1. OBJETIVO
O objetivo desta aula é estudar o comportamento de circuitos RLC em presença de uma fonte
de alimentação de corrente alternada em relação ao ângulo de fase entre voltagem e corrente no
circuito.
2. MATERIAL UTILIZADO
osciloscópio;
multímetro;
gerador de sinais;
resistor: R= 1k ;
capacitor: C=10nF;
indutor: 5mH< L< 50mH.
3. INTRODUÇÃO
Vimos que em circuitos puramente resistivos a voltagem e a corrente estão em fase, em circuitos RC
a corrente está adiantada em relação à voltagem, e em circuitos RL a corrente está atrasada em
relação à voltagem. O que vamos fazer agora é combinar resistores, capacitores e indutores num
mesmo circuito e estudar o comportamento da fase entre as voltagens e correntes quando o mesmo é
alimentado com um gerador de corrente alternada.
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Figura 1: Circuito RLC em série.
para o resistor Z˜ R R,
~ 1 j
2
para o capacitor Z C j XC j ( C) e
C
e
~ j
2
para o indutor Z L jX L j L Le ,
resulta ~ ~ ~ ~
Z ZR ZC ZL
R jX R j X L X C .
~ ~
onde R Re{Z } é a parte real da impedância complexa e X Im{Z } é a parte imaginária
de Z˜ .
~ 2
Z Z R2 XL XC
(2)
A diferença de fase entre a corrente e voltagem atraves do gerador é dada pela equação
1 XL XC (3)
tan .
R
A Equação 4 nos dá a diferença de fase entre a voltagem e a corrente no circuito. Assim XL (parte
imaginária da impedância devido a corrente total) causa um retardo na voltagem, enquanto XC tem
efeito contrário. Então XL e XC tendem a se compensarem. Em um circuito RLC as tensões na
capacitor e no indutor sempre estão defasadas de 180°. Por esta razão VC e VL subtraem um do
outro, então a tensão através de L e C combinadas é sempre menor que a maior tensão através dos
componentes separadamente.
1 L
XL XC XC XL C
tan . (4)
R R R
139
O termo X L X C é o módul o da diferença das duas reatâncias, que definimos como a reatância
total do circuito. Se XC > XL, o circuito terá característica predominantemente capacitiva. Caso
contrário será um circuito indutivo.
Em uma freqüência particular as reatâncias são iguais, ou seja, XC=XL. e se cancelamNesse caso, o
circuito terá propriedades puramente resistivas, ou seja, as reatâncias indutiva e capacitiva se
cancelam mutuamente! Essa freqüência é chamada de freqüência angular de ressonância e é dada
por:
1 (5)
R .
LC
1 (6)
fR .
2 LC
Para a diferença de fase ( ) quando a freqüência angular tende a zero, a diferença de fase tende a
+ /2, ou seja o circuito tem comportamento capacitivo. Quando a freqüência angular tende a
infinito, a diferença de fase tende a - /2, ou seja o circuito tem comportamento indutivo.
Finalmente, quando a freqüência angular é igual à freqüência angular de ressonância , =0, neste
caso o circuito é puramente resistivo.
Figura 3: Comportamento esperado para a diferença de fase em função da freqüência angular do sinal do
gerador, para um circuito RLC com R=1k , L=10mH, C=10nF e a voltagem de pico do gerador V0 = 5V.
Para este caso temos R=100krad/s e fR=15,9kHz.
140
4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Figura 4
1 2 t
2 f t (8)
T
141
b) Figuras de Lissajous
142
Vx V0 sin( t), (9)
V0 (10)
Vy R sin( t ).
Z
Escrevendo Vy como função de Vx encontramos:
R (11)
Vy cos Vx sin V02 Vx2 .
Z
R (12)
Vy Vx ,
Z
onde a inclinação da reta é dada por R/Z.
Para = /2, a Equação 11 se reduz à equação de uma elipse com os eixos maior e menor
ao longo dos eixos x e y, respectivamente:
2 2
Vy Vx (13)
1.
RV0 / Z V0
143
Figura 4: Linha contínua: figura de Lissajous esperada para um circuito RLC com R=1k , L=10mH,
C=10nF, a voltagem de pico do gerador V0 = 5V e a freqüência f=10kHz. Linha tracejada: figura de
Lissajous observada na ressonância para o mesmo circuito.
Na Figura 4 mostramos também um método para a medida da fase usando a figura de Lissajous.
Usando a Equação 11, observamos que quando Vx=V0 temos b=V0 e quando Vy=0 temos
a V0 sen( ) (verifique). Assim, podemos determinar o módulo da diferença de fase entre a
voltagem do gerador e a corrente pela expressão:
a (14)
sen( ) .
b
Onde a e b são os parâmetros representados na Figura 4. Para a situação mostrada, temos
sen( ) 3,5/5 0,7 0,8rad .
4.1 – Procedimento I:
1) Com o auxílio do osciloscópio, ajuste a tensão de saída do gerador para uma onda senoidal com
V0=5V de pico e uma freqüência f=1kHz.
2) Monte o circuito da Figura 5 abaixo com R=1kΏ, C=10nF e L com valor entre 5mH e 50mH.
Meça o valor de R e anote os valores de R, L e C utilizados.
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Figura 5: Circuito RLC usado nos experimentos do Procedimento I.
4) Complete a Tabela 1 abaixo com os valores diferença de fase entre a voltagem do gerador e a
corrente do circuito para 10 valores de freqüência, uma metade deles a baixo da freqüência de
ressonância determinada e a outra acima. Observe que a freqüência de ressonância é dada pela
equação 6 ou pelo valor determinado experimentalmente no item 3.
Certifique-se que a amplitude do sinal do gerador permanece constante (V0=5V) para
todos os valores de freqüência utilizados.
5) Faça a medida, através da diferença de fase temporal ( t) entre a voltagem da fonte e a voltagem
do resistor e determine 1.
Complete a Tabela 1 com os valores da fase. Todos os resultados experimentais devem ser
apresentados com suas respectivas incertezas.
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f(Hz) ln(f) t t (ms) 1
(rad) 2
(rad) 3
(rad) Discrepancia
(%)
Tabela 1: Resultados para as medidas de como função da freqüência num circuito RLC.
1 2
8) Trace o gráfico experimental vs. log f ou vs. logf
9) De modo a verificar se existe concordância entre o gráfico experimental e a previsão teórica,
superponha a este o gráfico vs. logf calculado pela eq. (4) com os valores de R, L e C empregados.
Verifique se há boa concordância entre as duas curvas? Faça a sua análise em termos do erro
relativo percentual de entre alguns pontos ou trechos mais significativos da curva.
10) Acrescente os pontos 3 vs. f no gráfico anterior. Determine os erros relativos percentuais nas
medidas de entre este método e aquele aplicado no item 4 e 5. Inclua seus cálculos na tabela 1
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