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Estudo comparativo entre as previsões de capaci-

dade de carga para estacas curtas feitas a partir de


dados de SPT e DPL
Ilço Ribeiro Junior
Aluno de Mestrado.
Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações.
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Rua Vinte e cinco, Qd 65, nº 04. Residencial Coxipó.
CEP 78090-420, Cuiabá – MT.
E-mail: ilco.ribeiro@poli.usp.br

Maria Beatriz Castello Branco Sarto


Engenheira Civil, Nacon Engenharia e Construções Ltda.
Rua Mário Palma, nº 265, Ribeirão do Lipa.
CEP 78048-145, Cuiabá – MT.
E-mail: nacon@terra.com.br

Wilson Conciani, Dr.


Professor adjunto, Área de Construção Civil.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso.
Rua Zulmira Canavarros, 95, Centro.
CEP 78005-390, Cuiabá – MT.
E-mail: conciani@cefetmt.br

Resumo
Este trabalho apresenta uma comparação entre as previsões
de capacidade de carga feita com os dados de Dynamic Penetrometer
Light (DPL) e Standard Penetration Test (SPT) em Mato Grosso. Os
resultados do DPL e do SPT foram confrontados com resultados de
provas de carga em estaca à compressão. O DPL é um equipamento
leve de sondagem dinâmica, por isso pode ser mais facilmente manu-
seado e transportado, além de oferecer melhores resultados sobre a
estratigra•a do solo. Já o SPT, apesar de ser afetado por muitos deta-
lhes de manuseio e de equipamento, é o ensaio mais utilizado em obras
geotécnicas no Brasil, pelo fato de ser um ensaio que mede uma certa
resistência dinâmica conjugada a uma sondagem de simples reconhe-
cimento. Projetos de fundações em obras rotineiras usam os métodos
estatísticos desenvolvidos por Aoki & Velloso e Decóurt & Quaresma
para prever a capacidade de carga de fundações com base nos resulta-
dos de SPT. O presente trabalho visa inserir diretamente os resultados

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obtidos pelo ensaio de DPL nas fórmulas empíricas propostas por estes
autores. Os resultados são satisfatórios e promissores para fundações
profundas menores que 5 m, assentes em terrenos de baixa resistência
à penetração e de granulometria •na.

Palavras chave: Capacidade de carga, SPT, DPL, fundações,


solos porosos não saturados.

1. Introdução

O Standard Penetration Test (SPT) é o ensaio de campo mais


usado na engenharia geotécnica em todo mundo. No Brasil, este ensaio
é utilizado principalmente em investigações e previsões para projetos
de fundações. Apesar de seus dados serem largamente utilizados em
previsões de resistência dos solos, segundo Cavalcante (2002) e Belin-
canta (1998) existem muitos detalhes na execução deste ensaio, que
podem in!uenciar nos resultados apresentados, demonstrando even-
tualmente dados que não condizem com a realidade. Ambos os auto-
res descrevem como principais in!uenciadores nos resultados do SPT:
energia transferida pelo martelo; peso, rigidez, comprimento e perda
de energia das hastes e a integridade da sapata cortante do amostra-
dor. Hachich et al. (2006), mostram as discrepâncias nos resultados de
ensaios de SPT manuais e mecanizados, causados pela variação de
energia transferida.

Em alguns casos, o emprego do SPT como ensaio investigativo


e de coleta de dados para um projeto de fundações sofre restrições
práticas, pois em obras extensas, como linhas de transmissão, terrenos
íngremes que di•cultam a instalação do tripé de reação e obras em lo-
cais de difícil acesso, existe di•culdade de deslocamento de equipes e
equipamentos. O SPT também sofre restrições técnicas, pois em solos
de baixa resistência, não tem sensibilidade para bem avaliar o solo.
Desta forma, outros ensaios de campo mais práticos e mais sensíveis,
tornam-se opção aos projetistas para obtenção destes dados, como é
o caso do cone estático (CPT), o pressiômetro e o Dynamic Probing
Light (DPL), dentre outros. Cada um deles possui suas particularidades,
vantagens e desvantagens.
Martins & Miranda (2003) relatam que o DPL também é
usado na Europa para correlações com capacidade de carga de funda-

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ções. No Brasil, Nilsson (2003) desenvolveu um equipamento de DPL,
e propôs algumas práticas com este tipo de ensaio. Nilsson & Cunha
(2004) apontam para o potencial do uso destes ensaios no dimensiona-
mento de fundações profundas. Ávila & Conciani (2005, 2006) relatam
as primeiras experiências do uso do DPL para a previsão da capacidade
de carga e suas correlações com o ensaio de SPT em solos de Mato
Grosso. Ávila et al. (2006) relatam que a construção de um DPL pelo
CEFET-MT, muito parecido com o de Nilsson (2003), porém, com o tri-
plo da área lateral do cone, hastes mais leves e a ausência de coxim.
Este trabalho busca correlacionar os dados obtidos de uma inves-
tigação geotécnica com o SPT e DPL, em solos da região do cerrado de
Mato Grosso. Esta correlação busca obter indicativos para a previsão
de capacidade de carga de elementos de fundação profunda.

2. Local de Estudos

Para este trabalho foram empregados dados de um campo experi-


mental localizado no município de Jaciara, MT. Este município encontra-
se em uma região de planalto ao sul de Cuiabá. O embasamento rochoso
desta região é de arenitos pertencentes à Formação Furnas. O solo en-
contrado neste local é uma argila arenosa, vermelha, muito mole à média,
podendo ser classi•cado pedologicamente como latossolo vermelho.

3. Métodos de Ensaios

Foram realizados furos de SPT, DPL e prova de carga estática


sobre estacas. Estes ensaios foram realizados no mesmo período e sob
as mesmas condições atmosféricas. A seguir descreve-se de forma
pormenorizada como foram realizados estes ensaios.

3.1. Standard Penetration Test (SPT)

O ensaio de SPT constitui-se em uma medida de resistência di-


nâmica conjugada a uma sondagem de simples reconhecimento, cujo
procedimento é regulamentado pela ABNT – NBR 6484. Consiste ba-
sicamente na cravação de um amostrador padrão, de diâmetro externo
de 50 mm no fundo de uma escavação. Esta cravação é feita usando
um martelo de 65 kg, caindo de uma altura de 750 mm. O valor NSPT

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é o número necessário para fazer o amostrador penetrar 300 mm, após
uma cravação inicial de 150 mm.

3.2. Dynamic Probing Light (DPL)

O equipamento DPL é composto por um cone metálico com diâme-


tro de 37 mm e comprimento de 100 mm, desenvolvido por Ávila & Con-
ciani (2006), denominado pelos autores como DPL CEFET-MT. A ponta
deste cone tem ângulo de 45º com a geratriz. Assim a ponta forma um
cone cujo ápice tem ângulo de 90º. Este cone é cravado no solo por um
martelo de aço com massa de 10 kg. O martelo age sobre uma cabeça de
bater metálica. As hastes empregadas para guiar o cone no solo e conduzir
o martelo, têm diâmetro externo de 22 mm. Estas hastes são constituídas
por segmentos de 1,00 m de tubo de aço galvanizado sem costura, com
diâmetro nominal de ¾ pol., conforme demonstrado na Figura 1.

Os ensaios de cone dinâmico foram executados conforme a nor-


ma alemã DIN 4094. De um modo geral, aplicam-se os golpes do marte-
lo sobre a haste do cone e mede-se a penetração. A cada 10 cm anota-
se o número de golpes. O martelo cai de uma altura de 50 cm.

Figura 1 – Esquema de montagem e funcionamento do DPL. (ÁVILA & CONCIANI, 2006)

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3.3. Prova de Carga em estacas

A prova de carga nas fundações foi executada segundo a ABNT


– NBR 12131, para obter dados reais sobre interação solo-estrutura das
fundações, bem com sua capacidade de suporte.

4. Resultados

O SPT determinou um per•l de solo praticamente homogêneo.


Este solo foi classi•cado como argila arenosa, muito mole à média. A
sondagem à percussão (SPT) teve início de circulação de água a uma
profundidade de 4,55 m, nível que o lençol freático se encontrava. O limite
de sondagem se deu a uma profundidade de 10 m. O resultado do SPT e
o nível do lençol freático estão apresentados na Figura 2. Pode-se veri•-
car um aumento no NSPT até a profundidade de 3 m, acompanhada por
uma perda de resistência (NSPT) entre 3 e 5 m. Esta redução do índice
de resistência `a penetração do solo, pode ser causada pelo aumento de
umidade causado pela proximidade com o lençol freático. Quando o solo
se torna saturado, novamente há um ganho gradual da resistência, não
se esquecendo que parte da energia disponibilizada é dissipada na água
do solo presente neste trecho do per•l do solo estudado.

O ensaio de DPL foi realizado tomando o valor de N de 10 em


10 cm até a profundidade de 5 m. A partir desta profundidade o ensaio
começa a perder a sensibilidade. Veri•ca-se na Figura 3 os resultados
deste ensaio, onde constata-se uma melhor sensibilidade às pequenas
mudanças no per•l do solo. Esta sensibilidade é inversamente propor-
cional à profundidade. Neste per•l observam-se pequenas oscilações
em N10 até a profundidade de 3m, daí por diante há uma perda de
resistência devida também à diminuição de sucção por capilaridade,
e quando atinge a profundidade de 4 m, aumenta gradualmente a sua
resistência até a cota de 5 m, onde o ensaio foi limitado. No DPL, a
dissipação de energia é maior, devido ao peso ser menor, portanto, seu
uso não é recomendado em solos saturados.

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Figura 2 – Resultado do ensaio de SPT Figura 3 – Resultado do ensaio de DPL.

A •m de comparar os métodos de previsão de capacidade de


carga empregando resultados de SPT e DPL, foi realizado uma prova
de carga de compressão, estática, em estacas. A fundação ensaiada foi
uma estaca, com diâmetro de 0,60 m e 3,70 m de comprimento, o que
pode ser considerado como uma estaca curta.

Segundo Hachich et al. (1996), a ruptura convencional de esta-


cas escavadas em solos •nos, é de•nida como a carga correspondente
ao recalque do topo da estaca de 10% do seu diâmetro. A Figura 4 mos-
tra o resultado do ensaio de prova de carga, cujo recalque máximo foi
de aproximadamente 13 mm. A carga correspondente a este recalque
foi de aproximadamente 260 kN. Seguindo o conceito apresentado por
Hachich et al. (1996), prolonga-se uma reta até á deformação de 10%

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do diâmetro da estaca, 60 mm. Portanto, a carga de ruptura adotada
neste ensaio para o solo analisado é de aproximadamente 320 kN.

Figura 4 – Curva Carga x Recalque obtido do ensaio de prova de carga estática em


estaca.

As previsões de capacidade de carga com os dados do DPL


eram feitas com base nas fórmulas dinâmicas. Muitos trabalhos publi-
cados recomendam o uso destas fórmulas devido à similaridade com o
processo de cravação das estacas. Dentre os autores que fazem esta
recomendação pode-se citar Kayalar (1988) e Nilsson (2003). Entretan-
to, estas fórmulas de previsão de capacidade dinâmica exigem valores
de coe•ciente de segurança muito elevados. Este fato lança muitas dú-
vidas, devido à grande incerteza que cerca o processo de transferência
de energia do sistema de cravação para o sistema solo-estaca.

Na Figura 5 estão os resultados das previsões de capacidade de car-


ga obtidas pelos métodos estatísticos de Aoki & Velloso e Decóurt & Quares-
ma. Para esta previsão empregaram-se as fórmulas com os valores de SPT
como recomendado pelos autores. As mesmas fórmulas e coe•cientes foram
empregados com os índices de resistência à penetração do DPL (N10). Para
esta comparação foram empregados os dados disponíveis até a profundida-
de de 5 m. Nota-se na Figura 5 que até a profundidade de 3 m, a capacidade
de carga é em geral crescente. A capacidade de carga sofre uma queda na
cota de 3,5 m e volta a crescer de forma suave até a cota de 5 m.
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Os valores de capacidade de carga obtidos com os dados do SPT,
com as fórmulas de Aoki & Velloso e Decóurt & Quaresma foram próximos
até a cota de 3 m. Desta profundidade em diante, os valores encontrados
passam a divergir de modo mais expressivo. Entretanto, esta divergência
não acontece para a previsão feita com os dados do DPL.

Marcando-se a carga de ruptura obtida na Figura 4 e no grá•co da


Figura 5, pode-se veri•car que o ponto obtido experimentalmente pela
prova de carga coincide com as curvas obtidas pelo método proposto de
substituir N10 do ensaio de DPL nas fórmulas estatísticas propostas por
Aoki & Velloso e Decóurt & Quaresma para os ensaios de SPT.

Este resultado vem somar-se a outro já publicado por Conciani


& Ávila (2006) que encontraram resultado convergente em situação se-
melhante. Também em Portugal foram feitas algumas comparações de
previsão de capacidade de carga feita através fórmulas empíricas que
empregam resultados do cone estático (CPT) e do DPL. Nesta compa-
ração Martins & Miranda (2003) encontraram um bom ajuste nos valores
previstos pelo DPL e medidos em provas de carga. As previsões foram
feitas através de fatores de conversão dos dados de DPL para dados de
CPT que foram aplicados nas fórmulas empíricas.

Figura 5 – Comparativo dos resultados de previsão de carga para os ensaios de


DPL, SPT e prova de carga.

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5. Notas Finais

O DPL tem-se mostrado uma ferramenta interessante na pesquisa


das condições do solo em regiões de difícil acesso de equipamentos. O fato
de trabalhar com equipamentos leves e de fácil transporte permite o deslo-
camento da equipe de sondagem em veículos pequenos e até mesmo a pé
em pequenas distâncias. Até o momento este tipo de sondagem apresenta
duas grandes limitações: a falta de modelos de previsão de capacidade de
carga e di•culdade em identi•car o solo para aplicação destes modelos.
O trabalho de Nilsson & Cunha (2004) que emprega o torque nos
ensaios de cone dinâmico abre uma possibilidade de identi•cação do
solo conforme proposto por Conciani & Ávila (2005).
De modo preliminar pode-se a•rmar que há um bom ajuste entre a
capacidade de carga prevista com os dados do DPL, realizada com os mo-
delos empíricos de Aoki & Velloso e Decóurt & Quaresma propostos para
os ensaios de SPT, e os resultados de provas de carga em estacas.
Claro que os resultados apresentados por este trabalho trata-se
de resultados preliminares que devem ser testados mais amiúde e em
maior número de estacas para maior segurança.

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