O tratamento de caldo tem por objetivo eliminar a maior parte das impurezas (terra, bagacilho e
materiais corantes) que interferem na qualidade do açúcar (cor, resíduos insolúveis, cinzas, etc.).
Temos o caldo clarificado como produto resultante desta etapa do processo e a torta de filtro como o
resíduo, onde se encontram todas as impurezas separadas na decantação.
CALDO COM
IMPUREZAS
TRATAMENTO
DE CALDO
CALDO TORTA
CLARIFICADO DE FILTRO
Sulfitação;
Caleação;
Fosfatação;
Aquecimento;
Flasheamento;
Aplicação de Floculante;
Decantação;
Peneiramento do caldo clarificado;
Filtração do lodo.
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FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO DE CALDO
CALDO SECUNDÁRIO
HIDRO-EJETOR
MEDIDOR AQUECEDORES
DE VAZÃO
MEDIDOR
DE VAZÃO
CALDO
CLARIFICADO
TANQUE DE TANQUE DE
CALDO CALDO
SULFITADO CALEADO
INVERSOR DE
FREQUÊNCIA
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2. Sulfitação
2.1 Objetivo
A sulfitação tem como objetivo principal a eliminação de material corante do caldo para a fabricação
de açúcar branco, mas proporciona também a redução da viscosidade do caldo, xarope, massas, méis, etc.,
reduzindo o tempo de cozimento e melhorando a cristalização. Mas possui o inconveniente de aumentar o teor
de cinzas no açúcar e aumentar as incrustações nos aquecedores. Esse último pode ser evitado fazendo-se a
sulfitação a quente, dependendo do sistema de sulfitação que se utiliza.
A queima de enxofre varia de 200 a 400 gramas por tonelada de cana, dependendo de algumas variáveis,
como:
2.2 Parâmetros
3. Caleação
3.1 Objetivo
Como o Sulfito (SO2) é um gás que abaixa o pH do caldo e o próprio caldo já tem pH ácido, torna-se
necessário fazer a neutralização com hidróxido de cálcio (leite de cal). Isso porque o pH neutro é ideal para
insolubilizar (saturar) os sais formados pelas reações químicas entre o leite de cal e o SO2, formando o Sulfito
de Cálcio e P2O5, formando o Fosfato de cálcio. Caso contrário esses sais ficariam solúveis e sairiam com o
caldo clarificado causando graves problemas como aumento das incrustações nos evaporadores, queda do pH
das águas condensadas dos evaporadores, aumentando a corrosão dos equipamentos, aumento das cinzas no
açúcar, maiores perdas de açúcar por inversão, etc. Para evitar tais inconvenientes, é seguido o seguinte
parâmetro para controlar esta etapa do processo:
3.2 Parâmetro
Trabalhando nesta faixa de pH, teremos um caldo clarificado entre 6,9 e 7,0 e o pH do xarope será da
ordem de 6,3 a 6,5.
Obs.: 1 - O pH não deve ultrapassar 7,4, pois causa a destruição de açúcares redutores diminuindo a
Eficiência Industrial e com formação de cor. O pH baixo favorece a inversão de sacarose durante a
decantação, evaporação e cozimento, além dos problemas citados acima.
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4. Fosfatação
4.1 Objetivo
Consiste na correção do teor de fosfato no caldo (P2O5), quando necessário, a fim de manter um teor
mínimo em torno de 300 ppm. O objetivo da fosfatação é de auxiliar na remoção de materiais corantes do
caldo após reagir com o hidróxido de cálcio, pela formação de fosfato de cálcio que é um sal que se
insolubiliza em pH neutro e se precipita na decantação.
4.2 Parâmetros
Obs.: 1 - De acordo com a análise do teor de P2O5 no caldo misto ou primário para açúcar se determina a
necessidade de utilização ou não de ácido fosfórico para fazer a complementação.
2 - A utilização de ácido fosfórico no caldo é dispensável quando se opera com o flotador de xarope e
a borra retorna para a dosagem causando um efeito residual do ácido utilizado na flotação.
3 - O teor de P2O5 no caldo clarificado abaixo de 30 ppm indica se teve uma boa clarificação, ou seja,
se a saturação ocorreu de forma satisfatória, eliminando esses sais no lodo.
5. Aquecimento
5.1 Objetivo
5.2 Parâmetros
Obs.: Existem outras opções de tratamento químico do caldo como pré-aquecimento, pré-caleação, etc., cada
qual com as suas vantagens e desvantagens em relação ao tratamento convencional apresentado. Porém,
desde que sejam bem operados e controlados todos dão bons resultados.
6. Flasheamento do Caldo
6.1 Objetivo
Sabe-se que a temperatura de ebulição dos líquidos depende da pressão em que este se encontra, ou
seja, quanto maior for a pressão, maior será o seu ponto de ebulição. E quanto menor for a pressão, menor o
ponto de ebulição.
No nosso caso, o caldo que está pressurizado pelo bombeamento e é aquecido a 105 °C, entra no
balão de flash que está à pressão atmosférica sofrendo assim uma ebulição espontânea que dissipa calor na
forma de vapor de flash e sua temperatura cai para a correspondente à nova pressão (atmosférica), que é de
aproximadamente 100°C.
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O objetivo do flasheamento é eliminar o ar dissolvido no caldo que arrastaria para o caldo clarificado o
bagacilho que é leve e de difícil decantação.
7. Aplicação de Floculante
7.1 Objetivo
O floculante utilizado para a decantação é um polímero de alto peso molecular e polaridade negativa,
isto é, aniônico, pois os sais formados nas reações químicas são de polaridade positiva. E tem como objetivo
promover o agrupamento dos flocos já formados, tornando-os maiores e mais pesados. Desse modo, acelera a
velocidade de precipitação dos flocos, reduzindo a necessidade de um tempo de retenção muito alto nos
decantadores.
7.2 Parâmetros
Obs.: A dosagem depende de vários fatores que interferem na decantação e varia também de Usina para
Usina, devendo ser ajustada de acordo com a necessidade observada coletando-se uma amostra na entrada
de caldo no decantador.
8. Decantação
8.1 Objetivo
É na decantação que ocorre a precipitação dos flocos formados, eliminados pelo fundo do decantador
na forma de lodo. O caldo clarificado sai pela parte superior das bandejas, já isento da maioria das impurezas
encontradas no caldo primário ou misto. Ou seja, nos decantadores ocorre apenas a separação física entre o
caldo e as impurezas (flocos formados), sendo que a qualidade do caldo clarificado depende mais dos
tratamentos químico e térmico efetuados antes, do que da própria decantação.
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DECANTADOR SEM BANDEJA
Entrada de
polímero
DECANTADOR SEM
BANDEJA
STEFANI SUGAR
CALDO
CLARIFICADO
8.2 Parâmetros
Brix do caldo clarificado - depende do tipo de caldo utilizado para a fabricação de açúcar ( caldo
primário, misto ou filtrado )
Tempo de retenção - deve ser de aproximadamente 3 horas
Transmitância do caldo clarificado - acima de 60 (com a leitura em espectrofotômetro em 760 nm)
Teor de P2O5 - menor que 30 ppm (Teores mais altos indicam que não houve uma boa saturação dos
sais formados, o que aumenta a incrustação nos evaporadores).
pH - 6,9 a 7,0
9. Peneiramento
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9.1 Objetivo
Tem a finalidade de retirar do caldo o bagacilho que a decantação não conseguiu eliminar.
9.2 Parâmetro
10. Filtração
10.1 Objetivo
O lodo retirado dos decantadores contém ainda uma grande quantidade de caldo, ou seja, açúcar.
Portanto, esse açúcar deve ser recuperado e separado das impurezas na forma de caldo. E esse é o objetivo
dos filtros rotativos a vácuo.
FILTRO
ROTATIVO
À VÁCUO
BALÃO DE
BAIXO VÁCUO BALÃO DE
Torta de ALTO VÁCUO
Filtro
Caldo filtrado
Bagacilho para processo
SIFÃO
Lodo dos
decantadores
BOMBA
CAIXA
À VÁCUO
DE LODO
Água
CAIXA DE BOMBA DE residual
CALDO CALDO
BOMBA DE FILTRADO FILTRADO
LODO
10.2 Parâmetros
Obs.: A retenção indica a porcentagem de impurezas que ficaram retidas na tela dos filtros. O restante passou
para o caldo filtrado e retorna para o decantador. Se essa retenção é baixa, o volume de lodo aumenta na
mesma proporção que cai a retenção, causando: - aumento na pol da torta pela necessidade de trabalhar com
os filtros com a rotação mais alta; - aumento no consumo de polímero por ter mais impurezas para flocular na
entrada dos decantadores; - queda na qualidade do caldo clarificado, etc.
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