → MgCO3 (s) (Equação 8)

Fe3³+ + CO3²+ → Fe2(CO3)2 (s) (Equação 9)

Fe³+ + OH- → Fe(OH)3 (s) (Equação 10)

Mg²+ + OH- → Mg(OH)2 (s) (Equação 11)

Os sulfatos podem ser removidos por tratamento com BaCl2 ou base sob
aquecimento. A salmoura límpida é neutralizada com ácido clorídrico e depois estocada.
A solução de salmoura devidamente purificada é transportada por bombeamento
para células eletrolíticas que recebem energia elétrica de baixa voltagem e alta
amperagem, produzindo o amalgama de sódio e o gás cloro. O amálgama de sódio
segue para compartimento onde, após reação com a água, são produzidos a soda
cáustica líquida e o hidrogênio. O cloro e o hidrogênio seguem para um forno onde à
queima controlada, sendo posteriormente resfriado e absorvido em água purificada
(Figura 3). O produto pronto é armazenado em tanques cilíndricos verticais para
posterior expedição.

Figura 3: Célula de diafragma.

Fonte: www.deboni.he.com.br

2.1.4. Reação tipo Hargreaves

Essa reação foi usada de forma ampla na Europa a partir de 1870 para produzir o
sal de Glauber ou sulfato e sódio. Porém, ela tem algumas implicações ambientais. São
produzidos 60 mil toneladas anuais de ácido clorídrico por esse processo. Nesse
processo é preciso remover gases com SO2 e NO2, um perigo para o ambiente quando
não há acompanhamento adequado. O dióxido de enxofre em contato com o oxigênio
transforma-se em óxido sulfúrico que por sua vez reage com a água formando ácido
sulfúrico. Nesse ponto, a reação é semelhante ao processo de Mannheim, com a reação
do ácido sulfúrico formado in situ com o cloreto de sódio (Equação 12).

4 NaCl(aq) + 2 SO2(g) + O2(g) + 2 H2O(l) →2 Na2SO4(aq) + 4 HCl(g) (Equação 12)

 Características dos produtos obtidos

Obtêm-se dois principais produtos, que são o cloreto de hidrogênio e o ácido


clorídrico.

O cloreto de hidrogênio possui as seguintes propriedades físico-químicas:


Propriedades físico-químicas

Ponto de ebulição 187,9 K (-85.1°C)


Ponto de fusão 158,8 K (-114.2°C)
Massa Molar 36,47 g/mol (HCl)
Solubilidade 72 g/100 ml (20°C em água)
Densidade 1,477 g/L (25°C)
pKa (constante de acidez) -7
Tabela 1: Propriedades físico-químicas do cloreto de hidrogênio.

Já o ácido clorídrico possui as seguintes propriedades:

Propriedades físico-químicas

Ponto de ebulição 48 °C (321 K), da solução a 38% em água

Ponto de fusão −27,32 °C (247 K) da solução a 38% em


água
Solubilidade em água 72 g/100 ml a 20°C
Solubilidade em outros solúvel em éter, álcool, acetona, benzeno,
solventes ácido acético, etc
Viscosidade 1.9 mPa.s a 25°C, da solução a 31% em
água
Densidade varia de 1,01 até 1,21, dependendo da
concentração em HCl
pKa (constante de acidez) -8
Tabela 2: Propriedades físico-químicas do ácido clorídrico.

O ácido clorídrico é formado pelo gás cloreto de hidrogênio dissolvido em água,


numa proporção de cerca de 37% do gás. É um ácido inorgânico forte, líquido levemente
amarelado, em que seus cátions H+ são facilmente ionizáveis na solução. A 18ºC o grau
de ionização do ácido clorídrico, isto é, a porcentagem de hidrogênios que efetivamente
sofrem ionização é de 92,5%. As suas propriedades variam de acordo com a sua
concentração na solução ácida.
O cloreto de hidrogênio é um ácido monoprótico com um constante de acidez
alta, ou seja, se dissocia com muita facilidade em água (Equação 13).

HCl (l) + H2O (l) ⇌ H3O+ (aq) + Cl− (aq) (Equação 13)
Por se dissociar facilmente, o ácido clorídrico gera um ácido fraco (H3O+) e uma
base fraca (Cl−), na teoria de Brönsted – Lowry, fazendo com que o ácido clorídrico seja
usado para a formação de cloretos.
3. RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO

Um processo que vem sendo muito empregado nas indústrias é a recuperação


do ácido clorídrico residual (Figura 4).

Figura 4: Esquema ilustrativo do processo de recuperação do ácido clorídrico.

Fonte: www.rvq.sbq.org.br

Uma bomba conduz o ácido residual para um pré-filtro. Em seguida, o ácido


passa por um sistema de evaporação, constituído por um evaporador e um separador.
No primeiro, o ácido usado começa a evaporar a aproximadamente 102°C. Com o
aumento da concentração da solução, a temperatura aumenta.

Quando a razão entre a temperatura e a concentração ideal é alcançada, o


cloreto de ferro concentrado é drenado lentamente e transferido para um tanque de
armazenamento para venda sob a forma de solução ou para conversão em cristais.
Forçados pela expansão, os vapores de ácido clorídrico e água são movidos do
separador para o retificador. O vapor de água restante é removido do ácido e dirigido
para o condensador onde é resfriado e condensado com produção de água purificada.
Essa água é reutilizada como água de enxágue no processo de decapagem ou retorna
à linha de ácido concentrado. Assim, tem-se a recuperação do HCl e da água para
reuso, a reciclagem do licor de decapagem gasto, a estabilização e redução dos tempos
de decapagem e a concentração do coproduto (cloreto de ferro (III)) para potencial
comercialização, em um processo contínuo.

4. PANORAMA DE MERCADO

O ácido clorídrico é um produto químico industrial que possui importância


equivalente, quando comparado ao ácido sulfúrico, mesmo não sendo fabricado nas
mesmas quantidades. Possui uma maior demanda em setores nos quais já é consumido
em pequenos volumes, porém com maior potencial de expansão. “É possível imaginar
algum crescimento no segmento de coagulantes utilizados no tratamento de água, por
conta de investimentos que deverão ser realizados nessa área para a Copa do Mundo
e a Olimpíada”, projeta Aníbal do Vale, presidente da Abiclor. Dentre os maiores
usuários de ácido clorídrico no mundo, estão as industriais metalúrgicas (47%), a
indústria química e farmacêutica (33%), a indústria alimentícia (7%), a indústria de
petróleo (6%) e outros afins (7%).

Estima-se que a produção nacional de ácido clorídrico é de 243,2 mil toneladas


e a importação é de 762 toneladas. Nos Estados Unidos, a produção de ácido clorídrico
é de 3,30 milhões de toneladas - dados de 1995 - sendo 0,4 milhões (12,3% da
produção) e 2,9 milhões respectivamente do cloro e hidrogênio e como subproduto.
Quanto aos principais produtores mundiais tem-se a Dow Chemical Company
e Formosa Plastics (FMC), Georgia Gulf Corporation, Tosoh Corporation, Akzo Nobel,
e Tessenderlo.

O mercado de ácido clorídrico (Gráfico 1), mesmo sendo analisado em prazos


maiores, apresenta grandes perspectivas de expansão e esse crescimento estará
associado ao crescimento da indústria de alimentos, química e petroquímica, e
siderurgia e metalúrgia, que juntas apresentam cerca de 76% da demanda brasileira por
esse produto.

Principais consumidores do ácido clorídrico

Gráfico 1: Relação do mercado de ácido clorídrico.


5. APLICAÇÕES DO ÁCIDO CLORÍDRICO

O ácido clorídrico ganhou grande importância ao longo dos anos em diversas


aplicações que vão desde domésticas a industriais. As principais indústrias que mais
utilizam o ácido clorídrico são metalúrgicas, petroleiras, químicas e alimentícios sendo
os maiores produtores a Dow Chemical Company com produção de duas toneladas/ano,
Formosa Plastics (FMC), Georgia Gulf Corporation, Tosoh Corporation, Akzo Nobel, e
Tessenderlo com produção de 0,5 a 1,5 toneladas/ano cada uma. A produção mundial
é estimada em 20 milhões de toneladas/ano.

As estimativas do consumo de HCl apontam que 47% do ácido vendido são


consumidos pela indústria metalúrgica; 33% para a indústria química e farmacêutica e
de processamentos; 7% para indústria de alimentos; 6% para indústria de petróleo cru
e os 7% restantes para outros fins. Atualmente o ácido clorídrico é mais utilizado na
decapagem do aço. Este ácido possui outras aplicações tais como: acidificante e
ativador de poços petrolíferos; na desmineralização da água; na produção do metal
magnésio. Também é utilizado na fabricação de vários produtos de limpeza, na indústria
farmacêutica; no processo de obtenção de cervejas, na refinação de óleos e na
potabilização de água (Usiquimica, 2014).

4.1 Uso do ácido clorídrico na decapagem

A decapagem trata-se de um processo no qual removem-se óxidos da superfície


dos metais através da utilização de uma solução ácida diluída. É um tratamento muito
comum para a remoção da carepa (mistura de óxidos de ferro II, wustita – FeO, e ferro
III, magnetita – Fe3O4; hematita – Fe2O3) da superfície do aço após a laminação.
Antigamente, até a década de 1960, utilizava-se uma solução de ácido sulfúrico.
Contudo, com o passar do tempo, as indústrias passaram a utilizar o ácido clorídrico.
Uma vez que esse remove mais rapidamente a carepa, provoca menor agressão ao aço
e consequentemente, deixa a superfície do mesmo em melhores condições para as
próximas etapas no processo de fabricação.

A reação de decapagem é composta de vários níveis dependendo do tipo de


óxido envolvido e da concentração do banho na região da peça em tratamento e do
cloreto, as principais reações no processo são (Equação 14, 15,16 e 17):

Fe3O4 (s) + 8 HCl (aq) → 2 FeCl3 (aq) + FeCl2 (aq) + 4 H2O (l) (Equação 14)
Fe2O3 (s) + 6 HCl (aq) → 2 FeCl3 (aq) + 4 H2O (l) (Equação 15)
FeO (s) + 2 HCl (aq) → FeCl2 (aq) + H2O (l) (Equação 16)
Fe (s) + 2 HCl (aq) → FeCl2 (aq) + H2 (g) (Equação 17)
A concentração do ácido clorídrico utilizado é um dos principais fatores que
influenciam nesse processo. A medida que se aumenta a concentração, aumenta-se a
velocidade e por conseguinte o tempo de banho. Entretanto, não é recomendável o
aumento excessivo da concentração dessa solução ácida. Comumente, se utiliza uma
solução em torno de 8% de HCl.

Um fato interessante é que esse ácido utilizado pode ser recuperado ao final da
decapagem. As indústrias de aço geralmente utilizam a pirohidrolise. Mas também é
muito comum o uso da técnica de spray roaster (pulverizador giratório) (Figura 5) e a
do leito fluidizado, o qual permite a recuperação de HCl do liquor exaurido da
decapagem. O processo de regeneração mais comum é o processo de pirohidrólise,
aplicando a seguinte equação química (Equação 18):

4 FeCl2 + 4 H2O + O2 → 8 HCl + 2 Fe2O3 (Equação 18)

Figura 5: Esquema do processo "Spray Roaster".

Fonte: www.en.wikipedia.org

4.2 Uso do ácido clorídrico na indústria alimentícia


Nesse tipo de indústria, o HCl participa de inúmeras reações, tais quais a
hidrólise ácida de amido e proteínas. Contudo, sua principal utilização está relacionada
com a produção do xarope de milho de alta concentração de frutose, que é muito
utilizado na composição de refrigerantes. O ácido clorídrico também participa de
reações que produzem aspartame, lisina e proteína vegetal hidrolisada.

4.3 Uso do ácido clorídrico nas resinas trocadoras


O HCl é usado na limpeza de algumas resinas de trocadores iônicos, regenerando-
as, através da retirada de cátions dessas resinas ao serem lavadas com uma solução
contendo o ácido. Geralmente são retirados os íons de cálcio, magnésio e sódio. Esse
processo acontece através da reação desses íons com o o ácido clorídrico liberando
íons H+.
4.4 Uso do ácido clorídrico com ação antimicrobiana
Em relação à limpeza de superfícies, o ácido clorídrico apresenta ação contra
microrganismos, quando se trata de limpeza de ambientes ou de equipamentos, assim
como na etapa de cloração no tratamento da água.

4.5 Uso do ácido clorídrico na indústria de petróleo


Na indústria petrolífera, o ácido clorídrico é utilizado na acidificação e na ativação
dos poços de petróleo. Processo este também conhecido como Processo Dowell. A
acidificação ocorre através da adição do HCl juntamente com outros ácidos orgânicos
ou com o bifluoreto de amônio, NH4HF.HF, nos poços petrolíferos. Assim, ocorre a
dissolução de minerais, de resíduos de perfuração e de outros materiais. Isto é feito com
o objetivo de melhorar a produtividade. Também costuma-se utilizar substâncias
inibidoras de corrosão juntamente com a solução ácida usada, para evitar a corrosão da
superfície dos tubos pelas substâncias ácidas.

As indústrias metalúrgicas, de alimentos e de petróleo são responsáveis por utilizar


47% de todo ácido clorídrico fabricado, 33% é utilizado por indústrias farmacêuticas e
de processamento. Sua maior utilização é o tratamento de superfície do aço para
remover a crosta de laminação, conhecido como decapagem, esse uso só se tornou
comum após o ano de 1963, percebeu-se que o ácido clorídrico reage mais rapidamente
com a crosta do que seu o outro ácido usado anteriormente, o ácido sulfúrico, e
consequentemente produzindo menos quantidade de solução de decapagem. Além
desse fator, descobriu-se também que o ácido clorídrico atava menos o metal de base,
o aço, resultando numa superfície melhor para as futuras operações de revestimento ou
de deposição.

4.6 Uso de ácido clorídrico na produção de Magnésio

Através da eletrólise do cloreto de magnésio pode-se obter o metal magnésio,


porém alguns minérios tem o sal de magnésio na forma de carbonatos e silicatos e
assim nesses casos primeiramente é necessário transformar esses compostos em
cloreto antes a eletrólise. Para isso é preciso reagir o minério com o ácido clorídrico,
representado na reação abaixo (Equação 19).

MgCO3 (s) + 2HCl (aq) ⇌ MgCl2 (aq) + CO2 (g) + H2O (l) (Equação 19)
6. IMPACTO AMBIENTAL

O descarte inadequado de ácido clorídrico pode afetar rios e cursos da água,


alterando o pH, podendo causar perigo prolongado a vida aquática. Pode contaminar o
solo: os vapores podem afetar temporariamente a qualidade do ar. Além disso, reage
com metais como; ferro, alumínio, zinco, magnésio, entre outros, formando hidrogênio,
que misturado com o ar, poderá causar explosão e deslocamento do ar em caso de
ignição em condições específicas (Quimicolor, 2011).

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Quimiclor Comercial Ltda. Ficha de Informação de Segurança de Produto


Químico – FISPQ ÁCIDO CLORÍDRICO. 2011

SHREVE, R. N,; BRINK JR.,J. A. Indústrias de Processos Químicos. 4ª Ed. Rio


de Janeiro: Editora Guanabara, 1977.

TOLENTINO, N. M. C.; FOREZI, L. S. M. Métodos de preparação Industrial de


solventes e reagentes químicos. Revista Virtual de Química. v. 6 n.4, p. 1130-
1138, 2014.

Usiquimica do Brasil Ltda. Ficha de Informação de Segurança de Produto


Químico – FISPQ ÁCIDO CLORÍDRICO 33%. 2014

QUÍMICA.COM.BR. Ácidos - demanda cresce e incentiva produção local a


investir. Disponível em: <http://www.quimica.com.br/acidos-demanda-cresce-e-
incentiva-producao-local-a-investir/2/>. Acesso em: 31/03/2018

QVF. Hydrochloric Acid Treatment. Disponível em:


<https://www.dedietrich.com/en/solutions-and-products/mineral-acid-
treatment/hydrochloric-acid-treatment>, acesso em 26/03/2018.

Scientia. Ácido clorídrico - aplicações. Disponível


em:<https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/acido-cloridrico/acido-
cloridrico---aplicacoes>. Acesso em:29/03/2018.

TOLENTINO, Natália M. C.; FOREZI, Luana S. M.. Métodos de preparação


industrial de solventes e reagentes químicos. Revista virtual de
química, [S.L.], v. 6, n. 4, p. 1130-1138, mai. 2014.

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