1. Introdução
A água é utilizada para diversas finalidades, e essencial para todos os seres vivos. Todo
cidadão possui o direito de um abastecimento adequado, seguro e acessível sendo disponível a
todos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o acesso à água para consumo
seguro pode resultar em reais benefícios para a saúde.
A água potável pode ser definida como água para consumo humano cujos parâmetros
físicos, químicos, microbiológicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e não
ofereça riscos à saúde, definido pelos valores máximos permissíveis estabelecidos pela Portaria
2914/11, garantindo com segurança, o fornecimento de água tratada de boa qualidade com
concentrações mínimas de constituintes, conhecidos por serem perigosos à saúde [3].
Conforme a Portaria 2914/11, é recomendado um monitoramento semestral das águas
subterrâneas, devendo ser avaliados, nesse monitoramento, os parâmetros referentes à cor,
turbidez, pH, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, alcalinidade, dureza e alguns
íons (carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos, nitritos, nitratos, cálcio, magnésio, sódio,
potássio e ferro).
A água aceitável pela população deve ter os aspectos livres de gosto e odores que sejam
censuráveis pela maioria dos consumidores, já que na avaliação da qualidade da água potável,
os consumidores confiam principalmente nos seus sentidos. Os constituintes microbiológicos,
químicos e físicos da água nem sempre afetam a aparência, odor ou gosto da água. Dessa forma,
a população pode estar consumindo água poluída, porém com aspecto de limpa [4].
2. Revisão Bibliográfica
É apresentada uma revisão bibliográfica a respeito de potabilidade em água, como os
parâmetros analisados na amostra, bem como suas ocorrências e consequências na água.
2.2 pH
A quantificação do potencial hidrogênio iônico em água permite o monitoramento do
poder de corrosão, quantidade de reagente necessário para coagulação, do crescimento de
microrganismos, processo de desinfecção, tendo a finalidade de reduzir o nível de
microrganismos e também a verificação do pH equivalente da água em relação a legislação
vigente [5].
O método potenciométrico é comumente utilizado para determinação de pH, essa
grandeza pode variar de 0 a 14 e indica a intensidade de acidez (pH<7,0), neutralidade (pH=7,0)
ou alcalinidade (pH >7,0) de uma solução ou substância [5,6].
O intervalo de pH para águas de abastecimento é estabelecido pela Portaria MS n.º
2914/2011 entre 6,0 e 9,5. Este parâmetro objetiva minimizar os problemas de incrustação e
corrosão das redes de distribuição.
2.6 Turbidez
Segundo Macêdo [5], a turbidez é definida como a medida do grau de interferência à
passagem da luz através do líquido. A alteração à penetração da luz na água decorre na
suspensão, sendo expressa por meio de unidades de turbidez (também denominadas unidades
de Jackson ou Nefelométricas). Ao contrário da cor, que é causada por substâncias dissolvidas,
a turbidez é provocada por partículas em suspensão, sendo, portanto, reduzida por
sedimentação.
Além da ocorrência de origem natural, a turbidez da água pode, também, ser causada
por lançamentos de esgotos domésticos ou industriais. A turbidez também é um parâmetro que
indica a qualidade estética das águas para abastecimento público, a mesma é medida por um
equipamento chamado turbidímetro e expressa em NTU (unidade nefelométrica) [11].
Para atender o padrão de potabilidade, a água deve apresentar turbidez inferior a 1,0
NTU de material em suspensão [1].
2.6 Determinação de Nitrato
A existência de nitratos NO3 em água indica a poluição, proveniente de fertilizantes
com nitrogênio ou inorgânicos, também de esterco animal, plantações e esgoto doméstico
descartados de forma irregular. .
Em água potável o excesso do íon nitrato (NO3-), é preocupante podendo afetar em
recém-nascidos a síndrome do bebê azul, já em adultos conforme pesquisas pode ser
responsável por causar câncer de estômago, e aumentar a probabilidade de câncer de mama em
mulheres [12].
Para atender o padrão de potabilidade, a água deve apresentar nitratos inferior a 10,0
mg/L, prejudicial também em crianças no sistema respiratório [1].
2.10 Fluoreto
O fluoreto geralmente é adicionado às águas de abastecimento público para proteção
à cárie dentária, é incomum encontrar uma água que já possui naturalmente fluoreto, se a mesma
estiver em excesso é necessário tratar ao invés de adicionar [17].
No entanto, a fluoretação das águas deve ser executada sob severo controle, utilizando-
se bons equipamentos de dosagem e implantando-se métodos eficazes de controle de residual
de fluoreto na rede de abastecimento de água, pois, concentrações de fluoreto acima de 1,5
mg.L-1 aumentam a incidência da fluorose dentária e em crianças menores de oito anos, o risco
à dentição já se faz a partir de concentrações maiores de 0,9 mg.L-1. Em decorrência desse fato,
a Portaria 2914/11 estabelece um valor máximo permitido de fluoreto de 1,5 mg.L-1 na água
potável [1,17].
2.11 Detergentes
Os detergentes são sintéticos, não encontrados em águas naturais, ocorrendo em
esgotos domésticos e efluentes industriais. São agentes tensoativos, surfactantes ou espumantes
que tem a propriedade de diminuir a tensão superficial dos líquidos, sendo utilizados para
emulsionar substâncias hidrófobas, ou seja, substâncias apolares, como óleo, gorduras e
petróleo [10,18].
A presença de fosfato na água inibe a biodegradação de substâncias orgânicas. O
excesso de fosfato pode fazer com que o curso de água fique coberto de algas e outras plantas.
A eutrofização retira o oxigênio da água, causando a morte de outros organismos. [11]
E ainda o consumo de água contaminada com esse produto químico, para os seres
humanos oferece riscos, como irritação na pele, dor de garganta, náusea, cólicas estomacais e
danos ao fígado. Surfactantes causam a formação de espuma, gosto e odor nas águas, em
consequência disso, o valor máximo permissível é de 0,5 mg.L-1 [1,18].
2.12 Metais
Os metais potencialmente nocivos são contaminantes químicos não biodegradáveis, e
tendem a acumular-se nos organismos vivos provocando distúrbios e doenças variadas, e têm
sido sistematicamente lançados no ambiente afetando a qualidade de solos e águas. Isso se dá
pela ação de fertilizantes, pesticidas, combustão a carvão e óleo, emissões veiculares, queima
de biomassa na zona rural, incineração de resíduos urbanos e industriais, mineração, fundição
e refinamento [19].
Nas águas, os metais então tidos como tóxicos são expostos a diversas transformações
químicas e bioquímicas. O ciclo biológico inclui a bioconcentração em plantas e animais e a
incorporação na cadeia alimentar, principalmente, por meio da água e do solo. Muitas plantas
e animais desenvolvem tolerância para um particular metal em excesso, que acaba sendo
utilizado para seu desenvolvimento normal, podendo causar um problema ambiental ao
transferir o metal acumulado a organismos mais suscetíveis ao seu efeito, por meio da cadeia
alimentar [20].
3. Procedimentos Experimentais
Neste item estão descritas todas as análises que foram realizadas na amostra de água
que foi analisada, proveniente do poço artesiano da empresa NovaColor, pertencente ao
município de Nova Veneza - SC.
3.1 Análise de pH
Após calibração do pHmetro de bancada foi realizada a medição do pH da amostra.
Mergulhou-se o eletrodo do pHmetro na amostra com aproximadamente 100mL de amostra de
água por um período de 5 minutos para observação da escala apropriada, indicadora do pH da
água. O pHmetro utilizado é da marca Quimis, modelo Q400RS.
Onde:
V = Volume da solução-padrão de Nitrato de Prata 0,0141N (mL);
N = Normalidade da solução-padrão de Nitrato de Prata 0,0141N;
VA = Volume de amostra utilizado (mL).
VA
Onde:
V1 = Volume de EDTA-Na 0,01N gasto na titulação do branco (mL);
V2 = Volume de EDTA-Na 0,01N gasto na titulação da amostra, (mL);
N = Normalidade da solução-padrão de EDTA-Na 0,01N;
VA = volume de amostra utilizado (mL).
De acordo com a portaria 2914/11, Art. 39 parágrafo 1º, recomenda-se que, para que
seja caracterizado uma água potável, o pH deve estar entre 6,0 e 9,0. Sendo assim, a amostra
encontra-se dentro dos parâmetros aceitos pela portaria.
Na determinação de cloretos, através da formula apresentada a seguir, foi possível
determinar o valor de cloretos de 196689,0075 mg/L. Que de acordo com a tabela de padrão
organoléptico da portaria 2914/11, encontra-se fora do ideal, sendo que o máximo permitido
de cloretos é de 250 mg/L.
Onde:
V = Volume da solução-padrão de Nitrato de Prata 0,0141N gasto para titular a amostra (média
dos volumes gastos na titulação, na primeira titulação foi gasto 39,4 e na segunda 39,3 de
nitrato);
N = Normalidade da solução-padrão de Nitrato de Prata 0,0141N;
VA = Volume de amostra utilizado, em mL.
Na determinação de dureza, a amostra apresentou através de cálculos, o valor de 526000 mg/L
de CaCO3. O resultado está mais uma vez em discrepância com o padrão admitido pela portaria
2914/11, que admite uma dureza total de até 500 mg/L.
5. Conclusões
Sabe-se que a água potável utilizada para consumo humano e industrial representa
menos de 1% do total. A água aceitável pela população deve ter os aspectos livres de gosto e
odores que sejam censuráveis pela maioria dos consumidores. Com os estudos concluídos,
observa-se que a amostra não se encontra de acordo com as normas estabelecidas pelas portarias
de potabilidade de água, portanto a amostra não é potável, logo, não é ideal para consumo
humano.
Referências Bibliográficas