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Prática de Direito das Sucessões - COD.

LM107 - 2016/2017
CURSO: DIREITO (Licenciatura) - 1° CICLO DE ESTUDOS. Regente: Profa. Dra. Zamira de Assis
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Atividade n° 11 (objetivo: colação) Capelo de Sousa pg. 202
Aula do dia: 17 / Novembro / 2016
(11.1) ’A’, viúvo, faleceu em 1-10-2015 deixando bens no valor de 12.500$ e dívidas no valor de
2.000$. Sobreviveram-lhe os filhos B, C e D.
Em vida, no ano de 2011, ao filho C o pai havia doado um automóvel desportivo com o valor de
9.000$ no momento da abertura da sucessão e com a declaração de que aceite o bem doado ficava
sujeito às regras gerais da colação. Em 2013, doara ao filho D uma quinta, sem nada declarar sobre
o espírito da liberalidade, e com o valor de 12.000$ no momento da abertura da sucessão.
‘A’ deixou um testamento datado de 1987, no qual deixava a ‘X’ a quantia de 3.000$.
RESPOSTA:
Cálculo da Legítima
Relicta: 12.500
Dívidas: 2.000
Resultado: 10.500
Doações: ‘C’ 9.000 + ’D’ 12.000 = 21.000
Resultado: (10.500 + 21.000) = 31.500 : 3 = 10.500
Legítima Global: 21.000
Legítima subjetiva = 7.000
Parte Disponível = 10.500
Deixa Testamentária: 3.000

CONTEXTUALIZAÇÃO:
Ambas as doações feitas por ‘A” aos filhos ‘C’ e ‘D’ estão sujeitas às regras gerais da colação, qual
seja, a regra da imputação na quota hereditária (artigo 2108°, 1), seja porque na primeira doação
houve manifestação do donatário no sentido de que o contrato estaria sujeito às regras gerais da
colação, seja porque no segundo contrato de doação nada foi dito a respeito do modo pelo qual se
fazia a doação, pelo simples fato de que as ‘regras gerais’ da colação são regras supletivas da
vontade do autor da herança.

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Faculdade de Direito Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide, 1099-032 Lisboa
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Em outras palavras, a manifestação do doador para que a doação siga as ‘regras gerais da colação’
surte o mesmo efeito que a seu silêncio sobre esse assunto, pois as ‘regras gerais da colação’ são
regras/normas supletivas e já funcionam mesmo no silêncio do doador.
Procedendo-se à solução da partilha dos bens de ‘A”, do valor da relicta (12.500) subtrair-se-á o
valor das dívidas (2.000) somando-se ao resultado daí obtido (10.500) o valor das doações feitas
(21.000), resultando a soma de 31.500. Esse valor representa o valor base para o cálculo da legítima
(artigo 2162°), procedimento obrigatório nessa sucessão que se passará nos modos legítima,
legitimária e testamentária, o que obriga que se proceda ao cálculo da porção de bens reservada/
destinada legalmente aos herdeiros legitimários (artigo 2156°).
À sucessão de ‘A’ são chamados os filhos ‘B’, ’C’ e ‘D’ posto se encontrarem na primeira classe de
sucessíveis (artigo 2133°), com direito a 7.000 cada um a título de quota legitimária, e o herdeiro
testamentário ‘X’ com direito a deixa testamentária de 3.000.
O filho ‘B’ nada recebeu a título de doação, de modo que sua quota legitimária deve ser
integralmente paga no valor de 7.000
O filho ’C’ recebera uma doação no valor de 9.000, valor que excede a quota legitimária (que é de
7.000) em 2.000, valor este que será imputado na parte disponível.
O filho ‘D’ recebera uma doação no valor de 12.000, valor que excede a quota legitimária (que é de
7.000) em 5.000, valor este que será imputado na parte disponível.
Nem o filho ‘C’, nem o filho ’D’ terão que devolver/restituir o excesso verificado em suas doações
porque não houve, nesse caso, violação da parte inoficiosa a ensejar redução das liberalidades, e
também porque o doador/autor da herança não expressou (determinou) no contrato que a doação
deveria observar (deveria conter-se) na quota legitimária. Sendo as doações feitas segundo as regras
gerais da colação, o excesso havido em relação à quota legitimária pertencerá ao donatário sendo
imputado na quota disponível.
Assim, do valor disponível para pagamentos (10.500) subtrai-se o pagamento da quota legitimária
feito ao filho ‘B’ na sua integralidade (7.000), e o valor da deixa testamentária em favor de
‘X’ (3.000), remanescendo o saldo de 500. A esse saldo remanescente os herdeiros são chamados a
receber/partilhar a título de quota legítima. Entretanto, deve-se considerar que dois herdeiros (‘C’ e
‘D’) já receberam sob a forma de doação parte da quota disponível, de modo que é preciso

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encontrar entre todos os herdeiros, filhos do autor da herança, a máxima igualação possível (artigo
2136°).
Então vejamos: Da parte total disponível de 10.500, 3.000 foram pagos a X a título de deixa
testamentária; 2.000 constituem o excesso em relação à quota legitimária da doação feita ao filho
‘C’, e 5.000 constituem o excesso em relação à quota legitimária da doação feita ao filho ‘D’,
remanescendo o saldo de 500. A máxima igualação possível, posto não seja a mais equilibrada,
determina que os 500 remanescentes sejam entregues ao filho ‘B’.
Esse desequilíbrio, poderia ter sido evitado pelo autor da herança se houvesse manifestado, no ato
das doações, que o valor dos bens doados restringir-se-iam até ao limite das respectivas quotas
legitimárias. Caso isso tivesse sido feito, ‘C’ e ‘D’ devolveriam os excessos (2.000 + 5.000) que,
somados ao remanescente de 500 (total 7.500) seriam partilhados igualmente entre eles, filhos
herdeiros.
DEVIDO DOAÇÃO a
DOAÇÃO/DEIXA PAGAMENTO com
HERDEIRO/ Quota Legitimária DOAÇÃO IMPUTAR PARTE
PARTE REDUÇÃO SALDO RELICITA FINAL
BENEFICIÁRIO ou Deixa RECEBIDA INDISPONÍVEL/
DISPONÍVEL + REDUÇÃO
Testamentária) PAGAMENTO

B (filho) 7.000 ø 7.000 ø ø 500 7.500

C (filho) 7.000 9.000 7.000 2.000 ø ø 9.000

D (filho) 7.000 12.000 7.000 5.000 ø ø 12.000

X (herd. Test) 3.000 0 3.000 ø ø 3.000

21.000 31.500

(11.2) ‘A’, viúvo, faleceu em 1-10-2015 deixando bens no valor de 3.500$ e dívidas no valor de
2.000$. Sobreviveram-lhe os filhos B, C e D.
Em vida, no ano de 2011, ao filho C o pai havia doado um automóvel desportivo com o valor de
9.000$ no momento da abertura da sucessão e com a declaração de que aceite o bem doado ficava
sujeito às regras gerais da colação. Em 2013, doara ao filho D uma quinta, sem nada declarar sobre
o espírito da liberalidade, e com o valor de 12.000$ no momento da abertura da sucessão.
‘A’ deixou um testamento datado de 1987, no qual deixava a ‘X’ a quantia de 3.000$.

RESPOSTA:
Cálculo da Legítima
Relicta: 3.500
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Dívidas: 2.000
Resultado: 1.500
Doações: 9.000 + 12.000 = 21.000
Resultado: 22.500
Legítima Global: 15.000
Legítima subjetiva = 5.000
Parte Disponível = 7.500
Deixa Testamentária: 3.000 (não se poderá cumprir)

CONTEXTUALIZAÇÃO:
Nessa variação do caso anterior há apenas uma diferença, porém, muito significativa, qual seja, o
valor da relicta que passa, de 12.500 para apenas 3.500. Com isso, pagas as dívidas obtém-se um
resultado de 1.500 apenas, para efetuar os demais pagamentos, notadamente, das quotas legitimárias
que não tenham sido pagas.
É justamente o caso do filho ‘B’ que, ao contrário dos filhos ‘C’ e ‘D’ não recebera nenhuma
doação. O cálculo da legítima aponta que a cada filho é devido o valor de 5.000 a título de legítima
individual/subjetiva. Posto isso, e começando pelos filhos que possuem doações a serem imputadas,
a ‘C’ não é devido complemento de legítima porque esse filho já recebeu doação em valor superior,
remanescendo inclusive um excesso de 4.000 a ser imputado na quota disponível; a ‘D’ igualmente
não é devido nenhum complemento porque assim como ‘C’ já lhe fora adiantada a quota legitimária
com a doação de 12.000, remanescendo um excesso de 7.000 a ser imputado na quota disponível.
Já se antevê que a soma das liberalidades (4.000 dos 9000 doados a ‘C; + 7000 dos 12.000 doados
a ‘D’ = 11.000) a serem imputadas na parte disponível (7.500), a excedem em 3.500 atraindo, com
isso, o instituto da redução das liberalidades (artigo 2168°).
‘B’, por seu turno, não recebeu qualquer doação devendo receber integralmente sua quota
legitimária no montante de 5.000.
A herança dispõe de apenas 1.500 que serão entregues a ‘B’ em pagamento parcial de sua quota
legitimária, procedendo-se a redução da liberalidade feita a ‘D’ por ser a última (artigo 2173°, 1) até
completar-se a quota legitimária de ‘B’ , portanto, em 3.500.

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A deixa testamentária, com isso, foi integralmente suprimida, não sendo possível cumpri-la, para
desencanto de X.

MAPA DA PARTILHA
- B: quota legitimária de 5.000 (1.500 remanescente da relicta + 3.500 resultante da redução da
liberalidade em D)
- C: já havia recebido 9.000 - que serão imputados na sua quota legitimária de 5.000
remanescendo 4.000 a serem imputados na quota disponível de ‘A’, sendo a quota hereditária de
‘C’ 9.000.
- D: já havia recebido 12.000 - que serão imputados na sua quota legitimária de 5.000
remanescendo 7.000. Entretanto, esse valor excede o saldo da quota disponível, e portanto,
haverá redução de 3.500 (para pagamento da quota legitimária de B), sendo a quota hereditária
de ‘D’ 8.500
- Não é possível pagar a deixa testamentária a ‘X’

VALOR DA
DEVIDO
DOAÇÃO a VALOR DA PAGAMENTO
Quota
HERDEIRO/ DOAÇÃO IMPUTAR DOAÇÃO/DEIXA com SALDO QUOTA
Legitimária ou REDUÇÃO
BENEFICIÁRIO RECEBIDA PARTE PARTE RELICITA + HEREDITÁRIA
Deixa
INDISPONÍVEL/ DISPONÍVEL REDUÇÃO
Testamentária)
PAGAMENTO

B (filho) 5.000 Ø 5.000 Ø 5.000 5.000

C (filho) 5.000 9.000 5.000 4.000 9.000

D (filho) 5.000 12.000 5.000 3.500 -3.500 8.500

X (herd. Test) 3.000 Ø

22.500

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