No Diário Oficial do Município, do dia 21 de setembro de 2017, foi publicada a lei municipal nº 9278 de 2017. Trata-se da nova divisão
de bairros do município de Salvador, oficializando esta unidade territorial e pondo fim a uma lacuna de décadas. A última divisão de
bairros do município data de 1960, quando a cidade do Salvador tinha pouco mais de 600.000 habitantes, e os atuais municípios de
Lauro de Freitas, Simões Filho e Madre de Deus ainda faziam parte do seu território. Com as dinâmicas ocorridas na cidade nas últimas
décadas, portanto, era uma lei totalmente obsoleta.
Este informativo, elaborado pelo Centro Integrado de Geoinformação (CIGEO) do Centro de Apoio às Promotorias de Meio Ambiente e
Urbanismo (CEAMA), apresenta os limites territoriais, área e população dos atuais 163 Bairros do município, assim como sua
distribuição pelas Prefeituras-Bairro (unidade territorial estabelecida pelo PDDU de 2016 e utilizada como unidade de planejamento do
Plano Plurianual do município para o período 2018-2021).
Além disso, este informativo também apresenta a espacialização dos bairros pelas bacias hidrográficas e de drenagem do município.
Essa divisão das bacias, bem como a própria divisão de bairros oficializada pela lei nº 9278 de 2017, foram obtidas com o estudo ‘O
Caminho das Águas em Salvador’, publicado pelo Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social da Universidade Federal
da Bahia (CIAGS/UFBA) em 2010.
Por fim, o informativo compara a divisão de bairros com o Projeto Mata Atlântica Salvador, elaborado pelo Ministério Público do Estado
da Bahia em parceria com a Fundação José Silveira, publicado em 2011, ampliado e revisado em 2013 e incorporado ao PDDU do
município em 2016.
DADOS GERAIS
Bairro, de acordo com o art. 2º da Lei municipal nº 9278 de 2017, é “a unidade territorial com densidade histórica e relativa autonomia
no contexto da cidade, que incorpora noções de identidade e pertencimento dos residentes e usuários, os quais utilizam os mesmos
equipamentos e serviços comunitários, mantêm relações de vizinhança e reconhecem seus limites pelo mesmo nome.”
Além dos critérios estabelecidos pelos art. 2º, o art. 4º da mesma lei aponta como pré-requisitos para a definição:
I - existência de unidade escolar de ensino fundamental (a partir da 6ª série) das redes pública ou privada, ou de natureza comunitária;
II - existência de unidade de saúde de atendimento geral ou especializado que preste serviço à comunidade;
III - existência de logradouro público hierarquizado, como via coletora ou superior, ou não hierarquizado, mas que desempenhe função
equivalente e estruture a mobilidade no território, permitindo a circulação de veículos de grande porte e de prestação de serviços;
elaborados por equipe técnica quando da publicação da lei, desde que atendam aos requisitos de que trata o art.
Alto do Cruzeiro;
Chame-chame;
Colinas de Periperi;
Dois de Julho;
Horto Florestal;
Ilha Amarela;
Mirantes de Periperi;
Vista Alegre.
Município de Salvador, deverão utilizar a presente delimitação e denominação de bairros e ilhas, tendo o prazo de
1 (um) ano para adaptação da sua base de informação e endereçamento postal, a partir da vigência desta Lei.
O Caminho das
águas em Salvador
A divisão consolidada na lei nº 9278 de 2017 se baseou em
um estudo publicado em 2010 pelo Centro Interdisciplinar
de Desenvolvimento e Gestão Social da Universidade
Federal da Bahia (CIAGS/UFBA), intitulado “O Caminho das
Águas em Salvador”.
A pesquisa, que se destinava a analisar a qualidade das
águas do município, acabou mapeando também as bacias
hidrográficas e de drenagem e os bairros da cidade.
A nova divisão de bairros é mais uma etapa nas transformações das bases técnico-jurídicas que vem ocorrendo no sistema de
planejamento territorial do município nos últimos anos, vindo ao encontro de outros instrumentos recém elaborados e atualizados,
como o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (LOUOS). Em fase
final de elaboração encontram-se, também, o Plano de Mobilidade Urbana (PLANMOB) e o Plano Municipal de Gerenciamento
Costeiro.
A próxima etapa dessas transformações por parte da Prefeitura municipal é a elaboração dos planos de bairro. Estes seguem trâmites
semelhantes aos planos acima citados, de acordo com o Estatuto da Cidade (lei nº 10257 de 2001), cabendo ao Ministério Público o
acompanhamento de suas elaborações e execuções e a busca pela plena aplicação desses instrumentos.
Elaborado em
18 de Janeiro de 2018