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Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.

664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO PARANÁ - PR.

APELAÇÃO CÍVEL: 327858-6

CONJUNTO RESIDENCIAL SOLAR DAS TORRES, já devidamente


qualificado nos autos de AÇÃO SUMÁRIA DE COBRANÇA proposta em face
de CARLOS ANTÔNIO BOTELHO E GALCILENE PEREIRA BOTELHO, por seu
advogado e bastante procurador infra-assinado, vem com devido
respeito e acatamento a douta presença de Vossas Excelências,
inconformado, máxima vênia, com o v. acórdão proferido pela 8ª
Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL, nos termos do artigo 105, inciso III, alíneas “a”
e “c” da Constituição Federal e demais dispositivos processuais
aplicáveis a espécie, requerendo assim a Vossas Excelências se
dignem recebê-lo e, após o cumprimento das formalidades processuais
de estilo remetê-lo ao SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA com as razões em
anexo e comprovação do recolhimento do preparo.

Nestes termos pede


E espera deferimento.
Londrina, 12 de março de 2006.

MARCUS VINICUS GINEZ DA SILVA


Advogado OAB-PR.30664

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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

OBJETO : RECURSO ESPECIAL


AUTOS : 327858-6
RECORRENTE : CONJUNTO RESIDENCIAL SOLAR DAS TORRES
ADVOGADO : MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA
RECORRIDOS : CARLOS ANTÔNIO BOTELHO E GALCILENE PEREIRA BOTELHO
ADVOGADO : JOSÉ AGENOR GONÇALVES DE MELLO

RAZÕES DO RECURSO

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
ÍNCLITO JULGADORES

I – DOS FATOS

“PRIMA FACIE” esclarece o Recorrente que “NÃO TEVE


CONHECIMENTO DA AQUISIÇÃO DO IMÓVEL, QUE NÃO FOI APRESENTADO CÓPIA
DE QUALQUER DOCUMENTO QUE COMPROVASSE A VENDA DO IMÓVEL”

Conforme se deprende da exordial, o Recorrente nos


termos do artigo 275, inciso II, “b”, do CPC, propôs a presente AÇÃO
COBRANÇA, objetivando nos termos do artigo 12 da lei 4591/64,
receber judicialmente o pagamento das taxas condominiais em atraso,
sendo nos termos do artigo 167, I, “18” da lei 6.015/73, ajuizada a
ação em desfavor dos Recorridos cujos nomes se encontram registrados
no Cartório de Registro de Imóveis.

Verificando o Juiz de primeiro grau que estavam


presentes as condições da ação, determinou a citação dos Recorridos
para comparecerem à audiência designada.

Realizada audiência, os Recorridos apresentaram sua


defesa Nomeando Autoria com a juntada de uma Procuração outorgando
ao Ocupante/Nomeado poderes para receber Citação e Intimação do
apartamento.

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O juiz verificando o documento juntado pelos
Recorridos entendeu que era prova apta e suficiente para comprovar
que os Recorridos não detinham mais a posse desde de março/2004.

Inconformado o Recorrente interpôs Recurso de


Apelação requerendo a reforma do julgado singular, eis que, o
documento apresentado não comprovava a venda ou qualquer transação
jurídica havida entre os Recorridos e o Ocupante/Nomeado.

Recebido o recurso, a 8ª Câmara do Egrégio Tribunal


de Justiça do Paraná relevou a lei e a própria justiça, e manteve a
decisão monocrática mesmo sob a reconhecida fragilidade da prova
carreada nos autos.

II – DO ACÓRDÃO HOSTILIZADO

1 - O PERMISSIVO CONSTITUCIONAL DA LETRA "A", DO


INCISO III, DO ART. 105 EXPRESSA:

Dispõe a Constituição Federal que compete ao Superior


Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as causas decididas
pelos tribunais dos Estados, quando a decisão recorrida:

a) “contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe


vigência".

É a hipótese dos autos, vejamos:

1.1 – CONTRARIEDADE ÀS LEIS 4.591/64 – parágrafo


único do art. 4º e art. 12º - ART.167 E INCISOS E ART.169 DA LEI
6.015/73.

O v. acórdão proferido pela 8ª Câmara Cível do


Tribunal de Justiça não merece prosperar, pois, contraria a Lei, a
Doutrina e a Jurisprudência, vejamos:

“II – FUNDAMENTAÇÃO E VOTO

A controvérsia recursal cinge-se na questão


da legitimidade para figurar no pólo passivo da presente
ação de cobrança de taxas condominiais.
...
Sedimentou-se hoje na jurisprudência o
entendimento de que a responsabilidade pelo custeio das
despesas de condomínio se resolve pela situação de
condômino, não necessariamente de proprietário. ASSIM
INDEPENDE A TITULARIDADE DO BEM PERANTE O CARTÓRIO DE
REGISTRO DE IMÓVEIS – tanto é que, em determinados casos,
inobstante constar naquele registro o nome de determinada
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pessoa, responde pelas taxas quem detém a posse do imóvel
no período da inadimplência.
Subsiste a responsabilidade do proprietário
tão somente nos casos em que não restasse comprovado que
outra pessoa estava na posse do imóvel, ou ainda se ela
fosse de todo desconhecida.
No caso vertente, porém, tal situação no se
verifica. Apesar da FRAGILIDADE da prova carreada aos
autos, é possível concluir que bem foi transferido
mediante contrato de gaveta, tanto é que os apelados
outorgaram procuração a OTÁVIO LUIZ DA SILVA, com poderes
específicos para receber citação e intimação de penhora
relativos ao imóvel(doc.64).
Ademais, ao contrário do que o Condomínio
alega, ele tinha conhecimento de que o imóvel foi vendido,
tanto é que no boleto de cobrança de fls.65, vencido em
07/09/2004, constava o nome de OTÁVIO.

Data vênia, o entendimento albergado na fundamentação


do v. Acórdão agride a Lei e qualquer outro entendimento Doutrinário
eis que: 1)RECONHECEU UMA PROCURAÇÃO SEM PODERES DE VENDA OU
AQUISIÇÃO, COMO UM CONTRATO DE COMPRA E VENDA – 2)RELEVOU A
OBRIGATORIEDADE do Registro do Título Translativo o qual é
OBRIGATÓRIO e NÃO FACULTATIVO, cuja previsão legal se encontra
expressa no artigo 169 da lei 6.015/73.

Não obstante, vislumbra-se que a procuração NÃO TEM


PODERES PARA TRANSFERIR OS DIREITOS DA PROPRIEDADE NEM TÃO POUCO
PARA COMPROVAR UMA RELAÇÃO DE COMPRA E VENDA – trata-se em sua
essência de uma procuração outorgando poderes específicos para
“receber” citação e intimação do apartamento, e não para TRANSFERIR
A PROPRIEDADE.

Se não bastasse o endereço residencial dos Recorridos


declarado na procuração é o mesmo do apartamento, logo, conclui-se
que a procuração de fls.64 foi outorgada especificamente para
“RECEBER – CITAÇÃO E INTIMAÇÃO” e não, transferir direitos.

No que diz respeito ao BOLETO, não existe previsão


legal que vede a emissão da taxa condominial em nome da pessoa que
não seja o proprietário, logo, pode ser emitido em nome de qualquer
pessoa que detenha posse direta do bem, como é o caso da LOCAÇÃO,
ademais o boleto pode ser utilizado como comprovante de residência,
assim como as faturas de Energia Elétrica e Água.

Destarte, temos que não há nos autos qualquer prova


dos Recorridos terem vendido o Imóvel, malgrado, ainda que tivesse
sido juntado o Contrato de Compra e Venda sem registro, o que não
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ocorreu, este, não poderia atingir terceiros que não participaram
nem tiveram conhecimento da relação, o que não pode ser ignorado ou
relevado.

O art. 12, caput da Lei 4.591/64 dispõe:


“Cada condômino concorrerá nas despesas do condomínio
recolhendo, nos prazos previstos na Convenção, a
quota parte que lhe couber em rateio”

Ainda que a lei não defina se condômino é o


proprietário ou inquilino, temos que houve equivoco na interpretação
dada pelo Tribunal, pois, se a taxa condominial é advinda do rateio
de despesa contraída por cada unidade que integra o condomínio, o
responsável final pelo pagamento é o Proprietário, tendo em vista a
garantia real do próprio bem.

Outrossim, a interpretação do parágrafo único do


art.4º é clara e objetiva, de maneira que compulsando os autos não
se vê qualquer documento que comprove a quitação do débito, logo, a
transferência dos direitos que recaem sobre o imóvel não se
transferiram ao suposto Adquirente de forma que os Recorrentes devem
sem reconhecidos como proprietário, vejamos:

O parágrafo único do artigo 4º com redação dada pela


lei 7.182/84 disciplina que:

Art.4º omisses...
Parágrafo único: “A alienação ou transferência de
direitos de que trata este artigo dependerá de prova
de quitação das obrigações do alienante para com o
respectivo condomínio”.

Não havendo, portanto, prova de quitação nos autos


para transferência dos Direitos, Contrato de Compra e Venda, e,
Registro conclui-se que a propriedade do imóvel por força de sua
natureza “propter rem” é da pessoa cujo nome encontra-se inscrito na
matrícula do imóvel, haja vista, a previsão legal insculpida nos
arts.167, I, “18”, “25” e “26” e art.172, todos, da lei 6.015/73.

Vejamos, dispõe o art.167 que:

Art.167 – No registro de imóveis, além da matrícula


serão feitos:
I – o registro

18)dos contratos de promessa de compra e venda,


cessão ou de unidades autônomas condominiais a que
alude a lei 4.591, de 16/12/64, quando a incorporação
ou a instituição de condomínio se formalizar na
vigência desta Lei;

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Art.169 – Todos os atos enumerados no art. 167 serão
OBRIGATÓRIOS e efetuar-se-ão no cartório da situação
do imóvel

Art.172 – No Registro de Imóveis serão feitos, nos


termos da lei, o registro e averbação dos títulos ou
atos constitutivos, declaratórios, translativos e
extintos de direito reais sobre imóveis reconhecidos
em lei, “inter vivos” ou “mortis causa”, quer para
sua constituição, transferência ou extinção, quer
para sua validade em relação a terceiros, quer para a
sua disponibilidade.

Vislumbra-se que a obrigação de pagar o rateio das


despesas condominiais é do “dominus” do imóvel, já que de natureza
“propter rem”. Isto quer dizer que é do proprietário, cujo nome se
encontra registrado o imóvel, pois, havendo execução o próprio
imóvel GARANTIRÁ o pagamento, sendo passível de penhora, a qual
poderia ser prejudicada se o imóvel não estiver registrado em nome
da pessoa inscrita no CRI.

Ora em sendo assim, é necessário que figure no pólo


passivo da ação de cobrança os Recorridos cujos nomes se encontram
registrados no CRI.

Isto posto, demonstrado o equivoco “data vênia”


do entendimento do Tribunal “a quo” ao manter a decisão monocrática.

Ressalte-se que o intuito do presente não gira apenas


em torno da reforma do v. Acórdão, mas, também de dar efeito
positivo a norma legal, logo, pergunta-se:

1 – O a transferência de propriedade pode ser


reconhecida sem prova ?

2 – Uma procuração com poderes específicos de


“receber citação e intimação” tem poderes para comprovar a Venda de
imóvel ?

3 – Poderia o Recorrente que não deu causa a presente


ser condenado nas custas e verbas sucumbenciais ?

Destarte, vislumbra-se que: - o Recorrente não teve


ciência da alegada e incomprovada alienação - não houve prova de
quitação - não houve registro obrigatório do título translativo,
pois não existe, assim, demonstra-se que as Recorridos devem
responder pelo imóvel, e, consequentemente pelos ônus que lhes recai
até o efetivo registro do Título, se houver.

Não obstante, o Condomínio tem a prerrogativa de


escolher de quem cobrar as taxas condominiais “podendo propor a ação
tanto contra o proprietário como contra o adquirente, pois o
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interesse prevalente é o da coletividade condominial em receber os
recursos para o pagamento de despesas indispensáveis e inadiáveis,
podendo assim o credor escolher dentre estes o que tenha uma melhor
relação jurídica vinculada ao imóvel (proprietário, possuidor,
promissário-comprador etc.)” ou seja, o que mais prontamente poderá
cumprir com a obrigação “in casu” os Recorridos, “ressalvado o
direito regressivo contra quem de direito.”

Nesse sentido foi também o entendimento da 7ª Câmara


Cível do extinto TAPR1 vejamos:

9002690 JCPC.280.I JCPC.208 – CONDOMÍNIO – TAXAS


CONDOMINIAIS – COBRANÇA – LEGITIMIDADE PASSIVA –
PROPRIETÁRIO – VENDA A TERCEIROS, NÃO REGISTRADA, NEM
COMUNICADA, QUE NÃO PODE SER OPOSTA AO CONDOMÍNIO.

Assim, conforme dispõe art. 4º, parágrafo único da


Lei n. 4.591/64, com as alterações introduzidas pela Lei n.7.182/84,
a alienação e transferência de direitos fica condicionada à prova de
quitação.

Destarte, manter-se o entendimento do Tribunal “a


quo” significa um imensurável prejuízo ao interesse comum da
coletividade, deixando não só o ônus da sucumbência, mas ainda
encargo de buscar difícil e, ás vezes, impossível solução junto aos
sucessivos adquirentes do imóvel como ocorre nos autos, correndo
inclusive e na maioria das vezes, o risco de não encontrar bens que
garantam a satisfação do débito.

Data vênia, não EXISTE DOCUMENTO QUE COMPROVE A


COMPRA E VENDA, não há como aceitar a decisão Recorrida.

O Condomínio sobrevive do rateio das despesas


contraídas pelo próprio imóvel, destarte, agregadas ao bem que
garante o pagamento do débito condominial. Logo, restando mantido o
entendimento albergado no Acórdão recorrido, seria um plús para que
não só o Recorrente, mas, todos os Condomínios ficassem a um passo
do caos, pois, mês a mês aumenta-se o índice de inadimplência.

Considerando ainda que a dívida é uma obrigação


“propter rem”, o direito real só se transferirá com o registro no
CRI logo, só poderá responder por ele, a pessoa cujo nome esteja
inscrito no Cartório de Registro de Imóveis, sic.arts.167 e 169 da
lei 6.015/73.

Demonstrado esta o afronto às leis que dispõem sobre


o registro e a forma de aquisição, garantia, validade e eficácia dos
atos jurídicos.

1
(TAPR – AC 145922500 – (10541) – Curitiba – 7ª C.Cív. – Rel. Juiz Conv. Noeval de Quadros –
DJPR 28.04.2000)

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1.2 – DA CONTRARIEDADE AS LEIS 3.071, DE 1º DE
JANEIRO 1916 (ANTIGO CÓDIGO CIVIL) E LEI 10.406 DE 10 JANEIRO DE
2002 (NOVO CÓDIGO CIVIL).

O que não pode ocorrer é desprezar as peculiaridades


já adotados pelo STJ, quais sejam, prova da quitação e conhecimento
da alienação, entender, portanto, que houve alienação sem
apresentação do Contrato de Compra e Venda seria um completo arrepio
a Lei a Doutrina e a Jurisprudência.

Logo, o que não pode ocorrer é aceitar que a


Procuração de fls.68 tenha os mesmo poderes de um Contrato.

Destarte, verifica-se que a fundamentação dada no v.


acórdão “data venia” fere não só as normas vigentes na lei 6.015/73,
mas também a lei 3.071/16 do antigo (Código Civil), a lei 10.406/02
do novo (Código Civil), e a lei 4.591/64, aceitar, portanto, que tal
permaneça, seria o mesmo que tornar letra morta às próprias normas
que regulamentam o capítulo dos Contratos, e aquisição de
propriedade imóvel e transferência de direito, destarte, verifica-se
que alegação que fundamentou o v. Acórdão contraria todos os
preceitos e institutos aplicáveis ao caso em comento vejamos:
artigos 530, inciso I, 531, 533 e 534 c/c os arts. 676, 856, inciso
I e artigo 860, parágrafo único, todos, da lei 3.071/16, assim como
os artigos 1.227, 1.245, §1º e §2º e 1.246, estes, da lei 10.406/02.

O v. Acórdão traz as doutrinas de Orlando Gomes e


Caio Mário, ambas, incontestes, outrossim, em análise, temos Maria
Helena Diniz, em sua obra “Código Civil Comentado” que assim
preceitua:2
“Eficácia constitutiva do registro. O registro
apresenta eficácia constitutiva, provocando
aquisição, alteração ou extinção de direitos reais,
se dele depender a subsistência do negócio
registrado, como ocorre, p. ex. em relação à
aquisição do domínio por ato inter vivos. Daí, o seu
caráter constitutivo, uma vez que sem o registro
aquele ato não produzirá efeito de direito real. Com
o registro imobiliário Ter-se-á um novo direito
transferido, constituindo ou extinto, visto que do
negócio não se terá nenhum direito real sobre o
imóvel, pois, enquanto o bem não for registrado,
valerá apenas entre as partes no plano obrigacional.
Por tal razão, enquanto não se assentar o título de
transmissão, o alienante continuará, legalmente,
sendo o proprietário do imóvel, e, conseqüentemente
deverá responder pelos seus encargos.”

2
Saraiva, 3ª ed, 1997, pág. 649.

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Na mesma baila, João Alfredo Mello Neto, ao referir-
se sobre a matéria, explica:

"Condômino é o proprietário da unidade autônoma,


aquele que detém o direito patrimonial nos termos do
art. 530 do Código Civil. Afere-se a condição de
condômino pela consulta à matrícula da respectiva do
registro de imóveis. O condômino é o proprietário
cujo nome consta da matrícula da respectiva unidade
autônoma é parte legítima para responder a ação de
cobrança de quotas condominiais” (Manual Teórico e
Prático do Condomínio, Ed. Aide, Rio, 1989, págs.155
e 156).

Assim, encontrando-se o imóvel gerador das despesas


em nome dos Recorridos, a estes deve ser dirigida a ação de cobrança
vez que, o documento da alegada e incomprovada venda não foi
registrado.

No mesmo entendimento nossos institutos legais que


regulamentam os Contratos e sua Aquisição de propriedade dispõem
que:
O artigo 530 do antigo Código Civil expressa que:

Art.530. “Adquire-se a propriedade imóvel”:


I - Pela transcrição do título de transferência no
registro do imóvel;

O artigo 1.227 do novel dispõe que:

Art.1.227. Os direitos reais sobre imóveis


constituídos, ou transmitido por atos entre vivos, só se adquirem
com o registro no cartório de Registro de imóveis dos referidos
títulos (arts.1.245 a 1.247).

Artigo 531 da lei 3.071/16

Art.531. Estão sujeitos a transcrição, no Registro,


os títulos translativos da propriedade imóvel por ato
entre vivos.

Artigo 1.245 da lei 10.406/02

Art.1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade


mediante o registro do título translativo no Registro
de Imóveis.
§1ºEnquanto não se registrar o título translativo, o
alienante continua a ser havido como dono do imóvel.

Artigo 533 da lei 3.071/16

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Art.533. Os atos sujeitos á transcrição (arts.531 e


532, II e III) não transferem o domínio, senão da
data em que se transcreverem (arts.856, 860,
parágrafo único).

Art.534. A transcrição datar-se-á do dia em que se


apresentar o título ao oficial do registro, e este
prenotar no protocolo.

Art.856.O Registro de Imóveis compreende:


I – a transcrição dos títulos da propriedade;

Por fim,
Art. 860. omisses
Parágrafo único. Enquanto se não transcrever o título
de transmissão, o alienante continua a ser havido
como dono do imóvel, e responde pelos seus encargos.

É incontroverso que o v. acórdão recorrido contrariou


todos os dispositivos legais, ofendendo o princípio da inscrição
vigente em nosso Direito Brasileiro.
1.3 – DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL DA LETRA "C", DO
INCISO III, DO ART. 105 DA C.F

Acrescente-se, também que a Constituição Federal


autoriza e reconhece pertinência ao Recurso Especial quando
interposto contra decisão que der à Lei Federal:

c) “interpretação divergente da que lhe haja


atribuído outro tribunal;"

Também, aos mesmos efeitos, é a espécie dos autos.

Embora o v. acórdão formar-se ao lado de uma corrente


jurisprudencial minoritária, a matéria, por decisão de outros
pretórios que seguem uma corrente majoritária em sentido
discrepante, se pacificaram no sentido de que o proprietário
registrado no Registro Imobiliário responde pelos débitos
condominiais.

É o caso, e já a título de paradigma, a decisão da 1ª


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, que
no julgamento da Apelação Cível sob nº98.006014-1, cujo Relator foi
o Des. Trindade dos Santos proferiu a seguinte decisão:

TIPO DE PROCESSO: Apelação Cível


NÚMERO ACÓRDÃO : 98.006014-1
COMARCA : São José
DES. RELATOR : Trindade dos Santos
ORGÃO JULGADOR : Primeira Câmara Civil.
DATA DECISÃO : 07 de outubro de 1999.
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Apelação Cível : n.98.006014-1, de São José.
Relator : Des. Trindade dos Santos.
COBRANÇA. DESPESAS CONDOMINIAIS. IMÓVEL OBJETO DE
INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA. AUSÊNCIA DE
REGISTRO. INOPONIBILIDADE DO CONDOMÍNIO. SUBSISTÊNCIA
DA RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO BEM.
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.
INSURGÊNCIA APELATÓRIA DESACOLHIDA.

“De conformidade com o preceituado no art. 4º,


parágrafo único da Lei n. 4.591/64, com as alterações
introduzidas pela Lei n. 7.182/84, responsável pelo
pagamento das despesas condominiais é aquele em cujo
nome se encontre registrado imobiliariamente o bem.
Inoponivel ao condomínio, nestes termos, é o
compromisso particular de compra e venda, firmado
pelo proprietário com terceiro, no qual este,
compromissando a aquisição do imóvel, assume também a
obrigação de arcar com as despesas condominiais.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
apelação cível n. 98.006014-1, da comarca da São José
(2ª Vara Cível e Registro Publico), em que é apelante
Santana Administração, Construção e Incorporações de
Imóveis Ltda., sendo apelado Condômino Residencial
Talismã:
ACORDAM, em Primeira Câmara Civil, por votação
unânime, negar provimento ao apelo.
Custas na forma da lei.
Condomínio Residencial Talismã, Bloco B, ingressou
com ação de cobrança de despesas condominiais contra
Santana Administradora, Construção e Incorporação de
Imóveis Ltda., aduzindo, em síntese, ser a demandada
proprietária do apartamento n. 702, bloco B, do
Condomínio Residencial Talismã, sendo ela, conforme
determina o art. 12 da Lei 4.591/64 e o art. 624 do
Código Civil, responsável pelo pagamento de uma quota
parte correspondente ao rateio das despesas comuns do
edifício.
Aponta, outrossim, ser o débito correspondente aos
meses de setembro/95 a setembro/96, perfazendo um
total, já acrescido da multa legal (art. 29 do
Regimento Interno do Condomínio), de R$945,48,
concluindo por requerer a condenação da acionada ao
pagamento do valor mencionado, acrescido de juros e
correção monetária, taxas vincendas, multa legal,
despesas processuais e honorários advocatícios. Em
contestação, invocou a demandada, preliminarmente, a
sua ilegitimidade passiva ad causam, uma vez que a
responsabilidade pelo pagamento das taxas
condominiais é de Aroldo Waldomiro Martins Filho, que
de acordo com o contrato particular de promessa de
compra e venda de imóvel e outras avenças, adquiriu o
imóvel representado pelo apto 702, Bloco B, do
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Condomínio Residencial Talismã, em 30 de agosto de
1994.
Aduziu, mais, que o próprio contrato de promessa de
compra e venda, estabeleceu em sua cláusula sexta,
ser de responsabilidade do promitente-comprador o
pagamento de despesas referentes às taxas de
condomínio, fato esse consubstanciado pelos
documentos de fls. 24 a 28, que demonstram que todos
eles (bloquetos de pagamento) foram enviado para
Aroldo W.M. Filho, denunciando quem o próprio
condomínio entende como devedor.
Requereu a extinção do processo nos termos do art.
267, inc.VI do CPC c/c art. 329, do mesmo diploma
legal.
Ressaltou, ainda, a necessidade de denunciação à lide
do promitente comprador da unidade imobiliária em
epígrafe, eis que assumiu a responsabilidade do
pagamento das taxas em cobrança, conforme contrato
por eles realizado.
No mérito, reprisou as assertivas das preliminares,
acrescentando que as chaves do imóvel foram entregues
ao comprador que pode, a qualquer momento averbá-lo à
margem da matrícula do imóvel descrito.
Requereu o acolhimento da preliminar de ilegitimidade
passiva ad causam, o pedido de denunciação a lide do
promitente comprador ou, a improcedência da demanda,
já que os débitos não fazem parte da relação
processual criada.
Em impugnação, argumentou a postulante que não
encontra-se o contrato de compromisso de compra e
venda registrado no álbum imobiliário competente,
permanecendo a responsabilidade da ré pelo pagamento
das taxas de condomínio.
Sentenciando antecipadamente a lide, o Magistrado
singular afastou a preliminar de ilegitimidade
passiva, sob o entendimento de que enquanto não
transcrito o título de transmissão, o alienante
continua a ser o proprietário do bem imóvel,
respondendo, assim, por seus encargos; da mesma
forma, rejeitou o pedido de denunciação a lide, eis
que a cláusula contratual que imputa ao promitente
comprador a responsabilidade pelo pagamento de
obrigações decorrentes da propriedade não pode
prosperar, pois considerada coativa. Assim,
considerou que a ré não tem direito de regresso
contra o outro pactuante, seja por força da avença,
seja por força de lei.
Condenou a acionada ao pagamento das taxas
condominiais vencidas e não pagas desde setembro de
1995, bem como as que se vencerem no decorrer da
demanda, atualizadas monetariamente desde o
ajuizamento da ação, acrescidos de juros legais e
contados da citação, bem como custas e honorários
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advocatícios arbitrados em 15% sobre o valor da
condenação.
Inconformada, apelou a vencida, reeditando as
alegativas da peça de defesa, no que tange a
obrigatoriedade do promitente comprador do bem em
responder pelas despesas do condomínio em virtude da
cláusula 6ª do contrato promessa de compra e venda
realizado com Aroldo Waldomiro Martins Filho,
pugnando, assim, pelo reconhecimento da ilegitimidade
passiva ad causam para a demanda ou pela denunciação
a lide do comprador.
O apelo obteve resposta.
É o relatório.
A insurgência apelatoriamente deduzida pela demandada
impõe-se repelida!
Incontestado os valores postos em cobrança, mesmo
aqueles vencidos durante o trâmite da demanda, cabe-
nos, então, a análise dos pontos que foram alvo da
peça contestatória e reaviventados no apelo
intentado.
Cuida-se, é de se observar de ação de cobrança de
despesas condominiais, relativa aos meses setembro de
1995 a setembro de 1996, no valor de R$ 945,48, já
acrescidas da multa legal (fls.25 a 28) e aquelas
vencidas no decorrer da ação (fls.64/67 e 82/85),
pleiteadas com base no art. 12 da Lei n.4591/64.
Argüiu o recorrente que por força do contrato de
compromisso de compra e venda do apartamento 702,
Bloco B do Condomínio Residencial Talismã efetuado
com Aroldo Waldomiro Martins Filho, o pagamento das
despesas de condomínio referentes ao imóvel seriam de
responsabilidade deste, eis que assumiu o mesmo tal
obrigação, por força da cláusula sexta do referido
instrumento.
Tal possibilidade, porém, é de ser descartada, pois
tratando-se de obrigação a ser adimplida pelo
condômino, entendendo-se ser este o proprietário da
unidade habitacional.
In verbis, dispõe o art. 12 da Lei 4.591/64:

"Cada condômino concorrerá nas despesas do


condomínio, recolhendo, nos prazos previstos na
Convenção, a quota-parte que lhe couber no rateio”.

A propósito do conceito de condômino, lembra o mestre


Caio Mário da Silva Pereira:

"Os proprietários do edifício dividido em andares são


donos do terreno em que o mesmo se assenta com suas dependências e
instalações. São donos, em comum, das partes do edifício que, por
sua vez, componham os requisitos de utilização econômica do todo por
todos” (Condomínio e Incorporações, Ed. Forense, 10 ª ed., 1999).

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É o entendimento corrente nesta Casa de Justiça, que,


acerca da matéria, tem acentuado:
"COBRANÇA. DESPESAS DE CONDOMÍNIO. APARTAMENTO OBJETO
DE INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA NÃO
REGISTRADO. RESPONSABILIDADE DO PROMITENTE VENDEDOR,
TITULAR DO DOMÍNIO. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE.
SENTENÇA CONFIRMADA” (ACV n. 37.118, de São José,
rel. Des. Napoleão Amarante).

"CONDOMÍNIO - AÇÃO DE COBRANÇA PELO RITO SUMARÍSSIMO.


DESPESAS CONDOMINIAIS. A RESPONSABILIDADE PELO
PAGAMENTO DAS DESPESAS DE CONDOMÍNIO É DAQUELE EM
NOME DE QUEM SE ENCONTRA REGISTRADO O IMÓVEL.
ENTENDIMENTO QUE RESULTA DA INTERPRETAÇÃO DO PAR.
UNIC. DO ART. 4 DA LEI 4.591/64, COM NOVA REDAÇÃO
DADA PELA LEI 7.182/84” (ACV n. 30.430, rel. Des. Cid
Pedroso).

Atente-se, ainda, que o art. 4º, da Lei 4.591/64,


teve a sua redação original modificada pela Lei n.
7.182/84, passando a enunciar:

"A alienação ou transferência de direitos de que


trata este artigo dependerá de prova de quitação das
obrigações do alienante para com o respectivo
condomínio”.

Ora, a par dessa modificação, é explicita a obrigação


do promitente vendedor pelas despesas advindas do
condomínio até que a escritura, cuja lavratura fica
dependendo da prova da quitação de débitos
anteriores, seja outorgada.

Na mesma baila a 6ª Câmara do 1º Tribunal de Alçada


Civil, do Estado de São Paulo extrai-se o seguinte entendimento:

"DESPESAS CONDOMINIAIS. Apartamento não registrado


APARTAMENTO OBJETO DE INSTRUMENTO PARTICULAR DE VENDA
E COMPRA NÃO REGISTRADO. Responsabilidade do
promitente vendedor, titular do domínio Inteligência
dos arts. 135 do Cód. Civil e 4º, parágrafo único, da
Lei n. 4.591/64, com redação da Lei n. 7.182/84.
O promitente vendedor responde pelas despesas
condominiais até a escritura, cuja lavratura fica
dependendo da prova de quitação dos débitos
anteriores” (Ap. 330.426 6ª C., rel. Juiz Ferreira da
Cruz, RT 593/124).

Inegavelmente acertado, em sendo assim, o douto


decisum monocrático ao afastar a preliminar de
ilegitimidade passiva aventada pela recorrente!
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Pugnou, ainda, o apelante, para que, em sede
recursal, fosse autorizada a denunciação à lide, nos
moldes do art. 70,III do CPC, do promitente comprador
do imóvel, para que responda ele pelas despesas sub
lumem.

Reza o dispositivo processual em menção ser cabível a


denunciação da lide:
"Àquele que estiver obrigado pela lei ou pelo
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo do que perder a demanda”.
Porém, mais uma vez é de ser segregada a hipótese
ventilada, eis que, conforme dito acima, é de
responsabilidade do promitente vendedor, até a
lavratura da escritura, o pagamento das despesas
condominiais, não estando, assim, o promitente-
comprador obrigado por aquele contrato (fls. 53 a
57) a adimplir as despesas do condomínio até que
seja ele o titular do domínio do referido imóvel.
Portanto, não estando o promitente comprador
obrigado - por lei a indenizar a ré pelas despesas
sob cobrança, incabível é a denunciação pretendida.

Ressalte-se ainda trecho do acórdão de lavra do


eminente Des. Pedro Manoel Abreu, ao tratar de caso análogo:

"No tocante à denunciação à lide, igualmente não era


de ser acolhida, pois a relação entre condômino e
condomínio é diversa daquela havida entre promitente-
vendedor e promissário-comprador”.

Humberto Theodoro Júnior, in Curso de Direito


Processual Civil (Vol. II. 17ª ed. Forense. Rio. 1996. pág. 61),
ensina que:
“O Código, estendeu a aplicação do instituto, também,
à hipótese de asseguração de direito regressivo,
genericamente. Assim, é cabível a denunciação da lide
ao terceiro que estiver obrigado, pela lei ou pelo
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
do que perder a demanda (art. 70, III).
Ora, a legislação condominial é absolutamente sui
generis, com peculiaridades distintas das obrigações
em geral. Não há confundir eventual possibilidade de
chamamento ao processo com a obrigatoriedade da
denunciação à lide, como poderia uma rápida leitura
do art. 70, II, do CPC e do art. 625 do Código Civil,
fazer supor. A dívida, na espécie, não resulta de
contratação voluntária, mas de impositivo legal”.

“De todo o modo, produzida a sentença, não se


cogitando de hipótese de litisdenunciação
obrigatória, não há interesse na reversão do curso do
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processo, em nome do princípio da economia” (ACV n.
96.009316-8, de São José).

Nega-se, pois, provimento ao apelo, mantendo-se


incólume, em conseqüência, a douta sentença
vergastada”.

Participou do julgamento, com voto vencedor, o Exmo.


Sr. Des. Newton Trisotto.
Florianópolis, 07 de outubro de 1999.

Carlos Prudêncio
PRESIDENTE COM VOTO
Trindade dos Santos
RELATOR

Como outro paradigma, a 4ª Câmara Cível do Tribunal


de Justiça do Estado do Santa Catarina, decidiu no julgamento da
Apelação Cível sob nº96.009316-8, tendo como Relator o eminente
Desembargador Pedro Manoel Abreu, proferiu a seguinte decisão:

TIPO DE PROCESSO: Apelação Cível


NÚMERO ACÓRDÃO : 96.009316-8
COMARCA : São José
DES. RELATOR : Pedro Manoel Abreu
ÓRGÃO JULGADOR : Quarta Câmara Cível
DATA DECISÃO : 03 de dezembro de 1998
Apelação Cível : n.96.009316-8, de São José.
Relator : Des. Pedro Manoel Abreu.

Cota condominial. Ação de cobrança. Legitimidade


passiva. Promessa de compra venda do imóvel, mediante
instrumento particular não averbado no Registro de
Imóveis.

Litisdenunciação do adquirente. Indeferimento.


Responsabilidade pelo pagamento do condômino, isto é
daquele em cujo nome encontra-se registrado o imóvel.
Recurso desprovido.

“O dever de pagar as cotas condominiais é obrigação


real, intimamente ligada à qualidade de proprietário.
A venda do imóvel por instrumento particular, não
levado a registro no ofício imobiliário, alcança
apenas os contratantes, desobrigando o condomínio a
buscar seu crédito contra o atual possuidor do
imóvel.
Legitimado no processo de cobrança de cotas
condominiais, por isso, é o condômino, consoante
dispõe o art. 12 da Lei 4.591/64, isto é o
proprietário da unidade autônoma, aquele que detém o
direito patrimonial nos termos do art. 530 do Código
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Civil, aferindo-se tal condição pela consulta à
matrícula do registro de imóveis.
Descabe a denunciação da lide em ação de cobrança de
cotas condominiais. O réu, se desejar, pode acionar
regressivamente o promitente comprador em ação
própria.
Vistos, discutidos e relatados estes autos de
apelação cível n. 96.009316-8, de São José, em que é
apelante Sant’Ana Administração, Construção e
Incorporação de Imóveis Ltda., sendo apelado
Condomínio Residencial Talismã:

A C O R D A M, a Quarta Câmara Cível, por votação


unânime, desprover o recurso.

Custas legais.

1. Condomínio Residencial Talismã aforou ação de


cobrança contra Sant’Ana Administração e Incorporação
de Imóveis Ltda. alegando, em síntese, que a ré é
proprietária do apartamento 301, Bloco “A”, do
referido condomínio, estando em débito com as
prestações condominiais (art. 12 da Lei 4.591/64)
desde maio de 1995, tendo esgotado todos os meios
suasórios para a cobrança, não lhe restando
alternativa senão a via judicial. Requereu, a final,
a condenação da demandada ao pagamento das parcelas
vencidas, mais as vincendas, juros, correção
monetária, multa, bem como custas e honorários.
Citada, a ré contestou, aduzindo, em sua defesa, as
preliminares de ilegitimidade passiva ad causam, vez
que o imóvel em questão não lhe pertence, mas sim a
Neusa Maria Pereira que lhe comprara a unidade em
referência. Além disso, requereu a denunciação da
lide da compradora, atribuindo-lhe os ônus
decorrentes da aquisição do imóvel. No mérito, a
acionada repisou as teses já expendidas, requerendo a
extinção do processo, sem julgamento do mérito ou a
improcedência da demanda.
O acionante teve ensejo de replicar, indigitando que
a responsabilidade da acionada decorre da
titularidade constante do registro imobiliário.
Sentenciando antecipadamente, o Juiz de Direito, Dr.
Jaime Luiz Vicari, após afastar a preliminar de
ilegitimidade passiva ad causam e desacolher a
litisdenunciação, julgou procedente o pedido,
condenando a ré ao pagamento dos valores expressos na
inicial, bem como das prestações vencidas no curso da
ação, acrescidos de juros à taxa legal, contados dos
respectivos vencimentos e correção monetária
integral. Ao final, condenou-a, também, no pagamento
das despesas processuais e honorários de advogado,

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estes arbitrados em 15% sobre o montante da
condenação.
Inconformado com a prestação jurisdicional entregue,
a ré apelou, pugnando pela reforma do decisum,
sustentando as preliminares argüidas na contestação,
e, no mérito, a improcedência do pedido, invertidos
os ônus sucumbenciais.

Oferecidas as contra-razões, os autos alçaram.

2. Desprovê-se o apelo.

A decisão profligada deu a justa e jurídica solução à


questão.
Restou comprovado nos autos (fl. 14) ser a apelante a
proprietária do imóvel, cuja taxa condominial
encontra-se em atraso. A responsabilidade pelo
pagamento, de outro lado, não se modifica pelo fato
do imóvel em questão ter sido objeto de promessa de
compra e venda ( fls. 45/47), conforme concluiu
corretamente a douta sentença objurgada.
O caráter de condômino obriga a apelante a concorrer,
mensalmente, com os demais condôminos, para as
despesas havidas, na proporção da fração ideal que
lhe é atribuída.
Assim, era efetivamente de ser rejeitada a preliminar
de ilegitimidade passiva ad causam suscitada.
João Alfredo Mello Neto, in Manual Teórico e Prático
do Condomínio (Editora AIDE, Rio, 1989, págs. 155/6),
ao tratar da matéria, enfatiza:
“Assim, também quanto ao pólo passivo da relação
processual, quanto ao réu, devem ser questionados o
interesse e a legitimidade. Legitimado a ser réu em
processo de cobrança de cotas condominiais é o
condômino, consoante disposto no art. 12 da Lei
4.591/64. Condômino é o proprietário da unidade
autônoma, aquele que detém o direito patrimonial nos
termos do art. 530 do Código Civil. Afere-se a
condição de condômino pela consulta à matrícula do
registro de imóveis. O condômino e proprietário cujo
nome consta da matrícula da respectiva unidade
autônoma é parte legítima para responder a ação de
cobrança de quotas condominiais. (g.n.)

A jurisprudência segue a mesma vereda:

Cota - Ação de cobrança - Legitimidade passiva -


Adjudicação compulsória.
Ação de cobrança de cotas condominiais. Imóvel
registrado em nome do requerido. Legitimidade
passiva. Existência de discussão judicial versando
sobre adjudicação por parte do credor hipotecário.
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Obstáculo ao registro imobiliário por medida
impetrada pelo devedor. Denunciação da lide
rejeitada. O legitimado passivo para a ação de
cobrança de cotas condominiais é aquele em cujo nome
está registrado o imóvel. Eventual adjudicação do bem
por parte do credor hipotecário (judicialmente
contestada pelo devedor) é irrelevante frente ao
condomínio. Não cabe denunciação da lide em ação de
cobrança de cotas condominiais. O requerido, se
desejar, pode acionar regressivamente o adjudicante
em ação própria. (TARGS-Agravo 196043996, 5ª C, Rel.
Dra. Regina Bollick, J. 20.06.96)(g.n.)

Mais:

Cota — Ação de cobrança — Legitimidade passiva —


imóvel transferido a terceiro mediante instrumento
particular não averbado no Registro de Imóveis.

Condomínio. Ação de cobrança. Venda do imóvel a


terceiro por instrumento particular. Ausência de
registro no álbum imobiliário. Responsabilidade pelo
pagamento das cotas condominiais. O dever de pagar as
cotas condominiais é obrigação real, intimamente
ligada à qualidade de proprietário.
A venda do imóvel por instrumento particular não
levado a registro no ofício imobiliário, alcança
apenas os contratantes, desobrigando o condomínio a
buscar seu crédito contra o atual possuidor do
imóvel.(TARGS , 5ª C., Rel. Dr. Márcio Borges Fortes,
J. 11.04.96).

Desta Corte de Justiça, haure-se:

“DESPESAS CONDOMINIAIS. APARTAMENTO NÃO REGISTRADO -


Apartamento objeto de instrumento particular de venda
e compra não registrado - Responsabilidade do
promitente vendedor, titular do domínio -
Inteligência dos arts. 135 do Código Civil e 4o.,
parágrafo único, da Lei n. 4.591/64, com a redação da
lei n 7.182/84.
“O promitente vendedor responde pelas despesas
condominiais até a escritura, cuja lavratura fica
dependendo da prova de quitação dos débitos
anteriores. (in Apelação Cível n. 48.675. Des. Amaral
e Silva)”.

CONDOMÍNIO - AÇÃO DE COBRANÇA PELO RITO SUMARÍSSIMO.


DESPESAS CONDOMINIAIS. A RESPONSABILIDADE PELO
PAGAMENTO DAS DESPESAS DE CONDOMÍNIO É DAQUELE EM
NOME DE QUEM SE ENCONTRA REGISTRADO O IMÓVEL.
ENTENDIMENTO QUE RESULTA DA INTERPRETAÇÃO DO PAR.
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ÚNICO. DO ART. 4 DA LEI 4.591/64, COM NOVA REDAÇÃO
DADA PELA LEI 7.182/84. (AC 30.430 — Des. Cid
Pedroso)

No tocante à denunciação à lide, igualmente não era


de ser acolhida, pois a relação entre condômino e
condomínio é diversa daquela havida entre promitente-
vendedor e promissário-comprador.

Humberto Theodoro Júnior, in Curso de Direito


Processual Civil (Vol. II. 17ª ed. Forense. Rio. 1996. pág. 61),
ensina que:
“O Código, estendeu a aplicação do instituto, também,
à hipótese de asseguração de direito regressivo,
genericamente. Assim, é cabível a denunciação da lide
ao terceiro que estiver obrigado, pela lei ou pelo
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
do que perder a demanda (art. 70, III).
Ora, a legislação condominial é absolutamente sui
generis, com peculiaridades distintas das obrigações
em geral. Não há confundir eventual possibilidade de
chamamento ao processo com a obrigatoriedade da
denunciação à lide, como poderia uma rápida leitura
do art. 70, II, do CPC e do art. 625 do Código Civil,
fazer supor. A dívida, na espécie, não resulta de
contratação voluntária, mas de impositivo legal. De
todo o modo, produzida a sentença, não se cogitando
de hipótese de litisdenunciação obrigatória, não há
interesse na reversão do curso do processo, em nome
do princípio da economia.”

Expungidas, as argüições da apelante, sobressai


irretorquível a sentença vergastada”.

3. Nega-se provimento ao apelo.

Participou do julgamento, com voto vencedor, o Exmo.


Sr. Des. Cesar Abreu.

Florianópolis, 03 de dezembro de 1998.


JOÃO JOSÉ SCHAEFER - Presidente com voto PEDRO MANOEL
ABREU.

Ainda como paradigma foi o TRIBUNAL DE ALÇADA DO


ESTADO DE SÃO PAULO:

TRIBUNAL DE ALÇADA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Segundo Tribunal de Alçada Cível de São Paulo
CONDOMÍNIO - DESPESAS CONDOMINIAIS - COBRANÇA -
LEGITIMIDADE PASSIVA - PROPRIETÁRIO (COHAB) -

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ALIENAÇÃO DA UNIDADE CONDOMINIAL - TÍTULO AQUISITIVO
NÃO REGISTRADO – RECONHECIMENTO.
A ação de cobrança de despesas condominiais pode ser
proposta contra quem consta como titular no registro
de imóveis do direito real da unidade condominial.
Trata-se de obrigação 'propter rem', que possibilita
a penhora da unidade condominial na execução de
despesas de condomínio.
Ap. s/ Rev. 651.774-00/7 - 5ª Câm. - Rel. Juiz
PEREIRA CALÇAS - J. 29.1.2003.
Segundo Tribunal de Alçada Cível de São Paulo
CONDOMÍNIO - DESPESAS CONDOMINIAIS - COBRANÇA -
LEGITIMIDADE PASSIVA - PROPRIETÁRIO - PROMESSA DE
COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADA - CIÊNCIA DO CONDOMÍNIO
- INOCORRÊNCIA – RECONHECIMENTO. A alienação da
unidade de condomínio horizontal pelo titular
constante do registro imobiliário não exclui sua
legitimidade passiva 'ad causam' à demanda de
cobrança das despesas comunheiras se não se lançou a
transferência no álbum de imóveis ou se dela não se
deu conhecimento ao condomínio.
Ap. s/ Rev. 609.392-00/1 - 4ª Câm. - Rel. Juiz
RODRIGUES DA SILVA - J. 18.4.2002
SOBRE O TEMA: REsp. 194.481-SP - STJ - 4ª T. - Rel.
Min. RUY ROSADO DE AGUIAR - RSTJ 118/341 FONTE: Ap.
s/ Rev. 644.330-00/4 - 11ª Câm. - Rel. Juiz MELO
BUENO - J. 29.7.2002, com a seguinte referência:
REsp. 194.481-SP - STJ - 4ª T. - Rel. Min. RUY ROSADO
DE AGUIAR - DOU 22.3.99 - STJ Julgados nº 102/70
FONTE: Ap. s/ Rev. 754.090-00/0 - 1ª Câm. - Rel. Juiz
VIEIRA DE MORAES - J. 1.10.2002, com as seguintes
referências: STJ - REsp. 175.018 - Rel. Min. ARI
PARGENDLER - 3ª T. - J. 22.10.2001 - DJU em 4.2.2002
STJ - REsp. 261.303 - Rel. Min. ARI PARGENDLER - 3ª
T. - J. 23.10.2000 - DJU em 4.12.2000.

ANOTAÇÃO No mesmo sentido: EI 556.276-01/2 - JTA


(LEX) 183/516 Ap. s/ Rev. 597.797-00/6 - JTA(LEX)
188/601 Ap. s/ Rev. 577.677-00/7 - 12ª Câm. - Rel.
Juiz ARANTES THEODORO - J. 27.4.2000 Ap. s/ Rev.
579.863-00/1 - 9ª Câm. - Rel. Juiz FRANCISCO CASCONI
- J. 31.5.2000 Ap. s/ Rev. 578.836-00/2 - 4ª Câm. -
Rel. Juiz RODRIGUES DA SILVA - J. 13.6.2000 Ap. s/
Rev. 583.039-00/5 - 12ª Câm. - Rel. Juiz OLIVEIRA
PRADO - J. 29.6.2000 Ap. s/ Rev. 589.688-00/5 - 12ª
Câm. - Rel. Juiz ARANTES THEODORO - J. 3.8.2000 Ap.
s/ Rev. 585.071-00/7 - 12ª Câm. - Rel. Juiz ARANTES
THEODORO - J. 3.8.2000 Ap. s/ Rev. 592.431-00/9 - 1ª
Câm. - Rel. Juiz VANDERCI ÁLVARES - J. 14.12.2000 Ap.
s/ Rev. 607.246-00/5 - 12ª Câm. - Rel. Juiz CAMPOS
PETRONI - J. 8.3.2001 Ap. s/ Rev. 622.150-00/5 - 12ª
Câm. - Rel. Juiz ARANTES THEODORO - J. 22.11.2001 Ap.
s/ Rev. 644.330-00/4 - 11ª Câm. - Rel. Juiz MELO
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Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
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Londrina-Pr.
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BUENO - J. 29.7.2002 Ap. s/ Rev. 634.062-00/1 - 3ª
Câm. - Rel. Juiz FERRAZ FELISARDO - J. 30.7.2002 Ap.
s/ Rev. 754.090-00/0 - 1ª Câm. - Rel. Juiz VIEIRA DE
MORAES - J. 1.10.2002

Demonstrada esta, que a responsabilidade pelo


pagamento da taxa condominial pela garantia REAL recai sobre a
pessoa cujo nome esteja inscrito no Cartório Imobiliário, in casu os
Recorridos partes legítimas para figurarem no pólo passivo.

Art.1.245. transfere-s entre vivos a propriedade


mediante o registro do título translativo no Registro
de Imóveis.
§1ºenquanto não se registrar o título translativo, O
ALIENANTE CONTINUA SER HAVIDO COMO DONO DO IMÓVEL.

Os dispositivos são claros, não merecem


maior interpretação, destarte, demonstrado está a
manifesta divergência legal, doutrinária e
pretoriana, circunstância suficientemente eficaz para
o seguimento e conseqüente processamento e provimento
do pretendido recurso especial.
Destarte, confirmando-se a decisão deste E. Tribunal,
esta será entendia como completo arrepio a lei, doutrina e
jurisprudência, tornando letra morta os dispositivos vigentes, e
demais preceitos previstos e aplicáveis a espécie, refletindo
concomitantemente, como imensurável prejuízo ao Recorrente e demais
Condomínios que testemunharão a não aplicação da tão esperada e
anelada JUSTIÇA.

Manter-se, portanto, o Acórdão recorrido, seria um


plús a impontualidade, ao condomínio, e ao descrédito à Justiça.

Em outras palavras, a falta de pagamento de qualquer


parcela provoca o desequilíbrio econômico do condomínio, onerando os
demais condôminos e obrigando-os a suprir o caixa comum e suportar,
além das suas, as despesas relativas ao consumo de água e energia
elétrica, realizadas pelo inadimplente, situação totalmente injusta
e inaceitável.

DO PEDIDO
Pelo exposto requer seja reformado o v. acórdão, para
que seja proferida outra Decisão, Condenando as recorridas ao
Pagamento das taxas condominiais vencidas e vincendas até o efetivo
pagamento do débito, acrescida de seus consectários, custas e
honorários fixados em 20%.

Outrossim, sendo diverso o entendimento desta Corte,


roga-se concomitantemente nas condições e considerando-se de todo o
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exposto, que sob Luz do Grande Arquiteto do Universo que seja
reformado o dispositivo do julgado que condenou o Recorrente ao
pagamento dos Honorários de Sucumbência, eis que, não fora o
causador da presente.

Nestes termos pede


E espera deferimento
Londrina, 28 de novembro de 2005.

MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA


Advogado OAB-PR.30664

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